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Semiologia nefro e urológica

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Iury Magalhães
Semiologia nefrológica e urológica
Introdução
Parte dos pacientes com lesão renal apresenta
queixas que não se relacionam diretamente com os
rins, surgindo manifestações como astenia, náuseas,
vômitos, anorexia, anemia e irritabilidade
neuromuscular.
Há também casos que não possui lesão renal,
mas os pacientes referem sintomas renais como dor
lombar (alteração da coluna), poliúria (hiperglicemia) e
hematúria (distúrbios de coagulação).
Sinais e Sintomas
Alterações do volume urinário:
Oligúria: excreção de urina inferior do normal.
Clinicamente, convencionou-se chamar de oligúria
uma diurese inferior a 400ml/dia ou menos de 20ml/h.
● Redução do fluxo sanguíneo renal
(desidratação, hemorragia, insuficiência
cardíaca)
● Lesões renais (glomerulonefrite aguda, necrose
tubular aguda)
Anúria: excreção de urina inferior a 100ml/24h
● Obstrução bilateral das artérias renais ou dos
ureteres; necrose cortical bilateral;
insuficiência renal aguda (IRA) grave
Poliúria: excreção de urina superior a 2500ml/dia.
● 2 mecanismos básicos:
○ Diurese osmótica: excreção de um
volume aumentado de solutos,
determinando maior excreção de água
↳ DM descompensado
○ Incapacidade de concentração urinária
↳ Diabetes insípido,
hipopotassemia
● Insuficiência renal crônica: comprometimento
renal moderado - pode ser por diurese
osmótica (uremia) ou por incapacidade de
concentração urinária (quando as lesões
comprometem a medula renal) (pielonefrite
crônica)
Alterações da micção:
Disúria: micção associada à sensação de dor,
queimação ou desconforto.
● Cistite, prostatite, uretrite, traumatismo
geniturinário, irritantes uretrais e reação
alérgica
Urgência: necessidade súbita e imperiosa de urinar.
Polaciúria: aumento da frequência miccional, com
intervalo menor de 2 horas entre as micções - sem
aumento do volume urinário
● Irritação vesical
● Infecções, cálculo, obstrução, alterações
neurológicas, condições psicológicas e
fisiológicas (principalmente frio e ansiedade)
Hesitação: quando há um intervalo maior para que
apareça o jato urinário - faz um esforço maior para
urinar
● Obstrução do trato de saída da bexiga
Noctúria: necessidade de urinar de noite, acordando
para esvaziar (no mínimo 2x por noite) - apresentando
alteração do ritmo de diurese
● Fase inicial da insuficiência renal crônica
(perda da capacidade de concentrar a urina)
● Pacientes com retencao de liquido - ascite e
edema de MMII (insuficiencia cardiaca e
hepatica)
Retenção urinária: incapacidade de esvaziar a bexiga,
apesar dos rins estarem funcionando normalmente,
mas o indivíduo apresenta desejo de esvaziar.
● Não há consciência de distensão vesical
● Bexiga distendida é palpável na região
suprapúbica (globo vesical).
● Cateter para drenagem de urina e com
desaparecimento de globo vesical confirma
retenção urinária
● Aguda: paciente que urinava normamente
passa a sentir a bexiga distendida, tensa e
dolorosa.
● Crônica: gradual dilatação da bexiga, pode não
ocorrer dor
● Completa: paciente é incapaz de eliminar
quantidades mínimas de urina
● Incompleta: permanecia na bexiga de
determinada quantidade de urina depois da
micção
● Causas:
○ Obstrução no nível da uretra ou do colo
vesical (estenose uretral, hipertrofia,
neoplasias de próstata)
○ Bexiga neurogênica (incapacidade da
musculatura vesical de se contrair
adequadamente - lesão de neurônio
motor superior ou sacral)
○ Nefrolitíase e hidronefrose
Incontinência urinária: eliminação involuntária.
● Normal em crianças até 1 ano e meio de idade
● Nos idosos a hipertrofia prostática pode causar
incontinência paradoxal
○ Paciente urina sem parar, perdendo
algumas gotas.
