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Esab Organização Escolar e as Tecnologias Educacionais

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SISTEMAS DE
 INFORMAÇÕES 
 GERENCIAIS
www.esab.edu.br 3
Sumário
1. Apresentação I.......................................................................06
2. A Globalização e O Surgimento da “Sociedade do 
Conhecimento”......................................................................07
3. Tecnologia e Recursos Tecnológicos: Ferramentas 
Indispensáveis para Motivação e na Formação de uma 
Sociedade mais 
Democrática...........................................................................17
4. Breve histórico da informática na educação no Brasil e o 
programa brasileiro de informática na 
educação...............................................................................25
5. O Papel das Organizações Escolares Públicas e Particulares e 
reflexões acerca do uso do computador no Trabalho 
Pedagógico............................................................................35
6. Teorias pedagógicas, novas tecnologias, o uso do computador 
na sala de aula.......................................................................43
7. Resumo I................................................................................52
8. Apresentação II......................................................................54
9. As Novas Formas de Expressão do Pensamento, Produção, 
Leitura e Escrita......................................................................55
10. Formação Continuada e Competências.................................61
11. Que Há de Novo Sobre o Uso de Tecnologias na 
Educação?.............................................................................69
12. O Uso de Textos e Hipertextos em 
Educação...............................................................................76
13. Concepções de Aprendizagem e a Elaboração do Currículo 
Escolar...................................................................................82
14. Resumo II...............................................................................91
15. Apresentação III.....................................................................93
www.esab.edu.br 4
16. World Wide Web (O Largo Mundo Da Web) e os livros digitais 
no Ead....................................................................................94
17. Softwares Livres...................................................................103
18. A Autonomia do Aluno na Educação a Distância..................111
19. Informática Educativa ou Informática Educacional?.............119
20. A Nova Linguagem do Mundo Virtual e Seus Problemas Rea
is..........................................................................................127
21. Resumo III............................................................................134
22. GLOSSÁRIO........................................................................136
23. BIBLIOGRAFIA....................................................................138
www.esab.edu.br 5
Palavras da Tutora
Organização escolar e tecnologias educacionais 
Tutora Responsável pela atualização do módulo: Caroline Faria- 
Licenciatura e Mestrado em História. 
- Caro (a) estudante:
Seja bem-vindo(a) à disciplina Organização escolar e tecnologias 
educacionais. Neste momento, iniciamos mais uma etapa de es-
tudos que envolvem novos conhecimentos, energia e dedicação, 
com o objetivo de proporcionar novas perspectivas de ensino e 
aprendizagem, de modo a concluir com sucesso mais esta etapa.
Os temas que serão abordados possuem caráter de grande rele-
vância para sua formação acadêmica, uma vez que irão contribuir 
para repensarmos o uso de tecnologias na sala de aula. Busca-
remos compreender como o uso de tecnologias educacionais tem 
se mostrado uma importante ferramenta didática na atualidade. 
Objetivo: 
Analisar o surgimento da “Sociedade do Conhecimento” na era 
da Globalização e, portanto, avaliar os benefícios do uso da tec-
nologia como ferramenta complementar para melhoria do ensino 
aprendizagem no âmbito pedagógico. 
Ementa:
Esta disciplina abrange os seguintes aspectos concernentes à 
“Organização escolar e tecnologias educacionais”: Globalização; 
Sociedade do Conhecimento; Recursos Tecnológicos; História da 
Informática no Brasil; Uso do computador no trabalho pedagógico; 
Novas Formas de Expressão do Pensamento; Textos e Hiper-
textos; Informática Educacional; Linguagem Virtual; E-book; EAD; 
World Wide Web.
www.esab.edu.br 6
Iniciaremos nossos estudos refletindo sobre as mudanças 
tecnológicas a partir das fases da globalização. Conheceremos 
um pouco mais das características da chamada sociedade do 
conhecimento. Faremos um breve histórico sobre a informática e 
assim conheceremos as diferentes etapas da informática na 
educação do Brasil. Compreenderemos o papel transformador 
das organizações escolares na integração das novas tecnologias 
na sociedade refletindo sobre o uso do computador na sala de 
aula e o trabalho pedagógico do professor na sala de aula. 
www.esab.edu.br 7
A Globalização
Imagem: Globalização
Fonte:<https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a-
hibridizacao-de-culturas/>
Antes da expansão marítima, o fato dos continentes serem 
separados por extensões acidentadas de terra e de águas, de 
oceanos e mares, fazia com que a maioria dos povos e das culturas 
soubesse da existência uma das outras apenas por meio de lendas 
ou imprecisos e imaginários relatos de viajantes, como Marco 
Pólo. Cada povo vivia isolado dos demais, cada cultura era 
autossuficiente. Nascia, vivia e morria no mesmo lugar, sem tomar 
conhecimento da existência dos outros(POCHMANN, 2015).
https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a-hibridizacao-de-culturas/
https://teorizandoufjf.wordpress.com/2016/06/07/globalizacao-e-a-hibridizacao-de-culturas/
www.esab.edu.br 8
 Na realidade a globalização teve início com as grandes 
navegações, através da descoberta de rotas marítimas com o 
objetivo único das monarquias acumularem riquezas de forma 
rápida e eficiente. O poder de um reino era aferido pela quantidade 
de metal precioso (ouro, prata e jóias preciosas) existente nos 
cofres reais.
Para assegurar seu aumento, o estado exercia um sério controle 
das importações e do comércio com as suas colônias. Esta política 
levou a que cada reino europeu terminasse por se transformar 
num império comercial, tendo colônias e feitorias espalhadas pelo 
mundo todo.
O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está 
relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam 
as distâncias cada vez mais curtas, formando uma aldeia, 
facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e 
eficiente (RODRIGUES, 2016, p. 189-190).
Essa situação, a de uma sociedade oral onde a interdependência 
resulta da interação necessária às causas e aos efeitos na 
totalidade da estrutura, é típica de uma aldeia e, desde o advento 
dos meios eletrônicos de comunicação, da aldeia global. Também 
é o mundo da publicidade e das relações públicas que é o mais 
consciente dessa nova e fundamental dimensão que é a 
interdependência global (MACLUHAN, 1962, p. 38).
Na primeira fase da globalização (1450-1850), época do 
expansionismo mercantilista, muitos historiadores afirmam que 
este processo teve início nos séculos XV e XIX com as Grandes 
Navegações e Descobertas Marítimas. Neste contexto histórico, o 
homem europeu entrou em contato com povos de outros 
continentes, estabelecendo relações comerciais e culturais 
(RODRIGUES, 2016).
“Por mares nunca dantes navegados... Em perigos e guerra 
esforçados, mais do que prometia a força humana/ E entre gente 
remota edificaram/ Novo reino, que tanto sublimaram” (Luís de 
Camões - Os Lusíadas, Canto I, 1572).
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A segunda fase da Globalização (1850-1950) teve características 
industrial, imperialista e colonialista. E durante dois séculos, tempo 
que durou a sociedade industrial, o maior desafio foi a eficiência, 
isto é, fazer o maior número de coisas no menor tempo.Assim, o 
ritmo de vida deixou de ser controlado pelas estações do ano e 
tornou-se mais dinâmico. Enquanto a agricultura precisou de dez 
mil anos para produzir a indústria, esta precisou de alguns anos 
para gerar a sociedade ou era Pós-industrial (HIRATA, 2015).
“Por meio de sua exploração do mercado mundial, a burguesia 
deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos 
os países... As velhas indústrias nacionais foram destruídas ou 
estão-se se destruindo dia a dia.... Em lugar das antigas 
necessidades satisfeitas pela produção nacional, encontramos 
novas necessidades que querem para a sua satisfação os produtos 
das regiões mais longínquas e dos climas os mais diversos. Em 
lugar do antigo isolamento local...desenvolvem-se, em todas as 
direções, um intercâmbio e uma interdependência universal.”Karl 
Marx - Manifesto Comunista, 1848
Em 1950 se inicia terceira fase da Globalização. Com a Guerra 
Fria, desfizeram-se as antigas divisões ideológicas. Virtualmente 
todos os países proclamam adesão aos mercados globais. Mas 
se instaura uma divisão mais inabordável, desta vez de natureza 
tecnológica. Uma pequena parte do planeta, responsável por 
cerca de 15% de sua população, fornece quase todas as inovações 
tecnológicas existentes(POCHMANN, 2015; HOBSBAWM, 2013).
Uma segunda parte, que engloba talvez metade da população 
mundial, está apta a adotar essas tecnologias nas esferas da 
produção e do consumo. A parcela restante, que cobre por volta 
de um terço da população mundial, vive tecnologicamente 
marginalizada, não inova no âmbito doméstico, nem adota 
tecnologias externas.
www.esab.edu.br 10
As últimas décadas do século XX constituíram-se em um período 
de grandes transformações, com inúmeras alterações políticas e 
econômicas na sociedade mundial, acompanhadas do surgimento 
de diversas inovações tecnológicas que possibilitaram a 
universalização da informação e permitiram saber, quase que 
instantaneamente, o que se passa em qualquer ponto da superfície 
do planeta(POCHMANN, 2015). Conforme podemos perceber no 
testemunho de Peter T. Write, abaixo transcrito. 
