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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo A maioria das neoplasias ósseas se desenvolve durante as primeiras décadas de vida e tem propensão para os ossos longos das extremidades; Prevalência: o Osteossarcoma ➝ adolescência; mais frequente no joelho; o Condrossarcoma ➝ adultos mais velhos; pelve e extremidades proximais; Lesões benignas: frequentemente assintomáticas; são achados incidentais; O primeiro indício da presença de um tumor pode ser uma fratura patológica (não é regra); Excluindo-se as neoplasias originadas de células hematopoiéticas (mieloma múltiplo, linfoma e leucemia), o osteossarcoma é o câncer primário mais comum do osso, seguido pelo condrossarcoma e o sarcoma de Ewing; Agravos que induzem lesão crônica e inflamação (infartos ósseos, osteomielite crônica, doença de Paget, radiação e próteses metálicas) ➝ aumentam o risco de neoplasia óssea ➝ proliferação + inflamação crônica + reparação = cenário para mutações oncogênicas; Produzem osteoide não mineralizado ou tecido ósseo reticular mineralizado; Transformação maligna é rara; Massas arredondadas ou ovais de tecido arenoso, castanho e hemorrágico; São bem circunscritos e compostos por trabéculas de osso reticular interconectadas aleatoriamente, que são proeminentemente margeadas por uma única camada de osteoblastos; O tamanho relativamente pequeno e as margens bem definidas desses tumores, em combinação com as características citológicas benignas dos osteoblastos neoplásicos, ajudam a distingui-los dos osteossarcomas; Osteomas osteoides provocam a formação de uma enorme quantidade de osso reativo, que cerca a lesão ➝ a neoplasia real se manifesta radiograficamente como uma pequena área redonda Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo radiolucente que pode ser centralmente mineralizada; Tumores benignos produtores de osso; Têm características histológicas idênticas, mas diferem em tamanho, locais de origem e sintomas; Osteomas osteoides: menores que 2 cm de diâmetro; geralmente ocorrem em homens jovens, em sua adolescência ou por volta dos 20 anos; o Podem surgir em qualquer osso, mas têm predileção pelo esqueleto apendicular; o 50% dos casos envolvem o fêmur ou tíbia; geralmente surgem no córtex e, com menos frequência, dentro da cavidade medular; o Apresentam dor severa noturna que é aliviada pela aspirina e outros agentes anti-inflamatórios não esteroides o Dor: causada pela prostaglandina E2 (PGE2) produzida pelos osteoblastos em proliferação; o Tratamento: ablação por radiofrequência; Osteoblastoma: maior do que 2 cm; o Envolve a coluna vertebral posterior (lâminas e pedículos) com mais frequência; o A dor não responde à aspirina; o Não costuma induzir uma reação óssea marcante; o Tratamento: curetagem ou excisão em bloco. Tumor maligno primário mais comum do osso, excluindo-se o mieloma e o linfoma, sendo responsável por cerca de 20% dos cânceres ósseos primários; Células tumorais produzem matriz osteoide ou osso mineralizado; Ocorre em todas as faixas etárias, mas tem uma distribuição etária bimodal ➝ 75% em pessoas com menos de 20 anos; o segundo pico menor ocorre em adultos mais velhos, que frequentemente sofrem de condições que predisponentes (doença de Paget, infartos ósseos e radiação prévia); Os homens são mais acometidos do que as mulheres; Qualquer osso pode ser envolvido; Os tumores geralmente surgem na região metafisária dos ossos longos das extremidades; 50% ocorrem na região do joelho (fêmur distal ou tíbia proximal); Apresentação clínica: massas dolorosas e de crescimento progressivo; fratura súbita pode ser o sintoma primário; Triângulo de Codman: achado radiográfico - sombra triangular entre o córtex e extremidades levantadas de periósteo; indicativa de um tumor agressivo; 70% dos osteossarcomas têm anomalias genéticas adquiridas (alterações cromossômicas estruturais e numéricas complexas); o RB: é um regulador negativo essencial do ciclo celular ➝ mutações germinativas no RB aumentam 1.000 vezes o risco de osteossarcoma; o TP53: gene da integridade genômica; promove o reparo do DNAe apoptose das células irreversivelmente danificada ➝ pacientes com a síndrome de Li-Fraumeni, que têm mutações germinativas no gene TP53, têm elevado a incidência do tumor; o INK4a: é inativado em muitos osteossarcomas; gene que