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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO SEMANA 3 1 • INTERPRETAÇÃO DE TEXTO • PROF. CLEMILSON Questão 01 Disponível em: http://brasil.elpais.com. Acesso em: 12 nov. 2018. Em uma noite tensa, cheia de surpresas e reviravoltas, o bilionário Donald Trump elegeu-se presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 12 nov. 2018 (adaptado). Disponível em: http://noblat.oglobo.globo.com. Acesso em: 12 nov. 2018. As três publicações anteriores referem-se a Donald Trump, presidente dos EUA. A principal função social de cada uma dessas três publicações é, respectivamente, A) persuadir, socializar e informar. B) comover, analisar uma situação e entreter. C) registrar uma situação, noticiar e persuadir. D) entreter, informar e sintetizar uma situação. E) divertir, convencer e registrar uma situação. Questão 02 Futuro do pretérito Não sei como é pra vocês, mas eu acho complicado ser brasileiro. Sinto-me como alguém que casou com uma pessoa cheia de defeitos na expectativa de mudá-la. Por isso a frase “o Brasil é o país do futuro” (livre adaptação que fizemos do título de um livro de Stefan Zweig, “Brasil, um País do Futuro”) vem bem a calhar. O que eu amo não é tanto o país em que vivo, é uma projeção do que o país poderia ser se... E se e se e se e se e se e se e se e se e bota “se” aí. Às vezes o Brasil é uma esperança, às vezes um delírio e na maior parte do tempo é apenas uma triste constatação. Impossível nos divorciarmos, contudo: mesmo que eu fosse pras ilhas Fiji eu continuaria a ser brasileiro. Foi aqui que nasci, é em português que eu falo, penso, sonho e crio os meus filhos, então só me resta agarrar-me a esta projeção e amar esta ideia vaga do que nós um dia poderíamos ser. (Não é à toa que conjugo o verbo “poder” no futuro do pretérito, esse tempo verbal banhado em melancolia). Meu amigo Gustavo me mostrou outro dia o anúncio de um apartamento à venda com a seguinte frase: “Grande potencial para reforma!”. Maneira não muito sutil que a imobiliária arrumou para informar que o imóvel estava caindo aos pedaços. “O Brasil é o país do futuro” não deixa de ter o mesmo significado: se é no futuro que nos realizaremos é porque no presente, bem, tá cheio de taco solto, fiação podre, infiltrações e trincas. No entanto, postergando as reformas, aqui vivemos. É muito esquisito ser brasileiro. (Antonio Prata. www.folha.uol.com.br, 03.03.2019. Adaptado.) QUESTÃO 14 A estratégia argumentativa empregada pelo autor para mostrar que é complicado ser brasileiro se baseia na A) comparação do Brasil a um imóvel cujo estado de degradação não o impede de ser adotado como lar. B) preterição da ideia de deixar o Brasil para esquecer seus vínculos afetivos com o país de origem. C) citação ao livro de Stefan Zweig, reforçando a ideia do promissor Brasil contemporâneo. D) alusão ao casamento, metáfora do amor ao Brasil, o que permite esquecer rapidamente seus defeitos. E) interpelação à consciência do cidadão, indiferente às mazelas imutáveis constatadas no Brasil. Questão 03 O título do texto e a passagem “E se e se e se e se e se e se e se e se e bota ‘se’ aí” (1° parágrafo) circunscrevem a análise do autor ao campo da A) atemporalidade. B) precisão. C) objetividade. D) ordem. E) conjectura. 2 Questão 04 A ascensão das novas tecnologias de comunicação causou alvoroço, quando não gerou discursos apocalípticos acerca da finitude dos objetos nos quais se ancorava a cultura letrada. As atenções voltaram-se, sobretudo, para o mais difundido de todos esses objetos: o livro impresso. A crer nesses diagnósticos sombrios, os livros e a noção romântica de autoria estavam fadados ao desaparecimento. O triunfo do hipertexto e a difusão dos e-books inscreveriam um marco na linha do tempo, semelhante aos daqueles suscitados pelo advento da escrita e da “revolução do impresso”. Decerto porque as mudanças no padrão tecnológico de comunicação alteram práticas e representações culturais. Contudo, os investigadores insistem que uma perspectiva evolutiva e progressiva acaba por obscurecer o fato de que as normas, as funções e os usos da cultura letrada não são compartilhados de maneira igual, como também não anulam as formas precedentes. Apesar dos avanços, a história da leitura não pode restringir seu interesse ao livro, tendo de considerar outras formas de impresso de ampla circulação e suportes de textos não impressos. Isso é particularmente relevante no Brasil, onde a imprensa aportou tardiamente e o letramento custou a se espalhar pela sociedade. SCHAPOCHNIK, N. Cultura letrada: objetos e práticas – uma introdução. In: ABREU, M.; SCHAPOCHNIK, N. (Org.). