Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anemias Carenciais Introdução ▪ Anemia é a redução da massa de hemoglobina (transporta O2 por meio da ligação com o grupo M) e, portanto, da massa eritrocitária. ▪ Principal consequência da anemia: hipóxia tecidual. ▪ A anemia pode ser a manifestação de uma doença de base que muitas vezes está oculta. ▪ Ela afeta mais de um bilhão de pessoas em todo mundo. ▪ Definição de anemia pela OMS: Concentração de Hb < 12g/dL para mulheres pré-menopausa e <13g/dL para homens e para mulheres na fase pós- menopausa, ambos os valores considerados para o nível do mar. Classificação ▪ A anemia pode ser classificada de várias formas, mas, na prática a mais usada é de acordo com o volume corpuscular médio das hemácias (VCM). ▪ Pode ser classificada: 1. QUANTO AO TEMPO DE INSTALAÇÃO: - Aguda: oligossintomática - Crônica: ansiedade, dor precordial, sudorese fria 2. QUANTO À CAUSA: - Decorrente da diminuição da produção (hipoproliferativa); - Decorrente do aumento da destruição dos eritrócitos (perda ou hemólise) 3. QUANTO AO VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM): - Normocítica/normocrômica; - Macrocítica e microcítica/hipocrômica * A classificação conforme o VCM confere vantagem prática para guiar o médico com respeito à investigação de sua causa, pois o mesmo costuma dispor do hemograma em uma fase inicial.. VCM < 80Fl (MICROCITOSE): Ferropriva; Talassemia (destruição); Sideroblástica (falt da ligação do Fe com grupoM) VCM 80-100Fl (NORMOCITOSE): Doença inflamatória crônica; Ins. Renal Crônica; Anemia falciforme; Sínd. Mielodisplásica (plaquetopnia e neutropenia são comuns nessa situação); Falência MO/mielotoxicidade (macrocitose leve com VCM<105Fl; plaquetopnia e neutropenia são comuns nessa situação); Def. combinada (ferro + folato + B12); Infiltração de MO (plaquetopnia e neutropenia são comuns nessa situ ação) VCM > 100Fl (MACROCITOSE): Anemia megaloblástica (def. de folato ou B12); Doença hepática crônica; Sínd. Mielodisplásica; Reticulocitose acentuada (anemias hemolíticas) Classificação Fisiopatológica ▪ Baseia-se na contagem de reticulócitos, considerando um marcador de produção de eritrócitos. ▪ Os reticulócitos são hemácias mais jovens que ainda possuem restos de RNA, que podem ser evidenciados por coloração supravital. ▪ A contagem pode ser expressa em porcentagem ou como contagem absoluta (em mm3). ▪ Se expressa em porcentagem e, na presença de anemia, deve ser corrigida pelo número total de eritrócitos presentes, o que se faz pela multiplicação da contagem de reticulócitos pelo hematócrito, divididos pelo hematócrito ajustado para idade e sexo. ▪ Para efeitos práticos, o cálculo de reticulócitos em contagem corrigida se dá pelo cálculo: Reticulócitos (%) x Ht do paciente 40 ▪ A baixa contagem de reticulócitos (reticulopenia < 50000mm3 ou <1%), indica falta de produção: - Pode ser decorrente de acometimento medular 1º ou 2º e ausência de fator estimulante (eritropoetina). - Elementos essenciais para a eritropoiese (ferro, ác. Fólico, vit B12) -Doenças inflamatórias, infecciosas e neoplásicas também podem reduzir a produção de eritrócitos. ▪ O aumento da contagem de reticulócitos (reticulocitose > 100000mm2 ou >1,55%), por sua vez, indica excesso de destruição de glóbulos vermelhos com aumento compensatório da produção medular de reticulócitos. -Trata-se de uma condição clássica das anemias hemolíticas, embora também possa ser observada na perda aguda de sangue. 1. ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVAS = Reticulócitos BAIXOS Anemia ferropriva; Anemia de doença crônica; Deficiência de B12; Def de folato; Anemia de doença renal; Efeito de drogas e toxinas; Anemias diseritropeticas congênitas (deficiência de enzimas hepáticas relacionadas ao estoque de ferro para formação da Hg e fatores que formam ferritina, eritropoietina, transferrina); Anemia sideroblástica (dificuldade mitocondrial de ligar a Hg ao ferro ou de reduzir o ferro da forma férrica para ferrosa); Insuficiência medular (aplasia de medua, aplasia pura de série vermelha, síndromes mielodisplásicas, infiltração de medula óssea). 