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Bioquímica II (ISCTEM. MG 2019) DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS LÍPIDOS DA DIETA & TRANSPORTE DE LÍPIDOS Prof. Doutor R. Ráice (ruiraice@yahoo.com.br) 29.Julh – 22.Nov/2019 RR-2019 1 9/4/19 Objectivos Educacionais 1. Mencionar a importância dos sais biliares na digestão e absorção dos lípidos. 2. Listar as enzimas que participam na digestão dos lípidos e os seus locais de acção e especificidade em relação ao substrato. 3. Explicar como se processa a absorção dos produtos da digestão dos lípidos. 4. Mencionar como são transportados os lípidos no organismo humano. 2 RR-2019 9/4/19 Objectivos 5. Descrever o metabolismo das lipoproteínas (local de síntese, composição, o que transporta e como é metabolizada). 6. Listar pelo menos três condições clínicas resultantes de distúrbios na digestão, absorção e transporte de lípidos 3 RR-2019 9/4/19 LIPIDOS DA DIETA • Ingestão diária: 60-150g • Principais lípidos da dieta: – 90% Triacilgliceróis – 10% Colesterol e ésteres de colesterol, vitaminas lipossolúveis e fosfolípidos • Fontes alimentares: – Leite integral e derivados integrais – Carnes – Vegetais oleaginosos e derivados 4 RR-2019 9/4/19 Importancia Biomedica • A digestão permite fácil absorção • Absorção garante aporte de lípidos essenciais ingeridos • Perturbações de diversa ordem e causa podem levar diferentes condições clínicas: - Síndromes de má absorção de lípidos e desnutrição, - aterosclerose, - obesidade, etc. 5 RR-2019 9/4/19 Digestao dos Lipidos • Local: – Principalmente – intestino delgado – Ocorre também – Boca e estômago • Enzimas: – Lipases (lingual, “gástrica”, intestinal e pancreática) – Fosfolipases (A1 e A2) – Colesterol esterase 6 RR-2019 9/4/19 Emulsificação • Lípidos – insolúveis em água • Enzimas actuam em meio aquoso – Superfície de contacto entre gotículas de lípidos e enzimas é reduzida. – Acção enzimática limitada a interface lípido-água 7 RR-2019 9/4/19 Digestão dos lípidos 8 RR-2019 9/4/19 Digestão de lípidos é facilitada pela solubilização Acção de detergentes ou emulsificantes Moléculas anfipáticas Solubilizar os lípidos e aumentar área de contacto com enzimas digestivas Ácido biliar Ácido gordo Fosfolípido Emulsificação . 9 RR-2019 9/4/19 EMULSIFICAÇÃO Emulsificante Lipidos da dieta • Enzimas: – Lipases: hidrolisam ligações éster entre glicerol e ácidos gordos (1 e 3). Requerem um cofactor – a co-lipase 11 RR-2019 9/4/19 As principais funções biológicas da água 12 RR-2019 9/4/19 Digestao de Lipidos • . Enzimas: Fosfolipases (A1 e A2): hidrolisam ligações éster entre glicerol e ácidos gordos (nas posições 1 ou 2). A A2 é mais comum. • Digestao dos Lipidos • Enzimas: – Éster de Colesterol hidrolase (colesterol esterase): hidrolisa ligação éster entre colesterol e ácido gordo 13 RR-2019 9/4/19 Digestão de lípidos Bile (micelas: FL, C, ABil) Digestão de lípidos Autocatálise de emulsificação – produtos da digestão ajudam na emulsificação Digestão de lípidos Micelas mistas – tem formato discoide. Facilita a difusão dos produtos até a borda em escova das células intestinais. Absorção dos lípidos Micelas mistas – tem formato discoide. Facilita a difusão dos produtos até a borda em escova das células intestinais. Absorção de lípidos Absorção