Prévia do material em texto
Dislipidemia Aula: 07 - Professora: Sâmia Material baseado na V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose Introdução Dos pontos de vista fisiológico e clínico, os lípides biologicamente mais relevantes são os fosfolípides, o colesterol, os triglicérides (TG) e os ácidos graxos (AG). Os fosfolipídios formam a estrutura básica das membranas celulares. O colesterol é precursor dos hormônios esteróides, dos ácidos biliares e da vitamina D. A aterosclerose pode ser definida por uma afecção de artérias de grande e médio calibre caracterizada pela presença de lesões com aspectos de placas ou ateromas, a arterioloesclerose é esta afecção nas arteríolas e é a lesão típica da hipertensão arterial. Uma das primeiras lesões associadas com a dislipidemia são as placas gordurosas que são formações planas amareladas sem repercussão clínica na parede dos vasos. Essas lesões podem evoluir para a formação das chamadas placas fibrolípidicas que são formações elevadas na superfície da camada íntima da artéria que pode se associar com complicações como fissuras, trombose e roturas, calcificação e necrose, podem ser estáveis ou instáveis. ● Qualquer alteração nos níveis de lipídios com relação a valores referenciais de determinada população; ● Forte relação com doença aterosclerótica; ● Hipertrigliceridemia = aumento do risco de pancreatite aguda; ● Tem base multifatorial tanto genética como ambiental, sendo difícil separar os componentes implicados na sua manifestação. Lipoproteínas – estrutura e função As lipoproteínas permitem a solubilização e o transporte dos lípides, que são substâncias geralmente hidrofóbicas, no meio aquoso plasmático. São compostas por lípides e proteínas denominadas apolipoproteínas (apos). IMAGEM: molécula rica em triglicerídeo e colesterol. Existem 4 grandes classes de lipoproteínas separadas em 2 grupos: (1) as ricas em TG: maiores e menos densas, representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e pelas lipoproteínas de densidade muito baixa ou very low density lipoprotein (VLDL), de origem hepática; Temos as ricas em triglicerídeos: quilomícrons e VLDL (densidade muito baixa) – isso porque Ana Carolina Picanço parte da densidade vem do colesterol. Estas ainda têm muito triglicerídeo (glicerol + 3 ac graxo livre) – quanto mais triglicerídeo, mais forma VLDL – conforme metaboliza, perde triglicerídeo e vai restando apenas molécula de colesterol até chegar ao LDL – “colesterol puro” (maior quantidade moléculas, colesterol em si) (2) as ricas em colesterol: incluindo as de densidade baixa ou low density lipoprotein (LDL) e as de densidade alta ou high density lipoprotein (HDL). Existe ainda uma classe de lipoproteínas de densidade intermediária ou intermediary density lipoprotein (IDL) e a lipoproteína (a) [Lp(a)], que resulta da ligação covalente de uma partícula de LDL à apo (a). A função fisiológica da Lp(a) não é conhecida, mas, em estudos mecanísticos e observacionais, ela tem sido associada a formação e progressão da placa aterosclerótica. Come → intestino → íleo, na borda em escova, sofre ação de enzimas como lipase lipoproteica – quebra gordura para absorção. Esta se dá por meio da NPC1-L1 – facilita absorção – absorve para órgãos que precisam e o que não precisa vai para fígado pelo quilomícron remanescente. Este metaboliza no fígado – formar lipoproteínas – VLDL, LDL, HDL. Estas para ter ação na célula, devem ser convertivas em LDL é o ativo. Para sua metabolização até chegar a LDL e HDL, do bem, precisam ser carreadas – sozinha não chega na célula para ação. São carregadas pelas apolipoproteinas - fundamentais na metabolização do colesterol. Classificação das Lipoproteínas Quilomicron – gordura que é absorvida da alimentação. O remanescente é aquele não utilizado no momento, continua metabolização e vai para fígado a fim de formar colesterol; VLDL – lipoproteína de muito baixa densidade; IDL - intermediária; LDL Paralelamente temos o HDL – seria o colesterol do “bem” – o lixeiro do organismo. Ele pega o resto de colesterol depositado no organismo que não retornou para fígado para metabolização e excreção na bile. Ele vai retirando o colesterol depositado pelo corpo até saturar → então leva para fígado para metabolização. É UM CICLO Após serem absorvidas pelas células intestinais, as diversas partículas lipídicas, particularmente os AGs, são utilizadas na produção de quilomícrons, que também contêm apo B48, o componente aminoterminal da apo B100. Os quilomícrons são em seguida secretados pelas células intestinais para o interior do sistema linfático, de onde alcançam a circulação pelo ducto torácico. Enquanto circulam, os quilomícrons sofrem hidrólise pela lipase lipoproteica, enzima localizada na superfície endotelial de capilares do tecido adiposo e músculos, com a liberação de AG e glicerol do core, e de colesterol não esterificado da superfície dessas partículas. Após esse processo de lipólise, AGs são capturados por Ana Carolina Picanço células musculares e também adipócitos, esses últimos importantes reservatórios de TG elaborados a partir de AG. Remanescentes de quilomícrons e AG também são capturados pelo fígado, onde são utilizados na formação de VLDL. Quilomícron remanescente: grande porque possui gordura, AG estocado. Conforme vai diminuindo até chegar ao LDL, ele perder AG e triglicerídeos. Já o HDL, possui outro modo de formação. Apoliproteínas São ligadas às moléculas lipídicas desde quando a comida é incorporada no nosso organismo, fazem com que cada molécula se ligue ao receptor para estar agindo; Apoliproteínas As apos têm diversas funções no metabolismo das lipoproteínas, como a formação intracelular das partículas lipoproteicas, caso das apos B100 e B48, e a atuação como ligantes a receptores de membrana, como as apos B100 e E, ou cofatores enzimáticos, como as apos CII, CIII e AI. Apolipoproteína B -100: É a principal, única constituinte do LDL colesterol. Conforme a molécula vai metabolizando de quilomícron até LDL, perde triglicerídeos e apoproteínas. A única que sobra constituindo o LDL é essa apo b-100. Se liga nesse receptor do hepatócito para metabolização e degradação do LDL. Cada apoproteína tem seu receptor específico na célula, no fígado para ajudar na metabolizar. A apolipoproteóma B-100 é sintetizada no fígado e também é estrutural do VLDL. ● Sintetizadano fígado; ● Proteína estrutural do VLDL e IDL; ● Único constituinte do LDL; ● Ligante para o receptor de LDL. Apolipoproteína B -48: Proteína estrutural dos quilomícrons, não se liga ao receptor de LDL, visto que este é o receptor de apoB-100. Apresenta afinidade pelo hepatócito – fígado então absorve quilomícron para a partir deste formar VLDL ● Proteína estrutural dos quilomícrons; ● Não se liga ao receptor do LDL. Apolipoproteína E Medeia ligação de lipoproteínas com receptor de LDL e com receptor de quilomícron remanescente (LPR). Constituinte dos quilomícrons, VLDL, IDL e de algumas partículas de HDL (HDL1). Secretado principalmente por hepatócitos, mas também por diversas outras células. Tem importância principal no IDL – aproteína E vai até essa etapa. Ao chegar em IDL, essa apoproteína