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1
Informações implícitas
13
Aula 
4B
Português
Gazeta do Povo 11/03/2016
Você sabe: o sentido do que lemos – seja um pequeno enunciado, seja 
um texto de maior extensão – não depende unicamente daquilo que vem 
explicitado aos nossos olhos de leitores. 
Grande parte das informações que ajudam a compor o sentido do que se 
nos apresenta como texto não é trabalhada de forma escancarada; ao contrário, 
trata-se de “pistas” implícitas a um leitor que – espera-se – esteja habilitado em 
captá-las e desvendá-las como peças fundamentais de um todo.
Sem essa capacidade mais sutil de apreensão, certamente ficaremos 
vulneráveis a leituras parciais, porque incompletas, quando não equivocadas.
Ler corretamente, portanto, passa pela depreensão do que é mais imediato 
no texto, mas também daquilo que está nas entrelinhas do que se vê, do que 
se lê.
E é exatamente isso o que nos ajuda a entender os sentidos da tirinha 
acima.
Embora possa parecer um procedimento muito esquemático, por questões 
didáticas façamos um levantamento dos explícitos e dos implícitos na tira. 
 • a cena inicial apresenta uma crítica da personagem à interferência do 
governo municipal e estadual na vida de um taxista. (“IPVA” é um tributo 
pago ao governo estadual; “licença” e “cooperativas” são regidos por 
determinações de uma prefeitura, portanto, do governo municipal);
 • na segunda cena, um outro motorista concorda com a crítica do taxista. 
Nota-se que se trata de um carro do serviço Uber, modalidade de transporte 
que despertou a indignação e fúria da classe dos taxistas nos últimos anos;
 • na cena final, o discurso do taxista – agora em sentido mais amplo, porque 
voltado ao país – reforça sua crítica à administração pública.
Nas marcas explícitas, inicialmente identificamos o taxista e sua reclamação. 
Em seguida, é preciso reconhecer um carro como do serviço Uber, e o tipo de 
contraponto que essa alternativa de transporte representa à categoria dos 
taxistas.
Sem essa informação, fica 
muito complicado captar a ironia 
presente no último quadro. Aí, sim, 
o implícito é fundamental.
Se o leitor não percebe a 
contradição no discurso revoltado 
do taxista, a graça não se dá 
“por inteiro”: o mesmo cidadão 
que reclama da interferência 
do governo em sua vida, no seu 
trabalho, também se queixa da 
falta de interferência do governo 
em sua vida, no seu trabalho... 
Basta, para isso, que tenha algum 
interesse individual ferido – no 
caso da tira, a aparição de um 
concorrente profissional.
Não é difícil entender como 
uma leitura mais refinada é 
necessária, portanto, para que se 
dialogue com a intenção do artista. 
A postura individualista, baseada 
na preservação dos interesses 
próprios, se vale de qualquer 
recurso – mesmo que contraditório 
(quem sabe, inconsciente) – ao 
eleger o alvo de sua fúria. Não 
importa tratar-se da esfera 
municipal, estadual ou federal 
– uma vez que eu estou sendo 
prejudicado, a culpa deve ser de 
alguém, que ora me atrapalha 
(quando interfere muito), ora não 
me ajuda (quando não interfere).
Língua e ideologia
Calma, não se preocupe, porque 
não há nada aqui como “doutrinação” 
ou qualquer tipo de ameaça nesse 
sentido. Linguisticamente falando, 
©
Al
’H
an
at
i
2 Extensivo Terceirão
ao abrir a boca e se pronunciar, você já é um indivíduo 
ideologizado, pela sua própria condição de ser humano, 
reflexo do que ouve em casa, do que discute com os 
amigos, do que vê na televisão, do que lê na internet...
Você sabe: muitas vezes, os textos com que nos 
deparamos cobram – mais do que um conhecimento 
vocabular ou ‘gramatical’ – uma percepção sutil do 
mundo em que vivemos, sem a qual, infelizmente – e 
também muitas vezes –, não conseguimos entender 
certas ideias.
Como temos reiterado ao longo deste curso, nada 
é de graça no mundo da língua e da linguagem. Os 
enunciados nos vêm sempre repletos de significados e 
intenções, pois tudo é ideológico no mundo. Não existe 
mensagem desprovida de intenção, daí que o mito da 
neutralidade ou imparcialidade, tão alardeado, por 
exemplo, pelos meios de comunicação, seja na verdade 
apenas... um mito... 
Cabe-nos, portanto, estar atentos às intenções dos 
enunciadores com quem travamos contato, pois, explí-
cita ou não, sempre haverá uma ideia latente naquilo 
que se enuncia. É essa percepção que nos faz melhores 
ou piores leitores. 
 Algumas estratégias de 
enunciação
Confira a definição de “implícito”, segundo o Novo 
Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa:
De modo bem esquemático e simples, podemos citar 
algumas estratégias que exigem do leitor maior atenção 
e conhecimento prático das relações linguísticas que 
caracterizam a produção de informações em um texto.
I. Pressuposto – corresponde a ideias construídas de 
uma maneira não explícita. Neste caso, há marcas 
formais como palavras, expressões, sinais de pontua-
ção funcionando como “pistas” para uma informação 
a ser depreendida pelo leitor. 
Na pressuposição, o sentido dessa informação é 
algo inquestionável, que não se coloca em discussão 
quanto à sua validade.
Estudo sem questionamento não é um bom sinal. > 
[estudar corretamente pressupõe existirem per-
guntas]
Até ele entendeu esta questão. > [a questão é 
fácil a um ponto tal que mesmo quem não a enten-
deria – “ele” – acabou entendendo]
É bom reforçar: um pressuposto sempre é 
tomado como verdadeiro, pois é a sua leitura como 
verdadeiro quem constrói uma afirmação explícita.
Assim, em 
Todos foram ao passeio da turma do quarto ano, 
menos João.
Um pressuposto é o de que João pertence ao 
quarto ano. Se você nega tal ideia ou não a aceita 
como verdadeira, a frase acima fica sem sentido.
II. Subentendido – trata-se de ideias insinuadas, suge-
ridas pelo autor da mensagem. No pressuposto, não 
há qualquer marca linguística a orientar a construção 
de sentido da informação. Neste caso, portanto, a 
recepção desse sentido é mais “aberta” do que no 
pressuposto, podendo inclusive ser negado pelo leitor, 
agora com maior liberdade de interpretação. 
Essa maior amplitude na interpretação dá ao 
enunciador, inclusive, o benefício de defender-se 
de alguma leitura indesejada, alegando que não 
partiu dele determinada intenção. Os fatores con-
textuais são muito relevantes no trabalho com os 
subentendidos.
Imagine uma hipotética conversa em família:
– Vocês viram que o filho do João passou no 
vestibular sem fazer cursinho? – pergunta o pai.
– Por que você não o adota? – retruca a filha, já 
chorando, lembrando do tempo em que estuda 
para passar no vestibular.
Neste jogo de subentendidos, há defesa para to-
dos os gostos. Imagine que o pai realmente estivesse 
comentando despretensiosamente a aprovação de 
um jovem no vestibular, sem qualquer insinuação ou 
“indireta” à filha. Ele poderia alegar, por exemplo, que 
sequer sabia do curso em que havia sido aprovado o 
“filho do João”. 
Ou seja, com o subentendido se estabelece um 
dinâmico jogo de insinuações, com efeitos apreci-
áveis segundo o grau de competência de entendi-
mento de cada um dos participantes.
III. Ironia – consiste na expressão de uma ideia que 
significa exatamente o contrário do que se enuncia. 
Em outros termos, diz-se algo que representa precisa-
mente o oposto. Naturalmente, o efeito feliz de uma 
ironia só pode decorrer da adesão e da compreensão 
do leitor / receptor ao jogo proposto pelo enunciador; 
do contrário, perde-se o efeito irônico.
O gosto refinado dos emergentes da classe A é 
algo discreto: o modo como expõem suas roupas, 
carros e bugigangas não deixa perceber que são 
novos-ricos.
Fico feliz quando me deparo com alguém tão 
educado! [para uma pessoa sem educação]
Aula 13
3Português 4B
Testes
Assimilação
Instrução: Texto para a questão 13.01.
 
QUINO 
<updateordie.com>
13.01. (UERJ) – No primeiro quadrinho, a declaração feita pela personagem indica um pressuposto acerca do universo escolar.
Esse pressuposto pode ser associado, na escola, à seguinte prática: 
a) negação do patriotismo b) intolerânciaà diversidade c) desestímulo às indagações d) reprovação de brincadeiras 
Instrução: Texto para as questões 13.02, 13.03 e 13.04.
Tratava-se de uma orientação pedagógica que 
acreditava no papel da instrução como base pré-
via das transformações sociais. Ela preconizava 
uma educação ri-
gorosamente leiga 
em classes mistas, 
sem religião, com 
predomínio da ci-
ência apelando para 
a iniciativa do aluno 
e criando para ele 
condições atraentes 
de aprendizado, com o fim de formar cidadãos 
independentes não submetidos aos preconceitos. 
Ao mesmo tempo, Ferrer pregava a organização 
sindical dos professores e a sua solidariedade com 
o movimento operário, como consequência lógica 
do pressuposto segundo o qual a instrução leiga e 
científica leva necessariamente a desejar a transfor-
mação da sociedade.
(Antonio Candido, Teresina etc...) 
13.02. (ESPM – SP) – Com base no texto, pode-se afirmar 
que o modelo pedagógico defendido pretendia aliar: 
a) Religião, obscurantismo e mudança política. 
b) Estado laico, corpo docente e sindicalização dos discentes. 
c) Ciência, participação do aluno e transformação da so-
ciedade. 
d) Formação leiga, nivelamento social e cidadania. 
e) Quebra de preconceitos, identidade operária e revolução. 
13.03. (ESPM – SP) – Na frase: “Ela preconizava uma edu-
cação rigorosamente leiga...”, o verbo em negrito significa: 
a) propagar, defender com louvor. 
b) preconceber, planejar com antecipação. 
c) precipitar, lançar inadequadamente. 
d) anunciar precocemente. 
e) fazer presságios inadequados. 
13.04. (ESPM – SP) – Depreende-se do texto que: 
a) a finalidade de qualquer educação é o esclarecimento em 
assuntos sexuais em classes mistas. 
b) o alvo de uma pedagogia revolucionária consistiria em 
transformar todo aluno em operário. 
c) o objetivo primeiro desse tipo de instrução era formar 
quadros militantes para o movimento sindical. 
d) o intuito desse sistema de ensino era buscar conciliar 
o aprendizado com uma postura favorável à mudança 
social. 
e) a preocupação maior dessa atitude educacional voltava-se 
para uma ética leiga e liberal, mas anticientifíca.