de lípidos Setas indicam vasos linfáticos cheios de lípidos no período pós-refeição LN – gânglio linfático Transporte de lípidos no organismo humano • É feito por meio de lipoproteínas – Quilomicrons à Lípidos da dieta – VLDL à Lípidos endógenos sintetizados no fígado – LDL à Ésteres de Colesterol – HDL à Ésteres de colesterol Alguns lípidos são transportados complexados a proteínas como a albumina, a proteína ligadora de andrógenos, etc 20 RR-2019 9/4/19 Transporte de lípidos da dieta Transporte de lípidos endógenos do fígado – Triglicéridos e colesterol Captação de LDL pelas células nos tecidos periféricos LDL – colesterol vilão ? Transporte reverso de colesterol HDL – COLESTEROL BOM? Algumas medidas para aumentar HDL Prática regular de exercício físico Ter uma alimentação saudável Consumo regular e moderado de vinho (150 ml) Transporte de ácidos gordos do tecido adiposo Condições clínicas • Esteatorreia – Deficiência de enzimas – Deficiência de sais biliares • Esteatose hepática ou fígado gordo – Jejum prolongado – Dieta rica em gorduras – Bloqueio na síntese de VLDL • Não síntese de apolipoproteínas, não montagem, falta de fosfolípidos, deficiente secreção – Alcoolismo crónico • Hiperlipoproteinemias Formação de VLDL não acompanha acúmulo de triglicérido no fígado Bibliografia 1. A. Lehninger - LEHNINGER: Principles of Biochemistry. 4ª Edição – FREEMAN. 2005 2. R. K. Murray; D.A.Bender; K.M.Botham; P.J. Kennelly; V. W. Rodwell; P.A. Weil - Harper’s Ilustrated Biochemistry – 30th edition – McGraw Hill Education. 2015 3. M.N. Chatterjea; R. Shinde – Textbook of Medical Biochemistry 8th Edition – JAYPEE. 2012 4. G. Meisenberg; W. Simmons – Principles of Medical Biochemistry – 4th Edition – Elsevier. 2017 LIPÓLISE OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GORDOS E METABOLISMO DE CORPOS CETÓNICOS 32 RR-2019 9/4/19 Objectivos educacionais 1. Mencionar a importância e as características gerais da lipólise 2. Descrever a lipólise 3. Explicar como é regulada a lipase sensível a hormonas 4. Mencionar a importância e as características gerais da β- oxidação. 5. Mencionar outros tipos de oxidação dos ácidos gordos e os locais onde ocorrem. 6. Listas as etapas da oxidação de ácidos gordos 7. Explicar resumidamente como é regulada a β-oxidação 33 RR-2019 9/4/19 Objectivos educacionais 1. Calcular o balanço energético da oxidação de um ácido gordo saturado e de um insaturado. 2. Mencionar os tecidos que utilizam preferencialmente os ácidos gordos como fonte de energia. 3. Mencionar o papel fisiológico e patológico dos corpos cetónicos 4. Explicar porque que é que em jejum ou na ausência de insulina formam-se corpos cetónicos em excesso. 34 RR-2019 9/4/19 • Triacilgliceróis da dieta (maior componente) – Maior parte é oxidada nos tecidos • Ácidos gordos: 95% da energia • Glicerol: 5% da energia – Excesso Armazenado no tecido adiposo (5-15KG) • Triacilgliceróis endógenos são armazenados no adipócito 35 RR-2019 9/4/19 Generalidades Um adulto precisa diariamente 2400-2900 Kcal/dia a partir de Alimentacao. Os alimentos serão oxidados dependendo do estado nutricional e na intensidade da actividade fisica. O individuo alimenta-se 3-4 vezes por dia. Há n e c e s s i d a d e d e f o r m a r r e s e r va s q u e posteriormente terão que ser disponibilizadas 36 9/4/19 RR-2019 Se o consumo nutricional for sistematicamente maior que as necessidades, o excesso é armazenado em forma de TAG, no tecido adiposo, conduzindo a obesidade. Um baixo consumo nutricional conduz a debilidade do oganismo, enfermidades e morte. 