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AULA - Direito Civil 4 - Direitos reais

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Direitos reais (art. 1.196 a 1.510 CC)
· Os direitos reais ou direito das coisas traduzem um conjunto de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, segundo uma finalidade social.
· Direito das coisas seria o gênero, sendo suas espécies: direitos reais e posse.
· Pode ser dividido em direitos reais sobre: 
· Coisa própria - propriedade.
· Coisa alheia – posse, gozo (superfície, servidão, usufruto, uso, habitação, concessão de uso especial para moradia, laje), garantia (penhor, hipoteca, anticrese), aquisição (compromisso de compra e venda).
Distinção
· Direito das coisas – representa um complexo de normas que regulamenta as relações dominiais, poderes, existentes entre a pessoa humana e coisas apropriáveis. É mais amplo que os direitos reais.
· Direitos reais – são os direitos subjetivos de ter como seus bens, relação jurídica da pessoa na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é de sua propriedade.
Direito subjetivo
· É o poder que a lei confere a pessoa para exigir determinada prestação de outrem, dividindo-se em: pessoais e reais.
Classificação direito pessoais x reais
Quanto a taxatividade
· Pessoais – não são taxativos, como previsto no art. 425 CC, o que prevalece é a atipicidade, formado pela vontade das partes.
· Reais – são encontrados no art. 1.225 CC, criado por lei.
Quanto aos destinatários ou sujeitos
· Pessoais – tem destinatários certos e determinados.
· Reais – destinatários incertos e indeterminados, sendo um sujeito passivo universal. O titular do direito pode opor/exigir o direito contra toda a coletividade.
Quanto ao objeto
· Pessoais – objeto é a prestação, fazer, não fazer, pagar (incorpóreo).
· Reais – o objeto é a coisa, a coisa deve estar envolvida (corpóreo).
Quanto aos efeitos e ação
· Pessoais – contra quem integra a relação; os efeitos “inter parts”, atinge somente as partes relacionadas.
· Reais – contra quem detém a coisa; efeitos “erga omnes”, atinge a coletividade.
Quanto a garantia e a violação
· Pessoais - Recai sobre o patrimônio do devedor; quando não cumpre o estipulado.
· Reais - Recai sobre as coisas; quando ocorre esbulho ou turbação.
Quanto a Aderência 
· Pessoais – não tem característica aderente.
· Reais – O direito acompanha a coisa, aonde quer que ele esteja. 
· Sequela – é o direito que o proprietário tem de reaver o bem de quem a possua injustamente.
· Ambulatoriedade – poder que um titular de direito real tem de seguir a coisa onde quer que ela esteja.
Quanto a duração
· Pessoais – são transitórios, prescritíveis.
· Reais – são perpétuos, imprescritíveis e hereditários. Não são extintos pela falta de uso, salvo exceções (direito reais de coisa alheia de fruição – direito de habitação, de uso, de usufruto, de servidão).
Obrigações mistas
· Obrigação com eficácia real – tem todas as características de direito pessoal, e apenas uma característica de direito real (oponibilidade “erga omnes”).
· Ex.: clausula de vigência (art. 8º lei 8.245/91 e art. 576 CC).
· Obrigação “propter rem” – são aquelas que surgem com a simples aquisição de um direito real.
· Promitente comprador responde pelas obrigações “propter rem”, desde que esteja emitido na posse do bem.
· Quando por hasta publica, via leilão, arrematação, as obrigações não se transferem. Devido o valor pago se sub-rogar no valor das dívidas.
· Na adjudicação, há transferência das obrigações.
· As obrigações em relação ao direito de vizinhança e direito ambiental se transferem.
Posse (art. 1.196 a 1.224 CC)
· É uma situação de fato, direito real, que regula a relação entre a pessoa e a coisa, baseada na vontade objetiva das leis que cria uma relação jurídica, protegida pelo legislado.
· Teoria adotada é a objetiva do Ihering, contendo o elemento “corpus” e “affectio tenedi”.
· Poder de usufruir do que lhe a dado o direito e de defender contra terceiros e do proprietário (art. 1.210 CC).
· Autotutela (art. 1.210 CC) – deve ser atual, proporcional e imediata.
· Possuidor – age como dono e sua conduta se assemelha ao do dono.
· Não existe posse de:
· Coisa fora do comercio;
· Advinda de atos violentos e clandestinos (art. 1.208 CC);
· Tampouco de bens públicos (uso de bem é mera detenção consentida);
· Coisa de uso comum;
Natureza da posse
· Fato e direito - Tem natureza dúplice, sendo ela de fato e direito, pois pode existir sem regras, porém, são protegidas pelo direito, em razão de produzirem consequências jurídicas.
· Real, de fato e pessoal - A teoria tríptica da posse diz que ela pode ser direito real, quando advier da propriedade, pode ser direito pessoal, quando advier de relação contratual, por exemplo, e pode ser fato, nas situações não reguladas pelo direito em que ela se verifique.
Distinção
· Posse – relação de pessoa e coisa, fundada em vontade de possuir, ou seja, relação de fato.
· Propriedade - relação de pessoa e coisa, fundada na vontade objetiva da lei, ou seja, relação de direito.
Figuras da posse
· Jus possessionis – direito fundado de fato, sem título, autônomo. Pessoa não é proprietário, só detém a posse de fato (ex.: possuidor).
· Jus possidendi – proprietário da coisa e como tal pode exercer a posse e até desmembrar (ex.: proprietário).
· Famulo da posse (art. 1.198 CC) – não possui, mas segue instruções do proprietário ou legitimo possuidor (ex.: mero detentor da coisa).
· Constituto possessório (ou cláusula constituti) - consiste na operação jurídica que altera a titularidade da posse, de maneira que, aquele que possuía em próprio nome passa a possuir em nome de outrem (Ex.: Vendo a minha casa, mas permaneço como inquilino).
· “Traditio brevi manu” - Aquele que possuía em nome de outrem, passa a possuir em nome próprio (ex.: inquilino que compra a casa do senhorio).
· Posse precária - É uma posse a título de favor, que pode ser requisitada a qualquer momento. Este empréstimo não tem aptidão a gerar usucapião, pois lhe falta o “animus domini”. Segundo a doutrina de Clóvis Beviláqua, a concessão da posse precária, uma posse de favor, é lícita (En. 237 JDC).
Classificação
Quanto a origem da posse
· Originária – quando não houver relação de posse anterior com a atual.
