Buscar

Fisiologia digestória

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESTUDO DIRIGIDO 1
1. De fora para dentro, o trato gastrointestinal é composto por uma
camada serosa, uma camada muscular longitudinal, camada muscular
circular, submucosa e mucosa. A camada serosa é a camada de
revestimento, formada por uma membrana de tecido conjuntivo que
circunda o trato gastrointestinal interno. A camada muscular
longitudinal é formada por feixes musculares que estendem-se
longitudinalmente pelo trato gastrointestinal. Já a camada muscular
circular é formada por feixes musculares que envolvem o intestino.
Entre essas duas camadas musculares está localizado o plexo
mioentérico, que é a rede de nervos do sistema nervoso entérico. Após
a camada muscular circular, está a submucosa, que é uma camada de
tecido conjuntivo com vasos sanguíneos e linfáticos, e onde se localiza
o plexo submucoso, que transporta inervação parassimpática para os
vasos sanguíneos e para o músculo liso. Por último, a camada mais
interna é a mucosa, que é composta por camada de epitélio simples,
lâmina própria, duas camadas de músculo liso e glândulas.
2. Os três mecanismos reguladores do sistema gastrointestinal são o
endócrino, o neurócrino e o parácrino. A regulação endócrina ocorre
com uma célula sensível a determinado estímulo que causa a produção
de hormônios por glândulas endócrinas e liberados na corrente
sanguínea para que atinjam suas células-alvo do trato gastrointestinal.
A regulação neurócrina ocorre quando um neurônio sensitivo recebe
um estímulo que é passado para um neurônio intermediário que
transmitirá o mesmo para um neurônio secretomotor que libera
neurotransmissores nas células-alvo do trato gastrointestinal induzindo
uma resposta. Ou seja, ocorre com a ligação entre dois neurônios,
através do processo de sinapse. Já na regulação parácrina, as células
produzem hormônios que não são liberados na corrente sanguínea,
mas sim para outras células-alvo próximas no mesmo tecido através do
processo de difusão.
3. O sistema gastrointestinal tem seu próprio conjunto intrínseco de
nervos chamado sistema nervoso entérico, localizado nas paredes do
intestino, começando no esôfago e se estendendo até o ânus. Esse
sistema é formado pelo plexo mioentérico, que controla quase todos os
movimentos gastrointestinais e é disposto entre as camadas
musculares longitudinal e circular, e o plexo submucoso que controla
basicamente a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. Há
também o sistema nervoso extrínseco do sistema gastrointestinal, que
é composto por nervos do sistema nervoso simpático e parassimpático,
cuja estimulação pode intensificar ou inibir as funções gastrointestinais.
O estímulo do ramo parassimpático aumenta a atividade do sistema
nervoso entérico, intensificando a maioria das funções gastrointestinais,
e ocorre pela estimulação dos nervos vagos e nervos pélvicos, através
da liberação de acetilcolina. Já o estímulo do ramo simpático tende a
inibir a atividade gastrointestinal devido à liberação de adrenalina e
noradrenalina, que reduzem a motilidade e a contração dos órgãos,
aumentando a contração dos esfíncteres.
4. No intestino grosso. O intestino grosso é o local de absorção da água
dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, convertendo-o em fezes
semi sólidas, que são temporariamente armazenadas e acumuladas
até que haja defecação.
ESTUDO DIRIGIDO 2
1. A saliva é composta por água, macromoléculas orgânicas, eletrólitos
como bicarbonato, cálcio, magnésio e flúor e proteínas estruturais,
enzimáticas e imunológicas.
2. A saliva possui função bactericida devido à ação de enzimas -
principalmente a lisozima, lactoferrina e imunoglobulina A - que
destroem bactérias e degradam restos alimentares, além de neutralizar
substâncias ácidas que podem causar processos infecciosos devido à
sua capacidade tampão. Esses processos evitam cáries, mau hálito,
degradação do esmalte dos dentes e doenças.