Aperfeiçoamento
Instrução: Texto para as questões 13.05, 13.06, 13.07 e 13.08.
Vivemos num mundo confuso e confusamente 
percebido. De fato, se desejamos escapar à crença de 
que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e 
não queremos admitir a permanência de sua percep-
ção enganosa, devemos considerar a existência de 
pelo menos três mundos num só. O primeiro seria 
4 Extensivo Terceirão
o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização 
como fábula. O segundo seria o mundo tal como ele 
é: a globalização como perversidade. E o terceiro, o 
mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
Este mundo globalizado, visto como fábula, 
constrói como verdade um certo número de fanta-
sias. 1Fala-se, por exemplo, em aldeia global para 
fazer crer que a difusão instantânea de notícias re-
almente informa as pessoas. 2A partir desse mito 
e do encurtamento das distâncias – para aqueles 
que realmente podem viajar – também se difunde 
a noção de tempo e espaço contraídos. 3É como se 
o mundo houvesse se tornado, para todos, ao al-
cance da mão. 4Um mercado avassalador dito glo-
bal é apresentado como capaz de homogeneizar o 
planeta quando, na verdade, as diferenças locais 
são aprofundadas. O mundo se torna menos uni-
do, 5tornando também mais distante o sonho de 
uma cidadania de fato universal. 6Enquanto isso, 
o culto ao consumo é estimulado.
7Na verdade, para a maior parte da humani-
dade, a globalização está se impondo como uma 
fábrica de perversidades. O desemprego crescente 
torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes 
médias perdem em qualidade de vida. O salário 
médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se 
generalizam em todos os continentes. Novas en-
fermidades se instalam e velhas doenças, suposta-
mente extirpadas, fazem seu retorno triunfal.
Todavia, podemos pensar na construção de um 
outro mundo, mediante uma globalização mais 
humana. As bases materiais do período atual são, 
entre outras, a unicidade da técnica, a convergên-
cia dos momentos e o conhecimento do planeta. É 
nessas bases técnicas que o grande capital se apoia 
para construir a globalização perversa de que fala-
mos acima. Mas essas mesmas bases técnicas po-
derão servir a outros objetivos, se forem postas a 
serviço de outros fundamentos sociais e políticos.
MILTON SANTOS
Adaptado de Por uma outra globalização: do pensamento único 
à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004. 
13.05. (UERJ) – No primeiro parágrafo, o autor apresenta 
uma caracterização negativa do mundo atual, ao mesmo 
tempo que propõe um procedimento de análise desse 
contexto que permitiria superá-lo.
Esse procedimento de análise está explicado em:
a) contestação de práticas históricas que geram injustiças 
sociais
b) simulação de cenários futuros que possibilitem novas 
relações humanas
c) formulação de conceitos gerais que simplifiquem uma 
tese controversa
d) delimitação de aspectos distintos que compõem um 
problema complexo
13.06. (UERJ) – Fala-se, por exemplo, em aldeia global para 
fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente 
informa as pessoas. (ref. 1)
Ao empregar a expressão destacada neste trecho, o autor 
indica sua discordância em relação a uma ideia difundida 
como verdade inquestionável.
Outra expressão empregada com a mesma finalidade está 
destacada em:
a) É como se o mundo houvesse se tornado, para todos, ao 
alcance da mão. (ref. 3)
b) Um mercado avassalador dito global é apresentado como 
capaz de homogeneizar o planeta. (ref. 4)
c) tornando também mais distante o sonho de uma cida-
dania de fato universal. (ref. 5)
d) Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. (ref. 6)
13.07. (UERJ) – A partir desse mito e do encurtamento das 
distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – 
também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. 
(ref. 2)
O comentário introduzido entre travessões apresenta um 
ponto de vista do autor que se sustenta em um elemento 
subentendido.
Esse elemento está associado à existência, na sociedade, de:
a) valores familiares
b) apelos publicitários
c) diversidade cultural
d) desigualdade econômica
13.08. (UERJ) – Na verdade, para a maior parte da huma-
nidade, a globalização está se impondo como uma fábrica 
de perversidades. (ref. 7)
No terceiro parágrafo, as frases posteriores ao trecho citado 
desenvolvem a argumentação do autor por meio da apre-
sentação de:
a) hipóteses
c) digressões
b) evidências
d) discordâncias
13.09. (UEFS – BA) – 
CAULOS. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 56.
Considerando-se a análise dos pressupostos e subentendidos 
relacionados com os elementos verbais e não verbais desse 
cartum de Caulos, é correto afirmar que nele está presente 
um recurso estilístico denominado de 
Aula 13
5Português 4B
a) comparação, cotejando os valores e o lugar dos sujeitos 
em uma sociedade excludente. 
b) paradoxo, sugerindo uma incompatibilidade ideológica 
referente aos que representam a força e a fraqueza. 
c) oximoro, explicitando, através de conceitos contrários, 
elementos que se complementam no contexto público. 
d) antítese, denunciando, por meio de figuras e vocábulos an-
tagônicos, a desigualdade, a opressão e a exploração social. 
e) metonímia, substituindo os indivíduos e suas classes sociais 
por nomes que apresentam entre si ideias contraditórias. 
Instrução: Texto para a questão 13.10.
Imagem – Reprodução/Internet
Médico debocha de paciente na 
internet e é demitido
Pacientes e internautas ficaram indignados 
com a postura do funcionário
Um médico plantonista do hospital públi-
co Santa Rosa de Lima, administrado pela Santa 
Casa de Serra Negra, em São Paulo, foi afastado 
do trabalho após ter uma foto divulgada em seu 
Facebook em que debocha de um paciente que 
não falou corretamente as palavras “pneumonia” 
e “Raio-X” em uma consulta.
O médico em questão publicou emsua rede 
social a imagem de um receituário em que se lê: 
“Não existe peleumonia e nem raôxis”. A posta-
gem foi comentada pelas funcionárias do hospi-
tal, que também foram demitidas.
O Conselho Regional de Medicina de São Pau-
lo (Cremesp) informou que vai instaurar uma 
sindicância para avaliar a postura do profissional.
O caso ganhou repercussão depois que a denún-
cia foi publicada na coluna “Comentando”, e outros 
pacientes e internautas ficaram indignados com 
a postura do clínico geral. A diretoria do Hospital 
Santa Rosa de Lima publicou uma nota em que re-
pudia o comportamento dos ex-funcionários.
Texto adaptado. Disponível em: <http://noticias.band.uol.com.br/
cidades/noticia/100000816630/medico-debocha-depaciente-na-
internet-e-e-demitido-de-hospital.html>. Acesso em: 07 nov. 2016. 
13.10. (UCPEL – RS - Adaptado) – Sobre o a posição do 
médico, referida no texto, é correto afirmar que:
I. Em sua atitude preconceituosa, o médico ilustra a importância 
de usar a maneira correta de se empregar as palavras “pneu-
monia” e “Raio-X” em uma consulta.
II. O médico deixa subentendido que língua é dinâmica e 
exerce um papel social, assim, podem coexistir variações 
da mesma.
III. O médico privilegia a utilização da norma culta da língua 
não se apegando ao contexto comunicativo.
IV. O médico deixa implícito que, no contexto social, a es-
colaridade não influencia em um diálogo, pois considera 
as variações dialetais. 
a) I e II. 
d) II e IV. 
b) III e IV. 
e) I e III. 
c) II e III. 
Aprofundamento
Instrução: Texto para a questão 13.11.
O amigo da casa
A própria menina se prende muito a 1ele, que 
ainda lhe trouxe a última boneca, embora agora ela 
se ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala 
sob a luz do abajur e lê a revista de quadrinhos. 2Ele 
é alemão como o dono da casa. Tem apartamento 
no hotel da praia e joga tênis no clube, saltando com 
energia para dentro do campo, a raquete na mão. 
Assiste às partidas girando no copo de uísque os 
cubos de gelo. É o amigo da casa. Depois do jantar, 
passeia com a mãe da menina pelo caminho de pe-
dra do jardim: as duas cabeças – a loira e a preta de 
cabelos aparados – vão e vêm, a dele já com entradas 
da calva. 3Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso, 
que o moço de bordo vai deixar no escritório.
O dono da casa é Seu Feldmann. 4Dirige o seu 
pequeno automóvel e é muito delicado. Cumpri-
menta sempre todos os vizinhos, até mesmo os mais 
canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfândega.
Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a ca-
beça. Compra marcos a bordo e no banco para a 
5sua viagem regular à Alemanha. Viaja em compa-
nhia do comandante do cargueiro, em camarote 
especial. Então respira o ar marítimo no alto do 
convés, os braços muito brancos e descarnados, 
na camisa leve de mangas curtas.
A fortuna de origem é da mulher: as velhas casas 
no centro da cidade, os antigos armazéns, 6o sítio da 
serra, de onde ela desce aos domingos em compa-
nhia 7do 8outro, que é o amigo da casa, e da menina.
9Saem os dois à noite e 10ele para o seu próprio 
automóvel sob os coqueiros na praia. 11Decerto 
brigaram mais uma vez, porque ela volta para 
casa de olhos vermelhos, enrolando 12nos dedos 
o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela 
e seu Feldmann dormem em quartos separados). 
Trila o apito do guarda. 13Os faróis do automóvel 
na rua pincelam de luz as paredes, tiram reflexo 
do espelho. 14Ela permanece insone: o vidro de 
sua janela é um retângulo de luz na noite.
(Moreira Campos. In Obra Completa – contos II. 1969. p. 120-122. 
Originalmente publicado na obra O puxador de terço. Texto adaptado.) 
6 Extensivo Terceirão
13.11. (UECE) – O início e o final de um conto são impor-
tantíssimos: o início porque conquista e seduz, ou afasta o 
leitor; o final, porque, via de regra, corresponde ao clímax da 
história. O desfecho de um conto pode ser de duas ordens: 
enigmático, imprevisível, surpreendente (maior incidência 
no conto tradicional); destituído de enigma, surpresa ou 
imprevisto (maior incidência no conto moderno).
Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se 
diz sobre o começo e o fim do texto.
( ) O início do conto (texto) peca literariamente por ser 
impreciso ao introduzir as personagens, pois não as 
nomeia; refere-se a elas usando pronome – “ele”, “ela” – 
e sintagmas nominais – “o amigo da casa”, “a menina”, 
o que as despersonaliza.
( ) A despersonalização dos actantes não é, em tese, a 
melhor técnica narrativa, uma vez que pode dificultar 
o entendimento do leitor.