37 9/4/19 RR-2019 Mobilização de lípidos - Lipólise • Lipase sensível a hormona: – Inibida por: • Insulina • Ácidos gordos livres – Activada por: • Glucocorticóides • Glucagon • Adrenalina • ACTH, TSH, GH • Hormonas da tiróide 39 RR-2019 9/4/19 Regulacao da Lipólise Utilização de ácidos gordos Fonte de energia 40 β-oxidação de ácidos gordos Nos animais, a oxidação de ácidos gordos ocorre na mitocôndria enquanto que nas plantas superiores ocorre nos peroxissomas /ou glioxissomas (orgamelos nos animais e plantas onde se sintetisa H2O2 a partir da oxidação de ác. gordos /ou lípidos). Seja como for é importante uma activação do ácido gordo pelo ATP e acção daacil-CoA-sintetase já que a ligação é formada com intervenção directa do ATP. R-COO- + CoA + ATP + H2O à Acetil-CoA + AMP + 2Pi + 2H+ 41 9/4/19 RR.2019 Oxidação dos ácidos gordos • Ocorre na matriz mitocondrial • Etapas – activação inicial do ácido gordo – Transporte para matriz mitocondrial –etapa de compromisso – β-Oxidação • Gera acetil-CoA, NADH e FADH2 • Oxidação de ácidos gordos de cadeia ímpar ou insaturados necessita de passos adicionais 42 Reacções da β-oxidação β-oxidação é feita em presença do acil-CoA que sucessivamente conduz a um novo acil-CoA com menos 2C que o anterior. 4 sequências de oxidação são requeridas para degradar um acil-CoA (2 desidrogenases por FAD e outras 2 por NAD). As enzimas envolvidas são: 1. Acil-CoA-desidrogenase 2. Enoil CoA-hidratase 3. L-β-hidroxiacil-CoA-desidrogenase 4. β-cetotiolase Note que no invez de oxidação o oxigénio pode provir da hidratação ou de desidrogenação (reacção 2 e 3 no esquema a seguir). 43 9/4/19 RR.2019 β-oxidação peroxissomal nos animais β-oxidação peroxissomal ocorre no fígado dos animais só se a sua dieta contiver muitos lípidos. A β-oxidação peroxissomal permite a converção de ác. gordos mesmo que a conc. de ác. oxaloacético seja baixa. Nas mitocôndrias se o nível de acetil-CoA for baixo não pode iniciar o ciclo de Krebs. Primeiro o acetil-CoA tem de se acumular para formar corpos cetónicos (cetogénese) tais como ác. acetoacético (acetoacetato), ác. β-hidroxibutírico (β- hidroxibutirato) e acetona. 44 9/4/19 RR.2019 eb364 CoA Acetil-CoA + H2O CoA β-cetonolilase hidroximetilglutaril-CoA-sintetase β-hidroxi-β-metilglutaril-CoA Acetil-CoA NADP NADPH+ CO2 β-hidrobutirato-desidrogenase Ác- β-hidroxibutírico ác. Acetoacético Acetona 45 CH3 O O R HH CH3CH3 OHO RO HH HH CH3 O HH OH O H CH3 HH OH O OH CH3 O CH3 Acetil-CoA Formação de corpos cetônicos (cetogênese) 9/4/19 RR.2019 β-oxidação peroxissomal nos animais Uma dieta exageradamente rica em lípidos fornece grandes níveis de acetil-CoA (que a célula não consegue utilizar) e resulta na formação anormal de corpos cetônicos que se acumulam no figado e urina provocando doenças como cetonemia e cetonúria respectivamente. (Cetonúria é a presença de corpos cetônicos na urina, servindo como sinal de infecção urinária em grávidas). Por mecanismos regulatórios do organismo humano o excesso de corpos cetônicos é usado para suprir défice de glucose como fonte de energia no cérebro. 