Estou em Paris, já é noite e preciso rapidamente de dinheiro. O 
banco ao qual me dirijo está fechado, é claro. Porém, fora está um 
caixa eletrônico. Eis o que pode acontecer, graças aos 
computadores e às telecomunicações de alta velocidade. Insiro o 
cartão magnético de meu banco em Washington, D.C., e digito a 
minha senha e a quantia de 1.500 francos, o que equivale 
aproximadamente a 300 dólares. Os computadores do banco 
francês detectam que o cartão não é local, de modo que a minha 
solicitação é encaminhada ao centro de comutação intereuropeu 
dos sistemas CIRRUS, na Bélgica, que detecta não se tratar de 
cartão europeu. A mensagem eletrônica é, então, transmitida para 
o centro de comutação global, em Detroit, que reconhece referir-
se ao meu banco em Washington. A solicitação chega lá e o meu 
banco constata que tenho mais de 300 dólares na conta e deduz 
esta quantia acrescida de uma taxa de um dólar e meio. Dali, ela 
retorna a Detroit, à Bélgica e ao caixa eletrônico do banco 
parisiense – que faz aparecerem 300 dólares em francos franceses. 
Tempo total decorrido: 16 segundos.
Uma outra característica importante da globalização é a busca 
pelo barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas 
delas produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo 
de reduzir os custos. Optam por países onde a mão de obra, a 
matéria-prima e a energia são mais baratas (HIRATA, 2015).
 
www.esab.edu.br 11
Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, 
produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comerciali-
zado em diversos países do mundo. Neste contexto, entra a uti-
lização da Internet, das redes de computadores, dos meios de 
comunicação via satélite para estabelecerem contatos comerciais 
e financeiros de forma rápida e eficiente.
Assista ao documentário do cineasta brasileiro Sílvio Tendler 
que discute os problemas da globalização sob a perspectiva das 
periferias (seja o terceiro mundo, seja comunidades carentes). O 
filme é conduzido por uma entrevista com o geógrafo e intelectual 
baiano Milton Santos, gravada quatro meses antes de sua morte.
 
<https://www.youtube.com/watch?v=KZIJQvy-aFw>
ESTUDO COMPLEMENTAR
1.1- O Surgimento da “Sociedade do Conhecimento”
A noção de “sociedade do conhecimento” surgiu no final da década 
de 90, e sendo muito empregada nos meios acadêmicos. A 
UNESCO, em particular, adotou o termo “sociedade do 
conhecimento” ou sua variante “sociedades do saber” dentro de 
suas políticas institucionais. Abdul Waheed Khan (subdiretor-geral 
da UNESCO para Comunicação e Informação), escreve:
“A Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do 
conhecimento. O conceito de “sociedade da informação”, a meu 
ver, está relacionado à ideia da “inovação tecnológica”, enquanto 
o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão 
de transformação social, cultural, econômica, política e institucional, 
assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. 
O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da 
“sociedade da informação” já que expressa melhor a complexidade 
https://www.youtube.com/watch?v=KZIJQvy-aFw
www.esab.edu.br 12
e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. [...] o 
conhecimento em questão não só é importante para o crescimento 
econômico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os 
setores da sociedade”.
O Investimento no Conhecimento e no Capital Humano.
Vivemos na era Pós-industrial, um novo mundo surge, onde o 
trabalho físico é feito pelas máquinas e o mental, pelos 
computadores. Nela, cabe ao homem uma tarefa para a qual 
é insubstituível: ser criativo, ter ideias e estar sempre atualizado 
(BRANDÃO; BRANDÃO, 2013).
Para acompanhar este novo processo de desenvolvimento do 
mundo onde os serviços e a criatividade dão o tom, o capital físico, 
perde lugar hoje para o capital humano, representado pelo conjunto 
de capacitações que as pessoas adquirem através da educação, 
de programas de treinamento e da própria experiência para 
desenvolver seu trabalho com competência, bem como, pelo 
desenvolvimento de várias competências do ponto de vista 
profissional.
A teoria do Capital Humano foi desenvolvida na década de 60 
por dois economistas que mais tarde receberiam o prêmio Nobel 
(Theodore Schultz e Gary Becker). Segundo essa teoria 
poderíamos dizer de forma resumida que o progresso de um país 
é alavancado pelo investimento em pessoas.
Uma consulta à literatura especializada evidencia a opinião quase 
unânime dos autores de que, em virtude do rápido desenvolvimento 
das novas tecnologias da comunicação e da informação, está se 
configurando, para o século XXI, o que passou a ser denominada 
sociedade da informação ou sociedade do conhecimento, onde, 
segundo o Prof. Dr. StephanRuB-Mohl (2002):
“A informação será produzida em demasia e colocada à disposição, 
por toda a parte e quase ao mesmo tempo em que ela surgir. Em 
sua opinião um efeito positivo dessa nova era será, obviamente, a 
www.esab.edu.br 13
disponibilidade universal de informação e de saber para todos os 
que as utilizam adequadamente, ou seja, que as sabem escolher 
e combinar convenientemente.”
Essa nova era do conhecimento se traduz na busca de diferentes 
formas de levar qualidade de vida a esta nova sociedade. Esta 
nova consciência de valorização de potenciais, que tem por base 
o capital humano ou intelectual, é chamada de Sociedade do 
Conhecimento. Nessa sociedade as ideias, passam a ter grande 
importância, e estão surgindo em várias partes do mundo.
O objetivo é a construção de um mundo, de uma sociedade mais 
saudável do ponto de vista econômico e social, que possa desfrutar 
de uma melhor qualidade de vida. Segundo o filósofo colombiano 
Bernardo Toro (1996, p. 116),
“Uma habilidade básica exigida para o próximo século será a 
habilidade tecnológica. É sentar-se diante deum computador e 
usá-lo com a mesma comodidade com que se pode ler um livro 
em nosso idioma nativo. Portanto, um dos maiores desafios dos 
cidadãos deste próximo milênio será como se preparar para o 
uso das tecnologias digitais da informação e comunicação.”
O professor Sebastião Squirra faz uma abordagem inicial sobre o 
tema Sociedade do Conhecimento, procurando auxiliar a 
compreensão do leitor. Inicialmente, diz que o conceito de 
Sociedade do Conhecimento transita por diferentes cenários da 
cultura mundializada, cujas características principais são as 
habilidades e as possibilidades de acesso, de controle e de 
armazenamento de informações (TARAPANOFF, 2013).
Aos países periféricos, que são representados pela maior parte 
das nações que compõem o globo, cabe a função de meros 
espectadores e passivos observadores sem acesso e sem o direito 
de intervir, a menos que se pague por isso.
www.esab.edu.br 14
Ter a propriedade de informações promove grandes negócios e 
sucessivamente a exclusão social, limitando aos poucos que 
podem pagar o acesso as novas tecnologias. Hoje, grandes 
empresas, investem em material humano criativo e atualizado 
para ter seu próprio Know-how.
Atualmente é impossível entender o funcionamento das economias 
capitalistas sem considerar o progresso técnico. Mais do que 
nunca, o entendimento de como a tecnologia afeta a economia é 
vital para a compreensão do crescimento da riqueza dos países e 
dinâmica das sociedades contemporâneas (TARAPANOFF, 2013).
Pode-se afirmar que o acesso às informações e as possibilidades 
de sua utilização na virada do milênio, será a quarta força produtiva, 
mais importante que o solo, o capital e o trabalho físico. Chegamos 
a era do capitalismo digital (WAJCMAN, 2013).
E ao ler sobre a Sociedade do Conhecimento e o porquê do 
investimento em capital humano, podemos deduzir que a 
tecnologia, da mesma forma que veio para encurtar caminhos, 
trazer informação, facilitar a nossa vida, também trouxe distorções 
sociais, exclusões.
Todos precisam saber utilizar os novos recursos tecnológicos e 
para este papel de construção do conhecimento a educação se 
tornou a ferramenta maior na formação do humano. Drucker (1997, 
p.16) chama a nova sociedade, de “sociedade do conhecimento”. 
Nesta nova sociedade:
 “... o recurso econômico básico, “os meios de produção”’, para 
usar uma expressão dos economistas, não é mais o capital, nem 
os recursos naturais (a “terra dos economistas”), nem a ‘”mão de 
obra”. Ele será o conhecimento. As atividades centrais de criação 
de riqueza não serão nem a alocação de capital para usos 
produtivos, nem a “mão de obra”, os dois pólos de teoria econômica 
dos séculos dezenove e vinte, quer ela seja clássica, marxista, 
www.esab.edu.br 15
keynesiana ou neoclássica. Hoje o valor é criado pela “produtividade” 
e pela “inovação”, que são aplicações do conhecimento ao 
trabalho. Os principais grupos sociais da sociedade do 
conhecimento serão os “trabalhadores do conhecimento”, 
executivos que sabem como alocar conhecimentos para usos 
produtivos. “
Entenda mais sobre a educação na Sociedade do Conhecimento, 
a partir da entrevista com a autora Viviane Mose, através do link:
<https://www.youtube.com/watch?v=vqkUWJINT_k>
SAIBA MAIS
A relação Homem-Sociedade foi estudada amplamente por filósofos 
como Sócrates, Platão e Aristóteles.
Sócrates fundou um modo de pensar estritamente antropológico ao 
propor a ideia de que o homem só pode ser conhecido como sendo 
parte da comunidade humana. Este ponto de partida lhe valeu a 
fundamentação da ética.
Platão dedicou muito dos seus melhores textos filosóficos a pensar 
como deveriam ser dadas as relações ideais entre os homens. Seu 
Livro "A República" é conhecido como uma utopia social na qual os 
“homens de conhecimento” deveriam comandar os destinos da 
sociedade. Platão dizia que só quem conhecia a verdade (ou seja, os 
filósofos) é que estavam em condição de governar os destinos da 
sociedade. Para Platão, ou o Rei devia ser Filósofo, ou o Filósofo 
devia ser Rei. Isso pode parecer hoje algo absurdo para nós, que 
vivemos em uma democracia, mas se pensarmos bem, mais de dois 
mil anos depois de Platão, estamos vivendo justamente o que os 
sociólogos chamam de "sociedade do conhecimento".