· Não contrai vícios que existiram na posse anterior.
· Derivada – quando houver anuência do anterior possuidor, como na tradição.
· Contrai vícios que existiram na posse anterior.
Quanto ao modo de exercício (art. 1.197 CC)
· Direta - é a daquele que cede o uso do bem e é proprietário da coisa.
· Indireta – é aquele que recebeu o uso do bem em virtude de contrato, é temporário e deriva.
Quanto a simultaneidade do exercício 
· Composse - poder simultâneo de duas pessoas sobre a mesma coisa, cada uma de per si. Podendo cada um exercer a proteção possessória contra o outro, se necessário. É a situação pela qual duas ou mais pessoa exercem, simultaneamente, poderes possessórios sobre a mesma coisa.
· Composse pro indiviso - todos exercem ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa, os poderes de fato, pertencendo a cada qual uma parte ideal apenas.
· Composse pro diviso – não a divisão de terceiros, mas sim de fato, para a utilização pacifica do direito de cada possuidor.
· Não confundir com concorrência de posse, que é o desdobramento direto e indireto, da-se o fenômeno da existência de posses de natureza diversa sobre a mesma coisa, tendo cada possuídos o exercício limitado ao âmbito especifico da sua.
· Pro diviso - é exercida simultaneamente (composse), estabelecendo-se, porém, uma divisão de fato entre os compossuidores;
· Pro indiviso - é aquela em que se exercem, ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa, os poderes de utilização ou exploração comum do bem;
Quanto aos vícios (art. 1.200 CC)
· Justa - é a exercida em harmonia como ordenamento jurídico, ou seja, não violenta, clandestina ou precária (En. 302 e 303 da JDC).
· Injusta - é a adquirida ou exercida em contrariedade com o ordenamento jurídico (precária, violenta, clandestina); a posse injusta não pode ser convertida em justa pela vontade do possuidor nem mesmo pelo decursode tempo (exceto art. 1.208 CC). 
· Precária (“Nec precário”) - adquirida mediante abuso de confiança (retenção indevida); 
· Violenta (“Nec vim”) - adquirida ou exercida mediante o uso de força física; 
· Clandestina (“ec clam”) - adquirida ou exercida sem o conhecimento público, isto é, às ocultas (exemplo furto, ocupação escondida);
Quanto ao elemento psicológico ou subjetividade
· De boa-fé (art. 1.201 CC) - quando o possuidor está convicto de que a coisa Ihe pertence;
· Já possua o bem há mais de 15 anos (usucapião extraordinário); tenha se apropriado de res derelicta (isto é, coisa abandonada);
· Tenha justo título (presunção juris tantum);
· De má-fé (art. 1.202 CC) - quando ele tem ciência de que a coisa contém vícios ou obstáculos que impedem sua aquisição (subjetividade);
Quanto aos efeitos
· Ad interdicta - é aquela hábil à proteção pelos interditos possessórios, para que se caracterize basta que seja justa;
· Ad usucapionem - é a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido em lei, deferindo a seu titular a aquisição do domínio através da posse, desde que obedecidos os requisitos legais (art. 1.242 CC - usucapião ordinária; 1.238 – usucapião extraordinária); 
· Jurídica ou civil - é aquela que se transmite ou se adquire pelo título (por força de lei); ex.: constituto possessório = A vende sua casa a B, mas continua no imóvel como inquilino; B fica como possuidor indireto mesmo sem tê-la ocupado fisicamente. 
Quanto a idade
· Velha - mais de um ano e um dia (art. 558 CPC).
· Nova – menos de um ano e um dia. Tem direito a tutela (art. 562 a 564 CPC).
Quanto ao desempenho da atividade
· Produtiva e prolabore – obtida por uma pessoa com a finalidade de efetuar atividade de trabalho no imóvel (função social ao imóvel).
· Improdutiva – imóvel inútil, não explorado.
Posse própria e imprópria
· Posse própria - é a daquele que tem animus domini (intenção de submeter a coisa ao exercício de um direito real).
· Posse imprópria - é a daquele que tem posse subordinada a de outra pessoa, que tem posse própria.
Aquisição da posse (art. 1.204, 1.205 e 1.223 CC)
· Na data da aquisição se inicia a contagem para o início do prazo da prescrição, e o início do lapso de ano e dia.
· Pode ser adquirida por qualquer pessoa que pretende, desde que seja capaz, já os incapazes, através de representação ou assistência. Terceiros também (art. 1.205, II e 861 CC).
· Atos que não induzem a posse:
· Atos de mera permissão – são oriundos de anuência expressa ou concessão do dono, podendo ser revogada a qualquer momento (ex. fazer uma janela).
· Atos de tolerância – comportamento omisso do possuidor, (sem caracterizar renuncia a posse), de admitir atividade de terceiros, e não intervir. Não cede direito, mas retira a ilicitude
Métodos de aquisição
· Apreensão (coisa móvel) – consiste na apropriação unilateral de coisa "sem dono" (res derelictae) ou de coisa de ninguém (res nullius).
· Exercício de um direito real – consiste na manifestação externa do direito que pode ser objeto da relação possessória (servidão, uso).
· Ambos são modos originários. 
· Ocupação (coisa imóvel);
· Tradição – é a simples entrega e anuência em receber da coisa, após um negócio jurídico bilateral.
· Transmissão.
· Acessão - É a posse continuada pela soma do tempo do atual possuidor com o de seus antecessores, que pode abranger tanto a sucessão (arts. 1.784 e 1.206, 1.207, 1°. parte - sucessão universal, isto é, transferência de do universo de todo o patrimônio do de cujus) como a união (sucessão singular, como compra e venda, doação). 
· Neste caso não há a continuidade de posses, mas posse nova desligada da do alienante. 
Efeitos da posse (art. 1.210 a 1.222 CC)
· Proteção possessória - pelo uso dos interditos ou ações possessórias e pela auto defesa ou desforço imediato.
· Percepção dos frutos (art. 1.214 a 1.216 CC).
· Posse de má-fé na percepção (art. 1.216 CC), posse de boa-fé (art. 1.214, CC).
· O conceito de boa-fé é a alma das relações sociais, devendo observar se o possuidor estiver com boa-fé estará equiparado como dono. 
