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RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS III Prof. William Fernandes I - FLAMBAGEM DE COLUNAS Elementos compridos e esbeltos sujeitos a uma força axial de compressão são chamados colunas e a deflexão lateral que sofrem é chamada flambagem. Em geral esse fenômeno leva a uma falha súbita e dramática da estrutura ou mecanismo. Na engenharia, problemas como este são chamados de problemas de instabilidade. A carga axial máxima que uma coluna pode suportar quando está no limite de flambagem é chamada carga crítica Pcr. Para compreender este efeito, seja o mecanismo a seguir. (Fonte: Resistência dos Materiais, Hibbeler, 7ª Edição) Para uma pequena força P aplicada no topo de uma das barras, estando estas verticais, tem-se que a mola de rigidez k não se deforma. Por outro lado, quando se “perturba” o sistema aplicando-se um deslocamento pequeno D na mola, a mesma terá uma reação F = kΔ. Fazendo-se o equilíbrio do sistema, chega-se a três situações possíveis: Para Pcr= k L 4 , tem-se equilíbrio neutro. Para P k L 4 , tem-se equilíbrio instável. Para P k L 4 , tem-se equilíbrio estável. I.1 - Fórmula de Euler para barras rotulas em suas extremidades As considerações a serem feitas para a carga crítica em uma coluna ideal são: • Coluna perfeitamente reta antes do carregamento; • Material homogêneo com comportamento linear elástico; • Carregamento é aplicado no centróide de sua seção transversal. Para a determinação da carga crítica para a coluna em questão, parte-se da Equação da Linha Elástica: EI d2 v dx2 =M Em um ponto qualquer da coluna tem-se uma deflexão horizontal v. Logo, para o referencial ao lado, tem-se: EI d2 v dx2 =−Pv d2 v dx2 P EI v=0 Esta equação é diferencial ordinária, de 2ª ordem, linear, homogênea, com coeficientes constantes. A solução deste problema é feita da seguinte forma: v=G e x d2 v dx2 = 2G e x G e x2 PEI =0 2 P EI =0 =±i P EI =±i n e in x=cos n x i sinn x=v1 e−in x=cosn x−i sinn x=v2 A solução geral fica: v=Av1Bv2 v=A cosn xisin n xBcosn x−i sin n x v=i A−Bsin n x ABcosn x Fazendo AB=C2 e i A−B =C1 , a equação fica: v=C1sin PEI x C2cos PEI x C1 e C2 são determinados por condições de contorno: x=0 v 0=0 C2 cos0=0 C2=0 x=L v L=0 C1 sen PEI L=0 Neste caso, existem duas possibilidades: • C1=0 v=0 : solução trivial que considera que a barra permaneça reta depois da carga crítica. • sen PEI L=0 PEI L=arcsen 0 PEI L=n P= n22 EI L2 n=0,1,2,3, ... O menor valor de P ocorre quando o número de semiondas n é igual a 1. Logo: P=Pcr= π 2 EI L2 I.2 - Fórmula de Euler para barras com outras condições de extremidade A fórmula de Euler apresentada no tópico anterior foi desenvolvida para colunas com extremidades rotuladas. Na equação, L representa a distância sem apoio entre os pontos de momento nulo. Para outras condições de apoio, a fórmula de Euler pode ser usada desde que L represente a distância entre pontos de momento fletor nulo. Essa distância é chamada comprimento efetivo da coluna, Lef. As normas de projeto fornecem fórmulas que empregam um coeficiente adimensional k chamado fator de comprimento efetivo, definido por: Lef =k L Valores de k para outras condições de apoio: (Fonte: Resistência dos Materiais, Hibbeler, 7ª Edição) Portanto, a generalização da Fórmula de Euler fica: P=Pcr= π 2 EI (kL)2
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