tem afinidade pelo hepatócito – IDL retorna ao fígado e metaboliza até LDL. ● Medeia a ligação de lipoproteínas com o receptor do LDL e com receptor de quilomícron remanescente (LPR); ● Constituinte dos quilomícrons, VLDL, IDLe de algumas partículas de HDL (HDL1); ● Secretada principalmente por hepatócitos, mas também por diversas outras células. Apolipoproteína AI Sintetizada pelo intestino e pelo fígado, sendo um dos componentes principais dos quilomícrons e do HDL. Papel importante no metabolismo do HDL, principalmente por ativarem LCAT – colesterol acetil lecitina transferase. Proteína anti-aterogênica. Ao formar o HDL, ele recebe a enzima LCAT – esta permite retirada do colesterol dos vasos – vai retirando o colesterol depositado para que este seja guardado na molécula de HDL. Dessa forma, é antiaterogênica – não deixa formar placa de Ana Carolina Picanço ateroma. Parte do HDL ainda faz troca extra-hepática. ● Sintetizada pelo intestino e pelo fígado, sendo um dos componentes principais dos quilomícrons e do HDL; ● Papel importante no metabolismo do HDL, principalmente por ativara LCAT (Lecithincholesterolacyltransferase); ● Proteína anti-aterogênica. O transporte de lípides de origem hepática ocorre por meio das VLDL, IDL e LDL. As VLDL são lipoproteínas ricas em TG e contêm a apo B100 como sua apolipoproteína principal. Na circulação, os TGs das VLDL, assim como no caso dos quilomícrons, são então hidrolisados pela lipase lipoproteica, enzima estimulada pela apo CII e inibida pela apo CIII. Em resumo: Por ação da lipase lipoprotéica, as VLDLs, progressivamente depletadas de TG, transformam-se em remanescentes, também removidos pelo fígado por receptores específicos. Uma parte das VLDLs dá origem às IDLs, que são removidas rapidamente do plasma. O processo de catabolismo continua, envolvendo a ação da lipase hepática e resultando na formação das LDLs. Apolipoproteína AII Sintetizada pelo fígado, sendo encontrada numa fração do HDL junto com a Apo AI. Participa do metabolismo do HDL, ativando lipase hepática e inativando LCAT. Sem importância clínica significativa. - contrabalanceia AI. Apolipoproteína C Encontrada na lipase lipoproteica -A lipase lipoproteica tem a apoproteína C2 e C3; -CII é cofator de ATIVAÇÃO – ligação da LPL; -C3 inibe a LPL. Através delas que a insulina age de fato na lipase lipoproteica. Dislipidemia Na circulação: TG das VLDL, assim como no caso dos quilomícrons, são então hidrolisados pela lipase lipoproteica – enzima estimulada pela apo CII e inibida pela CIII. As apoproteínas AI e AII são sintetizadas no fígado e somente a AI é sintetizada também no intestino. Importante: Quilomicrons – TG dietético – não sintetiza, apenas o que veio direto do alimento. No fígado é transformado em VLDL – ciclo endógeno de formação do colesterol. O principal constituinte do VLDL é B48. Importante: Ao comer, pâncreas gera inicialmente uma hiperinsulinemia. Nem sempre age de forma correta e adequada na célula – nesses casos quilomícrons absorvem muita gordura e a apo CII não é corretamente estimulada - lipase lipoproteíca não age – tem mais triglicerídeo no organismo. Por isso, uma das alterações do perfil lipídico do paciente diabético e hipertrigliceridemia. Ciclo Exógeno e Endógeno Ciclos de transporte de lípides no plasma. Ana Carolina Picanço As lipoproteínas participam de três ciclos básicos de transporte de lípides no plasma: (1) ciclo exógeno, no qual as gorduras são absorvidas no intestino e chegam ao plasma, sob a forma de quilomícrons, e, após degradação pela lipase lipoproteica (LPL), ao fígado ou a tecidos periféricos; (2) ciclo endógeno, em que as gorduras do fígado se direcionam aos tecidos periféricos; a lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) é secretada pelo fígado e, por ação da LPL, transforma-se em lipoproteína de densidade intermediária e, posteriormente, em LDL, a qual carrega os lípides, principalmente o colesterol, para os tecidos periféricos; (3) transporte reverso do colesterol, em que as gorduras, principalmente o colesterol dos tecidos, retorna para o fígado; as HDL nascentes captam colesterol não esterificado dos tecidos periféricos pela ação da lecitina-colesterol aciltransferase (LCAT), formando as HDL maduras; por meio da CETP, ocorre também a transferência de ésteres de colesterol da HDL para outras lipoproteínas, como as VLDL. AGL: ácidos graxos livres; HPL: lipase hepática. Via intestinal (Ciclo Exógeno) Os lipídios da dieta sob a forma de : colesterol livre, ácidos graxos, monoaxilglicerol. Esses lipídios da dieta são reesterificados em ésteres de colesterol e triglicérides e incorporados em partículas de quilomícrons. Quilomícrons tem de 80 a 90% de triglicérides. Eles seguem pelos vasos linfáticos intestinais e pelo ducto torácico, entrando no sistema vascular para ir até o fígado. Proteína NPC1-L1 (Niemann-Pick C1-like1) – parte de transportador de colesterol intestinal, está situada na membrana apical do enterócito – promove passagem do colesterol pela borda em escova dessa célula – facilita, ajuda na absorção intestinal do colesterol Obs.: Há medicação que inibe parcialmente NPC1-L1 – reduz absorção – ezetimiba. Reduz até 20% do LDL, ação não no fígado como estatinas e sim no intestino – reduz no ciclo exógeno – inibe desde a raiz a formação de colesterol. Obs.: HDL – para metabolizar vai para fígado, contudo, também pode na corrente sanguínea fazer troca com VLDL. O VLDL é rico em triglicerídeo e pobre em colesterol e o HDL é rico em colesterol. Pela enzima CETP – enzima conversora de colesterol – faz troca com VLDL. O HDL tem esses2 mecanismos de ação para limpar excesso de colesterol do organismo. Explicação do Artigo Os TG representam a maior parte das gorduras ingeridas. Após ingestão, as lipases pancreáticas hidrolizam os TG em ácidos graxos livres, monoglicerídeos e diglicerídeos. Sais biliares liberados na luz intestinal emulsificam estes e outros lípides oriundos da dieta e da circulação entero-hepática, com formação de micelas. A solubilização dos lípides sob a forma de micelas facilita sua movimentação através da borda em escova das células intestinais. A proteína Niemann-Pick C1-like 1 (NPC1-L1), parte de um transportador de colesterol intestinal, está situada na membrana apical do enterócito e promove a passagem do colesterol através da borda em escova desta célula, facilitando a absorção intestinal do colesterol. A inibição da proteína NPC1-L1, com consequente inibição seletiva da absorção intestinal do colesterol, tem sido reconhecida como importante alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia.Após serem absorvidas pelas células intestinais, as diversas partículas lipídicas, particularmente os ácidos graxos, são utilizadas na produção de quilomícrons, que também contêm ApoB 48, o componente amino-terminal da ApoB 100. Os quilomícrons são, em seguida, secretados pelas células intestinais para o interior do sistema linfático, de onde alcançam a circulação através do ducto torácico. Enquanto circulam, os quilomícrons sofrem hidrólise pela Lipase Lipoproteica (LPL), uma enzima localizada na superfície endotelial de capilares do tecido adiposo