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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS www.esab.edu.br 3 Sumário 1. Apresentação I.......................................................................06 2. A Globalização e O Surgimento da “Sociedade do Conhecimento”......................................................................07 3. Tecnologia e Recursos Tecnológicos: Ferramentas Indispensáveis para Motivação e na Formação de uma Sociedade mais Democrática...........................................................................17 4. Breve histórico da informática na educação no Brasil e o programa brasileiro de informática na educação...............................................................................25 5. O Papel das Organizações Escolares Públicas e Particulares e reflexões acerca do uso do computador no Trabalho Pedagógico............................................................................35 6. Teorias pedagógicas, novas tecnologias, o uso do computador na sala de aula.......................................................................43 7. Resumo I................................................................................52 8. Apresentação II......................................................................54 9. As Novas Formas de Expressão do Pensamento, Produção, Leitura e Escrita......................................................................55 10. Formação Continuada e Competências.................................61 11. Que Há de Novo Sobre o Uso de Tecnologias na Educação?.............................................................................69 12. O Uso de Textos e Hipertextos em Educação...............................................................................76 13. Concepções de Aprendizagem e a Elaboração do Currículo Escolar...................................................................................82 14. Resumo II...............................................................................91 15. Apresentação III.....................................................................93 www.esab.edu.br 4 16. World Wide Web (O Largo Mundo Da Web) e os livros digitais no Ead....................................................................................94 17. Softwares Livres...................................................................103 18. A Autonomia do Aluno na Educação a Distância..................111 19. Informática Educativa ou Informática Educacional?.............119 20. A Nova Linguagem do Mundo Virtual e Seus Problemas Rea is..........................................................................................127 21. Resumo III............................................................................134 22. GLOSSÁRIO........................................................................136 23. BIBLIOGRAFIA....................................................................138 www.esab.edu.br 5 Palavras da Tutora Organização escolar e tecnologias educacionais Tutora Responsável pela atualização do módulo: Caroline Faria- Licenciatura e Mestrado em História. - Caro (a) estudante: Seja bem-vindo(a) à disciplina Organização escolar e tecnologias educacionais. Neste momento, iniciamos mais uma etapa de es- tudos que envolvem novos conhecimentos, energia e dedicação, com o objetivo de proporcionar novas perspectivas de ensino e aprendizagem, de modo a concluir com sucesso mais esta etapa. Os temas que serão abordados possuem caráter de grande rele- vância para sua formação acadêmica, uma vez que irão contribuir para repensarmos o uso de tecnologias na sala de aula. Busca- remos compreender como o uso de tecnologias educacionais tem se mostrado uma importante ferramenta didática na atualidade. Objetivo: Analisar o surgimento da “Sociedade do Conhecimento” na era da Globalização e, portanto, avaliar os benefícios do uso da tec- nologia como ferramenta complementar para melhoria do ensino aprendizagem no âmbito pedagógico. Ementa: Esta disciplina abrange os seguintes aspectos concernentes à “Organização escolar e tecnologias educacionais”: Globalização; Sociedade do Conhecimento; Recursos Tecnológicos; História da Informática no Brasil; Uso do computador no trabalho pedagógico; Novas Formas de Expressão do Pensamento; Textos e Hiper- textos; Informática Educacional; Linguagem Virtual; E-book; EAD; World Wide Web. www.esab.edu.br 6 Iniciaremos nossos estudos refletindo sobre as mudanças tecnológicas a partir das fases da globalização. Conheceremos um pouco mais das características da chamada sociedade do conhecimento. Faremos um breve histórico sobre a informática e assim conheceremos as diferentes etapas da informática na educação do Brasil. Compreenderemos o papel transformador das organizações escolares na integração das novas tecnologias na sociedade refletindo sobre o uso do computador na sala de aula e o trabalho pedagógico do professor na sala de aula. www.esab.edu.br 7 A Globalização Imagem: Globalização Fonte:<https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a- hibridizacao-de-culturas/> Antes da expansão marítima, o fato dos continentes serem separados por extensões acidentadas de terra e de águas, de oceanos e mares, fazia com que a maioria dos povos e das culturas soubesse da existência uma das outras apenas por meio de lendas ou imprecisos e imaginários relatos de viajantes, como Marco Pólo. Cada povo vivia isolado dos demais, cada cultura era autossuficiente. Nascia, vivia e morria no mesmo lugar, sem tomar conhecimento da existência dos outros(POCHMANN, 2015). https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a-hibridizacao-de-culturas/ https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a-hibridizacao-de-culturas/ www.esab.edu.br 8 Na realidade a globalização teve início com as grandes navegações, através da descoberta de rotas marítimas com o objetivo único das monarquias acumularem riquezas de forma rápida e eficiente. O poder de um reino era aferido pela quantidade de metal precioso (ouro, prata e jóias preciosas) existente nos cofres reais. Para assegurar seu aumento, o estado exercia um sério controle das importações e do comércio com as suas colônias. Esta política levou a que cada reino europeu terminasse por se transformar num império comercial, tendo colônias e feitorias espalhadas pelo mundo todo. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, formando uma aldeia, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente (RODRIGUES, 2016, p. 189-190). Essa situação, a de uma sociedade oral onde a interdependência resulta da interação necessária às causas e aos efeitos na totalidade da estrutura, é típica de uma aldeia e, desde o advento dos meios eletrônicos de comunicação, da aldeia global. Também é o mundo da publicidade e das relações públicas que é o mais consciente dessa nova e fundamental dimensão que é a interdependência global (MACLUHAN, 1962, p. 38). Na primeira fase da globalização (1450-1850), época do expansionismo mercantilista, muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e XIX com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o homem europeu entrou em contato com povos de outros continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais (RODRIGUES, 2016). “Por mares nunca dantes navegados... Em perigos e guerra esforçados, mais do que prometia a força humana/ E entre gente remota edificaram/ Novo reino, que tanto sublimaram” (Luís de Camões - Os Lusíadas, Canto I, 1572). www.esab.edu.br 9 A segunda fase da Globalização (1850-1950) teve características industrial, imperialista e colonialista. E durante dois séculos, tempo que durou a sociedade industrial, o maior desafio foi a eficiência, isto é, fazer o maior número de coisas no menor tempo.Assim, o ritmo de vida deixou de ser controlado pelas estações do ano e tornou-se mais dinâmico. Enquanto a agricultura precisou de dez mil anos para produzir a indústria, esta precisou de alguns anos para gerar a sociedade ou era Pós-industrial (HIRATA, 2015). “Por meio de sua exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países... As velhas indústrias nacionais foram destruídas ou estão-se se destruindo dia a dia.... Em lugar das antigas necessidades satisfeitas pela produção nacional, encontramos novas necessidades que querem para a sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas os mais diversos. Em lugar do antigo isolamento local...desenvolvem-se, em todas as direções, um intercâmbio e uma interdependência universal.”Karl Marx - Manifesto Comunista, 1848 Em 1950 se inicia terceira fase da Globalização. Com a Guerra Fria, desfizeram-se as antigas divisões ideológicas. Virtualmente todos os países proclamam adesão aos mercados globais. Mas se instaura uma divisão mais inabordável, desta vez de natureza tecnológica. Uma pequena parte do planeta, responsável por cerca de 15% de sua população, fornece quase todas as inovações tecnológicas existentes(POCHMANN, 2015; HOBSBAWM, 2013). Uma segunda parte, que engloba talvez metade da população mundial, está apta a adotar essas tecnologias nas esferas da produção e do consumo. A parcela restante, que cobre por volta de um terço da população mundial, vive tecnologicamente marginalizada, não inova no âmbito doméstico, nem adota tecnologias externas. www.esab.edu.br 10 As últimas décadas do século XX constituíram-se em um período de grandes transformações, com inúmeras