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Avaliação à Distância – AD1 
Período - 2019/2º 
Disciplina: FORMAÇÃO ECONÔMICA BRASILEIRA 
Coordenador: ALEXIS TORÍBIO DANTAS 
 
Aluno: Matteus Guimarães Moreno 
Matrícula: 19215060225 
Curso: Administração 
Polo: Saquarema 
 
 
Pesquise no material didático recomendado para o curso e discuta as seguintes questões: 
 
1. Discuta os determinantes internos e externos da crise do antigo sistema colonial 
brasileiro; (3,0 pontos). 
 
A crise da economia colonial agrícola decorreu de dois aspectos complementares, um de caráter 
interno, e outro, externo. O primeiro foi a expansão dos mercados na colônia, resultado direto do 
aumento da população e do incremento da produção. Surgiram, em consequência, conflitos de 
interesses entre colonos e metrópole. Até então, os colonos sentiam-se portugueses em terras 
brasileiras, tendo, em um mercado pouco expressivo, privilégios garantidos pelo monopólio 
comercial e suas restrições à concorrência externa. Com o aumento da produção e o crescimento do 
mercado interno – sobretudo após o início do ciclo do ouro -, os interesses particulares da colônia 
foram aumentando de maneira significativa. O pacto colonial passou a ser, então, um empecilho a 
expansão dos negócios e, portanto, ao potencial de ganhos dos colonos. 
O segundo aspecto, referente ao plano externo, eram os efeitos da Revolução Industrial cada vez 
mais visíveis na Europa. O processo de acumulação de capital, naquele contexto, centrava-se 
fortemente na esfera de produção da indústria, com uma rápida encorporação de novas técnicas 
produtivas que ampliavam largamente seu horizonte de crescimento. O aumento da produtividade 
na atividade industrial era absolutamente fantástico. Essas transformações também estavam 
representadas no campo institucional e das ideias pela crescente contestação às instituições 
absolutistas e o avanço do Iluminismo, assim como o pensamento liberal. 
 
 
 
2. Examine a importância e as principais vantagens do sistema de colonato sobre o 
sistema de parceria na utilização do imigrante na cultura cafeeira do Brasil no século 
XIX; (4,0 pontos) 
 
O ano de 1845 marca a primeira experiência de utilização da mão de obra de imigrantes na 
monocultura exportadora do café, na fazenda Ibicaba, do SENADOR NICOLAU VERGUEIRO, 
sob a forma de parceria. A princípio, o Senador Vergueiro exaltava as qualidades físicas e técnicas 
dos imigrantes como um fator-chave para sua “importação” da Europa, em um momento de 
crescentes dificuldades para a compra e utilização de escravos. O sistema consistia de uma proposta 
divulgada na Europa por agentes contratados por Vergueiro visando contratar trabalhadores 
dispostos ao serviço na lavoura, recebendo em troca lotes de pés de café adultos – preparados, 
portanto, para a produção. Metade do valor da colheita (cotas de pagamento) seria dos imigrantes, 
logicamente após a dedução dos custos de transporte, impostos e comissões – daí a definição de 
parceria. Ao trabalhador caberia ainda a exploração de lotes de subsistência – e, se houvesse 
excedentes, seriam também repartidos com o proprietário. Apesar do conceito de parceria, todo o 
processo de comercialização e contabilidade fi cava a cargo do proprietário. No entanto, o que 
acontecia era uma situação completamente distinta daquela apregoada pelos agentes de Vergueiro 
no recrutamento dos imigrantes na Europa. Começava pelas péssimas condições do traslado. Muitos 
imigrantes morreram antes de chegar ao Brasil, devido à falta de higiene, que proporcionava o 
desenvolvimento de uma série de doenças. Ao chegar, a primeira novidade para os “colonos” (como 
o Senador denominava esses imigrantes) era a obrigação de pagamento de todo o custo de seu 
transporte, além do pagamento de juros de 6% ao ano pelo adiantamento oferecido para a 
manutenção dos trabalhadores durante o primeiro ano de sua chegada. Os imigrantes eram 
obrigados, por contrato, a permanecer pelo menos quatro anos na fazenda. Além disso, a família 
imigrante era a responsável legal por cada um de seus membros, de maneira que, se algum 
morresse, os outros deveriam arcar com o pagamento de sua dívida. Apesar dessas condições 
extremamente desfavoráveis, incluindo as mortes e doenças decorrentes dos maus-tratos e da longa 
e contínua jornada de trabalho, as safras foram abundantes e os termos do contrato estavam sendo 
cumpridos. Ademais, como nem todos os imigrantes estavam integrados ao sistema agrícola em 
seus países de origem (não havia uma seleção prévia na Europa pelos agentes de Vergueiro), a 
solução vislumbrada foi a importação desse tipo de mão de obra em maior escala – considerando 
sua baixa produtividade média. Outros fazendeiros vizinhos começaram a se interessar pelo método, 
principalmente com a proibição do tráfico, ratificada em 1850 – e Vergueiro atuava como agente 
desses novos empreendedores. Não é difícil perceber, portanto, que esse sistema não apresentava 
condições de sobrevivência em longo prazo. As raízes do fi m estavam fincadas nas próprias bases 
do processo. A atividade a seguir o auxiliará a perceber como o sistema de parceria, inicialmente 
criado para solucionar a enorme demanda de mão de obra que se apresentava como um fator 
limitante para a expansão do café, mostrava características insustentáveis desde o seu início. 
 
 
 
3. Explique as causas do ciclo vicioso de desvalorização cambial que marcou o final do 
século XIX no Brasil. (3,0 pontos). 
 
O forte aumento da oferta de café brasileiro no mercado internacional, sem uma elevação da 
demanda na mesma proporção, especialmente com a crise americana do final do século XIX, 
determinou uma queda importante do preço internacional (o Brasil era responsável por mais de um 
quarto do total exportado no mundo). Como o café é marcado por uma importante inelasticidade do 
preço da demanda, a receita em moeda estrangeira cai com a redução do preço. A desvalorização 
cambial transformava essa queda de receita externa (em moeda estrangeira) das exportações de café 
em elevação das receitas em moeda nacional. 
Isso estimulava um novo aumento da produção e queda do preço internacional e, novamente, das 
receitas da exportação.

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