3. As principais glândulas salivares são as glândulas maiores: parótidas,
submandibulares e sublinguais. As glândulas em geral são formadas
por estruturas chamadas adenômeros, que por sua vez são formados
por ácinos e ductos. Os ductos são intercalados, que convergem para
estriados e por fim para um ducto secretor comum. Os ácinos podem
ser serosos, quando fazem síntese, armazenamento e secreção de
diversas enzimas, ou mucosos, quando fazem secreção de mucina,
que é uma glicoproteína com função de lubrificação e proteção das
mucosas. Assim, é possível classificar as glândulas maiores, sendo as
parótidas acinosas-serosas, as submandibulares tuboacinosas-serosas
e as sublinguais tuboacinosas-mucosas. As parótidas representam
25% da produção de saliva, as submandibulares 70% e as sublinguais
5%, em média.
4. A mastigação é fundamental para triturar mecanicamente o alimento
em pedaços menores, facilitando a deglutição e a digestão, uma vez
que aumenta a superfície de contato entre o alimento e as enzimas que
nele atuarão, além de expôr as porções nutritivas do mesmo. O reflexo
de mastigação ocorre quando a presença de alimento na boca causa
uma inibição reflexa dos músculos da mastigação, causando a queda
da mandíbula. Em seguida ocorre a contração rebote do músculo com
seu estiramento de reflexo.
5. A deglutição ocorre com uma fase voluntária e uma fase faríngea. A
fase voluntária se inicia quando o bolo alimentar faz contato com a
parte final da boca, contra o palato, desencadeando no bulbo uma
situação de reflexo involuntário através dos estímulos no centro de
deglutição. Na fase faríngea, o palato mole é elevado, fechando a parte
posterior da cavidade nasal, a laringe é puxada para cima e para frente
para que a epiglote feche a abertura da laringe e da traqueia, o
esfíncter esofágico superior se abre, e a onda peristáltica rápida,
iniciada pelo sistema nervoso da faringe, força o alimento para a parte
superior do esôfago.
6. Uma vez que o bolo alimentar tenha passado pelo esfíncter esofágico
superior na fase faríngea, o reflexo da deglutição fecha esse esfíncter,
de modo que o alimento não possa refluir para a faringe. O bolo passa
pelo esfíncter esofágico superior, e a presença do bolo estimula o início
da onda peristáltica. Essa onda é uma contração alternando com
relaxamento do músculo ao longo do esôfago, o que é chamado
peristaltismo primário. Essa onda se desloca pelo esôfago para baixo.
Se ela for insuficiente para esvaziar o esôfago, a distensão do órgão
inicia outra onda peristáltica, o que é chamado de peristaltismo
secundário, rumo ao esfíncter esofágico inferior. A estimulação da
faringe pela deglutição do bolo produz o relaxamento reflexo do
esfíncter esofágico inferior e da região mais proximal do estômago.
Assim, quando o bolo atinge o esfíncter esofágico inferior, ele está
relaxado para permitir a passagem do bolo para o estômago.
ESTUDO DIRIGIDO 3
1. Armazenamento do conteúdo até seu processamento; mistura do
alimento com as secreções químicas até formar o quimo; e
esvaziamento, isto é, conduzir o quimo até o intestino delgado com
velocidade e intensidade controladas para garantir tempo adequado
para a digestão e absorção dos nutrientes no intestino delgado.
2. A anatomia do estômago se divide em cinco regiões: cárdia; fundo e
corpo, que formam a região proximal do estômago; e a região
antropilórica (antro e piloro) que forma a parte distal.
3. À medida que o alimento entra no estômago, formam-se círculos
concêntricos de alimento na região chamada fundo. Quando o alimento
distende o estômago, o reflexo vasovagal reduz o tônus da parede
muscular para ela se distender e acomodar mais alimento sem alterar a
pressão intra-gástrica, o que é chamado de relaxamento receptivo,
decorrente da liberação de um neurotransmissor inibitório do plexo
mioentérico na porção proximal. Esse relaxamento ocorre através da
estimulação do nervo vago, que ocorre como parte do reflexo da
deglutição; da distensão do esôfago ou do antro, também através do
nervo vago; e através de reflexos locais integrados pelo sistema
nervoso entérico.
Após a chegada do alimento, iniciam-se contraçõesfracas, que vão se
deslocando na direção do antro (de cima para baixo), aumentando de
intensidade à medida que chegam. No antro, ficam mais intensas para
forçar o alimento ao piloro com maior pressão. As glândulas gástricas
produzem os sucos digestivos, que entram em contato com a porção
alimentar nas proximidades da mucosa. A contração realiza a mistura
dos conteúdos gástricos, já que a onda peristáltica percorre o antro, na
direção do piloro, comprimindo o bolo alimentar.
