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Mariana Marques – T29 Hepatites Virais ---------------------------------------------------------------------------------- INTRODUÇÃO CONCEITO DE HEPATITE: Hepatite: inflamação do fígado, pode ser causada por vírus (hepatites virais), uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas CARACTERISTICAS GERAIS: São doenças infecciosas de distribuição mundial e de notificação compulsória Podem se apresentar como doenças agudas ou crônicas, sendo a maioria assintomática Há 5 principais tipos: Hepatite A: início agudo, picornavírus, fecal-oral Hepatite B: transmissão pelo sangue, DST, hepadnavírus, transcriptase reversa Hepatite C: crônica, DST, flavivírus Hepatite D: defectivo, vírus auxiliar da hepatite B, doença fulminante Hepatite E: fecal-oral, início agudo/repentino, mulheres grávidas Os vírus da hepatite infectam e danificam o fígado (vírus tem tropismo primário pelas células hepáticas) Formas clínicas: Assintomáticas (anictéricas) Icterícias típicas Insuficiência hepática aguda grave (fulminante) Principais sintomas: fadiga, mal-estar, náuseas, dor abdominal, anorexia, icterícia, colúria e diarreia Embora os sintomas básicos da hepatite sejam similares, esses vírus são diferentes em sua estrutura, modo de replicação, modo de transmissão, tempo de duração da doença e sequelas que causam Em estágios avançados a doença pode causar cirrose e carcinoma hepatocelular DIAGNÓSTICO LABORATORIAIS INESPECÍFICOS Aminotransferases (indicam lesão do parênquima hepático) ALT ou TGP – alanina aminotransferase ou transaminase glutâmico oxalacética AST ou TGO – aspartato aminotransferase ou transaminase glutâmico pirúvica Bilirrubinas Fosfatase Alcalina Linfocitose discreta LABORATORIAIS INESPECÍFICOS Exames sorológicos ELISA (ensaio imunoenzimático) ELFA (ensaio imunoenzimático por fluorescência) Quimioluminescência Testes rápidos (TR) – cromatografia: material biológico (fluido oral, soro, plasma, sangue total) Biologia molecular Mariana Marques – T29 VÍRUS DA HEPATITE A (HAV) CARACTERÍSTICAS GERAIS: Família: Picornaviridae Gênero: Hepatovirus Vírus RNA de fita simples de polaridade positiva Causa hepatite infecciosa TRANSMISSÃO: O vírus pode ser transmitido pela via fecal-oral A ingestão de agua e alimentos contaminados pode causar a infecção O vírus pode ser encontrado em frutos do mar devido a agua contaminada pelo esgoto Obs: pode ser transmitido por duas outras vias de forma rara Via parenteral: casos de viremia alta (doadores de sangue, material perfuro cortante) Sexual: população vulnerável (condições socioeconômicas) ESTRUTURA: Vírus não envelopado Possui capsídeo icosaédrico Possui um genoma de RNA de fita simples (+) Encontra-se uma proteína VPg ligada à extremidade 5’ (atua como iniciador durante a síntese do RNA) e uma sequência poliadenilada na extremidade 3’ (protege o RNAm da digestão por nucleases) Resistente ao pH ácido Possui crescimento lento em cultura REPLICAÇÃO: O HAV se replica interagindo com o receptor celular 1 (HAVCR-1) expresso nas células hepáticas e em células T por meio da glicoproteína A estrutura do HAVCR-1 pode variar de indivíduo para indivíduo, e formas específicas se correlacionam com a gravidade da doença O HAV não é citolítico e é liberado por exocitose PATOGÊNESE: O vírus é ingerido e penetra a corrente sanguínea através do revestimento epitelial da orofaringe ou do intestino Ao cair na corrente sanguínea, migra para as células parenquimatosas do fígado, onde fará replicação dentro dos hepatócitos e nas células de Kupffer Em seguida, os vírus são liberados na bile e secretados nas fezes Mariana Marques – T29 Ciclo replicativo do vírus: Fase não citopática: fase de replicação viral Fase citopática: resposta imune ao vírus → Dano hepatocelular: principalmente em decorrência da resposta imune do hospedeiro (imunidade celular mediada por LTCD8+) → Anticorpos: IgM anti-HAV: detectável antes dos sintomas clínicos e decai em cerca de 3 a 6 meses IgG anti-HAV: surge após a produção de IgM e se mantém, conferindo proteção → O quadro de icterícia resultante dos danos causados ao fígado ocorre quando