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ENUNCIADO AVALIAÇÃO 1 - COMUNIDADE SURDA
A comunidade surda brasileira faz parte de um aspecto cultural que partilha da Língua Brasileira de Sinais – Libras, além das pessoas que apresentam algum grau de surdez, essa comunidade abrange todas as pessoas que de alguma forma utilizam a Libras no dia a dia ou que simplesmente estão envolvidas com temas de interesse das pessoas portadoras de deficiência auditiva.
 " Em virtude da Lei nº 11.796, a partir de 2008, a data de 26 de setembro foi definida para comemorar o Dia Nacional dos Surdos. Essa data bastante relevante é essencial para que a comunidade surda relembre sua história e chame a atenção da sociedade quanto à adoção de ações inclusivas".
Assim como é comemorado o Dia Nacional do Surdo, é também celebrado o Dia Internacional do Surdo, que é comemorado em 30 de setembro.
Dia Mundial da Língua de Sinais – 10 de setembro
Tanto a Língua Brasileira de Sinais quanto as demais línguas de sinais pelo mundo como, por exemplo, a Língua de Sinais Americana e a Língua de Sinais Francesa, requerem maior visibilidade.
Esse fator é essencial para ampliar o ensino, aprendizado e divulgação dessas línguas, fazendo com que a comunidade surda no Brasil e no mundo sejam beneficiadas com uma cultura cada vez mais inclusiva em todo planeta.
Questão ( a ) :
As ações da comunidade surda:
A união é um dos fatores mais importantes. Somente por meio dela é possível obter maior engajamento para aprovação de leis que beneficiem as pessoas portadoras de deficiência.
Além disso, é a união que garante a ampliação quanto à conquista de direitos e desenvolvimento de ações que de fato proporcionem melhores condições para os surdos, familiares e todos os profissionais que de alguma forma atuam com a comunidade surda.
“ Quero convidá-lo á registrar o ano de 1834 como uma das grandes datas da história dos surdos. Com o primeiro banquete comemorando seu nascimento (1834) começa o culto ao Abade L’Epée. Para mim é a data de nascimento da nação surda. É o ano em que pela primeira vez os surdos e mudos se outorgam uma espécie de governo. Isto nunca havia acontecido (Mottez, 1992: 7)”.Padden e Humphries (1988: 2629) tecem comentários sobre o “Conto de L’Epèe” de forma muito interessante. Para os pesquisadores surdos, esse conto veio a simbolizar, na sua reprodução entre os surdos sob forma de anedotas, performances, de geração em geração, a transição de uma situação de isolamento na qual viviam as pessoas surdas, para uma vida em comunidade, compartilhando uma língua e ricas experiências de vida. Lane (1997) também se refere a esse conto, defendendo que o surgimento da primeira escola pública em Paris, fundada por L’Epèe, mudou de forma decisiva a vida das pessoas surdas da época.
Mas não foram apenas os banquetes os motivadores do surgimento do movimento surdo, principalmente por refletirem a reunião de um determinado segmento dessa comunidade, como bem caracteriza Mottez (1992: 10), quando explicita que “os surdos-mudos que nunca estiveram na escola não deveriam jamais colocar seus pés. Naquele tempo estes formavam três quartos da população surda”. Ou seja, participavam dessas reuniões apenas uma minoria de surdo pertencentes de uma elite.
Widell (1992) escreve sobre as fases históricas da cultura surda, mais especificamente, o surgimento de associações de surdos na Dinamarca, no período entre 18661893. No texto da socióloga, encontramos várias referências aos objetivos e realizações dessas associações, sendo que, entre ações de lazer, recreação e assistência, também a preocupação com o trabalho estava privilegiada. Segundo a autora, a primeira associação de seu país foi formada a partir do encontro de artesãos, motivados por iniciativas que vinham, de igual modo, ocorrendo em outros países.
A maioria da comunidade surda consistia de trabalhadores especializados, e era característico do período que o objetivo da associação surda fosse semelhante ao objetivo das associações de trabalhadores. (…) Além disso, pretendiam encontrar emprego para trabalhadores especializados que estivessem desempregados (Widell, 1992: 21).
 
( B ) O contexto sociopolítico.
Várias foram as formas de tratamento aos sujeitos surdos/as: no Egito e na Pérsia eram considerados privilegiados enviados dos deuses; na sociedade grega houve a defesa da eliminação dos bebês nascidos “disformes”; os romanos adotavam a matança e jogava-os no rio ou os abandonavam ou eram levados à escravização; na Idade média permaneceu a discriminação com forte influencia e interferência da Igreja Católica; mas foi na Idade Moderna que se deu o início da institucionalização de metodologias educacionais voltadas para os surdos sendo assim estas pessoas precisavam ser educadas para ingressarem e participarem da sociedade.