· Terá de restituir todos os frutos colhidos e percebidos durante a sua posse, sob pena de efetuar o pagamento do valor a eles equivalente; 
· Tem o direito de ser ressarcido pelas despesas decorrentes da produção e do custeio do bem (evitar o enriquecimento ilícito); 
· Responde pelas perdas ou deterioração da coisa, ainda que acidental (mas poderá exonerar-se se demonstrar que a deterioração ocorreria mesmo sob a posse do que pretende a indenização).
· Além da defesa da posse por meio dos interditos acima, outro efeito da posse é a possibilidade ou não de percepção dos frutos oriundos da coisa. 
· Responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa (art. 1.217 a 1.218 CC).
· Deterioração e qualquer dano causado sobre uma coisa, que diminui o seu valor econômico, porém não o destrói por completo.
· Possuidor de boa-fé - apenas responde se a bem se deteriorou por sua culpa (art. 1.217 CC).
· Possuidor de má-fé - responsável pela deterioração, perda ou inutilização da coisa, ainda que acidental, exceto se comprovar que a coisa seria deteriorada, perdida ou inutilizada ainda que estivesse em poder do real possuidor (art. 1.218 CC), mesmo em caso fortuito e força maior
· Indenização e retenção por benfeitorias (art. 1.219 a 1.220 CC, S. 335 STJ).
· A benfeitoria é uma coisa acessória à outra que importa acréscimo ou melhoramento implementado no bem principal pelo interessado.
· O direito de retenção por benfeitorias decorre do fato de o possuidor ter um crédito perante a titular de bem, em razão de benfeitorias nele implantada.
· Aquisição da propriedade por usucapião.
Perda da posse (art. 1.223 CC)
· Abandono – dar-se-á quando o possuidor renuncia a posse.
· Tradição – transferência da posse para outrem.
· Perda – quando não se encontra coisa perdida (art. 1.233 CC).
· Destruição - decorre de evento natural ou fortuito, de ato do próprio possuidor ou de terceiro. 
· Colocação fora do comércio - por ter sido colocada fora do comércio por motivo de ordem pública, de moralidade, de higiene ou de segurança coletiva, não podendo ser, assim, possuída porque é impossível de exercer, com exclusividade, os poderes inerentes ao domínio. Tornou-se inaproveitável ou inalienável.
· Posse de outrem – ocorre no momento que outrem obtém a detenção da coisa, sendo superior a um ano e um dia (sem manifesto do proprietário), adquirira a posse e posteriormente a propriedade por usucapião.
· Constituto possessorio: também pode acarretar a perda de p1osse em razão de cláusula constituti, altera a relação possessória.
· Posse de direito – pela impossibilidade de seu exercício (art. 1.196 e 1.223 CC); pelo desuso (art. 1.389, III CC).
Propriedade (art. 1.228 a 1.276 CC)
· Consiste numa relação de pessoa e coisa fundada na vontade do possuidor, criando mera relação de fato, exteriorizando um direito de propriedade e protegida pelo direito até que se mostre o contrário, por isso transitória, distinta e protegida pelo legislador para garantir a paz e harmonia social.
· Lhe fornece todos os atributos.
· Tem posse direta.
· Quando todas as prerrogativas acham-se reunidas em uma só pessoa, diz-se que é ela titular da propriedade plena. Entretanto, a propriedade poderá ser limitada quando algum ou alguns dos poderes inerentes ao domínio se destacarem e se incorporarem ao patrimônio de outra pessoa.
· Protege-se a posse para proteger a propriedade, da:
· Violência, e assegura a paz social.
· Por que a situação de fato aparente ser uma situação de direito (posse é a aparecia.
· Frutos (art. 1.232 CC) - Trata-se de uma consequência do princípio de que o acessório segue o principal (salvo disposições legais, como o art. 1.284 que trata dos frutos caídos no vizinho, por exemplo).
· Transcrição do título: O domínio, porém, só se transfere: pela tradição, se for coisa móvel (art. 1.267); E pelo registro do título translativo, se for coisa imóvel (art. 1.245).
Propriedade limitada
· Onerada em relação a um ou mais sub direitos de propriedade.· Por vontade do proprietário, em favor de terceiro (usufruto).
· Por conveniência de um negócio jurídico (garantias reais).
· Por exigência legal (ex.: hipoteca legal, nos casos previstos pelo art. 1.489 CC).
· Por circunstancia inerentes à modalidade de propriedade e sua função social (vizinhança, função social da propriedade). 
Objeto do direito de Propriedade (art. 1.228 CC):
· Usar (“jus utendi”) - é colocar a coisa a serviço do titular sem alterar-lhe a substância (morar, emprestar etc.);
· Gozar (“jus fruendi”) - significa extrair dele benefícios e vantagens (percepção dos frutos, tanto naturais como dispor (jus abutendi ou disponendi) envolve o poder de consumir o bem, alterar-lhe sua substância, aliená-lo ou gravá-lo. É o poder mais abrangente, pois quem pode dispor da coisa dela também pode usar e gozar. 
· Reavé-la (“rei vindicatio”) - é o exercício do direito de sequela, ou seja, de reivindicá-la de quem injustamente a possua.
· Engloba os bens corpóreos (como os móveis e imóveis) e incorpóreos (imateriais).
· Tem, portanto, como regra geral, todos os bens apropriáveis. 
· O direito de propriedade é o direito mais amplo da pessoa em relação à coisa.
Limitações (art. 1.231 CC)
· Tem por objetivo proteger interesse publico como o interesse privado, levando em consideração a necessidade social de coexistência.
· Restrições constitucionais:
· Desapropriação (art. 182 §4º CF);
· Exploração de atividades relacionadas ao solo (jazidas, recursos hídricos) (art. 176 CF);
· Freios à atividade empresarial – função social da propriedade, princ. da ordem econômica (art. 170, II CF).
· Limitações Administrativas 
· Requisição de imóvel (período eleitoral, guerra, necessidade e urgência); 
· Segurança pública (normatização de horários de funcionamento e localização de estabelecimentos considerados perigosos); 
· Saúde pública (fabricação de gêneros alimentícios, medicamentos, higiene dos estabelecimentos etc.).
· Limitações penais
· Confisco (art. 243 CF e art. 3º, VI lei 8.009/90)
· Limitações ambientais (art. 225 CF, e lei 10.257/10).
