Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO Direito Penal INTRODUÇÃO ⇾ Previsto no art. 148 do CP Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de um a três anos. privar – tolher, impedir, tirar o gozo, desapossar. liberdade – liberdade física (direito de ir e vir da pessoa humana), e não intelectual. sequestro – retirar a liberdade de alguém cárcere privado – consiste em prisão promovida por pessoa particular Sequestro Cárcere privado É gênero É espécie Não há confinamento da vítima Há o confinamento da vítima Permite uma maior liberdade de locomoção ao indivíduo sequestrado Restringe bastante a liberdade de locomoção do indivíduo Exemplo: vítima mantida em uma chácara ou fazenda, podendo se locomover no interior da propriedade. Exemplo: vítima mantida dentro de um banheiro OBJETO JURÍDICO ⇾ A liberdade individual. OBJETO MATERIAL ⇾ A pessoa que sofreu a privação da liberdade. ELEMENTARES OBJETIVAS ⇾ Tem que haver a privação de liberdade. Essa privação pode ser por ação ou omissão. Ação – a lei proíbe, mas você age contrário a lei. Omissão – Ex.: caso do hospital que deixa de liberar o paciente que está plenamente recuperado para obrigar o pagamento. Essa privação também pode ser total ou parcial. Total –. Ex.: uma pessoa que está trancada em um quarto, amarrado a um móvel. Parcial – Ex.: a pessoa pode andar dentro de uma certa área, com uma certa liberdade, mas não pode deixar aquele local. ⇾ Além disso, tem que ser feita de duas formas: mediante sequestro ou cárcere privado. SUJEITO ATIVO ⇾ Qualquer pessoa. SUJEITO PASSIVO ⇾ Qualquer pessoa. ⇾ Crime bicomum. Obs.: pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo deste delito. PRATICADO CONTRA O PRESIDENTE ⇾ O sequestro ou cárcere privado praticado contra o Presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do STF, não consiste em crime de sequestro ou cárcere privado. ⇾ Irá configurar crime contra a Segurança Nacional nos termos do art. 28 da Lei de Segurança Nacional. CLASSIFICAÇÃO ⇾ Crime comum ⇾ Crime material ⇾ Crime de forma livre ⇾ Crime comissivo (como regra) ⇾ Crime permanente – sua consumação vai se estender no tempo ⇾ Crime unissubjetivo ⇾ Crime plurissubsistente ELEMENTO SUBJETIVO DO CRIME ⇾ É o dolo na sua modalidade genérica. ⇾ Exceção: dolo específico no inciso IV do §1º ⇾ Não há culpa. CONSUMAÇÃO ⇾ Consuma-se o crime quando ocorre a privação da liberdade de uma pessoa. Para que se consuma é necessário que o tempo que essa pessoa ficou presa ou sequestrada, seja juridicamente relevante. O QUE SERIA TEMPO JURIDICAMENTE RELEVANTE? ⇾ Alguns doutrinadores, atendem que seriam tempo juridicamente relevante em torno de 24 horas. ⇾ É um crime permanente, a sua consumação se estende. E se a pessoa teve sua liberdade tolhida, mas não for por um tempo juridicamente relevante? ⇾ Comete-se o crime de constrangimento ilegal. TENTATIVA ⇾ É admissível apenas na forma plurissubsistente, mas de difícil reparação. ⇾ Na prática, a tentativa ocorreria quando o sequestro ou cárcere privado não ocorresse por razoes alheia a vontade do agente nos termos do artigo 14, inciso II do CP Ex.: uma pessoa está sendo sequestrada, dentro de um carro, passa a viatura da polícia, acha estranho e intervém. Veja que ele tentou sequestrar essa pessoa, ou até mesmo quando a outra consegue escapar do carro. FORMAS QUALIFICADAS ⇾ Previsto no §1º e §2º do art. 148 do CP. § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos Maior reprovabilidade em razão de atingir o grupo familiar do autor, ou de atingir um idoso, indivíduo que possui menor chance de defender-se. Essa última redação da vítima ser maior de 60 anos, decorre do Estatuto do Idoso. ATENÇÃO!! - Se o indivíduo for vítima do sequestro aos 59 anos, e completar 60 em cativeiro, INCIDIRÁ a qualificadora! II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital; O legislador pune com mais rigor a pessoa que se utiliza de uma internação para na prática cometer o crime. A lei vai punir essa dissimulação. Tem-se a utilização de uma verdadeira fraude, utilizada para ludibriar a vítima e fazê-la ser internada sem determinação médica. III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias. Maior reprovabilidade advém do maior sofrimento da vítima e de sua família. É modalidade de crime a prazo, e a quantidade de dias deve ser contada incluindo o dia em que se iniciou a privação de liberdade da vítima. IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos Maior nível de reprovabilidade advém da maior vulnerabilidade da vítima de menos idade. É modalidade de crime a prazo, e a quantidade de dias deve ser contada incluindo o dia em que se iniciou a privação de liberdade da vítima. Se a vítima for menor de 18 anos ao tempo da ação ou omissão, qualificasse o crime. V – se o crime é praticado com fins libidinosos Única hipótese de dolo específico para o crime de sequestro e cárcere privado. Quando uma pessoa sequestra ou mantem em cárcere privado para satisfazer seu prazer sexual § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Estamos diante de um crime qualificado pelo resultado. Trata-se de modalidade qualificada pelo resultado, quando a vitima sobre grave sofrimento físico ou moral em razão de maus-tratos ou da natureza do cativeiro. A pena passa a ser de RECLUSÃO, e não de detenção! Ação Penal ⇾ Ação Penal Pública Incondicionada
Compartilhar