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1 Informações implícitas 13 Aula 4B Português Gazeta do Povo 11/03/2016 Você sabe: o sentido do que lemos – seja um pequeno enunciado, seja um texto de maior extensão – não depende unicamente daquilo que vem explicitado aos nossos olhos de leitores. Grande parte das informações que ajudam a compor o sentido do que se nos apresenta como texto não é trabalhada de forma escancarada; ao contrário, trata-se de “pistas” implícitas a um leitor que – espera-se – esteja habilitado em captá-las e desvendá-las como peças fundamentais de um todo. Sem essa capacidade mais sutil de apreensão, certamente ficaremos vulneráveis a leituras parciais, porque incompletas, quando não equivocadas. Ler corretamente, portanto, passa pela depreensão do que é mais imediato no texto, mas também daquilo que está nas entrelinhas do que se vê, do que se lê. E é exatamente isso o que nos ajuda a entender os sentidos da tirinha acima. Embora possa parecer um procedimento muito esquemático, por questões didáticas façamos um levantamento dos explícitos e dos implícitos na tira. • a cena inicial apresenta uma crítica da personagem à interferência do governo municipal e estadual na vida de um taxista. (“IPVA” é um tributo pago ao governo estadual; “licença” e “cooperativas” são regidos por determinações de uma prefeitura, portanto, do governo municipal); • na segunda cena, um outro motorista concorda com a crítica do taxista. Nota-se que se trata de um carro do serviço Uber, modalidade de transporte que despertou a indignação e fúria da classe dos taxistas nos últimos anos; • na cena final, o discurso do taxista – agora em sentido mais amplo, porque voltado ao país – reforça sua crítica à administração pública. Nas marcas explícitas, inicialmente identificamos o taxista e sua reclamação. Em seguida, é preciso reconhecer um carro como do serviço Uber, e o tipo de contraponto que essa alternativa de transporte representa à categoria dos taxistas. Sem essa informação, fica muito complicado captar a ironia presente no último quadro. Aí, sim, o implícito é fundamental. Se o leitor não percebe a contradição no discurso revoltado do taxista, a graça não se dá “por inteiro”: o mesmo cidadão que reclama da interferência do governo em sua vida, no seu trabalho, também se queixa da falta de interferência do governo em sua vida, no seu trabalho... Basta, para isso, que tenha algum interesse individual ferido – no caso da tira, a aparição de um concorrente profissional. Não é difícil entender como uma leitura mais refinada é necessária, portanto, para que se dialogue com a intenção do artista. A postura individualista, baseada na preservação dos interesses próprios, se vale de qualquer recurso – mesmo que contraditório (quem sabe, inconsciente) – ao eleger o alvo de sua fúria. Não importa tratar-se da esfera municipal, estadual ou federal – uma vez que eu estou sendo prejudicado, a culpa deve ser de alguém, que ora me atrapalha (quando interfere muito), ora não me ajuda (quando não interfere). Língua e ideologia Calma, não se preocupe, porque não há nada aqui como “doutrinação” ou qualquer tipo de ameaça nesse sentido. Linguisticamente falando, © Al ’H an at i 2 Extensivo Terceirão ao abrir a boca e se pronunciar, você já é um indivíduo ideologizado, pela sua própria condição de ser humano, reflexo do que ouve em casa, do que discute com os amigos, do que vê na televisão, do que lê na internet... Você sabe: muitas vezes, os textos com que nos deparamos cobram – mais do que um conhecimento vocabular ou ‘gramatical’ – uma percepção sutil do mundo em que vivemos, sem a qual, infelizmente – e também muitas vezes –, não conseguimos entender certas ideias. Como temos reiterado ao longo deste curso, nada é de graça no mundo da língua e da linguagem. Os enunciados nos vêm sempre repletos de significados e intenções, pois tudo é ideológico no mundo. Não existe mensagem desprovida de intenção, daí que o mito da neutralidade ou imparcialidade, tão alardeado, por exemplo, pelos meios de comunicação, seja na verdade apenas... um mito... Cabe-nos, portanto, estar atentos às intenções dos enunciadores com quem travamos contato, pois, explí- cita ou não, sempre haverá uma ideia latente naquilo que se enuncia. É essa percepção que nos faz melhores ou piores leitores. Algumas estratégias de enunciação Confira a definição de “implícito”, segundo o Novo Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa: De modo bem esquemático e simples, podemos citar algumas estratégias que exigem do leitor maior atenção e conhecimento prático das relações linguísticas que caracterizam a produção de informações em um texto. I. Pressuposto – corresponde a ideias construídas de uma maneira não explícita. Neste caso, há marcas formais como palavras, expressões, sinais de pontua- ção funcionando como “pistas” para uma informação a ser depreendida pelo leitor. Na pressuposição, o sentido dessa informação é algo inquestionável, que não se coloca em discussão quanto à sua validade. Estudo sem questionamento não é um bom sinal. > [estudar corretamente pressupõe existirem per- guntas] Até ele entendeu esta questão. > [a questão é fácil a um ponto tal que mesmo quem não a enten- deria – “ele” – acabou entendendo] É bom reforçar: um pressuposto sempre é tomado como verdadeiro, pois é a sua leitura como verdadeiro quem constrói uma afirmação explícita. Assim, em Todos foram ao passeio da turma do quarto ano, menos João. Um pressuposto é o de que João pertence ao quarto ano. Se você nega tal ideia ou não a aceita como verdadeira, a frase acima fica sem sentido. II. Subentendido – trata-se de ideias insinuadas, suge- ridas pelo autor da mensagem. No pressuposto, não há qualquer marca linguística a orientar a construção de sentido da informação. Neste caso, portanto, a recepção desse sentido é mais “aberta” do que no pressuposto, podendo inclusive ser negado pelo leitor, agora com maior liberdade de interpretação. Essa maior amplitude na interpretação dá ao enunciador, inclusive, o benefício de defender-se de alguma leitura indesejada, alegando que não partiu dele determinada intenção. Os fatores con- textuais são muito relevantes no trabalho com os subentendidos. Imagine uma hipotética conversa em família: – Vocês viram que o filho do João passou no vestibular sem fazer cursinho? – pergunta o pai. – Por que você não o adota? – retruca a filha, já chorando, lembrando do tempo em que estuda para passar no vestibular. Neste jogo de subentendidos, há defesa para to- dos os gostos. Imagine que o pai realmente estivesse comentando despretensiosamente a aprovação de um jovem no vestibular, sem qualquer insinuação ou “indireta” à filha. Ele poderia alegar, por exemplo, que sequer sabia do curso em que havia sido aprovado o “filho do João”. Ou seja, com o subentendido se estabelece um dinâmico jogo de insinuações, com efeitos apreci- áveis segundo o grau de competência de entendi- mento de cada um dos participantes. III. Ironia – consiste na expressão de uma ideia que significa exatamente o contrário do que se enuncia. Em outros termos, diz-se algo que representa precisa- mente o oposto. Naturalmente, o efeito feliz de uma ironia só pode decorrer da adesão e da compreensão do leitor / receptor ao jogo proposto pelo enunciador; do contrário, perde-se o efeito irônico. O gosto refinado dos emergentes da classe A é algo discreto: o modo como expõem suas roupas, carros e bugigangas não deixa perceber que são novos-ricos. Fico feliz quando me deparo com alguém tão educado! [para uma pessoa sem educação] Aula 13 3Português 4B Testes Assimilação Instrução: Texto para a questão 13.01. QUINO <updateordie.com> 13.01. (UERJ) – No primeiro quadrinho, a declaração feita pela personagem indica um pressuposto acerca do universo escolar. Esse pressuposto pode ser associado, na escola, à seguinte prática: a) negação do patriotismo b) intolerânciaà diversidade c) desestímulo às indagações d) reprovação de brincadeiras Instrução: Texto para as questões 13.02, 13.03 e 13.04. Tratava-se de uma orientação pedagógica que acreditava no papel da instrução como base pré- via das transformações sociais. Ela preconizava uma educação ri- gorosamente leiga em classes mistas, sem religião, com predomínio da ci- ência apelando para a iniciativa do aluno e criando para ele condições atraentes de aprendizado, com o fim de formar cidadãos independentes não submetidos aos preconceitos. Ao mesmo tempo, Ferrer pregava a organização sindical dos professores e a sua solidariedade com o movimento operário, como consequência lógica do pressuposto segundo o qual a instrução leiga e científica leva necessariamente a desejar a transfor- mação da sociedade. (Antonio Candido, Teresina etc...) 13.02. (ESPM – SP) – Com base no texto, pode-se afirmar que o modelo pedagógico defendido pretendia aliar: a) Religião, obscurantismo e mudança política. b) Estado laico, corpo docente e sindicalização dos discentes. c) Ciência, participação do aluno e transformação da so- ciedade. d) Formação leiga, nivelamento social e cidadania. e) Quebra de preconceitos, identidade operária e revolução. 13.03. (ESPM – SP) – Na frase: “Ela preconizava uma edu- cação rigorosamente leiga...”, o verbo em negrito significa: a) propagar, defender com louvor. b) preconceber, planejar com antecipação. c) precipitar, lançar inadequadamente. d) anunciar precocemente. e) fazer presságios inadequados. 