Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FGVIDT FGV IDT ELEMENTOS DO MARKETING FGVIDT Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................... 7 UNIDADE 01 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS ...................... 8 1.1 – DIVERSIDADE DE CONCEITOS .............................................................................. 8 1.2 – CONCEITOS CENTRAIS ........................................................................................... 9 1.3 – VALOR..................................................................................................................... 11 1.4 – BENEFÍCIOS ........................................................................................................... 12 1.5 – CUSTOS .................................................................................................................. 12 1.6 – SATISFAÇÃO .......................................................................................................... 13 1.7 – INSATISFAÇÃO ...................................................................................................... 14 1.8 – FOCO DO CLIENTE................................................................................................ 14 1.9 – CANAIS DE MARKETING ....................................................................................... 14 1.10 – AMBIENTE DE MARKETING ................................................................................. 15 1.11 – MIX DE MARKETING ............................................................................................ 15 1.12 – NECESSIDADES E DESEJOS .............................................................................. 16 1.13 – CONSUMO ............................................................................................................ 17 UNIDADE 02 – ORIENTAÇÕES DE MARKETING ................ 18 2.1 – ORIENTAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................. 18 2.2 – ORIENTAÇÃO PARA PRODUTO ............................................................................ 19 2.3 – ORIENTAÇÃO PARA PRODUÇÃO ........................................................................ 19 2.4 – ORIENTAÇÃO PARA VENDAS .............................................................................. 20 2.5 – ORIENTAÇÃO PARA MARKETING ........................................................................ 20 2.6 – ORIENTAÇÃO HOLÍSTICA ..................................................................................... 20 2.7 – MELHOR ORIENTAÇÃO ........................................................................................ 21 UNIDADE 03 – EVOLUÇÃO DO MARKETING ...................... 22 3.1 – FASES DO MARKETING ........................................................................................ 22 3.2 – FASE 1 .................................................................................................................... 22 FGVIDT 3.3 – FASE 2..................................................................................................................... 23 3.4 – FASE 3..................................................................................................................... 23 3.5 – FASE 4 .................................................................................................................... 24 3.6 – MARKETING DE MASSA ........................................................................................ 24 3.7 – MARKETING DE SEGMENTO ................................................................................ 24 3.8 – MARKETING INDIVIDUALIZADO ........................................................................... 25 3.9 – TROCAS .................................................................................................................. 26 3.10 – ATRAÇÃO VERSUS RETENÇÃO ........................................................................ 26 3.11 – RELACIONAMENTOS DURADOUROS ................................................................ 26 3.12 – VISÃO DO CLIENTE .............................................................................................. 27 3.13 – VALOR DO CICLO DE VIDA DO CLIENTE ........................................................... 28 UNIDADE 04 – COMPOSTO DE MARKETING ...................... 29 4.1 – PRODUTO - 4PS ...................................................................................................... 29 4.2 VARIÁVEIS ................................................................................................................. 29 4.3 – PRODUTO ............................................................................................................... 30 4.4 – CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................... 31 4.5 – PRODUTO NÚCLEO E PRODUTO BÁSICO ........................................................... 32 4.6 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ................................................................................ 32 4.7 – DECISÕES DE PRODUTO ...................................................................................... 33 4.8 – QUALIDADE DO PRODUTO ................................................................................... 34 4.9 – ESTILO E DESIGN DO PRODUTO ......................................................................... 34 4.10 – MARCA .................................................................................................................. 34 4.11 – EMBALAGEM ........................................................................................................ 35 4.12 – MIX DE PRODUTOS.............................................................................................. 35 4.13 – NOVOS PRODUTOS ............................................................................................. 36 4.14 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO ............................................................................. 36 4.15 – DEFINIÇÃO DE PREÇO ........................................................................................ 38 4.16 – ERROS MAIS COMUNS ........................................................................................ 39 4.17 –DECISÕES SOBRE PREÇOS ................................................................................ 39 4.18 – ELASTICIDADE ..................................................................................................... 41 4.19 – FATORES INTERVENIENTES .............................................................................. 42 4.20 – CONCORRÊNCIA ................................................................................................. 43 4.21 – ESTRATÉGIAS DE PREÇOS ................................................................................ 43 4.22 – SKIMMING DE MERCADO .................................................................................... 44 4.23 – PENETRAÇÃO DE MERCADO ............................................................................. 44 4.30 – DEFINIÇÃO DE PRAÇA ........................................................................................ 45 4.31 – INTERMEDIÁRIOS ................................................................................................ 45 4.32 – CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ................................................................................. 46 4.33 – TIPOS DE INTERMEDIÁRIOS ............................................................................... 48 4.34 – CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................. 49 4.35 – CONFIGURAÇÕES DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ........................................... 49 4.36 - POLÍTICAS DE CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ......................................................... 50 4.37 – COMUNICAÇÃO ...................................................................................................51 4.38 – FERRAMENTAS .................................................................................................... 52 4.39 – ELEMENTOS ......................................................................................................... 53 4.40 – PROCESSO .......................................................................................................... 54 FGVIDT UNIDADE 05 – AMBIENTE DE MARKETING ........................ 55 5.1 – AMBIENTE DE MARKETING .................................................................................. 55 5.2 – AMBIENTE EXTERNO ............................................................................................ 56 5.3 – MACROAMBIENTE ................................................................................................. 56 5.4 – FORÇAS DO MACROAMBIENTE .......................................................................... 56 5.5 – AMBIENTE-TAREFA ............................................................................................... 57 5.6 – AMBIENTE INTERNO ............................................................................................. 57 5.7 – NECESSIDADES DO CLIENTE ............................................................................... 58 5.8 – ANÁLISE DO AMBIENTE ........................................................................................ 58 5.9 – TIPOS DE RECURSOS ........................................................................................... 58 5.10 – PONTOS FORTES E FRACOS ............................................................................. 