e músculos, com consequente liberação Ana Carolina Picanço de ácidos graxos e glicerol do core, e de colesterol não esterificado da superfície destas partículas. Após este processo de lipólise, os ácidos graxos são capturados por células musculares e também adipócitos − estes últimos importantes reservatórios de TG elaborados a partir de ácidos graxos. Remanescentes de quilomícrons e ácidos graxos também são capturados pelo fígado, onde são utilizados na formação de VLDL. Intestino → Quilomícron → Quilomícrons remanescentes (pela LPL) → Fígado : VLDL, LDL, HDL. Via Hepática (Ciclo Endógeno) É o transporte de lipídeos para periferia e daí de volta para o fígado. Após APO-B48 – quilomícron remanescente entra no fígado, hepatócito → é metabolizado → forma VLDL → ao formar VLDL começa o ciclo endógeno do processo de metabolização do colesterol. VLDL → sangue → no sangue transforma-se em IDL (perde apoproteínas e triglicerídeo por ação enzimática, adquirindo densidade intermediária) IDL retorna para fígado, principalmente pela ação da Apo-E → processo final de formação do LDL colesterol no fígado Esse é o resumo da formação do colesterol! Obs slide: Após fígado sintetizar e secretar a lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-c), esta transportará triglicérides para tecido periférico. A lipase endotelial (lipoproteica) hidrolisará os triglicérides do núcleo do VLDL-c e então serão liberados para as células ● É o transporte dos lipídeos para a periferia e daí de volta para o fígado; ● Após o fígado sintetizar e secretar a lipoproteína de muita baixa densidade (VLDL-c), esta transportará triglicérides para os tecidos periféricos; ● A lipase endotelial (lipase lipoproteica) hidrolisará os triglicérides do núcleo do VLDL-c e então serão liberados para as células. Uma parte das VLDL dá origem às IDL, que são removidas rapidamente do plasma. O processo de catabolismo continua e inclui a ação da lipase hepática, resultando na formação das LDL. Lipoproteína de baixa densidade (LDL) A LDL-c é o principal carreador de colesterol plasmático em jejum! Obs.: quilomícron remanescente fica na corrente sanguínea até 2-4h, depois disso mede VLDL ao fazer análise sanguínea. A gordura vista na centrifugação quando em excesso no sangue, dosada no exame após 12h de jejum é o VLDL. O quilomícron não é avaliado pois já foi todo metabolizado. O LDL entrega o éster de colesterol para o fígado e para as células periféricas. Isso é importante para suas ações, como por exemplo formação dos hormônios adrenais – ele é o precursor da esteroidogênese adrenal. O Ana Carolina Picanço colesterol entra nessa glândula, acha nas 3 zonas corticais para formar aldosterona, cortisol, andrógenos, DHE... Também é importante para formar testosterona → LDL é importante, mas não é preciso de altas doses. - Receptores no fígado e no tecido periférico reconhecem tanto Apo—B100 quanto Apo-E (70 a 80% do catabolismo de LDL se dão por meio de receptores de LDL-c – ou receptores B100, ou receptores B ou receptores BE.) A LDL tem um conteúdo apenas residual de TG e é composta principalmente de colesterol e uma única apo, a ApoB100. As LDL são capturadas por células hepáticas ou periféricas pelos Receptores de LDL (LDLR). No interior das células, o colesterol livre pode ser esterificado para depósito por ação da enzima Acil-CoA:Colesteril Aciltransferase (ACAT). A expressão dos LDLR nos hepatócitos é a principal responsável pelo nível de colesterol no sangue e depende da atividade da enzima Hidroximetilglutaril Coenzima A (HMG CoA) redutase, enzima-chave para a síntese intracelular do colesterol hepático. A inibição da HMG-CoA redutase e, portanto, da síntese intracelular do colesterol é um importante alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia. Com a queda do conteúdo intracelular do colesterol, ocorrem o aumento da expressão de LDLR nos hepatócitos e a maior captura de LDL, IDL e VLDL circulantes por estas células. Recentemente, a identificação e a caracterização da Pró-proteína Convertase Subtilisina/Kexina Tipo 9 (PCSK9) introduziram novos conhecimentos ao metabolismo do colesterol. A PCSK9 é uma protease expressa predominantemente pelo fígado, intestino e rins, capaz de inibir a reciclagem do LDLR de volta à superfície celular, resultando em menor número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL.6 A inibição da PCSK9, outro potencial foco na terapêutica da hipercolesterolemia, bloqueia a degradação do LDLR, com maior capacidade de clearance da LDL circulante. Como forma LDL colesterol dentro do hepatócito? IDL na corrente sanguínea – se liga pela Apo E no hepatócito e é puxado para dentro da célula onde é metabolizado para formar LDL colesterol. O LDL ainda pode ser formado pela acetil-CoA (importante também na formação de corpos cetônicos.Para formar LDL, é essencial ação da HMG-COA (hidroximetilglutaril-coenzima A redutase). Quando esta age, forma LDL-COLESTEROL. - por formar colesterol, pode ser vista como “vilã” – para reduzir colesterol do organismo pode agir bloqueando parcialmente a enzima. Esse é o mecanismo de ação das estatinas – age a nível de hepatócito → bloqueio competitivo da HMG-CoA – não deixa formar colesterol de maneira parcial. Dependendo da estatina, pode reduzir a síntese em diferentes proporções - Receptor B – dentro da célula, se bloqueia HMG-COA , reduz colesterol intracelular → captura mais LDL sérico para metabolização e excreção biliar – libera mais receptores B100 de LDL – retira mais LDL SÉRICO. Assim – as estatinas agem tanto reduzindo a síntese do LDL pela HGM-coa quanto aumentando a metabolização do LDL plasmático por aumentar expressão do receptor de LDL-c Ana Carolina Picanço Captação do LDL por endocitose mediada por receptores A LDL-c se liga em seu receptor e então é absorvida pela célula e forma vesícula que se funde com lisossomos celulares. Os componentes proteicos do LDL-c são transformados em aminoácidos e os ésteres de colesterol são hidrolisados pelas lipases ácidas lisossomais. O colesterol não esterificado suprime a atividade da enzima hidroximetil-glutaril-coenzima A redutase (HMG-CoA). Como consequência, diminuem a síntese celular de colesterol e a expressão de receptor. Resistência à insulina Obs.: Organismo do paciente com resistência à ação da insulina (síndrome metabólica, diabetes) → receptores não agem corretamente para ação de insulina. Esses pacientes ainda têm dificuldade para absorção e metabolização da gordura, tanto do triglicerídeo quanto do colesterol. Esse dano na absorção do colesterol gera formação inadequada de molécula - absorve muito triglicerídeo. Ainda há resistência a ação da insulina → falha na ativação da APO CII (importante para ativação da lipase que faz quilomícron inicial ser armazenada) – age de maneira inadequada: aumenta triglicerídeo na corrente sanguínea e ainda forma quilomícron com muito mais triglicerídeo do que teria fisiologicamente. É visto como “alien” – antígeno a ser combatido → gera reação inflamatória, com recrutamento de macrófagos, liberação de citocinas para combater o colesterol erroneamente formado (organismo não compreende que o LDL c é formado pelo organismo