Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1.0 Introdução Microbiologia é a ciência que estuda os organismos demasiadamente pequenos para serem visualizados a olho nu, ou seja, estuda os microrganismos. O foco dessa ciência são bactérias, vírus, fungos, algas e protozoários, ressaltando que alguns fungos e algas podem ser vistos a olho nu sim. Os microrganismos são seres ubíquos, encontrados em diversos lugares ao mesmo tempo, variando de acordo com sua especificidade. Assim para estuda-los é necessário cultivá-los em laboratório e isolá-los em uma cultura pura, visto que naturalmente crescem em populações complexas, misturadas, contendo diversas espécies, impossibilitando o estudo de uma em especifico. Para cada microrganismo têm-se um cultivo especifico, variando de acordo com o meio de cultura, exigências nutricionais adicionais, fatores físicos dentre outros. Comparando bactérias, fungos leveduriformes e fungos micelianos temos que, Bactérias Fungos leveduriformes Fungos micelianos Tem preferência pelo meio nutriente ou meio LB; pH próximo ao neutro; Não necessita de alta concentração de glicose; Cultivadas em temperatura próxima à 37ºC; Fácil observação após o isolamento; Dentro de 24h já nota-se formação de colônias. Tem preferência pelo meio Sabouraud; pH baixo; Necessita de alta concentração de glicose; Cultivados em temperatura próxima à 28ºC; Fácil observação após o isolamento; Dentro de 24h nota- se formação de colônias. Tem preferência pelo meio Sabouraud; pH baixo; Necessita de alta concentração de glicose; Cultivados em temperatura próxima à 28ºC; Para observar suas estruturas realiza-se o microcultivo; Demora de 5 a 7 dias, para observar o desenvolvimento. Como os micelianos são mais complexos estruturalmente que os leveduriformes e as bactérias, realizamos o microcultivo- procedimento utilizado para identificar as estruturas fúngicas, permitindo a observação de seu micélio e demais estruturas, possibilitando classifica-lo. Quando tratamos da observação de bactérias e leveduras no microscópio objetivando diferenciá-los em grupos de interesse, tratamos de dois preparos distintos que permitem sua observação, sendo o preparo à fresco e o preparo fixado. O preparo microscópico à fresco compreende na deposição do espécime sobre a lâmina adicionando um corante vital, é um pouco mais difícil de trabalhar uma vez que os espécimes estão vivos, possuem tamanho reduzido e apresentam índice de refração muito próximo ao da água, contudo é uma técnica extremamente útil na observação da viabilidade, atividades celulares, tamanho e forma natural das células microbianas. Já o preparo microscópico fixado, consiste na fixação do espécime por calor, matando- o, sendo dividido ainda na técnica de coloração simples e de endósporos bacterianos. Ambas as técnicas passam pela fixação por calor, divergindo apenas na adição de um corante especial que permite a visualização de formas de latência de algumas bactérias. E assim como o preparo citado anteriormente, tem como objetivo visualizar e diferenciar as formas e arranjos exibido pelas células microbianas. Além dos preparos microscópicos já citados, temos técnicas que nos permite identificar as bactérias quanto às suas propriedades de coloração, como a coloração álcool-ácido e a coloração diferencial de Gram. Essa última coloração divide as bactérias em duas classes- Gram-negativa e Gram-positiva, baseando se nas propriedades das paredes celulares desses microrganismos. De nada adianta, cultivar o microrganismo, isolá-lo, identifica-lo mediante sua forma, coloração e não conservá-lo. Para conservar os microrganismos temos métodos diferentes, de acordo com o tempo que o pesquisador, aluno ficará fora do laboratório. À curto prazo, uma repicagem já é suficiente, sendo realizada a cada 7 dias, 15 dias, dependendo do MO; à médio prazo temos como possibilidade o congelamento com glicerol (20 a 40%) e a longo prazo o congelamento em nitrogênio líquido ou ainda a liofilização. O objetivo das práticas realizadas no laboratório de microbiologia geral vem a ser a familiarização com as principais técnicas usadas neste laboratório, os cuidados com biossegurança, assim como nos possibilitar averiguar a presença de microrganismos em diferentes ambientes, por meio do seu cultivo; isolar microrganismos em meio sólido e a partir deles produzir uma cultura pura de bactérias e leveduras, além de por meio de preparações microscópicas observar sua viabilidade, e suas formas; utilizar técnicas de coloração diferencial para distinguir as bactérias em Gram-positiva ou Gram-negativa; realizar o microcultivo de fungos micelianos, assim como observar suas estruturas mediante adição de corante. 