13.04. (ESPM – SP) – Depreende-se do texto que: a) a finalidade de qualquer educação é o esclarecimento em assuntos sexuais em classes mistas. b) o alvo de uma pedagogia revolucionária consistiria em transformar todo aluno em operário. c) o objetivo primeiro desse tipo de instrução era formar quadros militantes para o movimento sindical. d) o intuito desse sistema de ensino era buscar conciliar o aprendizado com uma postura favorável à mudança social. e) a preocupação maior dessa atitude educacional voltava-se para uma ética leiga e liberal, mas anticientifíca. Aperfeiçoamento Instrução: Texto para as questões 13.05, 13.06, 13.07 e 13.08. Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percep- ção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria 4 Extensivo Terceirão o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula. O segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade. E o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização. Este mundo globalizado, visto como fábula, constrói como verdade um certo número de fanta- sias. 1Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias re- almente informa as pessoas. 2A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. 3É como se o mundo houvesse se tornado, para todos, ao al- cance da mão. 4Um mercado avassalador dito glo- bal é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta quando, na verdade, as diferenças locais são aprofundadas. O mundo se torna menos uni- do, 5tornando também mais distante o sonho de uma cidadania de fato universal. 6Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. 7Na verdade, para a maior parte da humani- dade, a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas en- fermidades se instalam e velhas doenças, suposta- mente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. Todavia, podemos pensar na construção de um outro mundo, mediante uma globalização mais humana. As bases materiais do período atual são, entre outras, a unicidade da técnica, a convergên- cia dos momentos e o conhecimento do planeta. É nessas bases técnicas que o grande capital se apoia para construir a globalização perversa de que fala- mos acima. Mas essas mesmas bases técnicas po- derão servir a outros objetivos, se forem postas a serviço de outros fundamentos sociais e políticos. MILTON SANTOS Adaptado de Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004. 13.05. (UERJ) – No primeiro parágrafo, o autor apresenta uma caracterização negativa do mundo atual, ao mesmo tempo que propõe um procedimento de análise desse contexto que permitiria superá-lo. Esse procedimento de análise está explicado em: a) contestação de práticas históricas que geram injustiças sociais b) simulação de cenários futuros que possibilitem novas relações humanas c) formulação de conceitos gerais que simplifiquem uma tese controversa d) delimitação de aspectos distintos que compõem um problema complexo 13.06. (UERJ) – Fala-se, por exemplo, em aldeia global para fazer crer que a difusão instantânea de notícias realmente informa as pessoas. (ref. 1) Ao empregar a expressão destacada neste trecho, o autor indica sua discordância em relação a uma ideia difundida como verdade inquestionável. Outra expressão empregada com a mesma finalidade está destacada em: a) É como se o mundo houvesse se tornado, para todos, ao alcance da mão. (ref. 3) b) Um mercado avassalador dito global é apresentado como capaz de homogeneizar o planeta. (ref. 4) c) tornando também mais distante o sonho de uma cida- dania de fato universal. (ref. 5) d) Enquanto isso, o culto ao consumo é estimulado. (ref. 6) 13.07. (UERJ) – A partir desse mito e do encurtamento das distâncias – para aqueles que realmente podem viajar – também se difunde a noção de tempo e espaço contraídos. (ref. 2) O comentário introduzido entre travessões apresenta um ponto de vista do autor que se sustenta em um elemento subentendido. Esse elemento está associado à existência, na sociedade, de: a) valores familiares b) apelos publicitários c) diversidade cultural d) desigualdade econômica 13.08. (UERJ) – Na verdade, para a maior parte da huma- nidade, a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. (ref. 7) No terceiro parágrafo, as frases posteriores ao trecho citado desenvolvem a argumentação do autor por meio da apre- sentação de: a) hipóteses c) digressões b) evidências d) discordâncias 13.09. (UEFS – BA) – CAULOS. Só dói quando eu respiro. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 56. Considerando-se a análise dos pressupostos e subentendidos relacionados com os elementos verbais e não verbais desse cartum de Caulos, é correto afirmar que nele está presente um recurso estilístico denominado de Aula 13 5Português 4B a) comparação, cotejando os valores e o lugar dos sujeitos em uma sociedade excludente. b) paradoxo, sugerindo uma incompatibilidade ideológica referente aos que representam a força e a fraqueza. c) oximoro, explicitando, através de conceitos contrários, elementos que se complementam no contexto público. d) antítese, denunciando, por meio de figuras e vocábulos an- tagônicos, a desigualdade, a opressão e a exploração social. e) metonímia, substituindo os indivíduos e suas classes sociais por nomes que apresentam entre si ideias contraditórias. Instrução: Texto para a questão 13.10. Imagem – Reprodução/Internet Médico debocha de paciente na internet e é demitido Pacientes e internautas ficaram indignados com a postura do funcionário Um médico plantonista do hospital públi- co Santa Rosa de Lima, administrado pela Santa Casa de Serra Negra, em São Paulo, foi afastado do trabalho após ter uma foto divulgada em seu Facebook em que debocha de um paciente que não falou corretamente as palavras “pneumonia” e “Raio-X” em uma consulta. O médico em questão publicou emsua rede social a imagem de um receituário em que se lê: “Não existe peleumonia e nem raôxis”. A posta- gem foi comentada pelas funcionárias do hospi- tal, que também foram demitidas. O Conselho Regional de Medicina de São Pau- lo (Cremesp) informou que vai instaurar uma sindicância para avaliar a postura do profissional. O caso ganhou repercussão depois que a denún- cia foi publicada na coluna “Comentando”, e outros pacientes e internautas ficaram indignados com a postura do clínico geral. A diretoria do Hospital Santa Rosa de Lima publicou uma nota em que re- pudia o comportamento dos ex-funcionários. Texto adaptado. Disponível em: <http://noticias.band.uol.com.br/ cidades/noticia/100000816630/medico-debocha-depaciente-na- internet-e-e-demitido-de-hospital.html>. Acesso em: 07 nov. 2016. 13.10. (UCPEL – RS - Adaptado) – Sobre o a posição do médico, referida no texto, é correto afirmar que: I. Em sua atitude preconceituosa, o médico ilustra a importância de usar a maneira correta de se empregar as palavras “pneu- monia” e “Raio-X” em uma consulta. II. O médico deixa subentendido que língua é dinâmica e exerce um papel social, assim, podem coexistir variações da mesma. III. O médico privilegia a utilização da norma culta da língua não se apegando ao contexto comunicativo. IV. O médico deixa implícito que, no contexto social, a es- colaridade não influencia em um diálogo, pois considera as variações dialetais. a) I e II. d) II e IV. b) III e IV. e) I e III. c) II e III. Aprofundamento Instrução: Texto para a questão 13.11. O amigo da casa A própria menina se prende muito a 1ele, que ainda lhe trouxe a última boneca, embora agora ela se ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala sob a luz do abajur e lê a revista de quadrinhos. 2Ele é alemão como o dono da casa. Tem apartamento no hotel da praia e joga tênis no clube, saltando com energia para dentro do campo, a raquete na mão. Assiste às partidas girando no copo de uísque os cubos de gelo. É o amigo da casa. Depois do jantar, passeia com a mãe da menina pelo caminho de pe- dra do jardim: as duas cabeças – a loira e a preta de cabelos aparados – vão e vêm, a dele já com entradas da calva. 3Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso, que o moço de bordo vai deixar no escritório. O dono da casa é Seu Feldmann. 4Dirige o seu pequeno automóvel e é muito delicado. Cumpri- menta sempre todos os vizinhos, até mesmo os mais canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfândega. Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a ca- beça. Compra marcos a bordo e no banco para a 5sua viagem regular à Alemanha. Viaja em compa- nhia do comandante do cargueiro, em camarote especial. Então respira o ar marítimo no alto do convés, os braços muito brancos e descarnados, na camisa leve de mangas curtas. A fortuna de origem é da mulher: as velhas casas no centro da cidade, os antigos armazéns, 6o sítio da serra, de onde ela desce aos domingos em compa- nhia 7do 8outro, que é o amigo da casa, e da menina. 9Saem os dois à noite e 10ele para o seu próprio automóvel sob os coqueiros na praia. 11Decerto brigaram mais uma vez, porque ela volta para casa de olhos vermelhos, enrolando 12nos dedos o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela e seu Feldmann dormem em quartos separados). Trila o apito do guarda. 13Os faróis do automóvel na rua pincelam de luz as paredes, tiram reflexo do espelho. 14Ela permanece insone: o vidro de sua janela é um retângulo de luz na noite. (Moreira Campos. In Obra Completa – contos II. 1969. p. 120-122. Originalmente publicado na obra O puxador de terço. Texto adaptado.) 6 Extensivo Terceirão 13.11. (UECE) – O início e o final de um conto são impor- tantíssimos: o início porque conquista e seduz, ou afasta o leitor; o final, porque, via de regra, corresponde ao clímax da história. O desfecho de um conto pode ser de duas ordens: enigmático, imprevisível, surpreendente (maior incidência no conto tradicional); destituído de enigma, surpresa ou imprevisto (maior incidência no conto moderno). Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o que se diz sobre o começo e o fim do texto. ( ) O início do conto (texto) peca literariamente por ser impreciso ao introduzir as personagens, pois não as nomeia; refere-se a elas usando pronome – “ele”, “ela” – e sintagmas nominais – “o amigo da casa”, “a menina”, o que as despersonaliza. ( ) A despersonalização dos actantes não é, em tese, a melhor técnica narrativa, uma vez que pode dificultar o entendimento do leitor. ( ) O epílogo do conto (texto 1) é destituído de enigma, surpresa ou mistério. A falta desse elemento de sur- presa aproxima o conto em pauta do conto moderno. ( ) O emprego do vocábulo “própria” no início do texto su- gere continuidade. Esse vocábulo, na posição em que se encontra parece exigir um pressuposto, no caso em foco, o pressuposto de que a menina teria muitas razões para não se prender a ele, no entanto... É como se o narrador estivesse retomando uma narrativa interrompida. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: a) V – F – V – F. c) V – V – F – F. b) F – F – V – V. d) F – V – F – V. 13.12. (UFJF – MG) – Leia um trecho de uma entrevista com o antropólogo Roberto DaMatta: O jeitinho brasileiro é uma forma de corrupção? Se a regra transgredida não causa prejuízo, temos o “jeitinho” positivo e, dirá eu, ético. Por exemplo: estou na fila, chega uma senhora pre- cisando pagar sua conta que vence aquele dia e pede para passar na frente. Não há o que recla- mar dessa forma de “jeitinho”, que seria universal porque poderia ocorrer na maioria dos países co- nhecidos, exceto talvez na Alemanha ou na Suíça, onde um trem sai às 14:57! E sai mesmo: eu fiz o teste. A questão sociológica que o “jeitinho” apresen- ta, porém, é outra. Ela mostra uma relação ruim com a lei geral, com a norma desenhada para to- dos os cidadãos, com o pressuposto que essa regra universal produz legalidade e cidadania! Eu pago meus impostos integralmente e por isso posso exi- gir dos funcionários públicos do meu país. Tenho o direito – como cidadão – de tomar conta da Bi- blioteca Nacional, que também é minha. Agora, se eu dou um jeito nos meus impostos porque o de- legado da receita federal é meu amigo ou parente e faz a tal “vista grossa”, aí temos o “jeitinho” viran- do corrupção. (...) O que nos enlouquece hoje no Brasil não é a existência do jeitinho como ponte negativa entre a lei e a pessoa especial que dela se livra. É a persistência de um certo estilo de lidar com a lei, marcadamente aristocrático, que de cer- to modo induz o chefe, o diretor, o dono, o patrão, o governador, o presidente a passar por cima da lei porque ele a “empossa”. DaMatta, R. Entrevista. Disponível em: <http://maniadehistoria. wordpress.com/>. Acesso em: 19 ago. 2014. (adaptado) Considerando o texto acima, escolha a alternativa CORRETA. Para Roberto DaMatta: I. o “jeitinho brasileiro” é sempre sinônimo de corrupção. II. toda regra transgredida provoca prejuízo aos outros. III. ocupar certos cargos não significa estar acima da lei. a) todas as afirmativas são verdadeiras. b) todas as afirmativas são falsas. c) apenas a afirmativa III é verdadeira. d) as afirmativas I e III são verdadeiras. e) apenas a afirmativa I é falsa. Instrução: Texto para a questão 13.13. Como percepção da sociedade moderna, não há nada que se compare a ‘O Capital’, ao ‘Manifes- to Comunista’ e aos escritos sobre a luta de classes na França. A potência da formulação e da análise até hoje deixa boquiaberto. Dito isso, os prog- nósticos de Marx sobre a revolução operária não se realizaram, o que obriga a uma leitura distan- ciada. Outros aspectos da teoria, entretanto, fica- ram de pé, mais atuais do que nunca, tais como a mercantilização da existência, a crise geral sempre pendente e a exploração do trabalho. Nossa vida intelectual seria bem mais relevante se não fechás- semos os olhos para esse lado das coisas. (Roberto Schwarz,“Por que ler Marx”, Folha de S.Paulo, 22.02.2013) 13.13. (ESPM - SP) – No trecho: “... o que obriga a uma leitura distanciada.”, a expressão em destaque tem o valor semântico de: a) leitura nas entrelinhas, ou seja, do que está subentendido. b) leitura que leva em conta o contexto temporal. c) leitura fantasiosa, imaginativa. d) leitura crítica, sem envolvimento emocional. e) leitura interpretativa com uma óptica moderna. 13.14. (FUVEST – SP) – “O que dói nem é a frase (Quem paga seu sa- lário sou eu), mas a postura arrogante. Você fala e o aluno nem presta atenção, como se você fosse uma empregada.” (Adaptado de entrevista dada por uma professora à “Folha de S. Paulo”) Aula 13 7Português 4B a) A quem se refere o pronome “você”, tal como foi usado pela professora? Esse uso é próprio de que variedade linguística? b) No trecho “como se você fosse uma empregada”, fica pressuposto algum tipo de discriminação social? Justi- fique sua resposta. Instrução: A questão 13.15 baseia-se na primeira parte de um poema do parnasiano Alberto de Oliveira (1857-1937). FLOR AZUL - I Abre uma flor sem nome entre as flores da serra. À quentura do sol e seio azul descerra. Dela, por conhecê-la, um sábio pensativo Aproxima-se, vai, do parênquima vivo Das folhas, observar com a lente estoma e estoma; Analisa-lhe o suco, aspira o fino aroma Ao seu cálice, toca a leve contextura, Os estames lhe conta, o ovário lhe procura E sonda; até que enfim: “Ora! - seguro exclama - É uma... E grego e latim, nome híbrido lhe chama Dissonante e confuso. Após se afasta e some. E eu fiquei, flor azul, sem te saber o nome! In: OLIVEIRA, Alberto de. POESIAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Núcleo Editorial da UERJ, 1978, vol. II, p. 421. 13.15. (UNESP – SP) – A RETICÊNCIA é um procedimento de discurso que consiste em interromper a sequência de uma frase, devido a diferentes razões, como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou indecorosa, ou deixar de expressar algo que pode ser facilmente subentendido. Partindo desta informação, releia o poema de Alberto de Oliveira e, a seguir, a) mencione o verso em que ocorre um caso de reticência e justifique a utilização desse recurso pelo poeta; b) explique, com base na leitura do poema, o caráter irônico da fala do poeta à flor, no último verso. 8 Extensivo Terceirão Instrução: Texto para a questão 13.16. 1A vida de geladeira me lembrava a infância 2quando nos prendiam no quarto com uma da- quelas doenças inevitáveis: sarampo, caxumba, catapora. Ali ainda era possível olhar pela janela a chuva fininha caindo nas ruas de Minas, a tropa de burros transportando carvão, 3a cara do carvo- eiro manchada de negro nas bochechas. Os adul- tos apareciam de tarde e de manhã, 4colocavam o termômetro não sem balançá-lo energicamente antes. 5Quando tiravam o termômetro e se apro- ximavam da claridade, 6discutiam em voz baixa. Trinta e sete e meio, normal; não, trinta e sete e meio ainda é febre. Não sabíamos o que signifi- cavam realmente aqueles números e nem aquela coisa fria debaixo do braço. Mas a palavra febre era definitiva. Com febre você não pode sair; en- quanto você tiver febre você terá de ficar dentro do quarto. De manhã você tinha menos febre, 7de tarde as coisas pioravam. E isto era todo dia. Por que não enfiar aquele termômetro só de manhã? Aquela altura os jornais já haviam publicado reportagens relativamente extensas e exatas sobre 8o sequestro do Embaixador americano. O Rio de Janeiro estava ainda fora de propósito. Para onde ir? As coisas estavam nesse pé: 9iríamos para al- gum lugar que não fosse o Rio de Janeiro, dentro de algum tempo. 10Não sei se o leitor/a já se meteu nessas complicações onde há muitas variáveis des- conhecidas. Minha técnica é de abandonar algu- mas e me fixar na mais viável. Não me perguntava tanto quando sairia e sim para onde sairia. O pro- blema do quando se resolveria depois. Adap. GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? Rio de Janeiro: Codecri, 1979, p. 139. 13.16. (UDESC) – Analise as proposições em relação à obra “O que é isso, companheiro?”, de Fernando Gabeira, e ao texto. I. Se a estrutura linguística “colocavam o termômetro não sem balançá-lo energicamente antes” (referência 4) for assim reescrita: colocavam o termômetro não sem o balançar energicamente antes, quanto à colocação pro- nominal, mantém-se o padrão culto da língua. II. A leitura da obra leva o leitor a inferir que se trata de uma narrativa de caráter memorialístico e realista, de uma his- tória recente do país, em que são relatados episódios da luta contra a ditadura militar no Brasil desde 1964 (golpe), passando por 1968 (AI-5), até meados da década de 1970. III. Os dois pontos em “quando nos prendiam no quarto com uma daquelas doenças inevitáveis: sarampo, caxumba, catapora” (referência 2) justificam-se por introduzir um aposto enumerativo. IV. Em “iríamos para algum lugar que não fosse o Rio de Janeiro” (referência 9), o verbo ir rege uma expressão que indica lugar; a substituição da preposição destacada por a não altera a estrutura linguística do texto. V. A leitura do texto leva o leitor a inferir que em “discutiam em voz baixa” (referência 6) há o pressuposto de que havia febre, logo havia perigo; da mesma forma que em “de tarde as coisas pioravam” (referência 7) há o pressuposto de que a febre sempre aumentava no final do dia. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. c) Somente as afirmativas II, III, IV e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Instrução: Texto para a questão 13.17. E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda a alma pelos olhos enamorados. Naquela mulata estava o grande mistério, a síntese das impressões que ele recebeu chegan- do aqui: ela era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era a palmei- ra virginal e esquiva que se não torce a nenhuma outra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel e era a castanha do caju, que abre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e traiçoeira, a lagarta visco- sa, a muriçoca doida, que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpo dele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibras embambeci- das pela saudade da terra, picando-lhe as artérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelha daquele amor setentrional, uma nota daquela mú- sica feita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem de cantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana e espalhavam-se pelo ar numa fosfo- rescência afrodisíaca. Aluísio Azevedo, O cortiço. 