4. O esvaziamento gástrico é promovido pelas intensas contrações
peristálticas no antro, sendo reduzido de acordo com o grau de
resistência à passagem de quimo pelo piloro. Nessa fase, contrações
peristálticas intensas começam promovendo o esvaziamento do
estômago, o que é chamado de bomba pilórica; essas contrações são
estimuladas pela ação parassimpática e pelos hormônios gastrina e
motilina, que causam aumento da frequência e da força das
contrações. O esfíncter pilórico se abre o suficiente para a passagem
de água e outros líquidos ao duodeno. A constrição dele evita a
passagem de partículas não misturadas (ainda sólidas), que ainda não
se juntaram às secreções gástricas para virar quimo. Por isso, muito do
quimo não é injetado imediatamente no duodeno, porque a onda de
contração também fecha o piloro. Dessa forma, parte do conteúdo do
antro volta para misturas adicionais no corpo do estômago, processo
chamado de retropropulsão.
Quando uma quantia excessiva de quimo entra no duodeno, são
desencadeados reflexos nervosos duodenais, os quais voltam ao
estômago retardando ou interrompendo o esvaziamento dele. Assim, a
intensidade de esvaziamento estomacal é limitada pela quantidade de
quimo que o intestino pode processar.
5. Muco, proteínas, bicarbonato, histamina, ácido gástrico (HCl),
pepsinogênio, lipase gástrica, gastrina, fator intrínseco e somatostatina.
6. A secreção do HCl ocorre através das células oxínticas. A principal
força motriz para a secreção de ácido é a bomba de hidrogênio e
potássio. A água nas células oxínticas se dissocia em H+ e OH- no
citoplasma por processo ativo, catalisada pela bomba de hidrogênio e
potássio. Os íons K+, transportados para a célula pela bomba de sódio
e potássio, tendem a vazar para o lúmen, mas são reciclados de volta
para a célula pela bomba de hidrogênio e potássio. A diminuição de
Na+ intracelular contribui para a reabsorção dele nos canalículos.
Assim, a maior parte de Na+ e K+ é reabsorvida para o citoplasma, e
os H+ tomam seus lugares nos canalículos. O bombeamento de H+
para fora da célula pela bomba de hidrogênio e potássio permite que o
OH- se acumule, formando HCO3 - a partir do CO2, que é formado
tanto durante o metabolismo celular quanto também entra na célula,
vindo do sangue. O HCO3 - é transportado para fora, em troca dos íons
cloreto que entram para secretar HCl nos canalículos. O HCl formado
sai pela extremidade do canalículo ao lúmen da glândula. A água passa
aos canalículos por osmose.
A regulação da secreção de HCl é feita a partir da liberação ou inibição
de três substâncias estimuladoras da secreção - histamina, pela
regulação parácrina; acetilcolina, pela regulação neurócrina; e gastrina,
pela regulação endócrina - e três principais substâncias inibidoras:
somatostatina, prostaglandinas e o fator de crescimento epidérmico
(EGF).
7. A fase cefálica ocorre antes da entrada de alimento no estômago,
enquanto ainda ocorre a ingestão, sendo resultado da visão, do odor,
da lembrança do sabor do alimento. Os sinais neurológicos causadores
dessa fase são transmitidos pelos nervos vagos até às células parietais
do estômago que, ao se ligarem à acetilcolina, produzem HCl. A
acetilcolina se liga também às células enterocromafins induzindo a
liberação de histamina, que aumenta ainda mais a liberação de HCl. E
então ocorre a inibição das células D impedindo a secreção de
somatostatina e, portanto, liberando o efeito inibitório sobre células G.
A fase gástrica tem como estímulos a distensão da parede gástrica e a
ação química do alimento sobre o estômago, que estimula os reflexos
vasovagais para o cérebro, os reflexos entéricos locais e o mecanismo
da gastrina. A Acetilcolina estimula diretamente as céls. G e as
parietais a secretarem HCl. E então o pH intragástrico em queda
promove a estimulação de células D para liberar somatostatina e então
inibir a secreção gástrica.