( ) O epílogo do conto (texto 1) é destituído de enigma, 
surpresa ou mistério. A falta desse elemento de sur-
presa aproxima o conto em pauta do conto moderno.
( ) O emprego do vocábulo “própria” no início do texto su-
gere continuidade. Esse vocábulo, na posição em que se 
encontra parece exigir um pressuposto, no caso em foco, 
o pressuposto de que a menina teria muitas razões para 
não se prender a ele, no entanto... É como se o narrador 
estivesse retomando uma narrativa interrompida.
Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: 
a) V – F – V – F. 
c) V – V – F – F. 
b) F – F – V – V. 
d) F – V – F – V. 
13.12. (UFJF – MG) – Leia um trecho de uma entrevista com 
o antropólogo Roberto DaMatta:
O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção?
Se a regra transgredida não causa prejuízo, 
temos o “jeitinho” positivo e, dirá eu, ético. Por 
exemplo: estou na fila, chega uma senhora pre-
cisando pagar sua conta que vence aquele dia e 
pede para passar na frente. Não há o que recla-
mar dessa forma de “jeitinho”, que seria universal 
porque poderia ocorrer na maioria dos países co-
nhecidos, exceto talvez na Alemanha ou na Suíça, 
onde um trem sai às 14:57! E sai mesmo: eu fiz 
o teste.
A questão sociológica que o “jeitinho” apresen-
ta, porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim 
com a lei geral, com a norma desenhada para to-
dos os cidadãos, com o pressuposto que essa regra 
universal produz legalidade e cidadania! Eu pago 
meus impostos integralmente e por isso posso exi-
gir dos funcionários públicos do meu país. Tenho 
o direito – como cidadão – de tomar conta da Bi-
blioteca Nacional, que também é minha. Agora, se 
eu dou um jeito nos meus impostos porque o de-
legado da receita federal é meu amigo ou parente e 
faz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho” viran-
do corrupção. (...) O que nos enlouquece hoje no 
Brasil não é a existência do jeitinho como ponte 
negativa entre a lei e a pessoa especial que dela se 
livra. É a persistência de um certo estilo de lidar 
com a lei, marcadamente aristocrático, que de cer-
to modo induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão, 
o governador, o presidente a passar por cima da lei 
porque ele a “empossa”. 
DaMatta, R. Entrevista. Disponível em: <http://maniadehistoria.
wordpress.com/>. Acesso em: 19 ago. 2014. (adaptado)
Considerando o texto acima, escolha a alternativa CORRETA.
Para Roberto DaMatta:
I. o “jeitinho brasileiro” é sempre sinônimo de corrupção.
II. toda regra transgredida provoca prejuízo aos outros.
III. ocupar certos cargos não significa estar acima da lei. 
a) todas as afirmativas são verdadeiras. 
b) todas as afirmativas são falsas. 
c) apenas a afirmativa III é verdadeira. 
d) as afirmativas I e III são verdadeiras. 
e) apenas a afirmativa I é falsa. 
Instrução: Texto para a questão 13.13.
Como percepção da sociedade moderna, não 
há nada que se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifes-
to Comunista’ e aos escritos sobre a luta de classes 
na França. A potência da formulação e da análise 
até hoje deixa boquiaberto. Dito isso, os prog-
nósticos de Marx sobre a revolução operária não 
se realizaram, o que obriga a uma leitura distan-
ciada. Outros aspectos da teoria, entretanto, fica-
ram de pé, mais atuais do que nunca, tais como a 
mercantilização da existência, a crise geral sempre 
pendente e a exploração do trabalho. Nossa vida 
intelectual seria bem mais relevante se não fechás-
semos os olhos para esse lado das coisas.
(Roberto Schwarz,“Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013) 
13.13. (ESPM - SP) – No trecho: “... o que obriga a uma 
leitura distanciada.”, a expressão em destaque tem o valor 
semântico de: 
a) leitura nas entrelinhas, ou seja, do que está subentendido. 
b) leitura que leva em conta o contexto temporal. 
c) leitura fantasiosa, imaginativa. 
d) leitura crítica, sem envolvimento emocional. 
e) leitura interpretativa com uma óptica moderna. 
13.14. (FUVEST – SP) – 
“O que dói nem é a frase (Quem paga seu sa-
lário sou eu), mas a postura arrogante. Você fala 
e o aluno nem presta atenção, como se você fosse 
uma empregada.”
(Adaptado de entrevista dada por uma professora à “Folha de S. Paulo”)
Aula 13
7Português 4B
a) A quem se refere o pronome “você”, tal como foi usado 
pela professora? Esse uso é próprio de que variedade 
linguística?
b) No trecho “como se você fosse uma empregada”, fica 
pressuposto algum tipo de discriminação social? Justi-
fique sua resposta. 
 
Instrução: A questão 13.15 baseia-se na primeira parte de um poema do parnasiano Alberto de Oliveira (1857-1937).
FLOR AZUL - I
Abre uma flor sem nome entre as flores da serra.
À quentura do sol e seio azul descerra.
Dela, por conhecê-la, um sábio pensativo
Aproxima-se, vai, do parênquima vivo
Das folhas, observar com a lente estoma e estoma;
Analisa-lhe o suco, aspira o fino aroma
Ao seu cálice, toca a leve contextura,
Os estames lhe conta, o ovário lhe procura
E sonda; até que enfim: “Ora! - seguro exclama -
É uma... E grego e latim, nome híbrido lhe chama 
Dissonante e confuso. Após se afasta e some.
E eu fiquei, flor azul, sem te saber o nome!
In: OLIVEIRA, Alberto de. POESIAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Núcleo Editorial da UERJ, 1978, vol. II, p. 421.
13.15. (UNESP – SP) – A RETICÊNCIA é um procedimento de discurso que consiste em interromper a sequência de uma frase, 
devido a diferentes razões, como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou indecorosa, ou deixar de expressar algo que 
pode ser facilmente subentendido. Partindo desta informação, releia o poema de Alberto de Oliveira e, a seguir,
a) mencione o verso em que ocorre um caso de reticência e justifique a utilização desse recurso pelo poeta;
b) explique, com base na leitura do poema, o caráter irônico da fala do poeta à flor, no último verso.
8 Extensivo Terceirão
Instrução: Texto para a questão 13.16. 
1A vida de geladeira me lembrava a infância 
2quando nos prendiam no quarto com uma da-
quelas doenças inevitáveis: sarampo, caxumba, 
catapora. Ali ainda era possível olhar pela janela 
a chuva fininha caindo nas ruas de Minas, a tropa 
de burros transportando carvão, 3a cara do carvo-
eiro manchada de negro nas bochechas. Os adul-
tos apareciam de tarde e de manhã, 4colocavam 
o termômetro não sem balançá-lo energicamente 
antes. 5Quando tiravam o termômetro e se apro-
ximavam da claridade, 6discutiam em voz baixa. 
Trinta e sete e meio, normal; não, trinta e sete e 
meio ainda é febre. Não sabíamos o que signifi-
cavam realmente aqueles números e nem aquela 
coisa fria debaixo do braço. Mas a palavra febre 
era definitiva. Com febre você não pode sair; en-
quanto você tiver febre você terá de ficar dentro 
do quarto. De manhã você tinha menos febre, 7de 
tarde as coisas pioravam. E isto era todo dia. Por 
que não enfiar aquele termômetro só de manhã? 
Aquela altura os jornais já haviam publicado 
reportagens relativamente extensas e exatas sobre 
8o sequestro do Embaixador americano. O Rio de 
Janeiro estava ainda fora de propósito. Para onde 
ir? As coisas estavam nesse pé: 9iríamos para al-
gum lugar que não fosse o Rio de Janeiro, dentro 
de algum tempo. 10Não sei se o leitor/a já se meteu 
nessas complicações onde há muitas variáveis des-
conhecidas. Minha técnica é de abandonar algu-
mas e me fixar na mais viável. Não me perguntava 
tanto quando sairia e sim para onde sairia. O pro-
blema do quando se resolveria depois. 
Adap. GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? 
Rio de Janeiro: Codecri, 1979, p. 139. 
13.16. (UDESC) – Analise as proposições em relação à obra 
“O que é isso, companheiro?”, de Fernando Gabeira, e ao texto. 
I. Se a estrutura linguística “colocavam o termômetro não 
sem balançá-lo energicamente antes” (referência 4) for 
assim reescrita: colocavam o termômetro não sem o 
balançar energicamente antes, quanto à colocação pro-
nominal, mantém-se o padrão culto da língua. 
II. A leitura da obra leva o leitor a inferir que se trata de uma 
narrativa de caráter memorialístico e realista, de uma his-
tória recente do país, em que são relatados episódios da 
luta contra a ditadura militar no Brasil desde 1964 (golpe), 
passando por 1968 (AI-5), até meados da década de 1970. 
III. Os dois pontos em “quando nos prendiam no quarto com 
uma daquelas doenças inevitáveis: sarampo, caxumba, 
catapora” (referência 2) justificam-se por introduzir um 
aposto enumerativo. 
IV. Em “iríamos para algum lugar que não fosse o Rio de 
Janeiro” (referência 9), o verbo ir rege uma expressão que 
indica lugar; a substituição da preposição destacada por 
a não altera a estrutura linguística do texto. 
V. A leitura do texto leva o leitor a inferir que em “discutiam 
em voz baixa” (referência 6) há o pressuposto de que havia 
febre, logo havia perigo; da mesma forma que em “de 
tarde as coisas pioravam” (referência 7) há o pressuposto 
de que a febre sempre aumentava no final do dia. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras. 
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 
Instrução: Texto para a questão 13.17.
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe 
toda a alma pelos olhos enamorados. 
Naquela mulata estava o grande mistério, a 
síntese das impressões que ele recebeu chegan-
do aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela 
era o calor vermelho das sestas da fazenda; era 
o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que 
o atordoara nas matas brasileiras; era a palmei-
ra virginal e esquiva que se não torce a nenhuma 
outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; 
era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha 
do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; 
ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta visco-
sa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito 
tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe 
os desejos, acordando-lhe as fibras embambeci-
das pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, 
para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha 
daquele amor setentrional, uma nota daquela mú-
sica feita de gemidos de prazer, uma larva daquela 
nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da 
Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosfo-
rescência afrodisíaca. 
 Aluísio Azevedo, O cortiço. 
13.17. (FUVEST – SP) – Para entender as impressões de 
Jerônimo diante da natureza brasileira, é preciso ter como 
pressuposto que há 
a) um contraste entre a experiência prévia da personagem 
e sua vivência da diversidade biológica do país em que 
agora se encontra. 
b) uma continuidade na experiência de vida da personagem, 
posto que a diversidade biológica aqui e em seu local de 
origem são muito semelhantes. 
c) uma ampliação no universo de conhecimento da per-
sonagem, que já tinha vivência de diversidade biológica 
semelhante, mas a expande aqui. 