46 9/4/19 RR.2019 Oxidação dos ácidos gordos • Activação do ácidos gordo 47 2Pi Oxidação dos ácidos gordos • Transporte para matriz mitocondrial – Membrana mitocondrial interna – impermeável: • Ácidos gordos de cadeia curta e média – difusão simples • Ácidos gordos de cadeia longa – difusão facilitada (co-transporte tipo antiport) 48 Oxidação dos ácidos gordos • Transporte para matriz mitocondrial 49 CPT-I CPT-II – Cíclos de 4 reacções: • Desidrogenação • Hidratação • Desidrogenação e • Lise – Cada cíclo liberta: • 1 acetil-CoA, • 1 FADH2 • 1 NADH, 50 βeta-oxidação β-oxidação 51 β-oxidação 52 β-oxidação 53 β-oxidação 54 55 β-oxidação β-oxidação e Helice de Lynen β-Oxidação é representada por uma hélice em que cada espiral corresponde a encurtamento de acil-CoA em 2 átomos de carbono no ácido gordo libertados em forma de acetil-CoA. (Helice de Lynen) 56 eb360 9/4/19 RR.2019 β-oxidação e Helice de Lynen (Helice de Lynen) 57 Ácido Palmitico C16 C10 C12 C14 C6 Acetil-CoA C4 C8 C2 Acetil-CoA CoA Acetil-CoA CoA Miristil-CoA Lauril-CoA Capril-CoA Caprilil-CoA Caproil-CoA Butiril-CoA 9/4/19 RR.2019 • Ácido gordo insaturado – Requer passos adicionais: • Com participação de mais duas enzimas para a colocação das ligações duplas na posição e configuração correcta – Isomerase Cisà Trans e Reductase 58 Oxidação de ácidos gordos 59 Oxidação de ácidos gordos • Ácido gordo de cadeia ímpar – No último ciclo da fase I liberta-se propionil-CoA – Propionil é convertido em succinil-CoA Ciclo de Krebs 60 Oxidação de ácidos gordos • . 61 Oxidação de ácidos gordos Reacções da β-oxidação Esquema de β-oxidação de um acil-CoA 62 eb358 R S CoA O FAD FADH2 R S CoA O H H 2 O Hidratac„ o (2) R S CoA O H OH H L-beta-hidroxiacil-CoA Oxidac„ o (3) Oxidac„ o (1) R S CoA O H O H beta-cetoacil-CoA NADH + H+ NAD+ C oA Tiolise (4) R S CoA O H H Acil-CoA (com menos 2 Carbonos + CH3 S CoA O Acetil-CoA CetogÈnese Ciclo de Krebs biossinteslipidica alfa bata alfa alfa beta Acil-CoA 9/4/19 RR.2019 Vias alternativas de oxidação • α-oxidação – liberta 1 carbono de cada vez na forma de CO2 • β-oxidação nos peroxissomas – ác. de cadeia muito longa. – Só até 8 carbonos – depois ω-oxidação mitocondrial • ω-oxidação no RE (reticulo endoplasmatico)– oxida carbono ω em -COOH depois β-oxidação 63 Oxidação de ácidos gordos • Fase II – Oxidação de Acetil-CoA no ciclo de Krebs • Fase III – Reoxidação de NADH e FADH2 – Cadeia respiratória – Fosforilação oxidativa 64 Balanço energético da β-oxidação Enzima que cataliza a oxidação NADH ou FADH2 formado (Esteárico/oléico) ATP sintetizado (Esteárico/oléico) Acil-CoA DH 8 / 7 FADH2 16 / 14 Hidroxiacil-CoA DH 8 / 8 NADH 24 / 24 Isocitrato DH 9 / 9 NADH 27 / 27 α-cetoglutarato DH 9 / 9 NADH 27 / 27 Succinil-CoA sintetase 9 / 9 GTP 9 / 9 Succinato DH 9 / 9 FADH2 18 / 18 Malato DH 9 / 9 NADH 27 / 27 Total 148 / 146 Balanço 146 / 144 Oxidação do ácido esteárico (18C:0) e oléico (18C:1) 65 Regulação da β-oxidação • Oxidação é regulada pela disponibilidade de ácido gordos livres na circulação • Enzima chave – Carnitina-acil transferase I • Inibida pelo malonil-CoA 66 Regulação da β-oxidação 67 Bibliografia 1. A. Lehninger - LEHNINGER: Principles of Biochemistry. 4ª Edição – FREEMAN. 