defeituoso) → não consegue metabolizar de maneira correta – deposita muito LDL nas artérias. Quando alimento é absorvido no intestino, forma HDL também – importante ação da APO AI que estimula Lcat para retirar colesterol depositado → nesse paciente forma menos HDL: insuficiente para retirar excesso de LDL. Ainda tem triglicerídeo alto. Paciente com síndrome metabólica, resistência insulínica, diabetes → tem triglicerideo aumentado, HDL baixo, mas não apresenta laboratorialmente aumento do LDL. Isso ocorre porque o ensaio usado não consegue distinguir qualidade, quantidade do LDL. Esse paciente tem mais LDL PEQUENO E DENSO – O PIOR DE TODOS, MAIS ATEROGÊNICO DE TODOS, GERA MAIS RISCOS. O ensaio não consegue dizer o quanto é normal e o quanto é pequeno e denso. obs.: por isso nas metas do diabético visa o HDL e não LDL. A alteração metabólica desse paciente é hipertrigliceridemia, LDL pequeno e denso e baixa de HDL. Obs.: LDL colesterol PEQUENO e DENSO – molécula “alien”. Organismo de paciente normal e saudável não apresenta. É essencial – reduzir gordura visceral, tornar o metabolismo o mais saudável possível. Assim, reduz a resistência insulínica → colesterol formado é mais saudável metabolicamente. BUSCAR AGIR NA BASE DA ALTERAÇÃO D COLESTEROL – ver o que vale a pensa investigar. Lipoproteínas As lipoproteínas permitem a solubilização e o transporte dos lípides, que são substâncias geralmente hidrofóbicas, no meio aquoso plasmático. São compostas por lipídeos e proteínas denominadas Apolipoproteínas (apo). As apos têm diversas funções no metabolismo das lipoproteínas, como a formação intracelular das partículas lipoproteicas, caso das apos B100 e B48, e a atuação como ligantes a receptores de membrana, como as apos B100 e E, ou cofatores enzimáticos, como as apos CII, CIII e AI. Ana Carolina Picanço A LDL tem conteúdo apenas residual de TG e é composta principalmente de colesterol e uma única Apolipoproteína, a apo B100. A expressão dos LDL-Rs nos hepatócitos é a principal responsável pelo nível de colesterol no sangue e depende da atividade enzimática da HMG-CoA redutase, enzima chave para síntese intracelular do colesterol hepático. A inibição da HMG-CoA redutase e, portanto, da síntese intracelular do colesterol, é importante alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia – ação da estatina. Existem quatro grandes classes de lipoproteínas separadas em dois grupos: (i) as ricas em TG, maiores e menos densas, representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e pelas Lipoproteínas de Densidade Muito Baixa (VLDL, sigla do inglês very low density lipoprotein), de origem hepática; e (ii) as ricas em colesterol, incluindo as LDL e as de Alta Densidade (HDL, do inglês high density lipoprotein). Existe ainda uma classe de Lipoproteínas de Densidade Intermediária (IDL, do inglês intermediary density lipoprotein) e a Lipoproteína (a) − Lp(a), que resulta da ligação covalente de uma partícula de LDL à Apo (a). A função fisiológica da Lp(a) não é conhecida, mas, em estudos mecanísticos e observacionais, ela tem sido associada à formação e à progressão da placa aterosclerótica. Lipoproteína a Mais recente descoberta, muito semelhante estruturalmente à APO B100 (presente no LDL colesterol). Apresenta também alto grau de semelhança com plasminogênio → propriedades trombogênicas Obs.: ensaios não distinguem LDL pequeno e denso. A lipoproteína a pode ajudar (ainda sem protocolo, ponto de corto, nível de estudo) a analisar se há ou não risco maior cardiovascular. Essa lipoproteína é fator de risco independente para desenvolvimento de DAC e seus níveis são primariamente determinados por fatores de risco, sofrendo pouca influência ambiental → lipoproteína a é genético até que se prove ao contrário. É sintetizada no fígado ➔ Ou seja, conforme sugerido por vários estudos, é marcador de risco ADICIONAL para doença coronariana (DAC). O nível plasmático de Lp(a) é em grande parte determinado geneticamente. ➔ Métodos de determinaçãosem padronização. Sua análise de rotina não é recomendada para avaliação de risco CV na população. Considera-se determinação em pessoas com: - Alto risco doença CV; - Forte história familiar de doença prematura aterotrombótica e/ou elevados níveis de lipoproteína a (olhar referência laboratorial); - Na hipercolesterolemia familiar; -Nos casos de evento recorrente cardiovascular. A apo A-I (localizada no HDL para ativar LCAT) é a principal proteína de HDL e fornece boa estimativa da concentração de HDL-c. Cada partícula de HDL pode transportar várias moléculas de Apo A-I → há ponto de corte para avaliação, mas ainda não tem grau de recomendação A e nem está nos protocolos e guideliness, mas pode auxiliar. Ana Carolina Picanço ➔ Concentrações plasmáticas de apo A-I < 120 mg/dl para homens e < 140 para mulheres correspondem, aproximadamente a baixas concentrações de HDL-c. O que isso significa? O HDL tem vários tipos – o nascente (sem colesterol), e o ovalado (cheio de colesterol). - o HDL ovalado não consegue mais retirar colesterol depositado, já saturado. O nascente, “magrinho” é aquele que ainda tem essa ação – este é o real “bom HDL” que tem ação desejada. Contudo, ensaios não conseguem distinguir esses tipos de HDL – a dosagem de Apo A-I permitirá analisar essa diferença. A APO-AI está presente desde o nascente e permitiria estimar essa QUALIDADE do HDL. Ex.: paciente com HDL níveis bons infarta – pode ser de qualidade ruim, maior parte ovalado e pouco nascente com ação eficaz da LCAT. Dislipidemia Secundária Predominantemente hipergliceridemia Causas Obesidade; Diabetes Mellitus; Alcoolismo; Uremia; Lipodistrofia; Doença de Estocagem de glicogênio; Disglobulinemias; Terapia estrogênica; Uso de beta-bloqueadores; Isotretinoina; Acromegalia; SIDA; Uso de inibidores de protease. - ou seja – várias coisas podem gerar esse aumento de triglicerídeo Predominantemente hipercolesterolemia Hipotireoidismo – lembrando que sempre que tem TSH > ou = 7 - INTERFERE NOS RECEPTORES B100 HEPATÓCITO - REDUZ A QUANTIDADE – se tsh alto, terá LDL-colesterol aumentado. Se conseguir controlar o hipotireoidismo, libera receptor – consegue ter ação e reduzir a colesterolemia. Se após controle e tratamento da disfunção tireoidiana, aumento continuar aí sim trata o aumento. Esse TSH alterado pode gerar até 30% de aumento do colesterol – sempre avaliar função tireoidiana. Causas ● Colestase ● Síndrome nefrótica ● Disglobulinemias ● Porfiria intermitente aguda ● Anorexia nervosa ● Hepatoma ● Esteróides Anabolizantes – aumentam colesterol e reduzem muito o HDL ● Progestágenos ● Diuréticos ● Ciclosporina Dislipidemia Primária Classificação Fenotípica - Fredrickson Tabela → só para compreender que há pessoas que, por mutação, apresentam aumento de triglicerídeo ou colesterol – dependendo de onde ocorre a mutação, níveis maiores ou menores dente. Há 5 fenótipos. Ex.: pode vir com LDL de 300, 500, triglicerídeo até 5000 – valores muito alterados, com difícil tratamento. Ana Carolina Picanço Exame Físico Padrão I, IV e V são fenótipos de Fredrickson: - Xantomas eruptivos – pode ocorrer em superfícies extensoras – cotovelos e joelhos – e