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Uso da Calculadora no Ensino de Matemática

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3ºAula
A calculadora nas aulas de 
Matemática
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 
• compreender a calculadora como recurso didático para o processo de ensino e aprendizagem da Matemática;
• resolver situações-problema com o auxílio da calculadora.
Bem-vindos(as) a nossa aula sobre as calculadoras nas aulas de 
Matemática!
Nesta aula, trataremos do uso da calculadora no processo de ensino e 
aprendizagem da Matemática. Para isso, nossa apresentação se sustenta na 
interpretação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a fim de compreender 
os direcionamentos para a sala de aula mediado por esse recurso didático. 
Apresentamos uma breve discussão sobre o papel do professor em uma 
abordagem de integração desse recurso nas aulas, bem como algumas 
atividades para serem pensadas e resolvidas de modo a instigá-los a pensar 
em outras propostas para a sala de aula.
Vejamos os objetivos de aprendizagem e as seções de estudo que 
pretendemos desenvolver com essa aula.
Bons estudos!
Bons estudos!
18Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática
Seções de estudo
1. A calculadora como recurso didático no processo de 
ensino e aprendizagem da Matemática
2. Atividades com a calculadora
1 - A calculadora como recurso 
didático no processo de ensino e 
aprendizagem da Matemática
Ao pensarmos no processo de ensino e aprendizagem da 
Matemática, é imprescindível considerar o papel que as 
tecnologias assumem na sociedade. As tecnologias como: 
computadores, calculadoras, celulares, internet, dentre outras, 
que sempre estiveram presentes em ações do cotidiano do ser 
humano, muitas vezes, sendo utilizadas de modo individual, 
atualmente convergem para a integração que agrega valor a 
um único equipamento como o celular.
Lidamos em nossas atividades diárias com diferentes 
tecnologias, mas, quando essas passam a ser discutidas para 
educação, começamos a nos questionar sobre a viabilidade no 
âmbito escolar. Esse é o caso da calculadora, que, fora das 
salas de aulas, são utilizadas pela população sem quaisquer 
dificuldades ou questionamentos, mas quando propostas 
como recurso didático aos professores, são levantadas razões 
para o uso ou não uso desse recurso em sala de aula.
Segundo Selva e Borba (2010), é da competência do 
professor decidir sobre quais recursos fará uso em sua aula 
e quando optar pelo uso da calculadora. Assim como ocorre 
com a escolha de outros recursos, deverá selecionar atividades 
e planejar o desenvolvimento da aula, pois a inserção por si 
só nas aulas, poderá não agregar quaisquer significados à sua 
prática de ensino bem como à aprendizagem dos alunos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), orientam 
quanto a utilização da calculadora como recurso às tecnologias 
da informação, desde que o professor a utilize como um 
instrumento que motive os alunos a realizar tarefas que não 
sejam simplesmente exercícios e sim situações que permitam 
explorar conceitos, realizar conjecturas, e assim, investigar 
matematicamente.
A calculadora é também um recurso para 
verifi cação de resultados, correção de erros, 
podendo ser um valioso instrumento de auto-
avaliação.
Como exemplo de uma situação exploratória e 
de investigação que se tornaria imprópria sem 
o uso de calculadora, poder-se-ia imaginar 
um aluno sendo desafi ado a descobrir e a 
interpretar os resultados que obtém quando 
divide um número sucessivamente por dois (se 
começar pelo 1, obterá 0,5; 0,25; 0,125; 0,0625; 
0,03125; 0,015625). Usando a calculadora, terá 
muito mais condições de prestar atenção no 
que está acontecendo com os resultados e 
de construir o signifi cado desses números. 
(BRASIL, 1997, p. 14).