2.0 Materiais e Métodos 2.1 Métodos 2.1.1 Ubiquidade de Microorganismo Para a averiguação da presença de micro-organismos no ambiente ou em outros locais e objetos, é necessário expor a placa ou o tubo a uma condição de inoculação como a exposição ao ar, contato com a pele ou com o cabelo. Pode-se também coletar o material do meio e inocular ao meio de cultura sólido ou líquido, em placas ou tubos. Ar: Removemos a tampa da placa, contendo AN estéril ao ar por 15 minutos, colocando- as sobre algum ambiente que se deseja avaliar. Logo após esse tempo com a placa aberta, levamos para estufa de 37°C. Pele, cabelo e saliva: Utilizando uma caneta marcadora, divide-se a tampa da placa com AN em 3 partes. Passa-se o dedo sobre o ágar em uma das divisões; deposita-se um fio de cabelo em outra divisão; E com um swab, passa-se na boca e estria-se na placa, na terceira divisão. Assepsia das mãos 1. Divide-se a tampa da placa de AN em 3 partes, com uma caneta marcadora. 2. Passa-se o dedo sem lavar em uma das divisões. 3. Após lavar as mãos com detergente em todas as superfícies, passa-se o dedo sobre a segunda divisão da placa. 4. Lava-se as mãos em água e detergente, e aplica-se álcool 70% em toda superfície das mãos, e por fim passar o dedo sobre a terceira divisão da placa. Solo: Diluí-se a terra coletada em um Becker e deixamos decantar. Adicionar 1mL da suspensão da terra coletada em um tubo à parte, diluição de 10-¹. Repetir a operação a partir desse para fazer a diluição 10-². Após adicionar cada diluição em placas separadas de AS. Incuba-se as placas e espera-se alguns dias para observar a presença e a diversidade microbiana. 2.1.2.1 Isolamento de Micro-organismo (Cultura Puras de Levedura e Bactérias em meio sólido) 2.1.2.1.2 Isolamento de cultura pura de bactéria e de levedura por esgotamento em estrias Esterilizou-se alça de repicagem, ou seja, flambar e alça ao rubro e resfriar; com auxílio da alça de repicagem, coletou-se assepticamente uma colônia isolada de uma placa contendo colônias previamente crescidas. Transferiu-se a colônia contida na alça de repicagem para superfície no meio NA de uma nova placa. Espalhar por estria simples ou composta. Utilizou-se a técnica de estria composta: dividiu-se a placa em 4 quadrantes imaginários. Espalhou-se o inoculo no 1 quadrante, esgotando-se a alça de repicagem, em movimento zig-zag. Flambou-se novamente a alça e esfriou-a, encostando na superfície do ágar. Girou-se a placa 90º graus tocando no canto final da estria do primeiro quadrante e deslizou-se várias vezes, repetindo o movimento zig-zag até o outro extremo do segundo quadrante. Flambou-se novamente a alça e resfriou-a. Girou- se a placa 90º graus repetindo o procedimento anterior. Finalmente, no quarto quadrantes da placa fez estrias espaçadamente a partir do terceiro quadrante e espalhou-se no sentido inverso. A alça não deve tocar nenhuma das estrias previamente formadas. Após fazer as estrias esterilizou-se as alças de repicagem, identificou-se a placas na borda no fundo, e então encubou-as em posição invertida, em temperatura apropriada (37º e 28º) por 24 horas. Observou-seo crescimento de colônias isoladas. No dia seguinte, coletou-se a colônia isolada e a inoculou em um tubo meio líquido e incubou-se por 24 horas. 2.1.2.3 Técnica do micro cultivo para observação de fungos miscelianos Utilizou-se micro-organismo previamente crescidos em tudo com ágar Sabouraud inclinados ou placas de ágar. Iniciou-se esterilizando a pinça, ou seja, mergulhando-as no álcool flambando em bico de Bunsen, então com auxílio da pinça cortou-se um pedaço do ágar, este pedaço deveria ter dimensão menor que uma lamínula, após isso removeu-se este cubo depositou-o sobre o restante do ágar. Posteriormente, flambou-se uma alça de platina ao rubro, então inoculou-se na porção mediana lateral do fragmento de ágar uma amostra da cultura pura do fungo desejado, fazendo pequenas nas bordas dos fragmentos do ágar. Utilizou-se a pinça para colocar sobre o ágar inoculado uma lamínula estéril. Esperou-se 5 e 7 dias, então removeu-se a lamínula e deposito-a sobre uma lâmina contendo corante azul de metileno, o que permitiu o estudo da micromorfologia, observando-as no microscópio óptico em objetiva de 10 a 40x. 2.1.2.4 Técnicas microscópicas a fresco Iniciou-se flambando as alças de repicagem ao rubro, então colocou-se sobre uma lamina, previamente limpou-a com álcool e gaze, uma gota de agua destilada, espalhando com auxílio da alça de repicagem o material a examinar. Então adicionou- se uma gota do corante azul vital, então encostou-se uma das bordas da lamina na gota, deixando-a que descesse suavemente para evitar a formação de bolha, então observar m microscópio ótico. 