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Tecido Ósseo e Tumores Ósseos

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TUMORES ÓSSEOS
Introdução 
- São infrequentes (correspondem a 2% dos tumores. Desses, 
0,6% são malignos). 
- Período entre início dos sintomas e diagnóstico: 6 meses 
(diagnóstico demorado e complicado). 
- Devemos nos atentar à história clínica e exame físico bem 
detalhados. 
- Realizar Raio-X simples (de grande auxílio).
Investigação 
Anamnese: investigar idade, gênero, etnia, HDA, sintomas sugestivos. 
Avaliar a presença e as características da dor, se há ou não tumor 
em partes moles. Um dos sintomas possivelmente relatados é a 
proeminência ou deformidade óssea, de aparecimento recente. 
Exame Físico: atentar-se para o membro contralateral, buscando 
divergências. Buscar pontos dolorosos, edema, massa palpável, 
existência de relação com irrigação local, sinais e sintomas 
neurológicos, aderência aos tecidos profundos, alteração de 
amplitude de movimento. 
DOR: QUEIXA MAIS FREQUENTE 
Radiografia 
Os achados radiográficos incidentais e fraturas patológicas 
geram encaminhamento para investigação de tumores 
ósseos. 
→ Alterações no formato do osso são frequentes. 
→ Fraturas patológicas: ocorrem sem trauma ou energia 
que a justifique. 
Lesão Benigna x Maligna: 
Benigna: bordas escleróticas bem definidas, sem tumores 
nas partes moles, reação periosteal sólida (periósteo 
consegue conter a proliferação da lesão tumoral) e 
destruição óssea geográfica (limitada à uma região). 
Maligna: reação periosteal interrompida (tumor rompe a 
barreira do periósteo), destruição óssea permeativa (“roído 
de traça”), ampla zona de transição e tumor presente em 
partes moles. 
Principais tumores ósseos malignos 
Mais comum: metástase de carcinomas; em ordem, predominam as 
metástases de mama, pulmão e próstata. 
Em seguida, o mieloma múltiplo e os tumores primários ósseos são 
as causas mais comuns. 
→Os TU ósseos malignos se apresentam com dor, de maior 
intensidade à noite, prejudicando o sono. 
→ Exames complementares: radiografia, TC, RNM e cintilografia. 
Osteossarcoma 
Dentre os TU malignos primários, é o maior representante. 
→ Acomete jovens de 10-25 anos; 
→ Localizados principalmente em metáfise de ossos longos (fêmur 
distal, tíbia proximal e úmero proximal).
Osteossarcoma 
É de crescimento rápido, 
c o m i n í c i o s ú b i t o e 
progressão acentuada.. É, 
classicamente, um tumor 
formador de osso (formação 
óssea ao redor do osso 
habitualmente existente). 
Exames complementares: FA 
elevada; radiografia: lesão 
heterogênea, borda irregular,.
aumento difuso do osso preexistente, áreas blásticas, osso 
esclerótico e reação periosteal além da cortical do osso. 
Tratamento: quimioterapia neoadjuvante + ressecção cirúrgica do 
segmento. Maioria dos casos: finaliza com quimioterapia adjuvante. 
Pela ressecção, pode ser necessária a utilização de endopótese 
para substituir o segmento ósseo.
CONDROSSARCOMA: 
Tumor maligno derivado de cartilagem. 
→Acomete > 25 anos. Principalmente em 
pelve, fêmur proximal, tíbia e úmero. 
→ É lento e gradual; oligossintomático. 
Na imagem: expansão medular (região 
interna do osso parece estar “insuflada”). Há 
espessamento da cortical, com áreas de 
irregular idade endosteal , bem como 
calcificações algodonosas na lesão. 
Tratamento : não responde bem à 
quimioterapia. Apenas ressecção cirúrgica. 
Sobrevida em 5 anos: varia de acordo com o 
estadiamento. 
Tipo 1: 90%; tipo 2: 81%; tipo 3: 29%.
TUMOR DE EWING: Sarcoma de alta malignidade. 
→ Acomete pacientes entre 5-15 anos. 
Geralmente em diáfises de óssos longos (fêmur, fíbula e ulna são 
os mais acometidos). 