2005 2. R. K. Murray; D.A.Bender; K.M.Botham; P.J. Kennelly; V. W. Rodwell; P.A. Weil - Harper’s Ilustrated Biochemistry– 30th edition – McGraw Hill Education. 2015 3. M.N. Chatterjea; R. Shinde – Textbook of Medical Biochemistry 8th Edition – JAYPEE. 2012 4. G. Meisenberg; W. Simmons – Principles of Medical Biochemistry – 4th Edition – Elsevier. 2017 METABOLISMO DE CORPOS CETÓNICOS β-oxidação peroxissomal nos animais β-oxidação peroxissomal ocorre no fígado dos animais só se a sua dieta contiver muitos lípidos. A β-oxidação peroxissomal permite a converção de ác. gordos mesmo que a conc. de ác. oxaloacético seja baixa. Nas mitocôndrias se o nível de acetil-CoA for baixo não pode iniciar o ciclo de Krebs. Primeiro o acetil-CoA tem de se acumular para formar corpos cetónicos (cetogénese) tais como ác. acetoacético (acetoacetato), ác. β-hidroxibutírico (β- hidroxibutirato) e acetona. 70 9/4/19 RR.2019 Cetogênese • Corpos cetónicos: Acetona, hidroxibutirato e acetoacetato – Sintetizados só no fígado a partir de acetil-CoA – Acetona é volátil (eliminado nos pulmões) • Ocorre no jejum prolongado e na ausência de insulina – Excesso de ácidos gordos è ↑produção de corpos cetónicos Fonte alternativa de energia para vários tecidos 71 β-oxidação peroxissomal nos animais Uma dieta exageradamente rica em lípidos fornece grandes níveis de acetil-CoA (que a célula não consegue utilizar) e resulta na formação anormal de corpos cetônicos que se acumulam no figado e urina provocando doenças como cetonemia e cetonúria respectivamente. (Cetonúria é a presença de corpos cetônicos na urina, servindo como sinal de infecção urinária em grávidas). Por mecanismos regulatórios do organismo humano o excesso de corpos cetônicos é usado para suprir défice de glucose como fonte de energia no cérebro. 72 9/4/19 RR.2019 Cetogênese 73 Cetogênese 74 Cetogênese 75 Corpos cetónicos como fonte de energia 76 Bibliografia 1. A. Lehninger - LEHNINGER: Principles of Biochemistry. 4ª Edição – FREEMAN. 2005 2. R. K. Murray; D.A.Bender; K.M.Botham; P.J. Kennelly; V. W. Rodwell; P.A. Weil - Harper’s Ilustrated Biochemistry – 30th edition – McGraw Hill Education. 2015 3. M.N. Chatterjea; R. Shinde – Textbook of Medical Biochemistry 8th Edition – JAYPEE. 2012 4. G. Meisenberg; W. Simmons – Principles of Medical Biochemistry – 4th Edition – Elsevier. 2017 LIPOGENESE, síntese de acilgliceróis, glicerofosfolípidos e eicosanóides Objectivos educacionais 1. Listar as características gerais da lipogénese 2. Listar as fontes de NADPH usado nos processos de biossíntese 3. Explicar como é feita a regulação da lipogenese 4. Mencionar aspectos adicionais necessários para a de formação dos ácidos gordos de cadeia muito longa, e insaturados 5. Nomear os ácidos gordos precursores dos eicosanoides e as suas fontes exógenas e endógenas Objectivos educacionais 6. Nomear as principais enzimas envolvidas na síntese de eicosanóides 7. Mencionar qual é o precursor inicial comum para a síntese de triacilgliceróis e fosfolípidos 8. Mencionar como é regulada a síntese de tracilgliceróis e fosfolípidos Biossíntese de lípidos • Lípidos desempenham várias funções no organismo humano – Maior parte não essenciais – Sintetisados pela maioria das células • Células mais activas: – Hepatócito; cortex