FÓRUM: OS CAMINHOS DA “SOCIEDADE DO 
CONHECIMENTO”
https://www.youtube.com/watch?v=vqkUWJINT_k
www.esab.edu.br 16
Aristóteles reuniu e estudou as Constituições das Cidades Gregas 
e elaborou um quadro comparativo que até hoje é referência para 
entender como se constituem politicamente as sociedades: como 
ditaduras ou reinos, como aristocracias ou burguesias, como 
democracias ou anarquias.
1. Em sua opinião, nossa sociedade atual se rege verdadeiramente 
por princípios surgidos do conhecimento ou por práticas que vem 
das tendências dominantes na sociedade?
2. O surgimento de organizações inteligentes poderá contribuir 
para a criação de sociedades mais equilibradas, mais justas, mais 
conscientes das suas responsabilidades frente ao conjunto da 
humanidade? Como a educação pode ajudar?
3. A tecnologia é parte do acervo cultural de um povo, e como tal, 
se nutre das contribuições permanentes da comunidade social, em 
espaço, tempo e condições econômicas, políticas e sociais 
determinadas. (Leite, UERJ). Em sua opinião, o que pode acontecer 
se o conhecimento das tecnologias ficar restrito e exclusivo para 
um grupo científico, e não ser compartilhado os benefícios com a 
sociedade?
www.esab.edu.br 17
O Que É Tecnologia?
Pode-se definir tecnologia como o conjunto complexo de técnicas, 
artes e ofícios (techné) capazes de modificar, transformar o 
ambiente natural, social e humano (cognitivo), em novas realidades 
construídas artificialmente. De acordo com os gregos clássicos, a 
técnica (Techné) não é boa, nem má, nem neutra, mas, política. 
Portanto, para o bem ou para o mal, a tecnologia é parte desse 
processo de descoberta humana, do seu ambiente natural e social, 
mas também é a arte de modificar seus usos, abusos e a si mesma, 
bem como ainda trata do ofício de transformar o mundo natural 
em sua casa, em um hábitat artificial. Assim, uma leitura apropriada 
da tecnologia e da arte técnica é entendê-la como “ecologia da 
técnica”. Esta Ecologia Tecnológica é que deveria se ocupar da 
análise especulativa e crítica dos usos e abusos dos meios (mídia), 
instrumentos, artes e ofícios, empregados ao longo da relação 
espaço/tempo (TARAPANOFF, 2013).
Além de investigar os materiais e as condições em que foram 
utilizados pelas inúmeras sociedades humanas (com mais ou 
menos intensidade depreciativa) a fim de transformar a realidade 
natural-original em nossa casa artificial permanente.
A tecnologia é, de uma forma geral, o encontro entre ciência e 
engenharia. Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e 
processos simples, tais como uma colher de madeira e a 
fermentação da uva, até as ferramentas e processos mais 
complexos já criados pelo ser humano.
www.esab.edu.br 18
Um modo de definir seria afirmar que a tecnologia é “uma 
ferramenta para estender nossas habilidades”. A televisão, por 
exemplo, estende nossa visão porque podemos ver coisas que 
estão acontecendo longe, como uma partida de futebol ou uma 
corrida de carros. Há outras definições de tecnologia, como: “Uma 
aplicação da ciência”. São exemplos de tecnologia: computador, 
carro, televisão, casa, avião, lâmpada incandescente, máquina de 
radiografia, telescópio, alavanca, roupa, estéreo, lanterna, etc. 
(TARAPANOFF, 2013).
Educação e Tecnologia na Construção do Conhecimento
Imagem: Tecnologia na Educação
Fonte: http://appprova.com.br/category/tecnologia-da-educacao/
A evolução das várias concepções de homem, trabalho e sociedade 
que produziram nosso estágio atual, apontando para os enormes 
desafios que se fazem presentes para o educador e para a escola 
brasileira no limiar do século XXI. A partir daí, possibilitar a reflexão 
sobre a relação do homem e a construção do conhecimento,para 
inseri-lo na discussão sobre os modos de conceber o ensinar e o 
aprender na escola de hoje.
http://appprova.com.br/category/tecnologia-da-educacao/ 
www.esab.edu.br 19
Deparamo-nos com o grande desafio posto aos educadores da 
atualidade: como tratar o conhecimento na escola com perspectiva 
que hoje se impõe: A da interatividade com o meio, as novas 
tecnologias, a não linearidade e a inclusão digital? Como conceber 
o ensinar e o aprender nessa perspectiva? Esses desafios nos 
conduziram a repensar não só o conteúdo da disciplina, mas na 
forma de educar e vivenciar o discurso pedagógico posto para o 
aluno (TARAPANOFF, 2013; RODRIGUES, 2016).
Os recursos tecnológicos estavam ali, precisávamos inseri-los em 
nossos planejamentos, ofertar aos alunos. A responsabilidade é 
grande, pois poderíamos também fazer parte do grupo de 
promotores da exclusão social.
Esta previsão lembra a ideia do paradoxo global, exposta por 
Naisbitt(1982), em sua obra, que leva o mesmo nome. Nela, este 
autor afirma:
“... quanto maior a economia mundial, mais poderosos serão os 
seus protagonistas menores, mostrando que, na sociedade do 
próximo milênio, graças às novas tecnologias, os indivíduos terão 
cada vez mais influência nas decisões globais. Ele justifica essa 
afirmação dizendo que a sociedade que está se configurando 
difere de épocas anteriores porque a concentração das informações 
nas mãos de uma minoria (sociedade do conhecimento) deixou de 
ser impossível.”
Por conseguinte, conforme alerta Rub-Mohl (2013):
“... veremos aumentar a discrepância de níveis de saber entre os 
indivíduos e, provavelmente, tornar-se-á maior a precariedade da 
proteção contra o abuso de acesso aos dados, que poderão violar 
a privacidade dos indivíduos e instituições, como já vem 
demonstrando os contínuos ataques dos hackers aos sistemas 
institucionais e privados.”
www.esab.edu.br 20
Em função disso, os especialistas afirmam que, para a 
construção de uma sociedade realmente mais justa para 
o próximo milênio, a informação, a educação e os 
conhecimentos deveriam ser bens de domínio público, 
para possibilitar a longo prazo a igualdade de oportunidades 
e contribuir assim para a redução de perigosos 
desequilíbrios econômicos e sociais a nível mundial.
Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação surge 
como um trunfo indispensável à humanidade na sua 
construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça 
social.
Inúmeras obras apontam que, nessa sociedade da 
informação e do conhecimento, a educação será fator 
primordial, pois a divisa deverá ser: sem formação, nada 
de trabalho; sem conhecimento, nada de chances na 
competição global (BRANDÃO, BRANDÃO, 2013).
Mas, embora se saiba que a sociedade de informação 
poderá trazer a possibilidade de conceder a todas as 
pessoas o acesso à educação no sentido amplo, sabe-se 
igualmente, que não será exclusivamente o saber que 
conferirá poder aos indivíduos, mas sim a capacidade de 
interligar de maneira proveitosa uma quantidade infinita 
de conhecimentos.
Cabe à educação a missão de fazer com que todos, sem 
exceção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades 
criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade 
de se responsabilizar pela realização do seu projeto 
pessoal.
www.esab.edu.br 21
Assista a interessante palestra do professor Mario Sergio Cortella 
sobre Paradigmas da Tecnologia na Educação:
https://www.youtube.com/watch?v=1Lvl_pG72Vk
PARA SUA REFLEXÃO
2.1- Recursos Tecnológicos: Ferramentas Indispensáveis 
para Motivação e na Formação de uma Sociedade mais 
Democrática
A prática educacional torna-se dinâmica e também eficiente 
quando estratégias e recursos são bem usados como ferramentas 
indispensáveis à motivação e ao interesse do aluno. O cotidiano 
dos nossos alunos é repleto de recursos tecnológicos como a 
televisãoe/ou o computador, equipamentos que já fazem parte do 
dia a dia desta geração (WAJCMAN, 2013).
Desde seu surgimento, o computador passou a ter uma vida 
conjunta com todas as áreas profissionais, de laser e de informação. 
Atualmente o profissional de educação pode contar com vários 
recursos tecnológicos para auxiliar no desempenho de diversas 
atividades. Vamos pensar em alguns deles. 
A criança tem seu primeiro contato com o computador através do 
videogame. Jogos cada vez mais complexos vêm dominando o 
interesse infância.
A medicina também é um exemplo bem conhecido do amplo uso 
da tecnologia e do computador como marcas de um progresso 
tecnológico.
https://www.youtube.com/watch?v=1Lvl_pG72Vk 
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Porém a evolução do processo de difusão da informação não vem 
ocorrendo nas escolas. Continua-se utilizando o mesmo processo 
de quando nem existiam rádio e TV. No processo normal, o homem 
terá que passar o dia todo desde a hora que levanta até a hora de 
dormir lendo, acumulando informação, porém sem ter tempo para 
aplicar seus conhecimentos acumulados (WAJCMAN, 2013).
Nos dias de hoje, as mídias propiciam uma rápida evolução e troca 
de informações em tempo real. A informação galopa a passos 
largos, e temos que passar esta realidade aos nossos alunos.
Nesta teoria percebe-se que o formato de transmissão da 
informação também precisa evoluir. O profissional da educação 
também precisa estar antenado as mudanças. Evoluir na 
especialização e fragmentação cada vez maior das áreas e evoluir 
no processo de difusão da informação.