Raio-X: lesões permeativas (“roído por traça), com lesão salpicada 
e irregularmente distribuídas, predomínio de áreas líticas e reação 
periosteal (como se as camadas de periósteo se “descolassem”). 
Tratamento: 
radioterapia + quimiote-
rapia + ressecção cirúr-
gica (após a redução do 
tumor pela radio e qui-
mio). 
 

FISIOLOGA DO TECIDO ÓSSEO
Tecido Ósseo 
- Tecido conjuntivo especializado, formado por células e matriz 
extracelular calcificada (matriz óssea). 
- Aloja e proteje a medula, é depósito de Ca, fosfato e outros 
íons. É o principal constituinte do esqueleto. 
- Protege os órgãos vitais. Realiza o suporte para tecidos moles, 
absorve toxinas e metais pesados para evitar efeitos nos demais 
órgãos. 
COMPONENTES: 
Osteócito: células no interior da MEC; ocupa as lacunas das quais 
partem os canalículos, que ligam essas células); fica sempre um 
osteócito para cada lacuna. O núcleo é achatado, tem pouco RER, 
complexo de Golgi pouco desenvolvido e com núcleo e cromatina 
condensada. Função: manter a MEC. 
Osteoblasto: quando ativos, são cubóides e têm citoplasma basófilo. 
Os menos ativos são mais achatados e citoplasma menos basófilo. 
Função: síntese de glicoproteínas, proteoglicanos e colágeno (parte 
orgânica da matriz óssea) e concentra o fosfato de Ca, participando 
da mineralização desta matriz. Uma vez aprisionados na matriz 
recém-formada, são denominados osteócitos. 
Osteoclasto: células móveis, multinucleadas, gigantes, extensamente 
ramificadas, citoplasma granuloso e pouco basófilo (jovens) acidófilos 
nos maduros. Formados por precursores mononucleados da MO, 
combinados com o tecido ósseo. 
Parte inorgânica → íons mais encontrados são fosfato e Ca. 
Também presentes: bicarbonado, Mg, K, Na e citrato. 
Parte orgânica → 95% é colágeno tipo 1, proteoglicanos e glicopro-
teínas. 
Crescimento Ósseo 
Ocorre por ossificação intramembranosa e endocondral; a primeira 
ocorre no interior de uma membrana conjuntiva e forma os ossos 
da face (frontal, parietal, occipital, temporal, maxilar e mandibular). O 
local da membrana em que inicia a ossificação se chama centro de 
ossificação primária. 
A parte da conjuntiva que não sofre ossificação constitui o 
endósteo e o periósteo. 
Ossificação endocondral: inicia sobre uma peça de cartilagem hialina, 
que se forma através da condensação do mesênquima e toma 
forma semelhante à do osso que será constituído. Depois, as células 
condensadas desta área se diferenciam em condrócitos (células 
cartilaginosas), que elaboram uma substância intercelular, que é o 
esboço da peça óssea. 
A cartilagem hialina sofre modificações, com hipertrofia dos 
condrócitos, redução da matriz cartilaginosa, mineralização e morte 
dos condrócitos. As cavidades calcificadas são invadidas por capilares 
sanguíneos e células mesenquimatosas indiferenciadas, vindas do 
conjuntivo adjacente. Essas células se diferenciarão em osteoblastos, 
que depositarão matriz óssea sobre os restos de cartilagem 
calcificada. (É o principal tipo de ossificação na formação de ossos).
Remodelação Óssea 
Acontece tanto no osso cortical, quanto no trabecular. É mais 
intensa no último. Isso se deve à grande superfície existente 
neste tecido, pela enorme quantidade de trabéculas ósseas. 
Função: renovar o tecido ósseo, sem alterar sua arquitetura, 
além de participar da homeostase do Ca e outros íons. 
→ Ocorre em uma taxa de 10%/ano e continua por toda a 
vida. Acredita-se que, a cada 10 anos, todo o esqueleto tenha 
sido renovado. Após os 40 anos, há predomínio da 
reabsorção sobre a formação óssea (osteopenia fisiológica). 
Ativação Óssea 
A cada 10s é ativado um novo local de remodelação. Estímulos 
sistêmicos (PTH) e locais (tensão mecânica ou microfraturas) 
podem iniciar esta ativação. Este papel tem sido atribuído aos 
osteócitos, que determinariam o local da remodelação. 