Aula 13
9Português 4B
d) um equívoco na forma como a personagem percebe e 
vivencia a diversidade biológica local, que não comporta 
os organismos que ele julga ver. 
e) um estreitamento na experiência de vida do personagem, 
que vem de um local com maior diversidade de ambientes 
e de organismos. 
Instrução: Texto para a questão 13.18. 
PREFÁCIO
São os primeiros cantos de um pobre poeta. 
Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não 
têm a doçura dos seus cânticos de amor.
É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, 
mas sem flores; uma coroa de folhas, mas semviço.
Cantos espontâneos do coração, vibrações do-
ridas da lira interna que agitava um sonho, notas 
que o vento levou, – como isso dou a lume essas 
harmonias.
São as páginas despedaçadas de um livro não 
lido...
E agora que despi a minha musa saudosa dos 
véus do mistério do meu amor e da minha soli-
dão, agora que ela vai seminua e tímida por entre 
vós, derramar em vossas almas os últimos perfu-
mes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no 
peito, e amai-a como o consolo que foi de uma 
alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no 
amor – esses dois raios luminosos do coração de 
Deus.
AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização 
de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 120. 
13.18. (UFGO) – Se ao invés de usar períodos compostos 
como em “É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas 
sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.”, o autor tivesse 
escolhido períodos simples: “É uma lira sem cordas. É uma pri-
mavera sem flores. É uma coroa de folhas sem viço.”, a imagem 
construída a respeito de sua obra não seria a mesma, porque 
a) o pressuposto produzido pelo uso do termo sem indica a 
impossibilidade de os poemas retratarem a completude 
das coisas do mundo. 
b) a oposição entre os objetos naturais e os produzidos pelo 
homem autoriza a interpretação de que a natureza seja a 
musa inspiradora dos poemas. 
c) o subentendido produzido pelo uso do mas leva o leitor 
ao entendimento de que a obra é comparada a produções 
rudimentares. 
d) a contradição marcada pelo uso do mas permite a com-
preensão de que a essência das coisas se mantém mesmo 
quando lhes falta o atributo principal. 
e) a antítese instaurada na comparação entre realidade 
e ficção produz a ideia de que a poesia deva realçar a 
aparência das coisas. 
Desafio
Instrução: Os dois textos a seguir servem de base para a 
questão 13.19. 
O País do Carnaval
– É... – apoiava Jerônimo enrubescendo.
– E crer... Existem ainda homens inteligentes 
que creem. Crer... Acreditar que um Deus, um ser 
superior, nos guie e nos dê auxílio... Mas ainda há 
quem creia...
– Há...
– Olhe, Jerônimo, dizem que foi Deus quem 
criou os homens. Eu acho que foram os homens 
que criaram Deus. De qualquer modo, homens 
criados por Deus ou Deus criado pelos homens, 
uma e outra obra são indignas de uma pessoa in-
teligente.
– E Cristo, Pedro Ticiano?
– Um poeta. Um blagueur. Um cético. Um 
diferente da sua época. Cristo pregou a bondade 
porque, naquele tempo, se endeusava a maldade. 
Um esteta. Amou a Beleza sobre todas as coisas. 
Fez em plena praça pública blagues admiráveis. A 
da adúltera, por exemplo. Ele perdoou porque a 
mulher era bonita e uma mulher assim tem direi-
to a fazer todas as coisas. Cristo conseguiu vencer 
o convencionalismo. Um homem extraordinário. 
Mas um deus bem medíocre...
– Como?
– Um deus que nunca fez grandes milagres! 
Contentou–se com multiplicar pães e curar cegos. 
Nunca mudou montanhas de lugar, nunca fez 
descer sobre a terra nuvens de fogo, nem parou o 
sol. Cristo tinha, contra si, esta qualidade: sempre 
foi mau prestidigitador.
[...]
Jerônimo mudava de assunto.
– Você, Pedro Ticiano, é o homem de espírito 
mais forte que eu já vi. Com quase setenta anos, 
ainda é ateu...
– Ah, não tenho medo do inferno... E, no caso 
de ele existir, eu me darei bem lá...
– Você sempre foi meio satânico... É capaz de 
fundar um jornal oposicionista no inferno. Vol-
taire, você e Baudelaire no inferno. Que gozado! 
Pedro Ticiano sorria, vendo que Jerônimo não 
resistia à fascinação da sua palavra. E gostava de 
derrubar os sonhos daquele homem medíocre e 
bom, que tinha o único defeito de querer intelec-
tualizar–se.
(Jorge Amado. O País do Carnaval. 30ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1976.)
10 Extensivo Terceirão
Rosto & Antirrosto
O homem criou
Deus
a quem deu
o lugar de
autor do céu,
do ar, do
mar.
Para si,
na Terra
em flor,
criou o amor.
Deus, porém,
pra existir
criaria
algo
a si mesmo
oposto:
Numa concha
acústica,
inventou
a dor.
Lucifez
Satã
sua antifigura,
seu antirrosto.
Hoje Satã
quer levar
o homem
a matar
Deus.
Qual dos 2
o sobre
______
vivente?
(Cassiano Ricardo. Os Sobreviventes. Rio de Janeiro: 
Livraria Editora José Olympio, 1971.)
13.19. (UNESP – SP) – Nem sempre um argumento ou 
opinião é manifestado diretamente, mas está subentendido 
no que se expressa na superfície do texto. Releia os dois 
textos e, a seguir,
a) considerando que a última estrofe do poema de Cassiano 
Ricardo é constituída por uma interrogação retórica, cuja 
resposta já está implícita na própria pergunta, indique o 
que pensa o poeta sobre o desfecho da luta entre Deus 
e Satã. 
b) aponte em que medida os procedimentos gráficos 
utilizados pelo poeta nessa estrofe (emprego de alga-
rismo como palavra, partição de palavra em dois versos 
separados por linha) reforçam os conteúdos expressos 
pelas palavras. 
13.20. (FUVEST – SP) – No poema “Sentimento do mundo”, 
que abre o livro homônimo de Carlos Drummond de Andra-
de, dizem os versos iniciais: 
Tenho apenas duas mãos 
e o sentimento do mundo, 
 Considerando esses versos no contexto da obra a que per-
tencem, responda ao que se pede. 
a) Que desejo do poeta fica pressuposto no verso “Tenho 
apenas duas mãos”? 
Aula 13
11Português 4B
13.01. c
13.02. c
13.03. a
13.04. d
13.05. d 
13.06. a 
13.07. d 
13.08. b 
13.09. d
13.10. e
13.11. b 
13.12. c
13.13. b 
13.14. a) O pronome “você”, que é utilizado normalmente para designar 
o interlocutor, na frase dada apresenta um referente genérico, 
incluindo até mesmo quem está falando. Esse uso do pronome 
é próprio de uma variedade informal, em que se pretende criar 
um efeito de sentido de intimidade, de proximidade entre os in-
terlocutores.
b) Sem dúvida, o trecho “como se você fosse uma empregada” 
pressupõe discriminação social, por sugerir que aquilo que uma 
empregada fala não é digno de atenção. 
13.15. a) É uma... 
As reticências comprovam que o autor hesita em citar o nome 
científico das espécies biológicas.
b) O tom irônico está no fato de que o cientista desperdiçou tempo 
e pesquisa na identificação da “flor sem nome”, pois o poeta nem 
ousa reproduzir, porque é “dissonante e confuso”.
13.16. e 
13.17. a 
13.18. d 
13.19. a) O autor acredita que Deus vencerá Satanás.
b) Os recursos gráficos dão visualidade a aspectos semânticos impor-
tantes da estrofe. A palavra “sobre” (equivalente a Deus) está acima 
da palavra “vivente” (que representa o homem); isso mostra que 
ambos (Deus e homem) estão em esferas diferentes da realidade. 
13.20. a) Logo no primeiro verso do poema, o advérbio “apenas” aponta 
para um reconhecimento da própria impotência do eu lírico. Essa 
ideia irá percorrer todo o resto do poema. Porém, também suge-
re um desejo de força, a fim de lutar contra aquilo que o oprime, 
clamando para isso, em outros poemas, à ação coletiva, eviden-
ciando, assim, a ideologia do poeta no contexto em que o livro 
foi escrito.
b) O ponto de vista do poeta é alterado. No primeiro livro, os versos 
citados indicam um eu lírico voltado para si, para a subjetividade, 
colocando seus sentimentos como mais importantes, maiores 
que o próprio mundo. Mais tarde, vemos o poeta voltar-se para 
os sentimentos do mundo, ou seja, priorizar e valorizar as mazelas 
que se espalham pelo mundo, evidenciando um poeta mais preo-
cupado com a coletividade do que com a individualidade. 
Gabarito
b) No poema de abertura do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade – Alguma poesia (1930) – apareciam os 
conhecidos versos 
Mundo mundo vasto mundo 
mais vasto é meu coração. 
Quando, anos depois, o poeta afirma ter “o sentimento do mundo”, ele ratifica ou altera o ponto de vista que expressara nos 
citados versos de seu livro de estreia? Explique sucintamente. 
12 Extensivo Terceirão
Português
4B
Introdução à análise sintática
Aula 14
Quer se aproximar da análise sintática, entendê-la 
melhor? Simples. Leia bem, leia corretamente.
Lição básica,que, uma vez captada nesta aula 14, 
pautará todas as relações daqui para frente: importa 
saber quem se liga a quê no interior da frase. Essa é uma 
operação elementar, simples, de coesão.
“Quem gosta, gosta de alguém, ou de alguma 
coisa...”, “quem vai, vai a algum lugar” podem funcio-
nar em exemplos básicos, em ordem direta, mas não 
resistem a um enunciado menos elementar, além, 
é claro, de representar uma concepção, digamos, 
ultrapassada – para ficar no mínimo –, porque baseada 
em decoreba, como se qualquer frase se prestasse a 
“perguntas macetes”.
Veja o caso em um enunciado como
Quem precisa de elogios constantes tem 
necessidade da compaixão alheia
Qualquer aluno mais atento, se fosse chamado a ana-
lisar sintaticamente os termos grifados acima, saberia de 
antemão que eles jamais poderiam ter a mesma função 
sintática, uma vez que no primeiro caso a expressão está 
ligada a um verbo (“precisa”) e depois se relaciona a um 
nome (“necessidade”).