59 5.11 – TENDÊNCIA DE MARKETING ............................................................................. 59 5.12 – MARKETING DE PERMISSÃO ............................................................................. 60 5.13 – MARKETING VIRAL .............................................................................................. 60 5.14 – AMBIENTE COMPETITIVO ................................................................................... 61 UNIDADE 06 – MARKETING DE RELACIONAMENTO ....... 62 6.1 – CONCEITO .............................................................................................................. 62 6.2 – RELACIONAMENTO COM CLIENTE ...................................................................... 63 6.3 – FERRAMENTAS ...................................................................................................... 63 6.4 – TELEMARKETING .................................................................................................. 63 6.5 – COMUNICAÇÃO DIRIGIDA .................................................................................... 64 6.6 – SUPORTE ............................................................................................................... 64 6.7 CONCEITO DE CRM .................................................................................................. 65 6.8 – PAPEL DA TECNOLOGIA ...................................................................................... 65 6.9 – PROJETO CORPORATIVO ..................................................................................... 65 6.10 – AVALIAÇÃO .......................................................................................................... 66 6.11 – BENEFÍCIOS ......................................................................................................... 66 6.12 – OUTROS BENEFÍCIOS ......................................................................................... 67 6.13 – BANCO DE DADOS .............................................................................................. 68 6.14 – OBJETIVOS PRÁTICOS ........................................................................................ 68 6.15 – NÍVEIS DE RELACIONAMENTO ........................................................................... 69 UNIDADE 07 – INFORMAÇÕES EM MARKETING PESQUISA DE MERCADO ........................................................ 70 7.1 – ANÁLISE DO AMBIENTE EM MARKETING ............................................................ 70 7.2 – OPORTUNIDADES E AMEAÇAS ........................................................................... 70 7.3 – IMPLEMENTAÇÃO .................................................................................................. 71 7.4 – SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE MARKETING ................................................. 71 7.5 – DADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS ................................................................. 72 7.6 – ESCOLHA DE DADOS ............................................................................................ 72 7.7 - VANTAGENS E DESVANTAGENS .......................................................................... 73 7.8 FUNCIONAMENTO DAS INFORMAÇÕES ................................................................ 74 7.9 – DESENVOLVIMENTO DE INFORMAÇÕES ........................................................... 74 7.10 – SISTEMAS DE DADOS INTERNOS ...................................................................... 75 FGVIDT 7.11 – SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA DE MARKETING ................................................. 76 7.12 – SISTEMAS DE PESQUISA DE MARKETING ........................................................ 76 7.13 - PROJETOS DE PESQUISA DE MARKETING ........................................................ 76 UNIDADE 08 – PESQUISA DE MARKETING ......................... 78 8.1 - PESQUISA EM MARKETING ................................................................................... 78 8.2 – FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................................. 78 8.3 – ELABORAÇÃO DE ABORDAGEM .......................................................................... 79 8.4 – RESTRIÇÕES ......................................................................................................... 79 8.5 – CONCEPÇÃO DA PESQUISA ................................................................................ 80 8.6 – PESQUISA EXPLORATÓRIA VERSUS PESQUISA CONCLUSIVA ....................... 80 8.7 – MEDIÇÃO E ESCALONAMENTO ............................................................................ 81 8.8 – COLETA DE DADOS ............................................................................................... 81 8.9 – AMOSTRAGEM ....................................................................................................... 82 8.10 – PLANEJAMENTO DE ANÁLISE DE DADOS ......................................................... 82 8.11 – TRABALHO DE COLETA DE DADOS ................................................................... 82 8.12 – PREPARAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................................... 83 8.13 - PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO .......................................... 83 8.14 CLASSIFICAÇÃO AMPLA ........................................................................................ 84 8.15 – CLASSIFICAÇÕES ................................................................................................ 84 8.16 – PESQUISA EXPLORATÓRIA ............................................................................... 85 8.17 – ABORDAGENS ..................................................................................................... 86 8.18 – PESQUISA CONCLUSIVA .................................................................................... 86 8.19 – RELAÇÕES DE CAUSA-EFEITO .......................................................................... 86 8.20 MÉTODOS DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 87 8.21 – REALIZAÇÃO DOS S URVEYS ............................................................................. 87 8.22 – OBSERVAÇÃO ......................................................................................................88 8.23 – QUESTIONÁRIOS ................................................................................................. 88 8.24 – FORMULÁRIOS OBSERVACIONAIS .................................................................... 89 8.25 – AMOSTRAGEM ..................................................................................................... 89 8.26 – AMOSTRAS PROBABILÍSTICAS .......................................................................... 89 8.27 – AMOSTRAS NÃO PROBABILÍSTICAS.................................................................. 90 8.28 - CONFIABILIDADE E CUSTOS ............................................................................... 90 UNIDADE 09 – BENCHMARKING ............................................ 91 9.1 – CONCEITO .............................................................................................................. 91 9.2 – TIPOS ...................................................................................................................... 91 9.3 – OBJETO DE ESTUDO ............................................................................................. 92 9.4 – ETAPAS ................................................................................................................... 92 9.5 – BENEFÍCIOS ........................................................................................................... 93 9.6 – OUTROS BENEFÍCIOS .......................................................................................... 93 UNIDADE 10 – RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ......................................................................................................... 95 FGVIDT 10.1 – CONCEITO ............................................................................................................ 95 10.2 – AMPLIAÇÃO DO CONCEITO ................................................................................ 95 10.3 – RELAÇÃO COM MARKETING .............................................................................. 96 10.4 – RESPONSABILIDADE SOCIAL ............................................................................ 96 10.5 – MARKETING DE RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................ 97 10.6 – BENEFÍCIOS ......................................................................................................... 98 10.7 – DEMANDA DO MERCADO ................................................................................... 98 UNIDADE 11 – E-MARKETING ............................................... 100 11.1 – CONCEITO .......................................................................................................... 100 11.2 – PERSPECTIVAS ................................................................................................. 100 11.3 – E-COMMERCE .................................................................................................... 101 11.4 – MOBILE MARKETING ......................................................................................... 101 11.5 - BENEFÍCIOS ........................................................................................................ 102 11.6 - OUTROS BENEFÍCIOS ........................................................................................ 