· Limitações Civis (art. 1.228 §1º e 2º CC) - A propriedade, como visto, sofre restrições em vista de sua função social, desde as limitações impostas pela CF, passando pelo CC (direito de vizinhança): 
· Veda-se a perturbação da paz ou sossego dos vizinhos, bem como o uso nocivo do bem que comprometa a vida, saúde ou segurança; 
· As passagens forçadas, para que se tenha acesso à via pública, fonte ou porto;
· As árvores limítrofes entre imóveis confinantes; 
· O escoamento natural das águas; 
· Os limites entre prédios (fixação de marcos de divisão); 
· Direito de construção (de acordo com as regras municipais e o respeito aos vizinhos); 
· Direito de tapagem, isto é, de levantar cercas e muros.
· Por vontade das partes
· Instituição por vontade das partes de bem de família, que torna o imóvel impenhorável (arts. 1.711 a 1.722 do CC).
· Instituição legal de bem de família (Lei n° 8.009/1990)
Classificação
Quanto à origem
· Originária - quando desvinculada de qualquer relação com titular anterior (nela não existe relação jurídica de transmissão: aquisição por usucapião e acessão natural); 
· Derivada - quando houver relação jurídica com o antecessor (transmissão de propriedade de um sujeito a outro, tanto por ato inter vivos como por atos mortis causa).
Aquisição da propriedade imóvel
· A aquisição segundo o CC, pode se dar pela: usucapião, pelo registro público, e por acessão. A de se falar também em direito hereditário. 
· Importante observar que o contrato particular é instrumento de direitos e obrigações (direitos pessoais), mas não de transferência de propriedade.
A aquisição pode ser a: 
· Título singular - que tem por objeto bem ou bens certos e individualizados (exemplo legatário que recebe bem testamento); 
· Título universal - quando a universalidade de bens é transferida, como na transmissão hereditária.
Usucapião (arts. 1.238 a 1.244)
· Não existe usucapião derivado, pois somente ocorre quanto se transfere o bem a outro.
· Também chamada de prescrição aquisitiva. É modo originário de aquisição da propriedade de outros direitos reais suscetíveis de exercício continuado (entre eles as servidões e o usufruto) pela posse prolongada no tempo, acompanhada de certos requisitos exigidos pela lei.
· É chamada de prescrição aquisitiva em confronto com a prescrição extintiva, que é disciplinada nos arts. 205 e 206 do CC. Em ambas aparece o elemento tempo influindo na aquisição e na extinção de direitos.
· Não há usucapião de terreno.
Requisitos da usucapião
· Coisa suscetível de ser usucapida;
· Posse contínua, pacífica e com animus domini;
· Posse justa (sem os vícios da violência, clandestinida ou precariedade); 
· Justo título e boa-fé (somente para a ordinária).
· O decurso do tempo.
Vedações
· Entre cônjuges, na constância do casamento; 
· Entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
· Contra os absolutamente incapazes (art. 198);
· Imóveis públicos (art. 191 CF).
Bens não possíveis de usucapião 
· Os fora de comércio (insuscetíveis de apropriação pelo homem, como o ar), 
· Os bens públicos (art. 102 CC); 
· Os legalmente indisponíveis (como os bens de uso comum, de uso especial, de incapazes, os direitos de personalidade e os órgãos do corpo humano). 
· Os bens indisponíveis pela vontade humana (clausula de inalienabilidade) não têm força de subtrair o bem da prescrição aquisitiva, qualquer um pode usucapir.
· A posse Ad Interdicta não dá direito a posse aquisitiva, já a posse ad usucapionem, permite.
· E se alguém esbulhou a posse durante o período ad usucapionem, deve-se ingressar com a ação possessória.
· E se o usucapiente mudar-se para outro local, não significa abandono da posse.
Espécies de usucapião de bens imóveis
Usucapião extraordinária (1.238 CC)
· Posse de 15 anos, sem necessidade de ser moradia habitual; ou 10 se for moradia habitual ou nele tiver realizado obras e serviços de caráter produtivo; 
· Dispensa-se os requisitos de boa-fé e justo título.
Usucapião ordinária (1.242 CC) 
· Exige-se justo título (escritura lavrado no cartório de notas) e boa-fé (acreditar que ela era proprietária).
· Justo título - é o que seria hábil para transmitir o domínio e a posse se não contivesse nenhum vício impeditivo dessa transmissão. 
· Boa-fé - a posse se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, está convicto de que não está ofendendo direito alheio.
· Posse de 10 anos; ou 5 anos se o imóvel for adquirido onerosamente com registro no cartório (cancelada posteriormente), utilizado como moradia ou investimentos social e econômico;
Especial 
· Requisitos especiais: Usar o imóvel para moradia; Necessidade de não ter outro imóvel (urbano ou rural); Metragem máxima: Urbano: 250m²; Rural: 50hec
· Urbana (Lei n° 12.424/11 e 1.240 CC, art. 183 CF, Art. 9º Lei 10.257)
· Rural (art. 191 CF e 1.239 CC) – é necessário que torne a propriedade produtiva com seu trabalho ou de sua família. 
· Coletiva (art. 10 Lei 10.257/01) -para sua moradia; por 5 anos; ininterruptamente; sem oposição; não sejam proprietários de outros imóveis; onde não seja possível identificar os terrenos ocupados individualmente (comunidade).
· Especial indígena (Estatuto do Índio, Lei n° 6.001/73) - Trata-se de modo de aquisição de propriedade em favor do índio, integrado ou não, com prazo de 10 anos e limite de 50hc de terra.
Usucapião por Abandono de Lar ou Familiar (art. 1.240-A, CC);
· Por 2 anos; sem interrupção (contínua); sem oposição daquele que abandonou - (posse mansa e pacífica); posse da totalidade do imóvel; animus domini; utilizando-a como moradia própria ou familiar; não sendo proprietário de outro imóvel (urbano ou rural).
· Aquele que sofre no âmbito familiar e sai, não caracteriza como abandono voluntario do lar, nem por decisão judicial.
· Pessoa que sai, para ir para outra família, porem paga pensão, não caracteriza.
Usucapião extrajudicial (art. 216-A, Lei n° 6.015/73)
· Processada no Cartório de Registro de Imóveis, e nãoem juízo, prevendo a possibilidade de o Poder Público legitimar a posse de ocupantes de imóveis públicos ou particulares.
· Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, instruído com: (Incluído pela Lei n° 13.105, de 2015).
Acréscimo de posse dos antecessores 
· Embora a lei exija a continuidade da posse, permite o art. 1.243 o acréscimo de posse. 