13.17. (FUVEST – SP) – Para entender as impressões de Jerônimo diante da natureza brasileira, é preciso ter como pressuposto que há a) um contraste entre a experiência prévia da personagem e sua vivência da diversidade biológica do país em que agora se encontra. b) uma continuidade na experiência de vida da personagem, posto que a diversidade biológica aqui e em seu local de origem são muito semelhantes. c) uma ampliação no universo de conhecimento da per- sonagem, que já tinha vivência de diversidade biológica semelhante, mas a expande aqui. Aula 13 9Português 4B d) um equívoco na forma como a personagem percebe e vivencia a diversidade biológica local, que não comporta os organismos que ele julga ver. e) um estreitamento na experiência de vida do personagem, que vem de um local com maior diversidade de ambientes e de organismos. Instrução: Texto para a questão 13.18. PREFÁCIO São os primeiros cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras vozes do sabiá não têm a doçura dos seus cânticos de amor. É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas semviço. Cantos espontâneos do coração, vibrações do- ridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou, – como isso dou a lume essas harmonias. São as páginas despedaçadas de um livro não lido... E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha soli- dão, agora que ela vai seminua e tímida por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfu- mes de seu coração, ó meus amigos, recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor – esses dois raios luminosos do coração de Deus. AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. In: Obra completa. Organização de Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. p. 120. 13.18. (UFGO) – Se ao invés de usar períodos compostos como em “É uma lira, mas sem cordas; uma primavera, mas sem flores; uma coroa de folhas, mas sem viço.”, o autor tivesse escolhido períodos simples: “É uma lira sem cordas. É uma pri- mavera sem flores. É uma coroa de folhas sem viço.”, a imagem construída a respeito de sua obra não seria a mesma, porque a) o pressuposto produzido pelo uso do termo sem indica a impossibilidade de os poemas retratarem a completude das coisas do mundo. b) a oposição entre os objetos naturais e os produzidos pelo homem autoriza a interpretação de que a natureza seja a musa inspiradora dos poemas. c) o subentendido produzido pelo uso do mas leva o leitor ao entendimento de que a obra é comparada a produções rudimentares. d) a contradição marcada pelo uso do mas permite a com- preensão de que a essência das coisas se mantém mesmo quando lhes falta o atributo principal. e) a antítese instaurada na comparação entre realidade e ficção produz a ideia de que a poesia deva realçar a aparência das coisas. Desafio Instrução: Os dois textos a seguir servem de base para a questão 13.19. O País do Carnaval – É... – apoiava Jerônimo enrubescendo. – E crer... Existem ainda homens inteligentes que creem. Crer... Acreditar que um Deus, um ser superior, nos guie e nos dê auxílio... Mas ainda há quem creia... – Há... – Olhe, Jerônimo, dizem que foi Deus quem criou os homens. Eu acho que foram os homens que criaram Deus. De qualquer modo, homens criados por Deus ou Deus criado pelos homens, uma e outra obra são indignas de uma pessoa in- teligente. – E Cristo, Pedro Ticiano? – Um poeta. Um blagueur. Um cético. Um diferente da sua época. Cristo pregou a bondade porque, naquele tempo, se endeusava a maldade. Um esteta. Amou a Beleza sobre todas as coisas. Fez em plena praça pública blagues admiráveis. A da adúltera, por exemplo. Ele perdoou porque a mulher era bonita e uma mulher assim tem direi- to a fazer todas as coisas. Cristo conseguiu vencer o convencionalismo. Um homem extraordinário. Mas um deus bem medíocre... – Como? – Um deus que nunca fez grandes milagres! Contentou–se com multiplicar pães e curar cegos. Nunca mudou montanhas de lugar, nunca fez descer sobre a terra nuvens de fogo, nem parou o sol. Cristo tinha, contra si, esta qualidade: sempre foi mau prestidigitador. [...] Jerônimo mudava de assunto. – Você, Pedro Ticiano, é o homem de espírito mais forte que eu já vi. Com quase setenta anos, ainda é ateu... – Ah, não tenho medo do inferno... E, no caso de ele existir, eu me darei bem lá... – Você sempre foi meio satânico... É capaz de fundar um jornal oposicionista no inferno. Vol- taire, você e Baudelaire no inferno. Que gozado! Pedro Ticiano sorria, vendo que Jerônimo não resistia à fascinação da sua palavra. E gostava de derrubar os sonhos daquele homem medíocre e bom, que tinha o único defeito de querer intelec- tualizar–se. (Jorge Amado. O País do Carnaval. 30ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1976.) 10 Extensivo Terceirão Rosto & Antirrosto O homem criou Deus a quem deu o lugar de autor do céu, do ar, do mar. Para si, na Terra em flor, criou o amor. Deus, porém, pra existir criaria algo a si mesmo oposto: Numa concha acústica, inventou a dor. Lucifez Satã sua antifigura, seu antirrosto. Hoje Satã quer levar o homem a matar Deus. Qual dos 2 o sobre ______ vivente? (Cassiano Ricardo. Os Sobreviventes. Rio de Janeiro: Livraria Editora José Olympio, 1971.) 13.19. (UNESP – SP) – Nem sempre um argumento ou opinião é manifestado diretamente, mas está subentendido no que se expressa na superfície do texto. Releia os dois textos e, a seguir, a) considerando que a última estrofe do poema de Cassiano Ricardo é constituída por uma interrogação retórica, cuja resposta já está implícita na própria pergunta, indique o que pensa o poeta sobre o desfecho da luta entre Deus e Satã. b) aponte em que medida os procedimentos gráficos utilizados pelo poeta nessa estrofe (emprego de alga- rismo como palavra, partição de palavra em dois versos separados por linha) reforçam os conteúdos expressos pelas palavras. 13.20. (FUVEST – SP) – No poema “Sentimento do mundo”, que abre o livro homônimo de Carlos Drummond de Andra- de, dizem os versos iniciais: Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, Considerando esses versos no contexto da obra a que per- tencem, responda ao que se pede. a) Que desejo do poeta fica pressuposto no verso “Tenho apenas duas mãos”? Aula 13 11Português 4B 13.01. c 13.02. c 13.03. a 13.04. d 13.05. d 13.06. a 13.07. d 13.08. b 13.09. d 13.10. e 13.11. b 13.12. c 13.13. b 13.14. a) O pronome “você”, que é utilizado normalmente para designar o interlocutor, na frase dada apresenta um referente genérico, incluindo até mesmo quem está falando. Esse uso do pronome é próprio de uma variedade informal, em que se pretende criar um efeito de sentido de intimidade, de proximidade entre os in- terlocutores. b) Sem dúvida, o trecho “como se você fosse uma empregada” pressupõe discriminação social, por sugerir que aquilo que uma empregada fala não é digno de atenção. 13.15. a) É uma... As reticências comprovam que o autor hesita em citar o nome científico das espécies biológicas. b) O tom irônico está no fato de que o cientista desperdiçou tempo e pesquisa na identificação da “flor sem nome”, pois o poeta nem ousa reproduzir, porque é “dissonante e confuso”. 13.16. e 13.17. a 13.18. d 13.19. a) O autor acredita que Deus vencerá Satanás. b) Os recursos gráficos dão visualidade a aspectos semânticos impor- tantes da estrofe. A palavra “sobre” (equivalente a Deus) está acima da palavra “vivente” (que representa o homem); isso mostra que ambos (Deus e homem) estão em esferas diferentes da realidade. 13.20. a) Logo no primeiro verso do poema, o advérbio “apenas” aponta para um reconhecimento da própria impotência do eu lírico. Essa ideia irá percorrer todo o resto do poema. Porém, também suge- re um desejo de força, a fim de lutar contra aquilo que o oprime, clamando para isso, em outros poemas, à ação coletiva, eviden- ciando, assim, a ideologia do poeta no contexto em que o livro foi escrito. b) O ponto de vista do poeta é alterado. No primeiro livro, os versos citados indicam um eu lírico voltado para si, para a subjetividade, colocando seus sentimentos como mais importantes, maiores que o próprio mundo. Mais tarde, vemos o poeta voltar-se para os sentimentos do mundo, ou seja, priorizar e valorizar as mazelas que se espalham pelo mundo, evidenciando um poeta mais preo- cupado com a coletividade do que com a individualidade. Gabarito b) No poema de abertura do primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade – Alguma poesia (1930) – apareciam os conhecidos versos Mundo mundo vasto mundo mais vasto é meu coração. Quando, anos depois, o poeta afirma ter “o sentimento do mundo”, ele ratifica ou altera o ponto de vista que expressara nos citados versos de seu livro de estreia? Explique sucintamente. 