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Pediatria - DISTÚRBIOS DA NUTRIÇÃO NA INFÂNCIA 2 Obesidade · OMS: a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% na maioria dos países europeus nos últimos 10 anos. · A obesidade se tornou mais frequente no primeiro ano de vida, entre os 5 e 6 anos e na adolescência. · São 3 picos com maior frequência da obesidade. · Alteração da nutrição, como oferta de leite de vaca e alimentação complementar antes da idade adequada. · Crianças que nascem PIG > pequeno para idade gestacional > possuem mais risco de desenvolver obesidade. · A obesidade esta nas classes sociais mais altas no Brasil. · Vem mudando, pois nos últimos anos, tornou-se mais fácil o acesso da população aos alimentos industrializados, como salgadinhos, bolachinhas e refrigerantes. · Crianças com percentual de gordura corporal >33% e circunferência abdominal >71 estão mais predispostas a risco cardiovascular futuro · Crianças obesas, que pelo fato de serem obesas, já possuem maior chance de desenvolver diabetes, dislipidemia, hipertensão, aterosclerose, AVC. · Enquanto crianças com menos de 20% de gordura e menos de 61cm de circunferência abdominal possuem menor risco. Fatores de Risco · Alimentação é fator de risco, mas não é a o que influencia. · Pais com IMC elevado · Relação da obesidade da criança e o IMC dos pais > a partir dos 3 anos, até a idade adulta. · Obesidade da mãe, mesmo antes da gestação. > correlacionado com o IMC da criança dos 5 até os 20 anos de idade. · Inatividade física > de 2h de tela ligado à obesidade > é preciso intervir desde cedo nas crianças para que não se torne um vício. · O aleitamento materno é sempre um fator de proteção. · Baixo peso ao nascer e desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta > PIG · Sobrepeso ao nascer > GIG (grande para idade gestacional) · RN PIG que aumentam rápido e precocemente peso. · Crianças que realizaram Adenoamidalectomia possuem maior relação com a obesidade > normalmente relacionada ao distúrbio do sono. · A menarca na idade de 11 anos ou menos é mais frequente nas meninas já obesas Morbidade · Doenças cardiovasculares só se manifestarão décadas mais tarde, a doença aterosclerótica se inicia na infância e adolescência. · Placas de ateroma que são formadas, basicamente por colesterol. · A placa se inicia nessa fase e progride ao longo da vida. · Risco maior de síndrome metabólica. · Obesidade é uma das principais causas de HAS. · Disposição de gordura abdominal > fator de risco para diabetes tipo 2 em adolescentes e crianças. · Causa um grande impacto na qualidade de vida. · A probabilidade de criança obesa permanecer obesa é de 20 a 50% antes da puberdade e 50 a 70% após a puberdade · A intervenção na obesidade deve ser o mais precoce possível, de preferência ocorrendo antes da puberdade. · O risco de morte em adultos obesos que foram crianças ou adolescentes obesos é significativamente maior. · Obesidade infantil aumenta mortalidade na vida adulta. · Maior predisposição a desenvolvimento de artrose. · Idade óssea avançada. · Alterações cutâneas > maior quantidade de lesões de pele > piodermites, dermatite atópica, dermatite de contato. · Distúrbios gastrointestinais > esteatose hepática. · Mortalidades neoplásicas. · Distúrbios respiratórios > a criança obesa, além de ter risco maior de ter doenças como asma, sibilâncias e rinites, ainda possui uma restrição ao volume respiratório. Diagnóstico · O Brasil adota as curvas de IMC da organização mundial da saúde. > peso/altura2. · Calcula-se o número para colocar em curvas. o Escore Z = desvio padrão/o que desvia da média · Classificação curva 0 a 5 anos: ▪ -2 a +1 = variação normal de 0 a 5 anos de idade · +1 a +2 = risco de sobrepeso · +2 a + 3 = sobrepeso · Acima de + 3 = obesidade · Classificação curva 5 a 19 anos: ▪ -2 a +1 = variação normal · +1 a +2 = sobrepeso · +2 a + 3 = obesidade · Acima de + 3 = obesidade grave · Circunferência abdominal usada com divergências em livros no ponto de corte, por isso usamos o IMC mesmo. Tratamento · Diminuição da ingesta calórica. · Prevenção do ganho de peso excessivo. · Aumento do gasto energético. · Aumento