103 BIBLIOGRAFIA BÁSICA .......................................................... 104 FGVIDT Apresentação A disciplina de Elementos de marketing apresenta uma abordagem teórica e prática dos temas relacionados com a gestão e estratégias de marketing, compreendendo que marketing deixa de ser associado à publicidade, propaganda, divulgação de marcas, e considerando que é uma importante ferramenta estratégica para que a empresa consiga ser competitiva. Elementos de marketing busca desenvolver um profissional preparado para o mercado cada vez mais competitivo e em transformação e dar a ele uma visão estratégica de mercado e conhecer todas as ferramentas, estratégias e ações de marketing. FGVIDT Unidade 01 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS Nesta unidade, vamos estudar as conceituações de marketing por autores e pela Associação Americana de Marketing – AMA e os principais conceitos que abrangem as estratégias de marketing, ampliando a visão comumente associada ao marketing a vendas ou propaganda. 1.1 – DIVERSIDADE DE CONCEITOS Muitas pessoas pensam que marketing significa vendas ou propaganda.... Outros pensam que marketing está relacionado a estratégias de apresentação pessoal. No entanto, o conceito de marketing é muito amplo. Vejamos algumas definições... Associação Americana de Marketing – AMA marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. Kotler e Armstrong (2014) relatam que marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros. Rocha e Christensen definem marketing como uma função gerencial, que busca ajustar a oferta da organização a demandas específicas do mercado, utilizando como ferramental um conjunto de princípios e técnicas. Pode ser visto também como um processo social, pelo qual são reguladas a oferta e demanda de bens e serviços para atender às necessidades sociais. É ainda uma orientação da administração, uma filosofia, uma visão. Essa orientação reconhece que a tarefa primordial da organização é satisfazer o consumidor, atendendo a suas necessidades, levando em conta seu bem-estar a longo prazo, respeitadas as limitações e exigências impostas pela sociedade e atendidas as necessidades de sobrevivência e continuidade da organização. Marketing envolve conceitos de troca entre partes, de ganho social e de stakeholders – públicos com interesse na organização, que podem ser órgãos da sociedade civil, comunidades e a sociedade como um todo. FGVIDT 1.2 – CONCEITOS CENTRAIS Os conceitos centrais em marketing são... Troca e transação... A troca é uma maneira de uma pessoa ou de uma organização obter um produto. Para que o potencial de troca exista, são essenciais cinco condições... • que existam, pelo menos, duas partes – o ofertante e o demandante; • que as partes possuam algo que represente valor para a outra parte; • que as partes tenham capacidade de comunicação e entrega; • que as partes estejam livres para aceitar ou recusar a oferta de troca; • que as partes acreditem ser adequado participar da negociação. Duas partes estão engajadas em uma troca se estiverem negociando, tentando chegar a condições aceitáveis para ambas. Quando as partes chegam a um acordo, ocorre uma transação. Transação é uma comercialização de valores entre duas ou mais partes. Cliente – ou demandante... Clientes são aqueles que têm suas necessidades atendidas por uma organização. Clientes são os grupos ou indivíduos que escolhem os produtos oferecidos pela empresa para o atendimento de suas necessidades. Clientes podem ser pessoas físicas ou organizações – privadas ou públicas. Relacionamento e redes... No marketing, a consistência da troca – o relacionamento – é tão importante quanto a troca em si. O marketing de relacionamento tem como objetivo estabelecer relacionamentos mutuamente satisfatórios, de longo prazo, com partes-chave – clientes, fornecedores e distribuidores. O marketing de relacionamento tem como finalidade ganhar e reter a preferência do cliente e seus negócios no longo prazo. O resultado do marketing de relacionamento é a construção de um patrimônio corporativo, denominado rede de marketing. A rede de marketing consistena organização e naqueles que a apoiam – ou seja, clientes, funcionários, fornecedores, distribuidores, revendedores, diversos stakeholders. Produto ou oferta... O produto é o objeto da troca. Produto é qualquer coisa oferecida ao mercado que irá satisfazer uma necessidade ou um desejo do cliente – ou usuário. Produto pode ser um bem físico, um serviço, uma ideia, um lugar, uma pessoa e até Kenny G Highlight FGVIDT uma instituição. Por exemplo, uma pessoa pode comprar um plano de previdência privada do Banco do Brasil não pelas características do produto em si, mas pela tradição e segurança da instituição. Mercado-alvo e segmentação... Uma organização raramente consegue satisfazer a todos em um mercado. Por isso, é preciso identificar e traçar os perfis de grupos distintos de compradores que podem preferir um composto mercadológico variável. Um segmento de mercado refere-se a um grupo de pessoas ou organizações que reagem, de maneira similar, a dado estímulo de marketing. Os estímulos principais dizem respeito a produto, preço, promoção e à praça. Nem todas as organizações segmentam seus mercados; três estilos de segmentação são possíveis... Marketing de massa... Uma organização pode oferecer um produto e tentar convencer todos os compradores potenciais sobre o valor do produto. Ela produz, apreça, comunica e distribui um produto e tenta atrair todas as pessoas aptas a usá-lo. Marketing de produto diferenciado... A organização oferece dois ou mais produtos que podem ser diferentes em termos de qualidade, conteúdo ou característica. Em vez de criar produtos específicos para as necessidades específicas, a organização espera que todos os compradores potenciais encontrarão algo adequado entre suas ofertas variadas. Essa diferenciação é feita mais sob a perspectiva da oferta do que da demanda, ou seja, a satisfação de necessidades específicas pode não ser levada em conta. Marketing de segmentos.... Consiste na abordagem sob a perspectiva da demanda. A organização distingue entre os diferentes segmentos que compõem o mercado, escolhe um ou mais desses segmentos e desenvolve ofertas de mercado específicas para atender às necessidades de cada mercado-alvo. Posicionamento... Posicionamento é o ato de desenvolver a oferta e a imagem do produto ou da organização para ocupar um lugar de destaque na mente do público-alvo em relação à concorrência. O posicionamento é baseado no entendimento de como os clientes definem valor e escolhem entre os fornecedores. O posicionamento consiste de três etapas... • identificar possíveis diferenças no produto, nos serviços agregados – como atendimento – e na imagem da organização, que representam um diferencial em relação aos concorrentes; • aplicar um critério para escolha das diferenças mais importantes; FGVIDT • comunicar ao mercado-alvo como a organização ou o produto se diferenciam de seus concorrentes. Valor... Valor para o cliente – ou seja, o valor percebido por ele – refere-se à diferença entre os benefícios e os custos envolvidos no processo de troca. O cliente recebe benefícios e assume custos. Os benefícios incluem aqueles... • funcionais – utilidade do produto; • emocionais – consequência de uma compra bem-feita que gera satisfação e outras emoções. Os custos para o cliente incluem... • monetários – preço do produto; • temporais – tempo gasto; • esforços realizados com a busca do produto; • comportamentais – atividade física envolvida; • psicológicos – estresse de uma compra malfeita, percepção de risco... 1.3 – VALOR As pessoas adquirem produtos que atendem a suas necessidades dentre as diversas alternativas que conhecem e que se apresentam – ou seja... ...valor = benefícios - custos. O que orienta as pessoas na escolha da melhor opção é conceito de valor – ou valor percebido. Valor representa uma comparação mental que uma pessoa faz entre... ...os benefícios que busca receber ao adquirir e utilizar um produto... ...os custos incorridos na aquisição. O valor de determinado produto para uma pessoa, em geral, é diferente do valor desse mesmo produto para outra pessoa, dependendo dos benefícios e custos percebidos por cada uma. O cálculo do valor percebido é subjetivo e individual... FGVIDT Os benefícios decorrentes da aquisição podem variar bastante entre pessoas. 1.4 – BENEFÍCIOS Os benefícios que o cliente recebe a partir da compra e da utilização de um produto podem ser... Funcionais... Benefícios tangíveis, mensuráveis, decorrentes do uso. Podem estar relacionados ao desempenho do produto e aos resultados obtidos com sua utilização. Por exemplo, uma refeição sacia a fome... Um carro tem determinada autonomia e potência de motor... Um sapato é confortável. Sociais... O cliente pode ser positivamente percebido por outras pessoas por utilizar um determinado produto. O gosto musical ou artístico pode ter esse efeito. O uso de marcas de alto status pode fazer com que uma pessoa se sinta admirada. Pessoas formam grupos sociais identificados pelo uso e consumo de alguns produtos, como os metaleiros, os surfistas, entre outros vários exemplos. Pessoais.... Estão relacionados aos sentimentos positivos desenvolvidos pelo cliente ao utilizar o produto. Pessoas preocupadas com a saúde podem se sentir bem ao ir para o trabalho de bicicleta. Colecionadores de selo gostam de comprar selos raros, mesmo que jamais venham a ser utilizados para postar cartas. Experimentais.... Refletem o prazer sensorial obtido pelo uso dos produtos. São abundantes nos parques de diversões, nas viagens de aventura, nos restaurantes temáticos, nos cinemas... 