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Bioquímica Características Gerais: • Lipídeos: • Ácidos Graxos: - Cadeias saturadas, mono ou poliinsaturadas • Triglicerídeos: - Forma de armazenamento • Fosfolipídios: - Constituintes estruturais da membrana • Colesterol: - Precursor de hormônios esteroides, ácidos biliares, vitamina D, constituinte de membrana - Todas as células são capazes de sintetiza-los • Os lipídios são provenientes de duas fontes: - Alimentos ingeridos - E da reserva orgânica que é o tecido adiposo Lipoproteínas - Estrutura e Função: • Responsaveis pelo transporte dos lipídios no plasma • Estrutura básica: • Devido a insolubilidade em agua formam complexos com apoproteínas, as Lipoproteinas de transporte As formadas no periodo pós-pandrial são: • Classes: • Quilomícrons: - Maiores e menos densas, ricas em triglicerídeos, de origem intestinal • VLDL: - Densidade muito baixa, origem hepática • LDL: - Densidade baixa, rica em colesterol • HDL: - Densidade alta, mais pobre em colesterol • IDL, Lp(a) Absorção de Lipídios: Gorduras ingeridas na alimentação: 1. As gorduras são emulsificadas no intestino delgado pelos sais biliares formando micelas mistas de triacilgliceróis. 2. Lipases intestinais hidrolisam os triacilgliceróis 3. Os ácidos graxos são absorvidos na mucosa intestinal e reconvertidos em triacilgliceróis. 4. Os Triacilgliceróis juntamente com o colesterol e as apoliproteinas formam o quilomícron. 5. Os quilomícrons migram para o sistema linfático, depois para a corrente sanguínea e seguem para os tecidos. 6. Os ácidos graxos entram nos adipócitos ou miócitos. 7. Os ácidos graxos são oxidados como combustíveis ou reesterificados para a armazenagem Catabolismo de lipídeos: • Os lipídeos da dieta, absorvidos no intestinos, e aqueles sintetizados endogenamente são distribuídos aos tecidos pelas lipoproteínas plasmáticas, para utilização ou armazenamento. • Os triacilgliceróis são os lipídeos mais abundantes da dieta e servem como a principal reserva energética do organismo. - Os triacilgliceróis são armazenados nas células adiposas • Os ácidos graxos liberados dos adipócitos, a partir dos triacilgliceróis (compostos por 3 ácidos graxos ligados ao glicerol), são transportados pelo sangue e utilizados efetivamente pela maioria dos tecidos como fonte de energia. • Os triacilgliceróis e os ácidos graxos são conhecidos como os principais lipídeos para o metabolismo energético. • As células podem obter combustíveis de ácidos graxos de três fontes: - gorduras consumidas na dieta, - gorduras armazenadas nas células como gotículas de lipídeos e - gorduras sintetizadas em um órgão para exportação a outro. Digestão e absorção de lipídeos • A digestão de lipídeos começa no estômago, - catalisada por uma lipase estável meio ácido, que se origina de glândulas localizadas na base da língua (lipase lingual). - Moléculas de triacilgliceróis, como aqueles encontrados na gordura do leite, são os principais alvos dessa enzima. Gabrielle Peixoto Núcleo apolar: triglicerídes + ésteres de colesterol Fosfolipídio Colesterol não esterificado Apoproteína Metabolismo de Lipídios Bioquímica - Esses mesmos triacilgliceróis são também degradados por outra lipase, a lipase gástrica, secretada pela mucosa gástrica e estável em um pH ácido. • Antes que os lipídeos possam ser absorvidos através da parede intestinal, eles precisam ser convertidos em micelas, finamente dispersas e solúveis no meio aquoso do lúmen intestinal. - Essa solubilização/emulsificação é realizada pelos sais biliares, sintetizados a partir do colesterol no fígado, armazenados na vesícula biliar e liberados no duodeno (intestino delgado). - Esse processo aumenta a área de superfície das gotículas de lipídeos hidrofóbicos, de modo que as enzimas digestivas, as quais atuam na interface da gotícula e da solução aquosa que