12 Extensivo Terceirão Português 4B Introdução à análise sintática Aula 14 Quer se aproximar da análise sintática, entendê-la melhor? Simples. Leia bem, leia corretamente. Lição básica,que, uma vez captada nesta aula 14, pautará todas as relações daqui para frente: importa saber quem se liga a quê no interior da frase. Essa é uma operação elementar, simples, de coesão. “Quem gosta, gosta de alguém, ou de alguma coisa...”, “quem vai, vai a algum lugar” podem funcio- nar em exemplos básicos, em ordem direta, mas não resistem a um enunciado menos elementar, além, é claro, de representar uma concepção, digamos, ultrapassada – para ficar no mínimo –, porque baseada em decoreba, como se qualquer frase se prestasse a “perguntas macetes”. Veja o caso em um enunciado como Quem precisa de elogios constantes tem necessidade da compaixão alheia Qualquer aluno mais atento, se fosse chamado a ana- lisar sintaticamente os termos grifados acima, saberia de antemão que eles jamais poderiam ter a mesma função sintática, uma vez que no primeiro caso a expressão está ligada a um verbo (“precisa”) e depois se relaciona a um nome (“necessidade”). É isso! Pela relação primeira de coesão, alguns termos se ligam a núcleos verbais; outros, a nominais. Por isso, as funções sintáticas não poderiam ser as mesmas nas duas expressões grifadas no exemplo anterior. Passo inicial em sintaxe: reconhecer se o termo em xeque na análise se relaciona a um verbo ou a um nome. Para que a análise sintática? Embora algumas provas ainda se apeguem a uma nomenclatura estafantemente tradicional, e isso certa- mente incomoda, é certo também que reconhecer as funções sintáticas e suas características básicas – sem decoreba – é um poderoso instrumento para que possamos ler melhor, uma vez que podemos passar a entender “o que ocorre no interior do enunciado”. Ou seja: não lemos mecanicamente, de modo a responder a perguntas artificiais. Como fazer isso, então? Se há a necessidade de uma abordagem sintática, é pela Sintaxe que devemos começar, por isso a relação de coesão. Uma vez que saibamos a relação entre termo em xeque e seu núcleo, já delimitamos as possibilidades sintáticas para sua classificação. Mas isso não basta, porque em seguida é preciso mos- trar competência de leitura, e aí entra a Semântica. Note como podemos operar esses passos em três exemplos simples. I. Os irmãos alegram aquela casa. II. Todos adoram os irmãos. III. Eles são irmãos. Relações de coesão: Os irmãos alegram aquela casa. Todos adoram os irmãos. Eles são irmãos. Uma simples observação já deixa claro: “irmãos” no exemplo III jamais terá a mesma função sintática dos termos destacados em I e II. Aquele está ligado ao núcleo nominal “eles”; em I e II, os termos se relacionam a formas verbais. Com um pouco mais de atenção, o leitor atento no- taria que no exemplo I é o termo “alegram” que se liga a “os irmãos”; em II, “os irmãos” é que se liga a “adoram”. Isso já terá consequências na classificação final. Entendeu como se procede, então? A manter a velha prática de perguntas, muitos chegariam a perguntar, no exemplo III, “eles são o quê (??????)”. Queremos pensar que você já não acredita, há algum tempo, em Papai Noel, certo? Aula 14 13Português 4B Só a coesão basta na análise sintática? Em um estudo para os exames vestibulares, como é o nosso caso, é possível equacionarmos esses enfoques para obtermos um procedimento que nos seja útil em situação de prova, na hora da leitura, na hora da escrita. Aqui, portanto, partimos da Sintaxe, da coesão, mas agregaremos a isso aspectos semânticos verificados na frase. Para tal, consideremos a existência de alguns “papéis semânticos” que podem ser assumidos pelas palavras dentro dos enunciados. Ao reconhecê-los, você terá maior segurança em saber com que está lidando no momento em que analisa uma frase, sem se perder por conta de perguntas que possam não funcionar em determinados contextos. Identificar os papéis semânticos significa, de forma básica, o primeiro passo em direção a entender o que se está lendo. Para nosso estudo, podemos adotar cinco papéis básicos para análise: 1. Agente – indica o termo que pratica uma ação. 2. Paciente – indica o termo que “sofre” a ação pratica- da por um agente. 3. Destinatário – indica o termo que se beneficia ou a quem se destina algo feito pela ação do agente. 4. Atributo – indica as qualidades que se podem agre- gar aos nomes em um enunciado. 5. Circunstância – indica uma ideia veiculada com relação à ação verbal. Relacionando este ponto da matéria com o que vimos nas aulas sobre as classes de palavras, já podemos imaginar que categorias assumem frequentemente tais papéis: 1., 2. e 3. > substantivos; 4. > adjetivos; 5. > advérbios. Portanto, nas três frases sobre os irmãos no tópico anterior, entenderíamos que em I. a expressão seria o agente da ação verbal; em II., seria o paciente; em III., funcionaria como um qualificador, sendo assim um atributo do pronome “eles”. Transitividade e intransitividade dos verbos As noções de transitividade e intransitividade só poderão ser aplicadas a verbos que denotem AÇÃO. Os verbos de ação seriam aqueles que expressam a noção de um ato que possa ser realizado ou sofrido por alguém. Embora muito se discuta sobre os “níveis” daquilo que se considera uma ação, tomaremos o valor de “ação”, aqui, em um sentido amplo, sem nos atermos ao detalhamento próprio de um estudo sintático e semântico do ensino de nível superior. Por isso, para nosso propósito, serão verbos de ação, por exemplo: • correr • beijar • escrever • considerar • amar • esperar Naturalmente, “sentimos” muito mais a ação nos três primeiros exemplos, não? Nos três últimos verbos, certamente hesitaríamos em reconhecer uma ação, por exemplo, na forma esperar. Entretanto – repetimos –, para os objetivos deste estudo essas pequenas variações não afetarão nosso entendimento. Sem se prender a decorebas ou macetes, saber re- conhecer a suposta transitividade de um verbo implica, primeiramente, entender o sentido do papel semântico PACIENTE. Não façamos ainda análise sintática, mas apenas tentemos entender o que lemos: a) A leitura transforma muitas pessoas. b) Muitas pessoas descobrem a leitura muito cedo. Na frase a), o termo “a leitura” é agente, do ponto de vista semântico; “muitas pessoas”, paciente. Mais direta- mente, “a leitura” é quem “pratica a ação” de transformar o paciente “muitas pessoas”. Em b), os papéis se invertem, e não é preciso muito esforço para entender: “muitas pessoas”, agora, funciona como agente, pois o ato de descobrir parte desse termo. O paciente agora é “leitura” – ele é o termo ”descoberto”. Quando entendemos esses papéis semânticos, perce- bemos melhor as relações de sentido no interior do enunciado. Mas cuidado! Isso não é análise sintática ainda; trata-se, apenas, de entender – pelos aspectos semânticos – o que se lê. 14 Extensivo Terceirão Atenção! Se você identifica um termo paciente – o que sofre a ação verbal – em uma frase, é porque a forma verbal ali presente é TRANSITIVA. É por isso que chamamos um verbo de transitivo: ele denota uma ação verbal que recai sobre um termo paciente na frase. Ele vive bem em seu canto há muito tempo. verbo intransitivo – não há elemento algum sobre o qual recaia a ação “viver”. Ele vive uma vida tranquila em seu canto há muito tempo. verbo transitivo –“uma vida tranquila” é o elemento paciente sobre o qual recai a ação verbal. Assim, um verbo é chamado de TRANSITIVO quan- do a sua ação transita para um termo que possa ser o paciente. Se à ação verbal não corresponder elemento algum que possa ser identificado como paciente, o verbo é INTRANSITIVO. Lembre-se: a base da palavra “transitividade” é transit-, que você reconhece numa palavra como trânsito, de transitar, relacionada à noção de movimento. Note, assim, que, quando se fala em verbo transitivo, estamos nos referindo a um tipo de verbo cuja ideia de ação transita, “movimenta-se”, “desloca-se” sobre um elemento pacien- te, alguém que vai receber essa ação. Os verbosde estado Estes seriam aqueles verbos que, não transmitindo propriamente o sentido de uma ação, indicariam uma si- tuação, uma circunstância, um estado, enfim, que toque um nome qualquer. Assim, continuar, permanecer, ser, estar seriam tais formas verbais, por exemplo. A essa altura, você certamente está se lembrando dos verbos de ligação, não? Pois é isso mesmo! Os chamados verbos de ligação são os responsáveis pela indicação semântica desse “estado” em que se “situa” determinado nome. Testes Assimilação 14.01. A lista a seguir apresenta vários títulos de obras cinematográficas. Identifique em cada um deles a palavra nuclear, destacando-a. 01) “Nasce uma Estrela” 02) “Pantera Negra” 03) “Três Anúncios Para um Crime” 04) “O Destino de uma Nação” 05) “Manchester à Beira-Mar” 06) “Estrelas Além do Tempo” 07) “Um Limite Entre Nós” 08) “O Quarto de Jack” 09) “O Jogo da Imitação” 10) “A Teoria de Tudo” 11) “O Lado Bom da Vida” 12) “A Hora Mais Escura” 13) “As Aventuras de Pi” 14) “Indomável Sonhadora” 15) “A Invenção de Hugo Cabret” 14.02. Na frase, núcleos nominais e verbais atraem por coesão vocábulos que lhes são periféricos. Dada essa infor- mação, considere o enunciado abaixo e indique a alternativa que não estabelece uma relação pertinente. Em 2019, os candidatos estudaram bastante nas aulas de redação para a UFPR. a) Em 2019 se relaciona a estudaram. b) Bastante se relaciona a estudaram. c) Nas aulas de redação se relaciona a estudaram. d) De redação se relaciona a aulas. e) Para a UFPR se relaciona a aulas. 