codifica supressores de tumor - p16 (regulador negativo de cinases dependentes de ciclina) e p14 (aumenta a função de p53); o MDM2 e CDK4: reguladores do ciclo celular que inibem a função de p53 e RB, respectivamente; são superexpressos em osteossarcomas de baixo grau; Classificação: o Local de origem: intramedular, intracortical ou superfície; o Grau histológico: baixo, alto; o Primário: osso subjacente é normal; o Secundário a doenças preexistentes: tumores benignos, doença de Paget, infartos ósseos, radiação prévia; o Características histológicas: osteoblástico, condroblástico, fibroblástico, telangiectásico, de pequenas células e de células gigantes; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Subtipo mais comum: surge na metáfise dos ossos longos e é primário, intramedular, osteoblástico e de alto grau; São tumores volumosos, granulosos, branco- acinzentados, e muitas vezes contêm áreas de hemorragia e degeneração cística; Se espalham no canal medular, infiltrando e substituindo a medula hematopoiética; Células tumorais: variam em tamanho e forma, e frequentemente apresentam grandes núcleos hipercromáticos; A formação de osso pelas células tumorais é diagnóstica; Além de osso, as células tumorais podem produzir cartilagem ou tecido fibroso - não são necessários para o diagnóstico; Osteossarcoma condroblástoco: possui cartilagem maligna abundante; São responsáveis pela maioria dos tumores primários do osso (tanto benignos quanto malignos) - apesar de o osteossarcoma ser o tumor maligno mais comum dos ossos; Caracterizados pela formação de cartilagem hialina ou mixoide; fibrocartilagem e cartilagem elásticas (raros); Benignos são mais comuns que malignos; Tumor benigno encapado por cartilagem que se prende ao esqueleto subjacente por um talo ósseo; Tumor ósseo benigno mais comum; 85% são solitários; o restante é parte da síndrome de exostose múltipla hereditária (doença hereditária autossômica dominante); Osteocondromas solitários: diagnosticados ao final da adolescência e início da idade adulta; múltiplos osteocondromas podem aparecer na infância; Homens são três vezes mais afetados que mulheres; Se desenvolvem apenas em ossos de origem endocondral e surgem a partir da metáfise perto da placa de crescimento dos ossos longos tubulares, especialmente perto do joelho; São massas de crescimento lento, que podem ser dolorosas se incidirem sobre um nervo ou se a haste for fraturada; Exostoses hereditárias estão associadas a mutações germinativas de perda de função nos genes EXT1 ou EXT2 e subsequente perda do alelo de tipo selvagem remanescente em condrócitos da placa de crescimento; Expressão reduzida de EXT1 ou EXT2 tem sido observada em osteocondromas esporádicos; o EXT1 e EXT2: codificam enzimas que sintetizam o glicosaminoglicano sulfato de heparan - glicosaminoglicanos reduzidos ou anormais podem evitar a difusão normal do fator do ouriço indiano (Ihh), um regulador local de crescimento da cartilagem, interrompendo a diferenciação de condrócitos e desenvolvimento esquelético; São sésseis ou pedunculados e variam de 1 a 20 cm de extensã; Capa: constituída por cartilagem hialina benigna de espessura variável; coberta perifericamente por pericôndrio; Cartilagem: aspecto de placa de crescimento desorganizadae sofre ossificação endocondral, com o osso recém-formado constituindo a porção interna da cabeça e da haste; Córtex da haste funde-se ao córtex do osso hospedeiro - a cavidade medular do osteocondroma e do osso a partir do qual ele surge ficam em continuidade; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Tumores benignos de cartilagem hialina; geralmente ocorrem em ossos de origem endocondral; Podem surgir dentro da cavidade medular (encondromas) ou sobre a superfície do osso (condromas justacorticais); Mais comuns entre os tumores intraósseos de cartilagem; Diagnosticados em indivíduos de 20 a 50 anos de idade; Aparecem como lesões metafisárias solitárias de ossos tubulares (longos) das mãos e dos pés; Características radiológicas: lucências circunscritas com calcificações irregulares centrais, borda esclerótica e córtex intacto; Doença de Ollier e síndrome de Maffucci são doenças não hereditárias caracterizadas por múltiplos encondromas; Maioria é assintomática e é detectada incidentalmente; São dolorosos e provocam fratura patológica; Patogenia: mutações