a envolve, podem agir eficientemente. - A ação das lipases pancreáticas sobre os triacilgliceróis emulsificados os converte em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol. • Esses produtos se difundem para o interior das células da mucosa intestinal, onde são reconvertidos em triacilgliceróis e empacotados com o colesterol da dieta e proteínas específicas em lipoproteínas, os quilomícrons. • Os quilomícrons, então, se deslocam na mucosa intestinal para o sistema linfático e então entram no sangue, que os carrega para os músculos e o tecido adiposo. • Nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lipase lipoproteica hidrolisa os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerol, que são absorvidos pelas células nos tecidos-alvo. • No músculo, os ácidos graxos são oxidados para obter energia; • No tecido adiposo, são reesterificados para armazenamento na forma de triacilgliceróis. • O glicerol é utilizado quase que exclusivamente pelo fígado para produzir glicerol-3-fosfato, o qual pode entrar tanto na glicólise como na gliconeogênese. Formação dos Quilomícrons: • Triacilglicerois, colesterol e apolipoproteinas sao incorporados em quilomícrons • Apolipoproteinas: proteínas ligadoras de lipídeos, responsáveis pelo transporte de lipídeos entre os órgãos - Tem diversas funções no metabolismo das lipoproteínas como a formação intracelular das partículas lipoproteicas - Atuação como gigantes a receptores de membrana ou cofatores enzimáticos • Quilomícrons migram através do sistema linfático para a corrente sanguínea Mobilização de triacilglicerois armazenados no tecido adiposo: • Baixos níveis de glicose no sangue causa a liberação de glucagon e epinefrina. - Estes hormônios ligam receptores específicos na superfície celular. - O complexo hormônio-receptor ativa adenilil ciclase que produz cAMP. - cAMP ativa uma proteína quinase - A proteína quinase fosforila e ativa triacilglicerol lipase • Para que os lipídeos possam ser usados como fonte de energia, os triacilgliceróis precisam ser hidrolisados para produzir ácidos graxos isolados • Na membrana dos adipócitos, existe um receptor para glucagon e epinefrina - O 7TM (atravessa a membrana 7 vezes) - Após se ligar à esses hormônios, tem a capacidade de ativar a enzima Adenilato Ciclase - Pela quebra de GTP, que faz com que o nível aumentado de AMP cíclico (AMPc) estimule a Proteína Quinase A (PKA) a fosforilar a proteína perilipina - Que irá reestruturar a gotícula de gordura, para que o triacilglicerol fique mais acessível à mobilização • O diacilglicerol será convertido em um ácido graxo livre e monoacilglicerol pela enzima lipase hormônio sensível (HS lipase) - E para completar a mobilização a enzima monoacilglicerol lipase age sobre o monoacilglicerol, produzindo ácido graxo livre e glicerol - O glicerol formado será absorvido pelo fígado, e poderá ser direcionado tanto para a via glicolítica ou gliconeogênica. - Os ácidos graxos que foram liberados nao são solúveis no sangue, e por isso se ligam a Albumina - Que será responsável por transportar os ácidos graxos aos tecidos. Gabrielle Peixoto Bioquímica - Os ácidos graxos são oxidados na mitocôndria, mas para entrar necessitam ser ativados Degradação dos triacilgliceróis dos adipócitos • Quando hormônios sinalizam a necessidade de energia metabólica, os triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo são mobilizados e transportados aos tecidos (musculatura esquelética, coração, fígado e córtex renal) - Nos quais os ácidos graxos podem ser oxidados para produção de energia. - A mobilização do depósito de triacilgliceróis é obtida por ação da lipase dos adipócitos - Uma enzima sujeita a regulação hormonal, que hidrolisa os triacilgliceróis a ácidos graxos e glicerol. - Essa enzima é ativada por ação dos hormônios adrenalina e glucagon, secretados em resposta