· O possuidor pode, portanto, demonstrar que mantém posse ad usucapionem por si e por seus antecessores. CC, art. 1.243 "O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé".
· Ação de usucapião - o possuidor com posse ad usucapionem pode ajuizar ação declaratória no foro da situação do imóvel, que será clara e precisamente individuado na inicial. O procedimento é comum (art. 246 CPC). 
Aquisição pelo Registro do Título (arts. 1.245 a 1.247)
· A mera escritura ou elaboração do contrato, não basta para a transferência do imóvel, é necessário o registro. Tem presunção relativa. 
· Formalidades para o registro do título: Tão logo o título seja protocolizado, faz-se a prenotação, devendo o oficial examiná-lo, e caso esteja em ordem, será registrado. Em contrário, havendo exigência a ser satisfeita, indicá-la- á por escrito, tendo interessado 30 dias para regularização.
· Suscitação de dúvida - é pedido de natureza administrativa, formulado pelo oficial, a requerimento do apresentante de título imobiliário, para que o juiz competente decida sobre a legitimidade da exigência feita, como condição de registro pretendido. 
· Trata-se de procedimento administrativo, por meio do qual o Judiciário se manifesta sobre o entendimento do cartório, ante a existência de um inconformismo do interessado. 
Distinção
· Título - origem da transmissão, concede fundamento jurídico.
· Registro - dota de eficácia real, transforma em direito real (não ocorre na usucapião, acessão e sucessão).
Matrícula, Registro e Averbação
a) Matrícula: Todo imóvel terá uma matrícula, correspondendo a uma numeração, onde serão feitas todas as anotações referentes ao imóvel, como venda, doação, sucessão hereditária etc. A matrícula é feita por ocasião do 1° registro. 
· Obs.: Não é a matrícula que produz a transferência da propriedade, mas sim o registro.
b) Registro: O registro é ato que efetivamente acarreta a transferência da propriedade. O número inicial da matrícula é mantido, mas os subsequentes registros receberão numerações diferentes, em ordem cronológica, vinculados ao número da matrícula-base
c) Averbação: É qualquer anotação feita à margem de um registro, para indicar as alterações ocorridas no imóvel, seja quanto à sua situação física (edificação, mudança de nome de rua), seja quanto à situação jurídica do seu proprietário (estado civil, por exemplo). Averbam-se fatos posteriores à matricula e ao registro, que não alteram a essência desses atos.
Retificação e Anulação do registro
· É admissível quando há inexatidão nos lançamentos, isto é, se o teor do registro de imóveis não exprimir a verdade (CC, ar. 1.247, LRP, 212). 
· A retificação pode ser feita extrajudicialmente quando não afete direitos de terceiros. 
· Anulação do registro: o judiciário poderá declarar a invalidade do registro (art. 248 LRP).
Acessões (art. 1.248 CC)
· Acessão vem a ser o direito em razão do qual o proprietário de um bem passa a adquirir o domínio de tudo aquilo que a ele se adere. 
· É modo originário de aquisição da propriedade, criado por lei, em virtude do qual tudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo ao seu proprietário. Predomina o princípio de que o acessório segue o principal. 
· Não existe acessão derivada, somente originaria.
Espécies
· Físicas ou naturais: Formação de ilhas; Avulsão; Aluvião; Álveo abandonado. 
· Industriais: Construção de obras; Plantação.
Ilhas (art. 1.249)
· São formadas por força natural (acúmulo de areia e materiais levados pela correnteza).
· Se estiver no meio do rio divide-se entre os dois proprietários; se mais para um lado do que para outro, considera-se acréscimo aos terrenos ribeirinhos fronteiriços desse mesmo lado (art. 1.249 CC). 
· Ocorre de acordo com sua situação ou posição no leito dos rios e somente interessam aos rios não navegáveis, por pertencer ao domínio particular.
Aluvião (art. 1.250)
· É o aumento insensível que o rio anexa às terras, tão vagarosamente que seria impossível, em dado momento, apreciar a quantidade acrescida (acessório segue o principal, art. 1.250 CC). 
· O favorecido não está obrigado a pagar indenização ao prejudicado.
· Aluvião imprópria - É o mesmo aumento da margem, mas sim em virtude da retração da água.
Da Avulsão (art. 1.251)
· Decorre de força súbita da corrente (correnteza) que arranca uma parte considerável de um prédio arrojando-a sobre outro (art. 1.251, 1°. parte).
· O acréscimo passa a pertencer ao dono da coisa principal, mas se o dono do prédio desfalcado reclamar, dentro do prazo decadencial de 1 ano, o dono do prédio acrescido terá que indenizar ou aquiescer a que se remova a parte acrescida (art. 1.251 CC).
Álveo Abandonado (art. 1.252)
· A aquisição da propriedade por álveo abandonado se dará quando o rio secar ou as águas mudarem definitivamente seu curso. 
· O álveo abandonado de rio público ou particular pertence aos ribeirinhos das duas margens, e os limites dos imóveis confinantes não sofrem modificações se o curso d'água que serve de divisa vem a ser alterado.
Construções e Plantações (arts. 1.253 a 1.259)
· As construções e plantações são chamadas de acessões industriais ou artificiais, porque derivam de um comportamento ativo do homem. 
· Existe uma presunção (juris tantum) de que toda construção ou plantação existente em um terreno foi feita pelo proprietário e à sua custa (art. 1.253 e 1.254 do CC).
· As acessões se incorporam ao solo, assim que edificar ou plantar em terreno próprio sementes ou matérias de terceiro, esse terceiro deverá ser indenizado, respondendo ainda por perdas e danos se tiver procedido de má-fé (art. 1.254 CC).
· Já quem planta, edifica em terreno alheio, perde em proveito do proprietário 
· Boa-fé - ocupado área que julgava ser sua, tem direito à indenização (art. 1.255 CC), embora perca suas construções ou plantações. 
· Má-fé – ficará a critério do proprietário, se destruirá ou não, sem direito à indenização.
· Construção ou plantação que exceder consideravelmente o limite do terreno, se estiver de boa-fé, poderá adquirir a propriedade do terreno mediante pagamento de indenização (espécie de desapropriação no interesse privado, art. 1.255, § ún.). 
· Configura-se a denominada acessão inversa, lastreada no princípio da função social da propriedade (Carlos Roberto Gonçalves, p. 132).