Essas orientações indicam as potencialidades do uso da 
calculadora para o processo de ensino e aprendizagem da 
Matemática ao passo que é um alerta para o modo como iremos 
promover o uso em sala de aula. Isso, pois, para o professor, 
é necessário que tenha além do conhecimento técnico de 
manuseio do instrumento, o domínio do conhecimento 
específico que se pretende explorar com esse recurso, para 
que não recaia no simples uso pelo uso sem justificativas para 
os porquês que possam eventualmente surgir na manipulação 
de uma atividade pelos alunos.
Borba (1994) acredita que quando o professor opta pelo 
não uso da calculadora nas aulas de Matemática. Isso ocorre 
porque esse profissional passou pelo processo educacional de 
formação, pode ter sido fadado ao uso do lápis e papel e por 
acreditar que se fazendo contas é que se obtém a formação 
necessária para atuar profissionalmente, não consegue agregar 
outros recursos à sua prática.
Com isso, muitos profissionais condicionam seus alunos 
a fazer uso apenas do lápis e papel, desde os anos iniciais, 
por julgar que a aprendizagem da escrita dos números e das 
operações se dá pela compreensão de princípios e modos de 
operar. Isso é fato, mas a calculadora pode ser deixada de lado, 
com a justificativa de que ela apenas favorecerá a comprovação 
de resultados sem compreensão da operacionalidade dos 
algoritmos, o que poderá tornar os alunos preguiçosos. 
Todavia, se a inserção da calculadora no processo de ensino 
ocorrer como um algoritmo que auxilie no processo de 
validação das técnicas anteriormente empregadas na resolução 
de uma situação: “A calculadora pode permitir aos alunos 
fazerem conjecturas, por exemplo sobre o comportamento 
de certas funções, sobre as propriedades de certas sucessões 
(ASSUDE, 1990, p. 3)”.
Os PCNs apresentam algumas orientações que podem 
ser entendidas como condições para o uso das calculadoras 
no ensino da Matemática:
Dentre as várias razões para seu uso, ressalta-
se a possibilidade de explorar problemas com 
números frequentes nas situações cotidianas 
e que demandam cálculos mais complexos, 
como: os fatores utilizados na conversão de 
moedas, os índices com quatro casas decimais 
(utilizados na correção da poupança), dos 
descontos como 0,25% etc (BRASIL, 1998, 
p. 67).
O aluno no terceiro ciclo, que provavelmente 
não conhece a existência dos irracionais, 
poderá encontrar a solução desse problema, 
utilizando a calculadora para obter um 
resultado aproximado (BRASIL, 1998, p. 114).
[...] a calculadora pode ser um efi ciente recurso 
por possibilitar a construção e análise de 
estratégias que auxiliam na consolidação dos 
signifi cados das operações e no reconhecimento 
e aplicação de suas propriedades. Um exemplo 
pode ser o de desafi ar o aluno a determinar 
o quociente de uma divisão exata sem utilizar 
a tecla de dividir. [...] A calculadora também 
é um recurso interessante para que o aluno 
aperfeiçoe e potencialize sua capacidade de 
estimar (BRASIL, 1998, p. 115).
No trabalho com a estatística, a calculadora é, 
19
muitas vezes, um instrumento imprescindível 
porque os cálculos são muitos e costumam 
ser trabalhosos em virtude dos números 
envolvidos (BRASIL, 1998, p. 136).
Em relação a essas orientações apresentadas para os anos 
finais do ensino fundamental quanto ao uso da calculadora, 
vemos o quanto é importante o processo contínuo de 
aperfeiçoamento do professor, que se manifesta no processo 
de ensino de um conteúdo como um orientador de estudos, 
aquele que faz intervenções e propõe questões que instiguem 
os alunos no processo de buscas por uma resolução.
