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Mariana Marques - TXXIX Embriologia Clínica | Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G. Capítulo 3: Segunda Semana do Desenvolvimento Humano e Capítulo 7: Placenta e Membranas Fetais Placenta e Membranas Fetais ---------------------------------------------------------------------------------- INTRODUÇÃO A placenta e as membranas fetais possuem a função de separação entre o feto e o endométrio As membranas fetais incluem o córion, o âmnio, a vesícula umbilical e o alantoide Funções e atividades: proteção, nutrição, respiração, excreção e produção hormonal Pouco tempo após o nascimento, a placenta e membranas fetais são expelidas do útero recordando a segunda semana de gestação INICIO DO DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA No início segunda semana de gestação o trofoblasto diferencia-se em: Citotrofoblasto: formará a parte externa do embrião, produz células para o sinciciotrofoblasto Sinciciotrofoblasto: invade o endométrio, deslocando células do local, para implantação do blastocisto no endométrio e produz o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) FORMAÇÃO DA CAVIDADE AMNIÓTICA E DA VESÍCULA UMBILICAL Com a evolução da implantação do blastocisto surge, no embrioblasto o início da cavidade amniótica Células formadoras do âmnio separam do epiblasto e formam o âmnio (envolve a cavidade amniótica) Mudanças no embrioblasto formam o disco bilaminar, dividido em duas camadas: Epiblasto: camada mais espessa, voltada para a cavidade amniótica (assoalho) Hipoblasto: adjacente à cavidade exocelômica e contínua com a membrana exocelômica (teto) Membrana exocelômica + hipoblasto = vesícula umbilical primitiva Células da vesícula umbilical formam mesoderma extraembrionário (envolve âmnio e vesícula umbilical) Com a formação do âmnio, do disco embrionário e da vesícula umbilical primitiva, surgem lacunas no sinciciotrofoblasto (preenchidas por sangue materno dos capilares endometriais rompidos + restos de glândulas uterinas) → comunicação de lacunas + capilares = circulação uteroplacentária primitiva Tampão mucoso: coagulo sanguíneo fibroso que recobre a falha do epitélio endometrial Mesoderma extraembrionário (formará a parte mais interna do embrião) com seu crescimento ocorre o surgimento de espaços celômicos em seu interior, que após fusão formarão o celoma embrionário, que divide o mesoderma extra-embrionário em duas camadas: Mesoderma somático extraembrionário: reveste o trofoblasto e o âmnio Mesoderma esplâncnico extraembrionário: envolve a vesícula umbilical O celoma faz a vesícula umbilical primitiva diminuir e formar a vesícula umbilical secundária DESENVOLVIMENTO DO SACO CORIÔNICO O fim da segunda semana é caracterizado pelo surgimento das vilosidades coriônicas primárias Citotrofoblasto + Sinciciotrofoblasto + mesoderma somático extraembrionário = córion Córion: forma a parede do saco coriônico, onde, o embrião, o saco amniótico e a vesícula umbilical estão suspensos pelo pedículo → celoma extraembrionário passa a se chama cavidade coriônica Vilosidades primárias, são o primeiro estágio no desenvolvimento das vilosidades coriônicas da PLACENTA Mariana Marques - TXXIX Embriologia Clínica | Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G. Capítulo 3: Segunda Semana do Desenvolvimento Humano e Capítulo 7: Placenta e Membranas Fetais PLACENTA Principal local de trocas de nutrientes e gases entre mãe e feto (através do cordão umbilical) É um órgão compartilhado entre mãe e feto, composto de duas partes: Parte fetal: se desenvolve a partir do saco coriônico – córion viloso (camada fetal mais externa) Parte materna: derivada do endométrio – decídua basal (camada interna da parede uterina) – ao final do 4º mês a decídua basal é praticamente substituída pela parte fetal da placenta PLACENTA + CORDÃO UMBILICAL = sistema de transporte DECÍDUA Conceito: endométrio uterino de uma mulher gestante (camada funcional que se separa do restante do útero após o parto) Possui três regiões que são nomeadas devido sua relação ao local de implantação: Basal: parte profunda ao concepto - forma a parte materna da placenta Capsular: parte superficial que recobre o concepto Parietal: consiste em todas as outras partes restantes da decídua Devido aos altos níveis de progesterona no sangue materno (liberado pelo corpo lúteo), as células do tecido conjuntivo da decídua aumentam devido ao acúmulo de glicogênio e lipídeos no citoplasma, formando células deciduais Reação decidual: ocorre devidos às mudanças que ocorrem no endométrio no decorrer da implantação do blastocisto Regiões da decídua de fácil reconhecimento na ultrassonografia confirmam o diagnóstico de gravidez DESENVOLVIMENTO DA PLACENTA Caracterizado pela rápida proliferação do trofoblasto, pelo desenvolvimento do saco coriônico e das vilosidades coriônicas (segunda semana) Terceira semana: vesícula umbilical secundária sofre evaginação, formando um pequeno divertículo na parede caudal, surgindo o alantoide Parte caudal do divertículo alantoide: formará os vasos sanguíneos que suprirão a placenta Parte proximal do divertículo alantoide: durante grande parte do desenvolvimento como um cordão (úraco), que se estende da bexiga até a região umbilical Os vasos sanguíneos do alantoide tornam-se as artérias umbilicais Quarta semana: há o estabelecimento de uma complexa rede vascular (facilita trocas maternofetais) As vilosidades coriônicas cobrem inteiramente o saco coriônico até o começo da oitava semana Córion liso: surge pois o crescimento do saco coriônico comprime as vilosidades associadas à decídua capsular, e assim, reduz o suprimento sanguíneo, fazendo com que elas se degenerem e