· Caso o proprietário não queira vender será compelido a fazê-lo pelo judiciário (art. 1.255, parágrafo único). 
· Caso haja má-fé de ambos, o proprietário fica com as sementes, plantas e construções (devido a circunstância da acessão artificial ser uma modalidade aquisitiva de domínio), mas é obrigado a ressarcir o valor das acessões (art. 1.256 CC).
· E quando terceiro de boa-fé planta ou edifica com semente ou material de outrem, em terreno igualmente alheio, dono das sementes perderá sua propriedade, mas será indenizado pelo plantador ou construtor. Mas se este não puder pagá-la pagará o proprietário do solo (resp. subsidiariamente, art. 1.257, par.un. CC).
· Caso da construção feita em solo próprio que invade solo alheio (zona lindeira), for inferior à proporção da 20° parte do terreno, e seja de boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade do solo invadido, mediante indenização (art. 1.258 CC), mas caso exceda esta proporção, responderá pela indenização que representetambém o valor da área perdida mais a desvalorização da área remanescente (art. 1.258 in fine).
Da aquisição da propriedade móvel
· Ordinária (art. 1.260): a possuir como sua, continua e incontestavelmente, durante 3 anos, com justo título e boa fé. 
· Usucapião Extraordinária (art. 1.261) posse por 5 anos. 
· Ocupação (art. 1.263): É modo originário de aquisição de bens móveis e consiste na tomada de posse de coisa sem dono, com a intenção de se tornar proprietário (res nullius) ou abandonadas (res derelictae).
· Achado do tesouro (art. 1.264 a 1266) É o depósito oculto de moedas ou coisas preciosas das quais não se conhece o dono. A quem pertencerá o achado? Se em prédio próprio, o achado será seu; se em prédio alheio terá que ser dividido com o proprietário (descoberto ao acaso); se em prédio alheio, mas descoberto sem a permissão do dono: o tesouro será do dono do terreno.; se achado por empregado = empregador. 
· Tradição (art. 1.267) A tradição vem a ser a entrega da coisa móvel ao adquirente, com a intenção de Ihe transferir o domínio, em razão de título translativo de propriedade (1.267 e 1.226). Envolve a imissão do adquirente na posse da coisa mobiliária. Pelo sistema legal brasileiro, o contrato, por si só, não transfere a propriedade, gerando apenas obrigações. 
· Especificação (art. 1.269) Dá-se a especificação quando uma pessoa, trabalhando em matéria-prima, obtém espécie nova (transformação de coisa móvel em espécie nova, por exemplo: a bolsa em relação ao couro, a pintura em relação a tela).
· A quem pertencerá o domínio da coisa nova? E se a matéria for de outrem? Pertence ao artista, indenizando o dono da pedra.
· Confusão, comistão e adjunção - Quando coisas pertencentes a pessoas diversas se mesclarem de tal forma que seja impossível separá-las, tem-se: confusão = mistura de coisas líquidas; comistão = mistura de coisas sólidas ou comistão secas; adjunção = justaposição de uma coisa a outra.
· Determina a lei: se as coisas puderem ser separadas, sem deterioração, cada qual continuará com seu domínio (art. 1.272); se for impossível a separação constituir-se-á um condomínio forçado (1.272, § 1°); se uma das coisas puder ser considerada principal, o respectivo dono sê-lo-á do todo, indenizando os demais proprietários pelo valor das coisas acessórias (1.272, § 2°). 
· Direitos Hereditários - A 4ª. Modalidade de aquisição da propriedade é pelo direito hereditário, que depende do fato da morte, de titular de algum patrimônio. Pelo princípio da saisine estampado no artigo 1.784 CC, tudo se transmite aos herdeiros, posse e propriedade, sem intervalo de tempo, ou seja, imediatamente à morte do titular do patrimônio.
Perda da propriedade
· O direito de propriedade, sendo perpétuo, só poderá ser perdido (art. 1.275): pela vontade do dono (alienação, renúncia, abandono); ou por causa legal (perecimento, usucapião, desapropriação etc.). 
· OBS.: O simples não-uso, sem as características de abandono, não determina a sua perda.
· Alienação (art. 1.275 I) - contrato (negócio jurídico bilateral) pelo qual o titular transfere a propriedade a outra pessoa (oneroso ou gratuito). 
· Vale lembrar que na alienação de imóvel a lei exige a formalidade da transcrição para a perda da propriedade no alienante (1.275, § único).
· Renúncia (art. 1.275 II) - é ato unilateral pelo qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa de forma expressa em favor de terceiro. Maria Helena Diniz ensina que este terceiro não precisa manifestar-se sobre a aceitação.
· Abandono (art. 1.275 III e 1.276 § 1° e 2°) - é ato unilateral pelo qual o titular abre mão de seus direitos sobre a coisa de forma não expressa (ex.: para de pagar impostos sobre o imóvel – “presunção iure et de iure”). Como o nosso ordenamento não comporta a ideia de imóvel sem dono, prevê no artigo 1.276 § 1° que este será arrecadado pelo município, se for rural pela União (bem vago).
· Perecimento (art. 1.275 IV) - como não há direito sem objeto, com o perecimento, que decorre da perda do objeto, o direito de propriedade se extingue.
· Rascunho ..., [13.10.20 17:13]
· Desapropriação administrativa (art. 1.275 V, art. 1.228, § 3° CC, art. 182, 184 da CF) - decorre da necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.
· Desapropriação judicial ou expropriação (art. 1.228, § 4° e 5°) - decorre da posse pro labore ou posse trabalho. 
· Trata-se de desapropriação ou expropriação fundada na função social da propriedade e na valorização do trabalho criador, enriquecida pelo valor laborativa. 
· Maria Helena Diniz adverte que o magistrado deverá agir com prudência e bom senso, já que estará diante de vários conceitos abertos, como: • extensa área, considerável número de pessoas, • interesse social e econômico.
Direito de vizinhança (art. 1.277 a 1.313 CC)
· Conjunto de regras e princípios, de direito pessoal, que visa regular e limitar relações entre vizinhos.
· Tais direitos podem ser entendidos como obrigações “propter rem” não importando quem seja o proprietário ou possuidor: 
· Uso anormal da propriedade - 
· Passagem forçada; Direito de construir.
· Não exige registro no cartório.
· Arvore e frutos (art. 1.282 CC)
Limitações (art. 1.277 CC).