 As reivindicações do movimento englobam todo o arcabouço social. Constituem-se neste, a luta por acesso à saúde que recai sobre a necessidade de intérpretes de Libras em hospitais. Em relação ao espaço e à acessibilidade lutam pelo uso de painéis eletrônicos e a presença de intérpretes em locais de uso público, como por exemplo, bancos, casas lotéricas, aeroportos, rodoviárias, estações. 
( C ) O papel da escola para surdos.
Na atual conjuntura brasileira, é notória a amplitude que os discursos e debates acerca da educação de Surdos vêm acontecendo. Cada dia se fala mais sobre educação inclusiva dos alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Nesse contexto, a escola vem buscando fazer a inclusão dos alunos Surdos em salas de aula regulares, onde os mesmos irão manter contato com professores e alunos ouvintes além do tradutor e intérprete da língua de sinais (TILS), profissional responsável pelo intermédio da comunicação entre Surdos e ouvintes, através da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
A LIBRAS, é a língua oficial do povo Surdo brasileiro, seu principal meio de comunicação entre Surdos e ouvintes. A mesma possuí “[...] Uma estrutura linguística diversa, visuoespacial, com sintaxe, morfologia e “fonologia” próprias [...]” (LACERDA E SANTOS, 2013, p.28). A comunicação em LIBRAS se dá a partir dos movimentos das mãos, gesticulação do corpo e expressões faciais.
“ A partir da Lei 10.098 de 19 de dezembro de 2000, que versa sobre a acessibilidade das pessoas com deficiências, a oficialização da LIBRAS com a Lei 10.436 de 24 de abril 2002, e o Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005 que veio regulamentar as leis citadas anteriores, ocorreu um avanço na educação dos Surdos, a oficialização de sua língua materna, a inclusão em salas de aulas regulares e o apoio do profissional TILS na comunicação entre Surdos e ouvintes. “
Lei no 10.436, de 2002.
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Entende-se como Língua Brasileira de Sinais—Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs,conforme legislação vigente.
CONCLUSÃO:
“ A cultura e a comunidade surda, por se tratar de dimensões inseridas na cultura hegemônica, que é a ouvinte, foram e são formadas, ainda hoje, com base na exclusão imposta pelo mundo ouvinte, como também com base nos valores negativos propostos a essa diferença. A cultura surda, no entanto, começou a expandir-se não somente no âmbito educacional, ou seja, não mais como uma língua diferente, mas também por conhecimentos e crenças comuns que auxiliaram na constituição de uma cultura própria. Então, a constituição da identidade dos surdos passa pela mudança de paradigma da deficiência para o de minoria linguística e cultural (Kauchakje, 2003).” 
Conviver com aqueles que compartilham uma condição funcional acaba, assim, fortalecendo os processos identitários que têm marcado essas novas configurações do movimento de surdos, sendo algo de fundamental importância para o reconhecimento social da cultura surda.
Nesse sentido, os surdos se colocam como exceção a essa regra. Gerações e gerações de surdos, apesar de pressionadas por uma ordem política e econômica que sempre desconsiderou por completo a possibilidade de manutenção das línguas de sinais nos mais diversos âmbitos sociais (em especial na escola e no trabalho), preservaram sua lealdade à libras. Como já argumentado, essa lealdade parece estar intimamente relacionada ao fato de os surdos poderem adquirir, natural e espontaneamente, apenas uma língua de modalidade gestual-visual. Independentemente das razões para essa lealdade, contudo, o fato é que, ao contrário de outras minorias, os futuros netos de surdos que hoje são falantes fluentes em libras não falarão português oral como L1, tampouco o farão os netos de seus netos. As futuras gerações de surdos continuarão falando libras. Talvez essa seja uma razão adicional para olharmos a educação bilíngue dos surdos como uma condição fundamentalmente necessária, embora não suficiente, para o resgate de sua cidadania , tais rupturas, por sua vez, acarretam, às vezes, problemas de ordem social e cognitiva cuja expressão é muito mais o resultado da incapacidade dos ouvintes em assumir formas de comunicação e intervenção que considerem as particularidades da surdez do que devido a dificuldades inerentes à ausência de audição. Partindo disso, é fundamental que instituições escolares, os pais, enfim, o sistema de inter-relacionamento que rodeia a criança surda, preocupem-se em entender o modo pelo qual ela se comunica para que as trocas possam existir de forma satisfatória para ambas as partes.
A condição funcional dos sujeitos é parte constituinte não só de sua identidade mas também de como esse processo atua nas formas de organização política e social de um grupo minoritário. Logo, ressalta-se a importância do reconhecimento da diferença não como algo de menor valor em relação ao que é compartilhado pelos grupos hegemônicos, mas, sim, como algo intrínseco e singular do sujeito, pois é com base nessa diferença que o surdo se constitui.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Lei no 10.436, de 2002.
https://academiadelibras.com/blog/comunidade-surda/
https://culturasurda.net/comunidades-surdas/

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