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas. Campinas: Mercado das Letras, 2005 (adaptado). Nesse texto, ao abordar o desenvolvimento da cultura letrada no país, o autor defende a ideia de que A) livros eletrônicos revolucionam ações de letramento. B) veículos midiáticos interferem na formação de leitores. C) tecnologias de leitura novas desconsideram as anteriores. D) aparatos tecnológicos prejudicam hábitos culturais. E) práticas distintas constroem a história da leitura. Questão 05 O símbolo @ existe desde o Império Romano. Representava a palavra latina “ad”, que indica lugar. O próprio sinal tenta mostrar um “a” dentro de um “d”. No Brasil, o símbolo acabou representando uma medida de peso, a arroba, que equivale a 15 quilos. O termo era usado na Espanha e derivava do árabe “ar-rubá”, que quer dizer “peso”. Em 1972, o engenheiro americano Ray Tomlinson resolveu utilizar o símbolo para indicar o local em que o usuário do e-mail está. ARRAIS, D. A história curiosa de símbolos e da pontuação na escrita. Exame, 16 ago. 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br>. Acesso em: 30 jul. 2018. A história do símbolo @ revela que ele, embora seja associado à era digital, não foi criado especificamente para ela. O significado que justifica sua utilização nos endereços de e-mail atualmente é o da A) origem latina do símbolo, que indica lugar. B) ideia de peso presente na palavra original. C) utilização dada pelos brasileiros para o símbolo. D) palavra utilizada na Espanha e derivada do árabe. E) opção do usuário de e-mail por escolher seu serviço. Questão 06 Do questionamento da personagem Mafalda, depreende-se uma crítica A) ao crescimento demográfico. B) à mercantilização da infância. C) à precariedade da educação. D) à generalização do consumismo. E) à desumanização do mundo. Questão 07 Em geral, as festas no Brasil se voltam para uma reunião de pessoas que comemoram um batizado, um casamento, uma data cívica ou um dia consagrado a um santo. As datas comemorativas brasileiras mais esperadas do ano são o Natal, o Carnaval e o São João. A sequência de gestos, passos e movimentos corporais, acompanhados pelo ritmo musical, que expressam estados emocionais e situações imaginárias de uma determinada cultura, são chamados de dança folclórica. É a partir dos costumes populares que se dá sua origem, seja ela ritual, mágica, religiosa, voltada para a guerra ou para a arte. No Brasil, a dança folclórica é um dos pontos mais fortes da cultura. Conhecido por seu povo alegre e entusiasmado, o país possui os estilos mais variados e significativos, como produto de uma grande difusão cultural. As danças nordestinas. No ritmo nordestino. As danças folclóricas, sendo uma manifestação da cultura, A) favorecem o trabalho da indústria cultural, pois trabalham com sons e ritmos massificados e desprovidos de caráter identitário. B) diferem das demais pelo apuro técnico envolvido no seu processo de criação e na organização de seus movimentos e gestos. C) procuram expressar, em seus gestos e coreografias, situações do cotidianoda comunidade a que pertencem, revelando a cosmovisão do grupo. D) compreendem expressões culturais estrangeiras e universais que evitam o diálogo com a cultura local de um determinado grupo social. E) desprezam os significados sociais e culturais de um determinado grupo, pois focalizam sua atenção no apelo universal. 3 Questão 08 José Carlos Almeida Cruz ganhou notoriedade em Osasco, na Grande São Paulo, depois de aparecer na TV fazendo uma “selfie” para registrar o acidente envolvendo policiais durante a passagem da tocha olímpica pela cidade, na quinta-feira (21). Zé Carlos ganhou memes na internet, críticas por não ter ajudado os acidentados e o apelido de “Tiozinho da selfie”. "Na hora eu só pensei na foto, em poder guardar uma lembrança. Era um momento único", disse. A atitude do homem de 47 anos em sacar o celular e posar para a própria foto com o acidente ao fundo foi filmada e chamou a atenção quando apareceu na TV e na internet. Mesmo sem intenção, ele ficou famoso nas redes sociais. Disponível em: < http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/07/so-pensei-na-foto-diz- autor- de-selfie-em-acidente-no-tour-da-tocha-olimpica.html> Acesso em: 01 out. 2018. O gênero notícia tem a função primordial de informar sobre fatos ocorridos. O