● Bexiga neurogênica, cistites, esforços quando
há alteração dos mecanismos de contenção
urinária
● Incontinência por transbordamento: Ocorre no
limite da distensibilidade da bexiga
○ Lesão do neurônio motor aferente da
bexiga (diabetes)
Piúria: presença de números anormais de leucócitos
na urina (pus).
● Indica ITU.
Alteração da cor (urina avermelhada):
Hematúria: ocorrência de sangue na urina (micro ou
macroscópica)
● “Maciça”: aparecimento de coágulos
● Cor de “Coca-Cola”: pequena quantidade de
sangue em pH ácido
● Em pH alcalino a hemoglobina conserva sua cor
● Total: urina uniformemente tingida de sangue
● Origem renal, uretral ou acima do colo vesical
● Inicial: mais comum lesões situadas entre a
uretra distal e colo vesical
● Terminal: mais comum lesões no trígono vesical
● Verificar sintomas associados
○ Febre, calafrios e disúria: sugerem
infecção urinária
○ Cólica renal: litíase urinária
● Glomerulonefrite aguda, hipertensão arterial
maligna, necrose tubular aguda, rins
policísticos, infarto renal, leptospirose, malária,
anemia falciforme, síndrome de coagulação
intravascular disseminada, neoplasias, cálculos
e uso de anticoagulantes
Hemoglobinúria: ocorrência de hemoglobina livre na
urina
● Acompanha crises de hemólise intravascular
(malária, leptospirose, transfusão incompatível,
icterícia hemolítica)
Mioglubinúria: decorre da destruição muscular maciça
● Traumatismos, queimaduras, após exercícios
intensos, crises convulsivas
Porfinúria: consequência da eliminação de porfirinas
ou de seus precursores
● Beterraba e alguns medicamentos
Alteração do aspecto (urina turva):
Urina turva: depósito esbranquiçado e quase sempre
com odor desagradável.
● Associa-se com ITU, pielonefrite, cistite,
abscesso renal, perirrenal, uretral ou
prostático.
Piúria: quando há quantidade anormal de leucócitos
na urina.
● Normalmente os pacientes apresentam piúria
e disúria simultaneamente.
● Infecções são as causas mais comuns.
● Cilindros leucocitários - vias urinárias altas -
pielonefrite.
● Pode acontecer em pacientes com
glomerulonefrite aguda.
Quilúria: urina turva devido obstrução dos ductos
linfáticos - mais raro.
● Coloração esbranquiçada e opalescente.
● Filarióse, TB e neoplasias.
Alteração do aspecto (urina com aumento da
espuma):
Decorre na eliminação aumentada de proteínas na
urina.
● Proteinúria
● Glomerulonefrites, nefropatia diabética,
nefrites intersticiais.
● Hiperfosfatúria pode também determinar este
sintoma.
Alteração do odor:
Mau cheiro: liberação de amônia.
● Processos infecciosos, presença de pus ou
degradação de substâncias orgânicas.
● Vitaminas e ATB também pode alterar.
Dor:
Dor lombar e no flanco: dor renal característica
situa-se no flanco ou região lombar, entre a 12a costela
e crista ilíaca, e, às vezes, ocorre irradiação anterior.
● Parênquima insensível, mas a distensão
capsular é quem causa a dor.
● Sensação profunda, pesada, de intensidade
variável, fixa e persistente, que piora com a
posição ereta e se agrava no fim do dia.
○ Sindrome nefrotica, nefrite intersticial,
pielonefrite aguda.
● Dor em flanco associada quando há uma maior
ingestão hídrica:
○ Obstrução urinária aguda em razão de
cálculo na pelve renal ou obstrução
ureteropélvica (dilatação tubular e
aumento dos rins).
● Dor à movimentação:
○ Inflamação perinéfrica - associa-se com
irritação capsular, séptica ou asséptica.
○ Nefrite intersticial bacteriana, infarto
renal, ruptura de cisto renal,
hemorragia ou necrose tumoral e
extravazamento de urina.
● Natureza extrarrenal:
○ Espasmo musculatura lombar.
○ Alterações degenerativas das vértebras
(espondiloartrose),
○ Comprometimento de disco
intervertebral.