produzam uma área quase avascular Córion viloso: com o desaparecimento das vilosidades (capsular), as que ficam associadas à decídua basal começam aumentar, formando umas área espessa do saco coriônico Mariana Marques - TXXIX Embriologia Clínica | Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G. Capítulo 3: Segunda Semana do Desenvolvimento Humano e Capítulo 7: Placenta e Membranas Fetais JUNÇÃO MATERNOFETAL A parte fetal da placenta (córion viloso) esta aderida à parte materna (decídua basal) pela capa citotrofoblástica (camada externa de células trofoblásticas na face materna da placenta) As vilosidades coriônicas se aderem firmemente à decídua basal através da capa citotrofoblástica e fixam o saco coriônico Artérias e veias endometriais passam livremente através de lacunas na capa citotrofoblástica e abrem-se no espaço interviloso (entre as vilosidades coriônicas: contém sangue materno, derivado da lacuna desenvolvida no sinciciotrofoblasto durante a segunda semana de desenvolvimento) Septo placentário: divide a placenta em compartimentos que possuem livre comunicação CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA As ramificações das vilosidades coriônicas da placenta resultam em uma área maior onde substâncias podem ser trocadas através da fina membrana placentária entre as circulações fetal e materna É através das ramificações vilosas que as principais trocas de substâncias entre feto e mãe ocorrem A membrana placentária que separa a circulação do feto e da mãe consiste em tecidos extras fetais Circulação placentária fetal: o sangue pouco oxigenado deixa o feto e passa pelas artérias umbilicais até a placenta, onde, os vasos sanguíneos formam um extenso sistema arteriocapilar-venoso nas vilosidades coriônicas, deixando o sangue fetal próximo ao sangue materno para que sejam realizadas as trocas de gases e nutrientes Circulação placentária materna: o sangue materno no espaço interviloso está temporariamente fora do sistema circulatório materno, ele entra no espaço interviloso através de artérias endometriais e chegam ao espaço interviloso através de lacunas na capa citotrofoblástica, o sangue é lançadoem direção à placa coriônica para que as trocas sejam feitas, por fim, o sangue retorna, através das veias endometriais, à circulação materna Mariana Marques - TXXIX Embriologia Clínica | Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G. Capítulo 3: Segunda Semana do Desenvolvimento Humano e Capítulo 7: Placenta e Membranas Fetais MEMBRANAS FETAIS EXTRAEMBRIONÁRIAS Separam o embrião ou feto do endométrio. Estruturas que surgem a partir dos folhetos embrionários, mas que não fazem parte do corpo do embrião Saco vitelínico – Endoderma Âmnio – bolsa amniótica – Ectoderma Alantoide – Endoderma Cordão umbilical - Mesoderma extraembrionário, endoderma e ectoderma VESÍCULA UMBILICAL Formado pelo endoderma na segunda semana de gestação Função: realizar transferência de nutrientes para o embrião 4ª semana: endoderma é incorporado pelo embrião para formação do intestino primitivo O mesoderma extraembrionário que cobre a parede do saco vitelino é o local onde ocorre a formação inicial do sistema vascular (vasos sanguíneos) Revestimento endodérmico da parede do saco vitelino - células germinativas primordiais que migram para as gônadas em desenvolvimento Originará o cordão umbilical Tende a sofrer atrofia com o avanço da gestação (10ª semana de gestação) ÂMNIO Formado a partir da segunda semana de gestação, a partir da membrana superior do embrioblasto Envolve a cavidade amniótica onde o feto ficará Função: pequena secreção de líquido amniótico através de células amnióticas O líquido desempenha papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do embrião A maior parte do líquido é derivada do tecido materno e do líquido intersticial por difusão através da membrana amniótica da decídua parietal Importância do Líquido Amniótico: Crescimento externo simétrico, barreira contra infecções, possibilita o bom desenvolvimento do pulmão, impede a aderência entre âmnio e embrião, amortece impactos mecânicos, auxilia no controle da temperatura, possibilita o livre movimento do feto e auxilia na manutenção da homeostase ALANTÓIDE Surge a partir da vesícula umbilical secundária (3-4 semana de gestação) Função: os vasos sanguíneos do alantoide vão se tornar as veias e artérias umbilicais CORDÃO UMBILICAL Ligação entre placenta e umbigo do concepto Função: transporte de nutrientes, gases, substâncias Formação: 2 artérias e 1 veia Composto por Geleia de Wharton (tecido conjuntivo especializado) Origem: parede do âmnio, saco vitelino e alantoide Mariana Marques - TXXIX Embriologia Clínica | Moore, Keith L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, Mark G. Capítulo 3: Segunda Semana do Desenvolvimento Humano e Capítulo 7: Placenta e Membranas Fetais GESTAÇÃO MÚLTIPLA Possuem maiores riscos de anomalias cromossômicas e morbidade e mortalidade fetais Na maioria dos países, nascimentos múltiplos são mais comuns hoje em decorrência do maior acesso às terapias de fertilidade Gêmeos monozigóticos (idênticos): são do mesmo sexo, geneticamente iguais e similares na aparência → Gêmeos siameses: ocorre quando o disco embrionário não se dividi completamente ou quando os discos embrionários adjacentes se fusionarem - Toracópagos: união anterior das regiões torácicas - Dicefálicos: duas cabeças → Gêmeos parasitas: aderidos um ao outro somente pela pele, tecidos cutâneos e outros tecidos Gêmeos dizigóticos (fraternais): o único fator comum é a divisão do útero materno, porém, em placentas separadas, possuem características próprias e podem ter sexos distintos EXEMPLOS
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