→ Células mononucleadas são recrutadas do tecido 
hematopoético, são diferenciadas e fundem-se para 
finalmente transformarem-se em osteoclastos (multinucleadas). 
A remodelação da matriz óssea não mineralizada é feita antes 
que os osteoclastos se fixem na superfície óssea pelas células 
que recobrem o osso. 
→ A presença de cél. do estroma ou da M.O é fundamental 
para diferenciar as células hematopoéticas. Sabe-se que 2 
fatores são necessários para o estímulo: citocina RANKL 
(ligante do receptor ativador do fator nuclear KB) e o fator de 
crescimentoCSF-1 (estimulador da colônia tipo 1). Eles induzem 
a expressão de genes que tipificam o osteoclasto.
Reabsorção Óssea 
Inclui o atracamento dos osteoclastos ativados ao local 
determinado para ser reabsorvido, além da digestão e 
degradação da matriz óssea mineralizada. Depois, eles 
desenvolvem uma borda em escova na superfície em contato 
com o osso e a cavidade formada pela reabsorção logo 
abaixo desta borda é a lacuna de Howship. 
→ Inicialmente, a matriz inorgânica é solubilizada por 
acidificação do meio, pela liberação de prótons pelo 
osteoclasto. Assim, o atracamento deve ser forte entre 
membrana plasmática do osteoclasto x tecido ósseo, para 
impedir o extravasamento de prótons secretados para a 
digestão da matriz. 
→ A degradação da matriz orgânica é promovida por 
hidroxilases e colagenases. O material degradado é removido, 
por transcitose ou por baixo da camada de adesão. 
Substâncias relacionados com o controle da diferenciação e 
ativação dos osteoclastos: RANK, seu ligante RANKL e a 
osteoprotegerina (OPG). 
 
FISIOLOGA DO TECIDO ÓSSEO
Reabsorção Óssea 
Os osteoblastos produzem RANKL (ligante do receptor ativador do 
fator nuclear KB existente nas células hematopoéticas). Sua ligação 
produz a diferenciação e mantém a função fagocitária dos 
osteoclastos. 
Os osteoclastos produzem e secretam a OPG, que atua como 
armadilha de captura para o RANKL. A OPG é uma forma solúvel do 
receptor da família dos TNF, que se liga ao RANKL, impedindo sua 
ligação com o RANK e impede a diferenciação das células 
precursoras a osteoclastos. 
Calcitonina e fatores de crescimento: estimulam diretamente a 
reabsorção pelos osteoclastos, como IL-1, 2, 6, TNF-a, TGF-a e 
PDGF. O PTH e a 1,25-di-hidroxivitamina D, assim como uma série 
de citoquinas e fatores do crescimento aumentam o número de 
osteoclastos, por induzirem a sua diferenciação, a partir de seus 
precursores. 
→ A ausência do estrogênio fecha as epífises (↓ do crescimento). 
→ A ação antirreabsortiva por estrogênios e algumas BMP 
estimulam a produção de OPG e suprimem a expressão de RANKL. 
Reversão: 
Período de tempo entre o fim da reabsorção e o início da 
formação óssea (1-2 semanas). A superfície da lacuna é recoberta 
por células mononucleadas constituídas por uma população 
heterogênea, que promovem limpeza do local e recobrem a 
superfície com uma substância tipo cimento. 
Especula-se se a função deste cimento não seria guiar os 
osteoblastos para a superfície a ser formada. 
Estimativa da idade óssea 
Método de Greulich & Pyle (GP): avalia cada centro de 
ossificação presente na mão e punho (não-dominantes) e 
compara com a imagem do mesmo lado no atlas. A cada 
centro é atribuída uma idade e, ao final, é feita a totalização 
das idades, calculando a média aritmética. 
Método de Greulich & Pyle Visual (GPV): puramente inspecional. 
Observa-se a radiografia como um todo e a compara com a 
imagem padrão do atlas. 
Método de Tanner e Whitehouse (TW): analisa os 20 ossos da 
mão e punho, atribuindo um escore específico para cada osso 
e sexo e, pela soma desses escores, obtém-se a idade óssea. 
Após obtidas as estimativas, os resultados são submetidos a 
tratamento estatístico, com obtenção das médias, desvios-
padrão, coeficientes de correlação, regressão linear e teste 
de coincidência e paralelismo de retas.

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