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Resenha crítica - Cirque du Soleil

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Resenha Crítica de Caso Soyla de Andrade Souza Carvalho
Trabalho da disciplina Psicologia na Segurança, Comunicação e Treinamento Tutor: Prof. Geórgia Gomes Vicente
Volta Redonda/RJ
2021
Estudo de caso de Harvard: Cirque Du Soleil 
Referências: DELONG, Thomas J. VINEETA, Vijayaraghavan. HARVARD BUSINESS SCHOOL PUBLISHING, 06 de Abril de 2006.
O estudo de caso trata da história de uma companhia circense conhecida como Cirque du Soleil, que foi criada em 1984 por uma trupe de artistas de rua conhecida como “Le Club des Talons Hauts” (O clube dos Saltos Altos), que logo no início da carreira já havia criado o primeiro festival para artistas de rua em uma cidade perto de Quebec City. Guy Laliberté, atual presidente e CEO, é um dos membros que se mantém atuante na companhia desde a sua criação e que carrega consigo a confiança dos artistas por ser carismático e altamente criativo. Durante a maior parte da existência do Cirque, Laliberté dividia igualmente a propriedade e administração com Daniel Gautier, mas em 1988 comprou a metade pertencente à Gautiere e teve a companhia avaliada em U$$ 800 milhões pela revista Canadian Business Magazine.
O significativo crescimento do Cirque du Soleil é resultado da proposta circense que ele ofereceu e oferece, visto que é totalmente diferente do “padrão” que o público está acostumado. Sem animais em suas apresentações, o Cirque aposta em espetáculos teatrais e de dança realizadas por artistas de diferentes culturas e nações, sendo eles acrobatas, palhaços, ginastas e artistas de rua. Traz consigo uma identidade única em seus espetáculos, onde até a música é apresentada com uma linguagem semelhante ao Latim, com o objetivo de transcender fronteiras culturais. 
Com uma linguagem de arte universal, a companhia não se limitou apenas a arte circense itinerante debaixo das lonas. Em 1998 abriu sua primeira loja em seu novo cinema permanente na propriedade do Walt Disney World Resort, em 1999 a Cirque du Soleil imagens lançou seu primeiro filme chamado “Alegría” e seu primeiro especial de TV “Cirque du Soleil Presents Quidam”. Já em 2000 O Cirque criou uma produção cinematográfica em formato grande, distribuída pela sony Pictures Classis.
 A diversificação de suas atividades fez com que o patrimônio, a quantidade de funcionários e os artistas que faziam parte da companhia se ampliassem. Para se ter uma idéia do desenvolvimento, no início o Cirque precisava de 50 artistas a cada 2 anos, mas após o seu grande crescimento passou a precisar de 100 novos artistas anualmente.
Os artistas contratados recebiam a missão de serem criativos, visto que estavam enfrentando um mundo que sofria constante mudança e que oferecia um novo desafio a cada apresentação. Fazer parte de uma companhia circense com grandiosas turnês com ciclos de duração de três anos como o Cirque, exige muita dedicação e abdicação da vida pessoal, o que provocava a desistência de alguns artistas. Mas é importante ressaltar como citado pela diretora de arte Alison Crawford, que o Cirque fazia todo o possível para tornar as condições de trabalho favoráveis aos artistas e despertava em muitos o prazer de estar vivendo algo mágico e único em suas vidas. Crawford relata que o maior golpe no entusiasmo vinha daquilo que a companhia não podia controlar para seus artistas: as contusões. A cada dia, para cada avaliação, Crawford reavaliava as contusões e então reestruturava trechos do espetáculo, eliminando alguns e reduzindo ou aumentando outras rotinas para compensar. Tentava manter seus artistas envolvidos mesmo quando não podiam se apresentar e estavam se recuperando.
Mesmo com tanta dedicação e investimento do Cirque em seus funcionários e nas melhorias de trabalho, a cia passou a receber críticas de alguns deles que alegavam faltar originalidade nos espetáculos quando comparado com outros, e reclamavam que o Cirque pagava pouco se comparado a outras companhias. Os custos aumentavam de acordo com o desenvolvimento dos espetáculos em suas turnês. Muitas preocupações surgiram aos responsáveis, visto que era necessário investir em novos produtos, analisar a concorrência e os valores cobrados por ela, investir na captação de novos membros que não fossem somente amadores e sim profissionais com experiência, e principalmente estudar como levar o Cirque para o público de baixa renda de modo que a imagem da companhia continuasse sendo preservada.
O profissionalismo, experiência e desenvoltura dos membros da equipe do Cirque fez com que esses obstáculos fossem superados, conseguindo manter a imagem positiva da companhia perante o público e principalmente preservando o bem estar e valorização de seus funcionários. A correta gestão de equipe e planejamento estratégico possibilitou o crescimento pessoal e profissional de todos. 
O retorno recebido dos espectadores mostra o quanto Cirque se tornou uma companhia circense sólida e de personalidade. As emoções provocadas em cada espetáculo conquistaram e conquistam a fidelidade do público, e provoca o marketing positivo devido a solidez, qualidade e originalidade apresentadas no figurino, na música, nas danças, nos dançarinos e em cada pedacinho do grandioso espetáculo que Cirque oferece.
Laliberté conseguiu gerenciar o crescimento econômico do Cirque, mostrou o quanto é possível e superimportante gerir minunciosamente a cultura e costume de cada um, buscando a boa convivência e excelente desenvoltura nos espetáculos. A alta rotatividade dos funcionários fez com que fosse possível mensurar pontos importantes que necessitavam de atenção e melhorias para o desenvolvimento da companhia.
O estudo de caso mostra o quanto a gestão do Cirque du Soleil, especificamente Laliberté, foi paciente e estratégico em suas decisões. O acolhimento dado aos carentes de oportunidade e atenção, o constante desenvolvimento da companhia desde os primórdios, até o importante estudo da rotatividade de seus funcionários com o intuito de mantê-los na cia, mostra o quanto um negócio precisa de atenção e cuidado da alta gestão. A preocupação com o bem estar dos funcionários deixa claro o quão é importante a qualidade de vida para o crescimento de uma organização.

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