aos baixos níveis de glicose ou atividadeiminente. • Os ácidos graxos liberados dos adipócitos são transportados pelo sangue ligados à albumina e utilizados pelos tecidos como fonte de energia; • OBS.: o tecido nervoso e as hemácias são exceções, pois obtêm energia exclusivamente a partir da oxidação de glicose. • Nos tecidos-alvo, os ácidos graxos se dissociam da albumina e são levados por transportadores da membrana plasmática para dentro das células para servir de combustível. • O glicerol liberado pela ação da lipase é fosforilado e oxidado a glicerol-fosfato - Podendo entrar nas vias glicolítica ou gliconeogênica. - Alternativamente, o glicerol-fosfato pode ser usado na síntese de triacilgliceróis ou de fosfolipídios. Degradação de ácidos graxos : Ativação • Para serem oxidados, ainda no citosol, os ácidos graxos são primeiramente convertidos em uma forma ativada, uma acil-Coa, - em uma reação catalisada por acil-CoA sintetase, associadas à membrana externa da mitocôndria. • Nesta reação, forma-se uma ligação tio éster entre o grupo carboxila do ácido graxo e o grupo SH da coenzima A, produzindo a acil-CoA. - É um composto rico em energia, haja vista que sua ligação tio éster é formada à custa da energia derivada da quebra de uma ligação anidrido fosfórico – clivagem do ATP em AMP e pirofosfato inorgânico. - O processo de ativação é irreversível, pois ocorre a hidrólise do pirofosfato a 2 Pi, um processo também irreversível. OBS.: O prefixo acil– pode se referir a qualquer ácido graxo. Incorporação na mitocôndria • Os ácidos graxos 12 carbonos ou menos entram na mitocôndria passivamente, sem a ajuda de transportadores de membrana • Os com numero maior não conseguem passar livremente através das membranas mitocondriais – primeiro eles precisam passar pelo ciclo da carnitina, um processo envolvendo três reações enzimáticas. Ciclo da carnitina • Como a membrana interna da mitocôndria é impermeável a acil-CoA, os radicais acila são introduzidos na organela apenas ligados à carnitina. • Para tal, temos um ciclo composto das seguintes etapas: • A carnitina-acil transferase I transfere o radical acila da coenzima A para a carnitina na face externa da membrana interna. • A acil-carnitina resultante é transportada através da membrana interna por uma translocase específica. • Na face interna, a carnitina-acil transferase II doa o grupo acila da acil-carnitina para uma coenzima A da matriz mitocondrial, liberando a carnitina • A carnitina retorna ao citosol pela mesma translocase e reinicia o ciclo. ✴ Desse modo, o radical acila dos ácidos graxos atinge o interior da mitocôndria, onde ocorre sua oxidação. • A carnitina é encontrada principalmente em carnes. - Pode também ser sintetizada a partir dos aminoácidos lisina e metionina por enzimas encontradas no fígado e nos rins, mas não no músculo esquelético e no cardíaco. Gabrielle Peixoto Bioquímica - Esses são totalmente dependentes da carnitina distribuída pelo sangue, proveniente dos hepatócitos ou da dieta Porque os Ácidos são oxidados? • Por duas razões: - Os ácidos graxos sao muito mais reduzidos - Sua oxidação produz muito mais energia do que os carboidratos - E porque ácidos graxos não são hidratados (carboidratos são), por isso seu peso consegue armazenar muito mais energia que o mesmo peso de carboidrato. Obtenção de Energia: • Mobilização de Triglicérides (TG) - TG → AG + Glicerol - Lipase Hormônio Sensível • Ativação do Ácido Graxo (AG) - Formação Acil-CoA Graxo - AcilCoA Sintase • Transporte do AG para a mitocondria - Papel da Carnitina e das Transferases • Degradação do AG - Produção Acetil-CoA ( Beta Oxidação) • Produção e utilização de corpos cetônicos Beta - Oxidação: • Uma vez na matriz mitocondrial, o ácido graxo passará por uma sequência de quatro reações a: β--oxidação. • Ao final desta via, a acil-CoA é encurtada de dois