2. ANEMIAS HIPERPROLIFERATIVAS = Reticulócitos ALTOS Doença falciforme; Talassemias; Anemia hemolítica autoimune; Defeitos da membrana eritrocitória (esferocitose hereditária/eliptocitose hereditária/ piropoiquilocitose hereditária); Eritroenzimopatias (deficiência de G6PD e/ou de pirovatoquinase); Hemólise mecânica (microangiopática); Hemólise por drogas (ex: sulfassalazina)/toxinas/infecções; Hemoglobinúria paroxística noturna. ▪ Tipos mais prevalentes de anemia: ferropriva e decorrente de doenças inflamatórias. ▪ A anemia ferropriva decorre do esgotamento das reservas de ferro, na maioria das vezes, por perda crônica de sangue, por exemplo, por fluxo menstrual aumentado e sangramento do TGI (gastrite crônica, enterite crônica). ▪ A anemia da doença inflamatória decorre do bloqueio do ferro no sistema reticuloendotelial, da redução da eritropoiese e da menor sobrevida das hemácias. - A liberação de citocinas como IL1, IL-6, TNF-alfa, aumenta a produção de ferritina e diminui a produção de ferroportina, reduzindo a entrada do ferro pela parede do enterócito e aumentando a estabilidade do enterócito, o que diminui a movimentação do estoque de ferro e impede o fornecimento de ferro para a formação. ▪ A ferritina está diminuída na anemia ferropriva e aumentada na anemia da doença inflamatória. ▪ Outros tipos comuns de anemia são: Anemia gestacional; Anemia secundária à insuficiência renal; Anemia do idoso (dificuldade de absorção dos elementos, entre eles o ferro). ▪ O tto da anemia depende de sua causa, como reposição de ferro ou de eritropoetina, etc. ▪ A transfusão de hemácias pode ser necessária nas situações mais graves independentemente do tipo de anemia, ou em caráter periódico e perene, como na talassemia maior. ▪ A redução da concentração de hemoglobina (Hb) não define a anemia por si só, pois esse achado pode ocorrer em situações fisiológicas, como a que se observa a partir do 2º trimestre da gestação, principalmente por volta da 24ª semana, atribuída à hemodiluição. ▪ Para fins práticos, a concentração da Hb (ou hematócrito) é o parâmetro laboratorial mais utilizado para definir o quadro de anemia. ▪ Os parâmetros de normalidade da concentração da Hb em crianças e em adolescentes diferem daqueles observados nos adultos. Epidemiologia ▪ Segundo estimativa da OMS, a anemia acometia entre 1993 e 2005, aproximadamente, ¼ da população mundial, o que corresponde a 1,62 bilhão de pessoas afetadas, sendo a maioria crianças com menos de 4 anos de idade. ▪ FATORES QUE INFLUENCIAM NA CONCENTRAÇÃO DE HB: idade, sexo, altitude, tabagismo, idade gestacional e IMC. ▪ Publicação recente mostrou decréscimo da prevalência de anemia entre 1990 e 2010 de 40,2% para 32,9% da população mundial, especialmente nos homens. ▪ As regiões mais afetadas pela anemia foram o sudeste da Ásia e a África Subsaariana. ▪ A deficiência de ferro foi sua principal causa e as crianças com menos de 5 anos eram as mais afetadas. ▪ Malária, esquistossomose e IRC foram as causas de anemia cuja prevalência mais aumentou nesse período. ▪ No Brasil, os dados são incompletos. ▪ Estudo realizado em 1111 crianças do interior do Acre mostrou prevalência de anemia de 13,6%, sendo 10,3% ferropriva. ▪ Cerca de 45,4% dos brasileiros apresentam alguma deficiência de ferro. ▪ Estudo mais abrangente do MS mostrou que 20,9% de 3499 crianças com menos de 5 anos de idade e 29,4% de 5698 mulheres apresentavam anemia. ▪ A região nordeste foi a que apresentou maior prevalência de anemia nas crianças (25,5%) e nas mulheres (39,1%). ▪ Em Curitiba, prevalência de 2,2% de anemiaem crianças. ▪ Populações indígenas do MT com alta taxa de prevalência de anemia: 80,6% das ccrianças da tribo suruí. ▪ No caso da anemia falciforme, a doença monogênica mais comum, observa-se distribuição heterogênea, a depender da composição étnica da população de cada região. ▪ A maior prevalência da HbS é observada na população do Nordeste (10%), enquanto a menor, na população da região Sul o país. ▪ Estima-se o nascimento de, aproximadamente, 3500 crianças com anemia falciforme por ano. Fisiopatologia ▪ A hemoglobina é a proteína que transporta o O2 dos pulmões aos tecidos. ▪ A liberação do O2 pela Hb é influenciada por: temperatura, pH, concentração de CO2 equantidade de 2,3-DPG. ▪ O 2,3-DPG (difosfoglicerato) é um composto químico encontrado no interior da hemácia e existe em quantidade idêntica à da hemoglobina, pois se encontra em combinação com aquele pigmento. Sua principal função é reduzir a afinidade da hemoglobina pelo O2 para facilitar a sua liberação nos tecidos. ▪ Em humanos previamente saudáveis, não observa-se sinais de hipóxia tecidual com Hb de 5g/Dl. Mortalidade com Hb<2g/Dl. DOENÇAS QUE CAUSAM ANEMIA DA DOENÇA INFLAMATÓRIA 1. Doenças autoimunes (ex: AR) 2. Infecção crônica (ex:osteomielite e turberculose) 3. Doença renal crônica (reduz a EPO) 4. ICC 5. Doença pulmonar crônica (ex: DPOC) 6. Obesidade 7. Anemia do idoso Clínica QUEIXAS COMUNS: ▪ Astenia; ▪ Dispneia; ▪ Palpitações, especialmente aos esforços, que se acentua à medida que a anemia se intensifica. RELATIVAMENTE COMUNS: ▪ Tontura; ▪ Cefaleia; ▪ Angina pectoris nos pacientes com doença arterial aterosclerótica ▪ Zumbidos ▪ Claudicação intermitente ESPECÍFICOS: ▪ Perversão do apetite (pica) na anemia ferropriva ▪ Queixas neurológicas na anemia por deficiência de cobalamina. EXAME FÍSICO ▪ Palidez ▪ Hipotrofia das papilas da língua nas anemias ferropriva e megaloblástica ▪ Edema maleolar ▪ Icterícia e a esplenomegalia são sinais sugestivos de anemia hemolítica e de anemia megaloblástica. ▪ Achados podem sugerir síndromes de falência ou infiltração da medula óssea (MO), como a presença de petéquias e a febre. Exames Complementares ▪ HEMOGRAMA: Permite classificar a anemia de acordo com a sua intensidade e com o volume corpuscular médio (VCM) das hemácias, além de mostrar as contagens de leucócitos e sua morfologia (ex: pleocariócitos e bastonetes gigantes nas anemias megaloblásticas) e as de plaquetas (reduzida na falência ou infiltração da MO, na anemia megaloblástica, entre outras) ▪ CONTAGEM DE RETICULÓCITOS: Para definir a magnitude da eritropoese, ou seja, se trata-se de causa de origem central (anemia hipoproliferativa- reticulocitopenia), de destruição ou de perda de eritrócitos (reticuocitose) ▪ BILIRRUBINA NÃO CONJUGADA (INDIRETA): Elevada nas anemias hemolíticas, nas anemias megaloblásticas e nas leucemias agudas. ▪ DESIDROGENASE LÁTICA: Elevada nas anemias hemolíticas e nas anemias megaloblásticas. ▪ TRANSFERRINA E FERRITINA SÉRICA - Anemia Ferropriva: Redução da saturação da transferrina e da concentração da ferritina sérica. - Anemia da doença inflamatória crônica: Redução da saturação da transferrina e aumento/normalidade da concentração da ferritina sérica. ▪ COBALAMINA (VIT. B12) E ÁCIDO FÓLICO: Comumente reduzidas nas anemias megaloblásticas. - Na anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12, seus níveis podem estar dentro da faixa de normalidade (>200pg/Ml). Nesses casos, concentração elevada de hemocisteína (também elevada na def. de folato, IRC e hipotireoidismo), do ácido metilmalônico e dosagem da cobalamina ativa (ligada à transcobalamina) podem contribuir para definir o diagnóstico de carência de vit. B12. - A deficiência de folto também pode cursar com nível sérico normal do nutriente. Nesse caso, dosar as hemácias. ▪ Análise do aspirado e biópsia de MO: Usados para diagnosticar anemia aplásgtica