1.5 – CUSTOS Por outro lado, os custos envolvidos na aquisição dos produtos também podem ser de diversas naturezas... FGVIDT Monetários ... Custos monetários são a quantidade de dinheiro necessária para adquirir um produto. Custos monetários são aqueles mais facilmente percebidos e quantificados. Incluem, além do preço do produto, taxas de transporte e instalação, juros nas compras a crédito... Temporais ... Custos temporais estão relacionados ao tempo gasto com a compra do produto e ao tempo em que o produto estará disponível para o uso. Psicológicos ... Custos psicológicos relacionam-se com a tensão envolvida na compra de um produto e com a energia mental necessária para a tomada de decisão. Podem envolver a preocupação em se fazer a escolha certa ou o constrangimento por se comprar determinado produto. Por exemplo, quando compramos produtos de marcas menos conhecidas e mais baratas – pelo receio de o produto não apresentar a qualidade necessária, pelo risco de sermos vistos comprando e consumindo produtos mais baratos que nossos amigos – mas também ao comprarmos produtos muito caros – quando podemos ser considerados perdulários. Comportamentais ... Custos comportamentais estão relacionados ao nível de atividade física envolvida com a compra. Andar distâncias muito grandes – o que ocorre nos grandes shopping centers – pode ser um problema para consumidores mais idosos. Estacionar em lugares afastados, permanecer em pé por um longo período de tempo também são exemplos de custos comportamentais. 1.6 – SATISFAÇÃO O processo que precede uma compra é caracterizado pela criação de expectativas sobre os benefícios que serão obtidos a partir dos custos nos quais o cliente irá incorrer. Cabe à empresa satisfazer o cliente! A empresa deve entregar ao cliente um produto que tenha, efetivamente, o valor desejado, apresentando os benefícios esperados compatíveis com os custos incorridos. Quando ocorre a compatibilidade entre custos e benefícios, o cliente fica satisfeito. As empresas devem fazer pelo menos isso para se manter no mercado. Uma empresa pode, eventualmente, não atender às expectativas de um cliente. Entregar menos queo esperado é caminhar em direção à insatisfação do cliente. Essa atitude pode ser perigosa, mas pode não passar de uma falta de habilidade da empresa para entender o que o cliente espera, deseja ou do que ele necessita. FGVIDT 1.7 – INSATISFAÇÃO Quando o não atendimento ao cliente é um fato isolado dentro de um histórico de bons antecedentes de transações entre a empresa e o cliente, um erro pode ser relevado. Entretanto, quando o cliente percebe um padrão de falta de atendimento a suas necessidades, essa insatisfação pode levar à troca de fornecedor. Esse comportamento é muito mais provável em situações em que os consumidores percebam diversas alternativas de fornecimento, o que acontece em mercados mais competitivos. É importante para uma empresa conhecer os motivos que levam um cliente a se sentir insatisfeito. Dessa maneira, a empresa pode eliminar as razões da insatisfação e continuar fornecendo os produtos que irão atender às necessidades do cliente. O problema é que nem todas as pessoas expressam a insatisfação com a empresa... 1.8 – FOCO DO CLIENTE Uma insatisfação pode ser decorrente, simplesmente, da incapacidade de a empresa entender o que representa valor para seus clientes. Por exemplo, os benefícios esperados podem não estar sendo oferecidos, apesar de a empresa se esforçar para entender seu cliente e oferecer a ele características que julgue importante. De fato, esse é o ponto... O foco não é o que a empresa julga ser importante... é aquilo a que o cliente atribui importância. Mais que foco no cliente, foco do cliente... Ver e entender as ofertas sob a perspectiva do cliente é primordial. 1.9 – CANAIS DE MARKETING Para alcançar um mercado-alvo, a organização faz uso de dois tipos básicos de canais... FGVIDT • canais de comunicação – utilizados para transmitir mensagens a públicos-alvo e deles receber mensagens. Entre esses canais estão a força de vendas, a mídia – conjunto dos meios de comunicação –, a internet; • canais de distribuição – usados para demonstrar ou entregar produtos e serviços. 1.10 – AMBIENTE DE MARKETING Concorrência inclui todas as ofertas substitutas reais e potenciais que o público-alvo possa considerar. O ambiente de marketing é representado pelas pressões do ambiente que impactam a organização, como... • a concorrência; • os clientes; • os fornecedores e distribuidores; • a economia e a política; • os recursos naturais. As mudanças e tendências nos acontecimentos desses ambientes requerem ajustes nas estratégias de marketing da organização. 1.11 – MIX DE MARKETING Mix de marketing ou composto mercadológico é o conjunto de ferramentas de marketing que a organização utiliza para cumprir seus objetivos de marketing no mercado- alvo. São denominados 4 Ps do marketing... FGVIDT Produto... Variedade de produtos, qualidade e desempenho, design, nome da marca, embalagens e tamanhos, garantias, serviços. Preço... Lista de preços, descontos, prazos de pagamento, condições de financiamento. Praça... Disponibilidade do produto – locais de venda, canais, cobertura, estoques, transporte. Promoção... Comunicação com o mercado – ferramentas de comunicação, como propagandas, promoções de vendas, mídias, canais. Os 4 Ps também são chamados de variáveis controláveis de marketing. 1.12 – NECESSIDADES E DESEJOS Necessidades... As pessoas têm necessidades diversas. Necessidades referem-se a sentimentos de privação que as pessoas experimentam. Essa privação pode ser de ordem... FGVIDT • física – fome, calor, proteção; • social – participação em um grupo, reconhecimento; • individual – autoexpressão, conhecimento. Necessidades não são inventadas pelos profissionais de marketing, pois são intrínsecas ao ser humano. Desejos... Desejos são moldados pela cultura e pelo ambiente, ou seja, são extrínsecos ao ser humano. Os desejos são construídos com base na cultura a que o consumidor está exposto, no ambiente que o cerca, nos estímulos mercadológicos... 1.13 – CONSUMO Uma das formas de as pessoas atenderem a suas necessidades e seus desejos é o consumo. As empresas devem conhecer as necessidades e os desejos dos indivíduos, bem como as diversas alternativas para atendê-los, de modo a entregar produtos de alto valor. A partir desse conhecimento, é importante avaliar se existe capacidade de compra. Há capacidade de compra quando as pessoas têm recursos – financeiros ou não – suficientes para adquirir o que for necessário para atender a suas necessidades. Se os desejos e as necessidades podem ser comprados, dizemos que há demanda para o produto. Quando as demandas – necessidades suportadas por poder de compra – de um grupo de pessoas podem ser atendidas por algum produto, dizemos que existe um mercado. Para que um mercado se constitua, é necessário que exista... • uma necessidade percebida pelas pessoas; • um produto capaz de atender à necessidade; • o poder aquisitivo necessário para compra do produto. FGVIDT Unidade 02 – ORIENTAÇÕES DE MARKETING Nesta unidade vamos estudar as diversas orientações de marketing, que podem seguir diferentes orientações. São elas: produto, produção, vendas, marketing e holística. 2.1 – ORIENTAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO As empresas buscam o sucesso a partir de diferentes maneiras de organizar a função de marketing. São orientações de marketing... Orientação para produto.... Tem foco nos atributos do produto. Dessa forma, a empresa visa à criação de inovações – tecnologia, design ... – que julga capazes de atrair um número cada vez maior de clientes, pressupondo que produtos melhores serão mais procurados pelos clientes. Orientação para produção.... Tem foco nos processos de produção, buscando a fabricação com mais eficiência e eficácia. Julga que os clientes irão procurar produtos de qualidade com preços menores, advindos dos menores custos de fabricação, distribuição e comercialização. Orientação para vendas.... Envolve a concentração das atividades de marketing na venda de produtos disponíveis, considerando a necessidade de esforços elevados na promoção dos produtos. O foco é a persuasão dos clientes para comprar os produtos da empresa. Orientação para marketing... Parte do pressuposto de que, para atender às necessidades dos clientes por meio da oferta de produtos, é preciso conhecer, profundamente, a maneira pela qual essas necessidades se expressam, o que faz com que elas surjam e quais são os elementos que compõem a equação de valor para os clientes. É preciso conhecer também as alternativas percebidas pelos clientes para o atendimento de suas necessidades, de modo a poder oferecer-lhes um produto adequado. Orientação para marketing social... Muito semelhante à orientação para marketing, pressupõe que a empresa deve satisfazer às necessidades dos clientes, mas ainda assim manter ou melhorar o bem-estar dos consumidores e da sociedade. FGVIDT Essa orientação é uma resposta aos anseios cada vez maiores das pessoas, que demonstram preocupações com aspectos éticos nos negócios, envolvendo a responsabilidade pelo bom uso dos recursos ambientais e a não utilização de mão de obra de forma exploratória, por exemplo. A orientação para marketing social possui uma perspectiva muito mais de longo prazo. 