carbonos, liberados sob a forma de acetil- CoA, além da produção de NADH e FADH2. • Na primeira reação, uma enzima chamada acil- CoA desidrogenase retira dois H (hidrogênios) da molécula do acil-CoA - E os entrega para o FAD, ou seja, formando FADH2. - Assim, a acil-Coa se oxida enquanto o FAD se reduz. - Como produto desta reação, forma-se o trans- ∆2-enoil-CoA. (A nova ligação dupla tem configuração trans) ∆ = indica a formação de uma dupla ligação entre os carbonos 2 e 3. • Na segunda reação, a enzima enoil-CoA hidratase hidrata o enoil-CoA, formando o L-3- hidroxiacil-CoA. - Para isso, a dupla ligação se desfaz para a inserção da hidroxila da molécula de água. • Na terceira reação, a enzima L-3-hidroxiacil-CoA desidrogenase oxida mais uma vez a molécula, - Mas neste caso, utiliza NAD+ que recebe os H da molécula e passa a NADH + H+. - Com isso, forma-se uma nova dupla ligação, agora entre o carbono 3 e o oxigênio. - Esse composto se chama 3-cetoacil-CoA. • Na quarta e última reação da β-oxidação, ocorre a quebra da molécula propriamente dita. - Esta reação é catalisada pela β-ceto tiolase ou apenas tiolase. - Com isso, ocorre a quebra da 3-cetoacil-CoA através da reação com uma molécula de CoA, formando acetil-CoA e uma acil-CoA com dois carbonos a menos; - Esta acil-CoA refaz o ciclo várias vezes, até ser totalmente convertida a acetil-CoA. • O processo completo da β-oxidação ocorre na mitocôndria e os nucleotídeos reduzidos (FADH2 e NADH + H+) são utilizados diretamente para a síntese do ATP pela fosforilação oxidativa. • O Acetil-CoA é molécula de participação fundamental no metabolismo celular - Atuando como porta de entrada do ciclo de Krebs, juntando-se ao oxaloacetato para formar citrato logo na primeira reação do ciclo. - Logo, a entrada do acetil-CoA no ciclo de Krebs depende da concentração de oxaloacetato. • O músculo e o fígado apresentam tecidos capazes de degradar ácidos graxos em jejum ou em intenso exercício, quando a demanda de energia é muito grande. - No caso do músculo, o acetil-CoA formado é jogado no ciclo de Krebs, uma vez que a concentração de oxaloacetato lá presente permite que isto ocorra. - Já no fígado, em momentos de jejum, esse órgão utiliza o oxaloacetato para produzir glicose. - Logo o acetil-CoA não pode ser jogado no ciclo de Krebs, pois não há oxaloacetato disponível. - Então, o acetil-CoA é transformado em corpos cetônicos. • A sequência descrita de β-oxidação dos ácidos graxos é típica de ácidos graxos saturados. - Entretanto, a oxidação de ácidos graxos insaturados produz menos energia que a dos saturados • A oxidação de ácidos graxos poli-insaturados exige ainda a participação de, além da isomerase, um redutase independente de NADPH. Gabrielle Peixoto Bioquímica - Essa enzima reduz uma ligação dupla cis à custa de NADPH. - Com a ação conjunta dessas enzimas, o ácido poli-insaturado pode transformar-se em um intermediário insaturado para a β-oxidação. • Os ácidos graxos com número ímpar de átomos de carbono. - Nesses casos, o que vai diferir é o produto da última volta da β-oxidação. - Depois de passar por esse ciclo diversas vezes, restará um propionil-CoA, com 3 átomos de carbono que não pode passar por uma nova rodada de oxidação. - Nesse caso, ele será convertido a succinil-CoA, que contém 4 carbonos, e assim, poderá completar a β-oxidação. • Durante a oxidação de ácidos graxos no fígado o acetil-coA pode seguir 2 caminhos: entrar no ciclo do ácido cítrico ou ser convertido em corpos cetônicos, isto é, acetona , acetoacetato e D-B-hidroxibutirato que são transportados para outros tecidos. Cadeia Transportadora de elétrons: • As principais funções da cadeia transportadora de elétrons são: - Regenerar os transportadores de elétrons, NAD+ e FAD que deixaram seus elétrons e retornam para cumprir suas funções como carreadores de elétrons no