alterações políticas e econômicas na sociedade mundial, acompanhadas do surgimento de diversas inovações tecnológicas que possibilitaram a universalização da informação e permitiram saber, quase que instantaneamente, o que se passa em qualquer ponto da superfície do planeta(POCHMANN, 2015). Conforme podemos perceber no testemunho de Peter T. Write, abaixo transcrito. Estou em Paris, já é noite e preciso rapidamente de dinheiro. O banco ao qual me dirijo está fechado, é claro. Porém, fora está um caixa eletrônico. Eis o que pode acontecer, graças aos computadores e às telecomunicações de alta velocidade. Insiro o cartão magnético de meu banco em Washington, D.C., e digito a minha senha e a quantia de 1.500 francos, o que equivale aproximadamente a 300 dólares. Os computadores do banco francês detectam que o cartão não é local, de modo que a minha solicitação é encaminhada ao centro de comutação intereuropeu dos sistemas CIRRUS, na Bélgica, que detecta não se tratar de cartão europeu. A mensagem eletrônica é, então, transmitida para o centro de comutação global, em Detroit, que reconhece referir- se ao meu banco em Washington. A solicitação chega lá e o meu banco constata que tenho mais de 300 dólares na conta e deduz esta quantia acrescida de uma taxa de um dólar e meio. Dali, ela retorna a Detroit, à Bélgica e ao caixa eletrônico do banco parisiense – que faz aparecerem 300 dólares em francos franceses. Tempo total decorrido: 16 segundos. Uma outra característica importante da globalização é a busca pelo barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Optam por países onde a mão de obra, a matéria-prima e a energia são mais baratas (HIRATA, 2015). www.esab.edu.br 11 Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comerciali- zado em diversos países do mundo. Neste contexto, entra a uti- lização da Internet, das redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite para estabelecerem contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. Assista ao documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler que discute os problemas da globalização sob a perspectiva das periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de sua morte. <https://www.youtube.com/watch?v=KZIJQvy-aFw> ESTUDO COMPLEMENTAR 1.1- O Surgimento da “Sociedade do Conhecimento” A noção de “sociedade do conhecimento” surgiu no final da década de 90, e sendo muito empregada nos meios acadêmicos. A UNESCO, em particular, adotou o termo “sociedade do conhecimento” ou sua variante “sociedades do saber” dentro de suas políticas institucionais. Abdul Waheed Khan (subdiretor-geral da UNESCO para Comunicação e Informação), escreve: “A Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do conhecimento. O conceito de “sociedade da informação”, a meu ver, está relacionado à ideia da “inovação tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da informação” já que expressa melhor a complexidade https://www.youtube.com/watch?v=KZIJQvy-aFw www.esab.edu.br 12 e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. [...] o conhecimento em questão não só é importante para o crescimento econômico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da sociedade”. O Investimento no Conhecimento e no Capital Humano. Vivemos na era Pós-industrial, um novo mundo surge, onde o trabalho físico é feito pelas máquinas e o mental, pelos computadores. Nela, cabe ao homem uma tarefa para a qual é insubstituível: ser criativo, ter ideias e estar sempre atualizado (BRANDÃO; BRANDÃO, 2013). Para acompanhar este novo processo de desenvolvimento do mundo onde os serviços e a criatividade dão o tom, o capital físico, perde lugar hoje para o capital humano, representado pelo conjunto de capacitações que as pessoas adquirem através da educação, de programas de treinamento e da própria experiência para desenvolver seu trabalho com competência, bem como, pelo desenvolvimento de várias competências do ponto de vista profissional. A teoria do Capital Humano foi desenvolvida na década de 60 por dois economistas que mais tarde receberiam o prêmio Nobel (Theodore Schultz e Gary Becker). Segundo essa teoria poderíamos dizer de forma resumida que o progresso de um país é alavancado pelo investimento em pessoas. Uma consulta à literatura especializada evidencia a opinião quase unânime dos autores de que, em virtude do rápido desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação e da informação, está se configurando, para o século XXI, o que passou a ser denominada sociedade da informação ou sociedade do conhecimento, onde, segundo o Prof. Dr. StephanRuB-Mohl (2002): “A informação será produzida em demasia e colocada à disposição, por toda a parte e quase ao mesmo tempo em que ela surgir. Em sua opinião um efeito positivo dessa nova era será, obviamente, a www.esab.edu.br 13 disponibilidade universal de informação e de saber para todos os que as utilizam adequadamente, ou seja, que as sabem escolher e combinar convenientemente.” Essa nova era do conhecimento se traduz na busca de diferentes formas de levar qualidade de vida a esta nova sociedade. Esta nova consciência de valorização de potenciais, que tem por base o capital humano ou intelectual, é chamada de Sociedade do Conhecimento. Nessa sociedade as ideias, passam a ter grande importância, e estão surgindo em várias partes do mundo. O objetivo é a construção de um mundo, de uma sociedade mais saudável do ponto de vista econômico e social, que possa desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Segundo o filósofo colombiano Bernardo Toro (1996, p. 116), “Uma habilidade básica exigida para o próximo século será a habilidade tecnológica. É sentar-se diante deum computador e usá-lo com a mesma comodidade com que se pode ler um livro em nosso idioma nativo. Portanto, um dos maiores desafios dos cidadãos deste próximo milênio será como se preparar para o uso das tecnologias digitais da informação e comunicação.” O professor Sebastião Squirra faz uma abordagem inicial sobre o tema Sociedade do Conhecimento, procurando auxiliar a compreensão do leitor. Inicialmente, diz que o conceito de Sociedade do Conhecimento transita por diferentes cenários da cultura mundializada, cujas características principais são as habilidades e as possibilidades de acesso, de controle e de armazenamento de informações (TARAPANOFF, 2013). Aos países periféricos, que são representados pela maior parte das nações que compõem o globo, cabe a função de meros espectadores e passivos observadores sem acesso e sem o direito de intervir, a menos que se pague por isso. www.esab.edu.br 14 Ter a propriedade de informações promove grandes negócios e sucessivamente a exclusão social, limitando aos poucos que podem pagar o acesso as novas tecnologias. Hoje, grandes empresas, investem em material humano criativo e atualizado para ter seu próprio Know-how. Atualmente é impossível entender o funcionamento das economias capitalistas sem considerar o progresso técnico. Mais do que nunca, o entendimento de como a tecnologia afeta a economia é vital para a compreensão do crescimento da riqueza dos países e dinâmica das sociedades contemporâneas (TARAPANOFF, 2013). Pode-se afirmar que o acesso às informações e as possibilidades de sua utilização na virada do milênio, será a quarta força produtiva, mais importante que o solo, o capital e o trabalho físico. Chegamos a era do capitalismo digital (WAJCMAN, 2013). E ao ler sobre a Sociedade do Conhecimento e o porquê do investimento em capital humano, podemos deduzir que a tecnologia, da mesma forma que veio para encurtar caminhos, trazer informação, facilitar a nossa vida, também trouxe distorções sociais, exclusões. Todos precisam saber utilizar os novos recursos tecnológicos e para este papel de construção do conhecimento a educação se tornou a ferramenta maior na formação do humano. Drucker (1997, p.16) chama a nova sociedade, de “sociedade do conhecimento”. Nesta nova sociedade: “... o recurso econômico básico, “os meios de produção”’, para usar uma expressão dos economistas, não é mais o capital, nem os recursos naturais (a “terra dos economistas”), nem a ‘”mão de obra”. Ele será o conhecimento. As atividades centrais de criação de riqueza não serão nem a alocação de capital para usos produtivos, nem a “mão de obra”, os dois pólos de teoria econômica dos séculos dezenove e vinte, quer ela seja clássica, marxista, www.esab.edu.br 15 keynesiana ou neoclássica. Hoje o valor é criado pela “produtividade” e pela “inovação”, que são aplicações do conhecimento ao trabalho. Os principais grupos sociais da sociedade do conhecimento serão os “trabalhadores do conhecimento”, executivos que sabem como alocar conhecimentos para usos produtivos. “ Entenda mais sobre a educação na Sociedade do Conhecimento, a partir da entrevista com a autora Viviane Mose, através do link: <https://www.youtube.com/watch?v=vqkUWJINT_k> SAIBA MAIS A relação Homem-Sociedade foi estudada amplamente por filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates fundou um modo de pensar estritamente antropológico ao propor a ideia de que o homem só pode ser conhecido como sendo parte da comunidade humana. Este ponto de partida lhe valeu a fundamentação da ética. Platão dedicou muito dos seus melhores textos filosóficos a pensar como deveriam ser dadas as relações ideais entre os homens. Seu Livro "A República" é conhecido como uma utopia social na qual os “homens de conhecimento” deveriam comandar os destinos da sociedade. Platão dizia que só quem conhecia a verdade (ou seja, os filósofos) é que estavam em condição de governar os destinos da sociedade. Para Platão, ou o Rei devia ser Filósofo, ou o Filósofo devia ser Rei. Isso pode parecer hoje algo absurdo para nós, que vivemos em uma democracia, mas se pensarmos bem, mais de dois mil anos depois de Platão, estamos vivendo justamente o que os sociólogos chamam de "sociedade do conhecimento". FÓRUM: OS CAMINHOS DA “SOCIEDADE DO CONHECIMENTO” https://www.youtube.com/watch?v=vqkUWJINT_k www.esab.edu.br 16 Aristóteles reuniu e estudou as Constituições das Cidades Gregas e elaborou um quadro comparativo que até hoje é referência para entender como se constituem politicamente as sociedades: como ditaduras ou reinos, como aristocracias ou burguesias, como democracias ou anarquias. 