texto é uma notícia cujos fatos narrados A) questionam as críticas feitas na internet sobre a selfie de José Carlos. B) criticam satiricamente o comportamento de José Carlos. C) denunciam a falta de cuidado com a tocha olímpica. D) enfatizam a fama que José Carlos ganhou com sua atitude. E) promovem reflexão sobre atitudes egoístas em detrimento de atitudes solidárias. Questão 09 [...] As danças de origem africana geralmente são feitas em círculos ou em fileiras. Os participantes comumente dançam descalços mantendo a tradição de respeito à terra, pois, na visão do homem africano, pertencemos à terra assim como nossos ancestrais. Poucas vezes se dança sozinho, há grande preferência pelas danças de pares. Os dançarinos batem palmas, cantam, improvisam, desafiam, mostram suas habilidades sonoro-corporais. Assim como a música ou o teatro, a dança é uma forma de contar histórias. Conforme a teoria musical, o ritmo é a organização do tempo do som, e as músicas e danças de origem africanas são fundamentalmente rítmicas. O ritmo é uma maneira de transmitir o movimento da vida, como as batidas do coração. O som, cujo tempo se ordena no ritmo, no sistema yorubá é considerado um condutor de axé (força vital) por excelência. [...] GUERRA, D. Danças brasileiras de matriz africana: “Quem dança, seus males espanta!”. Revista África e africanidades, Rio de Janeiro, ano I, n. 4, fev. 2019. Disponível em: <http:// www.africaeafricanidades.com.br>. Acesso em: 18 set. 2018. O texto apresenta algumas características das danças africanas. As informações presentes permitem identificar o(a) A) conceito de teoria musical para o povo africano. B) ideia de gosto musical presente entre os africanos. C) inspiração dos africanos para compor músicas e coreografias. D) maneira como se dá especial ênfase à estética nessas danças. E) significado dos movimentos e as formas de organização das danças. Questão 10 Ao discutir o processo acerca da forma adequada de se ler uma tirinha e, posteriormente, demonstrar com ironia as formas com que costumeiramente os leitores analisam as tirinhas, o texto promove seu foco na função da linguagem A) apelativa. B) emotiva. C) fática. D) metalinguística. E) referencial. 4 Questão 11 Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br. Acesso em: 6 nov. 2018. Para convencer o leitor do anúncio anteriormente apresentado, buscou-se A) comovê-lo, apresentando-lhe uma foto e citando algumas características pessoais de uma adolescente que precisa receber uma doação de sangue. B) intimidá-lo ao dar a entender que ele poderia ser um entre os milhares de indivíduos que podem algum dia precisar de doação de sangue. C) descontraí-lo ao apresentar os hobbies de uma menina de quinze anos de idade que precisa de doação de sangue. D) impor-lhe um comportamento ao ordenar que ele procure um hemocentro e doe sangue a qualquer pessoa. E) chantageá-lo, atribuindo a ele a responsabilidade de cura de pessoas que precisam de doação de sangue. Questão 12 Nas minhas andanças como consultor em tecnologias educacionais, tenho notado que o WhatsApp tem sido cada vez mais adotado como uma versátil ferramenta de comunicação nas escolas — não tinha como ser diferente, afinal, só no Brasil, o aplicativo contabiliza mais de 100 milhões de usuários! Um dos exemplos é de Wagner Soeiro, professor de Geografia na EM Darcy Ribeiro, em uma escola pública de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Ele criou um grupo para cada classe e usa o aplicativo para tirar dúvidas sobre a disciplina e compartilhar as tarefas de casa. Mensagens com gírias típicas das comunicações virtuais e respostas em áudio são permitidas. O importante é saber se o aluno aprendeu o conteúdo. Esporadicamente, ele ainda envia desafios para os grupos, estimulando que se aprofundem em determinados temas. “Com a facilidade de contato, aumentamos o número de alunos que entregam suas tarefas e trabalhos”, conta. Afinal, as desculpas de que não sabiam que tinham lição ou de que esqueceram a data de entrega acabaram, já que, com o aplicativo, é possível saber se uma pessoa recebeu a mensagem e se a leu. (“Como usar o WhatsApp na escola”. https://novaescola.org.br, 26.07.2016. Adaptado.) A experiência de aprendizagem apresentada no texto mostra o aplicativo WhatsApp como A) uma possibilidade de ampliação do conhecimento, por meio de uma interação colaborativa entre os alunos participantes. B) uma forma de reduzir a capacidade intelectual dos alunos, já que nela se permitem gírias