14.03. Na frase abaixo, os termos em destaque funcionam como os elementos que organizam a sentença: A infeliz atitude daquele líder atemorizava a fragilidade natural dos aprendizes. Identifique a seguir os termos nucleares de cada sentença. a) As fraquezas cotidianas dos políticos comprometem os maiores anseios do povo. b) Certos posicionamentos preconceituosos encorajam a ira obscura de muitos. c) Aqueles corajosos alunos do pré-vestibular toleram as rígidas exigências das provas. d) Muitos cientistas céticos encontram a paz triunfante da frustração. e) Os sábios médicos apreciam os valiosos conselhos de seus antigos mestres. Aula 14 15Português 4B 14.04. Como sabemos, o adjetivo é um periférico do núcleo substantivo. Uma alternativa a essa relação consiste em substituir o adjetivo por uma locução de valor adjetivo. A locução é composta por preposição + substantivo. Por vezes, é possível encontrarmos correlação de equivalência entre uma locução adjetiva e um adjetivo único (luz do sol luz solar; amor de mãe amor materno), mas nem sempre a locução encontrará um equivalente na língua, daí mesmo a utilidade dessa construção. Das alternativas abaixo, aponte o caso em que não ocorre uma locução adjetiva. a) As nuvens de chumbo cobrem a maioria das apressadas megalópoles. b) A nova loção de cabelo causou-lhe a pior decepção. c) O olhar de víbora do avaliador assustou o candidato sensível. d) Ao final da aula, o professor ficou rodeado de alunos. e) Os mandatários de paróquia ainda mantêm seus currais eleitorais. Aperfeiçoamento 14.05. Destaque os verbos nas orações a seguir e classifi- que-os, utilizando o seguinte código: I. verbo de ligação II. verbo transitivo III. verbo intransitivo a) Ela está triste. b) Ela vive triste. c) Não encontrei a papelada. d) Quem virou o espelho para o outro lado? e) O aluno virou bicho quando lhe deram a suspensão. f ) Cumpra a sua função! g) Eles descendem de gente sofrida. h) Os professores acreditam em tudo! i) Nunca vimos uma reação dessas. j) Você joga xadrez? k) Os alunos permanecem apreensivos. l) Os alunos permanecem na sala. m) Não é fácil estudar numa instituição muito grande. n) Eles vieram aqui ontem e logo foram embora. o) Chegarão a Florianópolis de madrugada. 14.06. Como se sabe, o advérbio é um periférico do núcleo verbal. Uma alternativa a essa relação consiste em substituir o advérbio por uma locução de valor adverbial. Esse tipo de locução, ligada a um verbo, é a locução adverbial. Das alternativas abaixo, aponte o caso em que não ocorre uma locução adverbial. a) Sair da sala era uma questão de vida ou morte naquele momento. b) As brigas na sala diminuíam drasticamente as chances de um aprendizado de qualidade. c) Passar na sala algumas horas do dia não era tarefa das mais fáceis. d) Ir à sala durante os intervalos lhe causava certo alívio. e) Educou-se vivendo na sala. 14.07. Leia os enunciados abaixo e a seguir assinale a alter- nativa correta a respeito deles. I. Os pouco sábios da política quase sempre se manifestam antecipadamente. II. Os poucos sábios da política quase sempre se manifestam antecipadamente. a) Não há diferença de sentido entre os dois enunciados. b) Os dois termos grifados em II apresentam valor adverbial. c) Segundo I, os insuficientemente sábios da política quase sempre agem de forma precoce; em II, uma pequena quantidade de sábios da política quase sempre age com antecedência. d) As palavras pouco e poucos apresentam valor adjetivo. e) Em I, entende-se que há sábios em pequena quantidade na política; em II, entende-se que a intensidade de sua sabedoria é insuficiente. 16 Extensivo Terceirão 14.08. Substitua a expressão destacada por um advérbio de significação equivalente. a) Recebeu a repreensão antes do tempo. b) Falava sempre sem piedade. c) Aceitou tudo com prazer. d) Trataram-no com mestria. e) Todos falavam ao mesmo tempo. 14.09. Leia os versos a seguir. “[...] Sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena” Ferreira Gullar; Toda poesia. São Paulo, Círculo do Livro. a) Explicite o verbo em elipse, isto é, subentendido, que ocorre no trecho acima. b) Explique por que o termo caro está no masculino e o termo pequena, no feminino. 14.10. Complete os períodos abaixo com o que se pede, de modo que o verbo em destaque tenha a classificação indicada em cada caso. a) Os alunos ficam emocionados quando cantam ___________ (inserir paciente). b) Ao anoitecer, os artistas cantam ___________ (inserir destinatário). c) As aves cantarão ___________ (inserir circunstância/local). d) Uma famosa banda cantará ___________ ___________ (inserir paciente e destinatário). Aprofundamento 14.11. (FMPA – MG) – Identifique a alternativa em que o verbo destacado não é de ligação: a) A criança estava com fome. c) Ele tem andado confuso. e) A jovem continua sonhadora. b) Pedro parece adoentado. d) Ficou em casa o dia todo. verbo transitivo verbo transitivo verbo intransitivo verbo transitivo 14.12. (FUVEST – SP) – “É preciso agir, e rápido”, disse ontem o ex-presidente nacional do partido.” A frase em que a palavra destacada NÃO exerce função idêntica à de rápido é: a) Como estava exaltado, o homem gesticulava e falava alto. b) Mademoiselle ergueu súbito a ca- beça, voltou-a pro lado, esperando, olhos baixos. c) Estavam acostumados a falar baixo. d) Conversamos por alguns minutos, mas tão abafado que nem as pa- redes ouviram. e) Sim, havíamos de ter um oratório bonito, alto, de jacarandá. Instrução: Para responder à questão 14.13, considere os versos de Mário de Andrade. “Trabalhar nós trabalha- mos Porém para comprar as pérolas do pescocinho da moça do deputado Fulano [...] Seringueiro, dorme! Num amor de amigo enor- me[...]” 14.13. (UEPB) – Os verbos em desta- que nos versos são: a) intransitivos b) transitivos diretos c) transitivos indiretos d) transitivos diretos e indiretos e) de ligação 14.14. (USF – SP) – Identifique a alter- nativa em que o termo em destaque apresenta um paciente da ação. a) Ninguém na rua, só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde. b) Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária. c) Que importava se num dia futuro sua marca ia fazê-la erguer insolen- te uma cabeça de mulher? Aula 14 17Português 4B d) No meio de tanta vaga impossibilidade e de tanto sol, ali estavaa solução para a criança vermelha. e) Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez olhou para trás. 14.15. O termo sublinhado exerce o papel semântico de agente na seguinte oração: a) Continuam soltando pipas. b) As pipas foram soltas pela criançada. c) Os raios solares, no subúrbio, eram bloqueados pelas pipas. d) Já estamos no tempo das pipas. e) As nuvens, grandes pipas escuras no céu, surgiram ra- pidamente. 14.16. Considere a oração a seguir. A denúncia foi divulgada pela imprensa. a) Valendo-se de seus conhecimentos a respeito dos papéis semânticos, explique por que a oração é ambígua. b) De que forma a ambiguidade seria desfeita, apontando para um dos papéis semânticos apenas? 14.17. (FUVEST – SP) – A frase em que os vocábulos subli- nhados pertencem à mesma classe gramatical, exercem a mesma função sintática e têm significado diferente é: a) Curta o curta: aproveite o feriado para assistir ao festival de curta-metragem. b) O novo novo: será que tudo já não foi feito antes? c) O carro popular a 12.000 reais está longe de ser popular. d) É trágico verificar que, na televisão brasileira, só o trágico é que faz sucesso. e) O Brasil será um grande parceiro e não apenas um par- ceiro grande. 14.18. (UNIMEP – SP) – I. Paulo está adoentado. II. Paulo está no hospital. a) O predicado é verbal em I e II. b) O predicado é nominal em I e II. c) O predicado é verbo-nominal em I e II. d) O predicado é verbal em I e nominal em II. e) O predicado é nominal em I e verbal em II. Desafio 14.19. (FUVEST – SP) – Leia: I. Temos saídas. Temos, por exemplo, um setor agrícola imenso. Nesse sentido, o MST tem ra- zão. Não o MST, a política de assentamento, de pequena economia familiar. (Fernando Henrique Cardoso, em entrevista concedida à revista “Veja”) II. Ao falar, não posso usar borracha, apagar, anu- lar; tudo que posso fazer é dizer “anulo, apago, retifico”, ou seja, falar mais. Essa singularíssi- ma anulação por acréscimo, eu a chamarei de “balbucio”. (Roland Barthes) a) Baseando-se nesta definição de Roland Barthes, transcre- va o trecho do texto I em que houve balbucio. b) Nota-se que o entrevistado repetiu duas vezes a palavra “Temos”, cada vez com um complemento diferente. Ex- plique a relação semântica que o contexto linguístico (os dois períodos em sequência) permite estabelecer entre os dois complementos utilizados. 18 Extensivo Terceirão 14.20. Complete a tabela abaixo. Fortes chuvas dificultam provas em longínquas regiões morfologia adjetivo/ substantivo preposição/adjetivo/ substantivo semântica paciente Alunos terceiranistas são suspensos por briga pelo diretor no colégio morfologia substantivo/adjetivo preposição + substantivo semântica ação causa Atualmente, conhecimento supérfluo não satisfaz o jovem morfologia substantivo/adjetivo advérbio artigo/ substantivo semântica tempo ação Na saída da faculdade, os antigos rivais preferiram obscenas ofensas morfologia artigo/adjetivo/ substantivo semântica lugar (ou tempo) Com zelo, ela entregou o coração a ele morfologia semântica Aula 14 19Português 4B 14.01. 01. Nasce uma Estrela 02. Pantera Negra 03. Três Anúncios Para um Crime 04. O Destino de uma Nação 05. Manchester à Beira-Mar 06. Estrelas Além do Tempo 07. Um Limite Entre Nós 08. O Quarto de Jack 09. O Jogo da Imitação 10. A Teoria de Tudo 11. O Lado Bom da Vida 12. A Hora Mais Escura 13. As Aventuras de Pi 14. Indomável Sonhadora 15. A Invenção de Hugo Cabret 14.02. e 14.03 a) As fraquezas cotidianas dos políticos comprometem os maiores anseios do povo. b) Certos posicionamentos preconcei- tuosos encorajam a ira obscura de muitos. c) Aqueles corajosos alunos do pré-ves- tibular toleram as rígidas exigências das provas. d) Muitos cientistas céticos encontram a paz triunfante da frustração. e) Os sábios médicos apreciam os valiosos conselhos de seus antigos mestres. 