metabolismo - Produzirum gradiente de prótons, com uma concentração maior de H+ no espaço intermembrana e uma concentração menor na matriz mitocondrial. - Esse gradiente representa uma forma armazenada de energia que pode ser utilizada para produzir energia por fosforilação oxidativa. Corpos Cetonicos: • A produção e exportação de corpos cetônicos pelo fígado permite a oxidação dos ácidos graxos no fígado em condições em que acetil-CoA não está sendo oxidado no ciclo de Krebs. • Corpos cetônicos são utilizados pelos músculos esqueléticos e cardíacos e pelo cortex renal. • No jejum prolongado, o cérebro pode os utilizar também. Gabrielle Peixoto Não encontradas nos tecidos extra- hepáticos Bioquímica Biossíntese do Colesterol Endogeno: • O colesterol do organismo humano pode ser obtido através dos alimentos ou por síntese endógena. • Os principais órgãos responsáveis pela produção do colesterol são o fígado e o intestino • A acetil-CoA é precursora de todos os átomos de carbono presentes no colesterol, e o agente redutor é o NADPH. • As enzimas que catalisam a síntese localizam-se no citosol e no retículo endoplasmático. • É uma via que envolve diversas reações em um processo de “montagem” do colesterol, organizadas em quatro estágios: 8. Condensação de três moléculas de acetil-CoA, formando o mevalonato (C6); 9. Conversão do mevalonato em unidades de isopreno (C5) ativadas; 10. Polimerização das seis unidades de isopreno, formando o esqualeno linear (C30); 11. Ciclização do esqualeno para formar os quatro anéis do núcleo esteroide, com mudanças adicionais, para produção do colesterol. • Trata-se de um processo redutivo com grande consumo de energia • A maior parte da síntese do colesterol ocorre no fígado. - Uma pequena fração do colesterol sintetizado ali é incorporada nas membranas dos hepatócitos. - Porém a maior parte dele é exportada em uma de três formas: - Ácidos biliares - Colesterol biliar - Ésteres de colesterol (transportados em partículas lipoproteicas secretadas para outros tecidos que utilizam colesterol ou armazenados no fígado em gotículas de gordura) • Em outros tecidos, o colesterol é convertido em hormônios esteroides ou na vitamina D, compostos que atuam como sinalizadores, por meio de receptores nucleares proteicos. • Resumo: • Local da síntese de colesterol: - No retículo endoplasmático e no citosol de todos os tecidos que contenham células nucleadas, principalmente o fígado e o intestino • O colesterol presente no organismo dos mamíferos é proveniente da dieta e da síntese endógena; • Apesar de o organismo ter a capacidade de sintetizar toda a quantidade necessária para as diversas funções, assume-se que um pouco mais de 50% do colesterol presente no organismo é proveniente de síntese endógena, sendo o restante proveniente da dieta Regulação do metabolismo do colesterol: • Os quilomícrons, responsáveis pelo transporte dos lipídeos da dieta pelo sangue, são ricos em colesterol - Após cumprirem sua função, são retirados da circulação pelo fígado. • Em situação pós prandial, o fígado sintetiza ativamente triacilgliceróis e colesterol, que se somam aos provenientes dos quilomícrons. • Os triacilgliceróis e o colesterol que excedem as necessidades dos próprios hepatócitos são utilizados para a síntese de lipoproteínas. • Desses compostos, as LDL (Low Density Lipoproteins) constituem o principal veículo de colesterol no sangue: - os tecidos (exceto o fígado e o intestino) obtêm a maior parte de seu colesterol exógeno por meio da endocitose de LDL. - A síntese de receptores de LDL é inibida por níveis elevados de colesterol intracelular, reduzindo a incorporação celular de LDL- colesterol e aumentando sua concentração no plasma. • As HDL atuam no sentido inverso aos das LDL, ou seja, efetuam a remoção do colesterol dos tecidos. - São sintetizadas no fígado e intestino, se ligam