adrenal; gônadas; adipócito; glândula mamária lactante; oligodendrócito – Síntese depende das necessidades e disponibilidade a partir da dieta 81 Biossíntese de lípidos Importância biomédica • Triacilgliceróis /Ácidos gordos – Reserva /fonte de energia. • Fosfolípidos, glicolípidos, colesterol – Formação e renovação das membranas • Eicosanóides – diversas funções • Colesterol – hormonas esteróides, Vitamina D, ácidos biliares • Defeitos metabólicos à diversas patologias • Fármacos com alvo enzimático 82 Síntese de ácidos gordos • Características gerais: • Ocorre no citosol • Complexo ácido gordo sintase • Requer: NADPH, HCO3- e ATP • Substrato imediato: acetil-CoA activado (malonil-CoA) • Produto final: Palmitato livre • Enzima chave: Acetil-CoA carboxilase • Dependente da dieta – quando há excesso de glícidos (fonte de acetil-CoA) • Acetil-CoA deve ser transportado para o citosol via citrato 83 Síntese de ácidos gordos • Acetil-CoA deve ser activada Acetil-CoA Malonil-CoA ATP +HCO3- ADP + Pi Acetil-CoA carboxilase Biotina 85 Síntese de ácidos gordos • Ácido gordo sintase com 7 sítios activos – Repetição de um ciclo de 4 reacções que resultam na incorporação de 2 carbonos da acetil-CoA 86 Síntese de ácidos gordos 87 Síntese de ácidos gordos 88 Síntese de ácidos gordos 89 Síntese de ácidos gordos 90 Síntese de ácidos gordos 91 Síntese de ácidos gordos 92 Síntese de ácidos gordos 93 Síntese de ácidos gordos • Quando o ácido gordo tem 16C a tioesterase o liberta da ácido gordo sintase. • Isoenzima na glândula mamária: 8C, 10C e 12C 94 Fontes de NADPH • Via das pentoses fosfato – fase oxidativa • Oxidação do malato a piruvato no citosol • Oxidação do isocitrato no citosol 95 Síntese de ácidos gordos - Regulação • Principal factor regulador da lipogenese – estado nutricional – ↑ nos bem alimentados com dieta rica em glícidos – ↓ nas situações de restrição calórica, de dieta rica em gordura ou na ausência de insulina – Ingestão excessiva de frutose acelera lipogenese • Metabolismo de frutose salta o passo limitante da glicólise è excesso de acetil-CoA => citrato 96 Síntese de ácidos gordos - Regulação 97 Síntese de ácidos gordos • Síntese de ácidos gordos com mais de 16C: – Sistema da ácido gordo alongase microssomal (REL) • Alonga ácidos gordos saturados e insaturados com 10C ou mais • Síntese de ácidos gordos insaturados – Envolve acção de oxidases (acil-CoA desaturase) – Humanos só introduzem ligações duplas até posição Δ9 • Por isso linoleato e linolenato são essenciais 98 Síntese de ácidos gordos 99 Síntese de eicosanóides Eicosanoides – derivados de ácidos gordos: – Os prostanóides, leucotrienos e as lipoxinas • Precursores: – Ácido eicosatrienóico – Ácido eicosatetraenóico (araquidónico) – Ácido eicosapentaenóico • Enzimas: Ciclooxigenase e lipooxigenase 100 Síntese de eicosanóides 101 Síntese de eicosanóides 102 Síntese de acilgliceróis e glicerofosfolípidos • Os ácidos gordos da dieta ou sintetisados no organismo são principalmente usados para armazenar energia ou para síntese de fosfolípidos • Destino depende da necessidade da célula – Na fase de crescimento à síntese de fosfolípidos da membrana – No adulto (excesso) à síntese de acilgliceróis (armazenar) 103 Síntese de acilgliceróis e glicerofosfolípidos Síntese de ambos inicia no mesmo ponto: síntese de ésteres de glicerol e ácidos gordos 104 Bibliografia 1. A. Lehninger - LEHNINGER: Principles of Biochemistry. 