Cólica renal ou nefrética: dor decorrente de
obstrução do trato urinário, com dilatação súbita da
pelve renal ou do ureter, que se acompanha da
musculatura lisa.
● Início como desconforto na região lombar ou
em flanco podendo irradiar para quadrante
inferior do abdome ipsilateral.
● Evolui para dor lancinante de grande
intensidade.
○ Acompanhada de MEG, inquietude,
sudorese, náuseas e vômitos.
○ Sem posição de melhora.
● Dor em cólica: piora gradativamente até atingir
pico e melhora aos poucos.
● JUP: dor em flanco com irradiação para
quadrante superior ou inguinal ipsilateral.
● JUV: sintomas de irritação do trígono vesical.
○ Disúria, urgência e frequência.
↳Ddx: cistite.
Dor vesical ou hipogástrica: originada no corpo da
bexiga.
● Decorre de irritação do trígono e colo vesical.
● Irradia para uretra e meato externo.
○ Sensação de queimor.
● Retenção urinária completa aguda
acompanha-se de dor intensa na região
suprapúbica e intenso desejo de urinar.
Estrangúria: emissão lenta e dolorosa da urina.
● Inflamação vesical intensa.
● Decorrente do espasmo do detrusor.
Dor perineal: decorrente da infecção aguda da
próstata.
● Dor intensa referida no sacro ou reto.
● Pode causar estrangúria.
Edema:
Manifestação comum em pacientes nefropatas.
Existem 4 situações que são comumente
acompanhadas de edema:
● Glomerulonefrite aguda:
○ Anasarca.
○ Mais intenso pela manhã e
periorbitário.
↳ Ddx: glomerulonefrite crônica:
somente este sinal é presente.
○ Ao final do dia: MMII.
○ Em crianças pode ser de carater súbito.
↳ Pode acompanhar ICC.
● Síndrome nefrótica:
○ Overfill e Underfill.
● IRA:
○ Decorre geralmente da hiper
hidratação.
● DRC:
○ Muda de acordo com a causa.
○ Depende da gravidade da doença.
Febre e calafrios:
Infecções agudas que acometem o trato urinário, a
febre costuma ser elevada e vir acompanhada de
calafrios, dor lombar ou suprapúbica.
Infecções crônicas a temperatura pode estar
levemente elevada ou ser intermitente.
● Acompanha, às vezes, calafrios.
Adenocarcinoma renal pode cursar somente com
febre e nada mais.
Exame físico
Inspeção geral:
Procurar sinais de doença renal subjacente:
● Torporoso, sonolento;
○ Doença renal em estágio terminal.
● Palidez;
○ Anemia (redução da eritropoetina).
● Dispneia;
○ Edema pulmonar secundário à DRET.
○ Acidose metabólica.
● Caquexia;
○ DRET.
● Fáscies:
○ Renal;
↳ Sindrome nefrótica.
↳ Síndrome nefrítica.
○ Cushingóide.
↳ Uso de corticóides para
imunossupressão.
Avaliação das mãos:
Inspeção das mãos:
● Palidez.
○ Anemia (redução da eritropoetina).
● Tofos.
○ Gota (DRC = fator de risco).
Inspeção das unhas:
● Leuconíquia.
○ Hipoalbuminemia (síndrome nefrótica).
● Coiloníquia;
○ Anemia por deficiência de ferro.
● Linhas de Muehrke.
○ Hipoalbuminemia (síndrome nefrótica).
Avaliação de turgor de pele:
● Avaliação da hidratação:
○ Hidratado:
↳ Retorno imediato.
○ Desidratado:
↳ Retorno lento.
Avaliação de asterix (flapping):
● Encefalopatia hepática.
● Uremia.
Avaliação de MMSS:
Inspeção:
● Escoriações.
○ Prurido urêmico (DRC).
Avaliação de fístula arteriovenosa:
● Acesso vascular para realizar diálise:
○ Fístula AV radiocefálica.
○ Fístula AV braquiocefálica.
● Inspecionar sinais de inflamação (eritema
local).
● Palpação: frêmito.
● Ausculta: sopro:
● Se palpação e ausculta ausentes, pensar em
trombose ou ligadura cirúrgica (pós Tx renal).