A utilização da calculadora pelo professor não deveria 
restringir-se apenas aos seus objetivos educacionais. É 
interessante que, na inclusão de quaisquer recursos didáticos 
que venham a ser utilizados no espaço escolar, outros 
integrantes dessa comunidade tenham conhecimento do 
trabalho que pode ter sido desenvolvido pelo colega da sala 
ao lado, para que não recaiam situações em que o aluno se 
reporta ao professor x afirmando que apenas ele não permite 
o uso do recurso enquanto o professor y ou z permite. Uma 
alternativa profícua para evitar situações embaraçosas quanto 
a utilização de recursos como a calculadora em sala de aula, 
é a proposição de projetos, oficinas ou gincanasque levem 
em consideração os interesses coletivos e não somente os 
individuais dos proponentes. 
Para ler e refl etir!
A calculadora e o processo de ensino-aprendizagem
A utilização educativa das calculadoras entrou fi nalmente na ordem 
do dia.
As calculadoras são objectos matemáticos por excelência que o 
desenvolvimento tecnológico se encarregou de tomar em objectos 
de uso corrente. Fazem já parte da vida de todos os dias.
Entre os professores, existe manifestamente uma forte onda de 
interesse pelas suas aplicações. Os projectos de novos currículos 
que tem sido divulgado fazem-lhes referência apontando de diversos 
modos a sua importância como meios auxiliares de ensino.
A utilização normal da calculadora nas aulas, nos testes, e em outras 
actividades, em todos os níveis de escolaridade, poderá constituir um 
importante factor de melhoria do ensino da Matemática aproximando 
a nossa disciplina das outras matérias escolares e da vida prática 
suscitando o interesse dos alunos, alargando e diversifi cando as 
atividades de ensino-aprendizagem.
A máquina de calcular é um instrumento rico de potencialidades para 
a disciplina de Matemática.
Ela pode ser utilizada para apoiar o desenvolvimento de novos 
conceitos, para formular conjecturas e explorar relações Matemáticas 
e para resolver problemas. A calculadora proporciona a exploração 
de novas estratégias e métodos de trabalho, como a tentativa e erro 
e as aproximações sucessivas. Permite alargar o leque de situações a 
considerar, usando valores retirados directamente de problemas da 
vida real, sem se ser submergido pelos cálculos. A calculadora é ela 
própria uma fonte natural de novos problemas e novos conceitos, 
como os de arredondamento, aproximação e convergência.
Num plano ainda mais fundamental, o recurso à calculadora permitirá 
ancorar fi rmemente a actividade Matemática na representação 
numérica onde a grande maioria dos alunos se move mais à vontade, 
partindo daí para as representações gráfi ca e algébrica, mais 
abstractas.
Apesar das calculadoras mais comuns serem relativamente simples, 
o seu domínio implica sempre um esforço de aprendizagem.
É preciso saber quais as funções das diferentes teclas, que 
prioridades estão estabelecidas para as diversas operações, como 
tirar partido das memórias. Mas, além disso, é preciso saber como 
as usar de forma crítica, conhecer as suas limitações, desenvolver o 
sentido do número e ser capaz de decidir se uma certa resposta faz 
ou não sentido, avaliando assim os resultados obtidos.
A introdução da calculadora nos programas só será um passo 
verdadeiramente positivo se perspectivar a sua utilização 
generalizada, tendo em conta todos estes aspectos, no quadro da 
diversifi cação das estratégias de ensino e da implicação do aluno no 
processo de aprendizagem.
No entanto, embora com grandes potencialidades. a calculadora não 
passa de um instrumento.
Num processo de inovação educacional são sempre de esperar 
difi culdades e contratempos. Não faltarão anedotas com exemplos 
caricatos, pretendendo demonstrar as vantagens do cálculo com 
papel e lápis e dos métodos tradicionais. Mas a verdade é que não 
devemos atribuir à calculadora nem um carácter milagroso, nem 
um carácter demoníaco. Como qualquer outro instrumento, pode, 
simplesmente, ser bem ou mal usada.
Por isso, o factor decisivo que irá determinar a extensão e a 
natureza das mudanças que a sua utilização generalizada poderá 
estimular será, naturalmente, o que neste domínio vierem a fazer os 
professores.