da atividade física. · Diminuir o comportamento sedentário. · Para bebês abaixo de 1 ano, o recomendado é brincar com a criança e não influenciar o tempo de tela. DISLIPIDEMIA- CT, LDL, HDL, TG. · A arteriosclerose se desenvolve por fatores genéticos e por fatores ambientais. · Primária > predisposição genética que pode ser modificada pelo fator ambiental · Secundária > secundária a hábitos de vida inadequados, síndromes e ingesta de medicamentos. · O diagnóstico de dislipidemia é realizado por mais de uma mensuração > 2 coletas do mesmo laboratório, sempre em jejum · O jejum deve ser de no mínimo de 8 horas. · Muitos desses resultados positivos são falsos positivos, pois os pais não respeitam o período adequado de jejum para realizar o exame. · Recomendações do consenso de dislipidemia de 2013. · Determinação de perfil lipídios em todas as crianças quando: · Avós, pais, irmãos, primos de primeiro grau, que apresentam dislipidemia grave ou manifestação de aterosclerose prematura. · Criança com clínica de dislipidemia > principalmente alterações de pele (Xantelasma). · História familiar desconhecida. · Acometimento de outras doenças como hipotireoidismo, síndrome nefrótica, imunodeficiência... · Utilização de contraceptivos, imunossupressores, corticoide, antirretrovirais e outras drogas que possam induzir a elevação dos níveis de colesterol. · A partir dos 2 anos de idade deve-se coletar > se o exame estiver normal, deve-se ser repetido a cada 3 ou 5 anos, conforme criança for evoluindo. · Cuidado > valores de referência diferem nas faixas etárias infantis e adultas. · Manejo da dislipidemia. · TG > 500 ou LDL > 250 = encaminhar ao endocrinologista pediatrico. · LDL < 110 e TG < 100 se criança < 10 anos ou TG < 130 entre os 10 e 19 anos = mudanças no estilo de vida. · LDL entre 110 – 130 = mudanças nos hábitos de vida e repetição do exame de 1 em 1 ano. · LDL > 130 = mudar estilo de vida e consultas mensais com repetição de exame a cada 3 meses. · TG > 100 ou 130 = mudanças no estilo de vida e consultas mensais, com repetição de exames a cada 3 meses. · Tratamento medicamentoso. · Crianças acima de 10 anos que não correspondem após 1 anos de tto com mudanças no estilo de vida. · Pacientes com LDL que permanece maior que 190 ou 160 + HF de evento precoce. · Estatinas são a primeira linha de escolha, pois bloqueiam a síntese de colesterol. · Resinas > perda fecal de colesterol. · Fibratos > reduz TGC e aumenta HDL > mais naqueles com risco de pancreatite: TGC > 400mg/dL. ANEMIA FERROPRIVA · Em criança a anemia mais comum é a ferropriva, mas não é a doença base, tem algo causando a anemia. · A Hb vai variar na tabela conforme a idade da criança. · A anemia não é um diagnóstico em sim, mas um sinal da presença de doença básica que está causando um déficit na produção de hemácias. · OMS estima que metade das crianças menores de 5 anos tem anemia ferropriva! · Todo o metabolismo está muito rápido, então o consumo se torna muito grande. · Faixa etária mais acometida ocorre dos 6 aos 24 meses de idade. · Mais prevalente em áreas rurais > menor acesso aos cuidados de saúde. · Determinantes · Baixo nível socioeconômico. · Prematuridade. · Baixo peso ao nascer. · Insuficiência da ingesta de ferro. · Desmame precoce. · Diagnóstico > eventualmente pode ser feito por sintomas clínicos > geralmente ocorre em crianças maiores. > para termos manifestações clínicas, a anemia assume valores alarmantes. · Concentração de hemoglobina > padrão mais usado > baixa especificidade e baixa sensibilidade para avaliar o estado nutricional de ferro > · A HB pode estar baixa porque criança está com uma pneumonia, e não com um distúrbio nutritivo. · Ferritina sérica > padrão bioquímico mais específico. · Quando ferritina sérica for baixa e estiver associada a uma hb baixa, temos o diagnóstico de anemia ferropriva.