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Trilha Completa - Gramática Histórica da Língua Inglesa

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A Família Indo-europeia de Linguagens 
 
Ao término deste capítulo você será capaz de entender melhor a gramática 
histórica da língua inglesa através do estudo da formação das línguas, origens 
históricas, cultura e sociedade. Isto será fundamental para o exercício de sua 
profissão. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante! 
 
 
As línguas atualmente faladas nas Américas, na Europa e na Ásia Ocidental e 
do Sul derivam da família das línguas indoeuropeias. 
 
 
Acredita-se que havia uma língua denominada protoindoeuropeu que deu 
origem às línguas indo-europeias, da mesma forma que acontece com o 
italiano, português, francês e espanhol que derivam do Latim. 
 
 
O protoindo-europeu seria uma língua pré-histórica e não tinha forma escrita, 
portanto, não se sabe se sua existência foi real, mas o mais provável é que 
tenha sido falada por volta de 3400 a.C. na Eurásia, e por método comparativo, 
chegou-se à conclusão de que haviam similaridades prováveis (e por esse 
motivo leva o prefixo “proto”), e a linguística, desde o fim do século XVIII, vem 
tentando reconstituir ou, ao menos conhecer, mais sobre essa língua através 
de métodos científicos que visavam descobrir relações entre os idiomas com a 
finalidade de encontrar evidências de uma fonte comum, como uma línguamãe 
que teria originado todas as outras. 
 
 
De acordo com Crystal (1987), o método comparativo é a sistematização 
comparada de várias línguas, visando evidenciar correlações históricas entre 
elas. 
 
 
Mas não havia um método sistematizado para comparar e correlacionar as 
línguas que pudesse atestar decisivamente as similaridades relevantes. 
Acredita-se que essa língua era original da região que hoje é a Ucrânia e 
cercanias, no Caucaso (entre o mar Negro e o mar Cáspio) e na parte sul da 
Rússia, espalhandose em seguida para o resto da Europa e depois para a 
Índia. O estudo das línguas protoindo-europeias baseia-se em leis, mitos e 
sociedade, e embora a reconstrução total seja impossível, é viável ter um 
panorama geral do que havia em comum entre esses falantes, tanto nos 
aspectos linguísticos quanto culturais. 
 
 
As línguas indo-europeias originaram subdivisões de outras línguas, como o 
indo-iraniano, o balto-eslavo, o grego, o celta, as línguas germânicas, o 
armênio, o albanês, as línguas românicas e suas respectivas subdivisões. 
 
 
Mas vamos voltar um pouco na história para entender melhor em que época 
essa língua tão antiga pode ter sido falada, no caso, durante a pré-história. 
 
 
Pela divisão dos períodos da história temos: 
 
 
A pré-história é um período que cobre o aparecimento do homem (4000 a.C.) e 
termina com a invenção da escrita. A préhistória é dividida com base em uma 
visão evolucionista, sendo Paleolítico, Mesolítico, Neolítico e Idade dos metais. 
 
 
A visão evolucionista acredita que as sociedades começam primitivas e aos 
poucos evoluem, ficando mais civilizadas com o tempo. 
 
 
No Paleolítico, que durou até aproximadamente 10.000a.C., o homem era 
nômade, vivia em grupo e sustentavase da coleta, caça e pesca. Os 
instrumentos eram simples, feitos de madeira, lascas de pedra e ossos. Ao final 
desse período começaram a controlar o fogo. Habitavam em cavernas, sobre 
as árvores e em cabanas rústicas feitas de galhos. Nessa época surgiram as 
pinturas rupestres e os corpos dos membros do grupo eram sepultados ao 
morrer. Os agrupamentos de pessoas pela sobrevivência eram instintivos e 
familiares. 
 
 
No Neolítico (aproximadamente 10000 a 4000 a.C.), O homem passou a ser 
mais centrado na individualidade e começaram a se agrupar em comunidades 
com o mesmo interesse de sobrevivência, com estabelecimento de territórios e 
produção agrícola e pecuária, além da domesticação de animais. Surgem as 
aldeias e cresce a população. A mulher passa a ter alguma importância e há o 
controle do fogo. 
 
 
Na idade dos metais começa a dissolução das comunidades do período 
anterior. Surge o cobre, bronze e o ferro. A produção começa a contar com 
excedentes e a população aumenta ainda mais. Surgem as armas e as classes 
sociais. A produção excedente passa a ser destinada não somente ao 
consumo pessoal, também para a troca. Nesse contexto, há a desigualdade 
social, direito à propriedade privada e surge a escrita e a organização 
rudimentar do Estado. 
 
As línguas indo-europeias 
As línguas indo-europeias, chamadas também de indogermânicas ou mesmo 
arianas, são compostas por vários dialetos e línguas que deram origem às 
línguas de Europa, Índia, Afeganistão, Irã, Paquistão, entre outras, que foram 
evoluindo e interagindo entre si de alguma forma, culminando nas línguas 
descendentes atualmente faladas no mundo. Essas línguas podem ser dividias 
em grupos como o tocariano (falada na Ásia Central), o hitita (Ásia Menor), 
céltico, germânico, balto-eslavo, itálico, albanês, helênico, armênio, iraniano e 
indiano. 
 
 
O indo-iraniano é composto pela língua Indiana e Iraniana, originando os 
idiomas falados no Paquistão, na Índia, no Irã e cercanias, além das 
proximidades do Mar Negro e oeste da China. 
 
 
O sânscrito védico, muito antigo e ramificação do índico, ainda está preservado 
em cânticos e textos religiosos desde a Índia antiga. Os Vedas (livros sagrados 
da Índia) são os mais antigos textos das línguas indo-europeias. Os dialetos do 
sânscrito originaram as línguas indianas atuais. 
 
 
Na ramificação iraniana (noroeste da Índia e Irã), há o velho Avestan, que é a 
língua mais antiga desse grupo e é muito parecida com o Sânscrito usada nos 
primeiros textos zoroastrianos de cunho religioso. 
 
 
O persa antigo (preservado em registros cuneiformes) também é do ramo 
iraniano e acredita-se que essa língua apareceu no ano 1300 a.C.. 
 
 
Para os zoroastrianos, que viviam na Pérsia, Zaratustra é um profeta divino 
(que os gregos chamavam de Zoroastro), e que deixou ensinamentos de 
elevação a Deus, bondade e justiça e foi o primeiro momento em que se 
registra o monoteísmo. 
 
 
Atualmente, várias línguas Índicas ainda são faladas no Paquistão e na Índia, a 
exemplo do Bengali, Punjabi, Hindiurdu; e no Afeganistão, Tadjiquistão, Irã e 
Iraque, a exemplo, ainda são faladas línguas iranianas como o persa moderno 
que é chamado Farsi, o Pashto e o Curdo. 
 
 
O grego (do ramo helênico) era falado no Sul da península balcânica (atual 
sudeste da Europa onde estão países como a Albânia, a Bósnia e 
Herzegovina, a Bulgária, a Grécia, entre outros), além da península do 
Peloponeso (região montanhosa no sul da Grécia), e proximidades do Mar 
Egeu (que fica entre a Europa e a Ásia, na bacia do mar Mediterrâneo). O 
Grego compõe um grupo de dialetos que não se tornaram línguas formais, 
permaneceram como dialetos durante toda a sua existência desde o primeiro 
registro escrito feito pela civilização que vivia na ilha de Creta. 
 
 
Foi provavelmente no século VIII a.C., que surgiram as primeiras formas 
escritas do Grego, provavelmente época em que surgiram os épicos de 
Homero, a Ilíada e a Odisseia. O dialeto chamado Ático, falado em Atenas por 
volta do século V a.C. prevaleceu na literatura (poesia e prosa), fazendo com 
que os autores Aristófanes, Aristóteles, Eurípides e Platão, entre outros, 
escrevessem nesse dialeto. 
 
 
Homero (século VIII a.C.) escreveu a Ilíada que é considerado o mais antigo 
documento literário da narrativa ocidental, e um dos principais poemas épicos 
da Grécia Antiga, onde é narrado um trecho do final da Guerra de Troia. Esses 
dois extensos poemas influenciaram a humanidade na arte e literatura 
ocidental. A obra tem mais de 15000 versos e fala da fúria de Aquiles, um herói 
mortal filho de uma deusa, que mata o filho do rei de Troia resultando em 
consequências trágicas. Já a Odisseia é sobre o rei de Ítaca, chamado Ulisses, 
e conta como foi seu retorno após a guerra, onde era esperado em casa pelo 
filho e pela esposa. 
 
O povo atualmente nativo da Itália (do ramo das línguas itálicas) veiode outro 
local mais a norte, cruzando os Alpes por volta de 1000 a.C. e o idioma mais 
relevante deste grupo de falantes é o Latim, embora não tenha sido o único, 
devido à posição geográfica propícia a receber migrações de diversos povos. 
 
 
Em sua origem, o latim era falado por poucas tribos de pastores que viviam em 
terras com base agrícola na região central da península itálica. Os primeiros 
registros do latim surgiram por volta do século VII a.C. A nação romana foi 
responsável pela disseminação do latim clássico na antiguidade e haviam 
autores romanos de relevância histórica como Sêneca, Cícero e Ovídio, entre 
outros. Apesar de ter originado línguas atualmente ainda existentes, existem 
algumas descendentes deste ramo que já estão extintas como Úmbria, 
Faliscan, South Picene, Sabellic e Oscan. As línguas românicas são o que 
restou do ramo itálico. 
 
 
A língua Celta (ramo céltico) tem duas ramificações, uma Continental e outra 
Insular. Esse povo vivia no que hoje é ao sul da Alemanha, Áustria e parte 
oeste da República Tcheca aproximadamente no ano de 600 a.C., além da 
França, Itália, Espanha, Bélgica e principalmente, Grã-Bretanha, ou seja, essas 
tribos dominaram grande parte da Europa. 
 
 
Posteriormente, a Gália (França) e a Grã-Bretanha foram invadidas e 
conquistadas por Roma, tornando o Latim a língua dominante. Os Celtas 
remanescentes ficaram em uma parte onde hoje é a Irlanda por volta do século 
6 a.C. e o Celta insular foi mantido devido à área geográfica relativamente 
isolada das conquistas dos romanos e depois dos anglo-saxões. O idioma mais 
importante no continente era o gaulês. Até hoje ainda existem línguas celtas 
em uso derivadas do Celta insular, como o gaélico escocês, o gaélico irlandês, 
o galês e o bretão. 
 