2.1.2.5 Preparação microscópicas fixadas: coloração simples e de endósporos bacterianos 2.1.2.5.1 Preparo do esfregaço Iniciou-se flambando as alças de repicagem ao rubro, então colocou-se sobre uma lamina, previamente limpou-a com álcool e gaze, uma gota de agua destilada, espalhando em movimentos circulares com auxílio da alça de repicagem uma colônia de bactérias, até obteve-se uma camada uniforme. Deixou-se secar um pouco ao ar. Então iniciou-se a fixação do esgregaço, ou seja, passou-se algumas vezes a lâmina no lado oposto sobre o bico de Bunsen, evitou-se o aquecimento excessivo, deixou-se a lâmina esfriar ao ar. Para iniciar a coloração, utilizou-se bandejas e estantes (suportes) colocadas na bancada. Inicialmente, cobriu-se o esfregaço com safranina deixando agir por 30 segundos, após isso lavar com água e deixar secar ao ar. Colocou-se sobre a lamina uma gota do olho de imersão, e então observar no microscópio ótico com luminosidade intensa. 2.1.2.5.2 Procedimento para observação dos endósporos bacterianos Iniciou-se flambando as alças de repicagem ao rubro, então colocou-se sobre uma lamina, previamente limpou-a com álcool e gaze, uma gota de agua destilada, espalhando em movimentos circulares com auxílio da alça de repicagem uma colônia de bactérias, até obteve-se uma camada uniforme. Deixou-se secar um pouco ao ar. Então iniciou-se a fixação do, ou seja, passou-se algumas vezes a lâmina no lado oposto sobre o bico de Bunsen, evitou-se o aquecimento excessivo, deixou-se a lâmina esfriar ao ar. Para iniciar a coloração, utilizou-se bandejas e estantes (suportes) colocadas na bancada. Inicialmente, cobriu-se a lâmina com corante verde malaquita, passando a lamina sobre a chama 3 vezes, deixou-se esfriar por cinco minutos. Lavou-se a preparação com agua desliada, então corou-se o esfregaço com safranina por 30 segundos, lavou-se e secou-se ao ar. Colocou-se sobre a lamina uma gota do olho de imersão, e então observar no microscópio ótico com luminosidade intensa. Após o exercício prático descartou-se o material 3.0 Resultados e Discussões 3.1 Ubiquidade dos Micro-organismo Na placa com ágar nutriente de número 1, após um tempo mínimo (15 minutos) de exposição na parte superior sobre coluna divisória das cabines dos banheiros, não se observou formação de colônias, como já se era esperado. Na placa com ágar nutriente de número 2, observou-se formação de colônias de bactérias. No quadrante em que a mão não passou por nenhum processo de limpeza/assepsia houve crescimento esperado de colônias bacterianas, e também de uma levedura. No quadrante em que mão foi lavada com água e sabão, surpreendeu- se o crescimento semelhante de bactérias e levedura, esta mesmo que menor, que no primeiro quadrante observado. No terceiro e último quadrante, em que se fez um processo completo de assepsia das mãos, ou seja, lavando com água e sabão, secando em papel toalha estéril e finalizando com álcool etílico 70%, surpreendeu-se novamente por ainda haver um número considerável de colônias de bactérias. Levando em conta que o material foi recolhido no ambiente do laboratório de microbiologia pode-se concluir que a má ou a não higienização de um manipulador ou de um equipamento pode interferir de modo quantitativo e qualitativo na análise microbiológica. Após analisados os resultados, fica clara a importância da higienização de seu local de trabalho, das pessoas que vão realizá-lo e da prática correta dos procedimentos a serem realizados na análise, para que assim se tenha uma maior confiabilidade nos resultados. Na placa com ágar nutriente de número 3, o primeiro quadrante a ser analisado foi o do fio de cabelo, este foi retirado com raiz do couro cabeludo. De acordo com a literatura o couro cabeludo é uma região com grande número de glândulas sudoríparas e sebáceas que por manter o ambiente úmido e disponibilizar nutrientes, propiciam a proliferação de microrganismos, de tal forma que se estima que existam 1.500.000 de bactérias/ cm2 no couro cabeludo, além dos fungos. (WICHROWSK, 2007). O couro cabeludo apresenta relativa proteção frente à patógenos, sendo o sebo, quando produzido em concentrações adequadas, essencial a essa condição, porém, em algumas faixas etárias, ocorrem mudanças na composição sebácea, o que favorece a colonização bacteriana (COSTA, et al, 2008). A partir disso, conclui-se