ESTUDO DIRIGIDO 4
1. Há dois tipos de secreção do pâncreas no intestino delgado: uma
líquida rica em bicarbonato (aquosa) e uma enzimática rica em,
principalmente, amilase pancreática, tripsinogênio, quimiotripsinogênio,
lipase pancreática, ribonuclease e desoxirribonuclease. Existem três
estímulos básicos para as secreções pancreáticas: acetilcolina, a
colecistocinina e a secretina (secretada em resposta a quimos muito
ácidos). As duas primeiras estimulam a secreção de grandes
quantidades de enzimas, enquanto a secretina, de bicarbonato. O
maior controlador da secreção é a colecistocinina, que é produzida
pelas células do duodeno e jejuno. Os alimentos atuam estimulando o
epitélio a produzir Fator Liberador de Colecistocinina (hormônio
parácrino); e o pâncreas produz o Peptídeo Monitor que também
estimula a liberação do hormônio. A secretina e a colecistocinina são
absorvidas na corrente sanguínea (via endócrina). O estômago, através
da bomba pilórica, permite o ingresso do quimo no intestino delgado.
Se o pH do quimo for baixo, há maior estímulo para liberação de
secretina. Se o quimo for rico em ácidos graxos e peptona, há maior
liberação de colecistocinina. A presença de alimento já estimula as
secreções. Quando o bolo alimentar chega ao estômago, há estímulos
dos nervos vagais que fazem com que algumas enzimas sejam
liberadas. O quimo pode ser rico em gorduras e proteínas e essas
moléculas estimulam as células do intestino delgado a produzirem
colecistocinina, que estimula as células dos ácinos pancreáticos a
produzirem e liberarem enzimas. Dependendo da quantidade de ácido
no quimo pode haver um estímulo menor ou maior sobre as células do
ducto, levando à produção de bicarbonato. Se o quimo for ácido, as
células serão estimuladas a produzirem secretina, que leva as células
dos ductos pancreáticos a liberarem secreções ricas em bicarbonato.
2. Os principais componentes da bile são os sais biliares, pigmento biliar
(principalmente a bilirrubina), colesterol, fosfolipídeos e eletrólitos. A
secreção biliar é regulada através de controle hormonal, pela secretina
e colecistocinina, e de controle nervoso, por estímulos simpáticos e
parassimpáticos. Quando o alimento começa a ser digerido, a vesícula
começa a se esvaziar, principalmente quando alimentos gordurosos
chegam ao duodeno. O esvaziamento da vesícula ocorre por
contrações rítmicas da parede com relaxamento simultâneo do
esfíncter de Oddi, que controla a entrada do ducto biliar comum no
duodeno. O estímulo mais potente para as contrações da vesícula é a
colecistocinina. Os impulsos parassimpáticos, ao longo dos nervos
vagos, estimulam a produção de bile pelo fígado. Ácidos graxos e
aminoácidos presentes no quimo entram no duodeno e estimulam a
secreção de colecistocinina e secretina para o sangue. A
colecistocinina produz a contração da vesícula biliar e o relaxamento do
esfíncter de Oddi. A secretina aumenta o fluxo da bile rica em
bicarbonato, proveniente do fígado.
3. Os sais biliares presentes na bile ajudam na absorção de ácidos
graxos, monoglicerídeos, colesterol e outros lipídios pelo trato
intestinal. Eles têm ação detergente sobre as partículas de gordura dos
alimentos. Essa ação diminui a tensão superficial das gotas de gordura
e permite que a agitação no trato intestinal as quebre em partículas
menores, o que é denominado função emulsificante ou detergente dos
sais biliares. Os sais biliares fazem isso ao formar complexos físicos
bem pequenos com esses lipídios; os complexos são denominados
micelas e são semissolúveis no quimo. Os lipídios intestinais são
carregados nessa forma para a mucosa intestinal, de onde são, então,absorvidos pelo sangue.
4. A colestase é uma condição médica na qual há impedimento do fluxo
da bile do fígado para o duodeno. Quando esse fluxo é prejudicado, a
bile se acumula no fígado e posteriormente na corrente sanguínea,
provocando acúmulo tecidual. Essa condição resulta na coloração da
pele amarelada, assim como as escleras dos olhos e a língua. Ela tem
como principais causas os cálculos biliares, a colestase intra-hepática
da gravidez, massa abdominal obstruindo as vias biliares, hepatite,
atresia biliar ou outra anomalia congênita, Iatrogenia (por exemplo,
cicatrizes de cirurgia ou exame em vesícula biliar, fígado ou pâncreas),
sepse, fibrose cística, cirrose biliar primária, uma doença auto-imune,
além de alguns medicamentos.