1. Em sua opinião, nossa sociedade atual se rege verdadeiramente por princípios surgidos do conhecimento ou por práticas que vem das tendências dominantes na sociedade? 2. O surgimento de organizações inteligentes poderá contribuir para a criação de sociedades mais equilibradas, mais justas, mais conscientes das suas responsabilidades frente ao conjunto da humanidade? Como a educação pode ajudar? 3. A tecnologia é parte do acervo cultural de um povo, e como tal, se nutre das contribuições permanentes da comunidade social, em espaço, tempo e condições econômicas, políticas e sociais determinadas. (Leite, UERJ). Em sua opinião, o que pode acontecer se o conhecimento das tecnologias ficar restrito e exclusivo para um grupo científico, e não ser compartilhado os benefícios com a sociedade? www.esab.edu.br 17 O Que É Tecnologia? Pode-se definir tecnologia como o conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios (techné) capazes de modificar, transformar o ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades construídas artificialmente. De acordo com os gregos clássicos, a técnica (Techné) não é boa, nem má, nem neutra, mas, política. Portanto, para o bem ou para o mal, a tecnologia é parte desse processo de descoberta humana, do seu ambiente natural e social, mas também é a arte de modificar seus usos, abusos e a si mesma, bem como ainda trata do ofício de transformar o mundo natural em sua casa, em um hábitat artificial. Assim, uma leitura apropriada da tecnologia e da arte técnica é entendê-la como “ecologia da técnica”. Esta Ecologia Tecnológica é que deveria se ocupar da análise especulativa e crítica dos usos e abusos dos meios (mídia), instrumentos, artes e ofícios, empregados ao longo da relação espaço/tempo (TARAPANOFF, 2013). Além de investigar os materiais e as condições em que foram utilizados pelas inúmeras sociedades humanas (com mais ou menos intensidade depreciativa) a fim de transformar a realidade natural-original em nossa casa artificial permanente. A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano. www.esab.edu.br 18 Um modo de definir seria afirmar que a tecnologia é “uma ferramenta para estender nossas habilidades”. A televisão, por exemplo, estende nossa visão porque podemos ver coisas que estão acontecendo longe, como uma partida de futebol ou uma corrida de carros. Há outras definições de tecnologia, como: “Uma aplicação da ciência”. São exemplos de tecnologia: computador, carro, televisão, casa, avião, lâmpada incandescente, máquina de radiografia, telescópio, alavanca, roupa, estéreo, lanterna, etc. (TARAPANOFF, 2013). Educação e Tecnologia na Construção do Conhecimento Imagem: Tecnologia na Educação Fonte: http://appprova.com.br/category/tecnologia-da-educacao/ A evolução das várias concepções de homem, trabalho e sociedade que produziram nosso estágio atual, apontando para os enormes desafios que se fazem presentes para o educador e para a escola brasileira no limiar do século XXI. A partir daí, possibilitar a reflexão sobre a relação do homem e a construção do conhecimento,para inseri-lo na discussão sobre os modos de conceber o ensinar e o aprender na escola de hoje. http://appprova.com.br/category/tecnologia-da-educacao/ www.esab.edu.br 19 Deparamo-nos com o grande desafio posto aos educadores da atualidade: como tratar o conhecimento na escola com perspectiva que hoje se impõe: A da interatividade com o meio, as novas tecnologias, a não linearidade e a inclusão digital? Como conceber o ensinar e o aprender nessa perspectiva? Esses desafios nos conduziram a repensar não só o conteúdo da disciplina, mas na forma de educar e vivenciar o discurso pedagógico posto para o aluno (TARAPANOFF, 2013; RODRIGUES, 2016). Os recursos tecnológicos estavam ali, precisávamos inseri-los em nossos planejamentos, ofertar aos alunos. A responsabilidade é grande, pois poderíamos também fazer parte do grupo de promotores da exclusão social. Esta previsão lembra a ideia do paradoxo global, exposta por Naisbitt(1982), em sua obra, que leva o mesmo nome. Nela, este autor afirma: “... quanto maior a economia mundial, mais poderosos serão os seus protagonistas menores, mostrando que, na sociedade do próximo milênio, graças às novas tecnologias, os indivíduos terão cada vez mais influência nas decisões globais. Ele justifica essa afirmação dizendo que a sociedade que está se configurando difere de épocas anteriores porque a concentração das informações nas mãos de uma minoria (sociedade do conhecimento) deixou de ser impossível.” Por conseguinte, conforme alerta Rub-Mohl (2013): “... veremos aumentar a discrepância de níveis de saber entre os indivíduos e, provavelmente, tornar-se-á maior a precariedade da proteção contra o abuso de acesso aos dados, que poderão violar a privacidade dos indivíduos e instituições, como já vem demonstrando os contínuos ataques dos hackers aos sistemas institucionais e privados.” www.esab.edu.br 20 Em função disso, os especialistas afirmam que, para a construção de uma sociedade realmente mais justa para o próximo milênio, a informação, a educação e os conhecimentos deveriam ser bens de domínio público, para possibilitar a longo prazo a igualdade de oportunidades e contribuir assim para a redução de perigosos desequilíbrios econômicos e sociais a nível mundial. Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social. Inúmeras obras apontam que, nessa sociedade da informação e do conhecimento, a educação será fator primordial, pois a divisa deverá ser: sem formação, nada de trabalho; sem conhecimento, nada de chances na competição global (BRANDÃO, BRANDÃO, 2013). Mas, embora se saiba que a sociedade de informação poderá trazer a possibilidade de conceder a todas as pessoas o acesso à educação no sentido amplo, sabe-se igualmente, que não será exclusivamente o saber que conferirá poder aos indivíduos, mas sim a capacidade de interligar de maneira proveitosa uma quantidade infinita de conhecimentos. Cabe à educação a missão de fazer com que todos, sem exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal. www.esab.edu.br 21 Assista a interessante palestra do professor Mario Sergio Cortella sobre Paradigmas da Tecnologia na Educação: https://www.youtube.com/watch?v=1Lvl_pG72Vk PARA SUA REFLEXÃO 2.1- Recursos Tecnológicos: Ferramentas Indispensáveis para Motivação e na Formação de uma Sociedade mais Democrática A prática educacional torna-se dinâmica e também eficiente quando estratégias e recursos são bem usados como ferramentas indispensáveis à motivação e ao interesse do aluno. O cotidiano dos nossos alunos é repleto de recursos tecnológicos como a televisãoe/ou o computador, equipamentos que já fazem parte do dia a dia desta geração (WAJCMAN, 2013). Desde seu surgimento, o computador passou a ter uma vida conjunta com todas as áreas profissionais, de laser e de informação. Atualmente o profissional de educação pode contar com vários recursos tecnológicos para auxiliar no desempenho de diversas atividades. Vamos pensar em alguns deles. A criança tem seu primeiro contato com o computador através do videogame. Jogos cada vez mais complexos vêm dominando o interesse infância. A medicina também é um exemplo bem conhecido do amplo uso da tecnologia e do computador como marcas de um progresso tecnológico. https://www.youtube.com/watch?v=1Lvl_pG72Vk www.esab.edu.br 22 Porém a evolução do processo de difusão da informação não vem ocorrendo nas escolas. Continua-se utilizando o mesmo processo de quando nem existiam rádio e TV. No processo normal, o homem terá que passar o dia todo desde a hora que levanta até a hora de dormir lendo, acumulando informação, porém sem ter tempo para aplicar seus conhecimentos acumulados (WAJCMAN, 2013). Nos dias de hoje, as mídias propiciam uma rápida evolução e troca de informações em tempo real. A informação galopa a passos largos, e temos que passar esta realidade aos nossos alunos. Nesta teoria percebe-se que o formato de transmissão da informação também precisa evoluir. O profissional da educação também precisa estar antenado as mudanças. Evoluir na especialização e fragmentação cada vez maior das áreas e evoluir no processo de difusão da informação. Com tudo isso, a sensação do estudante tendo em sua vida cotidiana a agilidade em todos os aspectos, quando chega à sala de aula há um choque. Muitos dizem sentir a impressão que atravessou um túnel do tempo entrando em um mundo onde a realidade não evoluiu. A sua realidade é acompanhar as compras em supermercados, onde se vê diante de um terminal que ao ler o código de barras já informa o