 
As línguas germânicas são divididas em três, a saber, o germânico setentrional 
(nórdico antigo ancestral das línguas escandinavas atuais), o germânico 
oriental (extinto), o germânico ocidental (que contribuiu para o inglês antigo, o 
alto alemão antigo e o saxão antigo). Pelo contato geográfico, a língua 
germânica herdou termos do finlandês e do balto-eslavo. 
 
 
Os vikings usavam várias formas do nórdico antigo, língua em que foi 
preservado o folclore germânico nórdico e pré-cristão e a mitologia nórdica em 
si, em parte, ambos preservados em um dialeto chamado Islandês Antigo. 
Sobreviveram atualmente do subgrupo germânico ocidental o holandês, o 
frísio, o iídiche o inglês e do subgrupo germânico setentrional sobreviveram o 
islandês, o norueguês, o faroense, o dinamarquês, e a língua sueca. 
 
 
O armênio provavelmente era da mesma linha migratória como outros povos, 
como os frígios que foram dos Bálcãs para uma área onde atualmente é a 
Turquia. Posteriormente, os persas dominaram essa região e influenciaram o 
armênio, quase levando os linguistas a imaginar que o armênio era pertencente 
ao grupo iraniano. 
 
 
O Balto-eslavo apareceu ao final da Era do Bronze e foi falado na região 
ocidental da Polônia e em uma região geográfica ao longo do mar Báltico. 
Esses povos tinham contato com os finlandeses (o finlandês não fazia parte 
das línguas indoeuropeias) e pelo contato, ouve troca de palavras entre os 
povos, sugerindo que os povos bálticos eram importantes socialmente. Os 
bálticos também tiveram influências góticas e eslavas e, posteriormente, 
expandiram seu domínio também para a Grécia e Balcãs. 
 
 
Ao chegar ao território iraniano, esses povos assimilaram vocábulos pré-
eslavos e em um contato posterior com os povos germânicos, assimilaram 
outras palavras. De todos esses contatos, sobraram atualmente o lituano e o 
letão. As línguas eslavas que existem hoje são o polonês, o tcheco, o búlgaro, 
o croata, o russo, o eslovaco, o sérvio, entre outros. 
 
 
O albanês é um ramo que também teve sua forma escrita. O albanês pode ser 
decorrente da língua ilíria (extinta) devido ao posicionamento geográfico e 
pode, por outro lado, ser, também pela geografia e história, derivado do trácio 
(língua também perdida). Atualmente, o albanês é língua oficial na Albânia e 
em algumas áreas da Iugoslávia, partes da Grécia e sul da Itália. 
 
 
Existem idiomas que não pertencem à árvore de línguas indo-europeias, 
algumas extintas e outras que pertencem a um período que antecede a forma 
das linguagens modernas em uso. 
 
 
Ao fazer a reconstrução comparada para chegar às ramificações de idiomas, 
os linguistas usam como referência palavras cognatas, que são palavras da 
mesma origem, portanto, parecidas no som e quando há, na escrita. 
 
 
No que tange à Linguística Histórica Indo-Europeia, uma figura importante é Sir 
William Jones (1746-1794), um orientalista e jurista britânico, juiz da corte de 
Calcutá, que estudou a língua sânscrita e já conhecia o Latim e o grego e 
surpreendeu-se com as semelhanças que existiam entre os três idiomas. Seu 
trabalho foi revolucionário, indicando que os três idiomas e o persa eram 
descendentes de uma fonte comum, causando uma mudança nos estudos da 
linguística. Ao incluir o sânscrito no estudo (apesar da distância geográfica), o 
estudioso apontou uma nova direção para a linguística moderna. 
 
 
Orientalismo diz respeito aos estudos das civilizações orientais atuais e 
históricas, principalmente no Oriente Médio. 
 
 
Para saber o som das palavras em uma língua, é possível recorrer ao Alfabeto 
Fonético Internacional (AFI), que são símbolos que representam os diversos 
sons emitidos nas línguas ao redor do mundo. Para acessar essa “transcrição 
fonética”, basta consultar um bom dicionário e, a após o vocábulo, aparecerá 
sua transcrição entre barras. 
 
 
“[...] os linguistas desenvolveram um alfabeto em que cada símbolo sempre 
corresponde ao mesmo som, independentemente da grafa tradicional da língua 
em questão. Dessa maneira, eles sempre sabem como pronunciar uma palavra 
escrita com esse alfabeto fonético, seja como for a língua. Por exemplo, queijo 
é escrito [′kej.ʒʊ]. Tais transcrições fonéticas são sempre escritas entre 
colchetes. O apóstrofo inicial “ ′ ” marca qual sílaba é tônica (a articulada com 
maior força e volume). Outro aspecto é que cada sílaba é separada por pontos. 
Qu- = [k], ei = [ej], j = [ʒ] e o o fnal, que é quase um u, é transcrito como [ʊ]. 
Esse valores fônicos nunca variam, de modo que tchau e ciao – o 
correspondente de tchau em italiano – são transcritas da mesma forma, como 
[′tʃaw]. O AFI contém símbolos para praticamente todos os sons possíveis nas 
línguas humanas.” (Finbow, 2016) 
 
O inglês antigo, origem, suas características e as linguagens 
anteriores 
 
O inglês, que já existe há cerca de 1500 anos, decorre de três fases: O “Old 
English” (entre século V e XI), o “Middle English” (entre séculos XI a XVI) e o 
“Modern English”, que se iniciou no século XVI e é vigente até o momento. 
 
 
O inglês sofreu influências dos povos que já existiam na região e dos povos 
invasores que dominaram a área em períodos posteriores. Primeiramente os 
Celtas que migraram para a GrãBretanha, depois foram invadidos pelos 
Romanos que levaram o Latim, depois pelos Anglo-Saxões (germânicos e 
Jutos) e por último, pelos Vikings (nórdicos). A língua inglesa é um misto 
destas culturas e influências, quando não somente na fala, também na escrita, 
mas é preciso sempre relevar os aspectos históricos envolvidos para 
compreender a geografia e cultura. 
 
 
Segundo Finbow, (2016) conclui-se, que várias línguas europeias e asiáticas já 
podem ter sido uma só língua, como demonstra a figura: 
 
 
 
Origens do inglês antigo 
A Grã-Bretanha nem sempre foi uma ilha; tornou-se uma ao final da última fase 
da era do gelo com o aumento da temperatura que derreteu camadas polares e 
inundou as terras mais baixas, criando o que seria o mar do Norte e o Canal 
Inglês. As primeiras evidências de vida humana datam de aproximadamente 
2500000 a.C. Mas, para compreender perfeitamente a formação do inglês, 
vamos retroceder um pouco na história. 
 
 
As ferramentasde pedra demonstraram que haviam dois tipos de habitantes. 
Um grupo que usava instrumentos de pedra lascada e vivia a norte até a 
Rússia e outro que usava instrumentos entalhados na pedra montando 
ferramentas (como machadinhas). Esse segundo grupo vivia a oeste até o que 
seria hoje o país de Gales. Por volta de 50000 a.C., parece ter surgido o 
homem com o biotipo semelhante ao inglês moderno, um pouco mais baixo e 
com estimativa de vida de 30 anos. Por volta de 10000 a.C. os homens já se 
organizavam no que seriam residências fixas de pedra e cavernas, e viviam da 
caça e pesca, além de serem criadores de cervos. 
 
 
Aproximadamente, em torno de 3000 a.C. ou período Neolítico (ou nova idade 
da pedra), começaram a migrar atravessando o mar da Europa em pequenos 
botes rudimentares feitos de madeira e peles de animais. Nessa época além de 
criar animais, começaram a plantar e já sabiam como fazer objetos de 
cerâmica. Mais homens vieram da região da Espanha e do norte da costa 
Africana, instalando-se na região que hoje é o país de Gales. 
 
 
Foram várias as ondas de migração até a chegada dos Romanos em 55 a.C. e 
a cada leva de migração eram trazidas novas ideias e métodos benéficos ao 
desenvolvimento e manutenção da vida. Muitas levas de migração depois e 
após muitas intempéries, sobretudo causadas pela temperatura, consolidaram-
se os chamados Bretões Neolíticos que já possuíam organização militar e 
habilidade para lidar com metal. Esse povo se tornou líder das demais 
comunidades da região. O sepultamento dos mortos passou a ser feito 
individualmente, com um cerimonial. 
 
 
Stonehenge, até 1300 a.C. foi o centro populacional mais importante, até que 
em 700 a.C. chegaram as tribos chamadas Celtas, provavelmente oriundos das 
regiões centrais da Europa e sul da Rússia, deslocando-se cada vez mais para 
oeste da GrãBretanha. Esse povo era cultural e tecnicamente mais avançado 
do que os habitantes anteriores, pois usavam o ferro além do bronze com 
destreza, construíam casas onde viviam juntos os membros de uma mesma 
família, entre outras benfeitorias. 
 
Figura 6 – Monumento Stonehenge 
 
Os Celtas continuaram a migrar para as terras baixas da Grã-Bretanha durante 
os próximos 700 anos. Este grupo foi importante porque consolidou sua cultura 
e idioma na região e são considerados ancestrais dos moradores da Escócia, 
País de Gales e Irlanda, atualmente. A história Celta, suas leis, ensinamentos 
médicos e ensinamentos religiosos eram memorizados pelos sacerdotes 
Druidas, porque não existia a escrita do idioma. A organização era grande a 
ponto de todos os sacerdotes Druidas de diferentes tribos de toda a Grã-
Bretanha se reunirem uma vez ao ano, e nessa sociedade, as mulheres tinham 
mais liberdade do que em qualquer outro grupo anterior a ponto de ter uma 
mulher que liderou uma das tribos com sucesso contra os Romanos em 61 d.C 
durante sua invasão. 
 
Figura 7 - Vila Celta 
 
O nome Grã-Bretanha ou, “Britain” originalmente, vem da palavra “Pretani”, 
uma palavra Greco-Romana que significava “habitantes da Grã-Bretanha”, mas 
os desvios de pronúncia dos Romanos acabaram consolidando a palavra como 
“Britannia”. 
 
 
A invasão dos Romanos sobrepujou os Celtas e trouxe fusões entre as culturas 
e alguns benefícios culturais e tecnológicos. Os Romanos trouxeram a escrita 
desenvolvida, importante para a disseminação de ideias e cultura, entre outras 
coisas. A invasão se deu em duas fases, primeiramente em 55 a.C e depois 
consolidou-se em 43 d.C., quando o exército romano realmente ocupou todas 
as regiões onde viviam os Celtas que foram forçados às regiões à oeste. 
 