ESTUDO DIRIGIDO 5
1. Dos carboidratos ingeridos, apenas os monossacarídeos são
absorvidos pelo organismo. Por isso, os carboidratos precisam ser
digeridos à glicose, galactose e frutose para que ocorra absorção no
duodeno e no jejuno, principalmente. A digestão de carboidratos se
inicia na boca, com a amilase salivar, que converte o amido em
polissacarídeos menores, se interrompe no estômago e continua no
intestino delgado com a secreção de amilase pancreática e
bicarbonato. A amilase pancreática converte os polissacarídeos em
dissacarídeos, trissacarídeos e oligossacarídeos. Os enterócitos que
revestem as vilosidades possuem quatro enzimas capazes de quebrar
essas substâncias, transformando-as em monossacarídeos: lactase,
sacarase, maltase e alfa- dextrinase. A lactase atua sobre a lactose,
gerando glicose e galactose; a sacarase atua sobre a sacarose,
gerando glicose e frutose; a alfa-dextrinase atua sobre as dextrinas
alfa-limites, gerando unidades de glicose.
A digestão de proteínas se inicia no estômago, com a quebra das
ligações peptídicas pela enzima pepsina. A pepsina, na presença de
um pH ácido promovido pelo ácido clorídrico estomacal, promove a
digestão de proteínas em proteoses, peptonas e outros polipeptídeos.
No intestino delgado, ocorre a maior parte da digestão das proteínas
pela ação das enzimas proteolíticas pancreáticas. As enzimas
pancreáticas digerem as proteínas principalmente até dipeptídeos e
tripeptídeos. Em seguida, entra em ação as peptidases produzidas
pelos enterócitos intestinais. Existem dois tipos importantes de
peptidases, a aminopolipeptidase e diversas dipeptidases. Essas
enzimas continuam a hidrólise dos maiores polipeptídeos restantes.
Aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos são facilmente transportados
para o interior do enterócito. No interior dos enterócitos, os dipeptídeos
e tripeptídeos são rapidamente convertidos em aminoácidos. Os
produtos de digestão das proteínas podem ser absorvidos na forma de
aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos (ao contrário dos carboidratos,
que só podem ser absorvidos como monossacarídeos).
A primeira etapa na digestão de lipídeos ocorre com a emulsificação
das gorduras, que é a quebra física das gorduras em partículas
pequenas, para que as enzimas digestivas possam agir nas superfícies
da partícula. A maior parte ocorre no duodeno sob a influência da bile.
A bile é composta por muitos sais biliares e por lecitina, um fosfolipídio;
ambos tornam as gorduras rapidamente fragmentáveis sob agitação
com água no intestino delgado. Além disso, permitem que a lipase
pancreática, que é hidrossolúvel, tenha acesso a superfície das
gorduras graças a emulsificação. A lipase pancreática é a enzima mais
importante da digestão dos triglicerídeos. Os produtos finais da
hidrólise são ácidos graxos livres e monoglicerídeos. Essa reação de
hidrólise é muito reversível, por isso os sais biliares precisam remover
os monoglicerídeos e os ácidos graxos das adjacências das partículas
em digestão. Tanto os ésteres de colesterol quanto os fosfolipídios são
hidrolisados por duas outras lípases na secreção pancreática –
hidrolase de éster de colerterol e fosfolipase A2 – que liberam ácidos
graxos.
2. A função das microvilosidades é aumentar a superfície de contato entre
ela e o meio extracelular, aumentando assim sua capacidade de
absorção.
3. A absorção de glicose ocorre no intestino delgado por mediação de um
transportador ativo de glicose dependente do sódio (SGLT1). Existem
dois estágios no transporte de sódio, através da membrana intestinal.
No primeiro, o transporte ativo de íons sódio, através das membranas
das células epiteliais intestinais, para o sangue, que reduz a
concentração de sódio nas células epiteliais. No segundo, a diferença
de concentração promove o fluxo de sódio do lúmen intestinal, através
da borda em escova das células epiteliais, para o interior da célula, por
processo de transporte ativo secundário. O íon sódio se combina com
proteína transportadora, mas essa proteína transportadora não
transportará o sódio para o interior da célula, sem que outras
substâncias, como por exemplo a glicose, também se liguem ao
transportador. Com a ligação do sódio e da glicose, o transportador
transporta ambos, simultaneamente, para o interior da célula. Uma vez
na célula epitelial, outras proteínas transportadoras (GLUT2) facilitam a
difusão da glicose através da membrana basolateral para o espaço
extracelular e, daí, para o sangue.
