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Os Filósofos da Grécia Clássica A sofística Consiste num movimento intelectual coincidente com determinado contexto histórico-cultural (século V a.C.) que o habilitou a uma serventia social, jurídica e política muito grande, superando o cosmologismo pré-socrático. Os Sofistas - primeiros advogados A escola dos sofistas - o discurso - oratória e capacidade de argumentação - exigiam remuneração para ensinar e para defender causas e pontos de vista - Utilizavam-se da dialética e do conhecimento como recurso de ascensão social. A emergência do discurso; a proliferação de escolas de ensino de técnicas retóricas; a construção de práticas políticas e jurídicas que requeriam a sapiência de recursos persuasivos… Os sofistas e suas circunstâncias Estão plantadas as sementes para aqueles que haveriam de ser conhecidos pela posteridade como sofistas. Atenas - Integrada por pessoas de diversas culturas - Regras políticas avançadas - Habilidade na oratória - aprovar projetos Protágoras “ Uma ideia só ganha força quando era compartilhada”. - Pregava a ideia de um discurso forte e convincente. - A participação dos cidadãos crescia - Decadência da aristocracia e o alvorecer da democracia Ausência de Guerra - Atenas e boa parte da Grécia vivia um período sem grandes perturbações - PAZ - Os pensadores tinham tempo e condições para se dedicar a uma vida mais contemplativa. - Mudanças nos hábitos políticos - Investimento na educação do povo Os sofistas, considerados mestres da sabedoria, surgiram nesse período, tendo como meta, humanizar a cultura - o homem pode se beneficiar dos achados filosóficos. No campo do direito e da justiça A sofística mobilizou conceitos no sentido de afastar todo tipo de ontologia ou mesmo todo tipo de metafísica ou mistificação em torno dos valores sociais. A Lei Nem as deusas da justiça, nem Thémis, nem Diké, dão origem às leis humanas, mas somente os homens podem fazer regras para o convívio social; As leis são atos humanos e racionais que se forjam no seio de necessidades sociais, o que só é possível por meio da discussão comum, da deliberação consensual, da comunicação participativa e do discurso. Legalidade e Justiça O que há de comum entre os sofistas é o fato de, em sua generalidade, apontarem para a identidade entre os conceitos de legalidade e de justiça, de modo a favorecer o desenvolvimento de ideias que associavam à inconstância da lei a inconstância do justo. “A eles se deve, por exemplo, a colocação rigorosa do problema de saber se a justiça tem um fundamento natural; se aquilo que é justo por lei – ou, como nós dizemos, o direito positivo – é também justo por natureza. Ante este problema, assumiram geralmente atitude negativa, dizendo que, se existisse um justo natural, todas as leis seriam iguais”. A dike Com a mudança social que então era observada, a noção de que o direito seria um conjunto de normas que os deuses haviam enunciado para organização da polis, passou a ser questionada. Passaram a pregar a responsabilidade do homem no cumprimento do que fosse realmente justo, ou seja, dike. Dike A venda é um símbolo de imparcialidade: significa que ela não faz distinção entre aqueles que estão sendo julgados. A balança indica equilíbrio e ponderação na hora de pesar, lado a lado, os argumentos contra e a favor dos acusados. A espada é um sinal de força. “A arma implica que a Justiça não pede aos que estão brigando que aceitem sua decisão. A decisão Tem de ser imposta. A Justiça é associada a figuras femininas desde a antigüidade. A deusa egípcia Maat (cujo nome deu origem à palavra “magistrado”) muitas vezes era retratada com uma espada na mão. Na Grécia, o papel cabia a Têmis, que já trazia uma balança na mão direita. Em sua versão romana, batizada Justitia, a mesma deusa passa a trazer também a espada e a venda nos olhos. Os sofistas e suas ideias Os pré-socráticos Queriam entender a natureza das coisas Os sofistas Discutiam as convenções que o homem, em sociedade, havia estabelecido. Para os sofistas, verdade, moral, justiça e todos os demais preceitos sociais não passavam de invenções humanas. Não seriam coisas verdadeiras, mas apenas juízos sobre as coisas. Os sofistas O problema do conhecimento (conflito entre várias ontologias) Não podemos conhecer o SER, mas só podemos ter opiniões subjetivas sobre a realidade. Por isso, para se relacionarem com o mundo e com outros humanos, os homens devem valer-se de um outro instrumento - a linguagem. Para persuadir os outros de suas próprias ideias e opiniões... A verdade É uma questão de opinião e de persuasão, e a linguagem é mais importante do que a percepção e o pensamento. Crítica feitas aos sofistas Sócrates e Aristóteles Consideram os sofistas céticos - esteve sempre relacionada a forma como viam os valores e as questões éticas. Para os sofistas o que realmente importava era os interesses e a conveniência pessoal. Em nome de uma vantagem ou de um benefício, usavam todos os recursos do discurso para demonstrar aquilo que mais lhe conviesse, fosse verdadeiro ou falso. Chega mesmo a conceber os sofistas como homens desconhecedores das coisas, pseudo-sábios, que têm em vista somente contraditar a tudo e a todos, criar disputas, fomentar debates inócuos e vazios de sentido; aí mora o desprestígio da arte retórica sofística. Retórica Essa argumentação baseada na retórica, e muitas vezes até em raciocínio lógico, ficou conhecida como sofisma. A sofística pregava a satisfação dos desejos e dos instintos. Buscavam analisar questões relativas à vida prática na pólis. Protágoras “O homem é a medida de todas as coisas”. Sofistas Górgias de Leontini “A poesia é uma ilusão justificada”. A poesia para ele representava a arte da linguagem. Isócrates Fundou a paideia como ideal educacional da Grécia. A educação deve ter algo mais do que ginástica, música e linguagem. Deveria construir o homem como pessoa e como cidadão. Sofistas e sua influência no Direito Isócrates A verdadeira educação para usar uma inclinação natural para a virtude no aprendizado da sabedoria e da justiça. Hípias Racionalista. Achava que a lei positiva disciplinava a atitude do homem diante da natureza, para instaurar a verdadeira justiça. Trasímaco Via a lei como mero instrumento de poder e que estava longe de ser, como deveria, o enunciado racional que garantisse a moralidade. A justiça “Negando os sofistas a possibilidade de uma verdade objetiva, negam também que exista uma justiça absoluta; também o direito, para eles, é algo de relativo, opinião mutável, expressão do arbítrio e da força: justo é aquilo que favorece ao mais forte. “Assim, Trasímaco pergunta se a justiça é um bem ou mal, e responde: ‘A justiça é na realidade um bem de outrem; é uma vantagem para quem manda, é um dano para quem obedece.” (Del Vecchio, Lições de filosofia do direito, 1979, p. 35). Demócrates O sentimento de justiça, o móvel da ação, a intenção de agir, a motivação do comportamento são questões que haverão de se desenvolver em momentos posteriores da história da filosofia, principalmente a partir do nascimento da filosofia da subjetividade, mas já encontram forte presença na reflexão de Demócrito sobre o comportamento justo. Quando diz que “O belo não é não cometer injustiça, mas nem mesmo querer fazê-lo” (Demócrito, Fragmentos autênticos, Demócrates, Sentenças, 27) Fator positivo dos sofistas Representavam a diversidade, propiciada por uma grande mudança social que se operava na cidade de Atenas… E na Grécia. O destino do homem está nas mãos do próprio homem.
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