Com tudo isso, a sensação do estudante tendo em sua vida 
cotidiana a agilidade em todos os aspectos, quando chega à sala 
de aula há um choque. Muitos dizem sentir a impressão que 
atravessou um túnel do tempo entrando em um mundo onde a 
realidade não evoluiu.
A sua realidade é acompanhar as compras em supermercados, 
onde se vê diante de um terminal que ao ler o código de barras já 
informa o produto, seu preço e sua validade com muita agilidade. 
Junto com seu pai, vê a rapidez de um saque bancário em um 
terminal remoto ou as informações de movimentações financeiras 
no próprio computador doméstico, utilizando-se de um modem e 
uma linha telefônica.
Quando necessita fazer uma pesquisa, prefere consultar um em 
sistema multimídia, aonde as respostas chegam muito mais 
rápidas do que ficar revirando folhas e mais folhas de um livro ou 
Atlas. 
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Na busca de uma tradução, ou simplesmente querendo o 
significado de um verbete, prefere-se digitar a palavra em um 
dicionário eletrônico do que procurar alfabeticamente nas folhas 
de um dicionário tradicional (WAJCMAN, 2013).
No trabalho, o jovem prefere procurar o CEP, Código de 
Endereçamento Postal, de um cliente utilizando-se do 
microcomputador, do que revirar o longo livro fornecido pelos 
correios. Enfim, no dia a dia o jovem tem uma ligação muito íntima 
com a tecnologia cada vez mais rápida e mais acessível. Este 
dinamismo da informação passou a fazer parte da cultura desta 
nova geração. Um choque tecnológico na cabeça destes jovens.
Quando chega à sala de aula o aluno se depara com uma didática 
tradicional movida a aulas expositivas cansativas, um ambiente 
em câmera lenta em comparação com seu cotidiano. O que fazer? 
Entender essa realidade é um grande passo.
Os meios tecnológicos são eficazes a boa educação, são 
instrumentos poderosos na formação dos povos, sem dúvida, leva 
a harmonia e ao verdadeiro desenvolvimento (WAJCMAN, 2013).
Os pressupostos teóricos deste parecer aproximam-se das ideias 
expressas nas seguintes citações de Seymour Papert:
 “Uma das maiores contribuições do computador é a oportunidade 
para as crianças experimentarem a excitação de se empenharem 
em perseguir os conhecimentos que realmente desejam obter.”
“Chamo avestruzes aos educadores que ficam entusiasmados 
pela perspectiva dos computadores irem melhorar o que eles 
fazem na escola, mas que enterram a cabeça na areia para 
evitarem compreender que essa tecnologia irá inevitavelmente 
fazer surgir possibilidades espantosas de mudança, muito para 
além de um mero aperfeiçoamento.”www.esab.edu.br 24
“Os ciberavestruzes que planificam a política educativa estão 
decididos a utilizar o computador, mas só conseguem imaginar 
essa utilização no contexto do sistema escolar tais como o 
conhecem: os alunos seguem um currículo predeterminado, 
planificado ano a ano e lição a lição. Este fato é bastante perverso: 
novas tecnologias são usadas para fortalecerem métodos 
educativos pobres, que foram concebidos apenas porque não 
existia o computador quando a escola foi pensada.”
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Breve Visão Histórica da Informática na Educação no Brasil
A tecnologia é parte do acervo cultural de um povo, e com tal, se 
nutre das contribuições permanentes da comunidade social, em 
espaço, tempo e condições econômicas, políticas e sociais 
determinadas. A tecnologia existe como conhecimento acumulado, 
é produção constante e dinâmica. (Leite, UERJ)
No Brasil, como em outros países, o uso do computador na 
educação teve início com algumas experiências em universidades, 
no princípio da década de 70. Na Universidade Federal do Rio de 
Janeiro (UFRJ), em 1973, o Núcleo de Tecnologia Educacional 
para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia 
Educacional (NUTES/CLATES) usou software de simulação no 
ensino de Química. Na Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul (UFRGS), nesse mesmo ano, realizaram-se algumas 
experiências, usando simulação de fenômenos de Física com 
alunos de graduação (MARINHO, MIGUEL, 2017).
Em 1975, aconteceu a primeira visita de Seymour Papert e Marvin 
Minsky ao Brasil, que lançaram as primeiras sementes das ideias 
do Logo (no Sistema operacional DOS), usado até hoje no formato 
WinLogo. Em 1976, um grupo de professores do Departamento 
de Ciência de Computação, produziu o documento “Introdução a 
Computadores. (Takahashi et al, 1976), financiado pelo Programa 
de Expansão e Melhoria do Ensino (PREMEN/MEC).
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Nesse mesmo ano, foram iniciados os primeiros trabalhos com o 
uso de Logo com crianças. Papert e Minsky retornam ao Brasil 
para ministrar seminários e participar das atividades do grupo de 
pesquisa sobre o uso de Logo em educação que tinha se 
estabelecido (MARINHO, MIGUEL, 2017).
Em 1981, o Logo foi intensamente utilizado por um grupo de 
pesquisadores liderados pela Profa. Léa da Cruz Fagundes do 
Laboratório de Estudos Cognitivos (LEC) da UFRGS. O LEC foi 
criado em 1973 por pesquisadores preocupados com as 
dificuldades da aprendizagem de matemática apresentadas por 
crianças e adolescentes da escola pública.
Os estudos realizados tinham uma forte base piagetiana e eram 
coordenados pelo Dr. António Battro, discípulo de Piaget. O Logo, 
também desenvolvido com bases piagetianas, passou a ser uma 
importante ferramenta de investigação de processos mentais de 
crianças de 7 a 15 anos que faziam parte dos estudos do LEC 
(Laboratório de Estudos Cognitivos – UFRGS).
Portanto, existiam no início dos anos 80 diversas iniciativas sobre 
o uso da informática na educação, no Brasil. Esses esforços, 
aliados ao que se realizava em outros países e ao interesse do 
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) na disseminação da 
informática na sociedade, despertaram o interesse do governo e 
de pesquisadores das universidades na implantação de programas 
educacionais baseados no uso da informática.
Essa implantação teve início com o primeiro e o segundo Seminário 
Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente 
na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal 
da Bahia em 1982 (Seminário Nacional de Informática na Educação 
1 e 2, 1982).
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Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que 
originou o EDUCOM e que foi implantado pela Secretaria Especial 
de Informática (SEI) e pelo MEC, com suporte do CNPq e FINEP, 
órgãos do MCT. O EDUCOM permitiu a formação de pesquisadores 
das universidades e de profissionais das escolas públicas que 
possibilitaram a realização de diversas ações iniciadas pelo MEC, 
como realização de Concursos Nacional de Software Educacional 
(em 1986, 1987 e 1988), a implementação do FORMAR.
O curso de Especialização em Informática na Educação foi 
realizado em 1987 e 1989, e a implantação do CIED - Centros de 
Informática em Educação nos estados em 1987.
Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do MEC o Plano 
Nacional de Informática Educativa, o PRONINFE. Esse programa 
consolidou as diferentes ações que tinham sido desenvolvidas em 
termos de normas e uma rubrica no Orçamento da União, realizou 
o FORMAR III (Goiânia) e FORMAR IV (Aracajú) destinados a 
formar professores das escolas técnicas e implantou os Centros 
de Informática Educativa nas Escolas Técnicas Federais (CIET) 
(MARINHO, MIGUEL, 2017).
Em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na 
Educação. ProInfo, vinculado à Secretaria de Educação a 
Distância. SEED, do MEC e sob a coordenação de Cláudio Salles. 
Esse programa implantou, até o final de 1998, 119 Núcleos de 
Tecnologia Educacional (NTE) em 27 Estados e Distrito Federal, e 
capacitou, por intermédio de cursos de especialização em 
informática em educação (360 horas), cerca de 1419 multiplicadores 
para atuarem nos NTEs.
Foram entregues em 1999 cerca de 30 mil microcomputadores 
para ser implantados em escolas e outros 100 NTEs. A meta era 
atingir 3 mil escolas, 21 mil professores e 2 milhões de alunos..
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A análise das ações e políticas de informática na educação 
realizadas no Brasil nos permite afirmar que, inquestionavelmente, 
temos conhecimento e experiências sobre informática na educação 
instalada nas diversas instituições do país (MARINHO, MIGUEL, 
2017).
Temos uma abordagem muito particular de atuação nessa área e 
acumulado conhecimento e experiências que permitem ao 
PROINFO realizar as atividades e assumir as metas planejadas. 
Claro que não se está ignorando o que é realizado em outros 
países, mas toda a informação e experiência que está sendo 
utilizada pelos diferentes elementos atuando no programa.
Multiplicadores, professores, técnicos e administradores, são 
frutos do trabalho que foi desenvolvido nessa área, no Brasil. 
Desde o início do programa, a decisão da comunidade de 
pesquisadores foi que as políticas a serem implantadas deveriam 
ser sempre fundamentadas em pesquisas pautadas em 
experiências concretas com a escola pública.
Essas foram as bases do projeto EDUCOM, realizado em cinco 
universidades: Universidade Federal de Pernambuco (UFPe), 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Estadual de Campinas 
(UNICAMP).
Esse projeto contemplou a diversidade de uso do computador em 
diferentes abordagens pedagógicas, como desenvolvimento de 
softwares educacionais e uso do computador como recurso para 
resolução de problemas.
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E, do ponto de vista metodológico, o trabalho de pesquisa foi 
realizado por equipes interdisciplinares, formada pelos professores 
das escolas escolhidas e por um grupo de profissionais da 
universidade. Os professores das escolas eram os responsáveis 
pelo desenvolvimento do projeto na escola e esse trabalho tinha o 
suporte e acompanhamento do grupo de pesquisa da universidade, 
formado por pedagogos, psicólogos, sociólogos e cientistas da 
computação (MARINHO, MIGUEL, 2017).