É isso! Pela relação primeira de coesão, alguns termos 
se ligam a núcleos verbais; outros, a nominais. Por isso, 
as funções sintáticas não poderiam ser as mesmas nas 
duas expressões grifadas no exemplo anterior.
Passo inicial em sintaxe: reconhecer se o termo 
em xeque na análise se relaciona a um verbo 
ou a um nome.
 Para que a análise sintática?
Embora algumas provas ainda se apeguem a uma 
nomenclatura estafantemente tradicional, e isso certa-
mente incomoda, é certo também que reconhecer as 
funções sintáticas e suas características básicas – sem 
decoreba – é um poderoso instrumento para que 
possamos ler melhor, uma vez que podemos passar a 
entender “o que ocorre no interior do enunciado”. Ou 
seja: não lemos mecanicamente, de modo a responder 
a perguntas artificiais.
Como fazer isso, então?
Se há a necessidade de uma abordagem sintática, é 
pela Sintaxe que devemos começar, por isso a relação 
de coesão. Uma vez que saibamos a relação entre termo 
em xeque e seu núcleo, já delimitamos as possibilidades 
sintáticas para sua classificação.
Mas isso não basta, porque em seguida é preciso mos-
trar competência de leitura, e aí entra a Semântica. Note 
como podemos operar esses passos em três exemplos 
simples.
 I. Os irmãos alegram aquela casa.
 II. Todos adoram os irmãos.
 III. Eles são irmãos.
Relações de coesão: 
Os irmãos alegram aquela casa.
 Todos adoram os irmãos.
 Eles são irmãos.
Uma simples observação já deixa claro: “irmãos” 
no exemplo III jamais terá a mesma função sintática 
dos termos destacados em I e II. Aquele está ligado ao 
núcleo nominal “eles”; em I e II, os termos se relacionam 
a formas verbais.
Com um pouco mais de atenção, o leitor atento no-
taria que no exemplo I é o termo “alegram” que se liga a 
“os irmãos”; em II, “os irmãos” é que se liga a “adoram”. 
Isso já terá consequências na classificação final.
Entendeu como se procede, então?
A manter a velha prática de perguntas, muitos 
chegariam a perguntar, no exemplo III, “eles são o quê 
(??????)”. Queremos pensar que você já não acredita, há 
algum tempo, em Papai Noel, certo?
Aula 14
13Português 4B
Só a coesão basta na 
análise sintática?
Em um estudo para os exames vestibulares, como é 
o nosso caso, é possível equacionarmos esses enfoques 
para obtermos um procedimento que nos seja útil em 
situação de prova, na hora da leitura, na hora da escrita. 
Aqui, portanto, partimos da Sintaxe, da coesão, mas 
agregaremos a isso aspectos semânticos verificados na 
frase.
Para tal, consideremos a existência de alguns 
“papéis semânticos” que podem ser assumidos pelas 
palavras dentro dos enunciados. Ao reconhecê-los, você 
terá maior segurança em saber com que está lidando 
no momento em que analisa uma frase, sem se perder 
por conta de perguntas que possam não funcionar em 
determinados contextos.
Identificar os papéis semânticos significa, de forma 
básica, o primeiro passo em direção a entender o que se 
está lendo.
Para nosso estudo, podemos adotar cinco papéis 
básicos para análise:
1. Agente – indica o termo que pratica uma ação.
2. Paciente – indica o termo que “sofre” a ação pratica-
da por um agente.
3. Destinatário – indica o termo que se beneficia ou a 
quem se destina algo feito pela ação do agente.
4. Atributo – indica as qualidades que se podem agre-
gar aos nomes em um enunciado.
5. Circunstância – indica uma ideia veiculada com 
relação à ação verbal.
Relacionando este ponto da matéria com o que 
vimos nas aulas sobre as classes de palavras, já podemos 
imaginar que categorias assumem frequentemente tais 
papéis:
1., 2. e 3. > substantivos;
4. > adjetivos;
5. > advérbios.
Portanto, nas três frases sobre os irmãos no tópico 
anterior, entenderíamos que em I. a expressão seria o 
agente da ação verbal; em II., seria o paciente; em III., 
funcionaria como um qualificador, sendo assim um 
atributo do pronome “eles”. 
Transitividade e intransitividade 
dos verbos
As noções de transitividade e intransitividade só 
poderão ser aplicadas a verbos que denotem AÇÃO.
Os verbos de ação seriam aqueles que expressam 
a noção de um ato que possa ser realizado ou sofrido 
por alguém. Embora muito se discuta sobre os “níveis” 
daquilo que se considera uma ação, tomaremos o 
valor de “ação”, aqui, em um sentido amplo, sem 
nos atermos ao detalhamento próprio de um estudo 
sintático e semântico do ensino de nível superior. Por 
isso, para nosso propósito, serão verbos de ação, por 
exemplo:
 • correr
 • beijar
 • escrever
 • considerar
 • amar
 • esperar
Naturalmente, “sentimos” muito mais a ação nos 
três primeiros exemplos, não? Nos três últimos verbos, 
certamente hesitaríamos em reconhecer uma ação, por 
exemplo, na forma esperar. Entretanto – repetimos –, 
para os objetivos deste estudo essas pequenas variações 
não afetarão nosso entendimento.
Sem se prender a decorebas ou macetes, saber re-
conhecer a suposta transitividade de um verbo implica, 
primeiramente, entender o sentido do papel semântico 
PACIENTE.
Não façamos ainda análise sintática, mas apenas 
tentemos entender o que lemos:
a) A leitura transforma muitas pessoas.
b) Muitas pessoas descobrem a leitura muito cedo.
Na frase a), o termo “a leitura” é agente, do ponto de 
vista semântico; “muitas pessoas”, paciente. Mais direta-
mente, “a leitura” é quem “pratica a ação” de transformar 
o paciente “muitas pessoas”.
Em b), os papéis se invertem, e não é preciso muito 
esforço para entender: “muitas pessoas”, agora, funciona 
como agente, pois o ato de descobrir parte desse termo. 
O paciente agora é “leitura” – ele é o termo ”descoberto”.
Quando entendemos esses papéis semânticos, perce- 
bemos melhor as relações de sentido no interior do 
enunciado. Mas cuidado! Isso não é análise sintática 
ainda; trata-se, apenas, de entender – pelos aspectos 
semânticos – o que se lê.
14 Extensivo Terceirão
Atenção!
Se você identifica um termo paciente – o que sofre a 
ação verbal – em uma frase, é porque a forma verbal ali 
presente é TRANSITIVA.
É por isso que chamamos um verbo de transitivo: 
ele denota uma ação verbal que recai sobre um termo 
paciente na frase.
Ele vive bem em seu canto há muito tempo. 
 verbo intransitivo – não há elemento algum sobre o qual 
recaia a ação “viver”.
Ele vive uma vida tranquila em seu canto há muito tempo.
 verbo transitivo –“uma vida tranquila” é o elemento 
paciente sobre o qual recai a ação verbal.
Assim, um verbo é chamado de TRANSITIVO quan-
do a sua ação transita para um termo que possa ser o 
paciente.
Se à ação verbal não corresponder elemento algum 
que possa ser identificado como paciente, o verbo é 
INTRANSITIVO.
Lembre-se: a base da palavra “transitividade” é transit-, 
que você reconhece numa palavra como trânsito, de 
transitar, relacionada à noção de movimento. Note, assim, 
que, quando se fala em verbo transitivo, estamos nos 
referindo a um tipo de verbo cuja ideia de ação transita, 
“movimenta-se”, “desloca-se” sobre um elemento pacien-
te, alguém que vai receber essa ação.
Os verbosde estado
Estes seriam aqueles verbos que, não transmitindo 
propriamente o sentido de uma ação, indicariam uma si-
tuação, uma circunstância, um estado, enfim, que toque 
um nome qualquer. Assim, continuar, permanecer, ser, 
estar seriam tais formas verbais, por exemplo.
A essa altura, você certamente está se lembrando 
dos verbos de ligação, não? Pois é isso mesmo! Os 
chamados verbos de ligação são os responsáveis pela 
indicação semântica desse “estado” em que se “situa” 
determinado nome.
Testes
Assimilação
14.01. A lista a seguir apresenta vários 
títulos de obras cinematográficas. 
Identifique em cada um deles a palavra 
nuclear, destacando-a.
01) “Nasce uma Estrela”
02) “Pantera Negra”
03) “Três Anúncios Para um Crime”
04) “O Destino de uma Nação”
05) “Manchester à Beira-Mar”
06) “Estrelas Além do Tempo”
07) “Um Limite Entre Nós”
08) “O Quarto de Jack”
09) “O Jogo da Imitação”
10) “A Teoria de Tudo”
11) “O Lado Bom da Vida”
12) “A Hora Mais Escura”
13) “As Aventuras de Pi”
14) “Indomável Sonhadora”
15) “A Invenção de Hugo Cabret”
14.02. Na frase, núcleos nominais e 
verbais atraem por coesão vocábulos que lhes são periféricos. Dada essa infor-
mação, considere o enunciado abaixo e indique a alternativa que não estabelece 
uma relação pertinente.
Em 2019, os candidatos estudaram bastante nas aulas de redação 
para a UFPR.
a) Em 2019 se relaciona a estudaram.
b) Bastante se relaciona a estudaram.
c) Nas aulas de redação se relaciona a estudaram.
d) De redação se relaciona a aulas.
e) Para a UFPR se relaciona a aulas.
14.03. Na frase abaixo, os termos em destaque funcionam como os elementos 
que organizam a sentença:
A infeliz atitude daquele líder atemorizava a fragilidade natural 
dos aprendizes.
Identifique a seguir os termos nucleares de cada sentença.
a) As fraquezas cotidianas dos políticos comprometem os maiores anseios do povo.
b) Certos posicionamentos preconceituosos encorajam a ira obscura de muitos.
c) Aqueles corajosos alunos do pré-vestibular toleram as rígidas exigências das 
provas.
d) Muitos cientistas céticos encontram a paz triunfante da frustração.
e) Os sábios médicos apreciam os valiosos conselhos de seus antigos mestres.
Aula 14
15Português 4B
14.04. Como sabemos, o adjetivo é um periférico do núcleo 
substantivo. Uma alternativa a essa relação consiste em 
substituir o adjetivo por uma locução de valor adjetivo. A 
locução é composta por preposição + substantivo. Por 
vezes, é possível encontrarmos correlação de equivalência 
entre uma locução adjetiva e um adjetivo único (luz do sol 
luz solar; amor de mãe amor materno), mas nem sempre 
a locução encontrará um equivalente na língua, daí mesmo 
a utilidade dessa construção.