Avaliação de PA em MMSS:
● NÃO realizar em membro que tenha fístula AV.
● Causas de hipertensão arterial nas doenças
renais:
○ Nefroesclerose hipertensiva.
○ DRC.
○ Síndrome nefrítica.
○ Uso de glicocorticóides.
○ Uso de tacrolimus ou ciclosporina
(imunossupressão em Tx renal).
● Pulso paradoxal:
○ Mudança na PA > 10 mmHg durante a
respiração.
○ Pode ocorrer devido ao tamponamento
cardíaco urêmico.
Avaliação de cabeça e pescoço:
Neve urêmica;
● DRC.
Palidez de conjuntiva;
● Anemia (redução da eritropoetina).
Edema bipalpebral;
● Sindrome nefrótica.
● Sindrome nefrítica.
Hiperplasia gengival;
● Uso de tacrolimus ou ciclosporina
(imunossupressão em Tx renal).
Turgência jugular a 45o.
● Sobrecarga de volume (DRC).
Avaliação de abdome:
Bexigoma;
● Globo vesical - região hipogástrica.
● Retenção urinária.
Palpação renal:
● Manobra de Guyon (ou Devoto):
○ Paciente em posição supina.
○ Mão espalmada oposta ao rim a ser
examinado no ângulo lombocostal,
elevando o flanco.
○ A outra mão espalmada abaixo do
rebordo costal.
○ Na inspiração, comprimir ambas as
mãos ao mesmo tempo, para tentar
palpar o pólo inferior do rim.
● Manobra de Israel:
○ Decúbito lateral oposto ao lado do rim
a ser palpado.
○ Perna superior fletida e a inferior em
extensão.
○ Mão espalmada oposta ao rim a ser
examinado no ângulo lombocostal.
○ A outra mão espalmada abaixo do
rebordo costal
○ Na inspiração do paciente, tentamos
palpar o pólo inferior do rim.
● As manobras de Guyon e Israel normalmente
não palpam rim.
● Indicativos de rim aumentado: rins policísticos,
CCR, diabéticos, amiloidose, doenças de
depósito
● Sinal de Giordano:
○ Lado direito do paciente - punho
percussão - face ulnar - costelas até 5 a
10 cm (loja renal).
○ Sinal sensível e específico para
pielonefrite.
Ausculta:
● Artérias renais:
○ Ausculte 1-2 cm acima do umbigo e
ligeiramente lateral à linha média de
cada lado.
↳ Umbigo a apêndice xifóide -
linha média.
○ Presença de sopro sugere estenose de
artéria renal (causa de hipertensão
secundária).
Edema:
Avaliar:
● Edema sacral.
● Edema de MMII.
● Anasarca.
Investigar: síndrome nefrótica e nefrítica e DRC.
Toque retal:
Consistencia normal da próstata: fibroelástica.
● Região tenar (colocar força e apertar).
● Nódulo pétreo (calcificado) e indolor sugere
CA.
Deve-se sensibilizar o ânus e aos poucos introduzindo
lateralmente e girando o dedo em sentido da próstata.
● Palpação em sentido anterior do paciente.
Posições:
● Decúbito dorsal (mais utilizado)
● Decúbito lateral (de Sims).
● Genitoventral.
Infecções urinárias ___________
Cerca de 85% das ITU agudas sintomáticas
prevalecem em crianças e mulheres jovens
(sexualmente ativas).
Envolvimento do trato urinário superior,
comum: pielonefrite aguda.
● Os quadros são acompanhados de dor
lombar, febre, calafrios, astenia,
náuseas e vômitos (características mais
sistêmicas).
Envolvimento do trato urinário inferior,
comum: cistite.
● Os quadros são acompanhados de
disúria, polaciúria ou urgência
miccional e, ocasionalmente, hematúria
terminal.
Etiologia:
● Bactérias gram-negativas:
○ Escheria coli (agudas e
sintomaticas);
○ Klebsiella sp., Proteus sp.,
Pseudomonas sp., Enterobacter
sp. (crônicas e sintomáticas)
● Bactérias gram-positivas:
○ Staphylococcus saprophyticus
(frequente em mulheres jovens
sexualmente ativas) e
Enterococcus sp.