No caso da informática na educação, as decisões e as propostas 
não têm sido totalmente centralizadas no MEC. Elas têm sido fruto 
de discussões e propostas feitas pela comunidade de técnicos e 
pesquisadores da área. A função do MEC tem sido a de acompanhar, 
viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, no Brasil, as 
políticas de implantação e desenvolvimento da informática na 
educação não são produto somente de decisões governamentais, 
como na França, nem consequência direta do mercado como nos 
Estados Unidos.
Conheça um pouco mais da história da informática visitando o 
"Museu do Computador da UEM", umprojeto de caráter 
permanente desenvolvido pelo Departamento de Informática da 
Universidade Estadual de Maringá desde 1996.
Faça uma visita virtual pelo link:
<http://www.din.uem.br/museu/index.htm>
SAIBA MAIS
3.3- O Programa Brasileiro de Informática na Educação
Com relação à proposta pedagógica e o papel que o computador 
desempenha no processo educacional, o programa brasileiro de 
informática na educação é bastante peculiar comparado com o 
http://www.din.uem.br/museu/index.htm
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que foi proposto em outros países. No nosso programa, o papel 
do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas, 
em vez de “automatizar o ensino” ou preparar o aluno para ser 
capaz de trabalhar com a informática. Essa proposta de mudança 
sempre esteve presente, desde o I Seminário Nacional de 
Informática na Educação, realizado em Brasília (ANDRADE; LIMA, 
1993).
Todos os centros de pesquisa do projeto EDUCOM atuaram na 
perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador 
como recurso facilitador do processo de aprendizagem (ANDRADE; 
LIMA, 1993). O grande desafio era a mudança da abordagem 
educacional: transformar uma educação centrada no ensino, na 
transmissão da informação, para uma educação em que o aluno 
pudesse realizar atividades por intermédio do computador e, 
assim, aprender.
A formação dos pesquisadores dos centros, os cursos de formação 
ministrados e mesmo os softwares educacionais desenvolvidos 
por alguns centros eram elaborados, tendo em mente a 
possibilidade desse tipo de mudança pedagógica. Embora a 
mudança pedagógica tenha sido o objetivo de todas as ações dos 
projetos de informática na educação, os resultados obtidos não 
foram suficientes para sensibilizar ou alterar o sistema educacional 
como um todo.
Os trabalhos realizados nos centros do EDUCOM e nos outros 
centros de informática na educação tiveram o mérito de elevar a 
nossa compreensão do estado zero para o estado atual, 
possibilitando-nos entender e discutir as grandes questões da 
área.
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Mais ainda, temos diversas experiências instaladas no Brasil que 
apresentam mudanças pedagógicas fortemente enraizadas e 
produzindo frutos. No entanto, essas ideias não se alastraram e 
isso aconteceu, principalmente, pelo fato de termos subestimado 
as implicações das mudanças pedagógicas propostas no sistema 
educacional como um todo: a mudança na organização da escola, 
na dinâmica da sala de aula, no papel do professor e dos alunos 
e na relação com o conhecimento (ANDRADE; LIMA, 1993).
A análise das experiências realizadas nos permite entender que a 
promoção dessas mudanças pedagógicas não depende 
simplesmente da instalação dos computadores nas escolas. É 
necessário repensar a questão da dimensão do espaço e do tempo 
da escola.
A sala de aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas 
para se tornar um local em que professor e alunos podem realizar 
um trabalho diversificado em relação ao conhecimento. O papel 
do professor deixa de ser o de “entregador” de informação, para 
ser o de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa 
de ser passivo, de ser o receptáculo das informações, para ser 
ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento.
Portanto, a ênfase da educação deixa de ser a memorização da 
informação transmitida pelo professor e passa a ser a construção 
do conhecimento realizada pelo aluno de maneira significativa, 
sendo o professor, o facilitador desse processo de construção 
(ANDRADE; LIMA, 1993).
O processo de repensar a escola e preparar o professor para atuar 
nessa escola transformada, está acontecendo de maneira mais 
marcante nos sistemas públicos de educação, principalmente os 
sistemas municipais.
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Nas escolas particulares, em geral, o investimento na formação 
do professor ainda não é uma realidade. Nessas escolas, a 
informática está sendo implantada nos mesmos moldes do sistema 
educacional dos Estados Unidos, onde o computador é usado 
para minimizar o analfabetismo computacional dos alunos ou 
automatizar os processos de transmissão da informação.
Embora o objetivo sempre tenha sido a mudança educacional e as 
questões envolvidas na implantação da informática na escola 
estejam mais claras hoje, as nossas ações não foram voltadas 
para o grande desafio dessas mudanças. Mesmo hoje, as ações 
são incipientes e não contemplam essas mudanças. Isso pode ser 
notadamente observado nos avanços da informática e nos 
programas de formação de professores para atuarem na área da 
informática na educação que atualmente estão sendo realizados 
(ANDRADE; LIMA, 1993).
As Políticas de Implantação da Informática na Rede Pública
No Brasil, segundo José Armando Valente (1993), as políticas de 
implantação da informática na escola pública, têm sido norteadas 
na direção da mudança pedagógica. Embora os resultados dos 
projetos governamentais sejam modestos, esses projetos têm 
sido coerentes e sistematicamente têm enfatizado a mudança na 
escola. Isso vem ocorrendo desde 1982, quando essas políticas 
começaram a ser delineadas.
No entanto, essas políticas não são claramente defendidas por 
todos os educadores brasileiros e a sua implantação sofre 
influências de abordagens utilizadas em outros países como 
Estados Unidos da América e França. Nesses países, a utilização 
da informática na escola não tem a preocupação explícita e 
sistêmica da mudança.
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O sistema educacional possui um nível muito melhor do que o 
nosso e a informática está sendo inserida como um objeto com o 
qual o aluno deve se familiarizar.
Portanto, os objetivos da inserção da informática nesses países 
são muito mais modestos e fáceis de serem conseguidos: envolvem 
menos formação dos professores, menor alteração da dinâmica 
pedagógica em sala de aula e pouca alteração do currículo e da 
gestão escolar.
O contexto mundial sobre o uso da informática na educação tem 
sido uma referência para as decisões aqui no Brasil. A nossa 
caminhada é muito peculiar e diferente daquilo que se faz em 
outros países. Se compararmos os avanços pedagógicos no Brasil 
e em outros países, os resultados são semelhantes e indicam que 
ela praticamente não alterou a abordagem pedagógica (VALENTE, 
1993).
Mesmo nos países como Estados Unidos e França, locais onde 
houve uma grande proliferação de computadores nas escolas e 
um grande avanço tecnológico, as mudanças são quase 
inexistentes do ponto de vista pedagógico.
Não se encontram práticas realmente transformadoras e 
suficientemente enraizadas para que se possa dizer que houve 
transformação efetiva do processo educacional, como por exemplo, 
uma transformação que enfatize a criação de ambientes de 
aprendizagem, no qual o aluno constrói o seu conhecimento e tem 
o controle do processo dessa construção. Ainda é o professor 
quem controla o ensino e transmite a informação ao aluno 
(VALENTE, 1993).
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Conheça mais sobre as Políticas de Informática na Educação 
Brasileira através do artigo de Raquel Moraes “Informática, 
Educação e História no Brasil”, disponível no link:
<http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/
Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-
Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf>
ESTUDO COMPLEMENTAR
http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf
http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf
http://www2.unifap.br/borges/files/2011/02/Inform%C3%A1tica-Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Hist%C3%B3ria-no-Brasil.pdf
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O Papel das Organizações Escolares Públicas e Particulares
Afirmações acerca da forma como fatores sociais, culturais, 
familiares interferem no sucesso dos alunos é uma realidade. 
Sociólogos constroem reflexões afirmando que as diferenças 
entre as crianças que iniciam a escolaridade só se transformam 
em desigualdade devido a estrutura e o mau funcionamento do 
sistema educativo. Quer dizer, é dentro dasorganizações escolares 
que a criança irá se socializar (FREIRE, 1993)
Se a proposta político pedagógica, os profissionais estiverem 
atualizados, ou seja, se tudo dentro sistema educativo não estiver 
bem estruturado, o processo de ensino aprendizagem e seus 
objetivos estarão condenados ao fracasso.
As organizações escolares tomam uma dimensão própria em suas 
tomadas de decisões educativas, curriculares e pedagógicas. A 
escola é um ambiente relacionado a pessoas, sendo assim, cada 
espaço é único. Por mais que se queira tomar decisões iguais ou 
padronizadas, as pessoas em cada ambiente são diferentes.
É sob esta ótica, centrado nas organizações escolares é que 
devemos concentrar todos os esforços. A escola não deve servir 
para excluir, para isso, tem que investir em si mesma. Todos os 
processos internos das escolas estão relacionados com o sucesso 
dos alunos.
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Toda organização escolar deve se preocupar com fatores que 
contribuem para sua eficácia, entre eles: avaliar sempre a sua 
liderança e a atenção a qualidade do ensino, ter atenção aos 
aspectos acadêmicos, ter um clima de trabalho propicio ao ensino 
e aprendizagem; expectativa elevadas dos professores em relação 
ao sucesso dos alunos e a utilização dos resultados dos alunos 
como base de avaliação dos programas.
“De uma forma geral, as conclusões apontam para cinco princípios: 
considerar as escolas como a unidade estratégica da mudança 
em educação; desenvolver dinâmicas de participação dos 
professores e dos restantes atores educativos em torno do 
processo de inovação escolar; perspectivar a melhoria das escolas 
como um processo, e não como um produto, criando uma cultura 
da escola que consagre uma atitude de mudança permanente; 
produzir sugestões de prática, de políticas e de procedimentos 
que contribuam para a melhoria das escolas; ter consciência do 
processo de inovação, introduzindo dispositivos de regulação e de 
avaliação.” (LEZOTTE, 1989, inNÓVOA, 1992, p. 22-23).