 
Os romanos levaram às regiões conquistadas técnicas de plantio e criação de 
animais muito avançadas, técnicas de administração social, desenvolvimento 
militar e centros urbanos em cidades estabelecidas onde passou a haver 
atividade comercial, entre outros benefícios. A estratificação social era presente 
e os Celtas estavam na base da sociedade (casta mais baixa), seguidos pelos 
romanos que se estabeleceram definitivamente na região, e acima de todos, os 
cidadãos romanos. Mais de 20 cidades foram fundadas pelos romanos e a 
população aumentou para cerca de 5 mil pessoas, mesmo que com baixa 
expectativa de vida. 
 
 
Nos últimos anos do longo período de ocupação romana, os Celtas 
assimilaram a religião Católica, mas não se sabe exatamente quando e como. 
 
Figura 9 – casa Romana 100 d.C., com potes, panelas e equipamentos 
 
A invasão igualmente relevante para a formação do inglês foi a dos povos 
Anglo-Saxões (tribos germânicas e jutos); após a queda do império Romano 
(queda de Constantinopla), que tinham a índole altamente belicosa, cujo valor 
era a guerra e o heroísmo do melhor guerreiro e não sabiam ler nem escrever, 
além de serem pagãos. 
 
 
As invasões germânicas foram descritas e registradas na história em latim, 
através do relato de um monge e historiador anglosaxão chamado Bede. 
Segundo ele, os povos invasores foram os Jutos, os Anglos e os Saxões. 
 
Figura 10 – Localização original das tribos germânicas invasoras de acordo com o 
monge Bede 
 
Apesar da violência gerada neste período, e a condição de escravidão dos 
Celtas gerada por estas conquistas, os anglosaxões trouxeram muitas 
mudanças culturais e influências fundamentais, como na língua que foi a base 
do inglês antigo. Os Anglo-saxões cultuavam uma religião germânica antiga, 
mas nas áreas rurais a oeste onde os Celtas foram relegados, continuaram 
cristãos. 
 
 
Ainda, de grande relevância para a formação do inglês, foi a invasão dos 
vikings (vindos da atual Noruega e Dinamarca). Os vikings eram piratas e muito 
violentos. Queimaram igrejas, muitos inocentes foram disseminados em todas 
as partes da GrãBretanha. Suas aventuras heroicas eram narradas em 
banquetes e entre seus encontros bárbaros, forma como eram passadas 
adiante. Muito de sua cultura também influenciou a sociedade, 8 anos após 
lutas constantes durante a ocupação, foram vencidos em batalha. 
 
Figura 12 –Invasões vikings 
 
Após todas as invasões, a Inglaterra, mais próxima do continente e beneficiada pelas 
condições geográficas sempre teve um papel mais importante na história da Grã-
Bretanha, mas o país de Gales, a Irlanda e a Escócia tiveram uma história diferente, 
um pouco mais relacionada ao reinado Celta do que às influências Anglo-saxônicas. 
 
O inglês antigo e suas características 
O inglês antigo, em inglês, “Old English” (Ænglisc), também chamado “Anglo-
Saxão” foi a primeira forma do idioma. Seu surgimento e desenvolvimento não 
trazem dados muito precisos, mas foi falado de 450 a 1100 d.C., 
aproximadamente. 
 
 
Apesar da primazia do latim na região, o inglês antigo era composto por vários 
dialetos germânicos levados para a Grã-Bretanha do noroeste do continente 
europeu em meados do primeiro milênio da Era Cristã, sem contar a língua dos 
Celtas, que já habitavam a região e, posteriormente, foi também influenciado 
pelos povos nórdicos. 
 
 
O maior poema desse período é Beowulf que pertence ao século VII. É uma 
característica muito comum nas poesias deste período, que sejam descritos 
eventos e situações de crueldade ao invés de alegria. Abaixo, um trecho desse 
primeiro texto épico de 3000 linhas (poesia sobre as aventuras de um herói) 
para exemplificar e comparar como era essa língua em relação ao inglês atual. 
 
Figura 15 – Trecho de Beowulf de autoria desconhecida - Old English e 
tradução para o inglês moderno. 
 
 
 
Somente peritos estudiosos do assunto conseguem ler o inglês antigo, mas há 
características interessantes em Beowulf sobre a linguagem, como por 
exemplo, não existe rima, as metades das linhas são ligadas por aliteração 
como em: “middes/ maerne; haeleth/hiofende/hlaford; beorge/ bael; 
wigend/wecan/ eudu; sweart/swiothole/swogende” (Thornley & Roberts, 1994). 
 
 
Em Beowulf, há muita metáfora, descrições indiretas e combinações de 
palavras, como em “mar” (“sae” - “sea” no inglêsatual) que é chamado de 
“ondas”, ou como, “navio” (“ship”) é um “sea-goer”, um “sea-boat”, ou um “see-
wood” ou até “wave-floater”. Os marinheiros são chamados de “seatravellers”, 
“seaman” ou “sea-soldiers”. 
 
 
Aliteração é quando duas ou mais palavras começam com o mesmo som. 
 
 
O inglês antigo é muito parecido com o russo e o latim e é bastante sintética 
em comparação com o inglês atual, formada por vocábulos advindos da 
influência germânica e há diferenças gramaticais importantes, como o fato dos 
substantivos declinarem. A função sintática é atribuída pelo uso das 
desinências, através das terminações (sufixos) nos adjetivos, substantivos e 
verbos. 
 
 
No caso do alfabeto e ortografia, o inglês antigo assimilou também o alfabeto 
rúnico e após a conversão para o Cristianismo, foi adotado o alfabeto latino 
usado sobretudo na Irlanda, em substituição, formando um alfabeto com a 
seguinte configuração de acordo com ” Finbow (2016): “a, æ, b, c (k), d, e, f, g, 
h, i, k, l, m, n, o, p, r, s, t, þ/ð, u, ƿ = w, x, y”, onde existem 7 vogais e três 
ditongos. Os acentos também mudam, há o agudo igual ao atual (´), mas o 
circunflexo é “ã” e há o macron (ā). 
 
 
Quanto à ordem e disposição das palavras: 
 
 
“[...]veja-se a frase de abertura do primeiro capítulo da obra famosa de Bede, 
Historia ecclesiastica gentis Anglorum (“História Eclesiástica do Povo Inglês”) 
na versão em inglês antigo: Breten is gāececges īegland, þæt wæs gēo geāra 
Albion hāten. Se mantida a mesma ordem das palavras no inglês 
contemporâneo a frase seria: Britain is a sea`s island, that was ago years 
Albion called [...] Traduzida conforme o padrão sintático moderno, a mesma 
frase seria: Britain is an island of the sea that was formerly called Albion.” 
(Oliveira, 2010) 
 
 
As características sonoras, de morfologia, sintaxe e léxico foram deduzidas a 
partir de certos parâmetros como demonstra Finbow (2016): 
 
 
“[...] Lógica alfabética – como possuímos conhecimentos sólidos da pronúncia 
das letras do alfabeto romano, podemos supor que os missionários que as 
adaptaram ao inglês antigo o tenham feito de forma lógica. Assim, a letra m 
latina, por exemplo, seria usada para representar o mesmo som na língua 
inglesa, e letras e símbolos novos somente seriam criados caso nenhuma letra 
latina existente fosse adequada. Além disso, ao contrário do inglês moderno, o 
inglês antigo apresenta caráter muito mais “fonético”, quase não existindo as 
chamadas letras mudas. 
2. Reconstrução comparativa – podemos estabelecer uma reconstrução do 
âmbito sonoro do inglês antigo por meio de comparações com o inglês 
moderno (a língua padrão ou os dialetos regionais) e/ ou os dialetos medievais. 
3. Mudanças fônicas – ao analisarmos as mudanças sonoras que ocorrem 
conforme as línguas evoluem, podemos determinar como elas devem ter 
acontecido. O pronome atual “it”, por exemplo, equivale a “hit” no inglês antigo. 
Ou seja, se o h era pronunciado, então houve posteriormente uma mudança 
sonora na língua, com a supressão do mesmo. Considerando que a extração 
do h em pronomes ainda é um fenômeno frequente na língua inglesa, essa 
teoria parece bastante razoável. 
4. Evidência poética – a forma como poetas criam rimas é um importante 
indício da estrutura sonora de uma língua. Morfologia, sintaxe e léxico - No 
inglês antigo, de modo similar ao latim, o sistema de flexões nominais ou 
declinação apresenta três categorias: gênero, número e caso. 
No entanto, essas três categorias são representadas simultaneamente por uma 
mesma forma nominal. 
1. Gênero – no inglês antigo temos os gêneros masculino, feminino e neutro. 
Este último é empregado para palavras que não são nem masculinas nem 
femininas. Cabe destacar, porém, que o gênero natural, fundamentado nas 
diferenças de sexo, nem sempre equivale ao gênero gramatical. Assim, os 
vocábulos wif (mulher), maegden (menina) e cild (criança), contrariando 
expectativas, são neutros. 
Número – assim como no inglês moderno, o inglês antigo apresenta somente 
dois números: o singular e o plural. 
3. Caso – ao contrário do inglês moderno, em que palavras como os 
substantivos mostram variações em seu final (desinências nominais) para 
indicar somente aspectos de número e gênero, os substantivo, adjetivos e 
pronomes no inglês antigo demonstram já nas desinências a função que 
desempenham no período. 
Caso é o nome dado à forma tomada por um termo declinável para demonstrar 
com precisão a função sintática que desempenha na frase. 
Temos no inglês antigo quatro casos: 1. Nominativo – é o caso do sujeito. 2. 
Genitivo – trata-se principalmente do complemento terminativo do nome, que 
apresenta como principal função indicar posse. 3. Dativo – representa 
atribuição, indicando o sujeito ou “coisa” a quem um objeto se destina, ou em 
benefício de quem se realiza algo. Sua principal utilização é como indicativo da 
função de objeto ou complemento indireto de orações.4. Acusativo – a principal 
função do acusativo é a indicação do objeto ou complemento direto do verbo.” 
(Finbow, 2016). 
 
