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Diabetes Gestacional

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Diabetes Gestacional 
Diabetes mellitus (DM) é doença metabólica, caracterizada 
por hiperglicemia resultante de defeito na produção e/ou na 
ação de insulina. 
Diabetes mellitus gestacional (DMG) = qualquer grau de 
intolerância à glicose, com início ou primeiro 
reconhecimento durante a gestação, podendo ou não 
persistir após o parto. 
 Esta definição se aplica independentemente do uso de 
insulina ou se a condição persiste após o parto e não 
exclui a possibilidade de a intolerância à glicose ter 
antecedido a gravidez. 
 
O diabetes mellitus associado à gravidez pode ser 
classificado como: 
• Diabetes gestacional (diagnosticado durante a 
gravidez). 
• Diabetes pré-gestacional (diabetes prévio à gravidez: 
tipo 1, tipo 2 ou outros) 
Diabetes pré-gestacional -> surge em idades mais tardias, 
com resistência periférica à insulina, deficiência relativa de 
insulina, obesidade e desenvolvimento de complicações 
vasculares, renais e neuropáticas. 
 
Epidemiologia 
Brasil -> prevalência do diabetes gestacional em mulheres 
com mais de 20 anos, atendidas no Sistema Único de Saúde, 
é de 7,6% 
 94% dos casos = apresentam apenas tolerância 
diminuída à glicose; 
 6% = apresentam hiperglicemia no nível de 
diabetes fora da gravidez. 
 Problema metabólico mais comum na gestação e tem 
prevalência entre 3% e 25% das gestações, dependendo 
do grupo étnico, da população e do critério diagnóstico 
utilizado. 
 A incidência de DMG está aumentando em paralelo com 
o aumento do DM2. 
Fatores de risco 
 Idade igual ou superior a 35 anos; 
 Índice de massa corporal (IMC) >25kg/m2 (sobrepeso e 
obesidade); 
 Antecedente pessoal de diabetes gestacional; 
 Antecedente familiar de diabetes mellitus (parentes de 
primeiro grau); 
 Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior; 
 Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior; 
 Malformação fetal em gestação anterior; 
 Uso de drogas hiperglicemiantes (corticóides, diuréticos 
tiazídicos); 
 Síndrome dos ovários policísticos; 
 Hipertensão arterial crônica. 
Na gravidez atual, em qualquer momento: 
 Ganho excessivo de peso; 
 Suspeita clínica ou ultrassonográfica de crescimento fetal 
excessivo ou polihidrâmnio. 
 
 
Fisiopatologia 
Gestação = estado resistência à insulina. 
Essa condição + intensa mudança nos mecanismos de 
controle da glicemia (em função do consumo de glicose pelo 
embrião e feto) -> pode contribuir para ocorrência de 
alterações glicêmicas -> DMG. 
Alguns hormônios produzidos pela placenta e outros 
aumentados pela gestação (lactogênio placentário, cortisol e 
prolactina) -> promoção da redução da atuação da insulina 
em seus receptores -> aumento da produção de insulina nas 
gestantes saudáveis. 
 Esse mecanismo pode não ser observado em 
gestantes que já estejam com sua capacidade de 
produção de insulina no limite -> mulheres 
apresentam insuficiente aumento de produção de 
insulina -> diabetes durante a gestação. 
DMG é a consequência da resistência aumentada à insulina 
que é característica da gravidez normal. 
Mulheres insulinorresistentes são incapazes de aumentar a 
taxa de secreção de insulina necessária. 
Resistência a insulina = presente normalmente no 2º 
trimestre -> aumenta progressivamente até o final da 
gestação -> assemelha-se a intolerância a glicose da DM tipo 
2. 
 Atente as necessidades metabólicas do concepto; 
 Conseqüência dos hormônios placentários 
circulantes; 
Defeito metabólico na mulheres com DMG = incapacidade 
de secretar insulina em níveis necessários à demanda 
(máxima no 3º trimestre); 
 Aumento da [ ] de glicose pós-prandial -> efeitos 
adversos no concepto pelo excessivo transporte de 
glicose transplacentário. 
 