típicas das mensagens virtuais. C) uma nova forma de monitoramento da dedicação dos alunos aos estudos, deixando-se para segundo plano a relação com o conhecimento. D) um desafio de difícil enfrentamento para os alunos, já que os grupos são constantemente expostos a novos temas. E) um recurso de alcance pedagógico limitado, já que o objetivo do seu uso é tão somente tirar dúvidas dos alunos e compartilhar tarefas. Questão 13 Filha do compositor Paulo Leminski lança disco com suas canções “Leminskanções” dá novos arranjos a 24 composições do poeta Frequentemente, a cantora e compositora Estrela Ruiz é questionada sobre a influência da poesia de seu pai, Paulo Leminski, na música que ela produz. “A minha infância foi música, música, música”, responde veementemente, lembrando que, antes de poeta, Leminski era compositor. Estrela frisa a faceta musical do pai em Leminskanções. Duplo, o álbum soma Essa noite vai ter sol, com 13 composições assinadas apenas por Leminski, e Se nem for terra, se transformar, que tem 11 parcerias com nomes como sua mulher, Alice Ruiz, com quem compôs uma única faixa, Itamar Assumpção e Moraes Moreira. BOMFIM, M. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br. Acesso em: 22 ago. 2014 (adaptado). gêneros textuais são caracterizados por meio de seus recursos expressivos e suas intenções comunicativas. Esse texto enquadra-se no gênero A) biografia, por fazer referência à vida da artista. B) relato, por trazer o depoimento da filha do artista. C) notícia, por informar ao leitor sobre o lançamento do disco. D) resenha, por apresentar as características do disco. E) reportagem, por abordar peculiaridades sobre a vida da artista. 5 Questão 14 Ausência Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar emmim. E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres, porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim. “Ausência”, de Carlos Drummond de Andrade. O eu lírico do poema revela que mudou sua opinião a respeito da ausência porque A) passou a entender que ela é um sentimento inerente a ele. B) encontrou nela a resposta para sua ignorância sobre a vida. C) assimilou o estado de desespero permitido pela falta de alguém. D) aderiu ao individualismo e deixou de sentir a falta dos outros. E) sentiu, depois de algum tempo, a ausência de alguém perdido. Questão 15 ● Fábula “A tartaruga e a águia” do escritor grego Esopo (620 a.C.?-564 a.C.?). Uma tartaruga pediu a uma águia que a ensinasse a voar. A ave tentou dissuadi-la: – Voar é completamente contrário à sua natureza. Mas a tartaruga suplicou e insistiu ainda mais. Então a águia pegou a tartaruga com suas garras, levou-a até bem alto no céu e depois a soltou. A tartaruga caiu nos rochedos e se espatifou. (Fábulas, 2013.) Depreende-se da fábula a seguinte moral: A) Aqueles que têm uma natureza má prejudicam até mesmo quem os ajuda. B) Quem concebe armadilhas para os outros se torna o causador de seus próprios males. C) Os artifícios dos maus não escapam à perspicácia dos mais sensatos. D) Muitas vezes o esforço vence o talento natural, quando este se torna indiferença. E) Muitos se recusam a ouvir os bons conselhos que lhes são dados: azar o deles. Questão 16 São João na roça A fogueira tá queimando Em homenagem a São João O forró já começou Vamos gente, rapa-pé nesse salão Dança Joaquim com Zabé Luiz com Yaiá Dança Janjão com Raque E eu com Sinhá […] Zé Dantas e Luiz Gonzaga A letra da música de Zé Dantas e Luiz Gonzaga revela que, entre tantas funções da língua, ela contribui para a preservação da identidade nacional do sujeito do Sertão. No texto, o que caracteriza linguisticamente essa identidade? A) O uso de nomes aristocráticos para compor a canção. B) As escolhas lexicais caracterizadoras do falar nordestino. C) O emprego de palavras oriundas do universo citadino brasileiro. D) A utilização de palavras prolixas para descrever o cotidiano sertanejo. E) A obediência aos preceitos da gramática normativa na construção da canção. Questão 17 A Hora da Estrela Macabéa por acaso vai morrer? Como posso saber? E nem as pessoas ali presentes sabiam. Embora por via das dúvidas algum vizinho tivesse pousado junto do corpo uma vela acesa. O luxo da rica flama parecia cantar glória. (Escrevo sobre o mínimo parco enfeitando-o com púrpura, joias e esplendor. É assim que se escreve? Não, não é acumulando e sim desnudando. Mas tenho medo da nudez, pois ela é a palavra final.) Enquanto isso, Macabéa no chão parecia se tornar cada vez mais uma