à superfície dos tecidos periféricos e o excesso de colesterol intra-celular é translocado para a o interior das HDL, como ésteres de colesterol. Gabrielle Peixoto Bioquímica - As HDL enriquecidas em colesterol podem ser diretamente absorvidas pelo fígado, onde esse lipídeo será utilizado para a produção de sais bi- liares, ou podem transferir colesterol para outras lipoproteínas que também são absorvidas pelo fígado. • O principal ponto da regulação da via do colesterol é a reação envolvendo a HMG-CoA redutase, que atua na formação do mevalonato, através de alterações na atividade e na concen- tração da enzima. - Sua atividade é modulada por fosforilação (inativação), promovida por glucagon e adrenalina, e desfosforilação (ativação), determi- nada pela insulina. - A concentração da enzima é regulada por variação da expressão gênica e da velocidade de degradação da enzima. - Colesterol e mevalonato inibem a síntese e a tradução da HMG-CoA redutase e aumentam a velocidade de degradação dela. Conclusões: • Então uma maior ingesta de colesterol: - ↑quilomicrons circulantes, - ↑LDL(↑ésteres de colesterol) - ↑ triglicerídeos sg, Aterosclerose: • É a deposição de lipídeos – especialmente colesterol e ésteres de colesterol – na parede interna de artérias, formando placas, denominadas ateromas. • Podendo evoluir para placas fibrosas e calcificadas que estreitam as artérias e desencadeiam a formação de coágulos, que podem resultar na oclusão dos vasos. • Sem a passagem do sangue, os tecidos deixam de ser irrigados e podem morrer, devido à interrupção do aporte de oxigênio. • A ocorrência de aterosclerose depende diretamente do nível de colesterol presente nas LDL (LDL-colesterol). • Já o nível de HDL tem um efeito protetor contra aterosclerose, haja vista que remove o excesso de colesterol e encaminha para o fígado. • Com isso costumam denominar o LDL- colesterol e o HDL-colesterol de “mau” e “bom” colesterol, respectivamente. • Fatores que desestabilizam a placa: - Cigarro - Alcool - Radicais Livres - Pressão Arterial elevada • Fatores de risco: - Idade - LDL elevado - Histórico familiar - Dieta gordurosa - Hipertensão - Diabetes - Obesidade - TG elevados • Terapêutica: • Mudança no estilo de vida (MEV) - Terapia nutricional (Dieta) - Exercício fisico • Colesterol Alimentar: - Influencia diretamente os níveis de colesterol - Encontrado apenas em alimentos de origem animal - Possui menor efeito sobre a colesterolemia, se comparado à gordura saturada - Para reduzir, restringir: - Consumo de vísceras (fígado, miolos, miúdos) - Leite integral e seus derivados - Biscoitos amanteigados, croissants, folhados - Sorvetes cremosos, embutidos, frios, pele de aves, - Frutos do mar, gema de ovo • Ácidos Graxos Saturados: - Elevam a colesterolemia por reduzirem receptores celulares B-E, inibindo a remoção do LDL-C pelo fígado - Permite, ainda, maior entrada de colesterol nas partículas LDL - Principal causa alimentar de elevação do colesterol plasmático - Para reduzir, restringir: - Gordura animal (Carnes gordurosas, leites e derivados) - Polpa de coco, óleo de dendê e coco no preparo de alimentos • Ácidos Graxos Insaturados: - Ômega-6 (linoléico e araquidônico); ômega-9 (oléico) e ômega-3 (alfa-linoléico, eicosapentaenóico-EPA, docohexaenóico- DHA) Gabrielle Peixoto Bioquímica - Substituição dos ácidos graxos saturados por ácidos graxos poliinsaturados reduz o CT e o LDL-C: - Menor produção e maior remoção de LDL - Diminuição da proporção de colesterol no LDL-C - Possuem o inconveniente de baixarem o HDL-C e induzir maior oxidação lipídica - Ômega-3 diminui o TG por diminuir a secreção hepática do VLDL; - Fontes: - Óleos vegetais, oliva, canola, azeitona, abacate, castanhas, nozes, amêndoas, peixes de água fria • Ácidos Graxos Trans: - Sintetizados durante a hidrogenaçãodos óleos vegetais na produção das