as respostas imunes mediadas por células e anticorpos contra o vírus são detectadas → Vacina: parte do calendário vacinal para crianças de 15 meses e 4 anos de idade Evolução clínica: Infecção abaixo dos 6 anos: quadro pouco sintomático ou assintomático Infecção acima dos 50 anos: mais grave e assintomática, com 70% de pacientes com icterícia Gestantes: mortalidade ↑ associada à HEV Viremia: em média por 79 dias Síndromes clinicas: Os sintomas causados pelo HAV resultam do dano hepático mediado pelo sistema imune Os sintomas ocorrem abruptamente 15-50 dias após a exposição, intensificam-se durante 4-6 dias antes da fase ictérica e podem durar até dois meses Sintomas iniciais: febre, fadiga, náuseas, perda de apetite, vômitos e dores abdominais, também pode incluir urina escura (bilirrubinúria), fezes claras e icterícia Os sintomas geralmente diminuem durante o período de icterícia A recuperação completa ocorre em 99% dos casos dentro de 2-4 semanas do início da doença EPIDEMIOLOGIA: Cerca de 40% dos casos agudos de hepatite são causados por HAV O período contagioso se estende antes e até depois dos sintomas O vírus pode causar propagação assintomática O vírus se espalha facilmente, pois a maioria das pessoas infectadas tornam-se contagiosas de 10-14 dias antes do aparecimento dos sintomas O vírus é encontrado no mundo todo, não existe incidência sazonal PREVENÇÃO E CONTROLE: Evitar o consumo de água ou alimentos contaminados, em especial frutos do mar crus A lavagem apropriada das mãos O tratamento da água potável com cloro geralmente é suficiente para matar o vírus Administração de globulina sérica imune administrada antes ou logo no início do período de incubação tem eficácia de 80% a 90% As vacinas mortas para o HAV são recomendadas para todas as crianças após completarem 1 ano e adultos com alto risco de infecção Vacina inativada (monovalente) com produção de anticorpos (IgG) e de células B de memória Mariana Marques – T29 VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) CARACTERÍSTICAS GERAIS: Família: Hepeviridae Gênero: Hepevirus Vírus RNA de fita simples de polaridade positiva O vírus causa apenas uma doença aguda Único sorotipo: 4 genótipos distintos (antroponose, antroponose, enzoonose e zoonose) TRANSMISSÃO: Ocorre principalmente pela via Fecal-oral Também pode ser transmitida pelas seguintes formas: Alimentar-zoonótica: contaminação ocorre pela boca com ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes de animais Parenteral: por exposição percutânea direta ao sangue Vertical: da mãe para o feto ou para o recém-nascido no parto ESTRUTURA: Não envelopado com capsídeo icosaédrico Possui um genoma de RNA de fita simples (+) Termoestável (60°Cpor dez minutos) Resistente ao pH ácido PATOGÊNESE: Vírus semelhante ao calicivírus, início agudo, ausência de sequelas, doença grave nas mulheres grávidas 20% dos infectados (principalmente em indivíduos dos 14-40 anos) 85%: apresentam hepatomegalia Insuficiência hepática aguda grave (IHAG): podem ocorrer em gestantes A taxa de mortalidade associada à doença por HEV é de 1% a 2% A infecção por HEV é grave em gestantes (taxa de mortalidade de ≈ 20%) Sintomas: febre, anorexia, disgeusia (paladar alterado), dor abdominal, alterações intestinais e vômitos, o surgimento de icterícia coincide com o desaparecimento dos sintomas prodrômicos e, geralmente, é autolimitado, sendo resolvido em poucas semanas Ciclo replicativo: Antígenode superfície (HEV) + receptor (clatrina) = internalização ORF1: proteínas não estruturais. ORF2 e ORF3: proteínas estruturais. A ORF3 ancora internamente no citoesqueleto do hepatócito, iniciando a estruturação do nucleocapsídeo. Capsídeo: contém epítopos, importantes e induzem a produção de anticorpos neutralizantes Resposta imune: IgM anti-HEV: detectável nas primeiras 2 semanas após o início dos sintomas clínicos, podendo persistir até 5 meses IgG anti-HEV: surge logo após a produção de IgM e somente cerca de 50% dos indivíduos mantém por um período mais longo Vacina: proteína ORF2 (OMS não recomenda - usada somente na China) Mariana Marques – T29 VÍRUS DA HEPATITE B (HBV) CARACTERÍSTICAS