Macabéa, como se chegasse a si mesma. LISPECTOR, C. A hora da estrela. Disponível em: <https://vivelatinoamerica. files.wordpress.com/2013/12/a-hora-da-estrela.pdf>. Acesso em: 03 out. 2018. No trecho reproduzido, Macabéa havia acabado de ser atropelada. A característica linguística que se destaca especialmente no trecho entre parênteses é A) o sarcasmo, já que o narrador zomba da agonia da personagem. B) a metalinguagem, pois o narrador comenta o próprio ato de narrar. C) a interpelação, pois o narrador não inclui seu leitor potencial. D) o rebuscamento, uma vez que a forma do gênero romance era fundamental nas narrativas de Clarice. E) a objetividade, que foca na ação e priva a narrativa de subjetividades e de conjecturas sobre a própria história narrada. Questão 18 Bem e mal ainda não existiam, faltava razão para que nos afligissem com pancadas e gritos. Contudo, as pancadas e os gritos figuravam na ordem dos acontecimentos, partiam sempre de seres determinados, como a chuva e o sol vinham do céu. E o céu era terrível, e os donos da casa eram fortes. Ora, sucedia que a minha mãe abrandava de repente, e meu pai, silencioso, explosivo, resolvia contar-me histórias. Admirava-me, aceitava a lei nova, ingênuo, admitia que a natureza se houvesse modificado. Fechava-se o doce parêntese – e isso me desorientava. Infância, de Graciliano Ramos. Levando em conta os elementos de progressão temática no trecho anterior, é possível afirmar que a passagem “Fechava-se o doce parêntese – e isso me desorientava.” A) revela um sentimento de saudosismo dos tempos de convívio entre pais e filhos. B) simboliza o início de um tratamento carinhoso atípico por parte dos pais do garoto. C) faz menção à violência a que era submetida a criança, proveniente de diversos familiares. D) consiste em uma metáfora para o fim da atenção e do afeto dirigidos à criança pelos pais. E) destaca a consciência do garoto quanto à transitoriedade das mudanças de humor dos pais. 6 Questão 19 (Chargista Duke. https://www.otempo.com.br) As informações da charge permitem concluir corretamente que A) a situação de miséria da personagem passa despercebida por todos. B) o desinteresse da personagem por um emprego levou-a à miséria. C) a personagem ficou miserável em decorrência da falta de emprego. D) a mudança na conjuntura econômica ajudou a vida da personagem. E) o cenário econômico opõe-se à condição de miséria da personagem. Questão 20 Som, ritmo, melodia, harmonia... De diferentes formas, a música está ligada a todos os momentos de nossa vida. Logo após a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos e na Europa, quando começaram as primeiras experiências de levar música a hospitais, na tentativa de amenizar a dor e o sofrimento vividos em meio ao horror da guerra, os resultados surpreenderam. Surgia, assim, uma nova disciplina, que passaria a ganhar cada vez mais importância na Medicina: a musicoterapia. Diversos hospitais hoje, no Brasil, utilizam a terapia para melhorar a qualidade de vida de pacientes, funcionários e profissionais de saúde. Assim como o médico faz a prescrição de um remédio, o musicoterapeuta utiliza os sons de acordo com cada pessoa e sintoma. [...] Estudos comprovam que, no aspecto fisiológico, a música é capaz de interferir na batida cardiovascular, no sistema respiratório e na tonicidade muscular. A TERAPIA da música. Disponível em:<http://www2.inca.gov.br. . Considerando-se as informações veiculadas no texto, é correto afirmar que A) a música como terapia foi usada, a partir da Segunda Guerra mundial, em todos os hospitais norte-americanos e europeus. B) a tentativa de minimizar o sofrimento, a dor e até mesmo a angústia da alma, antigamente, seguia uma receita pré- definida de tratamento. C) o poder terapêutico da música está, na atualidade, devidamente reconhecido, constituindo-se, inclusive, uma prática comum em vários hospitais brasileiros. D) os efeitos salutares da audição de músicas decorrem unicamente de trabalhos realizados por musicoterapeutas, profissionais treinados para melhorar a qualidade de vida de pacientes. E) a combinação de som, ritmo, harmonia e melodia agradável ao ouvido, segundo estudos, interfere nos aspectos fisiológicos do paciente, embora não influencie o seu estado mental ou emocional. Questão 21 Fonte: http://desdiscursos.blogspot.com. Disponível em http://desdiscursos.blogspot.com/2011/12 Acesso em: set. 2018 O teor crítico da charge é expresso em A) pichação que contribui para o aumento da poluição visual da cidade. B) necessidade de investimento efetivo em educação para a conscientização ambiental. C) incoerência entre a proibição governamental e sua efetiva fiscalização. D) pichação que é uma forma ilegítima de protesto social e educacional. E) total indiferença dos pichadores com o meio ambiente e alei. 7 Questão 22 Dicas para evitar a disseminação de boatos e notícias falsas 1. Saiba quando uma mensagem é encaminhada Mensagens com a etiqueta “Encaminhada” ajudam a determinar se seu amigo ou parente escreveu aquela mensagem ou se ela veio originalmente de outra pessoa. 