· Os conflitos são classificados em 3 espécies: ilegais, abusivos e lesivos.
· Ilegais - são os atos ilícitos que obrigam a composição do dano (art. 186), como atear fogo no prédio vizinho, por exemplo; 
· Abusivos - são os que, embora o causador do incômodo se mantenha nos limites de sua propriedade, mesmo assim vem a prejudicar o vizinho, muitas vezes sob a forma de barulho excessivo (teoria do abuso do direito, inserta no art. 187 do CC que considera ilícitos os atos praticados no exercício irregular de um direito); 
· Lesivos - os que causam danos ao vizinho, embora o agente não esteja fazendo uso anormal de sua propriedade, por exemplo, o caso de usinagem cuja fuligem esteja prejudicando ou poluindo o ambiente.
· Desta forma veda-se o exercício de direitos de propriedade que possam causar prejuízos:
· Pela perturbação do sossego, ameaça ou prejuízo à vida, à saúde e á segurança; por ocasionar dificuldades de acesso à via pública; 
· Decorrentes de árvores limítrofes; 
· Em virtude escoamento de águas;
· Em razão de fixação de marcos;
· Decorrentes do exercício de construção;
· Decorrentes de tapagem de muros ou cercas.
· Aquele que vier a ser prejudicado pelo mau uso da propriedade poderá:
· Utilizar-se do interdito proibitório (ação possessória que visa coibir a ameaça);
· Solicitar providências da autoridade policial (perturbação do sossego/prejuízo à segurança);
· Reclamar junto ao poder público municipal;
· Reclamar junto à autoridade sanitária;
· Notificar o proprietário;
· Propor ação indenizatória pelos danos físicos ou psíquicos à personalidade porventura verificados.
Ação de danos infecto (art. 1.280 CC) 
· Dano infecto é o dano iminente. Essa ação visa resguardar o proprietário ou possuidor de uma probabilidade de dano (medidas judiciais preventivas).
Passagem forçada (art. 1.285 CC) 
· Dá-se a passagem forçada quando o proprietário de um prédio encravado (
· sem saída para a via pública) se utiliza de uma área do prédio vizinho para atingir a via pública. É direito pessoal (direito de vizinhança) a servidão de passagem não utilizada, por 10 anos, pode acarretar a sua perda (art. 1.389, CC).
· Não confundir passagem forçada com servidão de passagem:
· Servidão de passagem - constitui um direito real sobre coisa alheia e geralmente nasce de um contrato decorrente da conveniência e comodidade do dono de um prédio não encravado que pretende uma comunicação mais fácil e próxima, 
· Passagem forçada - é uma limitação ao direito de vizinhança direito pessoal para prédios encravados (sem acesso às vias públicas), por determinação legal.
· Passagem de cabos e tubulações (art. 1.286 e 1.287 CC) - O proprietário de imóvel é obrigado a permitir passagem de cabos e tubulações (luz, água, esgoto) de utilidade pública em benefício dos imóveis vizinhos, quando por outro modo tal passagem se afigureexcessivamente onerosa.
Águas (art. 1.288 a 1.296 CC) 
· A diferença de altitude entre dois prédios pode ocasionar a passagem de água pelo prédio inferior.
· E o proprietário do prédio superior não pode impedir o escoamento natural das águas ao prédio inferior (o escoamento natural das águas do prédio superior para o inferior chama-se servidão de escoamento), da mesma forma que o proprietário do prédio inferior não pode se recusar a recebê-las.
· O proprietário edificará de maneira que seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho (art. 1.300) deixando entre este e o beiral, quando por outro modo não possa evitar, um intervalo de 10 cm., de modo que as águas escoem (C.Águas, art. 105).
· As águas pluviais não podem ser jogadas em propriedades vizinhas. Pode ser guardada as águas pluviais.
Direito de tapagem (art. 1.297 CC)
· É aquele que o proprietário tem de impedir o acesso ao seu imóvel de animais pertencentes a outros.
· Tapumes Comuns (cercas, muros, valas, etc.) para que se proteja a exclusividade de
· domínios (ambos os proprietários pagam as despesas com os mesmos); e os 
· Tapumes especiais (tela de arame, grade fina etc.) para cercar a propriedade para deter nos seus limites aves e pequenos animais domésticas (galinhas, patos, coelhos etc.), sendo que a despesa com tal tapagem deve ser feita por quem se aproveita, ou seja, pelo dono dos animais
· Ação demarcatória (art. 1.297 CC) - É a medida judicial utilizada para a fixação ou aviventação dos rumos apagados ou destruídos de dois imóveis.
Direito de construção (art. 1.299 a 1.313 CC S. 120 STF)
· Na zona rural, não se pode edificar a menos de três metros do terreno vizinho
· Aberturas para claridade e ventilação (art. 1.301, § 2º).
· Uso do prédio vizinho (art. 1.313 CC)
Ofendículos 
· Verificação se o dano é tolerável ou intolerável (critério do homo medius);
· se o dano for intolerável o juiz:
· primeiramente determinará que seja reduzido a proporções normais art. 1.279;
· se não for possível reduzir o incômodo a níveis suportáveis, então o juiz poderá determinar a cessação da atividade; se a causadora for empresa de utilidade pública e interesse social, será imposto ao causador obrigação de indenizar o vizinho (art. 1.278).
Condomínio (art. 1.314 ao 1.358 CC)
· Condomínio dá ideia de pluralidade no exercício do direito de propriedade sobre determinado bem.
· Proprietário de cada unidade autônoma poderá: alugá-la, cedê-la, gravá-la.
· Sem que necessite de autorização dos demais e este não tem preferência na aquisição, ao contrário do condomínio comum (direito de preferência, art. 504).
· É proibido vender ou alugar garagem para estranhos ao condomínio (art. 1.331 CC).
· Em regra, a propriedade é exclusiva, não podendo ser compartilhada com outros.
· Previsão – dec. Lei 5.481/28, dec. Lei 5.234/43, lei 4.591/64.
· Condomínio necessário ou legal (art. 1.327 a 1.330 CC) - É aquele que a lei estabelece a certos bem cujo a divisão deve ser permanentemente mantida. A vontade das partes é irrelevante.
Classificação
· Condomínios geral, tradicional ou comum
· Voluntario (art. 1.314 CC)
· Necessário ou legal (art. 1.327 a 1.330 CC)
· Edilício (art. 1.331 a 1.358 CC) 
Quanto à origem: 
· Convencional ou voluntário - se origina da vontade dos condôminos, ou seja, quando duas ou mais pessoas adquirem o mesmo bem. 