2.2 – ORIENTAÇÃO PARA PRODUTO A orientação para o produto é importante em mercados dinâmicos, marcados pelas mudanças rápidas, em que não há tempo para pesquisas de marketing para perguntar o que o cliente quer. O risco da orientação para produto é... ...a empresa não perceber a real necessidade do cliente e envidar esforços que fujam àquilo que se propõe a atender. Theodore Levitt chama esse efeito de miopia de marketing. Levitt cita como exemplo, entre outros... ...as ferroviasamericanas, as quais não perceberam as alternativas crescentes de que os americanos dispunham para transporte, subestimando os novos desafios trazidos por ônibus, carros e aviões. 2.3 – ORIENTAÇÃO PARA PRODUÇÃO A orientação para produção é importante quando o custo do produto é excessivo, o que implica a busca de melhorias operacionais. Dessa forma, há menores custos de fabricação, distribuição e comercialização, que podem ser repassados aos clientes. Esse tipo de orientação também é importante quando a demanda é superior à oferta. Nesse caso, é preciso buscar formas de aumentar a produção. O risco dessa orientação é a perda de foco no que o cliente realmente deseja, ao restringirmos nossa preocupação a nossas próprias operações. FGVIDT 2.4 – ORIENTAÇÃO PARA VENDAS A orientação para vendas pode ser importante quando... ...a oferta é maior que a demanda... ...desejamos renovar o estoque de mercadorias, livrando-nos dos produtos mais antigos. A orientação para vendas também pode ser importante quando há um acúmulo de mercadorias nos estoques da empresa. O acúmulo de mercadorias pode ser decorrente de um erro de avaliação da demanda. No entanto, se considerarmos apenas a situação final – ou seja, os estoques estão lá, grandes e indesejáveis –, uma abordagem eminentemente de vendas pode ser primordial. A orientação para vendas pode encobrir os erros da empresa... 2.5 – ORIENTAÇÃO PARA MARKETING A orientação para marketing tem como foco as necessidades do cliente. Entretanto, ela também apresenta algumas limitações e alguns riscos... Existem situações em que é importante para uma empresa adotar outra orientação, como para vendas ou produto. Além disso, o foco exclusivo nas necessidades do cliente pode fazer com que a empresa deixe de lado outros elementos importantes, como acionistas, fornecedores e, sobretudo, funcionários. 2.6 – ORIENTAÇÃO HOLÍSTICA A expressão “holística” nos remete a igual ao todo ou equilibrado, dessa forma a orientação do marketing holístico, considera uma atenção em igual proporção (equilíbrio). As quatro dimensões que devem ter total equilíbrio na elaboração estratégica holística são: Marketing integrado – Os 4Ps devem ter total conexão com as outras dimensões. Marketing de Relacionamento – Refere-se aos clientes, fornecedores, colaboradores e todos os parceiros envolvidos com a empresa. Kenny G Highlight FGVIDT Marketing de desempenho – Considera todas as questões envolvendo a ética das decisões, sociedade, meio ambiente, EBITDA/receita, Marca, Customer Equity. Marketing Interno – Direção (lideranças) e investidores, departamento de marketing e demais departamentos. 2.7 – MELHOR ORIENTAÇÃO Qual é a melhor orientação da administração de marketing? Qual é a orientação mais correta conceitualmente? Em termos conceituais, uma empresa com orientação para marketing tem mais chances de sucesso no longo prazo. Nesse caso, o marketing... ...começa na definição precisa do mercado de atuação... ...concentra-se nas necessidades do cliente... ...coordena todas as atividades de marketing que afetam o cliente... ...obtém lucro a partir dos relacionamentos de longo prazo, baseados em entrega de valor e satisfação do cliente. Para tanto, o marketing busca conhecer, profundamente, o ambiente competitivo, obtendo informações a respeito dos clientes, dos concorrentes e de todos os aspectos que influenciam esse ambiente. A partir desse conhecimento, o marketing busca a criação dos produtos adequados – dentro de suas competências e respeitando suas limitações –, tornando-os disponíveis nas formas e nos locais adequados aos clientes. No entanto, o marketing holístico tem se mostrado eficiente e trazendo sustentabilidade para as organizações que conseguem aplicar esta orientação. Uma orientação complexa de se manter durante as normais oscilações do mercado, mas de resultados sustentáveis quando a empresa consegue manter esta orientação. Kenny G Highlight FGVIDT Unidade 03 – EVOLUÇÃO DO MARKETING Nesta unidade vamos estudar as fases e evoluções do marketing, uma forma importante de compreender a evoluções dos mercados e do desenvolvimento das estratégias de marketing, dando uma visão de como chegamos até aqui. 3.1 – FASES DO MARKETING O marketing, como área de conhecimento, tem pouco mais de 100 anos de existência no mundo. O marketing foi introduzido, no Brasil, na década de 1960. Desde então, o marketing tem evoluído sob o impacto das mudanças nos contextos social, político e econômico. O desenvolvimento do marketing foi classificado em quatro fases... • fase 1 – início do marketing – fim do século XIX a 1925; • fase 2 – estruturação e disseminação das práticas de ensino – 1926 a 1968; • fase 3 – ampliação do conceito e do ensino de marketing – 1969 a 1981; • fase 4 – pós-modernismo – questionamentos e fragmentação – 1981 até o presente. 3.2 – FASE 1 A formalização do marketing como área de conhecimento começou nos Estados Unidos, no princípio do século XX, dentro da área de Economia. O foco inicial do marketing consistia em tratar da distribuição e do consumo dos produtos. Predominava, portanto, a orientação para a produção. Não existia a preocupação com o cliente. A fase 1 do marketing também é caracterizada pelas primeiras pesquisas de mercado, FGVIDT realizadas por meio de... • entrevistas, em profundidade, com homens de negócios; • envio de questionários para empresários 3.3 – FASE 2 A fase de estruturação e disseminação das práticas de ensino – 1926 a 1968 – se iniciou com a fundação da Associação Nacional de Professores de Marketing e Propaganda. Em 1936, foi criada a American Marketing Association – AMA –, principal organização setorial de marketing hoje. A teoria de marketing se torna mais estruturada e profunda.... Cresce a visão do marketing como ciência... Em 1960, artigos apontavam para a necessidade de incorporação de outras disciplinas na construção da área de conhecimento marketing – ciências comportamentais e métodos quantitativos. Pela primeira vez, o cliente foi colocado no centro do processo – e não a organização, ou uma organização prestadora de um serviço ou fornecedora de um produto. Começou a surgir a questão da ética no marketing... Artigos denunciavam abusos e comportamentos impróprios de empresas, como a propaganda enganosa. Entre o final da década de 1950 e o início da década de 1960, foram introduzidos, no marketing, os conceitos de mix de marketing – 4Ps – e de segmentação de mercado – algo que não havia acontecido, até então, de maneira formal. 3.4 – FASE 3 Kotler e Levy ampliaram o conceito de marketing além do limite das organizações com fins lucrativos. Segundo os autores, a meta do marketing seria atender às necessidades dos clientes, sejam... • consumidores finais; • funcionários da organização – marketing interno; • stakeholders – incluindo a sociedade. FGVIDT O conceito de marketing evolui para a ideia geral de troca, superando a ideia mais limitada, de transações de mercado. O marketing passa a evidenciar uma conotação social – voltada para a contribuição à solução de problemas sociais. Crescem as críticas à abordagem de maximização de vendas. É a fase do consumerismo, da reação dos consumidores aos abusos das empresas. 3.5 – FASE 4 As décadas de 1980 e 1990 colocaram o cliente, primordialmente, no centro da organização. Consolidou-se a filosofia de marketing como sendo de toda a organização, não apenas do departamento de marketing. A internet revolucionou a área de marketing disseminando conceitos como comércio eletrônico, e-commerce, e e-marketing. Nessa fase, também se disseminaram os conceitos de marketing de serviços – incluindo o marketing de serviços bancário– e de marketing de relacionamento. 3.6 – MARKETING DE MASSA O marketing – como conceito e filosofia empresarial – foi aceito e implementado em diferentes setores da economia, em épocas diferentes. Durante algum tempo, a estratégia foi atrair e conquistar cada vez mais clientes, visando oferecer-lhes os produtos ofertados aos clientes que a empresa já possuía. Chamamos esse tipo de abordagem de marketing de massa. No marketing de massa, o objetivo consiste na produção, na distribuição e na promoção em massa de um mesmo produto para todos os compradores. 