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Os ciclos econômicos e suas consequências Este trabalho integrador das unidades 1 e 2 e 3 tem o objetivo de desenvolver no aluno a sua capacidade de avaliar grandes ciclos econômicos, com base no grande boom da economia americana do início do século XX. No século XIX, o evento da Revolução Industrial trouxe para a sociedade uma nova forma de relação do trabalho patrão-empregado, com o uso da máquina substituindo o homem. No início do século XX, o grande crescimento da economia americana e a posterior Crise de 1929 são fatos que tiveram uma grande importância na economia mundial e na sociedade de vários países. Esses grandes ciclos econômicos têm a característica de fomentar períodos de grande euforia na economia e na sociedade, causando, após alguns anos, períodos de recessão econômica e desemprego. Dessa forma, o aluno deverá analisar os principais fatores que geraram a crise americana de 1929. ● Contextualizar a economia americana antes do período da grande recessão. ● Listar as causas do grande desenvolvimento americano no início do século XX. ● Descrever os fatores que já mostravam a insustentabilidade econômica desse desenvolvimento. ● Descrever as causas da posterior recessão. ● Descrever o que podemos concluir desse período de crescimento e posterior depressão econômica (utilize alguma teoria econômica estudada nos capítulos 1 ou 2, como o liberalismo, o keynesianismo ou o marxismo, para sustentar sua resposta). O crash da bolsa em 1929 e a Grande Depressão Após a primeira guerra mundial, o Estados Unidos da América saiu dela como a maior potência mundial. Apesar disso, em 1920 acabou passando por uma recessão com um grande aumento no número de desemprego e a diminuição do Produto Nacional Bruto (PNB), porém em 1921 já conseguia-se ver uma melhora na atividade econômica e um começo de euforia no consumo dos norte-americanos e aumento da riqueza do EUA. Nesses anos, o Fed (Federal Reserve) emprestava dinheiro a juros baixos, houve um aumento na produção de automóveis, empreendimentos imobiliários e na bolsa de valores, fazendo com que sua população comprasse bens duráveis, investisse no setor imobiliário e na bolsa com o sonho de se tornarem ricos ou mais ricos ainda. Esse aumento na produção também fez com que o EUA exportasse bastante produto. Nessa época, o EUA emprestava dinheiro para que países europeus conseguissem se recuperar da 1ª guerra mundial e, consequentemente, com esse dinheiro emprestado à Europa, ela importava produtos e bens dos EUA. Ou seja, eles ganhavam nos empréstimos, apesar de cobrar juros baixos, e na exportação de seus produtos para a Europa. Apesar de todo a euforia e consumismo na época, começou-se a ver declínio um no setor imobiliário com compradores perdendo seus terrenos por falta de pagamento, o consumo de bens duráveis também caiu o que gerou aumento nos estoques e ociosidade, o mercado estava saturado e a produção industrial não estava mais em ascensão. O setor agrícola também demonstrava não estar andando bem, pois com o aumento da produção mundial agrícola, os preços tenderam a cair muito. Muito do dinheiro da população ia para o mercado acionário, o dinheiro estava concentrado e, apesar dos declínios no setor imobiliário, agrícola e industrial, a euforia na Bolsa de Valores continuava e gerava cada vez mais um preço inflacionado nas ações. Com toda essa especulação existente na Bolsa, o Fed resolveu elevar a taxa de juros para tentar diminuir essas transações econômicas e acabou criando um ambiente deflacionário. Então veio a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque e junto com ela a Grande Depressão. O desemprego aumentou abruptamente, o PIB sofreu um declínio enorme nos anos seguintes assim como a produção industrial, o que gerou uma grande incerteza na população, deflação. Além de tudo isso, milhares de bancos foram a falência, diminuindo a oferta monetária e levando a uma piora na economia real do país. Para piorar toda essa situação, o Fed aumentou a sua taxa de juros para fazer frente a desvalorização da libra, diminuindo assim ainda mais a oferta monetária e aumentando o pânico. Para tentar ajudar na recuperação da produção nacional, o EUA aplicou uma medida protecionista estimulando a redução de importações, porém o efeito acabou sendo contrário. Essa medida levou outros países também a adotarem medidas prote cionistas, gerando queda nas importações e exportações mundiais. Outro motivo também para essa queda nas exportações do EUA foi o aumento na taxa de juros citado acima, diminuindo os empréstimos a outros países e, consequentemente, reduzindo ainda mais o consumo de produtos norte- americanos, piorando a deflação do país e a situação econômica não só norte-americana, mas mundial com uma menor circulação monetária e diminuição do comércio internacional. Toda essa crise nos mostrou que precisa-se ter uma maior responsabilidade monetária, uma responsabilidade fiscal maior, a oferta de moeda deve ocorrer de acordo com o crescimento do produto real, havendo assim um equilíbrio. Embora fácil de falar, esse equilíbrio não é fácil, não obstante até hoje temos ciclos de ascensão e recessão econômica, ciclos sempre vistos no capitalismo. Porém, assim como Friedman e Schwartz, acredito que se o Fed na época tivesse aplicado uma política monetária adequada, provavelmente não teríamos tido essa crise tão grande que durou anos e anos e só foi realmente acabar na 2ª guerra mundial. Concluindo, apesar do capitalismo nos mostrar ter esse círculo vicioso de crescimento e recessão, acredito que por ainda não termos conseguido encontrar um equilíbrio, é o capitalismo quem estimula a criatividade, as inovações e a busca constante pela melhoria de produtos e serviços, com o objetivo sempre vender mais, de ganhar de seus concorrentes. Referências bibliográficas: SAES, F.; SAES, A. História econômica geral. São Paulo: Saraiva, 2013. https://administradores.com.br/artigos/crise-de-1929. https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=610 Friedman, m. & Schwartz, a. (1963). A Monetary History of the United States, 1867-1960. Princeton: Princeton University Press. Schwartz, a. (1982). “Understanding 1929-1933”. Brunner, Karl. The Great Depression Revisited. new York: rochester.