 
As declinações, (ainda presentes no atual idioma alemão e no passado, no 
latim) compõem as categorias de gênero, número e caso. Essas são as flexões 
nominais, quase como acontece com o latim. Embora as três sejam indicadas 
simultaneamente pela mesma forma nominal única. No gênero, além do 
masculino e feminino, há o neutro. Mas diferente das línguas atuais, o gênero 
diz respeito à função gramatical e não necessariamente ao fato de ser 
masculino ou feminino na verdadeira acepção da palavra, ou no sentido 
biológico. A exemplo, são neutras as palavras ”wíf ” (mulher), “mægden” 
(menina) e cild (criança). Quanto ao número, de acordo com Finbow (2016), o 
único vestígio remanescente de plural e singular é o dos pronomes “wit “ (nós 
dois) e “git“ (vocês dois). Ainda, no inglês antigo, os pronomes, adjetivos e 
substantivos apresentam desinências (variações no final da palavra) para 
demonstrar qual a sua função na frase. Os nomes das desinências são 
“nominativo, genitivo, dativo e acusativo”. Na variação de caso, exemplos de 
desinências de caso nas palavras “stān” (pedra), “giefu” (presente) e “cnapa” 
(criado), seriam: 
 
Figura 17 – Exemplos de desinências de caso do inglês antigo 
 
 
 
As Influências no Inglês Antigo 
 
Para o inglês ser como é hoje, muito aconteceu em sua evolução, resultado de 
uma grande miscigenação de culturas, dialetos e línguas durante o transcorrer 
do tempo. 
 
 
A Grã-Bretanha era dominada por sete reinos anglo-saxões chamados 
coletivamente de heptarquia que muito influenciaram o inglês antigo, como 
East Anglia (Anglia oriental), Essex (East Saxons ou saxões orientais), Kent, 
Sussex (South Saxons ou saxões do sul), Mércia, Nortúmbria, Wessex (West 
Saxons ou saxões ocidentais). A influência também foi fundamental dos povos 
romanos, normandos e celtas. 
 
 
A conquista da região pelos normandos ofereceu influências franco-
normandas, alterando o vocabulário e a ortografia. O contato com os povos 
escandinavos garantiu a simplificação gramatical e lexical e as ocupações 
romanas contribuíram para as estruturas descendentes do latim. O inglês se 
tornou um idioma vasto, flexível e de vocabulário amplo, mais fortemente 
marcado pelos povos germânicos, mas com marcas fortes de outras línguas, 
como o latim, italiano e o francês. 
 
 
As influências dos anglo-saxões foram relevantes na língua e cultura inglesa, 
como por exemplo, os dias da semana que foram estabelecidos com base nos 
nomes dos deuses Germânicos: “Tig (Tuesday), Wodin (Wednesday), Thor 
(Thursday), Frei (Friday)”. 
 
 
Novos nomes apareceram no mapa como as vilas dos Saxões, que assim 
como acontecia com os Celtas, levavam o nome da família: Reading é o local 
da família dos Rada, Hastings, da família Hasta, Ham significa fazenda, o que 
deu origem a Birmingham, Norringham, Southampton, todos nomes Saxões. 
Esses povos estabeleceram vários reinados como Essex (East Saxon), Sussex(South Saxons), Wessex (West Saxons), Middlesex (Middle Saxons), East 
Anglia (East Angles). 
 
 
Os saxões dividiram as terras em “shires” que seriam espécies de “países” 
menores, supervisionados pelos “Shire reeves” (palavra que evoluiu para o 
atual, sheriff). Esses povos criaram a rotação de culturas e cada vila tinha um 
senhorio. Esse senhorio era um vigia do movimento da vila, era chamado de 
“lord”. Esses “loards” eram uma forma reduzida do termo “loaf ward” ou “bread 
keeper”. “lady” significava “loaf kneader” ou “bread maker”, lembrando que a 
base da sociedade Saxã era agrícola. O lorde recolhia o tributo sobre a 
produção em espécie e supostamente garantia a segurança da vila. Esses 
“lords” eram opressores e passaram a ser warloards (numa forma reduzida, 
“earls”). A propósito, esse era o início histórico de um sistema forte de castas 
onde os lordes passaram a ser nobres. 
 
 
“[...] quando há a criação de outra língua, normalmente é possível identificar 
aspectos remanescentes entre as línguas separadas, o que configura um forte 
indicativo de uma união passada. A relação entre o inglês e o alemão é um 
exemplo desse processo; ao compararmos vocábulos como Wasser (alemão, 
água) e water (inglês, água), Brot (alemão, pão) e bread (inglês, pão) ou Milch 
(alemão, leite) e milk (inglês, leite), entre tantos outros, não restam dúvidas 
quanto ao parentesco entre as línguas. Processo semelhante pode ser 
verifcado entre a língua inglesa e o latim: father (inglês, pai) e pater (latim, pai), 
brother (inglês, irmão) e frater (latim, irmão). As correlações nesses casos não 
são tão evidentes p:f, t:ð (< θ / V__V); b:f, ʌ:a, t:ð, r:r etc., mas cedem ao 
método comparativo. (Finbow, 2016) 
 
A língua latina e sua influência no inglês 
 
Como já foi dito, o inglês é um idioma que recebeu e ainda recebe muita 
influência de outros idiomas. Nessa “mescla”, muitos vocábulos e estruturas 
foram perdidas e ainda outras foram acrescentadas e mantidas até a 
atualidade. 
 
 
Mas o latim foi, por três séculos consecutivos, a língua mais importante da 
região pela invasão romana, mesmo que a influência mais marcante no inglês 
seja germânica e posteriormente, nórdica e inicialmente celta. As marcas 
latinas são identificáveis sobretudo nas palavras cognatas, como: “comedy” 
(comédia) – diretamente do latim “comoedia” / “human” (humano) - "of or 
belonging to man", do latim “humanus ". 
 
 
Mas o processo de latinização se deu mais nos centros urbanos dominados 
pelos romanos, devido, entre outros motivos, à construção de obras de 
engenharia e outras comodidades civilizatórias. As palavras de origem latina 
propuseram novos hábitos bem recebidos e assimilados na vida na Grã-
Bretanha, como demonstram vários outros termos advindos do latim que 
perduram até hoje. 
 
 
Outros termos latinos foram consolidados na Grã-Bretanha a partir do século 6 
com a cristianização da região, devido à construção de um mosteiro em 563 
d.C. de onde saíram missionários em direção à Escócia e a reforma em um 
outro mosteiro para onde o Papa Gregório Magno enviou o monge Agostinho 
em 597 d.C. Os serviços e ensinamentos nos mosteiros eram em latim e a 
região foi tomada por grandes centros de erudição da Europa, surgindo e 
expandindo a terminologia de origem latina que existem até os dias atuais. 
 
Tabela 1 – Correlação etimológica do latim e inglês atual – Elaborado pelo autor. 
 
 
Vale mencionar que o povo romano era conceituado e admirado pelos povos 
conquistados, como os celtas foram há quase meio milênio, como também 
pelos povos anglo-saxões invasores, portanto, as relações antes militares e 
comerciais passaram também a ser intelectuais e eclesiásticas. No setor 
eclesiástico, a conversão dos anglo-saxões foi primeiramente através de 
missionários irlandeses e depois pelos romanos que habitavam as regiões mais 
ao sul, sendo que o missionário de maior destaque foi Santo Agostinho de 
Canterbury. 
 
Para uma lista excelente de equivalências entre o latim e o inglês, acesse o 
sítio: 
Disponível em Ahttps://bit.ly/2RimrBf Acesso em 22 nov 2019 
 
 
Acesse também a página para ver uma lista importantíssima em que o 
substantivo é de origem anglo-saxônica e o adjetivo é de origem latina: 
Disponível em https://bit.ly/2QTwD42 Acesso em 22 nov 2019 
 
 
Nesta terceira sugestão, você poderá ver exemplos de expressões latinas 
usadas até os dias hoje. 
Disponível em https://bit.ly/35SSA7x Acesso em 22 nov 2019 
https://bit.ly/2RimrBf
https://bit.ly/2QTwD42
https://bit.ly/35SSA7x
O inglês médio 
 
 
O inglês, que já existe há cerca de 1500 anos, decorre de três fases: O “Old English” (entre século V 
e XI), o “Middle English” (entre séculos XI a XVI) e o “Modern English”, que se iniciou no século 
XVI e é vigente até o momento. 
 
Agora que está iniciando seu estudo sobre o inglês médio, prepare-se acessando um vídeo simples, 
mas interessante, sobre o assunto: 
 
O inglês sofreu influências dos povos que já existiam na Grã-Bretanha e dos povos invasores que 
dominaram a área em períodos posteriores. Parte disso você já viu na unidade anterior. 
Primeiramente, os Celtas foram os que migraram para a Grã-Bretanha, depois foram invadidos 
pelos Romanos que levaram o Latim, depois pelos Anglo-Saxões (germânicos e Jutos) e normandos 
(Vikings). A língua inglesa é um misto destas culturas e influências, quando não somente na fala, 
também na escrita, mas é preciso sempre relevar os aspectos históricos envolvidos para 
compreender a geografia e cultura e o contato entre os idiomas. 
 
Figura 1 – Soldados anglo-saxões 
Em 1066, ano em que se inicia o período medieval (até 1510 aproximadamente), William o 
Conquistador, Duke da Normandia (uma região da França moderna), invadiu e conquistou a Grã-
Bretanha. Como já foi visto na primeira unidade, esses eram os Normandos, que trouxeram uma 
espécie rudimentar de francês e que se tornou a língua da corte e das classes burguesas ascendentes. 
Durante algum tempo, passou a haver uma divisão linguística de classes, onde as classes mais 
baixas falavam o inglês e os ricos falavam francês. Somente no século XIV, o inglês se tornou a 
língua dominante novamente, mas muitas palavras francesas foram assimiladas. Foi assim que se 
formou o inglês médio. Os dialetos do inglês médio apresentavam três grandes grupos, ao sul, nas 
terras médias e ao norte, de maneira geral. 
 
Assim, foi ao final do século XV, que o inglês culminou, de fato, por prevalecer como língua falada 
e escrita, substituindo o francês e o latim como língua oficial e já havia o surgimento de uma 
literatura nacional. 
 
O inglês usado entre 1100 até aproximadamente 1500 é então chamado Inglês Médio, e o maior 
poeta da época é Geoffrey Chaucer, e você conhecerá melhor sua importância nas próximas linhas. 
Mas houveram muitos poetas antes dele. É um pouco mais fácil ler na atualidade o trabalho de 
Chaucer do que ler qualquer coisa escrita em inglês antigo. Veja um trecho inicial da obra The 
Canterbury Tales (Os Contos da Cantuária, escritos aproximadamente em 1387), que é o mais 
importante trabalho do autor: “Whan that Aprille with his shoures swote / The droghte of Marche 
hath perced to the rote”. Comparando com o inglês atual seria: “When April with his sweet showers 
has struck to the roots the dryness of March...” 
 