Das alternativas abaixo, aponte o caso em que não ocorre 
uma locução adjetiva.
a) As nuvens de chumbo cobrem a maioria das apressadas 
megalópoles.
b) A nova loção de cabelo causou-lhe a pior decepção. 
c) O olhar de víbora do avaliador assustou o candidato 
sensível.
d) Ao final da aula, o professor ficou rodeado de alunos.
e) Os mandatários de paróquia ainda mantêm seus currais 
eleitorais.
Aperfeiçoamento
14.05. Destaque os verbos nas orações a seguir e classifi-
que-os, utilizando o seguinte código:
I. verbo de ligação
II. verbo transitivo
III. verbo intransitivo
a) Ela está triste. 
b) Ela vive triste. 
c) Não encontrei a papelada. 
d) Quem virou o espelho para o outro lado? 
e) O aluno virou bicho quando lhe deram a suspensão. 
f ) Cumpra a sua função! 
g) Eles descendem de gente sofrida. 
h) Os professores acreditam em tudo! 
i) Nunca vimos uma reação dessas. 
j) Você joga xadrez? 
k) Os alunos permanecem apreensivos. 
l) Os alunos permanecem na sala. 
m) Não é fácil estudar numa instituição muito grande. 
n) Eles vieram aqui ontem e logo foram embora. 
o) Chegarão a Florianópolis de madrugada. 
14.06. Como se sabe, o advérbio é um periférico do núcleo 
verbal. Uma alternativa a essa relação consiste em substituir 
o advérbio por uma locução de valor adverbial. Esse tipo de 
locução, ligada a um verbo, é a locução adverbial. 
Das alternativas abaixo, aponte o caso em que não ocorre 
uma locução adverbial.
a) Sair da sala era uma questão de vida ou morte naquele 
momento.
b) As brigas na sala diminuíam drasticamente as chances 
de um aprendizado de qualidade.
c) Passar na sala algumas horas do dia não era tarefa das 
mais fáceis.
d) Ir à sala durante os intervalos lhe causava certo alívio.
e) Educou-se vivendo na sala.
14.07. Leia os enunciados abaixo e a seguir assinale a alter-
nativa correta a respeito deles.
I. Os pouco sábios da política quase sempre se 
manifestam antecipadamente.
II. Os poucos sábios da política quase sempre se 
manifestam antecipadamente.
a) Não há diferença de sentido entre os dois enunciados.
b) Os dois termos grifados em II apresentam valor adverbial.
c) Segundo I, os insuficientemente sábios da política quase 
sempre agem de forma precoce; em II, uma pequena 
quantidade de sábios da política quase sempre age com 
antecedência.
d) As palavras pouco e poucos apresentam valor adjetivo.
e) Em I, entende-se que há sábios em pequena quantidade 
na política; em II, entende-se que a intensidade de sua 
sabedoria é insuficiente.
16 Extensivo Terceirão
14.08. Substitua a expressão destacada por um advérbio de significação equivalente.
a) Recebeu a repreensão antes do tempo. 
b) Falava sempre sem piedade. 
c) Aceitou tudo com prazer. 
d) Trataram-no com mestria. 
e) Todos falavam ao mesmo tempo. 
14.09. Leia os versos a seguir.
“[...]
Sei que a vida vale a pena
embora o pão seja caro
e a liberdade pequena”
Ferreira Gullar; Toda poesia. São Paulo, Círculo do Livro.
a) Explicite o verbo em elipse, isto é, subentendido, que ocorre no trecho acima.
b) Explique por que o termo caro está no masculino e o termo pequena, no 
feminino.
14.10. Complete os períodos abaixo com o que se pede, de modo que o verbo 
em destaque tenha a classificação indicada em cada caso.
a) Os alunos ficam emocionados quando cantam ___________ (inserir paciente).
b) Ao anoitecer, os artistas cantam ___________ (inserir destinatário).
c) As aves cantarão ___________ (inserir circunstância/local).
d) Uma famosa banda cantará ___________ ___________ (inserir paciente 
e destinatário).
Aprofundamento
14.11. (FMPA – MG) – Identifique a alternativa em que o verbo destacado não 
é de ligação:
a) A criança estava com fome.
c) Ele tem andado confuso.
e) A jovem continua sonhadora.
b) Pedro parece adoentado.
d) Ficou em casa o dia todo.
verbo transitivo
verbo transitivo
verbo intransitivo
verbo transitivo
14.12. (FUVEST – SP) – 
“É preciso agir, e rápido”, 
disse ontem o ex-presidente 
nacional do partido.”
A frase em que a palavra destacada NÃO 
exerce função idêntica à de rápido é:
a) Como estava exaltado, o homem 
gesticulava e falava alto.
b) Mademoiselle ergueu súbito a ca-
beça, voltou-a pro lado, esperando, 
olhos baixos.
c) Estavam acostumados a falar baixo.
d) Conversamos por alguns minutos, 
mas tão abafado que nem as pa-
redes ouviram.
e) Sim, havíamos de ter um oratório 
bonito, alto, de jacarandá.
Instrução: Para responder à questão 
14.13, considere os versos de Mário 
de Andrade.
“Trabalhar nós trabalha-
mos 
Porém para comprar as 
pérolas
 do pescocinho da moça 
do deputado Fulano 
[...] 
Seringueiro, dorme! 
Num amor de amigo enor-
me[...]”
14.13. (UEPB) – Os verbos em desta-
que nos versos são:
a) intransitivos
b) transitivos diretos
c) transitivos indiretos
d) transitivos diretos e indiretos
e) de ligação
14.14. (USF – SP) – Identifique a alter-
nativa em que o termo em destaque 
apresenta um paciente da ação.
a) Ninguém na rua, só uma pessoa 
esperando inutilmente  no ponto 
do bonde.
b) Numa terra de morenos, ser ruivo 
era uma revolta involuntária.
c) Que importava se num dia futuro 
sua marca ia fazê-la erguer insolen-
te uma cabeça de mulher? 
Aula 14
17Português 4B
d) No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali 
estavaa solução para a criança vermelha.
e) Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para 
trás.
14.15. O termo sublinhado exerce o papel semântico de 
agente na seguinte oração:
a) Continuam soltando pipas.
b) As pipas foram soltas pela criançada.
c) Os raios solares, no subúrbio, eram bloqueados pelas 
pipas.
d) Já estamos no tempo das pipas.
e) As nuvens, grandes pipas escuras no céu, surgiram ra-
pidamente.
14.16. Considere a oração a seguir.
A denúncia foi divulgada pela imprensa.
a) Valendo-se de seus conhecimentos a respeito dos papéis 
semânticos, explique por que a oração é ambígua.
b) De que forma a ambiguidade seria desfeita, apontando 
para um dos papéis semânticos apenas? 
14.17. (FUVEST – SP) – A frase em que os vocábulos subli-
nhados pertencem à mesma classe gramatical, exercem a 
mesma função sintática e têm significado diferente é:
a) Curta o curta: aproveite o feriado para assistir ao festival 
de curta-metragem.
b) O novo novo: será que tudo já não foi feito antes?
c) O carro popular a 12.000 reais está longe de ser popular.
d) É trágico verificar que, na televisão brasileira, só o trágico 
é que faz sucesso.
e) O Brasil será um grande parceiro e não apenas um par-
ceiro grande.
14.18. (UNIMEP – SP) – 
I. Paulo está adoentado.
II. Paulo está no hospital.
a) O predicado é verbal em I e II.
b) O predicado é nominal em I e II.
c) O predicado é verbo-nominal em I e II.
d) O predicado é verbal em I e nominal em II.
e) O predicado é nominal em I e verbal em II.
Desafio
14.19. (FUVEST – SP) – Leia:
I. Temos saídas. Temos, por exemplo, um setor 
agrícola imenso. Nesse sentido, o MST tem ra-
zão. Não o MST, a política de assentamento, de 
pequena economia familiar.
(Fernando Henrique Cardoso, em entrevista concedida à revista “Veja”)
II. Ao falar, não posso usar borracha, apagar, anu-
lar; tudo que posso fazer é dizer “anulo, apago, 
retifico”, ou seja, falar mais. Essa singularíssi-
ma anulação por acréscimo, eu a chamarei de 
“balbucio”.
(Roland Barthes)
a) Baseando-se nesta definição de Roland Barthes, transcre-
va o trecho do texto I em que houve balbucio. 
b) Nota-se que o entrevistado repetiu duas vezes a palavra 
“Temos”, cada vez com um complemento diferente. Ex-
plique a relação semântica que o contexto linguístico (os 
dois períodos em sequência) permite estabelecer entre 
os dois complementos utilizados.
18 Extensivo Terceirão
14.20. Complete a tabela abaixo.
Fortes chuvas dificultam provas em longínquas regiões
morfologia
adjetivo/ 
substantivo
preposição/adjetivo/
substantivo
semântica paciente
Alunos 
terceiranistas
são suspensos por briga pelo diretor no colégio
morfologia substantivo/adjetivo
preposição + 
substantivo
semântica ação causa
Atualmente,
conhecimento 
supérfluo
não satisfaz o jovem
morfologia substantivo/adjetivo advérbio
artigo/ 
 substantivo
semântica tempo ação
Na saída da faculdade, os antigos rivais preferiram obscenas ofensas
morfologia
artigo/adjetivo/ 
substantivo
semântica lugar (ou tempo)
Com zelo, ela entregou o coração a ele
morfologia
semântica
Aula 14
19Português 4B
14.01. 01. Nasce uma Estrela
02. Pantera Negra
03. Três Anúncios Para um Crime
04. O Destino de uma Nação
05. Manchester à Beira-Mar
06. Estrelas Além do Tempo
07. Um Limite Entre Nós
08. O Quarto de Jack
09. O Jogo da Imitação
10. A Teoria de Tudo
11. O Lado Bom da Vida
12. A Hora Mais Escura
13. As Aventuras de Pi
14. Indomável Sonhadora
15. A Invenção de Hugo Cabret
14.02. e
14.03 a) As fraquezas cotidianas dos políticos 
comprometem os maiores anseios 
do povo.
b) Certos posicionamentos preconcei-
tuosos encorajam a ira obscura de 
muitos.
c) Aqueles corajosos alunos do pré-ves-
tibular toleram as rígidas exigências 
das provas.
d) Muitos cientistas céticos encontram 
a paz triunfante da frustração.
e) Os sábios médicos apreciam os 
valiosos conselhos de seus antigos 
mestres.