3.7 – MARKETING DE SEGMENTO A constatação de que os consumidores são diferentes em suas respostas às ofertas em função das diferenças culturais, sociais e individuais a que estão sujeitos leva a outra FGVIDT abordagem de marketing – o marketing de segmento. Segmentação é o processo de dividir o mercado em pedaços menores, compostos – a princípio – por pessoas com desejos e necessidades semelhantes. Em outras palavras, as empresas passaram a dividir os consumidores em grupos distintos entre si. Esses grupos são compostos por pessoas que compartilham características comuns, responsáveis por padrões específicos de comportamento de compra. O marketing de segmento possui uma abordagem mais precisa do que o marketing de massa. Grifes caras, por exemplo, objetivam um consumidor de classe mais alta... 3.8 – MARKETING INDIVIDUALIZADO O desenvolvimento tecnológico... ...permitiu o surgimento de soluções viáveis para o atendimento individualizado das necessidades dos clientes... ...facilitou a implementação, por algumas empresas, do conceito de marketing em sua plenitude – marketing individualizado ou marketing um a um. Os modernos sistemas computacionais... ...são compostos por processadores cada vez mais potentes e unidades de armazenamento de dados cada vez maiores... ...são gerenciados por bancos de dados e softwares amigáveis, dotados de grande capacidade analítica... ...tornaram-se disponíveis a preços acessíveis, a uma grande quantidade de empresas, popularizando o conceito de marketing um a um. Apesar dos recursos, nem todas as empresas que compram os novos sistemas computacionais conseguem utilizá-los plenamente. Essas empresas acabam frustrando as expectativas dos clientes – que elas mesmas se deram ao trabalho de elevar. FGVIDT 3.9 – TROCAS Durante muito tempo, este foi o foco das empresas... ...buscar, incessante e arduamente, consumidores interessados em fazer trocas. Na realidade, não havia diferença entre um novo cliente – experimentando a marca e o produto pela primeira vez – e um cliente habitual. As empresas não se davam conta de que um cliente habitual tem expectativas diferentes das expectativas de um novo cliente. Um cliente habitual tem algo que um novo cliente não tem – preferência pelo produto ou, no mínimo, algum motivo para consumi-lo de novo. 3.10 – ATRAÇÃO VERSUS RETENÇÃO As empresas perceberam que os esforços de marketing necessários – e os recursos financeiros envolvidos – para vender a clientes habituais são menores que aqueles necessários para convencer as pessoas a experimentarem produtos que ainda não conhecem. Em outras palavras, manter clientes é mais barato que atrair novos clientes! O reconhecimento de que clientes habituais são diferentes dos novos clientes trouxe para as empresas novos desafios. As pessoas passaram a esperar tratamento diferente das empresas fornecedoras dos produtos de que eram consumidoras habituais, em um nível superior de expectativas. A preocupação em reconhecer os clientes habituais e entregar a eles os produtos que atendem a suas maiores expectativas passou a ser chamado de marketing de relacionamento. O objetivo de manter clientes, muito mais que atrair novos clientes, passou a integrar a estratégia de um número cada vez maior de empresas. 3.11 – RELACIONAMENTOS DURADOUROS A criação e a manutenção de relacionamentos duradouros e lucrativos trazem benefícios tanto para a empresa quanto para os clientes. Kenny G Highlight Kenny G Highlight Kenny G Highlight FGVIDT Para as empresas, os benefícios podem ser classificados como... Aumento das compras... Clientes consistentemente satisfeitos com uma empresa tendem a repetir suas compras e aumentar o volume de negócios. Uma pessoa que compra determinado produto e se sente satisfeita pode passar a sempre comprá-lo – em detrimento dos concorrentes – e passar a comprar também outros produtos da empresa, que, antes, não consumia. Custos mais baixos... Os custos iniciais para atração e retenção de clientes podem ser elevados, compreendendo propagandas, descontos promocionais, despesas de instalações – como no caso de operadoras de TV por assinatura. Esses custos tendem a desaparecer ou diminuir, substancialmente, com o desenvolvimento do relacionamento ao longo do tempo. Boca a boca... Clientes satisfeitos tendem a contar a outros sobre as experiências positivas com a posse e o consumo de bens e serviços. No caso de produtos complexos e de difícil avaliação, o boca a boca é particularmente interessante, pois os clientes satisfeitos podem endossar as decisões das pessoas em dúvida. A publicidade boca a boca é mais eficaz e mais barata que qualquer outra forma de promoção. Retenção de funcionários... A retenção de funcionários é um benefício indireto; é mais fácil para as empresas manterem seus funcionários com uma base sólida de clientes satisfeitos. Os serviços tendem a melhorar – e, consequentemente, os clientes tendem a ficar mais satisfeitos, em uma espiral ascendente positiva – e os custos administrativos decorrentes da rotatividade de pessoal tendem a diminuir. 3.12 – VISÃO DO CLIENTE Para os clientes, relacionamentos duradouros com empresas podem ter base em... Confiança... Ao desenvolver, com um fornecedor, uma relação de longo prazo, uma pessoa diminui a incerteza que envolve qualquer compra – se irá ou não obter os benefícios esperados, por exemplo. Além disso, algumas decisões de compra exigem um tempo para que a pessoa se habitue ao produto ou serviço. Os custos psicológicos envolvidos em uma troca de fornecedor podem ser elevados. Por exemplo, podemos pensar no trabalho que temos quando decidimos trocar de FGVIDT escola... novos professores, outros inspetores, novos amigos, novos procedimentos... Laços sociais... Ao longo do tempo, um cliente pode desenvolver laços sociais com a empresa, principalmente, com prestadores de serviços. Cabeleireiros fazem isso muito bem. Um outro efeito é percebido em escolas, onde há relacionamento entre os clientes – os alunos têm suas turmas e os pais desenvolvem relações sociais entre si. Tratamento especial.... Diz respeito a condições especiais que um cliente adquire por ser um cliente habitual de uma empresa. Envolve descontos, atendimento personalizado, serviços adicionais... 3.13 – VALOR DO CICLO DE VIDA DO CLIENTE Subjacente ao conceito de marketing de relacionamento, está a ideia de valor do ciclo de vida do cliente para a empresa... Valor do ciclo de vida do cliente é quanto a empresa ganha realizando negócios com uma pessoa, durante todo o tempo em que ela é cliente. Por ganhar, entendemos... ...o quanto a empresa recebe, em termos financeiros, pelas vendas, descontando os custos e investimentos necessários para manter a relação com o cliente... ...o quanto, efetivamente, sobra para a empresa – ou, usando os termos corretos, qual é a receita e a lucratividade. Esse valor depende... • da extensão de tempo de um ciclo de vida médio; • das receitas e dos custos gerados nesse período – observadas as características do relacionamento em cada etapa do ciclo de vida; • das vendas de produtos e serviços adicionais ao longo do tempo; • das recomendações geradas pelo cliente.FGVIDT Unidade 04 – COMPOSTO DE MARKETING Nesta unidade vamos estudar a interligação entre os quatro componentes de marketing: produto, preço, praça e promoção. Variáveis controláveis que contribuem para as decisões organizacionais no alcance dos objetivos estratégicos. 4.1 – PRODUTO - 4Ps De acordo com Kotler, o composto de marketing ou marketing mix engloba tudo aquilo que a empresa pode fazer para atrair a atenção do cliente a seu produto. Os 4 Ps – composto de marketing – são, em termos gerais... Produto... combinação de bens e serviços que a empresa oferece a seu público-alvo; Preço... quantidade de dinheiro que os consumidores se dispõem a pagar para adquirir o produto; Praça... engloba todas as atividades, próprias ou terceirizadas, que visam tornar o produto disponível aos consumidores-alvo; Promoção... atividades que fazem chegar ao mercado-alvo os pontos fortes e os benefícios do produto que influenciam, positivamente, os consumidores a adquiri-lo. 4.2 VARIÁVEIS A figura ilustra as principais variáveis de cada um dos 4Ps... Kenny G Highlight Kenny G Highlight Kenny G Highlight Kenny G Highlight Kenny G Highlight FGVIDT 4.3 – PRODUTO Produto é algo oferecido a um mercado para apreciação, aquisição ou consumo, a fim de satisfazer-lhe uma necessidade ou um desejo. O entendimento do conceito de produto – modificado ao longo do tempo – vai muito além da ideia de que um produto é, simplesmente, um bem tangível. De forma ampliada, o conceito de produto inclui bens físicos, serviços, eventos, pessoas, lugares, ideias e instituições. De todos esses produtos, somente os bens físicos apresentam características tangíveis. Características tangíveis são aquelas que podem ser identificadas por um dos cinco sentidos – tato, olfato, visão, paladar e audição. Todos os produtos – inclusive os bens físicos, em maior ou menor grau – possuem FGVIDT ainda características intangíveis... Características intangíveis consistem em atividades, benefícios ou satisfações oferecidas aos consumidores que não resultam, propriamente, de uma propriedade do produto disponibilizado. 4.4 – CLASSIFICAÇÃO Os produtos podem ser classificados de acordo com diversos critérios... Em função das características de tangibilidade e durabilidade... Bens duráveis... São bens tangíveis que, normalmente, sobrevivem a muitos usos. Alguns exemplos são geladeiras, aparelhos de som, automóveis. Bens não duráveis... São bens tangíveis que, normalmente, são totalmente consumidos após um ou alguns usos. Por exemplo, refrigerante, sabonete, açúcar. Serviços... têm características predominantemente intangíveis. São... • inseparáveis – a produção e o consumo acontecem ao mesmo tempo, não podendo ser separados; • variáveis – por mais padronizados que sejam os serviços, eles diferem entre si... são executados por diferentes pessoas, para diferentes consumidores, em dias diferentes e em diferentes lugares; • perecíveis – um serviço não pode ser estocado. Alguns exemplos são corte de cabelo, atendimento médico, consultorias. Em função do hábito de compra... Bens de conveniência... São bens que o consumidor, geralmente, compra com frequência, de imediato e com pouco esforço. São exemplos cigarros, jornais, balas... Bens de compra comparada... São bens cujas características o consumidor compara, no processo de compra, com outras alternativas, levando em consideração adequação, qualidade, preço e estilo. São exemplos automóveis usados, vestuário, móveis... Bens de especialidade... São bens com características e identificação de marcas exclusivas, para os quais um grupo significativo de compradores está habituado a fazer esforços especiais para compra. São exemplos os carros de luxo ou de marcas consagradas, as roupas de grife, as obras de arte... Em função do uso... Bens de consumo... Os bens de consumo se caracterizam pela diversidade de necessidades e desejos que motivam a compra. FGVIDT Bens industriais... Os bens industriais – sejam produtos, serviços ou ideias – são adquiridos pelas organizações com propósitos específicos – como lucro, por exemplo. 