GERAIS: Família: Hepadnaviridae Gênero: Orthohepadnavirus 8 genótipos (a-j) Esses vírus possuem limitado tropismo por tecidos e gama de hospedeiros O HBV infecta o fígado e, em menor escala, os rins e o pâncreas As células infectadas com HBV produzem e liberam partículas de HBsAg sem DNA O genoma do HBV pode se integrar no cromossomo do hospedeiro TRANSMISSÃO: Parenteral (transfusão, compartilhamento de agulhas, tatuagem), sexual (IST) ou vertical ESTRUTURA: Vírus de DNA envelopado, pequeno e com propriedades incomuns Vírus possui genoma circular de DNA de fita parcialmente duplicado Codifica transcriptase reversa e se replica por meio de um intermediário de RNA Possui uma partícula Dane: resiste ao tratamento com éter, pH baixo, congelamento e aquecimento moderado (facilita a transmissão da doença pessoa-pessoa e dificulta a desinfecção) Possui capsídeo icosaédrico formado pelo antígeno de vírus da hepatite B (HBcAg) e por um envelope com três formas da glicoproteína antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg) Glicoproteína L: ligação do vírus aos receptores nos hepatócitos Glicoproteína M: ligação para a adsorção do HBV nas células, camuflando a albumina sérica, que permite que o HBV penetre via receptores celulares de albumina no citoplasma do hepatócito Glicoproteína S: principal proteína que forma o HBsAg, é capaz de induzir resposta imunológica O vírions do HBV carrega uma proteína quinase e uma polimerase Possui uma proteína P ligada ao genoma PATOGÊNESE: Pode causar doença aguda ou crônica, sintomática ou não A determinação de qual doença ocorrera depende da resposta imunológica do indivíduo O HBV pode ser encontrado no sangue, sêmen, saliva, leite materno, secreções vaginais e menstruais e fluído amniótico A maneira mais eficiente de contrair HVB é pela penetração viral no sangue Pode não haver sintomatologia em 45 dias (sintomas são manifestados pela imunopatologia) A imunidade mediada por células e a inflamação são responsáveis por sintomas Resposta insuficiente de células T resulta em sintomas leves, na inabilidade de resolver a infecção e no desenvolvimento de hepatite crônica Mariana Marques – T29 A dose infecciosa, a via infecção e o infectado são determinantes para o tempo de incubação Copias do genoma do HBV integram-se nos hepatócitos e podem permanecer latentes Um indivíduo é infeccioso quando tanto o componente HBsAg quanto o componente HBeAg do vírions podem ser detectados no sangue Durante a fase aguda da infecção o parênquima hepático mostra alterações degenerativas A resolução da infecção permite a regeneração do parênquima As infecções fulminantes, a ativação de infecções crônicas ou a coinfecção podem resultar em dano hepático permanente e cirrose Obs: Cronificação – a persistência do vírus por mais de seis meses Ocorre em 5% a 10% dos indivíduos adultos infectados Em recém-nascidos de gestantes: com evidências de replicação viral (70-90%) e sem evidência de replicação viral (10-40%) Infecção em menores de 5 anos: 70% a 90% cronificam 20% a 25% dos casos crônicos com evidências de replicação viral evoluem para doença hepática avançada (cirrose e hepatocarcinoma) Ciclo Replicativo: É uma replicação único devido as tropismo ser para o fígado, possui genoma pequeno (necessita de economia) e se replica por meio de um intermediário de RNA (produz e libera partículas antigênicas) A ligação do HBV aos hepatócitos é mediada por glicoproteínas As glicoproteínas aderem a albumina sérica humana polimerizada e a outras proteinas séricas, essa adesão facilitam a adsorção viral no fígado Ocorre a adsorção das partículas aos receptores celulares, seguida da penetração das partículas no citoplasma celular e do desnudamento do ácido nucleico O DNA viral (DNAV) migra para o núcleo celular, convertendo-o para a forma circular covalentemente fechada, realizando a transcrição do DNA e RNA mensageiro usados para a tradução de proteínas e para a síntese do RNA pré-genômico Há a tradução das proteínas virais e montagem do capsídeo onde o RNA pré-genômico será empacotado para a formação das fita negativas do DNA viral a partir do RNA Ocorre a maturação das