14.04. d
14.05. a) Ela está triste. I
b) Ela vive triste. I
c) Não encontrei a papelada. II
d) Quem virou o espelho para o outro 
lado? II
e) O aluno virou bicho quando lhe de-
ram a suspensão. I; II
f ) Cumpra a sua função! II
g) Eles descendem de gente sofrida. II
h) Os professores acreditam em tudo! II
i) Nunca vimos uma reação dessas. II
j) Você joga xadrez? II
k) Os alunos permanecem apreensivos. I
l) Os alunos permanecem na sala. III
m) Não é fácil estudar numa instituição 
muito grande. I; III
n) Eles vieram aqui ontem e logo foram 
embora. III; III
o) Chegarão a Florianópolis de madru-
gada. III.
14.06. b
14.07. c
14.08. a) precocemente
b) impiedosamente
c) prazerosamente
d) magistralmente
e) concomitantemente
14.09. a) E a liberdade seja pequena.
b) Caro, masculino, concorda com pão, 
masculino; pequena, feminino, con-
corda com liberdade (feminino)
14.10. As respostas são sugestões.
a) o hino de seu time.
b) para um público seleto.
c) nos jardins da universidade.
d) grandes sucessos para o homenageado.
14.11. d
14.12. e
14.13. a
14.14. c
14.15. c
14.16. a) O termo pela imprensa pode indicar 
o agente da ação ou também a cir-
cunstância (meio).
b) A ambiguidade seria desfeita se pas-
sássemos a frase para a voz ativa: A 
imprensa (agente) divulgou a denún-
cia.
14.17. e
14.18. e. Em I, “está” é verbo de ligação; em II, é 
verbo intransitivo.
14.19. a) Ocorre “balbucio”, na acepção que lhe 
dá Roland Barthes, em: “Não o MST, a 
política de assentamento, de peque-
na economia familiar.” 
b) Os dois complementos utilizados são 
“saídas” e “um setor agrícola imenso”. 
A relação semântica que se estabele-
ce entre eles é que o “setor agrícola” 
serve de exemplificação, como uma 
das várias “saídas” que FHC julga haver 
para o Brasil.
Gabarito
14.20.
Fortes chuvas dificultam provas em longínquas regiões
morfologia adjetivo/substantivo verbo substantivo preposição/adjetivo/substantivo
semântica agente ação paciente lugar
Alunos terceiranistas são suspensos por briga pelo diretor no colégio
morfologia Substantivo/adjetivo Locução verbal Preposição + substantivo Preposição + substantivo Preposição + substantivo
semântica paciente ação causa agente lugar
Atualmente, conhecimento supérfluo não satisfaz o jovem
morfologia advérbio substantivo /adjetivo advérbio verbo artigo/substantivo
semântica tempo agente negação ação paciente
Na saída da faculdade, os antigos rivais proferiram obscenas ofensas
morfologia Preposição/substantivo/preposição/substantivo Artigo/adjetivo/substantivo verbo adjetivo/substantivo
semântica Lugar (ou tempo) agente acão paciente
Com zelo , ela entregou o coração a ele
morfologia Preposição/substantivo pronome verbo Artigo/substantivo Preposição/pronome
semântica modo agente ação paciente destinatário
20 Extensivo Terceirão
Sujeito
Aula 15
Português
4B
Lembremos alguns conceitos básicos que serão 
importantes para o nosso estudo daqui para frente.
 • Frase é um enunciado linguístico de sentido com-
pleto.
 • Oração é uma estrutura frasal cujo núcleo é um 
verbo ou uma locução verbal. 
 • Período é uma estrutura composta por uma ou mais 
orações. Quando há apenas uma oração, diz-se que 
o período é simples e a oração é absoluta. Quando 
há mais de uma oração configurando o período, ele 
é chamado de composto.
A delimitação espacial de um período corresponde 
a um segmento de frase definido pelo intervalo que vai 
de uma letra maiúscula que inicia a frase até a marcação 
final de um sinal de pontuação.
Todo homem carrega seus medos. → uma forma 
verbal (oração absoluta). Aqui, o período é simples.
Todo homem carrega seus medos e paga um preço 
por isso. → como há mais de uma forma verbal, tem-
-se o período composto.
Nas próximas aulas, o foco de nosso estudo será 
o período simples. Isso significa que procuraremos 
entender e classificar palavras e expressões específicas 
em uma frase em que figure apenas uma forma verbal.
 Como fazer sintaxe?
Recorde-se da aula passada: inicialmente importa 
saber quem se liga a quem dentro da frase.
Quandose pensa em análise sintática, o que se quer 
saber é a função, o papel que determinada palavra ou 
expressão desempenha dentro de uma frase. Isso só 
pode ser vislumbrado se soubermos, inicialmente, quais 
são as relações de coesão dentro do enunciado.
Em
Todo homem carrega seus medos
a) “carrega” se liga a “todo homem”
b) “seus medos” se liga a “carrega”
c) “todo” se liga a “homem”
d) “seus” se liga a “medos”
Identificando essas relações, você fará uma aborda-
gem mais segura e precisa da sintaxe frasal.
Não se assuste!
O quadro abaixo é um panorama das funções 
sintáticas existentes no período simples, dependendo 
de a que tipo de núcleo uma palavra se relacione. 
Embora a nomenclatura seja específica e possa causar 
arrepios, convenhamos: existem dez funções sintáticas 
no período simples, um número significativamente 
reduzido perto da miríade de nomes e de fórmulas que 
se apresentam a você ao longo de sua vida escolar.
A questão é como entender essa nomenclatura sem 
cair em decorebas.
Funções de uma palavra 
ligada a verbo
Funções de uma palavra 
ligada a nome
Sujeito Adjunto Adnominal
Objeto Direto Predicativo
Objeto Indireto Complemento Nominal
Adjunto Adverbial Aposto
Agente da Passiva
Vocativo também é uma função sintática, mas se tra-
ta de um termo independente dentro da frase, tanto que 
pode ser deslocado a qualquer posição no enunciado, 
como veremos adiante.
 Sujeito
No período simples, esta é uma função sintática 
que só pode ser assumida por um substantivo, um 
pronome ou palavra de valor nominal. Identificar o 
sujeito na frase depende de um passo elementar na 
coesão: ligar o verbo a um nome pela operação básica 
da concordância.
Em outras palavras, se o verbo é o centro da oração, 
ainda assim ele estará subordinado a um termo que lhe 
será nuclear – um substantivo que o definiu no singular 
ou plural.
Aula 15
21Português 4B
Observe o enunciado abaixo, no qual se procura 
identificar o sujeito: 
Marqueteiros inventam uma realidade artificial.
Como proceder, sem cair na armadilha das perguntas?
Pense: se é preciso achar o sujeito de uma oração, a 
pista será o verbo, elemento crucial para a análise nos 
casos das funções sintáticas fundamentais.
Como visto nas primeiras aulas, nome e verbo são as 
categorias nucleares.
A forma verbal no enunciado acima é
“inventam” – plural
Isso nos faz desconfiar de que o sujeito seja um termo 
que tenha um nome no plural definindo o verbo como tal. 
Se agregarmos a essa nossa “desconfiança” o fato de 
que o núcleo do sujeito deve ser assumido por um subs-
tantivo ou pronome (e, em outros casos, por palavras 
que equivalham a eles), não fica difícil reconhecer que 
a palavra “marqueteiros” é quem forçou o verbo a ficar 
no plural.
“marqueteiros” > inventam
Teste: se você trocar “marqueteiros” por “marque-
teiro”, notará a mudança na forma verbal, em uma prova 
clara de que o termo é o núcleo do sujeito. Procure, por 
outro lado, fazer a mesma mudança com o termo “reali-
dade”. Você verá que a forma verbal não será alterada, o 
que descarta o termo como sujeito.
Conclusão: o sujeito é aquele termo que força o 
verbo a assumir o singular ou plural. Isso significa que a 
identificação do sujeito não passa de um mero exercício 
de reconhecimento de concordância.
Assim, uma definição de sujeito baseada puramente 
na sintaxe é esta: sujeito é aquele termo com o qual o 
verbo concorda na frase.
Delimitação do sujeito
Fazendo uma revisão das classes gramaticais na frase a seguir, veja como classificaríamos cada palavra:
Muitas pessoas jovens de nossos dias disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais
 
 Pronome Substantivo Adj. Prep. Pron. Substantivo Verbo Substantivo Adjetivo Prep. Subst. Adjetivo
 Forma verbal: disseminam – plural
porque procura concordar com o
 Núcleo nominal: pessoas
Embora “dias” seja um substantivo, não poderia ser o núcleo da função de sujeito, porque não há sujeito iniciado 
por preposição, certo?
Já vimos que um pronome pode “substituir” o nome na frase, portanto seria possível trocar o núcleo do sujeito 
por um pronome pessoal (“Elas”), o que nos faria automaticamente identificar a dimensão exata do sujeito na frase 
anterior.
“Elas” > feminino plural // “pessoas” > feminino plural
Fazendo a lícita substituição, teremos:
Muitas pessoas jovens de nossos dias disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais.
 = elas
ELAS disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais
Por que “preconceitos assustadores” não poderia ser o sujeito? 
Se você ficou com essa dúvida, parabéns, porque está atento às relações de coesão, afinal, o núcleo “preconceitos” 
também está no plural, o que poderia forçar o verbo a esse plural.
No caso, a língua é econômica e sábia: se por um lado poderíamos pensar na relação entre “disseminam” e 
“preconceitos” por conta da concordância, por outro a ordem da frase nos mostra que semanticamente o que se 
põe em foco é o sujeito “muitas pessoas”. Dito de outra forma, preconceitos não disseminam muitas pessoas jovens, 
excetuando o caso de pretendermos usar uma figura de linguagem, apelando à conotação. 
E é evidente que existirão frases assim, com sujeitos inanimados – desde que haja a conotação.
Em
Preconceitos humilham muitas pessoas a toda hora.
pela sintaxe (ordem) e pela semântica (sentido), está bem claro que o sujeito é “preconceitos”, certo?
22 Extensivo Terceirão
No xadrez, teoricamente o peão é a 
peça menos valiosa.
Ao atingir a última casa do tabuleiro 
oposto ao seu lado original, o peão é 
“promovido”, podendo ser substituído 
por qualquer peça de maior valor.
©
Sh
ut
te
rs
to
ck
/B
la
ck
fe
at
he
rg
ra
ss
Esse é um bom exemplo de como funciona a sintaxe do jogo de xadrez – as combinações possíveis de uma partida. 
Na língua, uma palavra terá funções e papéis diferentes segundo as combinações frasais em que ela possa figurar. Um 
mesmo substantivo pode assumir função de sujeito, objeto, complemento, adjunto... O que definirá tais papéis será 
a sintaxe da frase.
 Ordem direta
Nós já vimos nas aulas de coesão que a ordem tem 
relevância em língua portuguesa. Isso pode ficar mais 
evidente agora, em Sintaxe. 