Quadro clínico:
Os quadros de cistite acompanham:
● Disúria, polaciúria ou urgência
miccional, dor suprapúbica e,
ocasionalmente, hematúria terminal.
Pacientes com pielonefrite aguda prevalece:
● Dor lombar (sinal de Giordano), febre,
calafrios, astenia, dor nos flancos,
náuseas e vômitos - caráter sistêmico.
Infecção urinária assintomática:
1 a 5% das meninas e 20% das mulheres idosas.
Causada por cepas de enterobacterias menos
virulentas.
Em geral não se acompanha de implicações
clínicas mais sérias ou de repercussão estrutural sobre
o trato urinário, exceto em:
● Mulheres gravídicas, nas quais
aumentam os riscos de pielonefrite e,
consequentemente, as chances de um
parto prematuro.
● Em crianças < 1 ano, nas quais pode
favorecer o aparecimento de cicatrizes
renais.
Infecção urinária recorrente:
Resultam de 2 mecanismos básicos:
● Reinfecção bacteriana:
○ Responsável por cerca de 90%
○ Novas infecções por agentes
infecciosos diferentes do inicial
○ Etiopatogenia: reexposição a
um fator predisponente externo
(como atividade sexual -
mulheres jovens são mais
propensas)
● Persistencia bacteriana:
○ Responsável por cerca de 10%
○ Infecções causadas pelo mesmo
agente infeccioso inicial, que
não é erradicado com o
tratamento.
Relaciona-se com:
● Tto medicamentoso incorreto;
● Casos com anomalias estruturais ou
funcionais do trato urinário (como
obstruções, reflexo vesicoureteral,
bexiga neurogênica);
● Apresentação de corpos estranhos
(cálculos e sondas);
● Existência de focos crônicos de
infecção renal ou prostática.
Cistite recorrentes em mulheres com
anomalias estruturais ao nível da uretra ou do intróito
vaginal:
● Hipospádia, estenose do meato uretral,
sinéquia himeno uretral (aderências no
hímen).
Infecção urinária em idosos:
Em quadros de bacteriúria assintomática
crônica não se acompanham, habitualmente, de
consequências muito significativas.
● Na ausência de anormalidades
estruturais do tratourinário, elas não
acarretam comprometimento ou
deterioração da função renal
Infecções sintomáticas manifestam-se tanto
por quadros irritativos vesicais como de pielonefrite
● Surtos de bacteremia (mais comuns em
homens - envolvimento prostático)
○ Também explica a elevada
incidência de epidimites
Incontinência urinária secundária a disfunções
ou distopias vesicais em mulheres - INDICATIVO de
ITU.
Disúria-polaciúria abacteriana:
Quadros de disúria e polaciúria acompanhados
de cultura de urina negativa
● Dificil abordagem
● Mais frequente em mulheres
Instalação abrupta = Síndrome uretral aguda:
● Infecções gram-negativas (<10.000
colônias/ml) ou por Staphylococcus
saprophyticus, pois não é identificado
por meio de cultura de urina habitual.
● Infecção ureteral por Chlamydia
trachomatis.
● Infecção ureteral por Neisseria
gonorrhoeae.
● Vaginite aguda por Herpesvírus ou
Candida albicans.
Manifestações irritativas vesicais crônicas com
cultura negativa:
Diagnóstico:
Tratamento:
Cólica renal _________________
Caracterizada como uma dor lombar e flanco
causada pela obstrução parcial ou total das vias
urinárias por cálculos urinários.
● Pode ser associado com: quadro
infeccioso e disfunção renal.
● Uni ou bilateral.
Chance de desenvolver durante toda a vida é
de aproximadamente 12% em homens e 6% em
mulheres.
● Risco de recorrência: 50%.
○ Quanto maior o número de
episódios prévios, maiores as
chances de recorrência.
● Pico de incidência: 40 e 60 anos.
Etiologia:
Formado quando materiais minerais se
hipersaturam da urina.
● Oxalato de cálcio;
● Fosfato de cálcio;
● Ácido úrico;
● Estruvita.