partículas no RER e a incorporação do HBsAg Alguns nucleocapsídeos são transportados para o núcleo onde os DNA genômicos podem ser convertidos em DNA circulares fechados Por fim ocorre a liberação das partículas por brotamento através da membrana celular Mariana Marques – T29 Evolução Clínica: Infecção Aguda: → Em crianças é menos intensa que em adultos → Possui período longo de incubação e início insidioso → Sintomas iniciais: febre, mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal e calafrios → Sintomas ictéricos de dano hepático (icterícia, urina escura, fezes pálidas) aparecem em seguida → Os sinais de recuperação são declínio da febre e apetite renovado → A hepatite fulminante ocorre em cerca de 1% dos casos e pode ser fatal (sintomas + intensos) → A infecção pode promover reações de hipersensibilidade Infecção Crônica: → Ocorre em cerca de 5%-10% das pessoas portadoras de infecções por HBV (após doença leve) → Um terço dos pacientes apresentam destruição continuada do fígado Causa escarificação do fígado, cirrose, insuficiência hepática ou CHP → Outros dois terços apresentam hepatite passiva crônica e são menos propensos a problemas → Pode ser detectada pelos elevados níveis de enzimas hepáticas → São as principais fontes de disseminação do vírus → Correm risco de sofrer com doença fulminante se forem coinfectadas com HDV → Em crianças 90% dos casos se tornam crônicos Síndromes Clínicas: Carcinoma Hepatocelular Primário (CHP): → 80% dos casos de CHP são atribuídos às infecções crônicas por HBV → Normalmente é fatal e uma das principais causas de mortalidade por câncer no mundo → É um câncer passível de prevenção por vacinação → O HBV pode induzir esse câncer ao promover reparo hepático e crescimento celular → O período de latência entre a infecção por HBV e o CHP pode ser de 9 à 35 anos Cirrose: → Morte de hepatócitos – produção de fibras de colágeno pelas células estreladas hepáticas → Infecção crônica – depósito contínuo de colágeno produzindo tecido fibroso Obs: Infecção oculta pelo vírus da hepatite B (IOB) – ocorre em usuários de drogas, imunossuprimidos, hemodialisados Mariana Marques – T29 RESPOSTA IMUNE: Interferons tipo 1: IFN-alfa, IFN-beta (inibe a formação de capsídeos) e IFN-gama (inibe a replicação) LTCD4+ e LTCD8+: solucionam a infecção Anticorpos: neutralizam a infecção e são bons marcadores sorológicos Evasão do sistema imune: há produção de partículas não infecciosas que se ligam aos anticorpos Hepatite Aguda: O antígeno de superfície (HBsAg) aparece poucas semanas após a infecção Durante a fase clinicamente aparente, os níveis de HBsAg estão elevados Assim que os sintomas aparecem, o HBsAg começa a declinar e é substituído pelo anti-HBs O aparecimento do anti-HBscoincide com a recuperação da infecção Pouco tempo após o surgimento do HBsAg podem ser detectados anticorpos contra o HBcAg A IgM anti-HBc aparece no início da infecção, é substituída pela IgG anti-HBc após cerca de 6 meses O HBeAg surge durante o período de ápice da replicação viral Hepatite Crônica: O HBsAg aparece positivo por mais de 6 meses, podendo ou não haver doença hepática ativa (DHA) Quando há DHA ocorre uma intensa replicação viral (HBeAg positivo e ALT elevado) O HBsAg permanece reativo indefinidamente na presença da IgG anti-HBc. São reconhecidas 3 fases da hepatite B crônica: 1. Início da infecção, fase com taxas de replicação elevadas, associada a presença de HBeAg e níveis elevados de DNA viral 2. Nessa fase, há replicação menos intensa com presença do anti-HBe e níveis de DNA circulantes 3. Na terceira fase ocorre a inativação da replicação viral com síntese continua de HBsAg, havendo a possibilidade da reativação da infecção PREVENÇÃO E CONTROLE: Vacinação: vacina recombinante (monovalente) e vacina inativada. Imunoglobulina humana anti-hepatite B (IGHAHB): imunização passiva com IgG anti-HBsAg com proteção imediata após exposição Uso de preservativos Mariana Marques – T29 VÍRUS DA HEPATITE D (HDV) CARACTERÍSTICAS GERAIS: Família: Deltaviridae e Gênero: Deltavirus 8 genótipos É o vírus responsável por causar cerca de 40% dos casos de infecções de hepatites