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Força Magnética Vitor Souza Premoli Pinto de Oliveira Física exp. II – Licenciatura em Física – CCENS Universidade Federal do Espírito Santo – UFES 2019/02 - Alegre-ES Resumo. O vigente relatório consiste no estudo e análise teórica acerca da força magnética atuante sobre um fio retilíneo e uma espira que recebem uma corrente elétrica à medida que são imersos em um campo magnético produzido por dois imãs; seus comportamentos foram analisados à proporção que sentido do fluxo e direção do campo eram alternados. Palavras chave: Torque Magnético, regra de Fleming, Força de Lorentz _______________________________________________________________________________________ 1. Introdução Muitos dispositivos utilizam a força magnética ou o torque sobre uma espira condutora, como é o caso dos motores elétricos; utilizados em sua maioria em motores de arranque, eletrodomésticos, equipamentos industriais e dentre outros aparatos. “Em um motor, o torque magnético atua sobre um condutor que transporta uma corrente e a energia é convertida em energia mecânica” [1] 1.1. O motor de corrente contínua No decorrente relatório será usado como objeto de análise um tipo simples de motor de corrente continua. Seu funcionamento consiste na utilização de uma bobina(espira), que pode girar no próprio eixo e possui extremidades abertas ligadas a uma fonte de força eletromagnética (Fem). Essa ligação resulta em uma corrente elétrica(i) que percorre a espira. Imerso em um campo magnético localizada entre polos opostos de dois imãs, a bobina sofre um par de forças eletromagnéticas resultante da interação do fluxo de cargas elétricas com o campo magnético. A origem dessa força ocorre pois quando uma carga elétrica está em movimento, segundo a lei de Bio-Savart, a mesma gera campo magnético, esse por si só interage com o outro campo ao qual o fluxo de cargas está imerso. Figura 1 esquematização da força eletromagnetica sendo exercido a medida que um fluxo de cargas percorre um campo magnético Essas forças também podem ser conhecidas como força de Lorentz. Podemos visualizar pela figura 1 que essas forças são perpendiculares ao sentido da corrente e direção do campo magnético, podendo dessa forma serem representadas da seguinte forma. �⃗� = 𝑖𝑟 𝑥 �⃗⃗� (1) Onde 𝑟 é o sentido do fio ao qual percorre o fluxo de cargas. A expressão também pode ser representada em termos de velocidade (�⃗�) da carga. �⃗� = 𝑞�⃗� 𝑥 �⃗⃗� (2) Esse par de forças provoca um torque na espira, sendo dessa forma o responsável por fazer o motor girar. No entanto, levando em analise a figura 1, se observarmos quando a espira gira 90°, segundo a regra de Fleming, as duas forças eletromagnéticas estariam perpendiculares ao sentido da corrente e do campo magnético, porém de sentidos opostos, dessa forma o torque seria zero, devido ao somatório de forças, ou seja, a bobina atingiria um ponto de equilíbrio e ficaria oscilando nesse ponto. Para resolver esse detalhe, parte da espira é revestida com um material isolante, no nosso caso tinta, logo quando o objeto atinge 90°, o fluxo de corrente é interrompido devido a presença do isolante presente em uma das partes da ponta da espira. Logo, não há presença de forças magnéticas atuando, no entanto, em virtude da inércia, a bobina continua a girar completando 180° e a partir desse momento a corrente flui novamente através das pontas, dessa vez, não cobertas com material isolante. Novamente surge o torque na espira e assim é repetido esse procedimento seguidas vezes. 1.2. Balanço de latão O presente relatório não estará sujeito a somente o motor de corrente contínua; não obstante estará sendo usado como objeto de prática um balanço de latão, assim como é aludido na figura 2, como instrumento de análise para o estudo da força magnética. Figura 2 esquematização de um balanço de latão sofrendo um torque magnético O processo é similar ao praticado pela bobina, no entanto, sem o movimento rotatório que a espira sofria. Assim como ocorre na espira, o balanço sofrerá uma força devido a presença da corrente elétrica que interage com o campo magnético dos dois imãs, resultando dessa forma em um torque no objeto. O sentido dessa força, assim como também ocorre na bobina, dependerá do sentido da corrente, influenciando em como o balanço se comportará, sendo ele podendo ser inclinado para frente ou para trás, dependendo de qual é a direção do fluxo de cargas. Para identificação desse sentido, no presente relatório será usada a regra de Fleming, esquematizada na figura 3. Figura 3 Regra de Fleming ou também conhecida como regra da mão direita. Onde, usando a mão direita, o dedo indicador é direcionado para o sentido do campo magnético (sendo do Norte para o Sul), o dedo médio apontando para o sentido convencional do fluxo de cargas e por fim o polegar sendo automaticamente direcionado para o sentido da força eletromagnético, identificada aqui, como já mencionado, como a força de Lorentz. 