No inglês médio, a rima tomou o lugar da aliteração (característica do inglês antigo). Chaucer era 
muito viajado e escrevia sobre pessoas comuns; sabia ler latim, estudou francês e poesia italiana. As 
Canterbury Tales, tinham cerca de 17 mil linhas, compreendendo a metade da produção literária do 
autor. Esse trabalho de Chaucer era um conjunto de histórias contadas por peregrinos que estavam a 
caminho de uma visitação à catedral e sepultura do Arcebismo Thomas Becket em 1170, cujo 
assassinato foi um fato histórico e religioso muito importante. O peregrino que contasse a melhor 
história ganharia um jantar em Londres. 
 
Figura2 – Greoffrey Chaucer, retrato de um manuscrito do início do século XV 
 
Aproximadamente em 1366 o autor se casou com Philippa R. Chaucer e teve três ou quatro filhos 
(não há registros precisos). O primeiro trabalho importante do autor foi “The Book of the Duchess” 
uma elegia à falecida esposa de seu padrão. Há ainda trabalhos como “Parlement of Foules”, “The 
Legend of Good Women” e “Troilus and Criseyde”. 
 
Chaucer nasceu em Londres possivelmente em 1343 e não há nenhum registro seu após 1400, ano 
em que se considera que tenha morrido. 
 
Elegia, como a que Chaucer escreveu para a primeira esposa de seu patrão, é um poema 
melancólico, cheio de tristeza, composto em forma de música para funerais. Consiste de um 
lamento à morte. 
 
Figura 3 – The Canterbury Tales 
 
A importância de Geoffrey Chaucer para a posteridade é justamente o fato de ter deixado a maior 
obra entre todos os autores medievais, visto que sua produção conta com 43 mil versos e ainda dois 
livros em prosa. Mas, o tamanho da obra não é o fator fundamental e sim o fato de ser a obra que 
marca a época em que o inglês se reestabelece por definitivo entre as pessoas cultas, nobres e nas 
cortes, época em que o inglês substitui o francês. 
 
Tabela 1 – Obras de Geoffrey Chaucer 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obras de Geoffrey Chaucer 
Book of the Duchess (O livro da duquesa). 
Roman de la Rose (O romance da rosa). 
The Parliament of Fowls (O parlamento dos pássaros). 
The House of Fame (A casa da fama - 1378-1385). 
The Legend of Good Women (A lenda das boas mulheres), poema inacabado. 
Troilus and Criseyd (Troilo e Cressida), 
The Canterbury Tales (Os contos da Cantuária ). 
 
Para ouvir a leitura do middle english original em Canterbury Tales, acesse: The Sound of the 
Middle / Medieval English Language (Canterbury Tales & Pardoner’s Tale) disponível em: 
 
E igualmente interessantíssimo, o prólogo: Chaucer’s Canterbury Tales Prologue in Middle English 
(Not Complete) disponível em: 
 
William Langland foi outro poeta do período que escreveu The Vision of Piers the Ploughman, 
ainda usando a aliteração característica do inglês antigo. Outras obras também foram importantes no 
inglês médio, mas também usando a métrica aliterativa como Sir Gawain and the Green Knight 
(título original em middle english Sir Gawayn and þe Grene Knyȝt, romance de cavalaria; um dos 
melhores escritos sobre o rei Arthur cuja existência real é incerta); outra obra escrita 
aproximadamente em 1360 e, possivelmente pelo mesmo autor desconhecido, é Pearl and Patience. 
 
Figura 4 – Páginas do único manuscrito que sobrou de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde do século 
XIV 
 
Na prosa, a maior parte das produções são religiosas, como The Ancren Riwle, provavelmente 
escrito no século XIII, que ensina as regras para mulheres religiosas (como deviam se vestir, o 
trabalho religioso a ser feito e quando podiam ou não falar). Outro trabalho, denominado The Form 
of Perfect Living, foi escrito por Richard Rolle com o mesmo tipo de conteúdo. Esse estilo de prosa 
foi muito cultuado e seu trabalho é importante para a história da prosa no inglês médio. 
 
John Wycliffe, foi um padre escritor que atacou muitas ideias religiosas de sua época, a ponto de 
precisar sair de Oxford porque a igreja não permitia mais suas manifestações escritas, mas não 
chegou a ser queimado vivo, só teve que fugir. Uma de suas crenças era de que a Bíblia deveria ser 
lida por qualquer pessoa que desejasse em inglês, mas somente as pessoas mais estudadas sabiam 
ler latim. Por isso, traduziu pessoalmente boa parte da bíblia para o inglês, primeiro em 1382 e 
depois em 1388, época em que a tradução ficou ainda melhor e mais acessível. Ao morrer seus 
ossos foram exumados e jogados no Rio Avon. Há um escrito sobre esse evento, segue um trecho 
como amostra: “The Avon to the Seven runs, / The Severn to the sea, / And Wycliffe´s dust shall 
spread abroad, / wide as the waters be.” 
 
Um trabalho em prosa muito importante do período é “Morte D´Arthur” escrito por Sir Thomas 
Malory. Ele era um excelente escritor, mas de temperamento violento. Esteva na prisão várias vezes 
mesmo antes e durante a Guerra das Rosas, que foi uma guerra civil visando a conquista do trono 
inglês entre 1453 e 1485. Malory escreveu oito contos separados sobre o Rei Artur, mas só foram 
transformados em livros após sua morte, em 1485. 
 
As primeiras peças em inglês eram sobre temas religiosos e eram encenadas perto ou dentro das 
igrejas. Muitos eventos religiosos eram excelentes assuntos para produção dramática. Essas 
primeiras peças, eram chamadas de “Milagres” ou “Mistérios” e compunham quatro grupos 
principais, de acordo com a cidade onde eram encenados: Chester, Coventry, York e Wakefield. 
 
Haviam ainda das peças chamadas “Moralidade”, não muito diferentes dos “Milagres”. No século 
XVI haviam as peças chamadas “Interlúdios” que eram representadas entre os atos das 
“Moralidades” e eram peças humorísticas. 
 
Como já se sabe, além do contato com o francês e com o galês e gaélico das regiões celtas, o inglês 
entrou em contato com outras línguas europeias, principalmente dialetos germânicos (dos países 
baixos – Holanda, norte da Alemanha e Luxemburgo), como o holandês, o flamengo e outras 
variedades da região, muito diferentes do alto alemão, falado nas regiões geograficamente mais 
altas e montanhosas na região sul e central. Há uma certa dificuldade para identificar qual idioma 
cedeu o empréstimo a outro, até porque todas essas línguas são do ramo germânico, como o próprio 
inglês, que é do ramo baixo alemão. Os dialetos da época (século XV) eram até que bastante 
similares às línguas modernas. 
 
O período de dominação dos anglo-saxões foi literariamente mais rico que o período da conquista 
normanda. Desse período, há muitos textos que na verdade são documentos públicos e jurídicos, 
porque era preciso registrar as terras, posses em geral e avaliar essas posses, como um chamado 
Domesday Book. Eram textos como alvarás, escrituras, mandados, contratos, documentos de 
tributação, entre vários outros). 
 
Todo esse material foi escrito em latim e em francês, fazendo com que em inglês, ficassem somente 
os registros de nomes e locais. Essa situação torna complexa, ou ao menos limitada, a possibilidade 
de estudar com absoluta precisão a literatura em inglês e a evolução da língua inglesa no período. 
Durante o período normando, até mesmo nos textos religiosos o latim substituiu o inglês. As 
crônicas também passaram a ser escritas em latim e não mais em inglês, o que encerrou a produção 
das crônicas anglo-saxônicas, que só foram retomadas no século XV. 
 
O inglês reaparece nos documentos no século XIII, de forma dispersa inicialmente, mas aos poucos 
vários manuscritos em inglês aparecem e crescem em volume no século XV. Os primeiros textos 
desta retomada foram de cunho religioso. No século XIV surgiram traduções para o inglês do latim 
e do francês. Quanto mais a classe mercantil ascende, mais proliferam os textos em inglês 
(provérbios, diálogos, alegorias além da continuidade dos documentos burocráticos. Até mesmo 
uma tradução da Bíblia para o inglês foi lançada nessa época, causando bastante polêmica. 
 
Aspectos históricos relevantes para a formação da língua inglesa 
O período medieval, vai de 1066 a 1485, a partir da bem sucedida invasão normanda que levou a 
Grã-Bretanha ao novo contato cultural anteriormente feito mais estritamente com a cultura 
escandinava. Esse é um período muito importante para a história da Inglaterra, pois os exércitos 
normandos invadiram e derrotaram os exércitos ingleses na Batalha de Hastings. Ao final desta 
batalha sangrenta, a maior parte dos melhores guerreiros, inclusive o próprio rei, King Harold, 
estava morto e o duque William da Normandia se tornou o rei de toda a Inglaterra, fato pelo qual foi 
chamado de William“o conquistador”. 
 
Figura 5 – Vicking invasions 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O fato é muito importante porque foi a última vez que a Inglaterra foi invadida com sucesso. Os 
guerreiros e oficiais do exército receberam títulos e terras do rei e a língua oficial passou a ser o 
francês falado pelos normandos. Mas essa era a língua das elites. Esse foi um período que levou a 
Inglaterra à inclusão cultural na Europa ocidental. Somente a Escócia se posicionou através de uma 
aliança, somente para sobreviver, pois, no início, as terras à oeste e as ao norte permaneceram sob o 
controle de reis escandinavos até o final do século XIII a XV, respectivamente. A população que 
falava o inglês saxão pertencia às camadas mais baixas, criando a estratificação social. 
 
O rei Normando passou a ser o rei anglo-normando mais forte das ilhas britânicas e seu reinado se 
expandiu pelos próximos 250 anos. Por volta do final do século XIII, a maior parte da Irlanda já 
estava controlada pelos lordes anglo-normandos em nome do rei. Até o país de Gales estava sob seu 
domínio direto. A Escócia foi o único país que conseguiu ser politicamente independente durante o 
período medieval, mantendo alianças e guerreando algumas vezes. 
 
Figura 6 – Exército normando 
 
A história cultural a partir desse período foi diferente. Após os 250 anos após a conquista normanda, 
foi a língua germânica (inglês médio) e não a normanda (francês) que se tornou dominante em todas 
as classes da sociedade na Inglaterra. Além disso, foi o conceito de Lei ordinária anglo-saxônica e 
não o Direito Romano que se tornou base do sistema legal, usando o inglês como padrão. 
 