fulminantes É singular pois usa o HBV e as proteinas da célula alvo para se replicar TRANSMISSÃO: Parenteral (transfusão, compartilhamento de agulhas, tatuagem), sexual (IST) ou vertical ESTRUTURA: Vírus RNA de fita simples de polaridade positiva Circular e em formato de haste Envelope bilipídico contendo as três formas do HBsAg Vírus defectivo (satélite do HBV) Possui genoma muito pequeno Genoma cercado: nucleocapsídeo do antígeno delta REPLICAÇÃO: O agente delta adere e é internalizado pelos hepatócitos da mesma forma que o HBV A RNA polimerase II do hospedeiro faz uma cópia para replicar seu genoma, formando uma estrutura chamada ribozima (cliva RNA circular em RNAm para o antígeno delta pequeno) O gene para o antígeno delta é mutado por uma enzima durante a infecção, possibilitando a síntese de um grande antígeno delta A produção desse antígeno limita a replicação viral e associação do genoma + HBsAg (vírion) Em seguida, o vírus é liberado na circulação PATOGÊNESE: A infecção é dependente do HBV O vírus é altamente patogênico, podendo ser associado a doenças agudas ou crônicas As manifestações clínicas podem ser variadas de assintomático a hepatite fulminante e cirrose A superinfecção por HDV em indivíduos com HBsAg induz elevação rápida das enzimas hepáticas O antígeno delta (HDAg) aparece no soro, seguido de IgM e IgG anti-HDAg A superinfecção aguda pelo HDV é acompanhada por uma redução nos níveis de HBsAg Causa alteração na função cerebral (encefalopatia hepática), icterícia extensa e necrose hepática Fatal em 80% dos casos A infecção crônica pode ocorrer em pacientes com HBV crônico TRATAMENTO E PREVENÇÃO: Não há tratamento especifico A prevenção da infecção por HBV também evita HDV A imunização com a vacina de HBV protege contra a infecção do vírus delta Mariana Marques – T29 VÍRUS DA HEPATITE C (HCV) CARACTERISTICAS GERAIS: Família: Flaviviridae Gênero: Hepacivirus 7 genótipos (1-7), divididos em subtipos (67 subtipos confirmados e 20 subtipos prováveis) Principal causador de hepatite crônica (70-85% dos casos) Maior causa de cirrose e transplantes hepáticos Causa predominante na infecção pelo vírus NANBH e a principal causa de hepatite pós transfusão Muitos indivíduos infectados por HCV são também infectados por HBV e HIV Período de incubação é em média de 6 a 7 semanas TRANSMISSÃO: Parenteral: através do sangue Alto risco para indivíduos transfundidos antes de 1993 Baixa transmissão sexual (menos de 1% em parceiros estáveis) Baixa transmissão vertical (durante a gestação) ESTRUTURA: Vírus Envelopado Vírus RNAde fita simples de polaridade positiva Possui: Proteína do capsídeo (C) Proteínas do envelope (E1 e E2) Proteínas não estruturais: p7, NS2, NS3, NS4A, NS4B, NS5A e NS5B (RNA polimerase) REPLICAÇÃO: Ocorre a ligação das proteínas E1 e E2 aos receptores celulares, possibilitando a entrada do vírus por endocitose, o qual ira fundir-se com seu envelope ao endossomo e possibilitar a liberação do genoma no citoplasma e sua tradução no reticulo endoplasmático rugoso PATOGÊNESE: A infecção persistente se dá devido a habilidade do HCV permanecer associado com a célula A capacidade do vírus de influenciar a ação dos interferons ajuda o vírus a provocar cronicidade A resposta imune mediada por células são necessárias para combater a infecção (causam danos) O anticorpo para HCV não é protetor A extensão da infiltração linfocítica, inflamação, fibrose portal e peritoneal e da necrose lobular em biopsias hepáticas podem auxiliar na classificação da doença Apesar de os níveis de RNA viral no soro aumentarem rapidamente e alterações nos marcadores bioquímicos hepáticos, como a ALT e a bilirrubina, serem indicativas de lesão hepática e observadas nas semanas seguintes à infecção, menos de 20% dos indivíduos infectados apresentam sintomas na fase aguda e, quando estes existem, raramente são associados com a hepatite C Hepatite C crônica: tempo de viremia maior que seis meses Todas as manifestações de hepatite B crônica podem ser vistas embora com frequência menor (como hepatite crônica persistente, hepatite crônica ativa, cirrose e carcinoma hepatocelular Mariana Marques – T29