O uso das calculadoras não anuncia o fi m do cálculo mas implica que 
o cálculo seja encarado de uma outra maneira. Estimula novas formas 
de trabalhar favorecendo uma atitude mais prática e experimental na 
Matemática. Dá um relevo importante à actividade de conjecturação 
e à resolução de problemas, mas exige uma cuidada formação crítica 
dos alunos.
A utilização educativa das calculadoras não deve por isso ser vista 
como uma simples alteração menor, conduzindo a um pequeno 
reajustamento de dois ou três capítulos do programa e deixando o 
resto inalterado. Pelo contrário, deve traduzir uma mudança profunda 
nas concepções e nas práticas pedagógicas na nossa disciplina.
Esta mudança tem de ser apoiada por um esforço generalizado de 
formação, produção de materiais de apoio, realização de encontros 
de trocas de experiências e refl exão pedagógica, de informação 
acerca dos novos objectivos aos professores das outras disciplinas, 
aos pais e aos alunos. Uma contribuição fundamental neste processo 
poderá igualmente ser proporcionada pela investigação que já se 
desenvolve nesta área.
Em termos internacionais, terá de se dizer que as calculadoras 
chegam tarde entre nós ao ensino da Matemática.
Mas, aproveitando a experiência dos outros, perspectivando de forma 
ampla a sua utilização educativa e fazendo o necessário trabalho de 
formação de professores, é bem possível que se venha a concluir no 
futuro que, em Portugal, mais do que em muitos outros países, as 
calculadoras exerceram um grande contributo para a renovação do 
ensino da nossa disciplina.
João Pedro da Ponte
2 - Atividades com a calculadora
20Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática
Nessa seção serão apresentadas algumas sugestões 
de atividades introdutórias que perpassam a etapa de 
alfabetização Matemática nos anos iniciais, anos finais do 
ensino fundamental e ensino médio.
Anos Iniciais do Ensino Fundamental
É importante que, nesse nível de escolaridade, o professor 
familiarize os alunos com a calculadora comum, que explique 
as funções das teclas e permita que os alunos investiguem as 
partes que as constituem, com questionamentos como: qual a 
função da tecla On? Que tecla devo apertar para apagar o que 
está escrito no visor? Como desligar a calculadora?
• Introduzir a calculadora para mostrar a 
compatibilidade de registro numérico escrito 
(Exemplo: 2 + 5 = 7) e a codificação das teclas 
apertadas.
• Introduzir no momento em que se deseja estudar 
alguma regularidade numérica (Exemplo: para 
observar a geração da sequência de números naturais 
usando a sequência de teclas [+] 1 [=]).
• Uma exploração livre pode ser um primeiro passo, 
permitindo que os alunos:
- Localizem as teclas de números, letras e sinais;
- Percebam que ao ligar a calculadora aparece 0 
(zero) no visor; 
- Observem que ao digitar, por exemplo, 436: no 
visor o 4 se desloca para a esquerda para deixar 
o espaço que ocupava para o 3 e, em seguida 
para o 6.
- Alguns exercícios simples, que poderiam 
ser propostos para complementar o primeiro 
contato:
Ao apertar a 
tecla
aparece no visor 
(por exemplo) comentário possível
On 0. “On” liga a calculadora
4 4.
5 45.
6 456.
CE/C (ou ON/C) 0. CE/C (ou ON/C) apaga o que estava no visor e escreve 0
OBS: Quando a calculadora está ligada sempre aparece 
alguma coisa no visor.
Ao apertar a 
tecla
Aparece no visor (por 
exemplo)
Comentário 
possível
5 5.
+ 5.
3 3.
= 8. A calculadora calcula!