Fatores de risco:
● Obesidade, fatores dietéticos,
desidratação, alterações anatômicas
(rim em ferradura), doenças endócrinas
ou metabólicas (hiperparatireoidismo e
acidose tubular renal).
○ Orientar: alta ingesta de água,
diminuição de sódio (até 2
g/dia) e proteína.
Manifestações clínicas:
A manifestação da dor é ocasionada pela
obstrução ureteral.
● Localizada em região lombar abaixo da
12a costela (em geral), com irradiação
para a região inguinal ou gônadas.
● Pode ser de muito intenso, ocorrendo,
em geral, paroxismos (estertor
agonizante).
● Náuseas e vômitos são sintomas
comuns.
● Duram de 20 a 60 minutos.
● Não costumam ter fatores de melhora
ou piora.
● Pode ter hematúria microscópica
associada.
● Quadro de disúria em ou urgência pode
ser indicativo de cálculo em uretra.
Verificar: história clínica de nefrolitíase.
● Associação com ITU.
Exame físico:
● Sinal de Giordano geralmente é
positivo.
○ Punho-percussão dolorosa em
loja renal.
Diagnóstico diferencial:
● Neoplasias renais.
○ Obstrução por coágulos.
● Pielonefrite.
○ Associa-se com febre e sintomas de
trato urinário baixo.
● Lombalgias.
○ Alterações mecânicas e aneurismas de
aorta.
● Herpes zóster.
○ Não causa hematúria e outros sintomas
urinários.
● Colecistite.
○ Não causa sintomas urinários, mas
associa-se com náuseas e vômitos.
● Isquemia mesentérica.
○ Dor abdominal intensa, não costuma
causar sintomas urinários.
○ Confusão diagnóstica.
Exames complementares:
Sumário de urina:
● Rastreamento rápido e ajuda a descartar
quadros infeccioso associados.
● Pode cursar sem hematúria microscópica em
10% dos casos.
USG:
● Exame inicial, pois é acessível e possui alta
especificidade.
Rx de abdome:
● Detecta cálculos radiopacos (cálcio e
estruvita), mas não detecta cálculos
radioluscentes (ácido úrico e de antivirais).
TC:
● Sem contraste.
● Padrão-ouro: verifica a localidade mais precisa.
Pacientes associados com infecção, história de
oligúria ou indicação de internação em UTI:
● Hemograma, função renal, dosagem de
eletrólitos.
Bioquímica:
● Preditor de futuras intervenções para prevenir
recorrência.
Tratamento:
Manejo inicial da dor:
● Primeira linha: anti-inflamatórios não
esteroidais.
○ ex. Cetorolaco.
● Analgésicos comuns: adjuvantes aos
anti-inflamatórios.
○ ex. Dipirona.
● Segunda linha: opióides.
○ Dor > 8/10.
○ ex. Morfina em dose inicia de 2 a 5 mg
IV.
Para náuseas e vômitos: antieméticos.
● ex. Ondansetron 4 mg IV.
Antiespasmódicos:
● Benefício limitado.
● Devem ser acompanhados de AINEs.
● ex. Hioscina.
Hidratação:
● Apesar de não ter evidência de benefício.
Casos de febre e sinais de sepse:
● Intervenção urológica de emergência:
○ Nefrectomia;
○ Duplo J;
○ Stent ureteral.
● ATB terapia: cobertura para E. coli.
Intervenção nos tamanhos de cálculos:
● 5 mm: alta chance de eliminação espontânea.
● 5 a 10 mm: Tansulosina 0,4 mg aumenta as
chances de eliminação espontânea.
○ Outro fármaco: Nifedipina.
● > 10 mm: avaliação urológica.
CA de próstata _______________
Fatores de risco:
● Idade avançada;
● Etnia negra;
● HF +;
● Mutação de BRCA-1 e BRCA-2;
● Dieta rica em gordura;
● Obesidade.
HPB não é um fator de risco para CA de próstata.
Quadro clínico:
Sintomas de trato urinário inferior.
● “Prostatismo”.
● Ddx com HPB.
Hematúria, geralmente macroscópica.