heterozigotas nos genes IDH1 e IDH2 ➝ fazem com que as proteínas codificadas, isoformas da enzima desidrogenase de isocitrato, adquiriram nova atividade enzimática que conduz à síntese de 2-hidroxiglutarato ➝ o 2- hidroxiglutarato produzido pela subpopulação de células IDH-mutantes em encondromas difunde-se para as células vizinhas com genes IDH normais, causando alterações epigenéticas oncogênicas nesses vizinhos geneticamente normais (transformação por associação); Morfologia: geralmente menores que 3 cm; são cinza-azulados e translúcidos; compostos de nódulos bem circunscritos de cartilagem hialina contendo condrócitos citomorfologicamente benignos; Tumores malignos que produzem cartilagem; Subclassificados histologicamente: o Convencional: produtor de cartilagem hialina; Central (intramedular): 90% dos condrossarcomas; Periférico; o De células claras; o Desdiferenciado; o Mesenquimal; Quase duas vezes menos comum que o osteossarcoma; Segundo tumor ósseo maligno produtor de matriz; Prevalência: 40 anos ou mais; sexo masculino; o Variantes de células claras e mesenquimal: pacientes mais jovens, na adolescência, ou por volta dos 20 anos; Comumente surgem no esqueleto axial - pelve, ombros e costelas; ao contrário do encondroma, as extremidades distais são raramente envolvidas; Achados radiológicos: matriz calcificada aparece como áreas de densidades floculentas; tumor de crescimento lento e de baixo grau provoca o espessamento reativo do córtex; neoplasia de alto grau (mais agressiva) destrói o córtex e forma uma massa nos tecidos mole; Variante de células claras: origina-se de epífises de ossos longos tubulares; 15% dos condrossarcomas convencionais são secundários – surgem de um encondroma ou osteocondroma; Patogenia: o Condrossarcomas provenientes da síndrome de osteocondromas múltiplos exibem mutações nos genes EXT; o Condrossarcomas tanto esporádicos como relacionados à condromatose podem ter mutações IDH1 e IDH2; silenciamento do gene supressor tumoral CDKN2A por metilação do DNA é comum em tumores esporádicos; Morfologia: tumores volumosos, constituídos por nódulos de cartilagem branco-acinzentada, brilhante e translúcida, e a matriz é muitas vezes gelatinosa ou mixoide; calcificações pontuais presentes e a necrose central pode criar espaços císticos; se estende através do córtex até o músculo ou gordura adjacentes; Histologia: cartilagem infiltra o espaço medular e envolve as trabéculas ósseas preexistentes; tumores variam em celularidade, atipia citológica e atividade mitótica, sendo atribuído um grau de 1 a 3; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Grau 1: celularidade relativamente baixa; condrócitos têm núcleos vesiculares tumefeitos com pequeno nucléolo; Grau 3: alta celularidade, pleomorfismo extremo com células tumorais gigantes e bizarras, e mitoses; o Condrossarcoma desdiferenciado: condrossarcoma de baixo grau com um segundo componente de alto grau que não produz cartilagem; o Condrossarcoma de células claras: exibe lençóis de grandes condrócitos malignos, com abundante citoplasma claro, numerosas células gigantes tipo osteoclastos e formação intralesional de osso reativo, o que muitas vezes causa confusão com osteossarcoma; o Condrossarcoma mesenquimal: ilhas de cartilagem hialina bem diferenciada, envoltas por lençóis de pequenas células arredondadas - podem simular um sarcoma de Ewing; Curso Clínico: como massas dolorosas de crescimento progressivo; o Grau 1 raramente: metastatizam; o Grau 3: 70% dos tumores apresentam disseminação hematogênica, especialmente para os pulmões; Tumor ósseo maligno; Caracterizado por células redondas, primitivas, sem diferenciação óbvia; Sarcoma de Ewing e tumor neuroectodérmico primitivo (PNET); PNET possui mais diferenciação neuroectodérmica do que o sarcoma de Ewing - não é clinicamente significativo; Representam de 6% a 10% dos tumores malignos primários do osso; Os ESFT têm a menor idade média de apresentação - 80% dos indivíduos têm menos 20 anos; meninos são ligeiramente mais afetados que meninas; predileção para os brancos; Surgem na diáfise de ossos tubulares longos, especialmente no fêmur e nos ossos achatados da pelve; Apresentação clínica: massas dolorosas crescentes; a região afetada é sensível, quente e edemaciada; o Pode acarretar alterações sistêmicas que imitam infecção - febre, taxa de