2. Verifique fotos e mídia com cuidado Fotos, áudios e vídeos podem ser editados para enganar você. Procure por fontes de notícias confiáveis para ver se a história está sendo reportada também em outros veículos. Quando uma notícia é reportada em vários canais confiáveis, é mais provável que ela seja verdadeira. 3. Fique atento a mensagens que parecem estranhas Muitas mensagens ou links para sites que contêm boatos ou notícias falsas apresentam erros de português. Procure por esses sinais para verificar se a informação é confiável. 4. Esteja atento a preconceitos e influências Histórias que parecem difíceis de acreditar são, em sua maioria, realmente falsas. 5. Notícias falsas frequentemente viralizam Não encaminhe uma mensagem só porque o remetente está lhe pedindo para fazer isso. 6. Verifique outras fontes Se você ainda não tem certeza de que uma mensagem é verdadeira, faça uma busca online por fatos e verifique em sites de notícias confiáveis para ver de onde a história veio. 7. Ajude a parar a disseminação Não compartilhe uma mensagem só porque alguém lhe pediu. Se algum contato ou grupo está enviando notícias falsas constantemente, denuncie-os. Importante: Se você sentir que você ou alguém está em perigo emocional ou físico, por favor, contate as autoridades locais de cumprimento da lei. Essas autoridades são preparadas e equipadas para oferecer assistência nesses casos. (https://faq.whatsapp.com/pt. Adaptado) QUESTÃO 01 São características especificas do gênero textual lido: A) verbos no presente e no passado; linguagem persuasiva; estruturas linguísticas narrativas; função metalinguística da linguagem. B) verbos no presente e no futuro; linguagem denotativa; estruturas linguísticas descritivas; função metalinguística da linguagem. C) verbos no imperativo; linguagem informal; estruturas linguísticas descritivas e argumentativas; função emotiva da linguagem. D) verbos no imperativo; linguagem denotativa; estruturas linguísticas descritivas e narrativas; função apelativa da linguagem. E) verbos no presente; linguagem conotativa; estruturas linguísticas narrativas e argumentativas; função referencial da linguagem. Questão 23 As informações apresentadas permitem afirmar que o texto consiste em A) um guia que permite às pessoas tanto a identificação de notícias falsas quanto a sua produção, o que, algumas vezes, poderá estar em desacordo com a lei. B) um manual rápido e simplificado para que os usuários das redes sociais saibam se comportar adequadamente ao lerem as mensagens recebidas. C) um relatório pormenorizado das ações mais comuns identificadas na produção e veiculação de informações falsas pelas redes sociais. D) uma síntese de procedimentos que permitem entender melhor o funcionamento das redes sociais e a relação emocional que os usuários têm com elas. E) um roteiro com orientações para a identificação de notícias falsas em redes sociais, o qual ajudará os usuários a parar de disseminá-las. Questão 24 bom... o... eu tenho impressão que o rádio provocou uma revolução... no país na medida que:... ahn principalmente o rádio de pilha né? quer dizer o rádio de pilha representou a quebra de um isolamento do homem do campo principalmente quer dizer então o homem do campo que nunca teria condição de ouvir... falar... de outras coisas... de outros lugares... de outras pessoas, entende? através do rádio de pilha... ele pôde se ligar ao resto do mundo saber que existem outros lugares outras pessoas, que existe um governo, que existem atos do governo... de modo que... o rádio, eu acho que tem um papel até... numa certa medida... ele provocou pelo alcance que tem uma revolução até maior do que a televisão... o que significou a quebra do isolamento... entende? de certas pessoas... a gente vê hoje o operário de obra com o rádio de pilha debaixo do braço durante todo o tempo que ele está trabalhando... quer dizer... se esse canal que é o rádio fosse usado da mesma