O Computador Nas Organizações Escolares
Os computadores poderão propiciar uma verdadeira revolução no 
processo ensino-aprendizagem, em função dos diferentes tipos 
de abordagens de ensino que podem ser realizados por seu 
intermédio e aos inúmeros programas desenvolvidos para auxiliar 
o processo de ensino-aprendizagem (VALENTE, 1993).
Os recursos audiovisuais e a perfeição metodológica com que o 
conhecimento pode ser repassado pelo computador, não garantem 
que esta metodologia de ensino seja a maneira mais eficiente para 
promover o aprendizado através da descoberta e do “fazer’. 
Portanto, é necessário levar em conta o estilo de aprendizado de 
cada aprendiz e não simplesmente generalizar o método de ensino 
usado. Como afirma Márcia Costa Leite (UERJ, p. 12): 
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“O quadro de pregas foi substituído por um data show, mas a 
escola continua sem dar vez nem voz às diferenças. Nos cursos 
de formação, temos encontrado planejamento que explicitam a 
intenção das instituições e de seus professores de romperem com 
os modelos tecnicistas, mas, por diversos motivos, suas práticas 
são contraditórias. “
A flexibilidade ainda não é norma dos sistemas de ensino baseado 
no computador. Por mais sofisticado que ele seja, - por mais 
conhecimento sobre um determinado domínio que ele possua, por 
melhor que ele seja capaz de modelar a capacidade do aprendiz 
– ele ainda não é capaz de adequar a sua atuação de maneira que 
a intervenção no processo de ensino-aprendizagem seja totalmente 
individualizado.
Estes argumentos têm sido usados para fortalecer o uso do 
computador como ferramenta ao invés de “máquinas de ensinar”. 
Como ferramenta ele pode ser adaptado aos diferentes estilos de 
aprendizado, aos diferentes níveis de capacidade e interesse 
intelectual, às diferentes situações de ensino-aprendizado, 
inclusive dando margem à criação de novas abordagens 
(RODRIGUES, 2016).
1) Converse com seus colegas e conhecidos e verifique quais 
são as 20 tecnologias que mais influenciaram a vida no século 
XX, na opinião deles. Depois, compare com a relação apresentada 
anteriormente. Faça uma análise das principais diferenças.
2) Pense sobre o papel das organizações escolares na educação 
e formação do indivíduo na sociedade moderna.
3) Qual sua opinião sobre quem é o principal responsável pela 
educação e formação do indivíduo na sociedade moderna
FÓRUM
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4.1- Uma Reflexão entre o Uso do Computador e o Trabalho 
Pedagógico do Professor em Sala de Aula.
Não são poucas as iniciativas que se apresentaram nos últimos 
anos na tentativa de melhorar a qualidade da educação em nosso 
país. Parece haver um consenso entre os educadores de que a 
nossa escola precisa buscar novas possibilidades que visem a 
reformulação da prática pedagógica e, consequentemente, da 
educação em geral.
Imagem: Tecnologia na educação
Fonte: <http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-
tecnologia-na-educacao>
Os diferentes segmentos da comunidade escolar como; alunos, 
pais, professores, orientadores, coordenadores, supervisores, 
diretores e estudiosos sobre o assunto nem sempre se preocupam 
com uma mesma e única coisa, mas o fato é que cada qual, a 
partir de seu posto de observação, tem sentido dificuldades para 
instituir um novo sentido para a escola compatível com as 
mudanças sociais, históricas, econômicas, políticas, culturais que 
temos atravessado (TARAPANOFF, 2013).
http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao
http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao
www.esab.edu.br 39
Tais mudanças, por vezes positivas, têm contribuído para a 
emergência de uma reflexão a respeito do papel da escola. As 
exigências do atual mercado de trabalho e as novas tecnologias 
inserem-se neste conjunto de iniciativas. Por outro lado, no 
entanto, acompanhamos com preocupação o problema da 
indisciplina, do colapso dos valores éticos e morais e da violência 
que tem assolado a escola nos últimos anos. Como se vê, não são 
poucos os desafios que se apresentam à comunidade escolar.
“Como agir então? O que fazer? Como oferecer uma escola de 
qualidade e envolver a comunidade escolar para dela participar de 
forma crítica, consciente e colaborativa? O que o computador 
pode provocar?” Perguntas como estas têm feito parte do nosso 
percurso profissional. As soluções para os problemas atuais da 
escola não são simples e demandam múltiplas ações que 
certamente não dependem exclusivamente da mobilização de um 
ou outro segmento da comunidade escolar (TARAPANOFF, 2013).
As experiências das quais temos participado no âmbito da 
educação informal e formal (incluindo aí a educação especial) tem 
nos mostrado que a implantação do computador nestes espaços 
de aprendizagem contribui para um redimensionamento das 
relações entre as pessoas em geral (VALENTE 1993; FREIRE, 
1998).
Não queremos com isso dizer que basta colocar o computador na 
escola que as coisas mudam por si só, tampouco que a sua 
introdução seja a via mais efetiva para lidar com as dificuldades 
que a escola enfrenta. O que temos constatado é que o computador 
provoca um “rearranjo” na dinâmica de trabalho: as pessoas se 
envolvem em ações coletivas que estabelecem novas funções, 
relações e conhecimentos.
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Faz-se necessário buscar um sentido educacional para a utilização 
do computador integrando-o à prática pedagógica. Isto gera novas 
reflexões e abre possibilidades inusitadas no processo educativo 
(PRADO E MARTINS, 1998; FREIRE E PRADO, 1999).
A Informática na Educação não se apresenta como solução 
isolada. Observamos a emergência de várias abordagens ou 
propostas educacionais que com ela compartilham intenções 
semelhantes: a necessidade de integrar significativamente 
disciplinas e conhecimentos; propiciar o engajamento de alunos e 
professores em atividades socialmente relevantes; auxiliar a 
interpretação dos fenômenos sócio-culturais da comunidade; 
resgatara ética, as artes e a diversidade como valores a serem 
vividos pela escola por meio de uma atuação prática e tangível.
O uso da tecnologia com finalidades pedagógicas não está alheio 
a estes movimentos educacionais. Isto porque, o computador, em 
si, é uma ferramenta educacional que potencializa a articulação 
de conhecimentos de áreas diversas e promove o trabalho intra e 
intersocial (TARAPANOFF, 2013).
Temos acompanhando diferentes professores em diversas escolas 
com propostas pedagógicas próprias e constatamos que a 
integração do computador nas atividades de sala de aula ainda é 
uma questão polêmica.
Várias têm sido as tentativas no sentido de evitar o paralelismo 
entre os dois trabalhos: o da sala de aula e o do laboratório de 
computadores. Mas isto não é uma tarefa tão simples como pode 
parecer a princípio.
Educacional entendido não só como preocupação em desenvolver 
conteúdos, mas como o desenvolvimento de uma nova maneira 
de ser e estar frente à nossa realidade: atitude, comprometimento, 
engajamento, diversidade de leituras...
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Os Temas Transversais promovem a possibilidade de 
recontextualizar, por meio de atividades significativas, saberes 
sistematizados e saberes outros trazidos pelos alunos e que 
concorrem para a (re) interpretação de conhecimentos inter-
relacionados que lidam por meio de ações práticas com a Ética, 
Estética, com os Valores Humanos, com a integração de disciplinas, 
com o trabalho colaborativo. Também é o caso da 
Interdisciplinaridade, Transdisciplinaridade, dos Projetos de 
Aprendizagem (VALENTE, 1993).
Os seis temas indicados pelos PCN são: Ética, Meio Ambiente, 
Pluralidade cultural, Saúde, Orientação Sexual, Trabalho e 
Consumo propostos nos Temas Transversais. Seu modo peculiar 
de conceber o processo educativo (re) aproveitando e (re) 
contextualizando as experiências partilhadas por cada comunidade 
escolar: uma educação aberta, integradora, transformadora e 
significativa, como espaço de produção de conhecimento entre 
alunos e professor (es).
E o computador? Eis a importância do papel articulador que o 
computador pode desempenhar no contexto educacional. Não 
basta que o professor aprenda a utilizar o computador. É necessário 
retirar do uso do computador aquilo que interessa aos seus 
objetivos educacionais. Isto é sutil, pois há uma imensa variedade 
de programas computacionais intitulados “educacionais” 
(VALENTE, 1993).
Como selecioná-los?Como utilizá-los? A preocupação, portanto, 
tem sido a de provocar o reconhecimento do uso da tecnologia 
voltado para o contexto educacional por meio do resgate das 
concepções educacionais dos professores que estão em ação e 
que vislumbram no uso pedagógico do computador um potencial 
a ser explorado.
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E mais, nosso trabalho procura, a partir da prática diária do 
professor, a reflexão a respeito de sua ação cotidiana e de suas 
repercussões na escola enquanto processo social, histórico e 
cultural (VALENTE, 1993).
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Teorias Pedagógicas e as Novas Tecnologias
Os mestres como Jean Piaget, Lev S. Vygotsyky e Seymour Papert 
são alguns dos vários pesquisadores em educação que apoiaram 
o desenvolvimento de novas formas de estimular o interesse, a 
mente, a criatividade e desenvolver o raciocínio.
Suas ideias defendidas apresentam pontos positivos no uso das 
Novas Tecnologias. Partindo das perspectivas construtivistas 
temos Piaget, interacionista (Vygotsky) e construcionistaPapert. 