A despeito do rei que estava no poder, as terras ao norte e o centro do país de Gales nunca se 
estabeleceram totalmente como saxão nem normando. Como resultado, a língua celta e a cultura 
permaneceram fortes. Haviam festivais de música e poesia durante todo o período medieval e 
continuam até hoje nessa região. Com o tempo, os lordes anglo-normandos do leste da Irlanda 
permaneceram leais ao rei inglês, mas apesar das leis que determinavam o contrário (o inglês como 
língua oficial), a maioria adotou a língua celta e os hábitos. 
 
A independência política da Escócia não preveniu que passassem a usar a língua inglesa e os 
costumes, sobretudo mais ao sul. Somente no começo, o anglo-saxão era bom para o fortalecimento 
do poder com a chegada de aristocratas saxões. Em seguida, os reis celtas viram que a adoção do 
estilo de governo anglo-normando poderia fortalecer o poder. Ao final do período, houve uma 
divisão cultural das terras baixas onde o estilo de vida e a língua era muito semelhante aos da 
Inglaterra, e nas terras altas, a cultura celta e a língua prevaleceram (e onde o domínio do rei devido 
à altura das terras era difícil de ser mantido). 
 
Esse foi o período que o parlamento começou sua evolução gradual dentro do corpo democrático na 
forma como é hoje. A palavra parlamento vinha do francês “parler” e foi usado primeiro na 
Inglaterra no século XIII para descrever e compor os nobres reunidos pelo rei. Em 1295, o modelo 
parlamentar foi estabelecido como padrão para o futuro, incluindo representantes eleitos para as 
áreas rurais e urbanas. 
 
O inglês se expandiu definitivamente e o poder da monarquia inglesa também. O período foi 
seguido pela Guerra das Rosas, pela peste bubônica do meio do século XIV, devastando grande 
parte da população. 
 
Para conhecer mais sobre os celtas, assista ao documentário: Disponível em: https://bit.ly/2tnrats 
 
E também, em uma linguagem bem convidativa, veja este outro com algumas informações 
adicionais: 
 
Disponível em: https://bit.ly/3ai8Cv6 
 
A guerra das Rosas aconteceu entre 1453 e 1485 e foi uma guerra civil visando a conquista do trono 
inglês, A guerra foi entre duas famílias, os Lancaster (o brasão é uma rosa vermelha), e a de York, 
cujo brasão é uma rosa branca, ambas da realeza. Foi originada pelos senhores feudais para reparar 
a perda de territórios na França na Guerra dos Cem Anos. Por 30 anos a coroa britânica se alternou 
entre as duas casas fazendo com que a nobreza ficasse enfraquecida. A disputa foi deflorada quando 
o duque de York, Ricardo (o maior senhor feudal inglês que desejava o trono) prendeu Henrique VI, 
até então, rei da Inglaterra, da família Lancaster. Os York foram derrotados por duas vezes e o trono 
é recuperado por Henrique VI, que morre em 1471. A guerra termina em 1485 quando Henrique 
Tudor ganha as batalhas unificando as duas famílias acabando com o Parlamento que era composto 
pelos senhores feudais. Henrique Tudor assume o título de Henrique VII, iniciando a tão importante 
dinastia Tudor (1485-1603), restaura a autoridade real e implanta o absolutismo inglês. 
 
Figura 7 – Emblema da Guerra dos Rosas 
Visão geral da cronologia de fatos relevantes até é época medieval: 
 
 
 
 
https://bit.ly/2tnrats
https://bit.ly/3ai8Cv6
 
 
10.000 – 6.000 a.C. → Estudos arqueológicos demonstram o surgimento do homem em terras ainda 
ligadas à Europa. 
1.200 - 600 a.C → Celtas migraram para as ilhas britânicas e em alguns locais do continente 
europeu, onde permaneceram por quase 8 séculos antes de serem complementarmente 
dominados pelos Romanos. 
55 a.C → Invasão por Julio Cesar em que a Grã-Bretanha se torna um ponto comercial do 
império romano 
 
 
 
43 d.c. → Romanos invadem a ilha britânica, dominando politicamente e militarmente a região.. 
410 d.c. → Grande parte das legiões romanas saem da Grã-Bretanha e vão para Roma para 
defender seu país de origem dos ataques bárbaros. 
432 d.c. → St. Patrick inicia o processo de cristianização da Irlanda one se tornará padroeiro. 
450 - 550 d.C. → Invasão das tribos germânicas no território britânico após a retirada das 
legiões dos romanos, época em que se inicia o Old English. 
500 – 1100 → Período do inglês antigo. 
465 d.c. → Suposto nascimento do Rei Artur (não se sabe se foi um rei que realmente existiu, 
mas há muita literatura sobre ele) 
597 A.D Santo Agostinho começa a tentativa de conversão dos anglo-saxões para o cristianismo e 
marca o período da influência decisiva do latim na língua anglo-saxônica. 
600 d.c. → A Grã-Bretanha encontrava-se dividia em sete reinados anglo-saxões. 
787 - 1000 d.c. → Início dos ataques violentos dos vikings (escandinavos) na região. 
871 d.c. → Ascensão ao poder da Inglaterra de Rei Alfred, rei dos saxões do oeste por ter 
conseguido expulsar os Vikings. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1066 d.c. → Época da batalha dos Hastings, na qual os franceses originalmente da normandia 
foram liderados por William conquistando a Inglaterra e iniciando uma fase de 350 anos de grande 
influência do francês sobre o inglês. 
1066-1087 d.c. → Reinado de William I, o conquistador, que foi o primeiro rei normando na 
Inglaterra. 
1087-1100 d.c. → Reinado do segundo rei normando, William II, filho de William I. 
1100-1135 d.c. → Reinado do terceiro rei normando, Henry I, que também era filho de William I 
casado com uma Escocesa (Mathilda). Acredita-se que em seu reinado as diferenças entre a 
sociedade britânica dividida entre anglo-saxões e normandos passou a diminuir pela união e porque 
o rei dominava o inglês. 
1100 - 1500 d.c. → Período do Inglês médio. 
1204 d.c. → Guerra entre o rei da França (Philip) e o da Inglaterra (John), iniciando uma fase de 
valorização do nacionalismo inglês. 
 
 
 
 
 
 
1300 d.c. 
→ A 
lingua inglesa ainda era usada na Inglaterra somente pelas castas inferiores (low people) 
1362 d.c. → Pela primeira vez o inglês é usado no Parlamento inglês. 
1400 - 1600 d.C. → Período em que ocorrem as mudanças nas vogais chamado de "Great Vowel 
Shift”. Época da dinastia Lancaster com Henrique IV, V e VI. 
1475 d.c. → Surge a imprensa padronizando a ortografia e espalhandoo dialeto londrino à todas as 
regiões. 
 
 
As influências estrangeiras na formação do inglês médio 
 
 
Historicamente, o inglês médio pode ser dividido em três fases, sendo a primeira o “Early middle 
English” (1100 a aproximadamente 1250), quando ainda havia muito do inglês antigo em uso, a 
segunda fase, o “Central Middle English” (1250 a aproximadamente 1400), marcado pela formação 
dos dialetos literários, o uso de um sistema ortográfico muito influenciado pelos anglo-normandos, 
com a perda da pronúncia final do “-e” não acentuado e o empréstimo de muitos termos também 
anglo-normandos (época dos escritores John Gower e Geoffrey Chaucer), entre várias outras 
peculiaridades. 
 
O principal fator relevante da época da conquista normanda foi o de mais de 350 anos de uma elite 
que falava francês, evidente, principalmente no vocabulário, ou seja, o empréstimo lexical pelo 
domínio sócio-político dos normandos nessa fase. A última fase foi o “Late Middle English” (1400 
a aproximadamente 1500), fase marcada pelo florescimento de uma literatura com dialeto londrino 
e o surgimento de dialetos escoceses, entre outros, na Grã-Bretanha. Foi nessa última fase que 
ficaram consolidados alguns termos e estruturas usados no inglês moderno, além de mudanças no 
gênero e a queda das declinações dos substantivos, adjetivos e principalmente, dos pronomes. 
 
Neste momento, convido-o a acessar um vídeo simples e interessante sobre o assunto: 
 
Disponível em: 
 
Indubitavelmente, o fato mais relevante do inglês médio foi a forte influência do francês, que 
passou a ser uma língua de prestígio, durante o contato franco-normando que durou três séculos, um 
grande aporte de cerca de 10.000 palavras francesas teriam sido assimiladas no inglês nessa fase a 
título de empréstimo linguístico, a maioria relacionada com legislação e administração 
governamental, mesmo que em todos os setores existissem exemplos, sobretudo de substantivos. 
Muitas palavras foram baseadas em afixos franceses como “trans-, com-, pre-, -ance, -ition, -ment” 
entre outras. Do inglês normando para o parisiense, haviam diferenças no momento da 
incorporação, como “calange” (desafio, do normando) e “challenge” (do francês parisiense). 
 
O domínio social e político dos normandos e de sua prole gerou muitos empréstimos lexicais no 
inglês. Mas era uma língua elitista, desejada por muitos para gerar mais oportunidades sociais e 
demonstrar sofisticação. No entanto, para haver interação com servos e vassalos ingleses, os 
normandos também tinham que saber inglês, fazendo com que a elite se tornasse bilíngue e também 
as castas mais baixas. Essa passou a ser uma segunda fase a interação, a fase do bilinguismo. 
 
Algumas palavras usadas até hoje vieram do francês e não somente do latim, como “detour” 
(desvio), “magazine” (revista), “garage” (garagem ou oficina mecânica, “entrepreneur” 
(empresário, homem de negócios), “brunette” (morena), “blonde/ blond” (loira/loiro), entre outras 
como “attorney, parliament, prince, revenue. sergeant, sermon, charity, bracelet, fry”. 
 
Com o passar do tempo, algumas palavras foram totalmente substituídas da forma anglo-saxã ou 
começaram a coexistir com as equivalências em francês. Algumas adquiriram conotações 
totalmente diferentes, mas haviam as que prevaleciam como sinônimas, como do Anglo-saxão 
“answer”, do francês “respond”, ou do Anglo-saxão “clothe” e do francês, “dress”, por exemplo. 
Veja exemplos da influência normanda no vocabulário inglês, por sinonímia: 
 
Tabela 4 - Exemplos da influência normanda no vocabulário inglês, por sinonímia 
 
 
Anglo-saxão Normando 
kingly royal 
help aid 
hunt chase 
folk people 
wish desire 
 
 
 
Da interação da Grã-Bretanha com os países baixos, as famílias da realeza inglesa se casavam com 
a realeza desses países baixos. Outra interação eram as lutas dos exércitos nas guerras civis e as 
atividades comerciais. Desse contato, surgiram termos no inglês advindos dessas interações como 
“freight” (frete), “dock” (doca), “deck” (convés), entre outros. Abaixo é possível ver na imagem, 
influências do francês que prevaleceram no inglês: 
 
Figura 08 – Áreas de grande interferência lexical do francês no inglês 
 
Acesse este vídeo sobre a evolução do inglês médio, ilustrando, detalhando e revisando o que 
acabamos de estudar disponível em: 
 
Nessa fase, também se viu mudança nos sons e na morfologia e sintaxe, como era de se esperar, 
como a perda das desinências e a mudança da ordem sintática dos termos da oração e o surgimento 
do infinitivo com “to”. 
 