que a pouca quantidade de colônias encontradas está adequada, e de acordo com se esperava. No segundo quadrante analisado foi o da saliva, o qual com auxílio de um swab passou-se saliva sobre o ágar nutriente. De acordo com literatura a saliva é um fluido que banha constantemente a boca, a saliva pode ser considerada a maior responsável pela regulação da microbiota supra gengival. Além de oferecer excelentes condições ambientais para as bactérias (temperatura, pH, umidade etc.), a saliva é um excelente caldo nutritivo, principalmente por conter todos os nutrientes derivados da dieta do hospedeiro que nela se encontram solubilizados. Mas, por outro lado, na saliva, existem vários mecanismos que limitam o desenvolvimento microbiano, principalmente substâncias antimicrobianas, alterações prolongadas de pH e ação mecânica de lavagem (fluxo salivar) (LORENZO). A partir disso, conclui-se que a quantidade de colônias observadas na placa é consentânea com o esperado. No terceiro e último quadrante foi avaliado a pele, esta também foi analise da pele da mão não lavada do outro integrante da dupla. Como dito anteriormente, houve um crescimento expectável das colônias bacterianas, ainda que um pouco menor do que o anterior. 3.2 Isolamento de cultura pura de bactéria e de levedura por esgotamento em estrias Realizado no dia 19/09/2018 utilizando a cultura realizada no exercício prático anterior, de amostra de solo isolou-se a bactéria e o micro cultivo e também para próximo exercício prático seguinte. De acordo com a literatura o solo é geralmente um bom ambiente para o crescimento de microrganismos, sendo observável o desenvolvimento de colónias na superfície das partículas de solo. Os microrganismos encontrados no solo incluem vírus, bactérias, fungos, algas e protozoários, e os seus números são geralmente superiores àqueles encontradosem ambientes aquáticos. Em geral as colónias de microrganismos distribuem-se de modo não-uniforme na superfície das partículas de solo. Os fungos (com a exceção das leveduras) são aeróbios e abundantes na maioria dos solos de superfície. Apesar de estarem presentes em número inferior ao das bactérias, os fungos contribuem geralmente com uma maior proporção para o total de biomassa microbiana do solo, o que se deve à sua maior dimensão celular relativamente a outras formas microbianas. Os fungos são importantes componentes do solo em particular no que se refere à sua participação nos ciclos de nutrientes, e na decomposição da matéria orgânica (NICOLAU, 2016) Como pode ser observado na imagem, o isolamento bactéria foi facilmente realizada obtendo sucesso, uma vez que, na placa originária a bactéria estava claramente perceptível, ou seja, possuía forma circular, pequena e lustrosa, o que caracteriza uma colônia de bactéria. 3.3 Técnica do micro cultivo para observação de fungos miscelianos Seguindo as instruções do roteiro, obteve-se o seguinte resultado: Imagem: Micro cultivo obtido; Imagem: Micro cultivo obtido, evidenciando a lamínula; A partir da análise microscópica, ou seja, observando tanto os miscélios, quanto estruturas reprodutivas, pode-se concluir que o fungo analisado, Fusarium sp. O Fusarium sp. é um fungo que apresenta em torno de 775 espécies e subespécies. É fungo cosmopolita, sendo encontrado no solo, ar, plantas e alimentos (Urben et al., 2010). É um gênero grande de fungos amplamente distribuídos no solo e em associação com plantas. A maioria das espécies são sapróbios inofensivos, absorvendo substâncias orgânicas provenientes de matéria orgânica em decomposição. Abundantes no solo, algumas espécies produzem micotoxinas em cereais que se entrarem na cadeia alimentar podem afetar a saúde humana e animal. As principais toxinas produzidas por Fusarium são fumonisinas e tricotecenos. (Zipcodezoo, 2010). 3.4 Técnicas microscópicas a fresco Técnica realizada pelo professor para demonstração em aula. 3.4 Preparação microscópicas fixadas: coloração simples e de endósporos bacterianos A partir da observação microscópica notou-se a presença poucos de Bacillus subtilis. Bacillus subtilis são bastonete Gram-positivo, aeróbio facultativo, não patogênico, produtor de ácido acético, formador de esporos, podendo ser frequentemente isolado no solo. Além disso, obteve-se uma pequena de endósporos bacterianos, ou seja, forma de resistência bacteriana. 3.5 Coloração diferencial de Gram Como pode-se observar na fotografia, após a todo processo de coloração, foi possível identificar apenas de bactéria Gram negativas, não sendo possível distinguir qual espécie. 4.0 Conclusão
Compartilhar