· Hemácia > microcítica e hipocromica. > VCM diminuído e RDW aumentado. · Consequências de ter anemia ferropriva · Diminuição do transporte de oxigênio nos tecidos. > hipoxia. · Alterações de pele e mucosas. · Alterações gastrointestinais. · Alterações imunológicas. · Alterações de termorregulação. · Fadiga, fraqueza, palpitação.. · Fica mais disposta a infecções virais, fúngicas, redução da função cognitiva, do crescimento e do desenvolvimento psicomotor. · Esse retardo no desenvolvimento, gerado pela anemia ferropriva, não se altera mesmo após o tratamento adequado!!!!! · Distúrbios comportamentais. · O retardo do desenvolvimento gerado pela anemia ferropriva não consegue ser revertido mesmo após o tratamento adequado. · Prevenção · Educação alimentar. · Suplementação medicamentosa. · Melhorar qualidade da dieta oferecida. · Incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. · Não uso de leite de vaca antes de 1 ano. · Controle de infecções. · Saneamento básico. · Incentivo à ingestão de alimentos ricos em ferro > leguminosas em geral (feijão, lentilha, grão de bico, ervilha) e carne. · Cuidado com tendências vegetarianas > na vida adulta não causa problemas, mas nas crianças vegetarianas e veganas, deve-se sempre investigar anemia e suplementar com ferro além do tempo normal. · Clampeamento tardio do cordão umbilical > 3 minutos > faz com que flua bastante sangue do corpo materno pelo cordão umbilical para o bebê indicou menores riscos de desenvolvimento de anemia ferropriva, · Tratamento · O tratamento depende da intensidade da anemia. · Sulfato ferroso, juntamente com alimentos ricos em Vitamina C(laranja, abacaxi, limão), que melhoram a absorção do fármaco e EVITAR ingerir com leite e com outros alimentos. · Dose diária de 3 a 5mg/kg/dia entre 3 e 4 meses, e só depois repetir exames para ver se ocorreu normalização dos níveis teciduais. · Já se espera uma melhora importante da hemoglobina no primeiro mês de tto, mas o depósito de ferritina ainda pode estar baixo. DESNUTRIÇÃO · Normalmente presente em locais de extrema pobreza. · A desnutrição energético proteica está em desbalanço celular entre o suprimento de nutrientes e a demanda do organismo. · Pode ser primária ou secundária. · Primária > oferta insuficiente de nutrientes por um determinado período de tempo. · Secundária > associada a doenças e situações que causem uma demanda energética muito maior > fibrose cística (doença triada no teste do pezinho, que causa uma alteração pulmonar, esteatodiarreia, com perda de enzimas pancreáticas), cardiopatias (coração demanda muita energia e não consegue trabalhar muito bem), neuropatias (criança não consegue se alimentar, precisa utilizar sondas...) · São duas principais formas clinicas de desnutrição: Marasmo e Kwashiorkor · Marasmo > acomete lactentes jovens – até 2 anos de idade. · Baixa atividade. · Pequenos para idade. · Atrofia muscular subcutânea. · Desaparecimento da bola de bichat, > última gordura a ser consumida no corpo. > gordura da região malar > bochecha. · Costelas visíveis · Aspecto envelhecido. · Cabelos finos · Abdômen globoso, aparência apática. · Deficiência de alimentos, energética e proteica. · Kwashiorkor >MAIS GRAVE deficiência proteica. · Perda de liquido para o extracelular, totalmente edemaciada. · Alterações na pele > Lesões hipocrômicas e hipercrômicas com descamação. · Alterações de cabelos. · Fígado grande e ascite, geralmente causada pela hipoalbuminemia (responsável pela pressão osmótca). · Anasarca > edema generalizado causado pela deficiência de albumina. · Cuidado com edema cerebral. · Apatia ou irritabilidade; · Maior risco de mortalidade. > Menor resposta na fase aguda em vigência de infecções. · Deficiência de albumina. · Tratamento > é ideal que se passe por uma fase inicial de internação hospitalar ( desidratação) > muitas vezes é colocado sonda para alimentar essa criança, com acesso venoso, para hidratar. · Estabilização de infecções, distúrbios hidroeletrolíticos e ácidos básicos. · Reabilitação física e emocional > recuperação nutricional, após a alta manter acompanhamento nutricional, pediátrico > prevenção multidisciplinar. · Prevenção > aleitamento materno exclusivo até 6º mês. · Introdução da alimentação complementar de forma adequada. · Vigilância das curvas de crescimento. · Orientações quanto a higiene e preparo de alimentos, cuidado com água, etc 2 Caroline Zanella ATM 2022/a
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