4.5 – PRODUTO NÚCLEO E PRODUTO BÁSICO Para adquirir um produto, o consumidor leva em conta outros benefícios que não somente aquele explicitado por sua finalidade original – ou seja, aquilo para o que o produto, realmente, se destina. Vejamos um exemplo... Um consumidor que compra um aparelho telefônico pretende obter um aparelho para comunicação. Nesse caso, o produto núcleo do telefone é servir como aparelho de comunicação. No entanto, precisamos considerar o nível de qualidade, a característica – se celular ou fixo, por exemplo –, o design, o nome da marca e a embalagem. O conjunto das características adicionais que compõem a satisfação da necessidade ou do desejo é chamada de produto básico. A partir dos produtos núcleo e básico, os administradores de produto devem oferecer benefícios adicionais que assegurem sua diferenciação dos demais. O conjunto desses benefícios oferecidos ao consumidor é chamado de produto ampliado. 4.6 – REPRESENTAÇÃO GRÁFICA O exemplo da compra de um aparelho telefônico pode ser representado pela seguinte estrutura de níveis de produto... FGVIDT 4.7 – DECISÕES DE PRODUTO As decisões referentes aos atributos do produto – escolha da marca, embalagem, rotulagem e serviços de pós-venda – podem ser representadas conforme mostrado na figura a seguir... O desenvolvimento de um produto envolve definir quais benefícios ele proporciona ao consumidor. Esses benefícios são os atrativos; sua comunicação atrai o consumidor. No ato do consumo, os benefícios adicionais devem ser entregues ao consumidor por meio de atributos, como qualidade, características, estilo e design. FGVIDT 4.8 – QUALIDADE DO PRODUTO Um dos aspectos mais relevantes no posicionamento de um produto no mercado é sua qualidade. A percepção de qualidade pode... ...ser gerada pelo encantamento no atendimento dos desejos dos consumidores mais exigentes... ...atender a uma parcela bem maior de consumidores com altos níveis de conformidade e consistência de produto... ...ser promovida a partir de um modelo básico, ao qual se acrescentem características variáveis que proporcionem mais valor para o cliente. Esse é um dos principais meios que as empresas usam para diferenciar seus produtos dos concorrentes. À medida que têm acesso a cada vez mais utilidades para o produto oferecido, os consumidores veem despertar, em si, novas necessidades e novos desejos. 4.9 – ESTILO E DESIGN DO PRODUTO Estilo engloba a aparência do produto. O estilo, aos olhos do cliente, pode ser fator que chame sua atenção ou passe despercebido. Mesmo que muito atrativo, o estilo não faz com que o produto funcione melhor, ou seja, não altera, positiva ou negativamente, as funções básicas do produto. Já o design vai além da aparência. Além de torná-lo mais atraente, o design contribui para uma melhor funcionalidade do produto, melhorando seu desempenho 4.10 – MARCA Podemos definir marca como... ...um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho – ou uma combinação desses elementos que identifica o fabricante ou vendedor de determinado produto – Kotler e Armstrong, em FGVIDT Introdução ao Marketing. De modo geral, a marca agrega valor ao produto, provocando, no consumidor, maior ou menor expectativa. A escolha de determinada marca de produto pelos consumidores faz com que a marca se valorize no mercado. A valorização da marca – além do valor patrimonial, – traz vantagens para a empresa, como... • conscientização de clientes; • fidelidade; • admiração. 4.11 – EMBALAGEM O conceito de embalagem permeia o projeto e a produção do recipiente ou invólucro queacomoda o produto até seu consumo. Atualmente, a embalagem é uma das ferramentas de marketing mais eficazes de um produto. No ambiente competitivo em que vivemos, a embalagem pode ser o fator determinante na escolha de um produto. O olhar do consumidor sobre a embalagem não contempla segundos preciosos de tempo que podem fazer com que o consumidor opte por determinada marca em detrimento de outra. Essa diferenciação pode se dar por meio das cores, do formato ou do próprio material com que a embalagem é confeccionada. No âmbito da embalagem, também se encontra a preocupação com a rotulagem. 4.12 – MIX DE PRODUTOS Mix – ou composto – de produtos é o conjunto todos os produtos e itens que uma empresa oferece ao mercado para venda. Para a caracterização do mix de produtos, devemos levar em conta as quatro dimensões que o compõem... Kenny G Highlight FGVIDT Abrangência .... Diz respeito ao número de diferentes linhas de produtos que a empresa fabrica. Extensão .... É o número de itens que a empresa fabrica em cada linha de produtos. Profundidade .... É o número de versões de cada produto da linha. Consistência .... Refere-se à proximidade entre as linhas de produto fabricadas pela empresa – quanto aos canais de distribuição, às características de produção, ao uso... 4.13 – NOVOS PRODUTOS Todo produto é desenvolvido a partir da identificação de necessidades ou desejos dos consumidores. O desenvolvimento de um produto pode estar atrelado... ...a melhorias ou modificações em produtos já existentes... ...ao lançamento de novas marcas de produtos. A questão é... Por que lançar um produto? O lançamento de um produto está ligado a um – ou mais – dos seguintes motivos... • necessidade do cliente; • necessidade de atualização tecnológica; • incremento de vendas; • diversificação; • posicionamento frente à concorrência; • segmentação de mercado; • oportunidade de mercado; • ciclo de vida dos produtos. 4.14 - CICLO DE VIDA DO PRODUTO A representação de uma curva genérica de ciclo de vida de um produto está mostrada na figura a seguir... FGVIDT Introdução... Uma vez que chegue ao mercado – ou seja, esteja disponível para os consumidores nos pontos de venda –, dizemos que o produto está na etapa de introdução. Nessa etapa, o crescimento tende a ser lento; há possibilidade de que lucros sejam negativos e o investimento com comunicação, alto. Aqui os consumidores começam a namorar o produto. Crescimento... Se a experimentação do novo produto é bem aceita pelo mercado, ele entra na etapa que chamamos de crescimento. Nessa etapa, as vendas costumam ser mais agressivas, aumentando com maior velocidade. Os esforços de comunicação para experimentação do produto serão substituídos, em parte, para fortalecer a convicção de seus consumidores. A empresa começa a lucrar com o produto. Maturação... Em algum momento, durante esse ciclo de vida genérico, o crescimento das vendas pode começar a declinar e as vendas tendem a se estabilizar. Quando isso acontece, o produto ingressa na etapa de maturação – ou maturidade. Na maturação, acontecem os grandes embates entre produtos concorrentes... São produtos maduros de uma empresa concorrendo com produtos igualmente maduros de outras. Vemos sucessivas ações de marketing com o objetivo de aumentar, temporariamente, as vendas – seja por meio de ações promocionais, seja por meio de propagandas ou do desenvolvimento de novas versões para o produto. Declínio... FGVIDT Em determinado momento, as vendas podem cair, assumindo níveis absurdamente baixos e neles permanecendo por muito tempo. Essa é a etapa que chamamos de declínio. São vários os fatores que levam um produto ao declínio – inovações tecnológicas, mudanças nos hábitos dos consumidores e aumento dos diferenciais competitivos da concorrência. Manter no mercado um produto com baixo desempenho em vendas pode ser muito dispendioso para a empresa. Cabe à empresa decidir se vale a pena tentar manter vivo o produto no mercado ou, simplesmente, se é melhor descontinuar sua produção e venda. 4.15 – DEFINIÇÃO DE PREÇO Kotler, de forma sucinta, define preço como... ...volume de dinheiro que se cobra por um produto ou serviço. Com base no mesmo autor, definimos preço como a soma de todos os esforços despendidos por alguém em contrapartida dos benefícios obtidos pela posse ou pelo consumo de determinado produto ou serviço. Essa definição mais ampla de preço nos permite conceituar, como tal, desembolsos em que incorremos, tais como... • aluguéis; • mensalidades escolares; • pedágios; • honorários médicos; • taxas pagas ao governo; • salário da empregada doméstica. Historicamente, o preço é o fator de maior influência na escolha de um produto ou serviço pelo consumidor. Essa tendência tem se modificado nos últimos anos, na medida em que outros fatores de influência têm se tornado mais relevantes para o consumidor. FGVIDT 4.16 – ERROS MAIS COMUNS O preço de um produto pode ser alterado em pouco tempo, ao contrário do que ocorre com os demais fatores do composto de marketing. Dentre os erros mais comuns com que nos deparamos, podemos citar... • preços estabelecidos apenas com base no custo de produção, sem considerar o valor do produto para o consumidor; • falta de acompanhamento das variações do mercado – como o surgimento de novos concorrentes, a alteração no nível de renda dos consumidores, entre outros – e suas influências sobre o estabelecimento do preço; • análise isolada do preço, sem considerar os demais fatores do composto de marketing para sua composição; • preços iguais para produtos, segmentos, mercados e ocasiões de compra diferenciados. Atualmente, apesar de estar muito clara a noção de que o preço de um produto é