Cada um desses educadores serviu de base para a fundamentação 
teórica do uso de computadores na educação.
Jean Piaget pesquisador e estudioso intelectual criou o método 
clínico, onde trabalhou a gênese das estruturas lógicas do 
pensamento da criança. Suas pesquisas o levaram da Biologia à 
Filosofia e Psicologia, aproximando para explicar o desenvolvimento 
da inteligência. Apesar de naturalista, começou explorar outros 
campos, principalmente a sistemática dos processos mentais. 
Nos anos 50, o famoso psicólogo e educador Jean Piaget declarou:
“O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer 
coisas novas, não simplesmente de repetir o que outras gerações 
fizeram – homens criativos, inventivos e descobridores. O segundo 
objetivo da educação é formar mentes que possam ser críticas, 
possam verificar e, não aceitar tudo o que lhes é oferecido (...) 
Portanto, precisamos de discípulos ativos, que aprendam cedo a 
encontrar as coisas por si mesmos, em parte por sua atividade 
espontânea, em parte, pelo material que preparamos para eles”.
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A divulgação de Piaget no Brasil tem início no final da década de 
20. Através do Movimento da Escola Nova abriu-se espaço para a 
propagação de suas ideias. Posteriormente essa divulgação 
ocorreu a partir dos anos 60, após a aprovação da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional que criou espaço para a realização 
de experiências pedagógicas nas quais educadores e pedagogos 
poderiam elaborar e executar novas propostas e métodos de 
ensino (VALENTE, 1993).
Nos anos 80 ocorreu a febre do construtivismo escolar atingindo 
sistemas de ensino municipais e escolas particulares. Piaget teve 
uma preocupação maior com o estudo do desenvolvimento mental 
ou cognitivo, ou seja, com o desenvolvimento da forma como os 
indivíduos conhecem o mundo exterior e com ele se relacionam
Em softwares educacionais a aprendizagem é vista como um 
processo de construção, onde o aluno está envolvido na construção 
de seu próprio conhecimento. Não existem sequências 
preestabelecidas ou métodos de avaliação baseados em respostas 
estruturadas.
O estudante está livre para desenvolver suas potencialidades, e 
cabe a ele decidir o que deseja e como deseja aprender.
“O fato é que a computação tem a oferecer subsídios importantes 
para o desenvolvimento da representação da estrutura cognitiva 
humana (NOGUEIRA et al., 2000)”.
A grande tendência e objetivo dos softwares educacionais são de 
aproximação ao máximo da corrente construtivista, abandonando 
técnicas largamente utilizadas que enfatiza o comportamento 
condicionado, corrente comportamentalista. Isto se deve ao fato 
de haver uma maior preocupação com o aluno, em como seu 
aprendizado irá se desenvolver, fazendo com que o estudante 
aprenda a aprender.
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A abordagem construtivista ressalta o potencial das Novas 
Tecnologias para a promoção do processo de interação entre os 
discentes e destes com os professores, considerados fundamentais, 
segundo esta abordagem, para realização da aprendizagem.
Lev Vygotsky, professor e pesquisador, contemporâneo de Piaget. 
Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo 
como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o 
papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, 
sendo essa teoria considerada histórico social (VALENTE, 1993).
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação 
do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky (1991) sobre o processo de formação 
de conceitos remetem às relações entre pensamento e linguagem, 
à questão cultural no processo de construção de significados pelos 
indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na 
transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente 
daqueles aprendidos na vida cotidiana. O potencial relaciona-se à 
capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo 
abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (ZDPs) referentes 
à distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é 
capaz de fazer com a intervenção de um adulto (SOUZA, DAU, 
2016; VYGOTSKY, 1991).
Conheça mais sobre a teoria de Vygotsky através do link:
<https://www.youtube.com/watch?v=-yTgiZ9rSa4>
SAIBA MAIS
https://www.youtube.com/watch?v=-yTgiZ9rSa4
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A Zona de Desenvolvimento Proximal é, pois, um domínio 
psicológico em constante transformação; aquilo que uma criança 
é capaz de fazer com aajuda de alguém hoje, ela conseguirá 
fazer sozinha amanhã (SOUZA, DAU, 2016; VYGOTSKY, 1991). 
É como se o processo de desenvolvimento progredisse mais 
lentamente que o processo de aprendizado; o aprendizado 
desperta processo de desenvolvimentos que, aos poucos, vão 
tornar-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo.
Segundo Vygostsky (1988), o sujeito não é apenas ativo, mas 
interativo, porque forma conhecimentos e se constitui a partir de 
relações intra e interpessoais. É na troca com outros sujeitos e 
consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos, papéis 
e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e 
da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha do 
plano social (relações interpessoais), para o plano individual 
interno (relações intrapessoais).
O professor tem o papel explícito de interferir no processo 
educacional. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos 
alunos e isso se torna possível com sua interferência na zona 
proximal(SOUZA, DAU, 2016).
“O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, 
aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, 
tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento”(ZACHARIAS; 
SANTO, 2005).
Seymour Papert é matemático e um dos maiores visionários do 
uso da Tecnologia na educação, considerado um dos pais do 
campo da Inteligência Artificial. Sua colaboração principal era 
considerar o uso da matemática no serviço para entender como 
as crianças podem aprender e pensar.
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Em plena década de 1960, Papert já dizia que toda criança deveria 
ter um computador em sala de aula. Na época, sua teoria parecia 
ficção científica. Entre1967 e 1968 desenvolveu uma linguagem 
de programação totalmente voltada para a educação, o Logo, 
tendo como base a teoria de Piaget e algumas ideias da Inteligência 
Artificial (PAPERT, 1985).
Logo é uma linguagem de programação simples e estruturada 
voltada à educação, que tem como objetivo permitir que uma 
pessoa se familiarize, através do seu uso, com conceitos lógicos 
e matemáticos através da exploração de atividades espaciais que 
auxiliam o usuário a formalizar seus raciocínios cognitivos. Através 
do Logo as crianças podem ser vistas como construtoras de suas 
próprias estruturas intelectuais (SOUZA, DAU, 2016).
 Com essa concepção passa-se a adaptar e aplicar o 
construcionismo em práticas pedagógicas com outros softwares, 
destacando-se os mais abertos, como os sistemas de autoria, 
processadores de texto, editores de desenho, planilhas eletrônicas, 
gerenciadores de banco de dados, redes de computadores, 
programas de simulação e modelagem, etc. (ALMEIDA, s.d., p.29)
Com a disseminação dos microcomputadores, o Logo passou a 
ser adotado e usado em muitas escolas. No período de 1983 até 
1987 aconteceu uma verdadeira explosão no número de 
experiências, na produção de material de apoio, livros, publicações 
e conferências sobre o uso do Logo.
Papert é internacionalmente reconhecido como um dos principais 
pensadores sobre as formas pelas qual a Tecnologia pode modificar 
a aprendizagem. Em uma de suas entrevistas deparou-se com a 
seguinte pergunta: De que formas os computadores e a Internet 
devem ser usados para garantir um bom aprendizado?
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Papert é considerado um construcionista. A abordagem 
construcionista significa o uso do computador como meio para 
propiciar a construção do conhecimento pelo aluno, ou seja, o 
aluno, interagindo com o computador na resolução de problemas, 
tem a chance de construir o seu conhecimento (VALENTE, 1998). 
O paradigma construcionista enfatiza a aprendizagem ao invés de 
destacar o ensino; prioriza a construção do conhecimento e não a 
instrução (SOUZA, DAU, 2016).
Assista ao interessante debate entre Paulo Freire e Seymour 
Papert sobre a tecnologia e o futuro das escolas. Disponível no 
link:
<https://www.youtube.com/watch?v=4V-0KfBdWao>
ESTUDO COMPLEMENTAR
 
5.1- O Uso do Computador na Sala de Aula
Como utilizar o computador na educação, de forma inteligente? O 
uso inteligente é investir no processo de aprendizagem e não 
apenas no ensino, é priorizar o conhecimento, ao invés de se 
restringir apenas à informação (VALENTE, 1993).
A informação é um dado externo ao sujeito, pode ser armazenada 
segundo critérios de importância e sua característica é a 
objetividade. O conhecimento é resultante do processo de 
aquisição de saberes vivenciados e experimentados pelo sujeito 
afetivo e cognitivo e sofre influência da variação do contexto social 
e organizacional.
Atualmente as tecnologias de informação e comunicação estão 
provocando inúmeras transformações no mundo contemporâneo.
https://www.youtube.com/watch?v=4V-0KfBdWao
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O impacto das Novas Tecnologias tem provocado mudanças na 
educação, que não tarda a incorporar os últimos recursos 
tecnológicos direcionados como televisão e Internet para muitas 
escolas, não é mais novidade estranha à sala de aula, (e acredito 
que futuramente na grande parte das unidades escolares). Pelo 
contrário, contribui para a criação de novas estratégias de ensino, 
aprendizagem e autocapacitação (VALENTE, 1993).
Trazendo assim, novas formas de pensar, de aprender e de 
ensinar, e as relações entre os seres humanos estão sendo 
rapidamente reelaboradas, medidas. É bom ressaltar que as 
Novas Tecnologias da inteligência e da informação são ferramentas, 
que podem ser bem usadas ou mal usadas.
O uso inteligente das tecnologias é que possibilitará mudanças no 
sistema atual de ensino, usadas tanto pelo aluno como pelo 
professor. O computador, por exemplo, pode ser um recurso que 
possibilite ao aluno criar, pensar, manipular e refletir sobre a 
informação. Se o computador for usado apenas para passar a 
informação ao aluno, ele assume o papel de máquina e deixa de 
ser um instrumento útil na construção do conhecimento.