 
 
Quadro clínico 
O diabetes gestacional, na maioria das vezes, não causa 
sintomas e o quadro é descoberto durante os exames 
periódicos. 
 Excesso de fome; 
 Muita sede; 
 Ganho de peso exagerado na mulher ou no bebê; 
 Aumento da vontade para urinar; 
 Cansaço extremo; 
 Inchaço nas pernas e nos pés; 
 Visão turva; 
 Candidíase ou infecção urinária frequente. 
Conduta 
Mulheres que apresentam diabetes gestacional devem ser 
encaminhadas para centros de atenção secundária. 
Gestantes com diagnóstico de diabetes pré-gestacional: 
 Manejadas em centros de assistência terciária por 
equipe multidisciplinar (médico obstetra + 
endocrinologista + nutricionista + enfermeira obstetra). 
Gestantes diabéticas em acompanhamento em centros de 
atenção secundária ou terciária: 
 Poderão também ser acompanhadas pelas equipes de 
atenção básica -> maior controle e aderência aos 
tratamentos preconizados nos níveis de maior 
complexidade. 
Recomendações para o manejo da gestante diabética 
Dieta 
Tratamento inicial -> prescrição de dieta para diabetes que 
permita ganho adequado de peso de acordo com o estado 
nutricional da gestante, avaliado pelo índice de massa 
corporal (peso/altura2 ) pré-gravídico. 
 
Atividade física 
 A atividade física deve fazer parte da estratégia de 
manejo do diabetes na gestação. 
 Orientar a iniciar um programa de caminhadas 
regulares ou equivalente e/ou exercícios de flexão dos 
braços, 20 minutos por dia. 
 Gestantes que já praticavam exercícios regularmente 
podem mantê-los, evitando os de alto impacto. 
 60% das gestantes com diabetes gestacional podem 
manter-se euglicêmicas, sem maiores riscos para a 
gravidez, somente com dieta e atividade física. 
Controle glicêmico 
Nas gestantes com diagnóstico de diabetes gestacional, o 
controle glicêmico deve ser feito com glicemias de jejum e 
pós-prandiais semanais. 
 O controle também pode ser realizado com 
avaliações de ponta de dedo. 
Após 7 a 14 dias de dieta: 
 Realizar perfil glicêmico ambulatorial -> glicemia de 
jejum, uma hora após o café e uma hora após o 
almoço; 
 Valores anormais => maiores ou iguais a 95mg/dL 
(jejum) e 140mg/dL (1 hora após as refeições). 
Se a gestante apresentar um dos valores alterado com a 
dieta adequada, está indicada insulinoterapia. 
Gestantes com diagnóstico de diabetes pré-gestacional e 
naquelas em uso de insulina - > controle glicêmico mais 
rigoroso; 
 Medições diárias pela manhã em jejum, antes do 
almoço, antes do jantar, uma ou duas horas após o 
almoço e uma ou duas horas após o jantar. 
 Medições adicionais podem ser realizadas ao deitar e 
durante a madrugada (2–3h), especialmente em 
gestantes que apresentarem sintomas de hipoglicemia 
noturna. 
Hipoglicemiantes orais 
 Embora já existam estudos com o emprego de 
hipoglicemiantes orais na gravidez, como a gliburida, os 
mesmos ainda não devem ser utilizados na prática 
clínica até que mais estudos possam confirmar a sua 
segurança. 
 As mulheres que estiverem em uso dos mesmos devem 
interrompê-los ao engravidar. 
 A glibenclamida pode ser utilizada, como uma alternativa 
à insulina, em mulheres com 
diabetes mellitus gestacional com mais de 25 semanas 
de gestação e que apresentem glicemia de jejum menor 
do que 110 mg/dL. 
 A segurança do uso da glibenclamida e da metformina na 
gestação em pacientes com diabetes pré-gestacional 
ainda não foi estabelecida. Não há dados sobre a eficácia 
e a segurança de outros hipoglicemiantes na gestação. 
Insulinoterapia 
Nas grávidas com diabetes gestacional, o tratamento com 
insulina deve ser indicado se após duas semanas de dieta os 
níveis glicêmicos permanecerem elevados. 
 As doses iniciais devem ser de 0,3 a 0,5U/Kg/dia, 
preferencialmente em mais de uma dose diária. 
 Dividir o total de unidades em duas ou três doses iguais 
de insulina NPH, aplicadas às 7h e 22h, ou às 7h, 12h e 
22h. 
 O crescimento fetal exagerado também é critério para 
o uso de insulina. 
O objetivo da terapia com insulina é manter os níveis de 
glicemia capilar: 
 ≤95mg/dL em jejum; 
 ≤100mg/dL antes das refeições; 
 ≤140mg/dLuma hora pós-prandial; e 
 ≤120mg/dL duas horas pós-prandial. 
Durante a noite, os níveis glicêmicos não podem ser 
menores que 60mg/dL. 
 Gestantes pré-diabéticas -> necessidades de insulina 
são maiores e aumentam com a progressão da gravidez 
->monitoradas de acordo com o perfil glicêmico. 
Esquemas com doses múltiplas de insulina e associação de 
insulinas de ação intermediária e rápida podem ser usados 
quando necessário, de acordo com o perfil glicêmico. 
 A dose total diária deve ser dividida em 2/3 pela manhã 
e 1/3 à tarde e à noite. 
 A dose do desjejum deve ser dividida em 2/3 de 
insulina de ação intermediária (ex.: NPH) e 1/3 de 
insulina regular. 
 A dose da noite deve ser dividida ao meio com insulina 
regular antes do jantar e insulina NPH ao deitar. 
Diabéticas pré-gestacionais em uso de insulinas ultrarrápidas 
(aspart, lispro) podem ser mantidas com o mesmo esquema. 
 