· Eventual - é o que resulta da vontade de terceiros (doador, testador). 
· Legal - é imposto pela lei, como no caso de paredes, cercas, muros (art. 1.327).
Quanto à forma: 
· Pro diviso - há mera aparência de condomínio, pois cada condômino encontra-se localizado em parte certa e determinada, agindo como dono exclusivo da porção ocupada. 
· Pro indiviso - há comunhão de direito e de fato, não havendo delimitações em partes certas e determinadas. 
· Transitório (convencional ou eventual) - podem ser extintos a qualquer tempo pela vontade de qualquer condômino.
· Permanente - é o legal, que perdura enquanto persistir a situação que o determinou, por exemplo, paredes divisórias.
Quanto ao objeto
· Universal - quando abrange todos os bens (comunhão hereditária). 
· Singular - incide sobre coisa determinada (ex. muro divisório).
Condomínio comum (tradicional)
· É aquele que se forma pelo exercício do mesmo direito de propriedade por duas ou mais pessoas sobre a mesma coisa (Ex.: Casamento - salvo regime de separação; União Estável - Condomínio em relação aos bens comuns; Herança - até que seja proferida uma sentença de partilha, há um condomínio dos herdeiros).
· Condomínio de lotes não tem construção.
· Administração do condomínio (art. 1.323 a 1.326 CC) - O administrado será quem tiver a maior parte ideal.
Deveres e direitos dos condôminos tradicionais (art. 1.314 a 1.322 CC)
· Direito de uso e fruição do todo 
· Direito de defender o todo, independentemente de sua cota;
· Direito de alienar ou dar em garantia a sua cota;
· Direito de preferência do condômino nas alienações onerosas realizadas pelos outros (art. 504 CC);
· Direito de voto;
· Dever de respeitar a finalidade e destinação do bem condominial;
· Dever de não dar posse, uso ou gozo do bem comum a terceiros, sem o consentimento dos demais;
· Dever de rateio das despesas comuns;
· Dever de responsabilidade pelos frutos colhidos isoladamente e pelos danos causados
Extinção (art. 1.320, 1.322 CC)
· Todo e qualquer condômino tem direito potestativo de por fim ao condomínio.
· Pode ser solicitado a qualquer momento, e o procedimento é o mesmo da partilha sucessória, podendo até ser extrajudicial, desde que não haja conflito e que não tenha incapaz envolvido (art. 2.016 CC, art. 588 NCPC).
· O CC procura facilitar a extinção do condomínio a fim de evitar brigas (1.320), contudo se fizeram pacto de não divisão este valerá apenas por 5 anos (§ 1°). Idem se a convenção foi feita por testador ou doador (§ 2°). 
· Pode se dar pela alienação total do bem por um condomínio, quando for indivisível.
· Caso um condômino queira vender sua parte, quem tiver a maior parte poderá comprar, ou quem tiver feito mais benfeitorias, caso não haja, haverá leiloado para os condôminos.
· Sem interessados para comprar, irá para hasta pública.
Condomínio edilício (art. 1.331 a 1.346 CC e Lei 4591/64)
· É uma mistura, a um só tempo, de propriedade individual e de propriedade comum.
· O condomínio de prédios, edilício de casas e edilício de lotes, tem a mesmas características, não se diferenciam.
· O condomínio é composto de unidades autônomas (pode consistir em apartamentos, escritórios, salas, abrigos para veículos, casas em vilas particulares) e áreas comuns. 
· Deveres do condômino (Art. 1.336 CC)
· Multas (Art. 1337 CC) - Às prestações vencidas aplica-se multa de 2%.
· Condomínio antissocial -Poderá ser expulso, “expropriado” de sua unidade residencial particular, (art. 1.337, par.únc. CC, c/c en. 508 JDC).
· Seguro (art. 1.346 CC) - prevê o dever de se fazer seguro de toda a edificação contra riscos de incêndio ou destruição, parcial ou total.
Instituição e constituição do condomínio
· Ato de instituição (art. 1.332 CC) - pode resultar de ato entre vivos e testamento, com inscrição obrigatória no registro de Imóveis, devendo conter, além do disposto em lei especial, a individualização de cada unidade, a determinação da fração ideal atribuída a cada uma relativamente ao terreno e partes comuns, e o fim a que se destinam.
· Ato de constituição (art. 1.333 CC) - Convenção de condomínio; documento escrito no qual se estipulam os direitos e deveres de cada condômino, e deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, 2/3 das frações ideias
· Ato normativo estruturante de grande relevância. Não poderá conter cláusulas contrárias à lei e à ordem pública e bons costumes.
· Qualquer alteração posterior da Convenção reclama quorum de 2/3 das frações ideais, deliberadas em assembleia; 
· Alterações de fachada, destinação do bem, frações ideais exigem unanimidade de votos (Lei 4.591/64, art. 10, § 2°); 
· Além das cláusulas do ato que instituiu o condomínio e as estipuladas pelos condôminos,a Convenção deverá conter o previsto no art. 1.334 CC.
· Regulamento (regimento interno) - Complementa a convenção; geralmente contém regras minuciosas sobre o uso das coisas comuns e é colocado em quadros. 
· O Regimento Interno não demanda quorum legal específico, exceto o fixado na Convenção.
· Uma Assembléia Geral, ordinária ou extraordinária, só é válida se todos os condôminos forem convocados (CC, art. 1354).
Benfeitorias
· voluptuárias: aprovação de 2/3 dos
· Úteis: aprovação da maioria (art. 1.341, I e II);
· Necessárias: não há necessidade de autorização dos condôminos.
Da Administração do Condomínio (arts. 1.347 a 1.356)
· A administração será exercida por um síndico (Pessoa física ou jurídica), com o mandato não excedente a 2 anos, (permitida reeleição), poderá ser condômino ou estranho, mediante remuneração ou gratuito.
· Pode ser assessorado por um Conselho Consultivo (3 condôminos – mandato de 2 anos) é órgão de assessoramento e fiscalização, art. 23 Lei 4.591/64;
· Pode haver um Conselho Fiscal (3 membros eleitos em assembleia, mandato de 2 anos) compete dar parecer sobre as contas do síndico.
· Seção III - Da Extinção do Condomínio (arts. 1.357 e 1.358)

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