produto, seu preço e sua validade com muita agilidade. Junto com seu pai, vê a rapidez de um saque bancário em um terminal remoto ou as informações de movimentações financeiras no próprio computador doméstico, utilizando-se de um modem e uma linha telefônica. Quando necessita fazer uma pesquisa, prefere consultar um em sistema multimídia, aonde as respostas chegam muito mais rápidas do que ficar revirando folhas e mais folhas de um livro ou Atlas. www.esab.edu.br 23 Na busca de uma tradução, ou simplesmente querendo o significado de um verbete, prefere-se digitar a palavra em um dicionário eletrônico do que procurar alfabeticamente nas folhas de um dicionário tradicional (WAJCMAN, 2013). No trabalho, o jovem prefere procurar o CEP, Código de Endereçamento Postal, de um cliente utilizando-se do microcomputador, do que revirar o longo livro fornecido pelos correios. Enfim, no dia a dia o jovem tem uma ligação muito íntima com a tecnologia cada vez mais rápida e mais acessível. Este dinamismo da informação passou a fazer parte da cultura desta nova geração. Um choque tecnológico na cabeça destes jovens. Quando chega à sala de aula o aluno se depara com uma didática tradicional movida a aulas expositivas cansativas, um ambiente em câmera lenta em comparação com seu cotidiano. O que fazer? Entender essa realidade é um grande passo. Os meios tecnológicos são eficazes a boa educação, são instrumentos poderosos na formação dos povos, sem dúvida, leva a harmonia e ao verdadeiro desenvolvimento (WAJCMAN, 2013). Os pressupostos teóricos deste parecer aproximam-se das ideias expressas nas seguintes citações de Seymour Papert: “Uma das maiores contribuições do computador é a oportunidade para as crianças experimentarem a excitação de se empenharem em perseguir os conhecimentos que realmente desejam obter.” “Chamo avestruzes aos educadores que ficam entusiasmados pela perspectiva dos computadores irem melhorar o que eles fazem na escola, mas que enterram a cabeça na areia para evitarem compreender que essa tecnologia irá inevitavelmente fazer surgir possibilidades espantosas de mudança, muito para além de um mero aperfeiçoamento.”www.esab.edu.br 24 “Os ciberavestruzes que planificam a política educativa estão decididos a utilizar o computador, mas só conseguem imaginar essa utilização no contexto do sistema escolar tais como o conhecem: os alunos seguem um currículo predeterminado, planificado ano a ano e lição a lição. Este fato é bastante perverso: novas tecnologias são usadas para fortalecerem métodos educativos pobres, que foram concebidos apenas porque não existia o computador quando a escola foi pensada.” www.esab.edu.br 25 Breve Visão Histórica da Informática na Educação no Brasil A tecnologia é parte do acervo cultural de um povo, e com tal, se nutre das contribuições permanentes da comunidade social, em espaço, tempo e condições econômicas, políticas e sociais determinadas. A tecnologia existe como conhecimento acumulado, é produção constante e dinâmica. (Leite, UERJ) No Brasil, como em outros países, o uso do computador na educação teve início com algumas experiências em universidades, no princípio da década de 70. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional (NUTES/CLATES) usou software de simulação no ensino de Química. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesse mesmo ano, realizaram-se algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de graduação (MARINHO, MIGUEL, 2017). Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin Minsky ao Brasil, que lançaram as primeiras sementes das ideias do Logo (no Sistema operacional DOS), usado até hoje no formato WinLogo. Em 1976, um grupo de professores do Departamento de Ciência de Computação, produziu o documento “Introdução a Computadores. (Takahashi et al, 1976), financiado pelo Programa de Expansão e Melhoria do Ensino (PREMEN/MEC). www.esab.edu.br 26 Nesse mesmo ano, foram iniciados os primeiros trabalhos com o uso de Logo com crianças. Papert e Minsky retornam ao Brasil para ministrar seminários e participar das atividades do grupo de pesquisa sobre o uso de Logo em educação que tinha se estabelecido (MARINHO, MIGUEL, 2017). Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de pesquisadores liderados pela Profa. Léa da Cruz Fagundes do Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS. O LEC foi criado em 1973 por pesquisadores preocupados com as dificuldades da aprendizagem de matemática apresentadas por crianças e adolescentes da escola pública. Os estudos realizados tinham uma forte base piagetiana e eram coordenados pelo Dr. António Battro, discípulo de Piaget. O Logo, também desenvolvido com bases piagetianas, passou a ser uma importante ferramenta de investigação de processos mentais de crianças de 7 a 15 anos que faziam parte dos estudos do LEC (Laboratório de Estudos Cognitivos – UFRGS). Portanto, existiam no início dos anos 80 diversas iniciativas sobre o uso da informática na educação, no Brasil. Esses esforços, aliados ao que se realizava em outros países e ao interesse do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) na disseminação da informática na sociedade, despertaram o interesse do governo e de pesquisadores das universidades na implantação de programas educacionais baseados no uso da informática. Essa implantação teve início com o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982 (Seminário Nacional de Informática na Educação 1 e 2, 1982). www.esab.edu.br 27 Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o EDUCOM e que foi implantado pela Secretaria Especial de Informática (SEI) e pelo MEC, com suporte do CNPq e FINEP, órgãos do MCT. O EDUCOM permitiu a formação de pesquisadores das universidades e de profissionais das escolas públicas que possibilitaram a realização de diversas ações iniciadas pelo MEC, como realização de Concursos Nacional de Software Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do FORMAR. O curso de Especialização em Informática na Educação foi realizado em 1987 e 1989, e a implantação do CIED - Centros de Informática em Educação nos estados em 1987. Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do MEC o Plano Nacional de Informática Educativa, o PRONINFE. Esse programa consolidou as diferentes ações que tinham sido desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou o FORMAR III (Goiânia) e FORMAR IV (Aracajú) destinados a formar professores das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais (CIET) (MARINHO, MIGUEL, 2017). Em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação. ProInfo, vinculado à Secretaria de Educação a Distância. SEED, do MEC e sob a coordenação de Cláudio Salles. Esse programa implantou, até o final de 1998, 119 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em 27 Estados e Distrito Federal, e capacitou, por intermédio de cursos de especialização em informática em educação (360 horas), cerca de 1419 multiplicadores para atuarem nos NTEs. Foram entregues em 1999 cerca de 30 mil microcomputadores para ser implantados em escolas e outros 100 NTEs. A meta era atingir 3 mil escolas, 21 mil professores e 2 milhões de alunos.. www.esab.edu.br 28 A análise das ações e políticas de informática na educação realizadas no Brasil nos permite afirmar que, inquestionavelmente, temos conhecimento e experiências sobre informática na educação instalada nas diversas instituições do país (MARINHO, MIGUEL, 2017). Temos uma abordagem muito particular de atuação nessa área e acumulado conhecimento e experiências que permitem ao PROINFO realizar as atividades e assumir as metas planejadas. Claro que não se está ignorando o que é realizado em outros países, mas toda a informação e experiência que está sendo utilizada pelos diferentes elementos atuando no programa. Multiplicadores, professores, técnicos e administradores, são frutos do trabalho que foi desenvolvido nessa área, no Brasil. Desde o início do programa, a decisão da comunidade de pesquisadores foi que as políticas a serem implantadas deveriam ser sempre fundamentadas em pesquisas pautadas em experiências concretas com a escola pública. Essas foram as bases do projeto EDUCOM, realizado em cinco universidades: Universidade Federal de Pernambuco (UFPe), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Esse projeto contemplou a diversidade de uso do computador em diferentes abordagens pedagógicas, como desenvolvimento de softwares educacionais e uso do computador como recurso para resolução de problemas. www.esab.edu.br 29 E, do ponto de vista metodológico, o trabalho de pesquisa foi realizado por equipes interdisciplinares, formada pelos professores das escolas escolhidas e por um grupo de profissionais da universidade. Os professores das escolas eram os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto na escola e esse trabalho tinha o suporte e acompanhamento do grupo de pesquisa da universidade, formado por pedagogos, psicólogos, sociólogos e cientistas da computação (MARINHO, MIGUEL, 2017). No caso da informática na educação, as decisões e as propostas não têm sido totalmente centralizadas no MEC. Elas têm sido fruto de discussões e propostas feitas pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área. A função do MEC tem sido a de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, no Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento da informática na educação não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem consequência direta do mercado como nos Estados Unidos. Conheça um pouco mais da história da informática visitando o "Museu do Computador da UEM", umprojeto de caráter permanente desenvolvido pelo Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá desde 1996. Faça uma visita virtual pelo link: <http://www.din.uem.br/museu/index.htm> SAIBA MAIS 3.3- O Programa Brasileiro de Informática na Educação Com relação à proposta pedagógica e o papel que o computador desempenha no processo educacional, o programa brasileiro de informática na educação é bastante peculiar comparado com o http://www.din.uem.br/museu/index.htm www.esab.edu.br 30 que foi proposto em outros países. No nosso programa, o papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas, em vez de “automatizar o ensino” ou preparar o aluno para ser capaz de trabalhar com a informática. Essa proposta de mudança sempre esteve presente, desde o I Seminário Nacional de Informática na Educação, realizado em Brasília (ANDRADE; LIMA, 1993). Todos os centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem (ANDRADE; LIMA, 1993). O grande desafio era a mudança da abordagem educacional: transformar uma educação centrada no ensino, na transmissão da informação, para uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades por intermédio do computador e, assim, aprender. A formação dos pesquisadores dos centros, os cursos de formação ministrados e mesmo os softwares educacionais desenvolvidos por alguns centros eram elaborados, tendo em mente a possibilidade desse tipo de mudança pedagógica. Embora a mudança pedagógica tenha sido o objetivo de todas as ações dos projetos de informática na educação, os resultados obtidos não foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional como um todo. Os trabalhos realizados nos centros do EDUCOM e nos outros centros de informática na educação tiveram o mérito de elevar a nossa compreensão do estado zero para o estado atual, possibilitando-nos entender e discutir as grandes questões da área. www.esab.edu.br 31 Mais ainda, temos diversas experiências instaladas no Brasil que apresentam mudanças pedagógicas fortemente enraizadas e produzindo frutos. No entanto, essas ideias não se alastraram e isso aconteceu, principalmente, pelo fato de termos subestimado as implicações das mudanças pedagógicas propostas no sistema educacional como um todo: a mudança na organização da escola, na dinâmica da sala de aula, no papel do professor e dos alunos e na relação com o conhecimento (ANDRADE; LIMA, 1993). A análise das experiências realizadas nos permite entender que a promoção dessas mudanças pedagógicas não depende simplesmente da instalação dos computadores nas escolas. É necessário repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo da escola. A sala de aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas para se tornar um local em que professor e alunos podem realizar um trabalho diversificado em relação ao conhecimento. O papel do professor deixa de ser o de “entregador” de informação, para ser o de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das informações, para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento. Portanto, a ênfase da educação deixa de ser a memorização da informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção do conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa, sendo o professor, o facilitador desse processo de construção (ANDRADE; LIMA, 1993). O processo de repensar a escola e preparar o professor para atuar nessa escola transformada, está acontecendo de maneira mais marcante nos sistemas públicos de educação, principalmente os sistemas municipais. www.esab.edu.br 32 Nas escolas particulares, em geral, o investimento na formação do professor ainda não é uma realidade. Nessas escolas, a informática está sendo implantada nos mesmos moldes do sistema educacional dos Estados Unidos, onde o computador é usado para minimizar o analfabetismo computacional dos alunos ou automatizar os processos de transmissão da informação. Embora o objetivo sempre tenha sido a mudança educacional e as questões envolvidas na implantação da informática na escola estejam mais claras hoje, as nossas ações não foram voltadas para o grande desafio dessas mudanças. Mesmo hoje, as ações são incipientes e não contemplam essas mudanças. Isso pode ser notadamente observado nos avanços da informática e nos programas de formação de professores para atuarem na área da informática na educação que atualmente estão sendo realizados (ANDRADE; LIMA, 1993). As Políticas de Implantação da Informática na Rede Pública No Brasil, segundo José Armando Valente (1993), as políticas de implantação da informática na escola pública, têm sido norteadas na direção da mudança pedagógica. Embora os resultados dos projetos governamentais sejam modestos, esses projetos têm sido coerentes e sistematicamente têm enfatizado a mudança na escola. Isso vem ocorrendo desde 1982, quando essas políticas começaram a ser delineadas. No entanto, essas políticas não são claramente defendidas por todos os educadores brasileiros e a sua implantação sofre influências de abordagens utilizadas em outros países como Estados Unidos da América e França. Nesses países, a utilização da informática na escola não tem a preocupação explícita e sistêmica da mudança. www.esab.edu.br 33 O sistema educacional possui um nível muito melhor do que o nosso e a informática está sendo inserida como um objeto com o qual o aluno deve se familiarizar. Portanto, os objetivos da inserção da informática nesses países são muito mais modestos e fáceis de serem conseguidos: envolvem menos formação dos professores, menor alteração da dinâmica pedagógica em sala de aula e pouca alteração do currículo e da gestão escolar. O contexto mundial sobre o uso da informática na educação tem sido uma referência para as decisões aqui no Brasil. A nossa caminhada é muito peculiar e diferente daquilo que se faz em outros países. Se compararmos os avanços pedagógicos no Brasil e em outros países, os resultados são semelhantes e indicam que ela praticamente não alterou a abordagem pedagógica (VALENTE, 1993). Mesmo nos países como Estados Unidos e França, locais onde houve uma grande proliferação de computadores nas escolas e um grande avanço tecnológico, as mudanças são quase inexistentes do ponto de vista pedagógico. Não se encontram práticas realmente transformadoras e suficientemente enraizadas para que se possa dizer que houve transformação efetiva do processo educacional, como por exemplo, uma transformação que enfatize a criação de ambientes de aprendizagem, no qual o aluno constrói o seu conhecimento e tem o controle do processo dessa construção. Ainda é o professor quem controla o ensino e transmite a informação ao aluno (VALENTE, 1993). www.esab.edu.br 34 Conheça mais sobre as Políticas de Informática na Educação Brasileira através do artigo de Raquel Moraes “Informática, Educação e História no Brasil”, disponível no link: <http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/ Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e- Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf> ESTUDO COMPLEMENTAR http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf www.esab.edu.br 35 O Papel das Organizações Escolares Públicas e Particulares Afirmações acerca da forma como fatores sociais, culturais, familiares interferem no sucesso dos alunos é uma realidade. Sociólogos constroem reflexões afirmando que as diferenças entre as crianças que iniciam a escolaridade só se transformam em desigualdade devido a estrutura e o mau funcionamento do sistema educativo. Quer dizer, é dentro dasorganizações escolares que a criança irá se socializar (FREIRE, 1993) Se a proposta político pedagógica, os profissionais estiverem atualizados, ou seja, se tudo dentro sistema educativo não estiver bem estruturado, o processo de ensino aprendizagem e seus objetivos estarão condenados ao fracasso. As organizações escolares tomam uma dimensão própria em suas tomadas de decisões educativas, curriculares e pedagógicas. A escola é um ambiente relacionado a pessoas, sendo assim, cada espaço é único. Por mais que se queira tomar decisões iguais ou padronizadas, as pessoas em cada ambiente são diferentes. É sob esta ótica, centrado nas organizações escolares é que devemos concentrar todos os esforços. A escola não deve servir para excluir, para isso, tem que investir em si mesma. Todos os processos internos das escolas estão relacionados com o sucesso dos alunos. www.esab.edu.br 36 Toda organização escolar deve se preocupar com fatores que contribuem para sua eficácia, entre eles: avaliar sempre a sua liderança e a atenção a qualidade do ensino, ter atenção aos aspectos acadêmicos, ter um clima de trabalho propicio ao ensino e aprendizagem; expectativa elevadas dos professores em relação ao sucesso dos alunos e a utilização dos resultados dos alunos como base de avaliação dos programas. “De uma forma geral, as conclusões apontam para cinco princípios: considerar as escolas como a unidade estratégica da mudança em educação; desenvolver dinâmicas de participação dos professores e dos restantes atores educativos em torno do processo de inovação escolar; perspectivar a melhoria das escolas como um processo, e não como um produto, criando uma cultura da escola que consagre uma atitude de mudança permanente; produzir sugestões de prática, de políticas