As gestantes em uso de insulina e seus familiares devem ser 
orientados para o reconhecimento de sinais de hipoglicemia. 
 Na ocorrência destes, deve ser realizada medição 
imediata da glicemia capilar se estiver disponível o 
glicosímetro. 
 Na ocorrência de hipoglicemia e/ou sinais fortemente 
sugestivos da mesma, a gestante deve ingerir um copo 
de leite com açúcar. 
 Principalmente nas portadoras de diabetes tipo 1, deve-
se disponibilizar o glucagon para uso em casos mais 
graves (ex.: perda da consciência). 
Exames 
Rastreio 
O rastreamento deve ser iniciado pela anamnese para a 
identificação dos fatores de risco; 
Dosagem de glicemia em jejum 
Gestantes-> devem realizar uma dosagem de glicemia no 
início da gravidez, antes de 20 semanas, ou tão logo seja 
possível. 
 Rastreamento positivo = gestantes com nível de glicose 
plasmática de jejum igual ou superior a 85mg/dL e/ou na 
presença de qualquer fator de risco para o diabetes 
gestacional. 
 Rastreamento negativo = ausência de fatores de risco e 
glicemia de jejum ≤ 85mg/dL, deve-se repetir a glicemia 
de jejum entre a 24ª e 28ª semana de gestação. 
Duas glicemias plasmáticas de jejum ≥ 126mg/dL confirmam 
o diagnóstico de diabetes gestacional, sem necessidade de 
teste de tolerância. 
Exame da curva glicêmica 
Exame de sangue acompanhado de um teste oral que mede 
a tolerância a glicose, normalmente utilizado para 
investigação de uma possível diabetes. 
O exame observa a capacidade do organismo de processar e 
avalia a quantidade de glicose no sangue após a ingestão de 
uma carga maior da substância. 
O exame é solicitado para diagnosticar uma possível diabete 
tipo 2 ou diabete gestacional que existente durante o 
período gestacional pode apresentar grandes riscos para 
mãe e bebê. 
Assim como realizado em um paciente comum, a gestante 
deverá se apresentar em jejum de 8 horas. 
 Será coletada uma quantidade de sangue e 
posteriormente uma dose de glicose deverá ser ingerida 
para realização de uma nova coleta de sangue. 
 Em alguns casos o exame pode vir durar ate 4 horas e ser 
necessário 2 a 3 coletas de sangue para analise, devendo 
seguir a solicitação medica. 
 O exame deve ser realizado com a gestante deitada de 
forma confortável para evitar quedas e maus estares. 
Não deve ser ingerido nenhum alimento durante o 
período do exame, nem de água. 
Diagnóstico 
Teste Oral de Tolerância à Glicose 
Gestantes com rastreamento positivo -> devem ser 
submetidas à confirmação diagnóstica com teste oral de 
tolerância à glicose após ingestão de 75g de glicose anidra 
em 250–300ml de água, depois de um período de jejum 
entre 8–14 horas (TOTG 75g 2h). 
A glicose plasmática é determinada em jejum, após 1 hora e 
após 2 horas. Nesta curva, os pontos de corte são >95, 180 e 
155, respectivamente. 
 Achados de dois valores alterados confirmam o 
diagnóstico. 
 Um único valor alterado indica a repetição do TOTG 75g 
2h na 34ª semana de gestação. 
 