forma como eu mencionei a televisão... num sentido cultural educativo de boas músicas e de... numa linha realmente de crescimento do homem [...] Esses veículos... de telecomunicações se colocassem a serviço da cultura e da educação seria uma beleza, né? CASTILHO, A. T.; PRETTI, D. (Org.). A linguagem falada na cidade de São Paulo: materiais para seu estudo. São Paulo: T. A. Queiroz; Fapesp, 1987. A palavra comunicação origina-se do latim communicare e significa “tornar comum”, “repartir”. Nessa transcrição de entrevista, reafirma-se esse papel dos meios de comunicação de massa porque o rádio poderia A) oferecer diversão para as massas, possibilitando um melhor ambiente de trabalho. B) atender as demandas de mercado, servindo de instrumento à indústria do consumo. C) difundir uma cultura homogênea, abolindo as marcas identitárias de toda uma coletividade. D) trazer oportunidades de aprimoramento intelectual, permitindo ao homem o acesso a informações e a bens culturais. E) inserir o indivíduo em sua classe social, fornecendo entretenimento de pouco aprofundamento crítico. 8 Questão 25 Sérgio Buarque de Holanda afirma que o processo de integração efetiva dos paulistas no mundo da língua portuguesa ocorreu, provavelmente, na primeira metade do século XVIII. Até então, a gente paulista, fossem índios, brancos ou mamelucos, não se comunicava em português, mas em uma língua de origem indígena, derivada do tupi e chamada língua brasílica, brasiliana ou, mais comumente, geral. No Brasil Colônia, coexistiam duas versões de língua geral: a amazônica, ou nheengatu, ainda hoje empregada por cerca de oito mil pessoas, e a paulista, que desapareceu, não sem que deixasse marcas na toponímia do país e na língua portuguesa. São elas que nos possibilitam olhar um caipira jururu à beira de um igarapé socando milho para preparar mingau – sem os termos que migraram para o português, só veríamos um habitante da área rural, melancólico, preparando comida às margens de um riacho. Sem caipira, sem jururu, sem igarapé, sem socar e sem mingau, a cena poderia descrever uma bucólica paisagem inglesa. VIANNA, Branca. O contrário da memória. Piauí. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br>. Acesso em: 29 ago. 2018. Reconhecer a importância do patrimônio linguístico é uma forma de preservar a memória e a identidade nacional. Com base na leitura do texto, é possível afirmar que a principal intenção da autora é A) destacar a clareza de comunicação como marca identificadora do português falado no Brasil. B) evidenciar o português falado pelos caipiras, destacando a forma bem-humorada com que se comunicam. C) comparar a expressividade do português falado no Brasil, influenciado por línguas indígenas, com o inglês. D) explicar a origem e o significado de expressões usadas no português falado no Brasil, como jururu e igarapé. E) enfatizar a influência da língua geral no português falado atualmente no Brasil, enaltecendo sua expressividade. Questão 26 ● Poema “Namorados” de Manuel Bandeira (1886-1968). O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: – Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. – Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listada? A moça se lembrava: – A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: – Antônia, você parece uma lagarta listada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações.O rapaz concluiu: – Antônia, você é engraçada! Você parece louca. (Estrela da vida inteira, 2009.) Verifica-se a ocorrência de personificação no seguinte verso: A) “– Antônia, você parece uma lagarta listada.” B) “A moça arregalou os olhos, fez exclamações.” C) “A meninice brincou de novo nos olhos dela.” D) “– Antônia, você é engraçada! Você parece louca.” E) “A moça olhou de lado e esperou.” Questão 27 Manter as contas sobre controle e as finanças saudáveis parece um objetivo inatingível para você? Tenha certeza de que você não está sozinho. A bagunça na vida financeira compromente os sonhos de muita gente no Brasil. É por isso que nós lançamos, pelo terceiro ano consecutivo, este especial com informações que ajudam a encarar a situação de forma prática. Sem malabarismos - mas com boa dose de disciplina! - é possível quitar as dívidas, organizar os gastos, fazer planos de consumo que caibam em seus rendimentos mensais e estruturar os investimentos para fazer o dinheiro que sobra render mais. Ter dinheiro para viver melhor está diretamente relacionado a sua capacidade de se organizar e de eleger prioridades