Outras atividades, dependendo dos conhecimentos dos 
alunos:
• Fazer aparecer no visor o maior número que 
se conhece de um algarismo, 2 algarismos; de 3 
algarismos;
• Idem com o menor número de um algarismo, dois 
algarismos, …;
• Pedir para apertar as teclas 5 [+] 3 [=], observar 
o que aparece no visor e verificar o resultado que 
aparece se continuar apertando a tecla [=] (ou após a 
tecla [+] ou a tecla de uma outra operação). Quando 
apertamos a tecla do símbolo =, pois ela pode não 
corresponder ao símbolo matemático de =.
Atividade para o aluno escolher entre o cálculo mental e 
cálculo com a calculadora. 
Cálculo
O que você utiliza?
Resultado
a calculadora? o cálculo mental?
8 + 2
47 + 18
8 – 1
7 + 7 + 7 + 7
50 – 20
67 – 38
200 + 200 + 200
100 + 40 + 5
47 x 13
Anos Finais do Ensino Fundamental
A calculadora pode ser utilizada em jogos quando 
se pretende aperfeiçoar algumas técnicas e operar com 
determinados conjuntos. Vejamos um jogo sugerido no site 
do Mathema:
QUAIS SÃO OS NÚMEROS?
Objetivos- operações com números inteiros; relações entre a soma e o 
produto - das raízes e os coefi cientes de uma equação de segundo 
grau;
desenvolver estimativa e cálculo mental; promover a análise de erros.
Recomendação
A partir do 9º ano.
Jogadores
Grupo de 4 alunos
Material
Calculadoras que tenham a tecla +/- (uma por grupo).
Pode ser usada a do computador. Para acionar a calculadora 
do Windows (até clique em Iniciar > Programas > acessórios > 
calculadora.
Regras
 O objetivo do jogo é descobrir os números escolhidos pelos 
outros componentes do grupo. Sem que os outros vejam, cada 
componente do grupo escolhe dois números inteiros (entre – 30 e + 
30) e calcula a soma é o produto entre eles.
 Os componentes decidem a ordem dos jogadores e o tempo 
disponível para a descoberta dos números, que não pode ultrapassar 
três minutos para cada par de números. Na sua vez, um componente 
diz aos demais a soma e o produto dos dois números escolhidos 
por ele, conforme o exemplo: “A soma dos dois números é – 16 e 
o produto dos dois números é 48”. Os outros devem descobrir, no 
menor espaço de tempo possível, quais foram os dois números 
21
escolhidos.
 Se algum jogador descobrir os números escolhidos pelo colega 
dentro do limite estipulado, ganha cinco pontos. Se isso não ocorrer, 
o jogador que escolheu os números ganha 10 pontos. Vence aquele 
que, ao final de oito rodadas, obtiver o maior número de pontos.
Jogue com seus alunos pelo menos mais duas vezes. Converse 
com eles para saber como fizeram para determinar o número 
desconhecido. Se possível, registre no quadro, em forma de texto, as 
estratégias utilizadas. Solicite, então, que realizem novamente o jogo 
utilizando uma das estratégias registradas pela turma.
Após a vivência, proponha os seguintes problemas:
a) João escolheu os números – 20 e + 15. Quais números ele dirá aos 
outros componentes do grupo dele?
b) Ana disse a soma é – 15 e o produto é 56. Cláudia disse que os 
números que ela escolheu foram o – 8 e o 7. Ela acertou? Por quê?
c) Quando um jogador diz: a soma é 0 e o produto é n (um número 
entre -900 e + 900), o que podemos afirmar, com certeza, sobre os 
números escolhidos por esse jogador?
d) E se fosse o contrário, isto é, soma n (um número entre – 60 e 
+ 60) e produto 0? O que podemos afirmar, com certeza, sobre os 
números escolhidos por esse jogador?
Discuta com a turma a resolução dos problemas propostos 
garantindo a participação de todos.
Atenção professor
Organize os grupos e, se for preciso, relembre como determinar a 
soma e o produto de dois números inteiros em uma calculadora. A 
soma – 6 – 4 pode ser encontrada, por exemplo, assim: 6 +/- + +/- 
4 =; e o produto entre esses dois números pode ser determinado 
teclando-se: 6 +/- * 4 +/- =.