14.04. d 14.05. a) Ela está triste. I b) Ela vive triste. I c) Não encontrei a papelada. II d) Quem virou o espelho para o outro lado? II e) O aluno virou bicho quando lhe de- ram a suspensão. I; II f ) Cumpra a sua função! II g) Eles descendem de gente sofrida. II h) Os professores acreditam em tudo! II i) Nunca vimos uma reação dessas. II j) Você joga xadrez? II k) Os alunos permanecem apreensivos. I l) Os alunos permanecem na sala. III m) Não é fácil estudar numa instituição muito grande. I; III n) Eles vieram aqui ontem e logo foram embora. III; III o) Chegarão a Florianópolis de madru- gada. III. 14.06. b 14.07. c 14.08. a) precocemente b) impiedosamente c) prazerosamente d) magistralmente e) concomitantemente 14.09. a) E a liberdade seja pequena. b) Caro, masculino, concorda com pão, masculino; pequena, feminino, con- corda com liberdade (feminino) 14.10. As respostas são sugestões. a) o hino de seu time. b) para um público seleto. c) nos jardins da universidade. d) grandes sucessos para o homenageado. 14.11. d 14.12. e 14.13. a 14.14. c 14.15. c 14.16. a) O termo pela imprensa pode indicar o agente da ação ou também a cir- cunstância (meio). b) A ambiguidade seria desfeita se pas- sássemos a frase para a voz ativa: A imprensa (agente) divulgou a denún- cia. 14.17. e 14.18. e. Em I, “está” é verbo de ligação; em II, é verbo intransitivo. 14.19. a) Ocorre “balbucio”, na acepção que lhe dá Roland Barthes, em: “Não o MST, a política de assentamento, de peque- na economia familiar.” b) Os dois complementos utilizados são “saídas” e “um setor agrícola imenso”. A relação semântica que se estabele- ce entre eles é que o “setor agrícola” serve de exemplificação, como uma das várias “saídas” que FHC julga haver para o Brasil. Gabarito 14.20. Fortes chuvas dificultam provas em longínquas regiões morfologia adjetivo/substantivo verbo substantivo preposição/adjetivo/substantivo semântica agente ação paciente lugar Alunos terceiranistas são suspensos por briga pelo diretor no colégio morfologia Substantivo/adjetivo Locução verbal Preposição + substantivo Preposição + substantivo Preposição + substantivo semântica paciente ação causa agente lugar Atualmente, conhecimento supérfluo não satisfaz o jovem morfologia advérbio substantivo /adjetivo advérbio verbo artigo/substantivo semântica tempo agente negação ação paciente Na saída da faculdade, os antigos rivais proferiram obscenas ofensas morfologia Preposição/substantivo/preposição/substantivo Artigo/adjetivo/substantivo verbo adjetivo/substantivo semântica Lugar (ou tempo) agente acão paciente Com zelo , ela entregou o coração a ele morfologia Preposição/substantivo pronome verbo Artigo/substantivo Preposição/pronome semântica modo agente ação paciente destinatário 20 Extensivo Terceirão Sujeito Aula 15 Português 4B Lembremos alguns conceitos básicos que serão importantes para o nosso estudo daqui para frente. • Frase é um enunciado linguístico de sentido com- pleto. • Oração é uma estrutura frasal cujo núcleo é um verbo ou uma locução verbal. • Período é uma estrutura composta por uma ou mais orações. Quando há apenas uma oração, diz-se que o período é simples e a oração é absoluta. Quando há mais de uma oração configurando o período, ele é chamado de composto. A delimitação espacial de um período corresponde a um segmento de frase definido pelo intervalo que vai de uma letra maiúscula que inicia a frase até a marcação final de um sinal de pontuação. Todo homem carrega seus medos. → uma forma verbal (oração absoluta). Aqui, o período é simples. Todo homem carrega seus medos e paga um preço por isso. → como há mais de uma forma verbal, tem- -se o período composto. Nas próximas aulas, o foco de nosso estudo será o período simples. Isso significa que procuraremos entender e classificar palavras e expressões específicas em uma frase em que figure apenas uma forma verbal. Como fazer sintaxe? Recorde-se da aula passada: inicialmente importa saber quem se liga a quem dentro da frase. Quandose pensa em análise sintática, o que se quer saber é a função, o papel que determinada palavra ou expressão desempenha dentro de uma frase. Isso só pode ser vislumbrado se soubermos, inicialmente, quais são as relações de coesão dentro do enunciado. Em Todo homem carrega seus medos a) “carrega” se liga a “todo homem” b) “seus medos” se liga a “carrega” c) “todo” se liga a “homem” d) “seus” se liga a “medos” Identificando essas relações, você fará uma aborda- gem mais segura e precisa da sintaxe frasal. Não se assuste! O quadro abaixo é um panorama das funções sintáticas existentes no período simples, dependendo de a que tipo de núcleo uma palavra se relacione. Embora a nomenclatura seja específica e possa causar arrepios, convenhamos: existem dez funções sintáticas no período simples, um número significativamente reduzido perto da miríade de nomes e de fórmulas que se apresentam a você ao longo de sua vida escolar. A questão é como entender essa nomenclatura sem cair em decorebas. Funções de uma palavra ligada a verbo Funções de uma palavra ligada a nome Sujeito Adjunto Adnominal Objeto Direto Predicativo Objeto Indireto Complemento Nominal Adjunto Adverbial Aposto Agente da Passiva Vocativo também é uma função sintática, mas se tra- ta de um termo independente dentro da frase, tanto que pode ser deslocado a qualquer posição no enunciado, como veremos adiante. Sujeito No período simples, esta é uma função sintática que só pode ser assumida por um substantivo, um pronome ou palavra de valor nominal. Identificar o sujeito na frase depende de um passo elementar na coesão: ligar o verbo a um nome pela operação básica da concordância. Em outras palavras, se o verbo é o centro da oração, ainda assim ele estará subordinado a um termo que lhe será nuclear – um substantivo que o definiu no singular ou plural. Aula 15 21Português 4B Observe o enunciado abaixo, no qual se procura identificar o sujeito: Marqueteiros inventam uma realidade artificial. Como proceder, sem cair na armadilha das perguntas? Pense: se é preciso achar o sujeito de uma oração, a pista será o verbo, elemento crucial para a análise nos casos das funções sintáticas fundamentais. Como visto nas primeiras aulas, nome e verbo são as categorias nucleares. A forma verbal no enunciado acima é “inventam” – plural Isso nos faz desconfiar de que o sujeito seja um termo que tenha um nome no plural definindo o verbo como tal. Se agregarmos a essa nossa “desconfiança” o fato de que o núcleo do sujeito deve ser assumido por um subs- tantivo ou pronome (e, em outros casos, por palavras que equivalham a eles), não fica difícil reconhecer que a palavra “marqueteiros” é quem forçou o verbo a ficar no plural. “marqueteiros” > inventam Teste: se você trocar “marqueteiros” por “marque- teiro”, notará a mudança na forma verbal, em uma prova clara de que o termo é o núcleo do sujeito. Procure, por outro lado, fazer a mesma mudança com o termo “reali- dade”. Você verá que a forma verbal não será alterada, o que descarta o termo como sujeito. Conclusão: o sujeito é aquele termo que força o verbo a assumir o singular ou plural. Isso significa que a identificação do sujeito não passa de um mero exercício de reconhecimento de concordância. Assim, uma definição de sujeito baseada puramente na sintaxe é esta: sujeito é aquele termo com o qual o verbo concorda na frase. Delimitação do sujeito Fazendo uma revisão das classes gramaticais na frase a seguir, veja como classificaríamos cada palavra: Muitas pessoas jovens de nossos dias disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais Pronome Substantivo Adj. Prep. Pron. Substantivo Verbo Substantivo Adjetivo Prep. Subst. Adjetivo Forma verbal: disseminam – plural porque procura concordar com o Núcleo nominal: pessoas Embora “dias” seja um substantivo, não poderia ser o núcleo da função de sujeito, porque não há sujeito iniciado por preposição, certo? Já vimos que um pronome pode “substituir” o nome na frase, portanto seria possível trocar o núcleo do sujeito por um pronome pessoal (“Elas”), o que nos faria automaticamente identificar a dimensão exata do sujeito na frase anterior. “Elas” > feminino plural // “pessoas” > feminino plural Fazendo a lícita substituição, teremos: Muitas pessoas jovens de nossos dias disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais. = elas ELAS disseminam preconceitos assustadores nas redes sociais Por que “preconceitos assustadores” não poderia ser o sujeito? Se você ficou com essa dúvida, parabéns, porque está atento às relações de coesão, afinal, o núcleo “preconceitos” também está no plural, o que poderia forçar o verbo a esse plural. No caso, a língua é econômica e sábia: se por um lado poderíamos pensar na relação entre “disseminam” e “preconceitos” por conta da concordância, por outro a ordem da frase nos mostra que semanticamente o que se põe em foco é o sujeito “muitas pessoas”. Dito de outra forma, preconceitos não disseminam muitas pessoas jovens, excetuando o caso de pretendermos usar uma figura de linguagem, apelando à conotação. E é evidente que existirão frases assim, com sujeitos inanimados – desde que haja a conotação. Em Preconceitos humilham muitas pessoas a toda hora. pela sintaxe (ordem) e pela semântica (sentido), está bem claro que o sujeito é “preconceitos”, certo? 