Para Regina Cazaux (1985), a forma de empregar o computador 
no processo pedagógico, depende de uma posição filosófica, de 
uma concepção de educação e de uma teoria da aprendizagem.
A sociedade atualmente exige um indivíduo crítico e capaz de 
observar, analisar e refletir; um ser capaz de aprender a aprender; 
essa característica só poderá ser desenvolvida no processo 
educacional em que o aluno vivencie momentos de verdadeiras 
aprendizagens e que permitam pensar e depurar as informações 
adquiridas.
O saber é produzido na relação e interação com outros sujeitos, 
são informações que o sujeito se apropria objetivamente e socializo 
com outras pessoas. Lembrando CONFÚCIO (551-479 A.C): O 
que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro, O que eu 
faço, eu compreendo.
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Nesta perspectiva, cabem reflexões sobre: um repensar a 
educação na era da informação e um pensar a escola na era da 
informação. O conhecimento só tem valor se tiver produtividade, 
se você souber o que fazer dele em seu favor e em favor da 
sociedade. É importante pensarmos numa sociedade que vai além 
da informação e se torna sociedade do conhecimento (VALENTE, 
1993).
Porque Incorporar O Computador À Educação?
De acordo com Ilma Veiga (1995),
 “a escola de assumir a função de proporcionar as camadas 
populares, através de um ensino efetivo, instrumentos que lhes 
permitam conquistar melhores condições de participação cultural 
e política e reivindicação social.”.
Para a autora Olinda Evangelista (1994),
”a reivindicação social deve exigir também da escola que seus 
alunos sejam preparados para participar da modernização 
científica e tecnológica, qualificando-os para novos padrões 
exigidos pelo mundo do trabalho.”.
É preciso estar conectado com as inovações e possibilidades de 
renovação no ambiente pedagógico, pois esta ferramenta pode 
ser utilizada apenas para ensinar ou ser utilizada como ferramenta 
de transformação, enriquecendo espaços de aprendizagem. 
Numa práxis Conservadora de aprendizagem, o computador é 
uma ferramenta para ensinar. Numa práxisRenovadora, o 
computador é uma ferramenta enriquecedora de saberes, nos 
processos pedagógicos.
O computador é uma ferramenta que deve possibilitar a integração 
em ambientes informatizados de aprendizagem. Um ambiente 
informatizado de aprendizagem requer informação, tecnologia e 
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agentes de aprendizagem. Deve possibilitar ao aluno a aquisição 
de conteúdos que são necessários para a sua formação, mas que 
também possibilite o desenvolvimento de novas habilidades para 
sua inserção e atuação no mercado de trabalho.
Para que ocorram transformações, um novo olhar acerca do 
processo ensino-aprendizagem deve acontecer, o aluno não é 
mais mero receptor de conteúdos definidos pelo professor, mas é 
aquele que se relaciona e interage com o saber.
O uso do computador por si só não é capaz de inserir mudanças 
radicais no processo ensinar e aprender com reflexão crítica e 
postura de decisões renovadoras. Entretanto, existem várias 
possibilidades e formas eficazes (VALENTE, 1993).
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Na unidade 1 vimos os primórdios da globalização até os dias 
atuais, dividida em duas fases. Na primeira fase da globalização 
(1450-1850), época do expansionismo mercantilista, muitos 
historiadores afirmam que este processo teve início nos séculos 
XV e XIX com as Grandes Navegações e Descobertas Marítimas. 
A segunda fase da Globalização (1850-1950) teve características 
industrial, imperialista e colonialista. E durante dois séculos, tempo 
que durou a sociedade industrial, o maior desafio foi a eficiência, 
isto é, fazer o maior número de coisas no menor tempo. Concluímos 
refletindo sobre a noção de “sociedade do conhecimento” que 
surgiu no final da década de 90.
Na unidade 2 vimos que a tecnologia é, de uma forma geral, o 
encontro entre ciência e engenharia. Sendo um termo que inclui 
desde as ferramentas e processos simples, tais como uma colher 
de madeira e a fermentação da uva, até as ferramentas e processos 
mais complexos já criados pelo ser humano. Vimos também que A 
prática educacional torna-se dinâmica e também eficiente quando 
estratégias e recursos são bem usados como ferramentas 
indispensáveis à motivação e ao interesse do aluno. O cotidiano 
dos nossos alunos é repleto de recursos tecnológicos como a 
televisãoe/ou o computador, equipamentos que já fazem parte do 
dia a dia desta geração.
Na unidade 3 conhecemos as diferentes etapas da informática na 
educação do Brasil. Compreendemos também a importância da 
vivência brasileira na construção de uma proposta pedagógica 
para a informática na educação
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Na unidade 4 compreendemos o papel transformador das 
organizações escolares na integração das novas tecnologias na 
sociedade. Refletimos sobre o uso do computador na sala de aula 
e o trabalho pedagógico do professor na sala de aula. Concluímos 
que o uso da tecnologia com finalidades pedagógicas não está 
alheio a estes movimentos educacionais. Isto porque, o computador, 
em si, é uma ferramenta educacional que potencializa a articulação 
de conhecimentos de áreas diversas e promove o trabalho intra e 
intersocial.
Na unidade 5 conhecemos algumas teorias de Jean Piaget, Lev 
S. Vygotsyky e Seymour Papert, alguns dos vários pesquisadores 
em educação que apoiaram o desenvolvimento de novas formas 
de estimular o interesse, a mente, a criatividade e desenvolver o 
raciocínio. Vimos também que o impacto das Novas Tecnologias 
tem provocado mudanças na educação, que não tarda a incorporar 
os últimos recursos tecnológicos direcionados como televisão e 
Internet para muitas escolas, contribuindo para a criação de novas 
estratégias de ensino, aprendizagem e autocapacitação.
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Nas próximas unidades identificaremos as contribuições do uso 
da tecnologia no campo educacional. Veremos a importância da 
formação continuada na vida do profissional da educação. 
Analisaremos a importância do planejamento escolar e o papel do 
professor como mediador e facilitador da aprendizagem no uso 
das ferramentas tecnológicas pelos alunos. Compreenderemos 
as potencialidades das TICs (Tecnologias da Informação e 
Comunicação) na construção das atividades pedagógicas, para 
isso, passaremos pelo uso da linguagem virtual, hipertextos e 
ferramentas audiovisuais. Finalizaremos refletindo sobre as 
diversas concepções de aprendizagem e a elaboração do currículo 
escolar
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As Novas Formas de Expressão do Pensamento, Produção, 
Leitura e Escrita
“A toda hora rola uma estória 
Que é preciso estar atento 
A todo instante rola um movimento 
Que muda o rumo dos ventos.”
Paulinho da Viola
O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem 
vem evoluindo vertiginosamente nos últimos anos, podendo 
trazer efetivas contribuições à educação, presencial ou a 
distância. Entretanto, para evitar ou superar o uso ingênuo 
dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas 
de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar 
e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos, 
que favoreçam a democracia e a integração social (VALENTE, 
1993).
O uso das mídias digitais, especialmente da hipermídia, 
incorpora distintos recursos tecnológicos à tecnologia digital, 
proporciona o diálogo entre as diferentes linguagens, 
transforma as maneiras de expressar o pensamento e de 
comunicar, interfere na comunicação social e induz mudanças 
observáveis na produção dos materiais veiculados com 
suporte em outras tecnologias.
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Imagem: Hipermídia
Fonte: <http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de-
hipermidia/>
Exemplos da interferência da tecnologia digital na comunicação 
com suporte em outras tecnologias são observados nas imagens 
da televisão, no design de material impresso, nos programas de 
rádio etc.
A incorporação às mídias digitais de linguagens e meios 
convencionais de comunicação (áudio, vídeo, animação, material 
impresso...), de uso consolidado antes do advento e da 
disseminação dos computadores, evidencia a necessidade de um 
planejamento que considere as características específicas de 
suas linguagens e potencialidades tecnológicas, propiciando a 
criação de uma sinergia para a concepção e realização de ações 
educacionais inovadoras (VALENTE, 1993)
http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de-hipermidia/
http://portal.teraware.com.br/que-bicho-e-essa-tal-de-hipermidia/
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Para compreender o cenário de possibilidades que se descortina 
com a integração de tecnologias no ensino e na aprendizagem, é 
necessário ter clareza das intenções e objetivos pedagógicos, das 
possíveis formas de representação do pensamento, das 
características de narratividade, roteirização e interação entre as 
tecnologias.
Por conseguinte, as mudanças dos ambientes educativos com a 
presença de artefatos tecnológicos e linguagens próximas do 
universo de interesses do aluno proporcionam o acesso a uma 
gama diversa de manifestações de ideias, permitem a expressão 
do pensamento imagético e criam melhores condições para a 
aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano e da civilização.
A integração entre tecnologias, linguagens e representações tem 
papel preponderante na formação de pessoas melhor qualificadas 
para o convívio e a atuação na sociedade, conscientes de seus 
compromissos para com as transformações de seu contexto, a 
valorização humana e a expressão da criatividade (MIGUEL, 
MARINHO, 2017).
O acesso às informações, que são veiculadas em distintas mídias 
e em diferentes linguagens, possibilita que estejamos imersos na 
cultura da aldeia global e do mundo interconectado, o que traz 
influências em nossos sistemas de representação pessoal e 
coletivo.
Entretanto, os significados que atribuímos às informações que nos 
chegam de todos os lugares, a qualquer momento, dentro de um 
fluxo incontrolável, se desenvolvem pela apropriação das 
informações que nos são significativas, de acordo com nossas 
crenças, atitudes, valores e concepções,

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