De acordo com os PCNs, a calculadora se apresenta 
como “um recurso por possibilitar a construção e análise 
de estratégias que auxiliam na consolidação dos significados 
das operações e no reconhecimento e aplicação de suas 
propriedades (BRASIL, 1998. p. 115).” Além disso, 
encontramos ainda para essa etapa da educação básica, como 
orientação, a possibilidade de uso para realizar estimativas, 
obter resultados aproximados em casos de cálculos que 
envolvem a radiciação, em situações-problema que envolvem 
juros e até mesmo preenchimento de planilhas.
Situação-problema proposta nos Parâmetros Curriculares Nacionais 
– Terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental (p. 119 – 120)
O exemplo a seguir mostra uma situação em que o aluno perceberá 
as vantagens do uso de letras (como variáveis) para generalizar um 
procedimento, bem como reconhecerá a letra ora funcionando 
como variável, ora como incógnita.
“O dono de um grande estabelecimento concluiu que o preço de 
uma determinada linha de produtos deveria ser vendida a varejo 
com um valor majorado em 40% sobre o de custo para que a 
margem de lucro fosse significativa.”
Após discussões, os alunos anotariam os cálculos em uma tabela do 
tipo:
O aluno poderá descrever oralmente os procedimentos e em 
seguida empregar a noção de variável para indicar genericamente 
o preço de venda (V) dos produtos em função do preço de custo (P): 
V = P + P x 0,4.
Para esse exemplo, pode propor questões do tipo: qual é o preço 
de custo de uma mercadoria que tem o preço de venda R$ 11,20?. É 
interessante solicitar aos alunos que façam inicialmente estimativas 
e depois procurem estabelecer procedimentos (inclusive por meio 
da calculadora) que possibilitem responder a situações como essa. 
Para isso, não é necessário que eles já conheçam as técnicas de 
resolução de equações do primeiro grau, mas que percebam o novo 
significado da letra P, agora uma incógnita: P + P x 0,4 = 11,20.
A situação-problema citada poderá favorecer o desenvolvimento 
de um trabalho que visa à simplificação de expressões algébricas. 
Para tanto, os alunos devem se apropriar de algumas convenções da 
notação algébrica, como: escrever as constantes antes das variáveis 
e eliminar o sinal de multiplicação. Desse modo, poderão escrever P 
+ 0,4P em vez de P + P x 0,4. Para simplificar a expressão P + 0,4P eles 
se defrontarão com a propriedade distributiva: P + 0,4P = (1 + 0,4)P = 
1,4P. Assim, o aluno resolve mais facilmente a equação 1,4P = 11,20, 
descobrindo qual é o número que multiplicado por 1,4 resulta 11,20. 
Situações-problema como essas podem ser ampliadas de modo que 
deixem ainda mais claras para o aluno as vantagens de determinar 
expressões algébricas para o preenchimento de planilhas.
Ensino Médio 
Joana tinha duas notas de 100 reais na carteira, mas 
precisava pagar uma dívida de 360 reais. Ao sair de casa, ligou 
para sua mãe pedindo alguma ajuda financeira, e recebeu um 
depósito de 50% do valor da dívida, e depois ligou para seu 
pai que depositou 30% do valor restante (sem saber que Joana 
tinha algum dinheiro com ela). Após sacar todo o dinheiro 
no caixa rápido e pagar a dívida, quanto ficou de troco Joana?
(Caderno de Exercícios – OBMEP. Disponível 
em: <https://portaldosaber.obmep.org.br/uploads/
material/8b4r8gqam7oco.pdf>. Acesso em: 16 de janeiro de 
2019.
Calculadora como passatempo
A calculadora pode ser proposta como um recurso 
que auxilie os alunos a desvendar enigmas ou passatempos. 