nádegas. - Soro : parte branca é gordura (muito elevada) Padrão I, IIa, IIb, V: - Xantelasma – muito característico de hipercolesterolemia – fazer procedimento para retirar, só tratar a hipercolesterolemia não resolve. Padrão IIa e IIb: - Arco corneano – olho mais branquinho, comum no idoso (arco senil do idoso) sem alteração dislipidemia. É um sinal de Hipercolesterolemia Familiar em < 50 anos (arco juvenil). Padrão I, IIa, IIb, V: - Xantomas tendinosos – geralmente trata e melhora, depende do grau. Padrão III → disbetalipoproteinemia: - Xantoma palmar: é patognomônico, fecha diagnóstico de padrão III. - Xantomas tuberosos – frequente em cotovelos e joelhos. Valores (mg/dl) para lipídeos em adulto Ana Carolina Picanço Solicitar lipidograma a fim de avaliar triglicerídeo e colesterol. - Não precisa de jejum de maneira geral para avaliar colesterol. - o jejum é importante para avaliar o triglicerídeo – se se alimentou, nota quilomícron associado. Desde 2017 – diretriz pede 12h jejum em hipertrigliceridemia com triglicerídeo acima de 440/500. Abaixo Disso tem pontos de corte distintos. - Se não ficou 12h de jejum, considera triglecerídeo normal abaixo de 175. Se jejum, < 150. LDL e não-HDL – se não vier valor de LDL, pode usar de não-HDL para estratificar risco CV, ver se vai tratar e otimizar tratamento. Definição das categorias de risco em pacientes com DM Pacientes com diabetes devem usar como referência a diretriz tríplice SBD, SBEM e SBC para diabetes. Nesta diretriz, pacientes com diabetes e sem fatores de risco ou com evidência de aterosclerose subclínica devem manter o LDL-c abaixo de 100mg/dl (risco intermediário) – ou seja, só pelo fato de ser diabético, LDL deve ser < 100 Alto risco: pacientes com diabetes e um ou mais fatores de risco (PA elevada, tabagismo, sobrepeso ou obesidade) e/ou história familiar de doença coronariana aguda ou com Doença Aterosclerótica subclínica devem manter LDL-c abaixo de 70 mg/dL – diabetes e mais alguma comorbidade, pai com DAC precoce, essa é a meta; Muito alto risco: pacientes com diabetes e com história de DAC (infarto agudo do miocárdio ou AVC ou revascularização coronariana, carotídea ou periférica ou história de amputação) – devem manter LDL-c abaixo de 50 mg/dL – é muito difícil manejar, conseguir real sucesso terapêutico. - Tabela da SBD 2019/2020: A definição de categoria de riscos no paciente diabético– nota-se que a idade também infuencia. Qualquer alteração – muito alto risco. Baixo risco e risco intermediário muda um pouco – mas meta de LDL é < 100 em ambos. O alto risco deve ter LDL-c < 70. Fatores de estratificação para pacientes com DM Idade > 49 anos para homens e > 56 anos para mulheres. Ana Carolina Picanço DM com duração > 10 anos (válido para pacientes com diabetes iniciado após os 18 anos de idade); HF prematura de DCV; Presença de síndrome metabólica – usar critérios da IDF, sendo eles: Circunferência abdominal > 90 cm para homens e > 80 cm para mulheres (não usa o IMC) em associação com pelo menos dois dos seguintes critérios: - triglicerídes > 150 mg/dl ; - glicose > 100 mg/dL ; - pressão arterial > ou = 130/85 mmHg - colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) < 40 mg/dl em homens e < 50mg/dl em mulheres. - pelo menos 1 ano sem consumir cigarros ou similares ; HAS tratada ou não tratada ; Tabagismo atual – só considera ex-tabagista após 1 ano sem fumar; TFG estimada < 60 mL/min; Albuminúria > 30 mg/g de creatinina; Neuropatia autonômica cardiovascular; Retinopatia diabética. Tais fatores são usados para estratificação e avaliação do paciente diabético. Na presença de um, paciente já é considerado de alto risco (diabético + ao menos 1 alteração) – meta LDL < 70. Marcadores de aterosclerose subclínica -Escore de cálcio coronário > 10 Agatston (mais pedido por cardiologista) -Placa na carótida (íntima-média > 1,5 mm de espessura) obs.: paciente diabéticos, pacientes com hipercolesterolemia, principalmente com LDL-c > 190 e colesterol total > 310 – até que se prove ao contrário tem hipercolesterolemia familiar até que se prove ao contrário. Na prática, não consegue avaliar cariótipo. Pode pedir em qualquer hipercolesterolemia USG com doppler de artérias carótidas e vertebrais para avaliação da íntima-média. Maior que 1,5 considera marcador positivo da aterosclerose subclínica – ficar de olho! -Angiotomografia de coronárias com presença de placa – índice de tornozelo-braquial < 0,9; -Presença de aneurisma de aorta abdominal Doenças Aterosclerótica Clínica ● Síndrome Coronariana Aguda; ● Angina estável ou IAM prévio; ● AVC isquêmico ou ataque isquêmico transitório; ● Insuficiência vascular periférica – úlcera isquêmica; ● Revascularização de qualquer artéria por aterosclerose: carótidas, coronárias, renais e de MMII; ● Amputação não traumática de membros inferiores. Obs.: Doença aterosclerótica grave com obstrução > 50% em qualquer artéria – já considera aterosclerótica clínica meta de LDL < 50. Conduta para uso da estatina de acordo com a categoria de risco em pacientes com diabetes Categoria de risco baixo - % de redução sem estatina: 30 a 50%; - Com estatina: LDL-c < 100 e Não-HDL < 130 . Tratamento com estatina é opcional Ana Carolina Picanço Categorias de risco intermediária - % de redução sem estatina: 30 a 50%; - Com estatina: LDL-c < 100 e Não-HDL < 130 Tratamento com estatina é recomendado Categoria de risco alto - % de redução sem estatina > 50% - Com estatina: LDL-c < 70 e Não-HDL < 100 Tratamento com estatina é altamente recomendado Categoria de risco muito alto - % de redução sem estatina: 50% - Com estatina: LDL-c < 50 e Não-HDL < 80 Tratamento com estatina é mandatório ➔ Nota-se que o risco é muito alto, a meta é < 50% - entrar imediatamente com estatina INDEPENDENTE DO VALOR DO LDL. Se esse paciente não usa estatina, e ele está na meta, < 50%, ainda assim entra com estatina. PREVENÇÃO RISCO SECUNDÁRIO. Se não estiver na meta, busca alcançar a meta. ➔ Segunda meta – reduzir 50% do valor LDL-c inicial – muitas vezes é difícil conseguir atingir meta de < 50 Anotações sob tabela: O LDL-c – colesterol de lipoproteína de baixa densidade; não HDL-c: colesterol não ligado à lipoproteína de alta densidade. A LDL-c ou não HDL-c - significa que medidas não farmacológicas são aceitáveis, desde que as metas de LDL-c e não-HDL-c sejam atingidas. Em pacientes com LDL-c > 160 mg/dL, estatinas são recomendadas em todas as categorias de risco. Tratamento da Dislipidemia Ômega 3 Principal função do uso para fins de tratamento é redução de triglicerídeo – trata hipertrigliceridemia! - na dose usada, dessa forma, não apresenta benefício cardiovascular. Comum uso de 3g/dia. Em estudo de 2018 notou que 4 g do DHA (um dos componentes) traria algum benefício CV. Contudo, dose exagerada, de difícil tolerância – só acha manipulado e não está em diretriz de tratamento. O ômega-3 é poli-insaturado dividido em dois ácidos: - DHA – ácido docosa-hexanoico - EPA – ácido eicosapentaenoico Geralmente em 1 g de ômega 3: 400 mg DHA e 600mg EPA – sempre avaliar se está nessa proporção! Apresenta ação anti-inflamatória e anti-trombótica – metabolismo das protaglandinas; Reduz mortalidade global