Acesse a página a seguir para uma lista vasta de exemplos interessantíssimos das influências do 
francês e do latim na língua inglesa: 
 
 
As diversidades dialéticas no inglês médio 
 
 
De acordo com Finbow (2017), o inglês médio trazia variações de acordo com a região e eram a 
continuidade das divisões das línguas dos grupos anglo-saxões (merciano, saxão ocidental, 
anglicano oriental, nortumbriano e kentiano). Sendo que o merciano se dividia em dois, a saber, 
“West Midland” (centro-oeste) e “East Midland” (centro-leste), na região chamada “East Anglia”. 
Na região sul, havia uma divisão a oeste (com o West Saxon) e outra a sudeste, que mistura dialetos 
de Wessex e kentiano. Os dialetos ao norte foram separados, entre os falados na Inglaterra e os 
dialetos escoceses. O nortumbriano não era uniforme devido aos pontos de contato entre os dois 
países. 
 
Figura 09 – Mapa das principais divisões de dialetos do inglês médio e a localização de alguns dos 
textos mais conhecidos escritos nessas variedades dialetais 
 
 
 
 
Ainda segundo Finbow (2017), a intensidade do contato entre os povos é o que determina a 
diversidade dialetal. O fluxo de informações, produtos, modelos, ideias leva a uma troca de termos 
e provoca mudanças. Se uma variante é falada em um local considerado importante, essa variação 
será seguida em outros locais, como uma moda. Esses locais relevantes seriam irradiadores de 
mudanças, principalmente dos centros urbanos para as regiões rurais. 
 
Os dialetos ao norte se apresentam de forma diferente, com produções literárias mais centradas nos 
séculos XIV e XV, e na métrica poética, é nesta região que também se via ainda a aliteração por 
volta do século XIII. Veja abaixo algumas produções do período: 
 
“[...] Pelo fim do século XIV, existem alguns poemas aliterativos: The awntyres of Arthur (sobre o 
Rei Artur), The wars of Alexander (sobre as conquistas de Alexandre Magno) e The destruction of 
Troy (sobre a Guerra de Troia). 
 
Desses, The wars of Alexander se destaca pelo número de elementos escandinavos no léxico e na 
gramática. Do século XV, há as York Plays: várias peças religiosas escritas e realizadas anualmente 
na cidade de York. A quantidade de literatura composta no dialeto escocês é menor e mais tardia: 
Bruce (sobre o rei Robert the Bruce) que é de 1387. Do século XV, são o longo poema The Actes 
and Deidis of the Illustre and Vallyeant Campioun Schir William Wallace (“Os atos e façanhas do 
ilustre e corajoso campeão Sir William Wallace”) do menestrel Blind Harry (Henry, o Cego) e a 
Orygynale Cronykil of Scotland (“Crônica Original da Escócia”) de Andrew of Wyntoun. Também 
do século XV o poema anônimo Rauf Coilgear (“Rafael, o Carvoeiro”). A poesia de Robert 
Henryson e William Dunbar é associada às cortes reais do final do XV e início do século XIV.” 
(Finbow, 2017) 
 
Os dialetos setentrionais, incluem as seguintes manifestações: “[...] 
 
 A manutenção de a /ɑ:/ do inglês antigo, sem substituí-lo por /o:/ (na escrita por oCe [em 
que C = qualquer consoante], oo), como ocorreu mais ao sul, por exemplo, stan “pedra” > ston, 
stoon, stone, hal “inteiro” > hool (ingl. mod., whole), rad “estrada” > road. 
 A simplificação dos ditongos /ai/, /ei/, /oi/, /ui/ para vogais puras longas /a: e: o: u:/. Esta 
mudançaafetou a grafia, porque muitas vezes a letra i continuou sendo escrita e era reinterpretada 
como uma maneira de marcar quais vogais eram longas. Vemos esse fenômeno na palavra raid 
“ataque”, cujo étimo é rad “estrada”. 
 No norte e no centro-leste o som de y /y(:)/ perdeu o arredondamento dos lábios, tornando-
se /i(:)/. Novamente, a letra tradicional continuava representando o som, mas com um novo valor. 
 Em palavras de duas sílabas, as vogais /ɑ/ e /o/ foram alongadas. No norte, /i/ e /u/ também 
sofreram a mudança de dura- ção, mas essas vogais eram pronunciadas com a língua mais baixa, 
convertendo-as em /e:/ e /o:/, por exemplo, ingl. ant., wicu > ingl. méd., weke /we:k/ > ingl. mod., 
week. 
 A língua avançou e subiu na articulação de /o:/ para criar /y:/ no século XIV. Sabemos disso 
porque encontramos pala com escritas sune “imediatamente” e buik “livro” (< inglês sona, boc) em 
rimas com palavras como fortune /fortyn/, que são empréstimos do francês, que também têm esse 
som /y/. 
 Na maioria dos dialetos ingleses, as vogais /a/ e /o/ foram convertidas em ditongos /ai ei oi/ 
quando antecediam /x/ (escrito ch, gh), por exemplo, taght /taxt/ “ensinou” > taught / tauxt/ (mod. 
ingl. /tɔt/). No norte, entretanto, apenas /ɑ/ ditongou, de modo que encontramos taught e aught 
“oito” (< ingl. ant., aht), mas socht, soght para “procurou”, que era sought no sul. 
 Até o século XV, a vogal fraca átona /ǝ/, escrita com e em fnal de palavras, desapareceu. No 
entanto, a perda ocorreu muito mais cedo no norte do que no sul (provavelmente já no século XIII), 
e já no século XIV é possível encontrar “amor”escrito luf no lugar de love ou loven no sul. 
 No século XIII, /e/ > /i/ na segunda sílaba de palavras dissilábicas, quando essa sílaba era 
travada, por exemplo, walles“muros” > wallis, wonder “maravilha” > wondir. 
 Os dialetos setentrionais apresentam muitas palavras em que /k/ (c, k) e /g/ (g) 
correspondem a /j/ (y, ȝ) , /dʒ/ (dg, g + e, i) e /tʃ/ (ch) nos dialetos meridionais, por exemplo, spek 
“fala” versus spech. Como não existe nenhum cognato escandinavo para essa palavra, não podemos 
atribuir o /k/ a um empréstimo Nesses casos, a provável origem é uma generalização de uma 
consoante em palavras com alternâncias entre as consoantes velares /k g/ e palatais /j dʒ tʃ/ que 
eram causadas pela presença de vogais diferentes, por exemplo, swilc /swilk/ “tal” no nominativo, 
mas swilces /swiltʃes/ no genitivo e swilcum no dativo, com /k/, devido à vogal posterior. Esse tipo 
de variação entre a articulação de consoantes devido a vogais existe em português também, por 
exemplo, elétrico (/k/ antes de /o/) versus eletricidade (/s/ antes de /i/). No centro e sul, os falantes 
nivelaram as alternâncias em favor das formas palatais; no Norte, as formas velares eram 
generalizadas. 
 O grupo /hw/ em início de palavra era pronunciado com mais força no norte, chegando a /x/, 
que as grafas chw-, qu(h)-, qw(h)- refletem, sendo escrito wh- no sul, por exemplo, qu(h) at versus 
w(h)at “que” (< ingl. ant., hwæt). 
 /ʃ/ > /s/ no norte, quando não era enfatizado, por exemplo, fless versus flesh, fss versus fsh 
etc. Neste caso, os dialetos meridionais mantiveram o som original. 
 Um importante marcador gramatical dos dialetos do norte é a desinência -es para a terceira 
pessoa do singular. Esta variante acabou substituindo a forma -eth, que era típica do sul. 
 Em escocês, o pretérito era escrito com -it, por exemplo, wantit “quis”, “queria”, que em 
inglês era geralmente escrito -ed, por exemplo, wanted. 
 Algumas formas de negação são típicas do escocês: nae, nocht, e o enclítico-na, versus no e 
not dos dialetos centrais e meridionais. 
Observem os seguintes traços, que são típicos do inglês setentrional: 
 
 A e não o antes de ng e nd em strang “forte” e hand “mão”[...]; 
 a ausência de -e fnal em red “leu”[...], tim “tempo” [...] e tell “contar” [...]; 
 i para e em lesis “perderam” [...]; 
 k onde os dialetos meridionais teriam ch, por exemplo, rike “rico” [...], 
 qu- em lugar de wh- em quam [...] por whom “a quem”; 
 (e)s para a terceira pessoa do singular [...] e do plural.” (Finbow, 2017) 
 
Os dialetos do centro-leste, segundo Finbow (2017) têm traços semelhantes aos do Norte, os do 
centro-oeste também compartilham características com a produção do Sudoeste. 
 
 
 
O inglês padrão 
 
 
O latim da idade média passou a ser a língua franca* e durante os séculos XIV e XV passou a 
influenciar muito o inglês, como em “homicide, legitimate, custody, imortal, abacus, comet, 
contradiction, rosary, essence, history, index, intellect, mechanical, collision, expedition, necessary, 
nervous, quiet, tolerance” entre muitos outros. 
 
No entanto, o inglês padrão começou a se desenvolver a partir de uma grande mudança vocálica 
iniciada na Inglaterra no século XV e, apesar dos empréstimos linguísticos e da criação de novo as 
palavras, o inglês, mesmo ainda muito influenciado pelo latim e grego antigo, passou a ser a língua 
padrão, sobretudo nas áreas técnicas. 
 
Figura 10– Contribuição do latim medieval para o inglês. 
 