A depender da situação, poderá se caracterizar como uma 
atividade de investigação. Veja o exemplo e tente responder:
Pegue sua calculadora e calcule:
6 x 6
66 x 66
666 x 666
22Tec. Dig. de Inf. e Com.no Ens. de Matemática
6.666 x 6.666
66.666 x 66.666
666.666 x 666.666
6.666.666 x 6.666.666
66.666.666 x 66.666.666
Faça o experimento até acabarem os algarismos da sua calculadora. 
Depois disso, de qualquer forma, você já deveria ser capaz de 
adivinhar o que acontece.
* Passatempo disponível em: STEWART, I. Incríveis passatempos 
matemáticos, Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
Retomando a aula
Chegamos ao fi nal da nossa segunda aula. Vamos 
recordar?
1 – A calculadora como recurso didático no processo 
de ensino e aprendizagem da Matemática
A calculadora é um instrumento comumente usado pelas 
pessoas. No entanto, quando pensamos no uso da calculadora 
no espaço escolar, não podemos dizer o mesmo. Em muitas 
situações, é proibido o uso da calculadora com a justificativa 
de que a utilização pelos alunos poderá limitar o aprendizado 
das operações Matemática e que nos processos seletivos 
não será permitido o uso. Mas o que vemos, é que mesmo 
sem o uso da calculadora, nossos alunos ainda apresentam 
dificuldades com as operações Matemáticas, em aprender a 
tabuada e outros tantos conteúdos previstos no currículo. Será 
mesmo que o problema é a calculadora? De acordo com os 
Parâmetros Curriculares Nacionais, podemos observar que a 
calculadora é um recurso didático potencializador no processo 
de ensino e aprendizagem da Matemática contribuindo para a 
descoberta de novos conceitos e compreensão das diferentes 
representações. Assim, compete ao professor organizar 
situações que se apresentem aos alunos como desafios, 
que os levema pesquisar, elaborar conjecturas, elencar 
procedimentos de modo a construir conhecimentos em um 
espaço com possibilidades para além do uso do papel e lápis.
2 – Atividades com a calculadora
Nessa seção, apresentamos algumas atividades como 
propostas para você, caro aluno e futuro professor de 
Matemática, resolver e/ou adaptar aos níveis de escolaridades 
nos quais poderão atuar na Educação Básica. Representam 
algumas de inúmeras possibilidades que existem de trabalho 
com esse recurso. Deixamos algumas ideias e alertamos 
que na prática como educador, você terá a incumbência de 
pesquisar, avaliar as potencialidades e limitações, averiguar a 
aplicabilidade para o nível de seus alunos e, assim, mediar a 
utilização em sala de aula.
BRASIL, Secretária de Educação Fundamental. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática, primeiro e 
segundo ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 
1997. 142 p.
PONTE, João Pedro. A calculadora e o processo de ensino-
aprendizagem. Revista Educação e Matemática. Lisboa, n. 11, p. 
1-2, jul./set. 1989.
SELVA, A.C.V.; BORBA, R.E.S.R.. O uso da calculadora 
nos anos iniciais do ensino fundamental. 2010. Autêntica, Belo 
Horizonte: 2010.
SCHIFFL, Daniela. Um estudo sobre a calculadora no 
ensino de Matemática. Dissertação de Mestrado Profissionalizante 
em Ensino de Física e de Matemática. Santa Maria: UNIFRA 
(Centro Universitário Franciscano), 2006.
Vale a pena ler
KUMAYAMA, H.; WAGNER, E.. Vamos usar a 
calculadora? Revista do Professor de Matemática – RPM, nº 
26, São Paulo: 1994. Disponível em: <http://www.rpm.
org.br/cdrpm/26/5.htm> MATHEMA, formação e pesquisa. 
Quais são os números? Disponível em: <http://mathema.com.
br/jogos-fundamental2/quais-sao-os-numeros-2/>.
Vale a pena acessar
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