sedimentação elevada, anemia e leucocitose; Achados radiográficos: tumor destrutivo lítico com margens infiltrativas, que se estende para os tecidos moles circundantes; o Reação periosteal característica produz camadas de osso reativo depositado num aspecto tipo casca de cebola; Patogenia: a maioria dos ESFT contém uma translocação (11; 22) (q24; q12) geradora de uma fusão do gene EWS no cromossomo 22 com o gene FLI1; Morfologia: surge na cavidade medular e invade o córtex, o periósteo e os tecidos moles; tumor mole, ocre-esbranquiçado, contém áreas de hemorragia e necrose; as células possuem citoplasma escasso, que pode parecer claro por ser rico em glicogênio; presença de rosetas de Homer-Wright (agrupamentos redondos de células em torno de um núcleo fibrilar central) indica um maior grau de diferenciação neuroectodérmica; Células gigantes multinucleadas do tipo osteoclasto – osteoclastoma; Incomum e benigno, mas localmente agressivo; Prevalência: entre 20 e 40 anos de idade; Patogenia: as células neoplásicas do tumor de células gigantes são precursoras primitivas dos osteoblastos; o Expressam altos níveis de RANKL ➝ proliferação de precursores de osteoclastos e a sua diferenciação em osteoclastos maduros via RANK expresso por essas células; O feedback entre osteoblastos e osteoclastos, que regula este processo durante o remodelamento ósseo, está Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo ausente ➝ reabsorção localizada, mas altamente destrutiva; Surge nas epífises, mas pode se estender para as metáfises; o A maior parte se origina ao redor do joelho (fêmur distal e tíbia proximal); Localização típica: próxima a articulações ➝ causa sintomas típicos de artrite; Pode se apresentar com fraturas patológicas; Morfologia: o tumor destrói o córtex sobrejacente, produzindo uma massa de tecido mole saliente, delineada por uma casca fina de osso reativo; são grandes massas vermelhoacastanhadas; Histologia: constituído por camadas de células mononucleares ovais e uniformes e numerosas células gigantes do tipo osteoclasto, com 100 ou mais núcleo; Tumor caracterizado porespaços císticos multiloculados, preenchidos por sangue; COA primário: afeta todos os grupos etários, mas geralmente ocorre durante as 2 primeiras décadas de vida e não tem predileção por sexo; Se desenvolve nas metáfises dos ossos longos e nos elementos posteriores dos corpos vertebrais; Sinais e sintomas mais comuns ➝ dor e edema; Quando envolve as vértebras, pode comprimir as raízes nervosas e causar sintomas neurológicos; Raramente ocorrem fraturas patológicas; Patogenia: rearranjos do cromossomo 17p13, resultando na fusão da região codificadora do USP6 a promotores de genes que são altamente expressos em osteoblastos, levando a hiperexpressão de USP6 o USP6 ➝ codifica uma protease específica de ubiquitina que regula a atividade do fator de transcrição NFkB Aumento da atividade NFkB regula positivamente genes como metaloproteases de matriz, que conduzem a reabsorção cística do osso; o COAs secundários não têm rearranjos USP6 e são desencadeados por mecanismos epigenéticos; Morfologia: consiste em múltiplos espaços císticos cheios de sangue, separados por septos finos, branco-acastanhados; os septos são compostos de fibroblastos roliços uniformes, células gigantes multinucleadas semelhantes a osteoclastos, e osso reticular reativo; osso revestido por osteoblastos; Tratamento: cirúrgico - curetagem ou ressecção em bloco; Forma mais comum de malignidade óssea; Vias de disseminação: o Extensão direta; o Disseminação linfática ou hematogênica; o Contaminação intraespinal (via veias do plexo de Batson); Qualquer câncer pode invadir o osso; em adultos, mais de 75% das metástases ósseas se originam de cânceres de próstata, mama, rins e pulmões; São multifocais; carcinomas do rim e tireoide podem se apresentar com lesões solitárias; Achados radiográficos: aparência puramente lítica (destruição óssea), puramente blástica (formando osso), ou mista, lítica e blástica; o Adenocarcinoma da próstata: predominantemente blástico; o Carcinomas do rim, pulmão e trato gastrointestinal e melanoma maligno: produzem lesões líticas; Células tumorais não reabsorvem osso diretamente nas lesões líticas ➝ elas segregam substâncias (prostaglandinas, citocinas e PTHrP) que regulam positivamente o RANKL em osteoblastos e células do