e de procedimentos que contribuam para a melhoria das escolas; ter consciência do processo de inovação, introduzindo dispositivos de regulação e de avaliação.” (LEZOTTE, 1989, inNÓVOA, 1992, p. 22-23). O Computador Nas Organizações Escolares Os computadores poderão propiciar uma verdadeira revolução no processo ensino-aprendizagem, em função dos diferentes tipos de abordagens de ensino que podem ser realizados por seu intermédio e aos inúmeros programas desenvolvidos para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem (VALENTE, 1993). Os recursos audiovisuais e a perfeição metodológica com que o conhecimento pode ser repassado pelo computador, não garantem que esta metodologia de ensino seja a maneira mais eficiente para promover o aprendizado através da descoberta e do “fazer’. Portanto, é necessário levar em conta o estilo de aprendizado de cada aprendiz e não simplesmente generalizar o método de ensino usado. Como afirma Márcia Costa Leite (UERJ, p. 12): www.esab.edu.br 37 “O quadro de pregas foi substituído por um data show, mas a escola continua sem dar vez nem voz às diferenças. Nos cursos de formação, temos encontrado planejamento que explicitam a intenção das instituições e de seus professores de romperem com os modelos tecnicistas, mas, por diversos motivos, suas práticas são contraditórias. “ A flexibilidade ainda não é norma dos sistemas de ensino baseado no computador. Por mais sofisticado que ele seja, - por mais conhecimento sobre um determinado domínio que ele possua, por melhor que ele seja capaz de modelar a capacidade do aprendiz – ele ainda não é capaz de adequar a sua atuação de maneira que a intervenção no processo de ensino-aprendizagem seja totalmente individualizado. Estes argumentos têm sido usados para fortalecer o uso do computador como ferramenta ao invés de “máquinas de ensinar”. Como ferramenta ele pode ser adaptado aos diferentes estilos de aprendizado, aos diferentes níveis de capacidade e interesse intelectual, às diferentes situações de ensino-aprendizado, inclusive dando margem à criação de novas abordagens (RODRIGUES, 2016). 1) Converse com seus colegas e conhecidos e verifique quais são as 20 tecnologias que mais influenciaram a vida no século XX, na opinião deles. Depois, compare com a relação apresentada anteriormente. Faça uma análise das principais diferenças. 2) Pense sobre o papel das organizações escolares na educação e formação do indivíduo na sociedade moderna. 3) Qual sua opinião sobre quem é o principal responsável pela educação e formação do indivíduo na sociedade moderna FÓRUM www.esab.edu.br 38 4.1- Uma Reflexão entre o Uso do Computador e o Trabalho Pedagógico do Professor em Sala de Aula. Não são poucas as iniciativas que se apresentaram nos últimos anos na tentativa de melhorar a qualidade da educação em nosso país. Parece haver um consenso entre os educadores de que a nossa escola precisa buscar novas possibilidades que visem a reformulação da prática pedagógica e, consequentemente, da educação em geral. Imagem: Tecnologia na educação Fonte: <http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a- tecnologia-na-educacao> Os diferentes segmentos da comunidade escolar como; alunos, pais, professores, orientadores, coordenadores, supervisores, diretores e estudiosos sobre o assunto nem sempre se preocupam com uma mesma e única coisa, mas o fato é que cada qual, a partir de seu posto de observação, tem sentido dificuldades para instituir um novo sentido para a escola compatível com as mudanças sociais, históricas, econômicas, políticas, culturais que temos atravessado (TARAPANOFF, 2013). http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao www.esab.edu.br 39 Tais mudanças, por vezes positivas, têm contribuído para a emergência de uma reflexão a respeito do papel da escola. As exigências do atual mercado de trabalho e as novas tecnologias inserem-se neste conjunto de iniciativas. Por outro lado, no entanto, acompanhamos com preocupação o problema da indisciplina, do colapso dos valores éticos e morais e da violência que tem assolado a escola nos últimos anos. Como se vê, não são poucos os desafios que se apresentam à comunidade escolar. “Como agir então? O que fazer? Como oferecer uma escola de qualidade e envolver a comunidade escolar para dela participar de forma crítica, consciente e colaborativa? O que o computador pode provocar?” Perguntas como estas têm feito parte do nosso percurso profissional. As soluções para os problemas atuais da escola não são simples e demandam múltiplas ações que certamente não dependem exclusivamente da mobilização de um ou outro segmento da comunidade escolar (TARAPANOFF, 2013). As experiências das quais temos participado no âmbito da educação informal e formal (incluindo aí a educação especial) tem nos mostrado que a implantação do computador nestes espaços de aprendizagem contribui para um redimensionamento das relações entre as pessoas em geral (VALENTE 1993; FREIRE, 1998). Não queremos com isso dizer que basta colocar o computador na escola que as coisas mudam por si só, tampouco que a sua introdução seja a via mais efetiva para lidar com as dificuldades que a escola enfrenta. O que temos constatado é que o computador provoca um “rearranjo” na dinâmica de trabalho: as pessoas se envolvem em ações coletivas que estabelecem novas funções, relações e conhecimentos. www.esab.edu.br 40 Faz-se necessário buscar um sentido educacional para a utilização do computador integrando-o à prática pedagógica. Isto gera novas reflexões e abre possibilidades inusitadas no processo educativo (PRADO E MARTINS, 1998; FREIRE E PRADO, 1999). A Informática na Educação não se apresenta como solução isolada. Observamos a emergência de várias abordagens ou propostas educacionais que com ela compartilham intenções semelhantes: a necessidade de integrar significativamente disciplinas e conhecimentos; propiciar o engajamento de alunos e professores em atividades socialmente relevantes; auxiliar a interpretação dos fenômenos sócio-culturais da comunidade; resgatara ética, as artes e a diversidade como valores a serem vividos pela escola por meio de uma atuação prática e tangível. O uso da tecnologia com finalidades pedagógicas não está alheio a estes movimentos educacionais. Isto porque, o computador, em si, é uma ferramenta educacional que potencializa a articulação de conhecimentos de áreas diversas e promove o trabalho intra e intersocial (TARAPANOFF, 2013). Temos acompanhando diferentes professores em diversas escolas com propostas pedagógicas próprias e constatamos que a integração do computador nas atividades de sala de aula ainda é uma questão polêmica. Várias têm sido as tentativas no sentido de evitar o paralelismo entre os dois trabalhos: o da sala de aula e o do laboratório de computadores. Mas isto não é uma tarefa tão simples como pode parecer a princípio. Educacional entendido não só como preocupação em desenvolver conteúdos, mas como o desenvolvimento de uma nova maneira de ser e estar frente à nossa realidade: atitude, comprometimento, engajamento, diversidade de leituras... www.esab.edu.br 41 Os Temas Transversais promovem a possibilidade de recontextualizar, por meio de atividades significativas, saberes sistematizados e saberes outros trazidos pelos alunos e que concorrem para a (re) interpretação de conhecimentos inter- relacionados que lidam por meio de ações práticas com a Ética, Estética, com os Valores Humanos, com a integração de disciplinas, com o trabalho colaborativo. Também é o caso da Interdisciplinaridade, Transdisciplinaridade, dos Projetos de Aprendizagem (VALENTE, 1993). Os seis temas indicados pelos PCN são: Ética, Meio Ambiente, Pluralidade cultural, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo propostos nos Temas Transversais. Seu modo peculiar de conceber o processo educativo (re) aproveitando e (re) contextualizando as experiências partilhadas por cada comunidade escolar: uma educação aberta, integradora, transformadora e significativa, como espaço de produção de conhecimento entre alunos e professor (es). E o computador? Eis a importância do papel articulador que o computador pode desempenhar no contexto educacional. Não basta que o professor aprenda a utilizar o computador. É necessário retirar do uso do computador aquilo que interessa aos seus objetivos educacionais. Isto é sutil, pois há uma imensa variedade de programas computacionais intitulados “educacionais” (VALENTE, 1993). Como selecioná-los?Como utilizá-los? A preocupação, portanto, tem sido a de provocar o reconhecimento do uso da tecnologia voltado para o contexto educacional por meio do resgate das concepções educacionais dos professores que estão em ação e que vislumbram no uso pedagógico do computador um potencial a ser explorado. www.esab.edu.br 42 E mais, nosso trabalho procura, a partir da prática diária do professor, a reflexão a respeito de sua ação cotidiana e de suas repercussões na escola enquanto processo social, histórico e cultural (VALENTE, 1993). www.esab.edu.br 43 Teorias Pedagógicas e as Novas Tecnologias Os mestres como Jean Piaget, Lev S. Vygotsyky e Seymour Papert são alguns dos vários pesquisadores em educação que apoiaram o desenvolvimento de novas formas de estimular o interesse, a mente, a criatividade e desenvolver o raciocínio. Suas ideias defendidas apresentam pontos positivos no uso das Novas Tecnologias. Partindo das perspectivas construtivistas