margarinas - Pela semelhança estrutural com ácidos saturados, provoca elevação da colesterolemia com aumento do LDL-C e redução do HDL- C - Quanto mais dura a margarina, maior concentração de gordura trans - Outras fontes: óleos e gorduras hidrogenadas, shortenings (gorduras industriais presentes em sorvetes, chocolates, pães recheados, molhos para salada, maionese, cremes para sobremesa e óleos para fritura industrial) • Fibras: - Carboidratos complexos, não absorvidos pelo intestino, com ação reguladora da função gastro- intestinal - Podem ser solúveis ou insolúveis (em água) - As fibras solúveis reduzem o tempo de transito intestinal e ajudam na remoção do colesterol, a saber: Pectina (frutas), gomas (aveia, cevada, feijão, grão de bico, lentilha, ervilhas). - As insolúveis não atuam sobre a colesterolemia mas produzem saciedade (trigo, grãos, hortaliças). • Antioxidantes: - Flavonóides, vitaminas C e E e carotenóides; - Recomendação: Não há evidências de que vitaminas antioxidantes previnam manifestações clínicas da aterosclerose, portanto essas não são recomendadas - Uma alimentação rica em frutas e vegetais certamente fornecerá doses apropriadas dessas substâncias o que contribuirá para a manutenção da saúde • Álcool: - Nāo se recomenda o consumo de álcool para prevenção da aterosclerose • Dieta para Hipertrigliceridemia: - Pacientes com níveis muito elevados de TG e quilomicronemia devem reduzir a ingestão de gordura total da dieta - Na Hipertrigliceridemia secundária ao diabetes ou obesidade recomenda-se redução da ingesta calórica, restrição de carboidratos e compensação do diabetes - Recomenda-se restrição total de álcool • Exercício Físico: - Recomendação: sessões de em média 40min de atividade física aeróbica, 3 a 6 vezes por semana - Atividades de aquecimento, alongamento e desaquecimento - Incluir componente que aprimore força e flexibilidade • Tabagismo: - Fator de risco independente para aterosclerose - Recomenda-se abordagem cognitivo- comportamental: - Detecção de situações de risco de recaídas - Desenvolvimento de estratégias de enfrentamento - Farmacoterapia pode ser um apoio - Adesivos de nicotina, goma de mascar; - Bupropriona - Nortriptilina • Medicamentos: • Estatinas: • Os inibidores da HMG-CoA redutase conhecidos como estatinas, são fármacos diminuidores de lipídeos que são usados para reduzir as concentrações de LDL circulantes em pacientes com, ou em, risco de doença cardiovascular aterosclerótica. • Eles reduzem o colesterol por inibir competitivamente a enzima hepática. - Isto causa uma redução na concentração intracelular de colesterol e, como resultado, aumento na expressão de receptores de LDL. - A eliminação de LDL aumenta, e o colesterol- LDL circulante (e o colesterol total no plasma) diminui. • Fibratos: - Aumentam a atividade da lipase lipoprotéica, diminuindo os níveis de TG e VLDL, ao aumentar sua eliminação - Ex.: Gemfibrozilo, Fenofibrato Gabrielle Peixoto Bioquímica • Ômega - 3: - Diminuem a produção de VLDL no fígado - Tem atividade antitrombótica e, por isso, interage com anticoagulantes aumentando o risco de hemorragias; - Dose mínima de 4g/dia - Podem ser usados como adjuvantes aos fibratos nas hipertrigliceridemias ou como alternativa em pacientes intolerantes; • Dislipidemias em grupos especiais: • Idosos ( 70 anos ou +) - Atenção especial às dislipidemias secundárias - Estatinas mostram alta eficácia nessa faixa etária - Prevenção primária, dados ainda não disponíveis Perguntas: 1. Explique a Biossíntese de colesterol ; 2. Local da Biossíntese de colesterol 3. Explique o funcionamento dos fármacos que inibem a síntese de colesterol; 4. Qual a função do glucagon e da insulina na Biossíntese de colesterol; 5. Explique o surgimento da Asterosclerose e suas causas a saúde. Gabrielle Peixoto
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