2. Procedimento Experimental O primeiro experimento a ser praticado foi o balanço de latão (assim como é aludido na figura 2); para montagem se deu ao uso dos seguintes materiais: • Bússola; • 01 base de acrílico para força magnética; • 02 hastes com apoios; • 01 balanço de latão; • 02 imãs • 01 suporte metálico para os imãs; • 01 par de cabos de ligação banana/banana; • Fonte regulável. Antes de iniciar a montagem, foi necessário identificar os polos dos imãs utilizados, como forma de orientar a direção do campo magnético formado pelos dois. Figura 4 O sentido do campo magnético direcionado para o Polo norte geografico(sul magnético) ao polo sul geográfico(norte magnético) Com o auxílio de uma bússola, assim como é mostrado na figura 4, foi traçado no próprio suporte para os imãs a orientação do campo magnético gerado. Em seguida, foi montado o aparato assim como é aludido na figura 2, porém na substituição da placa de montagem, foi utilizada uma fonte regulável. Ajustando a fonte para 5 V e conectado o par de cabos na base acrílica, foi observado o comportamento do balanço de latão; invertendo-se o sentido da corrente, foi repetido o procedimento, e novamente, porém invertendo-se os polos dos ímãs. A segunda parte da prática se deu pelo uso do motor de corrente continua. Para montagem foi utilizado os seguintes materiais. • 01 base de acrílico para força magnética; • 02 hastes com apoios; • 01 bobina para motor elétrico de corrente contínua; • 01 imã "U" com suporte metálico; • 01 par de cabos de ligação banana/banana; • Fonte regulável. Montado o aparato assim como é demonstrado na figura 5, foi ajustado a fonte regulável na tensão de 5 V, conectado o par de cabos na base acrílica através das hastes de apoio; e dado partido na experimentação. Figura 5 esquematização de como foi montado o motor de corrente contínua Observando o comportamento da bobina, foi feito repetidas vezes o experimento até que se entenda o funcionamento do motor. Assim como ocorreu no balanço, invertendo-se o sentido da corrente, foi repetido o procedimento, e novamente, porém invertendo-se os polos dos ímãs. 3. Resultados e Discussão 3.1. Balanço de latão Observado o sentido do campo magnético( assim como é indicado por uma flecha e uma letra B na base de ferro dos imãs) e o sentido da corrente adotando que a mesma segue do polo positivo para o negativo( da haste vermelha para a preta); usando a Regra de Fleming, foi previsto que o balanço irá sentir uma força magnética para dentro do suporte. Figura 6 A fonte regulável desligada na primeira foto. A segunda foto jáestá sobre ação de uma corrente elétrica. Determinando um comparativo podemos ver que de fato o balanço sofreu uma força magnética de tal modo que o sentido da mesma fosse direcionado para dentro do suporte. Intuitivamente, invertendo o sentido da corrente, o balanço sofreria uma força contrária a situação anterior. Figura 7 Mesmo experimento apresentado anteriormente, porém com o sentido da corrente elétrica invertida E assim como é demonstrado na figura 7, o balanço sofreu um torque direcionado para contrário ao da situação anterior. Invertendo os polos dos imãs e repetindo o procedimento foi observado uma inversão de forças se compararmos com as situações anteriores. Figura 8 Ambas com o sentido do campo magnético invertido. A segunda foto representa o mesmo experimento, porém com o sentido da corrente também invertido Invertendo o sentido do campo magnético, vemos que aplicando a regra da mão direita dessa vez, a direção da força de Lorentz se aplica ao contrário das situações anteriores. 3.2. Motor de corrente contínua Colocado nos dois suportes e entre os polos dos imãs a bobina do motor, foi observado o comportamento da mesma. Figura 9 ambas espiras sofrendo ação do torque magnético. A segunda foto representa o mesmo experimento, porém com o sentido da corrente também invertida Como previsto anteriormente, e assim como é mostrado na figura 9; no momento que percorreu uma corrente elétrica, imersa em um campo magnético, a bobina sofreu um torque magnético capaz de fazê-lo girar; onde assim como teorizado, para evitar que entrasse em um ponto de equilíbrio( ou seja, situação em que o torque fosse nulo), ao atingir 90° a corrente da bobina era cortada e por inercia a espira continuava a girar ao ponto que voltasse a ter corrente elétrica e assim retornasse ao mesmo movimento, ou seja, um processo em looping capaz de fazer a bobina obter um movimento giratório continuo. O sentido do torque foi teorizado usando a regra da mão direita, onde comprovados experimentalmente, assim como é mostrado na figura 9, no dado sentido convencional da corrente( direcionado da garra vermelha para a garra preta), a espira sentia um torque apontado para dentro do suporte, enquanto ao inverte-se o sentido , o torque era redirecionado para fora. 4. Conclusão É importante ressaltar em como os valores teóricos esperados foram comprovados com êxito na experimentação. Com relação ao motor de corrente continua foi possível observar que o movimento provocado pelo torque não era algo totalmente perpétuo. À medida que o aparelho girava, ao mesmo tempo ele sofria uma força contrária ao seu movimento, nesse caso levando a crer sendo além do atrito que a espira sofria sobre as hastes como também pela própria resistência do ar que havia no laboratório. Dado isso, é visto que contado um certo tempo a espira entrava em repouso, ou seja, em sua posição de equilíbrio. Sendo novamente necessário um impulso para que a própria por inercia girasse e efetuasse seu movimento provocado pelo torque magnético. 5. Referências [1] H. D. Young, R. A. Freedman., F. W. Sears, & M. W. Zemansky. (2009). Sears e Zemansky física III: eletromagnetismo. Pearson. 12° edição.226.
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