temos Piaget, interacionista (Vygotsky) e construcionistaPapert. Cada um desses educadores serviu de base para a fundamentação teórica do uso de computadores na educação. Jean Piaget pesquisador e estudioso intelectual criou o método clínico, onde trabalhou a gênese das estruturas lógicas do pensamento da criança. Suas pesquisas o levaram da Biologia à Filosofia e Psicologia, aproximando para explicar o desenvolvimento da inteligência. Apesar de naturalista, começou explorar outros campos, principalmente a sistemática dos processos mentais. Nos anos 50, o famoso psicólogo e educador Jean Piaget declarou: “O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram – homens criativos, inventivos e descobridores. O segundo objetivo da educação é formar mentes que possam ser críticas, possam verificar e, não aceitar tudo o que lhes é oferecido (...) Portanto, precisamos de discípulos ativos, que aprendam cedo a encontrar as coisas por si mesmos, em parte por sua atividade espontânea, em parte, pelo material que preparamos para eles”. www.esab.edu.br 44 A divulgação de Piaget no Brasil tem início no final da década de 20. Através do Movimento da Escola Nova abriu-se espaço para a propagação de suas ideias. Posteriormente essa divulgação ocorreu a partir dos anos 60, após a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que criou espaço para a realização de experiências pedagógicas nas quais educadores e pedagogos poderiam elaborar e executar novas propostas e métodos de ensino (VALENTE, 1993). Nos anos 80 ocorreu a febre do construtivismo escolar atingindo sistemas de ensino municipais e escolas particulares. Piaget teve uma preocupação maior com o estudo do desenvolvimento mental ou cognitivo, ou seja, com o desenvolvimento da forma como os indivíduos conhecem o mundo exterior e com ele se relacionam Em softwares educacionais a aprendizagem é vista como um processo de construção, onde o aluno está envolvido na construção de seu próprio conhecimento. Não existem sequências preestabelecidas ou métodos de avaliação baseados em respostas estruturadas. O estudante está livre para desenvolver suas potencialidades, e cabe a ele decidir o que deseja e como deseja aprender. “O fato é que a computação tem a oferecer subsídios importantes para o desenvolvimento da representação da estrutura cognitiva humana (NOGUEIRA et al., 2000)”. A grande tendência e objetivo dos softwares educacionais são de aproximação ao máximo da corrente construtivista, abandonando técnicas largamente utilizadas que enfatiza o comportamento condicionado, corrente comportamentalista. Isto se deve ao fato de haver uma maior preocupação com o aluno, em como seu aprendizado irá se desenvolver, fazendo com que o estudante aprenda a aprender. www.esab.edu.br 45 A abordagem construtivista ressalta o potencial das Novas Tecnologias para a promoção do processo de interação entre os discentes e destes com os professores, considerados fundamentais, segundo esta abordagem, para realização da aprendizagem. Lev Vygotsky, professor e pesquisador, contemporâneo de Piaget. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico social (VALENTE, 1993). Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. As concepções de Vygotsky (1991) sobre o processo de formação de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida cotidiana. O potencial relaciona-se à capacidade de aprender com outra pessoa. A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (ZDPs) referentes à distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto (SOUZA, DAU, 2016; VYGOTSKY, 1991). Conheça mais sobre a teoria de Vygotsky através do link: <https://www.youtube.com/watch?v=-yTgiZ9rSa4> SAIBA MAIS https://www.youtube.com/watch?v=-yTgiZ9rSa4 www.esab.edu.br 46 A Zona de Desenvolvimento Proximal é, pois, um domínio psicológico em constante transformação; aquilo que uma criança é capaz de fazer com aajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã (SOUZA, DAU, 2016; VYGOTSKY, 1991). É como se o processo de desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de aprendizado; o aprendizado desperta processo de desenvolvimentos que, aos poucos, vão tornar-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo. Segundo Vygostsky (1988), o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social (relações interpessoais), para o plano individual interno (relações intrapessoais). O professor tem o papel explícito de interferir no processo educacional. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona proximal(SOUZA, DAU, 2016). “O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento”(ZACHARIAS; SANTO, 2005). Seymour Papert é matemático e um dos maiores visionários do uso da Tecnologia na educação, considerado um dos pais do campo da Inteligência Artificial. Sua colaboração principal era considerar o uso da matemática no serviço para entender como as crianças podem aprender e pensar. www.esab.edu.br 47 Em plena década de 1960, Papert já dizia que toda criança deveria ter um computador em sala de aula. Na época, sua teoria parecia ficção científica. Entre1967 e 1968 desenvolveu uma linguagem de programação totalmente voltada para a educação, o Logo, tendo como base a teoria de Piaget e algumas ideias da Inteligência Artificial (PAPERT, 1985). Logo é uma linguagem de programação simples e estruturada voltada à educação, que tem como objetivo permitir que uma pessoa se familiarize, através do seu uso, com conceitos lógicos e matemáticos através da exploração de atividades espaciais que auxiliam o usuário a formalizar seus raciocínios cognitivos. Através do Logo as crianças podem ser vistas como construtoras de suas próprias estruturas intelectuais (SOUZA, DAU, 2016). Com essa concepção passa-se a adaptar e aplicar o construcionismo em práticas pedagógicas com outros softwares, destacando-se os mais abertos, como os sistemas de autoria, processadores de texto, editores de desenho, planilhas eletrônicas, gerenciadores de banco de dados, redes de computadores, programas de simulação e modelagem, etc. (ALMEIDA, s.d., p.29) Com a disseminação dos microcomputadores, o Logo passou a ser adotado e usado em muitas escolas. No período de 1983 até 1987 aconteceu uma verdadeira explosão no número de experiências, na produção de material de apoio, livros, publicações e conferências sobre o uso do Logo. Papert é internacionalmente reconhecido como um dos principais pensadores sobre as formas pelas qual a Tecnologia pode modificar a aprendizagem. Em uma de suas entrevistas deparou-se com a seguinte pergunta: De que formas os computadores e a Internet devem ser usados para garantir um bom aprendizado? www.esab.edu.br 48 Papert é considerado um construcionista. A abordagem construcionista significa o uso do computador como meio para propiciar a construção do conhecimento pelo aluno, ou seja, o aluno, interagindo com o computador na resolução de problemas, tem a chance de construir o seu conhecimento (VALENTE, 1998). O paradigma construcionista enfatiza a aprendizagem ao invés de destacar o ensino; prioriza a construção do conhecimento e não a instrução (SOUZA, DAU, 2016). Assista ao interessante debate entre Paulo Freire e Seymour Papert sobre a tecnologia e o futuro das escolas. Disponível no link: <https://www.youtube.com/watch?v=4V-0KfBdWao> ESTUDO COMPLEMENTAR 5.1- O Uso do Computador na Sala de Aula Como utilizar o computador na educação, de forma inteligente? O uso inteligente é investir no processo de aprendizagem e não apenas no ensino, é priorizar o conhecimento, ao invés de se restringir apenas à informação (VALENTE, 1993). A informação é um dado externo ao sujeito, pode ser armazenada segundo critérios de importância e sua característica é a objetividade. O conhecimento é resultante do processo de aquisição de saberes vivenciados e experimentados pelo sujeito afetivo e cognitivo e sofre influência da variação do contexto social e organizacional. Atualmente as tecnologias de informação e comunicação estão provocando inúmeras transformações no mundo contemporâneo. https://www.youtube.com/watch?v=4V-0KfBdWao www.esab.edu.br 49 O impacto das Novas Tecnologias tem provocado mudanças na educação, que não tarda a incorporar os últimos recursos tecnológicos direcionados como televisão e Internet para muitas escolas, não é mais novidade estranha à sala de aula, (e acredito que futuramente na grande parte das unidades escolares). Pelo contrário, contribui para a criação de novas estratégias de ensino, aprendizagem e autocapacitação (VALENTE, 1993). Trazendo assim, novas formas de pensar, de aprender e de ensinar, e as relações entre os seres humanos estão sendo rapidamente reelaboradas, medidas. É bom ressaltar que as Novas Tecnologias da inteligência e da informação são ferramentas, que podem ser bem usadas ou mal usadas. O uso inteligente das tecnologias é que possibilitará mudanças no sistema atual de ensino, usadas tanto pelo aluno como pelo professor. O computador, por exemplo, pode ser um recurso que possibilite ao aluno criar, pensar, manipular e refletir sobre a informação. Se o computador for usado apenas para passar a informação ao aluno, ele assume o papel de máquina e deixa de ser um instrumento útil na construção do conhecimento. Para Regina Cazaux (1985), a forma de empregar o computador no processo pedagógico, depende de uma posição filosófica, de uma concepção de educação e de uma teoria da aprendizagem. A sociedade atualmente exige um indivíduo crítico e capaz de observar, analisar e refletir; um ser capaz de aprender a aprender; essa característica só poderá ser desenvolvida no processo educacional em que o aluno vivencie momentos de verdadeiras aprendizagens e que permitam pensar e depurar as informações adquiridas. O saber é produzido na relação e interação com outros sujeitos, são informações que o sujeito se apropria objetivamente e socializo com outras pessoas. Lembrando CONFÚCIO (551-479 A.C): O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro, O que eu faço, eu compreendo. www.esab.edu.br 50 Nesta perspectiva, cabem reflexões sobre: um repensar a educação na era da informação e um pensar a escola na era da informação. O conhecimento só tem valor se tiver produtividade, se você souber o que fazer dele em seu favor e em favor da sociedade. É importante pensarmos numa sociedade que vai além da informação e se torna sociedade do conhecimento (VALENTE, 1993). Porque Incorporar O Computador À Educação? De acordo com Ilma Veiga (1995), “a escola de assumir a função de proporcionar as camadas populares, através de um ensino efetivo, instrumentos que lhes permitam conquistar melhores condições de participação cultural e política e reivindicação social.”