 
Complicações 
Maternas 
 Hipertensão Arterial 
 Retinopatia Diabética 
 Nefropatia diabética 
 Abortamento 
https://www.trocandofraldas.com.br/diabetes-gestacional-como-diagnosticar-e-tratar/
Pré-eclâmpsia 
Mulheres com DMG têm um risco aumentado de 
desenvolverem pré-eclâmpsia (de 10 a 30%) quando 
comparadas àquelas com tolerância normal à glicose (de 5 a 
7% de risco). 
 Hipoglicemia 
 Cetoacidose 
 Polidramia 
 Infecções 
 Cesária 
Concepto 
 Retardo de crescimento intrauterino 
 Prematuridade 
 Morte fetal tardia súbita 
Risco de malformações fetais 
 Mulheres com diabetes pré-gestacional diferem 
daquelas com DMG porque a hiperglicemia poderá estar 
presente no momento da organogênese fetal, 
aumentando substancialmente o risco de malformações 
congênitas. 
 Estas são observadas em 6 a 12% dos filhos de mães 
diabéticas. As anomalias congênitas mais comuns são as 
cardíacas, esqueléticas e neurológicas, sendo a síndrome 
de regressão caudal de 250 a 600 vezes mais frequente 
em filhos de mães diabéticas 
Macrossomia 
 Manifestação mais característica. 
 Definição -> quando o peso do recém-nato é maior que 4 
kg na gestação a termo ou maior que o percentil 90 para 
a idade gestacional; 
 É observada em até 30% dos casos e pode predispor a 
traumas obstétricos e distocia de ombro. 
 Hiperinsulinemia fetal -> um fator importante no 
crescimento fetal excessivo. 
 Outros fatores maternos -> obesidade e concentração 
sérica de aminoácidos e lipídeos -> influenciam o peso 
fetal. 
Hipoglicemia neonatal 
 Filhos hiperinsulinêmicos de mães diabéticas possuem 
um risco aumentado de hipoglicemia após o parto. 
 Menos comum em filhos de gestantes que 
permaneceram euglicêmicas durante o parto e na maior 
parte da gestação. 
Perinatais 
 Hiperbilirrubinemia 
 Hipocalcemia 
 Policitemia 
 Síndrome de angústia respiratória. 
 Estudos demonstram que indivíduos expostos ao 
diabetes materno (tipo 1, 2 ou DMG) intraútero 
têm aumento do risco de obesidade e intolerância à 
glicose na infância e no início da vida adulta. 
Puérpera 
 
 Hemorragias 
 Infecções puerperais 
 Óbito 
Diabetes pós-parto 
 DMG aumenta substancialmente a chance de 
desenvolver diabetes após o parto, de acordo com 
alguns estudos mostrando que este risco é de 
aproximadamente 40% após um período de seguimento 
de 10 anos. 
Prevenção 
 O incentivo para uma alimentação saudável e 
balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade 
do Governo Federal -> Ministério da Saúde adotou 
internacionalmente metas para frear o crescimento do 
excesso de peso e obesidade no país. 
 Promoção da alimentação saudável -> à publicação do 
Guia Alimentar para a População Brasileira -> orientação 
a população com recomendações sobre alimentação 
saudável e para fazer de alimentos in natura ou 
minimamente processados a base da alimentação. 
 O Governo Federal também incentiva a prática de 
atividades físicas por meio do Programa Academia da 
Saúde, com aproximadamente 4 mil polos habilitados e 
2.012 com obras concluídos. 
 A paciente diabética deve ser orientada, desde a 
puberdade, sobre os riscos de uma gravidez não 
planejada e a importância de um bom controle glicêmico 
anterior à gestação -> os níveis glicêmicos e a 
hemoglobina glicada devem ficar o mais próximo da 
normalidade. 
 Ela deve ser avaliada quanto: 
– Presença de complicações crônicas -> nefropatia, 
retinopatia, neuropatia e cardiopatia. 
– A pressão arterial deve estar controlada, com 
valores < 130/80 mmHg, e os inibidores da enzima 
conversora de angiotensina e bloqueadores do 
receptor da angiotensina devem ser 
descontinuados antes da concepção. 
– Nas diabéticas tipo 1, a função tireoidiana deve ser 
avaliada com objetivo de manter o TSH entre 1,3 e 
2,5 µU/L.

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