4. A alta afinidade do GLUT-2 com a glicose, faz com que o transporte à
essas células seja proporcional à glicemia, ou seja, permite que ela
atue como uma proteína que detecta os níveis de glicose no sangue.
Portanto, participa do controle regulatório de muitos eventos
fisiológicos que respondem a flutuações na concentração de glicose
no sangue. Na célula intestinal após a absorção e reabsorção de
glicose no rim é via GLUT- 2 que a molécula de glicose entra na
circulação.
ESTUDO DIRIGIDO 6
1. O intestino grosso realiza movimentos de mistura e de propulsão. Nos
movimentos de mistura as contrações combinadas fazem com que a
porção não estimulada do intestino infle em sacos, as haustrações.
Após poucos minutos, novas contrações haustrais ocorrem em áreas
próximas, permitindo que o material seja lentamente exposto à
superfície da mucosa para absorção dos líquidos e eletrólitos.
Os movimentos de propulsão geralmente resultam de contrações
haustrais lentas e persistentes. Podem assumir, por vários minutos, o
papel propulsivo. É um tipo de peristaltismo caracterizado por uma
sequência de eventos: surgimento de um anel constritivo em resposta à
distensão ou irritação; desaparecimento das haustrações nos 20
centímetros de cólon distais ao anel para que haja um empurrão em
massa por esse segmento; a contração dura 30 segundos com 2-3
minutos de relaxamento. Os movimentos de massa são estimulados
pelos reflexos gastrocólicos e duodenocólicos resultantes da distensão
do estômago e do duodeno. Esses reflexos são transmitidos pelo
sistema nervoso autônomo.
2. Os movimentos realizados pelo intestino delgado são a segmentação e
a peristalse. Na segmentação a distensão da parede do intestino
provoca contrações localizadas, espaçadas ao longo do intestino,
causando a segmentação do mesmo. As contrações ocorrem cada
momento em um ponto, dividindo o quimo, promovendo a mistura dele
com as secreções presentes no intestino. A frequência dessas
contrações é determinada pelas ondas lentas. Essas contrações são
bloqueadas pela atropina, que bloqueia a atividade excitatória do
sistema nervoso entérico.
A peristalse move o conteúdo na direção do ânus e distribui o quimo ao
longo da mucosa intestinal para que haja maior contato com as
enzimas; são mais rápidos no intestino proximal e mais lentos no
intestino terminal. É intensificado pela gastrina, pela colecistocinina,
pela insulina, pela motilina e pela serotonina. É inibido pela secretina e
pelo glucagon.
3. Células caliciformes, que secretam muco; enterócitos, que secretam
água e eletrólitos; e Células Paneth, que sintetizam proteínas.
4. O reflexo de defecação intrínseco é mediado pelo sistema nervoso
entérico local na parede do reto. A distensão da parede retal ao receber
as fezes se propaga pelo plexo mioentérico para dar inícioa ondas
peristálticas no cólon descendente, sigmoide e no reto, empurrando
ainda mais as fezes. À medida que a onda se aproxima do ânus, o
esfíncter anal interno se relaxa por sinais inibidores do plexo
mioentérico; se o esfíncter anal externo estiver relaxado consciente e
voluntariamente ocorre a defecação. Para que a defecação de fato
ocorra é necessário que o Reflexo da Defecação Parassimpático ocorra
em conjunto com o intrínseco. Quando as terminações nervosas do
reto e ânus são estimuladas, os sinais são transmitidos para a medula
espinhal e de volta ao cólon descendente, sigmoide, reto e ânus por
fibra nervosa parassimpáticas nos nervos pélvicos. Esses sinais
parassimpáticos intensificam bastante as ondas peristálticas e relaxam
o esfíncter anal interno, convertendo o reflexo de defecação
mioentérico intrínseco de efeito fraco a processo intenso de defecação
que pode esvaziar efetivamente o intestino grosso entre a curvatura
esplênica do cólon até o ânus.

Outros materiais