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Paralisia Facial Central Paralisia Facial Central ou Supra Nuclear → hipertonia muscular e desvio da comissura labial (lado da sequela). Definição Ocorre como consequência de lesão no Sistema dos TCN e TCE. • Trato córtico nuclear - TCN • Trato córtico espinal – TCE (sai do córtex e vai para o núcleo dos nervos encefálicos) Comprometimento da musculatura da parte superior da face homo e heterolateral (fraqueza) e face inferior contralateral. A) Trato córtico espinal – passa pelas pirâmides, ele manda sempre fibra contra lateral B) Trato córtico nuclear – manda fibras homolateral para o quadrante superior Etiologia • Causas da PFC: AVC, TCE, hemorragia cerebral, edemas cerebrais, tumores do encéfalo, abcessos do cérebro, dentre outras; Paralisia Facial Periférica Ocorre como consequência de lesão periférica ou lesão do Nervo Facial • Caracterizada pela lesão a partir do trajeto periférico do nervo facial (por isso são homolaterais) Etiologia • Paralisia de Bell (puramente motora) Paralisia Facial CENTRAL PERIFÉRICA A B • Síndrome Ramsay Hunt (vírus herpes zoster, o vírus lesa o nervo, a forma mais grave, só 12% vai se recuperar após 12 meses) • Lesões traumáticas (pós cirúrgicos, traumas na face, acidente de carro, tumor do nervo facial) • Congênitas (trauma na hora do parto, outras más formações). Epidemiologia • Stress, sono menor, imunidade baixa (isso aumenta a incidência de PF) • Incidência > 15 a 45 anos • Segundo pico: 60-70 anos 1 a cada 65 pessoas terá pelo menos 1 evento na vida Anatomia do Nervo Facial • VII par nervo encefálico Misto (80% motor); • É uma estrutura constituída por 2 nervos, mas sendo uma coisa só: Nervo facial (motor) - nervo facial propriamente dito Nervo intermédio de Wrisberg (sensitivo e parassimpático) Função do nervo facial • As fibras motoras: são responsáveis pelos movimentos da face (músculos da mimica do rosto); • Aferências sensitivas: são responsáveis pela sensação gustativa dos 2/3 anteriores da língua; • Parassimpática é responsável pela inervação das glândulas lacrimais, submaxilares, sublingual e da cavidade nasal. Trajeto do Nervo Facial O nervo facial consiste de 2 raízes que emergem do sulco bulbo-pontínuo e penetra no temporal junto com o n. vestíbulo-coclear pelo meato acústico interno onde encontra um canal ósseo AF, após penetrarem no MAI ocorre junção das 2 raízes → gânglio geniculado → forame estilomastóideo → m. expressão facial, estilohióideo (alonga o assoalho da boca) e digástrico (age sobre a mandíbula). Responde pela sensibilidade cutânea da cabeça, da mucosa bucal, nasal e conjuntiva ocular, dos dentes, além de inervar os músculos mastigadores. • Apesar de não inervar a face, o VIII par craniano, torna - se importante quando se fala de paralisia facial, devido a sua localização na ponte, ele penetra juntamente com os nervos facial e intermédio, no meato acústico interno. • Uma lesão neste local pode também lesar o vestíbulo - coclear, acrescentando ao quadro de paralisia facial, alterações da audição e do equilíbrio. Quadro Clínico da Paralisia Facial Periférica • Paralisia (hipotonia) dos mm. da face homolateral • �Desvio da comissura labial para lado sadio FACE n. facial trigêmeo n. wrisberg • �Sialorréia (ângulo da boca lado da sequela) • �Logoftalmo • Reflexo corneano abolido Sinal de Bell: rotação do globo ocular para cima, do lado paralisado, observado quando se pede para o paciente fechar os olhos. Sinal Negro: maior elevação do globo ocular do lado da hemiface paralisada, quando o paciente olha para cima. Sinal de Mingazzini: estando o paciente com olhos fechados, procura-se elevar a pálpebra superior. É mais fácil e mais rápido do lado paralisado. Logoftalmo: o paciente não consegue fechar o olho do lado paralisado. Sinais relacionados com a função reflexa: • R.Trigêmio Facial ou Nasopalpebral : percute entre as sombrancelhas, não se observa o fechamento do olho paralisado. • R. Córneo-Palpebral: estímulo na córnea • R. Viso-Palpebral: o estímulo é uma fonte luminosa Localização da lesão facial e sintomatologia PFP → lesão do n. facial desde o núcleo até periferia • Quadro Clínico → depende do ponto que foi lesionado • Lesão na emergência do forame estilomastóideo: Paralisia de Bell (paralisia motora dos mm da face) Lesão do n. facial no trajeto pelo Aqueduto Falópio: Paralisia Bell + alt. gustativas (perda gosto nos ⅔ ant. Língua) + hiperacusia (lesão n. estribo). Lesão do n. facial (motora) entre gânglio geniculado e forame estilomastóideo: Paralisia Bell. Lesão no meato acústico interno: Paralisia Bell + alt. gustativas + alt. audição e alt. Equilíbrio. Lesão na protuberância: Paralisia facial total (motora e sensitiva). Objetivos principais do diagnóstico • Diferenciar PFP de PFC • Estabelecer uma etiologia • Estabelecer o topodiagnóstico • Saber o