 
 
A mudança importantíssima foi a gradual perda das declinações e, no século XV, uma mudança na 
pronúncia das vogais. Os ditongos foram alterados e certas consoantes passaram a não ser 
pronunciadas. Nessa época houve uma grande mudança nas vogais em relação à pronúncia 
moderna, como mostra a figura abaixo: 
 
Figura 12 – Modificações entre a pronuncia das vogais no século XV e a forma atual 
 
 
 
Essa grande mudança das vogais foi primeiramente estudada e descrita pelo linguista Dinamarquês 
e Anglicista Otto Jespersen (1860-1943), foi quem criou o termo “Great Vowel Shift”, nome 
atribuído às grandes alterações na pronuncia das vogais inglesas, especialmente as longas, ocorridas 
entre o meio do século XIV e XVII, com alterações graduais para novos sons. A mudança, 
basicamente, foi a alteração do ponto de articulação das vogais em relação aos lábios e à língua, 
elevando a posição de articulação em um grau. Essa mudança trouxe uma transformação nas 20 
vogais do inglês médio, transformando nas 18 do inglês moderno. Nada mudou na escrita que já 
usava o inglês na imprensa, e na forma escrita, o inglês só era mais fonético. Todas as consoantes 
eram pronunciadas, diferente do padrão atual onde muitas não são pronunciadas como em 
“speaking”. 
 
No inglês médio, antes dessa grande mudança existiam sete vogais longas, /i:/, /e:/, /a:/, /o:/, /u:/, 
sendo duas também em versões mais abertas /e:/ e /o:/. Nessa mudança, duas vogais se tornaram 
ditongos e as outras cinco ganharam uma mudança de posição. Assim, /i:/ se tornou /aj/ (como em 
child e rise) e /u:/ se tornou /aw/ (como em loud e mouth). 
 
Além disso, /e:/ se tornou /i:/ (como em three e feet) e /o:/ se tornou /u:/ (como em good e goose). 
Além disso /e:/ se tornou /i:/ (como em speak ou beam) e /o:/ se tornou /ow/ (como em holy e 
stone). Ainda, /a:/ se tornou /æ:/ e depois /ej/ (como em name). 
 
Essas mudanças estão na figura abaixo: 
 
Tabela 4 – Mudanças nas vogais entre o inglês médio e o moderno, por século aproximado 
 
 
 
Na tabela abaixo é possível ver um exemplo da evolução de algumas palavras desde o inglês antigo 
até os dias atuais: 
 
Tabela 5 – exemplos do inglês antigo, médio e evolução até o moderno 
 
 
Assim, viu-se que o inglês médio foi marcado por essa evolução fonética das vogais e a partir de 
1500 o inglês começa a expandir-se geograficamente, primeiramente em regiões próximas como a 
Escócia, a Irlanda, o pais de Gales, Cornualha, substituindo as línguas celtas e as línguas 
remanescentes descendentes do norueguês antigo. 
 
O inglês passou a ser muito simples em comparação com as línguas indo-europeias, como o fato 
dos adjetivos serem invariáveis, por exemplo, e os verbos passaram a ter somente seis formas sendo 
que duas não são mais usadas. 
 
Pudemos ver queas mudanças atribuídas ao sistema fonético entre o inglês antigo e o medieval, 
assim como as mudanças das vogais e dos ditongos, impactaram a evolução e o desenvolvimento da 
grafia, assim como as mudanças no sistema gramatical, através da minimização de flexões dos 
substantivos e adjetivos, troca dos pronomes pessoais da terceira pessoa, como “hi, heora, him”, 
pelas formas escandinavas 
 
“they, their, them”, além da redução paulatina do sistema de flexão dos verbos. 
 
Durante algum tempo, a enorme diversificação de variantes linguísticas em cada região do país 
durante a idade média, tornou claro que durante algum tempo não existia um padrão para toda a grã 
Bretanha, pois haviam variações gráficas que se refletiam até mesmo na pronúncia. A exemplo, os 
dialetos eram divididos em cinco, escocês centro-leste e norte centro-oeste, sudoeste, sudeste, e 
cada um possuía suas particularidades lexicais, gramaticais, fonéticas e gráficas e, a pesar da 
sobreposição entre o escocês e os dialetos ao norte da Inglaterra, e entre os do centro-oeste e do 
Sudeste, era possível identificar as diferenças à época. 
 
Em 1066, os invasores que falavam inglês como língua oficial chegaram em grande número e com 
grande poder militar. Esses invasores ficaram por tempo suficiente para trazer grandes mudanças no 
inglês. Durante quase trezentos anos, os franconormandos misturaram-se aos falantes do inglês 
antigo e os efeitos foram surpreendentes. O gênero gramatical foi trocado pelo gênero lógico. A 
maior parte das terminações foram perdidas e a ordem das palavras também mudou 
primordialmente. O inglês deixou de ser uma língua germânica comum. A mudança geral foi tão 
grande que o inglês passou a ter a forma como conhecemos hoje, aproximadamente em 1350, 
quando a influência dos quase 300 anos de ocupação dos franco-normandos já havia sido assimilada 
na base dos dialetos germânicos. Inglês é atualmente a língua de origem germânica que menos se 
assemelha ao ramo das línguas germânicas. 
 
Em 1400, o inglês foi totalmente suplantado pelo francês como língua dominante na Inglaterra e por 
volta de 1500, o inglês de Westminster estabeleceu-se como o dialeto dominante, que os linguistas 
chamam de dialeto de prestígio da época. Ao mesmo tempo em que o inglês de Westminster se 
estabeleceu como o dialeto em ascensão, outras línguas na Inglaterra estavam em declínio, inclusive 
o latim, que estava sendo usado como língua universal pela igreja e pelos letrados na Europa. Com 
o passar do tempo, o latim passou a não ser mais a língua dos letrados nem a única da ciência. Em 
1600 começaram a surgir os primeiros gramáticos da língua inglesa e os dicionários começaram a 
aparecer. Até essa época, a palavra “gramática” remetia diretamente ao latim, mas nessa fase, 
tornou-se evidente que já havia a gramática do inglês. 
 
Para consolidar o panorama na história da língua inglesa, acesse: disponível em 
 
A renascença e sua influência na evolução do inglês 
 
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender Renascença na Inglaterra não somente 
historicamente, mas como uma retomada cultural e artística que vai do fim do século XV até o 
começo do século XVII, aproximadamente (não há um consenso dos estudiosos em relação às datas 
precisas), com muita influência da renascença europeia de origem italiana. A Renascença na 
Inglaterra era também chamada de Período Elisabetano. Foi um período próspero muito importante 
para a Inglaterra e para o desenvolvimento das artes e literatura, e consequentemente, para o 
desenvolvimento do inglês. Estas informações são fundamentais para o exercício de sua profissão. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Vamos seguir adiante! 
 
Já vimos que o século XV foi, de certo modo, uma ponte entre o final da Idade Média e o início do 
Renascimento e da Idade Moderna, com a retomada comercial e o renascimento urbano. 
Relembrando que a idade média começa por volta do século V com as conquistas bárbaras sobre o 
império romano. Antes, a economia era basicamente rural no sistema feudal, a supremacia religiosa 
era da igreja católica e há hierarquia social até mesmo no idioma (inglês para as castas mais baixas 
e francês para os nobres que podiam estudar). As decisões econômicas e políticas antes dependiam 
dos nobres feudais (donos das terras, cavaleiros, condes, etc. que arrecadavam impostos dos 
camponeses), por vezes, com a intervenção do clero (responsável pela propagação do latim e pela 
transmissão da cultura, através da música sacra, arquitetura, entre outros). Havia ainda os artesãos, 
além dos camponeses que eram a maioria avassaladora da população e analfabetos. Esta foi a fase 
da Escolástica (filosofia cristã) cujo precursor foi São Jerônimo que fez a tradução da Vulgata, 
primeira tradução da Bíblia, para o Latim, impresso por Gutenberg. Nesta época, além das guerras, 
a peste negra devastou a Europa por volta do século XV. Este é o quadro que inicia o período que 
nos concerne nesta unidade. 
 
Um dos fatos importantes neste período foi a influência da imprensa para a disseminação 
linguística. O primeiro livro impresso na Europa do Ocidente no século XVI foi a Bíblia de 
Gutenberg, e esta publicação marca não somente o início da produção de livros, mas a transição da 
Idade Média para a Era Moderna. Gutenberg foi o inventor do processo de impressão, cujo 
maquinário virou uma obra prima de artesanato em metal. Esta Bíblia era uma tradução latina feita 
por São Jerônimo no século IV. Esta bíblia apresentava um estilo gótico ricamente ilustrado e 
também ficou conhecida como artesanato de alto refinamento. A impressão foi toda feita em duas 
colunas, com 42 linhas por página e os títulos e letras maiúsculas foram feitos e coloridos à mão, 
em três volumes encadernados em couro suíno, impressa em um tipo de pergaminho refinado feito 
de pele animal. Só existem três cópias dos três volumes atualmente. 
 
Figura 1 - A imprensa de Gutemberg 
Ao início do século XVI, houve um crescimento e expansão em todos os setores, sobretudo nas 
artes e ciência. As cidades voltaram a crescer e o sistema feudal já não suportava mais o 
crescimento advindo. A economia começou a buscar novos mercados, inclusive ultramarinos, e 
locais de captação de metais preciosos e o poder dos reis voltou a se fortalecer. 
 
Para rever um pouquinho mais sobre a idade média, acesse o site 
 
Após a morte de Geoffrey Chaucer por volta de 1400, houveram vários escritores, mas nenhum da 
mesma relevância. Mais de um século se passou até que fosse escrito algo importante na poesia 
inglesa. A literatura da era Elisabetana tem seu início aproximadamente em 1579, mas antes desse 
período somente dois autores produziam poesias de real valor. O primeiro foi Sir Thomas Wyatt e o 
segundo, Earl of Surrey. Ambos escreveram sonetos e Wyatt foi o primeiro a levar o gênero à 
Inglaterra, mas Surrey é igualmente importante porque produziu o primeiro verso sem rimas, 
chamado “blank verse”. 
 
Soneto é o poema lírico de 14 linhas e forma fixa e com padrão em rimas. 
 
Observe o trecho de um soneto de Wyatt onde podemos ver que o inglês já era bastante parecido 
com o inglês usado atualmente: 
 
And wilt thou leave me thus 
 
That hath loved thee so long 
 
In wealth and woe among; 
 
And is thy heart so strong 
 
As for to leave me thus? 
 
Say nay! Say nay! 
 
(woe= sorrow / nay = no / thy = your) 
 
Durante este período, conhecido como Renascimento, Renascentismo ou Renascença, e ainda, na 
Inglaterra também chamado de período Elisabetano, escrever poesia fazia parte da educação de um 
cavalheiro e muitos livros de sonetos e poemas apareceram, sendo que um dos melhores autores do 
período foi Michel Drayton. Somente em 1609, os sonetos de Shakespeare são impressos, embora 
tenham sido escritos aproximadamente entre 1593 e 1600, como veremos a diante. 
 
Ainda no contexto histórico,

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