por causa cardiovascular e por morte súbita; Se no mesmo composto tiver ômega 6 não apresenta ação anti-inflamatória: o ômega 6 neutraliza o ômega 3 – sem ação. Dose mínima para tratamento de triglicerídeo é de 2 g/dia - 3g/dia – reduzem Tg em 30% - 6g/dia – reduzem TG em 50% - inibe síntese de VLDL e Apolipoproteína B - pode ter discreta elevação da glicose - não demonstrado benefício CV (só em altas doses) Obs.: se alergia a peixe, tem que ingerir ômega-3 sem o EPA e apenas com DHA. Ana Carolina Picanço Obs.: sabor de peixe – pode reduzir se cápsula for mantida no congelador ESTATINA Agem inibindo de forma parcial a HMG-CoA redutase → forma menos LDL-c e ainda aumenta turnover de receptores de LDL → retira mais da circulação – reduz nível plasmático; - célula forma menos colesterol – “vazia” – permite entrada maior LDL Medicamentos: Pravastatina, fluvastatina, atorvastatina, rosuvastatina, pitavastatina, sinvastatina. - No geral reduzem de 18 a 55% do LDL; - Podem aumentar HDL de 5 a 15% – complicado aumentar HDL, não tem medicação específica para isso. O que aumenta é melhorar resistência insulínica do organismo se vir a ter. A atividade física ajuda. - Podem reduzir triglicerídeo; Extremamente importante em até 40% dos casos – reduz síntese de VLDL – não é o foco de tratamento. Efeitos colaterais: miopatias – até 11% mialgia; 0,5% miosite; 0,1% radbomiólise -, aumento de transaminases, disfunção hepática (0,5-3%), DM Contra-indicações: hepatopatias graves - relativas: uso de drogas metabolizadas via citocromo P450. Importante!!!!! Se paciente está tomando, por exemplo, atorvastatina de 20mg (dose intermediária), por exemplo, e precisa reduzir LDL que não está na meta. LOGO, dobrar a dose, passar para 40mg, não dobra a chance de redução de colesterol. Duplicação de dose aumenta redução em apenas 6%. - Se tomando medicaçãoe tem LDL fora da meta (ex < 100 e está <160), toma sinvastatina de 20, mas Ldl FIca < 130, ainda não na meta. Não adianta dar sinvastatina dose dobrada. Trocar medicação – Mas sim usar outra estatina com dose maior. Esta é uma relação apenas parcial das opções farmacológicas disponíveis no Brasil A simples menção desses agentes farmacológicos não implica recomendação dos editores. ● Atorvastatina – dose de alta intensidade – 40 a 80mg; ● Rosuvastatina – 20 mg é de alta intensidade; ● Sinvastatina – 20-40mg baixa intensidade, sendo que a de 40mg tem uma peculiaridade: ao associar ezetimida de 10mg, considera de alta potencial. ALTA POTÊNCIA – só 3: atorvastatina de 40-80mg/ rosuvastatina 20 mg/ sinvastatina 40mg + ezetimiba 10 mg (em conta para paciente comprar). As outras são de intermediária ou baixa potência. - a potência é importante na análise se tem que reduzir muito colesterol ou não, muito alto risco CV. Comparativo da dose máxima da estatina com efeito máximo: - Rosuvastatina e atorvastatina permitem maior redução de TGL; - Apenas a rosuvastatina aumenta HDL; Ana Carolina Picanço Dose de equivalência – importante conhecer, por exemplo, na otimização do tratamento. ● 5mg rosuvastatina = 20mg atorvastatina = 40mg sinvastatina ROSUVASTATINA Atinge o maior percentual de metas – muito potente. A estatina mais potente em reduzir LDL e TG. Única estatina a reduzir placa aterosclerótica – estudos ASTEROID e METEOR. Obs.: paciente com resistência insulínica tem LDL pequeno e denso alien – deposita na artéria e organismo não consegue tirar. Reconhece como antígeno – atrai macrófago, faz processo inflamatório → processo de formação da placa de ateroma. A rosuvastatina, principalmente em paciente de muito alto risco e alto risco CV, seria a estatina ideal. Se paciente já com placa aterosclerótica, risco em USG, também seria a mais ideal. Redução de 54% para IAM, 48% para AVC e 47% para necessidade de revascularização na dose de 20mg – sua dose máxima(estudo JUPITER). Opção para pacientes que usam medicamentos que agem nos citocromos CYP3A4 ou CYP2C9: barbitúricos, carbamazepina, fluoxertina, fenitoína, metronidazol, rifampicina, ceto//itra/fliconazol, ritonavir (não precisa decorar) Obs.: paciente de baixo risco e risco intermediário principalmente – se não faz MEV – pode tentar reduzir colesterol só com MEV – reavalia em 1-3 meses. Contudo, se tiver muito fora da meta, talvez não seja ideal – alimentação reduz pouco de colesterol. Contudo MEV é essencial na redução da resistência insulínica – redução de peso é importante! ATORVASTATINA Droga de escolha em paciente com IRC – se fizer diálise, ter muito cuidado no tratamento – avaliar risco e benefício de prevenção primária e secundária de eventos – encaminhar para especialista. PITAVASTATINA Redução máxima de absorção ainda controversa – porém de média para alta dose; Excesso de biodisponibilidade Muito baixa interação medicamentosa – boa alternativa em paciente com polifarmácia; Tem ação intermediária; Opção à atorvastatina para pacientes com IRC A mais nova droga aprovada para DLP; Estudo PREDICT- redução de incidência de DM – poderia ser escolha interessante, por exemplo, em pré-diabético, paciente com resistência insulínica, meta de colesterol seja dentro do risco baixo/intermediário. Se risco alto e muito alto principalmente que visa prevenção 2ª de eventos deve usar medicamento com dose de alta potência – esta não apresenta. Dislipidemia na AIDS Na AIDS, há redução de HDL e discreta elevação dos TGs; Preferir drogas que não atuam no mesmo sítio de metabolização hepática (CUPP450 3 A 4), como pravastatina e pitavastatina. Ana Carolina Picanço Dos fibratos, preferência pelo uso de Fenofibrato; Atorvastatina: uso com cautela, dados limitados em relação a rosuvastatina !! Sinvastatina: contra-indicado em uso de HAART. Principal de saber: aidético em tratamento com qualquer antiretroviral é contraindicação ABSOLUTA sinvastatina!!!! Tabela – não precisa decorar Em posto de saúde, é comum paciente tratando doença – olhar medicação usada e também a recomendação do medicamento e qual medicação usar. Mas sempre lembrar que sinvastatina é CI – altos riscos. Recomendações e conclusões Grau de recomendação A – não é recomendado iniciar terapia com estatinas em paciente com DM2 em tratamento dialítico; Grau de recomendação A – em pacientes com DM e IRC que iniciam diálise em uso de estatina, a suspensão da estatina não é recomendada. Ou seja – se paciente já faz diálise e precisa de estatina - não pode prescrever. Se já estava em uso, pode manter. Grau de recomendação A – não é recomendado iniciar terapia com estatina em pacientes com DM e IC de classes funcionais III e IV (se já estiver usando reavaliar); Grau de recomendação A – em pacientes com DM e hipertrigliceridemia leve a moderada (TG < 400 mg/dL), a combinação de estatina e fibrato não é recomendada para reduzir risco CV. Grau de recomendação B – em pacientes com DM e uso de estatina, com TG > 204 mg/dL e HDL < 34 mg/dl, a adição de um fibrato para reduzir risco cardiovascular pode ser considerada ➔ Sâmia indica não associar fibrato e estatina – é muito controverso! Associação é muito observado. O único padrão que talvez seria aceitável é este da recomendação B (lembrando que TG não interfere em risco CV, só tem risco de