grau de lesão do nervo Anamnese bem elaborada é essencial Avaliação clínica da face • Comparação com o lado normal • Inspeção estática e dinâmica deve ser realizada, para diferenciar a PFC da PFP • Todos os movimentos devem ser realizados com força máxima e simetricamente em ambos os lados Prognóstico das Paralisias Faciais • Depende: tipo de lesão, tipo de tratamento e tempo da lesão • � Ocorre variação dos tipos- desde neuropraxia �até ruptura nervosa �PFP recente (assimetria facial) �PFP crônica (assimetria mais contratura do lado sadio) �PFC recente (assimetria facial) PFC crônica (assimetria mais contratura do lado da sequela) Avaliação fisioterápica da face • Objetivos: - avaliar os déficits musculares (motor e sensitivo) - �determinar o prognóstico e tratamento • Inspeção: - verificar simetria ou assimetria - pregas e rugas da testa - região nasolabial, comissura labial, ato de piscar - presença do sinal de Bell ! • Tônus Muscular: - hipotonia - hipertonia • Sincinesias: - observado em segmentos paralisados ou �paréticos, durante a tentativa de movimento • Reflexos: - nasopalpebral e corneano • Sensibilidade: - observar se houve lesão do nervo trigêmio (térmica, tátil e dolorosa) • Motricidade: - avaliação realizada através do teste muscular, mediante mímica facial. Para realizar a avaliação motora da face, faz-se a prova de função muscular; Solicitação de movimento isolado da mímica Facial. Ausência de mov. (Palpação → tônus); Presença de mov. (Aplicar resistência → grau força); Grau 0 → ausência movimento Grau 1 → esboço de movimento Grau 2 → realiza movimento sem gravidade Grau 3 → realiza movimento contra gravidade Grau 4 → realiza movimento simetricamente contra resistência [A resistência deve ser colocada na direção diagonal de cada músculo, também deve ser solicitado o movimento de modo simples, sendo necessário às vezes, o terapeuta exemplificá-lo para que o paciente possa imitá-lo] Comando verbal durante o teste ∴ Corrugador do supercílio - aproxime as sobrancelhas e faça expressão de zangado. � ∴ Prócero – enrugue o nariz e faça expressão de �cheiro ruim. ∴ Elevador do lábio - eleve o lábio mostrando os dentes superiores. ∴ �Bucinador – comprima as bochechas contra os dentes. ∴ Risório - comprima os lábios e tracione os cantos da boca para fora. ∴ Frontal - eleve as sobrancelhas, faça expressão de surpresa. ∴ Orbicular dos olhos - feche bem os olhos. ∴ Orbicular da boca - faça bico. ∴ Zigomático - sorria. Tratamento fisioterápico das paralisias faciais • PFPR - Recuperação motora da face lesada - Enfatizar estimulação dos mov. voluntários- R.T.: crioestimulação, reflexo de estiramento, tapping, eletroestimulação • PFPC - Hipotonia lado lesado e encurtamento lado sadio - Recuperar assimetria de ambos os lados - R.T.: termoterapia, massoterapia, criorelaxamento e alongamento manual/ crioestimulação, reflexo de estiramento, tapping, eletroestimulação • PFCR - Recuperação motora - Estimulação → cautelosa (evitar espasticidade) - R.T.: trabalho de alongamento antes e após estimulação • PFCC: - Instalação da hipertonia lado da sequela - R.T.: criorrelaxamento e alongamento Recursos fisioterápicos • �Crioterapia: Estimulação – movimentos rápidos sobre o músculo �trabalhado, no sentido de sua contração Relaxamento – inibição neuromuscular, pela diminuição da velocidade de condução nervosa com isso ↓ tônus - (panqueca de gelo) • Eletroterapia: - B �ons resultados, porém tenha cautela • Cinesioterapia: - Facilita o retorno da contração muscular; - Técnica de alongamento + reflexo estiramento + mov. assistido - Estimulação deve ser realizada de modo isolado - Esta técnica tenta desencadear a sensibilidade do proprioceptor no fuso musc. → fibra IA → medula → resposta reflexa → contração musc. - Estimular a contração: utilizar tapping e crioestimulação - A medida que ocorre o retorno da contração voluntária, inicia-se o trabalho de → fortalecimento muscular; - Associado a este trabalho, pode orientar para casa, exercícios em frente espelho facilita a conscientização dos movimentos. - Outra técnica cinesioterápia importante é o alongamento muscular - O alongamento também é realizado em cada músculo isoladamente no sentido contrário a sua contração. • Termoterapia: - Aumenta metabolismo local e diminui tensão muscular; - Calor ideal é o superficial; - Compressas quentes com toalhas embebidas em água morna. • Massoterapia: - Melhora o aporte sanguíneo, contribuindo para manutenção do metabolismo e trofismo tecidual - Dois objetivos: relaxamento ou estimulação Cuidados e Orientações Gerais • Uso de óculos escuros • Gaze umedecida sobre os olhos para dormir • Mímica facial em frente ao espelho → recuperação mais rápida • Mascar chicletes do lado paralisado • Cuidado com a ingestão de alimentos quentes → alt. sensibilidade
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