4ª Edição – FREEMAN. 2005 2. R. K. Murray; D.A.Bender; K.M.Botham; P.J. Kennelly; V. W. Rodwell; P.A. Weil - Harper’s Ilustrated Biochemistry – 30th edition – McGraw Hill Education. 2015 3. M.N. Chatterjea; R. Shinde – Textbook of Medical Biochemistry 8th Edition – JAYPEE. 2012 4. G. Meisenberg; W. Simmons – Principles of Medical Biochemistry – 4th Edition – Elsevier. 2017 SINTESE E EXCREÇÃO DO COLESTEROL OBJECTVOS EDUCACIONAIS • Mencionar as fontes de colesterol para o organismo humano • Nomear as etapas e a enzima chave da síntese de colesterol. • Explicar a importância da excreção do colesterol • Mencionar as formas e o local de excreção do colesterol • Definir circulação entero-hepática. • Explicar a importância desta circulação na manutenção do pool de ácidos biliares. Colesterol • Ingestão diária: 200-500 mg • Fontes alimentares: Origem animal• Fontes de colesterol do organismo humano: – Alimentos – Síntese endógena. • Colesterol – importantes funções » Excesso – maléfico: deposição no endotélio à aterosclerose. Síntese de colesterol • Ocorre em quase todas as células nucleadas – Principalmente no hepatócito, glândula mamária lactante e nas células produtoras de hormonas esteróides • Ocorre no citosol – Substrato: Acetil-CoA – Requer NADPH como equivalente redutor – 5 fases ou etapas Síntese de colesterol • Etapas: – Síntese de Mevalonato – Síntese de unidades isoprenóides – Formação do esqualeno – Formação do lanosterol – Formação do colesterol Síntese de colesterol Síntese de colesterol Síntese de colesterol • Regulação: – Enzima chave: HMG-CoA reductase – A sua regulação é feita em função das necessidades de colesterol • Colesterol inibe a síntese desta enzima, • Insulina estimula a activação desta enzima • Glucagona estimula a inactivação desta enzima • Durante o período de jejum a síntese desta enzima diminui à diminui a síntese de colesterol Excreção do colesterol • Núcleo esteróide não é degradado pelo humanos • Colesterol eliminado na fezes na forma de: – Colesterol – Sais biliares • No lúmen intestinal Colesterol é metabolizado a coprostanol, colestanona e outros esteróides por acção de bactérias. 20 g/d 19,6 g/d 1 g/d Excreção de colesterol circulação entero-hepática Síntese de ácidos biliares Síntese de ácidos biliares Síntese de ácidos biliares - primários Síntese de ácidos biliares - secundários * Regulação da síntese de ácidos biliares T4 Ácidos biliares - Factores reguladores actuam alterando a taxa de transcrição da 7 α-hidroxilase Condições clínicas associadas • Deficiência de acil-CoA sintetase • Cetoacidose diabética • Hipercolesterolemia • Colelitíase e colecistite • Obstrução biliar Bibliografia 1. A. Lehninger - LEHNINGER: Principles of Biochemistry. 4ª Edição – FREEMAN. 2005 2. R. K. Murray; D.A.Bender; K.M.Botham; P.J. Kennelly; V. W. Rodwell; P.A. Weil - Harper’s Ilustrated Biochemistry – 30th edition – McGraw Hill Education. 2015 3. M.N. Chatterjea; R. Shinde – Textbook of Medical Biochemistry 8th Edition – JAYPEE. 2012 4. G. Meisenberg; W. Simmons – Principles of Medical Biochemistry – 4th Edition – Elsevier. 2017
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