ou leucemia aguda. ▪ Exames de imagem: Para avaliar esplenomegalia por exemplo. Anemia Ferropriva ▪ É a condição mais exacerbada da deficiência de ferro, que precede e a suplanta em prevalência. ▪ A deficiência de ferro afeta todo o organismo, não apenas a eritropoese e o transporte de O2, uma vez que o ferro é constituinte de todas as células e tecidos (ex. músculos, cuja proteína mioglobulina também contém o grupo heme. ▪ Anemia mais prevalente (afeta mais de um bilhão de pessoas em todo mundo). ▪ MECANISMOS COMPENSATÓRIOS DA AF: cardiovasculares, redução da síntese do hormônio hepcidina (resulta no aumento da absorção do ferro no duodeno) ▪ MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DIFERENCIAL: Perversão do apetite (pica) ▪ CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: Anemia microcítica e hipocrômica, exceto quando leve, em que o VCM pode estar normal ou baixo. ▪ A série leucocitária não costuma estar alterada ▪ Plaqueotose é relativamente comum (especialmente quando AF decorre de sangramento) ▪ Ferro sérico diminuído ou normal ▪ Transferrina aumentada (saturação reduzida da transferrina - <15%) ▪ Ferritina sérica está reduzida, mas pode estar dentro da faixa de normalidade caso a AF esteja associada ou seja 2ª à anemia da doença inflamatória. CAUSAS DA DEFICIÊNCIA DE FERRO E DA ANEMIA FERROPRIVA A AF é sempre decorrente de uma condição clínica subjacente que deve ser investigada, destacando-se: 1) Demanda aumentada: Gestação; Adolescência; 1ª infância (especialmente prematuros) 2) Perdas menstruais aumentadas 3) Perdas gastrointestinais: Doença péptica; D. diverticular dos cólons; Divertículo de Meckel; CA; Malformação vascular; Parasitose intestinal (ancilostomose); Doença inflamatória intestinal/doença celíaca 4) Má absorção: Cirurgia bariátrica; Cirurgia de úlcera péptica; Inibidor de bomba de prótons; Doença celíaca; Dieta exclusiva de leite por período prolongado. Anemia Da Doença Inflamatória (ADI) ▪ Também conhecida como anemia da doença crônica. ▪ 2ª mais prevalente ▪ Ocorre em doenças que causam ativação imune e inflamação. ▪ CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS: infecção crônica, doenças autoimunes, câncer, doença renal crônica, ICC, doença pulmonar crônica e obesidade. ▪ MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS DA ADI: 1) Restrição à mobilização do ferro de seus depósitos, principalmente nos macrófagos, mas que também diminuem a sua absorção intestinal. - Envolve incremento da produção de IL-6, que estimula os hepatócitos a aumentar a produção de hepcidina (principal regulador da homeostase do ferro) - A hepcidina liga-se à ferroportina (única “porta” conhecida pela qual as moléculas de ferro podem ser transportadas do interior dos macrófagos e dos enterócitos para a circulação, onde ligam à transferrina), o que leva à sua internalização e degradação, de modo que o ferro fica aprisiondo em seus locais de depósito e, portanto, menos disponível para a eritropoiese. 2) Supressão da eritropoiese pelos mediadores da inflamação. - Decorre da redução da produção de eritropoietina (EPO), assim como da redução da resposta à sua ação. 3) Redução da sobrevida das hemácias. ▪ Leve a moderada (Hb ≥ 8,5-9,0 g/Dl) ▪ Normocítica (VCM entre 80 e 100Fl) ▪ Normocrômica ▪ Hipoferremia ▪ Hipotransferrinemia (sat de transferrina <20%) ▪ Hiperferritinemia (a ferritina é proteína de fase aguda, de modo que seus níveis séricos aumentam na inflamação) ▪ Aumento de VHS e PCR ▪ Aumento do fibrinogênio ▪ Aumento policlonal das gamaglobulinas ▪ Investigação da doença de base: avaliar função renal, hepática e tireoidiana, dosar vitamina D (regulação negativa sobre a produção de hepcidina). DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AF E ADI ▪ Tanto a AF quanto a ADI apresentam a meddidad o grau de anisocitose (RDW) dentroou próximos da normalidade, o