22 Extensivo Terceirão No xadrez, teoricamente o peão é a peça menos valiosa. Ao atingir a última casa do tabuleiro oposto ao seu lado original, o peão é “promovido”, podendo ser substituído por qualquer peça de maior valor. © Sh ut te rs to ck /B la ck fe at he rg ra ss Esse é um bom exemplo de como funciona a sintaxe do jogo de xadrez – as combinações possíveis de uma partida. Na língua, uma palavra terá funções e papéis diferentes segundo as combinações frasais em que ela possa figurar. Um mesmo substantivo pode assumir função de sujeito, objeto, complemento, adjunto... O que definirá tais papéis será a sintaxe da frase. Ordem direta Nós já vimos nas aulas de coesão que a ordem tem relevância em língua portuguesa. Isso pode ficar mais evidente agora, em Sintaxe. Nosso idioma é uma língua que tem como caracte- rística a ordem SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO , o que configura a chamada ordem direta. Uma frase em que o sujeito apareça após o verbo, ou o complemento venha antes do verbo ou do sujeito, estará na chamada ordem inversa ou indireta. Na função de complemento que aparece após o verbo, comumente encontraremos o termo classificado como objeto. É possível não haver sujeito na oração? Como vimos, o sujeito é o termo do enunciado com o qual o verbo concorda. Ocorre, porém, que haverá casos em que o verbo não apresenta concordância com qualquer termo. Dizemos, então, que esses enunciados não apresentam sujeito. Esse fato acontece, basicamente, em três situações. 1. Verbos que expressam fenômenos naturais. Verbos como chover, nevar, ventar, etc., quando empregados em sentido denotativo, não apresentam su- jeito. Porém, se eles estiverem em sentido figurado, podem apresentar sujeito. Choveu muito na primavera de 2015. – oração sem sujeito. Choveu crítica ao estilo do jogador. – sujeito simples: “crítica”. 2. Verbos “haver” e “fazer” indicando tempo transcorrido. Quando os verbos haver e fazer são empregados para expressar tempo transcorrido, tempo passado, eles não apresentam sujeito (portanto devem ser utilizados no singular). Faz anos que tudo aquilo aconteceu. Eu não o encontrava havia vários meses. 3. Verbo “haver” com o sentido de “existir”, “ocorrer”, “acontecer”. Quando o verbo haver apresentar os sentidos acima, ele é empregado no singular, pois não apresenta sujeito. Houve muitas alegrias naquele tempo. [frase adequada à norma culta] Havia muitas alegrias naquele tempo. [frase adequada à norma culta] e não Houveram / Haviam muitas alegrias naquele tempo. [frases inadequadas à norma culta] A substituiçãode haver por existir, ocorrer, aconte- cer é um simples recurso didático. Se o verbo haver não apresenta sujeito, o verbo acontecer tem sujeito e com ele deve concordar: Aconteceram [muitas alegrias] naquele tempo. sujeito = Muitas alegrias aconteceram naquele tempo. Os verbos que figuram em orações sem sujeito são chamados de verbos impessoais. Aula 15 23Português 4B Testes Assimilação 15.01. Nas frases a seguir, temos ordem indireta, ou inversa, que ocorre quando o sujeito está posposto. Coloque-as na ordem direta (sujeito anteposto ao verbo), identificando-lhes o sujeito. a) Saiu, ao fim do mês, a lista dos candidatos aprovados. b) Na faculdade, fizeram matrícula cinco novos estudantes. c) Bate, outra vez, com esperanças o meu coração. (Cartola) d) Enraivecidas, as praças tomaram as mulheres na luta contra o machismo. e) A difícil prova fez o aluno do curso. 15.02. Destaque o sujeito nas orações a seguir a) No coração, em meia hora, passam duzentos litros de sangue. b) Devemos a invenção do rádio ao padre Landell de Moura. c) Faz-me falta a sua radiância. d) Faz-me o coração tum-tum. e) De todos os edifícios caíam animados confetes. f ) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas. g) Acabaram as expectativas. h) Sereno e calmo segue o aluno. i) Não existem preocupações na sua cabeça. j) Já deu a hora do lanche? 15.03. A identificação do sujeito depende primeiramente de uma operação sintática, de concordância. Dada essa informação, qual é a única alternativa em que a concordância entre forma verbal e sujeito foi feita corretamente? a) A decisão dos diretores das instituições surpreenderam os funcionários. b) Os acertos dos atos de nosso passado o fazem objeto de orgulho. c) Nos últimos dias, surgiu na imprensa boatos de novas delações. d) Falta apenas trinta dias para a formatura. e) As atividades industriais, muitas vezes criticadas pela população local, tem sido alvo de investigações rigorosas. 15.04. Identifique a oração sem sujeito. a) Faltam dois minutos para as cinco horas. b) Fogem-me as forças neste momento. c) Houve o juiz por absurda a resposta do réu. d) Ainda não deu uma hora. e) Havia muitos candidatos na sala de provas. Aperfeiçoamento 15.05. Nas frases dadas a seguir, destaque o núcleo nominal que funciona como elemento central do sujeito e que define a utilização do verbo no plural ou no singular. a) Acorreram momentos maravilhosos naquele relaciona- mento entre os alunos. b) Com falsas promessas enganam o eleitor os velhos lobos da política brasileira. c) Aos bons alunos certamente se reserva o melhor resultado. d) Sobreviveu nas recordações daqueles professores a vívida imagem dos alunos comprometidos. e) Pede-se aos candidatos, cuja ascensão social depende de cursos realizados, o sacrifício momentâneo da vida pessoal. 15.06. Faça com que todas as orações que seguem fiquem sem sujeito, substituindo seus verbos. Realize adaptações, se necessário. a) Aconteceram conflitos no hospital devido à demora no atendimento. b) Hoje caiu muita chuva na capital. c) Existiam alunos doentes na sala de aula. 24 Extensivo Terceirão d) Existia pouco arrependimento na valise do corrupto deputado. e) De manhã, a neve caiu surpreendentemente. f ) Ontem, os ventos surgiram muito intensos. g) Naquela época, os invernos insuportáveis dominavam a cidade. h) Realizaram-se várias reuniões na sala dos professores. i) Aconteceram três acidentes na escada principal. j) Ocorreu uma manifestação aqui ontem. 15.07. Todas as frases abaixo apresentam sujeito indeterminado, exceto uma. Aponte-a. a) No início do semestre, chamarão você para assumir a vaga. b) Esqueceram o livro na sala de aula. c) Novamente caem por terra as tentativas de acordo entre grevistas e governo. d) Assustam os eleitores com discursos sombrios. e) Divulgaram as notas apenas no semestre seguinte. 15.08. Assinale a alternativa correta sobre a frase a seguir. O comportamento de vários candidatos é questionado depois que os professores eviden- ciam como titubearam ao longo da formação. a) A primeira forma verbal apresenta sujeito expresso e agente. b) Se “eles” fosse o sujeito da forma “titubearam”, não haveria ambiguidade. c) As ambiguidades decorrem da omissão do sujeito para as duas últimas formas verbais. d) Há uma ambiguidade por conta da elipse do sujeito da última forma verbal. e) O núcleo da expressão “O comportamento de vários candidatos” é “vários candidatos”. 15.09. Reconhecer os mecanismos de concordância verbal nos permite identificar o sujeito em uma frase. Nos casos abaixo, qual é a única opção correta? a) Devem fazer três meses que não a vejo. b) Costuma haver fenômenos sísmicos nesta região. c) Bateu três horas no relógio da catedral. d) Choveu pedras na cabeça do amedrontado árbitro. e) Aqui não se presta serviços gratuitamente. 15.10. (EFOMM – RJ) – Assinale a alternativa em que o termo sublinhado NÃO cumpre a função de sujeito. a) Mas para navegar não basta sonhar. É preciso saber. b) Disse certo poeta: ‘Navegar é preciso’, a ciência da navegação é saber preciso (...). c) É preciso sonhar para se decidir sobre o destino da navegação. d) Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas imagens na mente dos poetas. e) O meu sonho para a educação foi dito por Bachelard (...). Aprofundamento 15.11. (EEAR – SP) – Marque a alternativa que apresenta correta classificação do sujeito. a) Aniquilaram as fontes de resistência na zona de conflito do país. (Sujeito Oculto) b) O conflito armado é movido pela ideia de paz futura. (Sujeito Paciente) c) Faria tudo de novo, na tentativa de mais um acerto. (Sujeito Expresso) d) Choveu elogio na noite da premiação. (Sujeito Inexistente) 15.12. (EEAR – SP) – Marque a alternativa que apresenta classificação correta em relação ao tipo de sujeito. a) O chefe trovejava de raiva. (Sujeito indeterminado) b) Uma chuva de pétalas tomou conta do céu da cidade. (Oração sem sujeito) c) Amamos a benignidade de nosso Mestre. (Sujeito indeterminado) d) Não podia haver formas mais simplificadas de respostas. (Oração sem sujeito) Aula 15 25Português 4B 15.13. (EBMSP – BA - Adaptada) – Preconceitos fazem parte de uma vida infeliz. É verdade que eles fazem parte da vida na qual há preconceitos de todo tipo, sempre despropor- cionais em relação às diferenças, à singularidade. Uma vida que se autoquestiona eticamente é aque- la que tenta entender e superar preconceitos. Em geral, nessa superação, encontramos com a novi- dade da singularidade. É ela, essa condição dife- rente e única própria de cada pessoa, que devemos respeitar universalmente. Em um aspecto profun- do é o autoquestionamento ético que, ao nos aju- dar a superar preconceitos, nos leva à felicidade. TIBURI, Márcia. Infelicidades contemporâneas. Disponível em: <https://revistacult.uol.com.br>. Acesso em: ago. 2017. Considerando-se os aspectos coesivos que mantêm a pro- gressão temática do texto, é correto afirmar: a) O conectivo “que”, em “É verdade que eles fazem parte da vida”, introduz uma oração nova no período, dando continuidade à ideia inicial do enunciado. b) O pronome pessoal “eles”, em “É verdade que eles fazem parte da vida”, faz uma referência catafórica ao termo “preconceitos de todo tipo”, prenunciando uma reflexão sobre um viés temático ainda não apresentado e tratado a seguir. c) O relativo “[n]a qual”, em “fazem parte da vida na qual há preconceitos”, resgata a palavra “parte”, caracterizando-a a partir de um aspecto que lhe é inerente. d) O demonstrativo “aquela”, em “Uma vida que se autoquestiona eticamente é aquela que tenta entender”, retoma a expressão “vida infeliz”, a fim de caracterizá-la como uma prática incessante de autoconhecimento. e) O elemento coesivo pronominal “ela”, em “É ela, essa condição diferente e única própria de cada pessoa”, refere- se ao vocábulo “superação”, recuperando-o para ressaltar a única condição de uma existência
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