pancreatite). Se tem TG > 500, suspende estatina e trata alteração do TG com reavaliação futura. Efeitos Colaterais das Estatinas Em torno de 3% dos pacientes precisam suspender por intolerância. Principais efeitos são: ● Fadiga, distúrbio do sono, mialgia ● Disfunção erétil, erupção cutânea ● Disfunção hepática (raro) - sempre que iniciar tratamento, após 1 mês até 3 meses, solicitar função hepática - risco maior de alteração das enzimas hepáticas é nos primeiros 90 dias de introdução droga; ● Alteração ritmo intestinal ● Miosite – apresenta CPK > 2000 U/L – cpk só solicita mediante suspeita ● Síndrome de Lupus-like (lovastatina, fluvastatina e sinvastatina) Obs.: paciente com mialgia – troca de marca pode ser útil. Obs.: estatina age no ciclo endógeno Miosite – com cpk > 2000 ou > 10x limite de referência o ideal é suspender tratamento e Ana Carolina Picanço não prescrever outra estatina, buscar outras alternativas terapêuticas – risco de rabdomiólise. Contraindicação ● Gravidez ● Cirurgia de grande porte - suspender ● Hepatopatia aguda – uma vez que age no fígado Diabetes e Estatinas Risco maior da estatina aumentar risco do paciente se tornar diabético de acordo com a idade, aumento de IMC, baixo HDL, alta de triglicerídeo, HAS, glicemia de jejum alterada (pré-diabético); Pravastatina – hidrofílica - reduz risco de diabetes, mas tem potência intermediária; Rosuvastatina, atorvastatina, sinvastatina, pitavastatina, lovastatina – lipofílicas – aumentam risco de DM; - Risco de 9-13%, sendo que de acordo com estudo Jupiter este pode chegar até 27% sendo dose dependente; Antecipa diagnóstico de diabetes em 2-4 meses → paciente que já viraria diabético, seria só estopim que abriu quadro. 2 novos casos de DM a cada1000 pacientes tratados – estatística baixa - paciente diabético – não deixar de tratar com medo da estatina. Não causa alteração glicêmica – pode levar paciente que já tem riscos e predisposição a desenvolver diabetes. Inibidores de absorção do colesterol Apenas 1 representante: Ezetimiba (Zetia®, Ezetrol®, etc); Age inibindo receptor NPC1-L1 localizada na borda em escova do intestino, na região do íleo – age desde o intestino inibindo absorção do colesterol da dieta (ciclo exógeno). Reduz LDL em até 20% - ação intermediária; Dose única de 10mg; Normalmente é associado a estatinas; Adiciona proteção cardiovascular e uma opção de TTO de esteatose hepática; Evitar em doenças hepáticas graves. Alternativa eficaz para pacientes que não tolerem estatinas ou IRC (RENAIS). - Geralmente entra inicialmente com estatina – se não alcançar meta, passamos o ezetimiba uma vez que dobrar dose de estatina não adianta. Pode trocar estatina, inserir de alta potência e associar ezetimiba; - Paciente com LDL 200, muito elevado, obeso, todo alterado metabolicamente – poderia entrar com rosuvastatina de 20mg e ezetimiba de 10mg (potencializa mais do que sinvastatina de 40mg e ezetimiba de 10mg) - paciente com baixa alteração, tem que reduzir menos que 20%, se tem gordura no fígado – pode optar por entrar com ezetimiba como monoterapia e, depois, se necessário entrar com associação de estatina. Mecanismo de Ação O ezetimiba inibe seletivamente a absorção de colesterol intestinal: - reduz liberação intestinal de colesterol para fígado; - aumenta expressão hepática de receptores de LDL; - reduz teor de colesterol nas partículas aterogênicas; Apresenta pouca ação na circulação sistêmica Ana Carolina Picanço - libera de volta o agente no sítio de ação; - limita exposição sistêmica Em relação a DAC (doença arterial coronariana)- ? - ESTÁ MUITO ESTABELECIDO O REAL USO DA ESTATINA COM DAC NA PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA. DO EZETIMIBA NÃO TEM NOÇÃO SE SÓ TEM REAL AÇÃO DE PROTEÇÃO CV – PRECISA DE MAIS ESTUDOS. Sequestradores de Sais Biliares (Resinas) São as resinas ou resinas de troca – no Brasil só tem 1 delas. Apresenta muito efeito colaterol, sendo pouco usado em adultos na prática. Uso maior nas crianças e gestantes. Crianças) Obs.: sinvastatina apenas a partir dos 7 anos e ezetimiba a partir de 5 anos. As resinas podem usar em crianças menores! O colesterol é liberado pelos sais biliares e sai nas fezes – as resinas aumentam essa liberação do colesterol pelas fezes. Principais Ações ● Pode ter redução de 15-30% do LCL-c ● Pode aumentar HDL-c em torno de 3-5% ● Pode aumentar triglicerídeo Efeitos Adversos ● Desconforto GI/constipação – bem comum; ● Redução da absorção de outros medicamentos – primeira geração Contraindicações ● Disbetalipoproteinemia – uma mutação que gera dislipidemia – familiar. ● TG elevados (principalmente se > 400 mg/dl) Limitação ● Não adesão ● Tolerabilidade GI ● Redução de absorção de vitaminas lipossolúveis ● Podem aumentar TG em pacientes com hipertrigliceridemia ● Obs.: reduzem absorção de levotiroxina, tiazídicos, betabloqueadores Medicamentos Colestiramina 4g – 2x/dia (única no Brasil) – dose máxima de 20 mg (Raro chegar – muitos efeitos gastrointestinais, paciente não tolera) Colesevelam – 625mg – 06cp/dia - 1 a 2 tomadas (a ADA incluiu como medicação alternativa, tratamento secundário de DM. Não tem no Brasil) Colestipol 1g – 2-16p/dia Obs.: opção para crianças < 10 anos e mulheres em período reprodutivo Anticorpo Monoclonal inibidor da PCSK9 PCSK9 - proteína secretada pelo fígado que inibe a internalização e retorno do receptore de LDL. “Ela é do mal, não é desejada já que degrada os receptores de LDL-c do hepatócito” - hepatócito com menos receptores de LDL capta menos da corrente sanguínea. Obs.: LDL-c + receptor – receptor entra na célula para internalizar LDL. O normal é liberar o LDL e retornar para superfície para capturar mais LDL. A PCSK9 degrada o receptor a nível intracelular – não retorna para superfície. Há medicação que inibe essa enzima – anticorpo monoclonal – apresenta indicações precisas para prescrição, são caras e geralmente prescritas por especialistas. - Relação inversa PCSK9 e LDL-r → Ganho de função – aumenta LDL → Perda de função – reduz LDL Ana Carolina Picanço É muito útil em hipercolesterolemia familiar – pensa em paciente com muito alto risco cardiovascular para prevenção secundária: - já entrou com estatina de alta potência e não alcançou meta. - Entrou com ezetimiba e não atingiu a meta. - Nesse momento pode pensar em prescrever – administração subcutânea – dose semanal ou mensal e muito cara (1000 a 2000 reais por mês. SUS não cobre. Podetentar conseguir com processo). Hipertrigliceridemia Indica-se tratar triglicerídeo: - > 500 mg/dl – tratamento sempre indicado (Adulto) - na criança só entra com medicação > 1000 mg/dl. Até tal nível manter apenas MEV (mudança estilo de vida); - 200-500 mg/dl – controverso (alto risco de cardiovascular) - 150 – 200 mg/dl – controverso (DAC, DM, SM, hiperlipidemia familiar combinada, HF de DAC prematura) IMPORTANTE: Entrar com medicação se > 500 no adulto. Abaixo disso tratar colesterol se tiver hipercolesterolemia, MEV, reduzir carboidrato... Fibratos Principais drogas para tratamento de hipertrigliceridemia. Mecanismo de ação Obs.: lembrando que a APO-CIII inibe ação da LPL (lipoproteína lipase). Obs.: APO-AI – do bem – queremos presente