estroma, estimulando a atividade osteoclástica; o O crescimento de células tumorais é suportado pela liberação de fatores de crescimento ligados à matriz (TGF-β, IGF-1 e FGF), enquanto o osso é reabsorvido; Terapêutica: quimioterapia sistêmica, radiação localizada e bifosfonatos; cirurgia para estabilizar fraturas patológicas; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Segundo a classificação mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), os tumores ósseos são classificados em quatro tipos: o Benignos: têm pequena capacidade de recidiva local; em caso de recidiva, não é destrutiva e é tratada com ressecção marginal ou curetagem; o Intermediários localmente agressivos: localmente destrutivos, necessitam de ressecção em bloco ou curetagem agressiva com uso de adjuvantes ➝ condrossarcoma de grau I; o Intermediários raramente metastáticos: são como os localmente agressivos e podem apresentar metástases, geralmente pulmonares ➝ tumor de células gigantes; o Malignos: além da destruição local e recidiva, apresentam risco significativo de metástase a distância; Estadiamento de Enneking ➝ para sarcomas musculoesqueléticos; o Sistema GTM: G: grau histológico do tumor; T: contenção ou não do tumor dentro de seu compartimento de origem; M: presença ou não de metástases regionais e/ou a distância; O estadiamento de Enneking 5 define a conduta cirúrgica mais apropriada; Ressecção intralesional: procedimento com margem cirúrgica intralesional pelo qual o cirurgião executa uma ressecção com invasão do leito do tumor e realiza curetagem ou enucleação da lesão, deixando restos macro/microscópicos de tecido neoplásico; Ressecção marginal: realiza-se a ressecção em bloco do tumor e o plano de dissecção segue a área reacional peritumoral ou pela pseudocápsula do tumor. Nessa área, pode haver células satélites do tumor, principalmente nos casos de tumores malignos; Ressecção ampla: feita em bloco com margens cirúrgicas amplas, ou seja, o plano de dissecção prossegue por tecido normal e por fora da área reativa peritumoral; Ressecção radical: aquela em que se obtém uma margem radical por meio da ressecção em bloco de todos os compartimentos envolvidos pela neoplasia; Ressecções intralesionais e marginais ➝ indicadas nos tumores classificados como benignos ou intermediários localmente agressivos ou raramente metastáticos; Ressecções amplas e radicais ➝ recomendadas para as lesões malignas; O tratamento cirúrgico deve ser agressivo o suficiente para que todo o tumor e a margem reativa peritumoral sejam eliminados; As ressecções causam defeitos segmentares nos ossos, corrigidos de diversas maneiras; o Tumores benignos com defeitos cavitários ➝ utilização de enxerto ósseo ou outros substitutos ósseos biológicos (substâncias capazes de induzir ou conduzir a formação de tecido ósseo); o Tumores benignos agressivos e intermediários ➝ utilização de cimento Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo ortopédico também - não compreende uma solução biológica; o Defeitos segmentares ➝ endopróteses, enxertos autólogos, enxertos ósseos autólogos reciclados, enxertos ósseos homólogos (aloenxertos) ou alongamento ósseo com fixadores externos; Enxerto reciclado: obtido após o tratamento do segmento ósseo que contém o tumor primário com irradiação, autoclavagem ou congelamento com nitrogênio líquido; Sistêmicos: agentes quimioterápicos; aplicados nos pacientes portadores de osteossarcoma e sarcoma de Ewing; o Quimioterapia neoadjuvante: ciclos aplicados antes de cirurgias com o intuito de reduzir o tamanho do tumor; Locais: métodos aplicados durante a ressecção intralesional dos tumores benignos, tumores intermediários, mieloma múltiplo e metástases ósseas o Eletrofulguração (bisturi elétrico), crioterapia (nitrogênio líquido), cimento ortopédico e fenol; o Radioterapia: pode ser considerada um adjuvante local, entretanto sua aplicação nos tumores ósseos primários está restrita aos casos de tumor de Ewing quando a margem cirúrgica foi considerada inadequada e nos pacientes com mieloma múltiplo; Embolização: pode ser aplicada como tratamento definitivo de tumores benignos muito vascularizados, como os cistos ósseos aneurismáticos, ou servir para diminuir o volume de outros tumores a fim de facilitar o tratamento cirúrgico definitivo;
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