Nosso idioma é uma língua que tem como caracte-
rística a ordem SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO , o 
que configura a chamada ordem direta. Uma frase em 
que o sujeito apareça após o verbo, ou o complemento 
venha antes do verbo ou do sujeito, estará na chamada 
ordem inversa ou indireta.
Na função de complemento que aparece após o 
verbo, comumente encontraremos o termo classificado 
como objeto.
É possível não haver sujeito na oração?
Como vimos, o sujeito é o termo do enunciado com 
o qual o verbo concorda. Ocorre, porém, que haverá 
casos em que o verbo não apresenta concordância com 
qualquer termo. Dizemos, então, que esses enunciados 
não apresentam sujeito. Esse fato acontece, basicamente, 
em três situações.
1. Verbos que expressam fenômenos naturais.
Verbos como chover, nevar, ventar, etc., quando 
empregados em sentido denotativo, não apresentam su-
jeito. Porém, se eles estiverem em sentido figurado, podem 
apresentar sujeito.
Choveu muito na primavera de 2015. – oração sem 
sujeito.
Choveu crítica ao estilo do jogador. – sujeito simples: 
“crítica”.
2. Verbos “haver” e “fazer” indicando tempo 
transcorrido.
Quando os verbos haver e fazer são empregados 
para expressar tempo transcorrido, tempo passado, eles 
não apresentam sujeito (portanto devem ser utilizados 
no singular).
Faz anos que tudo aquilo aconteceu.
Eu não o encontrava havia vários meses.
3. Verbo “haver” com o sentido de “existir”, 
“ocorrer”, “acontecer”.
Quando o verbo haver apresentar os sentidos acima, 
ele é empregado no singular, pois não apresenta sujeito.
Houve muitas alegrias naquele tempo. 
[frase adequada à norma culta]
Havia muitas alegrias naquele tempo.
[frase adequada à norma culta]
e não
Houveram / Haviam muitas alegrias naquele tempo. 
[frases inadequadas à norma culta]
A substituiçãode haver por existir, ocorrer, aconte-
cer é um simples recurso didático. Se o verbo haver não 
apresenta sujeito, o verbo acontecer tem sujeito e com 
ele deve concordar:
Aconteceram [muitas alegrias] naquele tempo.
 sujeito
= Muitas alegrias aconteceram naquele tempo.
Os verbos que figuram em orações sem sujeito são 
chamados de verbos impessoais.
Aula 15
23Português 4B
Testes
Assimilação
15.01. Nas frases a seguir, temos ordem indireta, ou 
inversa, que ocorre quando o sujeito está posposto. 
Coloque-as na ordem direta (sujeito anteposto ao verbo), 
identificando-lhes o sujeito.
a) Saiu, ao fim do mês, a lista dos candidatos aprovados.
b) Na faculdade, fizeram matrícula cinco novos estudantes.
c) Bate, outra vez, com esperanças o meu coração. (Cartola)
d) Enraivecidas, as praças tomaram as mulheres na luta 
contra o machismo.
e) A difícil prova fez o aluno do curso.
15.02. Destaque o sujeito nas orações a seguir
a) No coração, em meia hora, passam duzentos litros de 
sangue.
b) Devemos a invenção do rádio ao padre Landell de Moura.
c) Faz-me falta a sua radiância.
d) Faz-me o coração tum-tum.
e) De todos os edifícios caíam animados confetes.
f ) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas.
g) Acabaram as expectativas.
h) Sereno e calmo segue o aluno.
i) Não existem preocupações na sua cabeça.
j) Já deu a hora do lanche?
15.03. A identificação do sujeito depende primeiramente 
de uma operação sintática, de concordância. Dada essa 
informação, qual é a única alternativa em que a concordância 
entre forma verbal e sujeito foi feita corretamente?
a) A decisão dos diretores das instituições surpreenderam 
os funcionários.
b) Os acertos dos atos de nosso passado o fazem objeto 
de orgulho.
c) Nos últimos dias, surgiu na imprensa boatos de novas 
delações.
d) Falta apenas trinta dias para a formatura.
e) As atividades industriais, muitas vezes criticadas pela 
população local, tem sido alvo de investigações rigorosas.
15.04. Identifique a oração sem sujeito.
a) Faltam dois minutos para as cinco horas.
b) Fogem-me as forças neste momento.
c) Houve o juiz por absurda a resposta do réu.
d) Ainda não deu uma hora.
e) Havia muitos candidatos na sala de provas.
Aperfeiçoamento
15.05. Nas frases dadas a seguir, destaque o núcleo nominal 
que funciona como elemento central do sujeito e que define 
a utilização do verbo no plural ou no singular.
a) Acorreram momentos maravilhosos naquele relaciona-
mento entre os alunos.
b) Com falsas promessas enganam o eleitor os velhos lobos 
da política brasileira.
c) Aos bons alunos certamente se reserva o melhor 
resultado.
d) Sobreviveu nas recordações daqueles professores a vívida 
imagem dos alunos comprometidos.
e) Pede-se aos candidatos, cuja ascensão social depende 
de cursos realizados, o sacrifício momentâneo da vida 
pessoal.
15.06. Faça com que todas as orações que seguem fiquem 
sem sujeito, substituindo seus verbos. Realize adaptações, 
se necessário.
a) Aconteceram conflitos no hospital devido à demora no 
atendimento.
b) Hoje caiu muita chuva na capital.
c) Existiam alunos doentes na sala de aula.
24 Extensivo Terceirão
d) Existia pouco arrependimento na valise do corrupto 
deputado.
e) De manhã, a neve caiu surpreendentemente.
f ) Ontem, os ventos surgiram muito intensos.
g) Naquela época, os invernos insuportáveis dominavam 
a cidade.
h) Realizaram-se várias reuniões na sala dos professores.
i) Aconteceram três acidentes na escada principal.
j) Ocorreu uma manifestação aqui ontem.
15.07. Todas as frases abaixo apresentam sujeito 
indeterminado, exceto uma. Aponte-a.
a) No início do semestre, chamarão você para assumir a vaga.
b) Esqueceram o livro na sala de aula.
c) Novamente caem por terra as tentativas de acordo entre 
grevistas e governo.
d) Assustam os eleitores com discursos sombrios.
e) Divulgaram as notas apenas no semestre seguinte.
15.08. Assinale a alternativa correta sobre a frase a seguir.
O comportamento de vários candidatos é 
questionado depois que os professores eviden-
ciam como titubearam ao longo da formação.
a) A primeira forma verbal apresenta sujeito expresso e 
agente.
b) Se “eles” fosse o sujeito da forma “titubearam”, não haveria 
ambiguidade.
c) As ambiguidades decorrem da omissão do sujeito para 
as duas últimas formas verbais.
d) Há uma ambiguidade por conta da elipse do sujeito da 
última forma verbal.
e) O núcleo da expressão “O comportamento de vários 
candidatos” é “vários candidatos”.
15.09. Reconhecer os mecanismos de concordância 
verbal nos permite identificar o sujeito em uma frase. Nos 
casos abaixo, qual é a única opção correta?
a) Devem fazer três meses que não a vejo.
b) Costuma haver fenômenos sísmicos nesta região.
c) Bateu três horas no relógio da catedral.
d) Choveu pedras na cabeça do amedrontado árbitro.
e) Aqui não se presta serviços gratuitamente.
15.10. (EFOMM – RJ) – Assinale a alternativa em que o 
termo sublinhado NÃO cumpre a função de sujeito. 
a) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. 
b) Disse certo poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da 
navegação é saber preciso (...). 
c) É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da 
navegação. 
d) Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas 
imagens na mente dos poetas. 
e) O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard (...). 
Aprofundamento
15.11. (EEAR – SP) – Marque a alternativa que apresenta 
correta classificação do sujeito. 
a) Aniquilaram as fontes de resistência na zona de conflito 
do país. (Sujeito Oculto) 
b) O conflito armado é movido pela ideia de paz futura. 
(Sujeito Paciente) 
c) Faria tudo de novo, na tentativa de mais um acerto. 
(Sujeito Expresso) 
d) Choveu elogio na noite da premiação. (Sujeito Inexistente) 
15.12. (EEAR – SP) – Marque a alternativa que apresenta 
classificação correta em relação ao tipo de sujeito. 
a) O chefe trovejava de raiva. (Sujeito indeterminado) 
b) Uma chuva de pétalas tomou conta do céu da cidade. 
(Oração sem sujeito) 
c) Amamos a benignidade de nosso Mestre. (Sujeito 
indeterminado) 
d) Não podia haver formas mais simplificadas de respostas. 
(Oração sem sujeito) 
Aula 15
25Português 4B
15.13. (EBMSP – BA - Adaptada) – 
Preconceitos fazem parte de uma vida infeliz. 
É verdade que eles fazem parte da vida na qual 
há preconceitos de todo tipo, sempre despropor-
cionais em relação às diferenças, à singularidade. 
Uma vida que se autoquestiona eticamente é aque-
la que tenta entender e superar preconceitos. Em 
geral, nessa superação, encontramos com a novi-
dade da singularidade. É ela, essa condição dife-
rente e única própria de cada pessoa, que devemos 
respeitar universalmente. Em um aspecto profun-
do é o autoquestionamento ético que, ao nos aju-
dar a superar preconceitos, nos leva à felicidade. 
TIBURI, Márcia. Infelicidades contemporâneas. 
Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br>. Acesso em: ago. 2017. 
Considerando-se os aspectos coesivos que mantêm a pro-
gressão temática do texto, é correto afirmar: 
a) O conectivo “que”, em “É verdade que eles fazem parte 
da vida”, introduz uma oração nova no período, dando 
continuidade à ideia inicial do enunciado. 
b) O pronome pessoal “eles”, em “É verdade que eles fazem 
parte da vida”, faz uma referência catafórica ao termo 
“preconceitos de todo tipo”, prenunciando uma reflexão 
sobre um viés temático ainda não apresentado e tratado 
a seguir. 
c) O relativo “[n]a qual”, em “fazem parte da vida na qual há 
preconceitos”, resgata a palavra “parte”, caracterizando-a 
a partir de um aspecto que lhe é inerente. 
d) O demonstrativo “aquela”, em “Uma vida que se 
autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender”, 
retoma a expressão “vida infeliz”, a fim de caracterizá-la 
como uma prática incessante de autoconhecimento. 
e) O elemento coesivo pronominal “ela”, em “É ela, essa 
condição diferente e única própria de cada pessoa”, refere-
se ao vocábulo “superação”, recuperando-o para ressaltar 
a única condição de uma existência

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