na hora de gastar. Aceite o desafio e boa leitura! Você S/A, n. 16, 2011 (adaptado). No trecho apresentado, são utilizados vários argumentos que demonstram que o objetivo principal do produtor do texto, em relação ao público-alvo da revista, é A) conscientizar o leitor de que ele é capaz de economizar. B) levar o leitor a envolver-se com questões de ordem econômica. C) ajudar o leitor a quitar suas dívidas e organizar sua vida financeira. D) persuadir o leitor de que ele não é o único com problemas financeiros. E) convencer o leitor da importância de ler essa edição especial da revista. Questão 28 Disponível em: <http://www.muza.com.br/2012/07/divulgado-relatorio-sobre-homofobia- no.html>. Acesso em: 27 set. 2018. Analisando as informações presentes no infográfico, conclui-se que A) o número de homossexuais que sofrem violência no Brasil (62%) é maior do que em países estrangeiros. B) pessoas com orientação heterossexual confundidas com homoafetivos também podem ser alvo da homofobia. C) os homens heterossexuais estão entre os dois perfis de orientação sexual que menos agridem a população homoafetiva. D) mulheres brancas homoafetivas de classe média encontram-se entre o perfil mais vulnerável a ataques homofóbicos. E) mais da metade dos agressores de pessoas homoafetivas apresentam faixa etária entre 15 e 29 anos. 9 Questão 29 Com toda a liberdade e a facilidade possibilitadas pela internet, o conteúdo vai se tornando uma das principais ferramentas utilizadas pela marca no seu planejamento de marketing no ambiente digital. Nesse cenário, alguns indivíduos têm se sobressaído em algumas redes sociais, reunindo e influenciando milhares – em alguns casos, milhões – de pessoas: são os influenciadores digitais. O termo se refere àquelas pessoas que se destacam nas redes e que possuem a capacidade de mobilizar um grande número de seguidores, pautando opiniões e comportamentos e até mesmo criando conteúdos que sejam exclusivos. A exposição de seus estilos de vida, experiências, opiniões e gostos acabam tendo uma grande repercussão em determinados assuntos. SILVA, C. R. M.; TESSAROLO, F. M. Influenciadores digitais e as redes sociais enquanto plataformas de mídia. Disponível em: <http://portalintercom.org.br>. Acesso em: 30 jul. 2018. (adaptado) O texto aborda a questão dos influenciadores digitais e a forma como agem na sociedade. Ao relatar o tamanho dessa influência, os autores indicam que a estratégia de marketing mais promissora na atualidade é o(a) A) foco na individualização das pessoas. B) publicidade coercitiva feita na internet. C) expansão do número de seguidores das marcas. D) criação de conteúdo para plataformas digitais. E) partilha de experiências em meios de comunicação. Questão 30 Como manter a mente aguçada [...] Ao se aposentar, as pessoas precisam manter o interesse em aprender para que seu cérebro não entre em processo de regressão cognitiva. Segundo um novo estudo, manter o bom humor e desempenhar atividades intelectuais é fundamental para atrasar e até evitar a perda de memória na velhice. Aposentados sofrem modificações importantes em seu estilo de vida, com mudanças sociais, financeiras e culturais. De acordo com sua capacidade adaptativa, essas mudanças podem provocar um declínio progressivo do intelecto, ou atrasá-lo. [...] A população brasileira está envelhecendo e a disfunção cognitiva na população idosa torna-se um problema de saúde pública de proporções catastróficas. Uma saída, baseada no estudo mencionado, é oferecer a essa faixa etária oportunidade para o exercício intelectual, a exemplo da entrada gratuita em teatros, cinemas e museus, e um programa de governo para estímulo e aderência à leitura e às atividades físicas para os idosos. <http://www.cartacapital.com.br/revista/769/comomanter-a-mente-agucada-1046.html>. De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar que A) as pessoas estão se aposentando cada vez mais cedo, por isso precisam manter o interesse em novos aprendizados para exercitar a mente. B) à medida que as pessoas envelhecem, a capacidade cognitiva delas aumenta. C) o comprometimento intelectual das pessoas aposentadas pode ser decorrente de mudanças após a aposentadoria. D) os aposentados sofrem com a disfunção cognitiva por terem problemas financeiros, e assim não têm acesso a exercícios intelectuais. E) problemas cognitivos na velhice acontecem quando as pessoas trabalham mais do que o recomendado em sua fase ativa.
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