Hemospermia.
Dor óssea.
● Lombar, pelve, quadril.
● Indício de metástase.
De acordo com o tumor:
● Tumor localizado:
○ Geralmente assintomático.
○ 18% dos casos possuem nódulo
prostático ao toque.
● Tumor localmente avançado:
○ Sintomas obstrutivos, hematúria,
hemospermia, próstata heterogênea,
múltiplos nódulos, limites imprecisos.
● Tumor avançado:
○ Sintomas decorrentes das metástases,
dor óssea, compressão vertebral.
Rastreio:
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU):
● Quem deve fazer?
○ 45 anos: HF + e etnia negra.
○ 50 anos: individualizado.
○ > 75 anos: se expectativa de sobrevida
> 10 anos.
● Como deve ser feito?
○ Dosagem de PSA e toque retal (exames
de rotina).
● Quando biopsiar?
○ Toque retal positivo: nódulo ou
induração.
↳ Independente do PSA.
○ PSA: se > 4 ng/ml (> 60 anos) e se > 2,5
ng/ml (< 60 anos).
↳ Velocidade de crescimento
> 0,75 ng/ml/ano (> 0,4 em
jovens).
↳ PSA livre/PSA total < 18%.
● Qual a periodicidade do rastreio?
○ PSA < 1 ng/ml pode fazer PSA + TR a
cada 2 a 4 anos.
○ PSA > 1 ng/ml, negros ou HF + devem
fazer PSA + TR anualmente.
INCA:
● Não se recomenda o rastreio de CA de próstata
devido à falta de evidências científicas de
benefício.
● Homens que demandam espontaneamente o
rastreio devem ser orientados quanto aos
potenciais riscos e benefícios, podendo optar
por realizá-lo.
● Fica a cargo do médico assistente o modo de
realização do rastreio.
Hiperplasia Prostática Benigna
(HPB) ______________________
A proliferação do epitélio e do estroma leva ao
aumento do volume prostático.
● Acarretando em sintomas obstrutivos e
irritativos.
Fatores de risco:
● Idade avançada;
● Produção de androgênios;
● HF+.
Quadro clínico:
Sintomas de trato urinário inferior:
● “Prostatismo”:
○ Sintomas irritativos:
↳ Urgência, frequência, noctúria,
incontinência.
○ Sintomas obstrutivos:
↳ Hesitância, jato fraco ou afilado,
interminência, gotejamento
terminal, sensação de
esvaziamento incompleto.
Escala de IPSS:
● Leve: 0- 7 pontos
● Moderado: 8 - 19 pontos
● Grave: 20 - 35 pontos
Complicações:
● Retenção urinária aguda;
○ HPB e CA são fatores de risco.
○ Quadro clínico:
↳ Dor hipogástrica.
↳ Alterações de jato urinário.
↳ Bexigoma.
○ Tto:
↳ Sonda vesical.
● Cistite;
● Prostatite;
● Litíase vesical;
● Hematúria.
Diagnóstico:
História clínica:
● Prostatismo.
Toque retal (TR):
● Pode haver aumento do volume.
● Consistência fibro elástica.
● Sem nódulos endurecidos.
Exames laboratoriais:
● Função renal.
● Sumário de urina e urocultura.
● PSA (idade > 60 anos: inferior a 4 ng/ml).
Tto:
Famarcológico:
● Bloqueador alfa-adrenérgico:
○ Alfa-1 a: específico da próstata.
○ Alfa-1 b: específico de vasos
sanguíneos.
○ Bloqueadores não seletivos: Prazosin,
Doxazosin, Terazosin.
↳ Mais efeitos colaterais (ex.
Hipotensão postural).
○ Bloqueador seletivo (alfa-1 a):
Tamsulosina.
● Inibidor de 5 alfa-redutase (5-DHT):
○ Inibe a conversão de testosterona em
dihidrotestosterona.
○ Ex. Finasterida e Dutasterida.
○ Efeito colateral: disfunção sexual.
Cirúrgico:
● RUP e prostatectomiaparcial ou total.
● Indicação:
○ Pacientes com sintomas graves (20 a 35
pontos).
○ Presença de complicações.

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