que não ocorre na anemia falciforme por exemplo. Anemia na Gestação ▪ Durante a gestação ocorre o fenômeno da hemodiluição (aumento da volemia plasmática em até 50% e aumento de apenas 25% da massa eritrocitária). Por isso, adota-se valor mais baixo de concentração de Hb (10,5-11 g/Dl) como limite inferior da normalidade. ▪ Causa mais comum de AG: deficiência de ferro - Gestação requer uma quantidade adicional de ferro (>1000mg): ferro + placenta (350mg); expensão da massa eritrocitária (500mg); perdas do parto (250mg). ▪ A necessidade diária de ferro aumenta de 0,8mg no início da gestação para 7,5mg no 3º trimestre, o que supera a absorção diária (1-5mg). Portanto, quando a mobilização de ferro das reservas da gestante não é suficiente, ocorre a anemia. ▪ Pacientes de maior risco: Multigestas; Mulheres com gestação anterior em menos de um ano; Adolescentes; Vegetarianas; História de perdas menstruais aumentadas. ▪ Maior risco de parto prematuro e de neonato com déficit ponderal ao nascimento. ▪ Importante verificar possível deficiência de nutrientes (vit B12 e ácido fólico) ▪ Não se aconselha a administração de composto de ferro parenteral no 1º trimestre da gestação. Anemia da Doença Renal Crônica ▪ Fatores que contribuem para a anemia da IRC: ✓ Inflamação; ✓ Sangramento; ✓ Def. de ferro; ✓ Redução da sobrevida média das hemácias ▪ Instalação é gradual e piora à medida que piora a função renal. ▪ Se a taxa de filtração glomerular diminuir de ≥60mL/min/1,73m2 para <15Ml/min/1,73m2, a percentagem de pacientes anêmicos aumentará de 26,7% para 75,5%. ▪ Principal causa: Produção reduzida de EPO (90% da EPO é sintetizada nos rins e 10% no fígado), um hormônio que promove a sobrevida dos progenitores eritropoiéticos, assim como sua diferenciação. ▪ TTO: 1) EPO 2) Agentes Estimuladores de Eritropoiese -AEEs (ex: Darbepoetina alfa): Considerar uso quando Hb <9g/dl. Não pode dose elevada devido aos riscos de complicações. 3) Sal de ferro: Manter ferritina >200 em pacientes em hemodiálise. Preferência por administração parenteral devido a menor absorção em pcts com IRC. 4) Estabilizadores do fato induzível pela hipóxia (HIF) Anemia no Idoso ▪ 18,6% dos idosos brasileiros apresentam anemia. ▪ “Inflammaging”: Anemia da inflamação crônica do idoso, associada à diminuição da eritropoiese obeservada nessa idade, decorrente da queda da produção de andrógeno e da senescência do compartimento celular dos precursores da eritropoiese. ▪ As citocinas inflamatórias IL-6, IL-1 e o TNF-α estão em níveis comumente aumentados no idoso, mesmo sem uma doença inflamatória evidente. ▪ Maior prevalência de anemias carenciais: Ferro, vit B12, folato, ADI, Anemias clonais (sínd. Mielodispásica). - Geralmente, ocorre associação de 2 ou mais fatores ▪ Maior vulnerabilidade do idoso aos efeitos da anemia devido a menor capacidade de mobilizar os mecanismos compensatórios. ▪ CLÍNICA: fragilidade física, depressão, declínio cognitivo. ▪ TRATAMENTO 1) Suplementação de sal de ferro: VO, 50-200mg/dia de ferro elementar (corresponde a 20% da massa do sulfato ferroso). Ingestão em jejum ou associada a vitamina C aumenta a sua absorção. 2) Sacarato de hidróxido férrico ou Carboximaltose férrica: Ferro via parenteral, usado em casos de intolerância ou má absorção do sal de ferro oral. 3) **A suplementação de ferro deve ser feita até a normalização da concentração de Hb e das reservas de ferro (ferritina). 4) Eritropoietina: Seu uso pode ser útil especialmente em pacientes idosos e com comorbidades que dificultam a mobilização dos mecanismos compensatórios da anemia (ex: ICC). Pode ocasionar hipertensão arterial e aumento do risco de trombose. 5) Transfusão de hemácias: Situações emergenciais. Indicada para diminuir a hipóxia causada pela anemia ou para suprimir a eritropoiese normal (anemia falciforme com complicação, AVE isquêmico)
Compartilhar