. Para a autora Olinda Evangelista (1994), ”a reivindicação social deve exigir também da escola que seus alunos sejam preparados para participar da modernização científica e tecnológica, qualificando-os para novos padrões exigidos pelo mundo do trabalho.”. É preciso estar conectado com as inovações e possibilidades de renovação no ambiente pedagógico, pois esta ferramenta pode ser utilizada apenas para ensinar ou ser utilizada como ferramenta de transformação, enriquecendo espaços de aprendizagem. Numa práxis Conservadora de aprendizagem, o computador é uma ferramenta para ensinar. Numa práxisRenovadora, o computador é uma ferramenta enriquecedora de saberes, nos processos pedagógicos. O computador é uma ferramenta que deve possibilitar a integração em ambientes informatizados de aprendizagem. Um ambiente informatizado de aprendizagem requer informação, tecnologia e www.esab.edu.br 51 agentes de aprendizagem. Deve possibilitar ao aluno a aquisição de conteúdos que são necessários para a sua formação, mas que também possibilite o desenvolvimento de novas habilidades para sua inserção e atuação no mercado de trabalho. Para que ocorram transformações, um novo olhar acerca do processo ensino-aprendizagem deve acontecer, o aluno não é mais mero receptor de conteúdos definidos pelo professor, mas é aquele que se relaciona e interage com o saber. O uso do computador por si só não é capaz de inserir mudanças radicais no processo ensinar e aprender com reflexão crítica e postura de decisões renovadoras. Entretanto, existem várias possibilidades e formas eficazes (VALENTE, 1993). www.esab.edu.br 52 Na unidade 1 vimos os primórdios da globalização até os dias atuais, dividida em duas fases. Na primeira fase da globalização (1450-1850), época do expansionismo mercantilista, muitos historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos XV e XIX com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. A segunda fase da Globalização (1850-1950) teve características industrial, imperialista e colonialista. E durante dois séculos, tempo que durou a sociedade industrial, o maior desafio foi a eficiência, isto é, fazer o maior número de coisas no menor tempo. Concluímos refletindo sobre a noção de “sociedade do conhecimento” que surgiu no final da década de 90. Na unidade 2 vimos que a tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano. Vimos também que A prática educacional torna-se dinâmica e também eficiente quando estratégias e recursos são bem usados como ferramentas indispensáveis à motivação e ao interesse do aluno. O cotidiano dos nossos alunos é repleto de recursos tecnológicos como a televisãoe/ou o computador, equipamentos que já fazem parte do dia a dia desta geração. Na unidade 3 conhecemos as diferentes etapas da informática na educação do Brasil. Compreendemos também a importância da vivência brasileira na construção de uma proposta pedagógica para a informática na educação www.esab.edu.br 53 Na unidade 4 compreendemos o papel transformador das organizações escolares na integração das novas tecnologias na sociedade. Refletimos sobre o uso do computador na sala de aula e o trabalho pedagógico do professor na sala de aula. Concluímos que o uso da tecnologia com finalidades pedagógicas não está alheio a estes movimentos educacionais. Isto porque, o computador, em si, é uma ferramenta educacional que potencializa a articulação de conhecimentos de áreas diversas e promove o trabalho intra e intersocial. Na unidade 5 conhecemos algumas teorias de Jean Piaget, Lev S. Vygotsyky e Seymour Papert, alguns dos vários pesquisadores em educação que apoiaram o desenvolvimento de novas formas de estimular o interesse, a mente, a criatividade e desenvolver o raciocínio. Vimos também que o impacto das Novas Tecnologias tem provocado mudanças na educação, que não tarda a incorporar os últimos recursos tecnológicos direcionados como televisão e Internet para muitas escolas, contribuindo para a criação de novas estratégias de ensino, aprendizagem e autocapacitação. www.esab.edu.br 54 Nas próximas unidades identificaremos as contribuições do uso da tecnologia no campo educacional. Veremos a importância da formação continuada na vida do profissional da educação. Analisaremos a importância do planejamento escolar e o papel do professor como mediador e facilitador da aprendizagem no uso das ferramentas tecnológicas pelos alunos. Compreenderemos as potencialidades das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) na construção das atividades pedagógicas, para isso, passaremos pelo uso da linguagem virtual, hipertextos e ferramentas audiovisuais. Finalizaremos refletindo sobre as diversas concepções de aprendizagem e a elaboração do currículo escolar www.esab.edu.br 55 As Novas Formas de Expressão do Pensamento, Produção, Leitura e Escrita “A toda hora rola uma estória Que é preciso estar atento A todo instante rola um movimento Que muda o rumo dos ventos.” Paulinho da Viola O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem vem evoluindo vertiginosamente nos últimos anos, podendo trazer efetivas contribuições à educação, presencial ou a distância. Entretanto, para evitar ou superar o uso ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social (VALENTE, 1993). O uso das mídias digitais, especialmente da hipermídia, incorpora distintos recursos tecnológicos à tecnologia digital, proporciona o diálogo entre as diferentes linguagens, transforma as maneiras de expressar o pensamento e de comunicar, interfere na comunicação social e induz mudanças observáveis na produção dos materiais veiculados com suporte em outras tecnologias. www.esab.edu.br 56 Imagem: Hipermídia Fonte: <http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de- hipermidia/> Exemplos da interferência da tecnologia digital na comunicação com suporte em outras tecnologias são observados nas imagens da televisão, no design de material impresso, nos programas de rádio etc. A incorporação às mídias digitais de linguagens e meios convencionais de comunicação (áudio, vídeo, animação, material impresso...), de uso consolidado antes do advento e da disseminação dos computadores, evidencia a necessidade de um planejamento que considere as características específicas de suas linguagens e potencialidades tecnológicas, propiciando a criação de uma sinergia para a concepção e realização de ações educacionais inovadoras (VALENTE, 1993) http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de-hipermidia/ http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de-hipermidia/ www.esab.edu.br 57 Para compreender o cenário de possibilidades que se descortina com a integração de tecnologias no ensino e na aprendizagem, é necessário ter clareza das intenções e objetivos pedagógicos, das possíveis formas de representação do pensamento, das características de narratividade, roteirização e interação entre as tecnologias. Por conseguinte, as mudanças dos ambientes educativos com a presença de artefatos tecnológicos e linguagens próximas do universo de interesses do aluno proporcionam o acesso a uma gama diversa de manifestações de ideias, permitem a expressão do pensamento imagético e criam melhores condições para a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano e da civilização. A integração entre tecnologias, linguagens e representações tem papel preponderante na formação de pessoas melhor qualificadas para o convívio e a atuação na sociedade, conscientes de seus compromissos para com as transformações de seu contexto, a valorização humana e a expressão da criatividade (MIGUEL, MARINHO, 2017). O acesso às informações, que são veiculadas em distintas mídias e em diferentes linguagens, possibilita que estejamos imersos na cultura da aldeia global e do mundo interconectado, o que traz influências em nossos sistemas de representação pessoal e coletivo. Entretanto, os significados que atribuímos às informações que nos chegam de todos os lugares, a qualquer momento, dentro de um fluxo incontrolável, se desenvolvem pela apropriação das informações que nos são significativas, de acordo com nossas crenças, atitudes, valores e concepções,
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