já que ativa LCAT. Associação Fibrato + Estatina Tratamento de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia – não orientar associação de fibrato e estatina tal qual foi falado anteriormente; - Não há benefício da associação de fenofibrato com sinvastatina no risco cardiovascular – tendência a benefícios em TG > 240 mg/dl (mesmo assim não associar) - Mortalidade aumentada em mulheres - Redução de microalbuminúria, sem alteração para evolução para IRC - Elevação transitória da creatinina - Redução de retinopatia Em pacientes com DM e hiperTG leve a moderada geralmente não recomenda-se a associação de estatina e fibrato para redução de risco CV; Grau de recomendação B – paciente com TG > 204 mg/dl e HDL < 34 mg/dl – combinação pode ser considerada quando MEV falharem - para a vida: não associar! Ana Carolina Picanço Os fibratos Fenofibrato micronizado é o mais prescrito, o mais potente – “melhor” – melhor administração noturna. Ciprofibrato adquire pela farmácia popular – muito prescrito – a noite, longe das refeições; Obs.: paciente renal crônico pensarem usar genfibrozila; Efeitos Adversos ● Sintomas gastrointestinais – náuseas e diarreia ● Dor muscular ● Astenia ● Redução da libido ● Prurido ● Cefaleia ● Insônia ● Hepatite tóxica ● Rabdomiólise ● Elevação de enzimas hepáticas ● Leucopenia ● Discreta elevação de creatinina ● Bile mais litogênica ● Pseudoelevação de cortisol livre urinário – HPLC – fenofibrato apenas. Cuidados Renais - Fibratos Fibratos apresentam eliminação principalmente renal; Diminuição gradativa do fibrato quanto TFG < 90 ml/min; Em paciente com IRC usar quando necessidade for alta: - TGL > 500 MG/dl - TG > 200 mg/dl e nãoHDLc > 130 mg/dl em pacientes com intolerância a estatinas. Esses pacientes já são dialíticos – reavalia necessidade de estatina se já fazia uso. Não pode entrar com estatina. Medicamento de escolha para transplantado renal ou IRC – genfibrozila – reduz dose em 50% se TFG 15-50 ml/min e suspende se TFG > 15 ml/min (diálise). NCEP-ATPIII (associação americana de controle do colesterol)– contraindica todos os fibratos se IRC. No Brasil ainda é aceito uso da genfibrozila. Contraindicação ● Litiase biliar ● Alteração de função hepaática ● Mulheres grávidas/amamentando Ácido Nicotínico Redução da produção hepática de VLD, inibição de IDL e LDL; Diminui ação da lipase tecidual nos adipócitos, reduz liberação de AGL → reduz síntese de TG pelo fígado. Posologia Liberação imediata – dá muito efeito colateral, como flushing e paciente não tolera. Professora não recomenda estar utilizando; Ana Carolina Picanço Liberação prolongada – melhor, mais usado e indicado, inclusive, pela professora (Acinic®500 e 750 / Metri ® 500, 750 e 100mg, sendo o Metri mais usado pela Sâmia) - Pode associar com fibratos em pacientes com hipertrigliceridemia mais graves Efeitos Colaterais ● Flushing (até 68%) – absurdo e sensação mal-estar grande; ● Hiperglicemia – aumento de até 0,2% da HbA1c ● Hiperuricemia ● GI ● Artralgia ● Hepatotoxicidade – rara Para o flushing ● Aumento gradual da dose ● Usar à noite ● Associar a AAS > 300mg ● Não usar com líquidos quentes e bebidas alcóolicas Contraindicação ● Hepatopatias graves ● GOTA – complicação crise do aumento do ácido úrico ● Relativas: DM, hiperuricemia, úlcera péptica – avaliar risco x benefício de entrar com tratamento ● Relativa – avalia risco x beneficio de entrar com tratamento Ômega- 3 Trata triglicerídeo – exposto anteriormente. Antiagregantes plaquetários Em pacientes diabéticos, só prescrevemos AAS (escolha) se já teve evento cardiovascular – se não teve, não prescreve. Se tem alergia, prescrever clopidogrel IAM – clopidogrel e AAS por 6m a 1 ano Obs.: paciente infartado não pode usar metformina por até 6 meses. - Indivíduos diabéticos com alto risco cardiovascular e acima de 65 anos poderiam fazer terapia antiplaquetária para prevenção primária – grau de recomendação B - para pacientes com risco cardiovascular e alérgico a aspirina, clopidogrel 75mg/dia deverá ser usado – grau de recomendação B (usamos) Obs.: em estudo com pacientes diabéticos sem evento cardiovascular prévio – uso de AAS reduziria eventos CV ? Poderia ter benefício em uso de até 3 anos contínuos após esse tempo perderia benefício. Ademais, tem riscos como sangramento → no fim risco x benefício não indica. Obs.: comum encontrar pacientes em uso sem essa indicação – pode suspender uso do AAS se não teve evento cardiovascular. Este é indicado no diabético para prevenção de eventos SECUNDÁRIOS. D0se AAS - 75 a 325 mg (muito regional, mais visto na prática é 100mg). Ana Carolina Picanço Diretrizes no manejo do colesterol - indicar parar tabagismo, alimentação saudável, atividade física (alimento influencia ainda microbiota intestinal – se modificada por alimentação inadequada pode desenvolver resistência insulínica a nível intestinal e absorção inadequada gordura do alimento). Em pacientes com doença cardiovascular (ASCVD) reduzir o LDL com estatinas de alta intensidade ou na maior dose tolerada. Nesses pacientes a meta é uma redução de 50% ou mais do LDL basal. ➔ Definição ASCVD: síndrome coronariana aguda, angina estável, revascularização arterial, AVE ou ataque isquêmico transitório, doença arterial periférica incluindo aneurisma de aorta de origem aterosclerótica. Hipercolesterolemia primária grave (LDL > ou 190 mg/dl ou colesterol total > 310 – sempre suspeitar) – iniciar estatina de alta intensidade. Nesses casos não é necessário cálculo de risco em 10 anos para ASCVD. Obs.: cálculo – uso de calculadora para estratificação de risco. - Se o LDL permanecer > ou = 100 mg/dl – adicionar ezetimiba; - Se LDL permanecer > ou = 100 mg/dl após ezetimiba, adicionar inibidor da PCSK9; Em pacientes com doença cardiovascular (ASCVD) reduzir o LDL com estatinas de alta intensidade ou na maior dose tolerada Nesses pacientes a meta é uma redução de 50% ou mais do LDL basal. Discuta com seu paciente sobre risco/benefício antes de iniciar estatina - paciente muito idoso, > 75 anos – maior risco de efeito adverso – avaliar com carinho o risco e benefício e dose em superidosos Tópicos a serem considerados na discussão: - Maiores fatores de risco e risco em 10 anos para ASCVD - benefícios da mudança do estilo de vida e do uso de estatina - Potenciais efeitos colaterais e interações medicamentosas - Custo da terapia - Crescimento da FR (fator de risco) que favorecem terapia com estatina - Potencial utilidade do escore de cálcio coronariano - Preferência do paciente para decisão compartilhada Prevenção primária ● Mudança do estilo de vida para todos ● Avaliação do risco cardiovascular global ● Investigar HF de ASCVD e dislipidemias ● Estatina→ primeira linha ● Escore de cálcio ajuda na avaliação risco intermediário – se achar necessário essa avaliação, pedir parecer do cardiologista Prevenção secundária ● Mudança do estilo de vida é importante mesmo em uso de estatina ● Use estatina de alta intensidade ● Reduza LDL com terapias que tenham evidência clínica ● Em alto risco e LDL > ou = 70 mg/dl, apesar da maior dose de estatina tolerada, considere ezetimiba e, em alguns casos, inibidores da PCSK9. FIM Ana Carolina Picanço