influenciado por fatores internos e externos, muitos administradores ainda têm dificuldades em estabelecê-lo. 4.17 –DECISÕES SOBRE PREÇOS As decisões de preço são influenciadas por fatores internos e externos, concomitantemente. Os fatores internos que afetam o preço são... Objetivos de marketing ... A estratégia de apreçamento dos produtos está intimamente relacionada às decisões de posicionamento. A definição de preços está relacionada, em diversos níveis, com as definições dos objetivos de marketing da empresa. Estratégia do composto de marketing... Os fatores do composto de marketing devem ser analisados conjuntamente. Não são concebíveis, portanto, decisões de preço que não levem em conta decisões de produto, distribuição e promoção. O preço pode – na estratégia de determinação do custo-alvo, por exemplo – ser o principal fator para posicionamento de um produto. Custos ... Para elaboração do preço de um produto, a empresa deve sempre considerar todos os FGVIDT seus custos e avaliar o lucro esperado, considerando os riscos que envolvem o negócio. Entre os custos incorridos por uma empresa, citamos... • custos de produção; • custos de distribuição; • custos de vendas; • outros custos. Os custos podem ser fixos ou variáveis. Na figura a seguir, vemos um esquema em que relacionamos preço, custos e lucros... São fatores externos que afetam as decisões de preço... • mercado; • demanda; • tipos de concorrência. FGVIDT O mercado estabelece o preço de um produto. No entanto, somente há demanda pelo produto se o mercado – consumidores, fornecedores, distribuidores... – considerar justa a relação entre o preço praticado e os benefícios disponibilizados. Essa demanda é, logicamente, motivada pela percepção dos consumidores. Normalmente, preço e demanda têm relação inversa – isto é, quanto maior o preço, menor a demanda. Vejamos... A análise da curva de demanda nos leva ao surgimento de um coeficiente importante,chamado de elasticidade. 4.18 – ELASTICIDADE Elasticidade de preço da demanda é a razão entre variação na quantidade demandada (Q Q2 - Q1) correspondente a uma mudança no preço (P P2 - P1). A elasticidade preço da demanda pode assumir valores... • positivos – isto é, (Q Q2 > Q1 e P2 > P1) ou (Q Q2 < Q1 e P2 < P1); • negativos – em todos os outros casos. FGVIDT Quando uma grande variação na demanda corresponde a uma certa variação de preço, dizemos que a curva é elástica. Nesse caso, aumentos de preços tendem a produzir diminuições significativas na demanda. Por outro lado, pequenas reduções de preços podem ser compensadas por um substancial aumento da procura pelos produtos com esta característica. Por exemplo, se a prefeitura aumentar os preços das passagens de ônibus, os cidadãos podem procurar outros meios de transporte, como metrô ou trens. A demanda é considerada inelástica quando praticamente não muda com uma variação no preço. Nesse caso, o aumento de preço é favorável ao vendedor, que pode fazê-lo sem incorrer em grandes riscos de redução no volume de vendas do produto. 4.19 – FATORES INTERVENIENTES Vejamos alguns exemplos de fatores que intervêm na elasticidade... Normalmente, os consumidores são menos sensíveis a variações de preços – ou seja, a demanda é menos elástica – quando o produto é único, tem alta qualidade, implica prestígio ou exclusividade. Nesse caso, os consumidores não deixam de comprar o produto por causa de pequenos aumentos de preços. É provável que o preço do produto seja elevado o suficiente para que reduções de preços pouco significativas resultem em alcançar outros segmentos de clientes, em faixas de renda mais baixas ou mais sensíveis a preços. Dessa forma, reduções de preços também não devem resultar em grandes alterações na demanda. Este é o caso de roupas de grife famosas, artigos de luxo e obras de arte. Quando o produto não tem substitutos facilmente encontrados ou sua qualidade é reconhecidamente muito superior aos concorrentes, provavelmente, seus clientes não deixarão de comprá-lo quando ocorrerem pequenos aumentos de preços. Produtos usados em conjunto com outros, comprados anteriormente, também têm demanda menos elástica. Por exemplo, a demanda por lâminas de barbear é relativamente estável em um curto prazo. Se o custo para adquirir o produto for muito pequeno – se comparado à renda do cliente –, variações em seu preço produzem pouco efeito em sua demanda. FGVIDT 4.20 – CONCORRÊNCIA Um fator importante na determinação do preço de um produto por uma empresa são as ações da concorrência. Acerca da concorrência, são informações valiosas para a elaboração da estratégia de preços... • o custo e o preço dos produtos concorrentes; • o comportamento diante das alterações de preço propostas no mercado. O preço e a qualidade da oferta dos concorrentes devem ser utilizados como ponto de partida para a determinação do preço de seu próprio produto, de acordo com a seguinte lógica... • produtos semelhantes <> preços semelhantes; • produtos de qualidade inferior <> preços inferiores; • produtos percebidos com maior valor pelo consumidor <> preços mais altos. Fatores como crescimento do mercado, recessão, taxa de juros e inflação costumam ter grande impacto sobre as estratégias de preços das empresas e devem ser avaliados meticulosamente. 4.21 – ESTRATÉGIAS DE PREÇOS Ao longo de seu ciclo de vida, um produto é submetido a diferentes estratégias de determinação de preços. Parece uma tarefa mais fácil quando se trata de um produto já oferecido no mercado, devidamente experimentado pelos consumidores, com posicionamento definido, concorrentes conhecidos... E em se tratando de um novo produto? Como estabelecer o preço na primeira vez? Quais são as estratégias possíveis para esse caso? Basicamente, uma empresa no estágio de introdução de um produto pode optar por duas estratégias distintas para determinação de preços... • skimming de mercado – ou desnatamento; • penetração de mercado. FGVIDT 4.22 – SKIMMING DE MERCADO Skimming de mercado é uma estratégia em que as empresas estabelecem, no estágio de introdução, preços altos para seus produtos. Essa estratégia visa retirar a nata – skim – das receitas do mercado, ou seja, aproveitar o grande interesse de parte dos consumidores que se dispõem a pagar mais caro para ter, no menor tempo possível, a inovação. À medida que o produto percorre a curva do ciclo de vida, o preço vai se tornando proporcional e gradativamente mais baixo. Entretanto, algumas condições devem ser consideradas para que o skimming tenha sucesso... • a empresa deve ser reconhecidamente superior; • o produto deve ter qualidade e imagem que justifiquem o preço mais elevado; • devem existir consumidores em número suficiente – ainda que pequeno, comparado com o potencial – para adquirir o produto ao preço proposto; • os custos de produção não devem superar a vantagem de se cobrar mais pelo produto; • o mercado deve ter barreiras elevadas para novos entrantes, e a concorrência não pode ter condições de, no curto prazo, oferecer produto similar com preço mais baixo. 4.23 – PENETRAÇÃO DE MERCADO Ao contrário do skimming, na estratégia de penetração, as empresas estabelecem preços iniciais baixos para seus produtos. O objetivo é penetrar no mercado, por meio do acolhimento mais rápido e fácil por parte dos consumidores. A estratégia de penetração de mercado tende a atrair, rapidamente, um grande número de consumidores, conquistando, em pouco tempo, grande fatia de mercado. Assim como no skimming, algumas condições devem ser consideradas para o sucesso da estratégia de penetração... FGVIDT • o mercado deve ser altamente sensível a preços; • os custos de produção e distribuição devem ser inversamente proporcionais ao volume de vendas, permitindo maiores lucros com maiores vendas; • os preços devem ser baixos a ponto de não poderem ser praticados pela concorrência, mantendo a empresa, dessa forma, posicionada como aquela de preço baixo. 4.30 – DEFINIÇÃO DE PRAÇA A maioria dos produtores se vale de intermediários para disponibilizar seus produtos aos consumidores nos diversos pontos de vendas. Praça diz respeito às atividades assumidas pela empresa para tornar o produto acessível e disponível aos consumidores-alvo, ou seja, a escolha do melhor meio para atingirmos o consumidor. Um bom produto e um preço adequado não são os únicos requisitos para garantirmos o sucesso de uma empresa... É necessária também a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos entre o produtor e os consumidores finais. Uma vez que o produto não esteja disponível na hora em que necessitam, a preço que lhes seja acessível e nos locais em que preferem, a estratégia da empresa não se mostra eficaz. Uma escolha acertada faz com que o produtor selecione distribuidores – ou intermediários – capazes de municiar os locais de venda certos, no tempo certo. Pode ser determinante para o sucesso da estratégia de uma empresa tornar o produto disponível ao público-alvo, nos pontos de venda adequados, no tempo certo, a preços justos. 4.31 – INTERMEDIÁRIOS Intermediários são pessoas, empresas, organizações ou estruturas cujo objetivo é facilitar o fluxo dos produtos desde os fabricantes até os consumidores. Os intermediários têm a capacidade de transformar os sortimentos de produtos fabricados pelos produtores em sortimentos de produtos desejados pelos consumidores. FGVIDT Esse processo é necessário, visto que... ...os fabricantes produzem grandes quantidades de limitada variedade de produtos... ...já os consumidores desejam apenas uma limitada quantidade de grande variedade de produtos. Os principais motivos que levam uma empresa a se valer de intermediários
Compartilhar