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Aula 9 - Risco e retorno

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FINANÇAS DE LONGO PRAZO
AULA 9 – RISCO E RETORNO
PROFº ARMANDO DE ABREU 1
HISTÓRICO
O descobrimento da América
O descobrimento do Brasil
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HISTÓRICO
• O que todos eles tinham em comum?
• Por que corriam tantos riscos? Consciente ou inconscientemente 
• O que buscavam?
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Por que precisamos saber lidar com os riscos? 
• Riscos são inerentes a toda atividade humana. 
• Basicamente todas as empreitadas que temos na vida apresentam, em 
maior ou menor grau, algum tipo de risco de forma espontânea ou planejada.
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Dias Atuais
Em 1900 o conhecimento humano dobrava a cada 100 anos, 
em 1945 dobrava a cada 25 anos, 
em 2014 dobrava a cada 13 meses e 
espera-se que em 2030 venha a dobrar a cada 12 horas.... 
Isso tudo, aumenta a incerteza e dificuldade de prever o futuro.
Ex.: smartphones, transportes, energia, ...
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RISCO x INCERTEZA
Risco: 
• probabilidade de perigo, ameaça à vida.
• probabilidade de insucesso de determinado empreendimento, em função 
de acontecimento eventual, incerto, cuja ocorrência não depende 
exclusivamente da vontade dos interessados.
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RISCO x INCERTEZA
• Risco:
quando todas as variáveis de uma situação são conhecidas e é possível 
calcular as probabilidades de cada uma delas acontecerem. Depois, ao 
combinar os resultados, você tem uma medida precisa das chances daquilo 
resultar em algo bom ou ruim.
Ex.: Numa caixa há 10 bolas numeradas de 1 a 10, qual é o risco de eu tirar 
uma bola par?
• Incerteza:
quando uma ou mais variáveis são desconhecidas, ou 
quando não se sabe o impacto real que cada uma delas pode ter.
Ex.: Dirigir utilizando o Waze em determinadas áreas no Rio de Janeiro ou São 
Paulo.
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Como as empresas se protegem quanto aos riscos?
Empresas estão sujeitas a muitos tipos de riscos, cujas origens não são 
estritamente financeiras, e devem merecer uma gestão igualmente 
importante.
As relações com clientes, fornecedores, recursos humanos, tecnologia, 
câmbio, etc. envolvem riscos e devem ser consideradas dentro de um modelo 
geral de risco empresarial.
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Perfil do Risco nas Organizações
• Risco como oportunidade: está implícito no conceito de risco/retorno. 
Quanto maior o risco, maior o potencial de retorno, e necessariamente de 
perda. Estudos envolvendo ambiente externo e interno podem minimizar 
situações desfavoráveis.
Componentes de percepção: 
Focado no investimento.
Ofensivo por natureza.
Objetivo é tomar decisões para alcançar ganhos positivos. 
Requeridos por estratégias de crescimento buscando relacionar o risco com o 
retorno do investimento.
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Perfil do Risco nas Organizações
• Risco como perigo ou ameaça: refere-se a eventos potencialmente 
negativos, tais como: perdas financeiras, fraudes, danos à reputação, roubo 
ou furto, morte ou injúria, falhas de sistemas, demandas judiciais, etc. 
Técnicas de controle administrativas podem reduzir essa probabilidade.
Componentes de percepção: 
Foco tradicional.
Defensivo por natureza.
Objetivo é alocar recursos para reduzir a probabilidade ou o impacto de um 
evento negativo.
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Perfil do Risco nas Organizações
• Risco como incerteza: refere-se a todos os resultados possíveis dentro de 
uma organização, positivos ou negativos, ficando sob a responsabilidade da 
gestão minimizar a diferença entre os resultados estimados e os reais. 
Componentes de percepção: 
Controle focado nas receitas e retornos.
Proteção (hedging) por natureza. 
Objetivo é reduzir a variação entre os retornos estimados e os reais.
Quanto maior a proteção maior o custo envolvido > risco/retorno
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Gestão de Riscos
• Entende-se por Gestão de Riscos: um processo, quase sempre 
determinado pelo Conselho de Administração, e executado pelos 
Gestores da empresa, com acompanhamento de um Comitê de Riscos.
• O processo de Gestão de Riscos deve ser desenhado para identificar 
eventos que possam afetar a continuidade e permite prover, com 
razoável segurança, a realização dos objetivos empresariais, alinhando 
através de medidas corretivas a estratégia com o apetite aos riscos
assumidos pela empresa e seus responsáveis.
• Tais riscos podem ser previstos, ou ao menos conhecidos, porém sua 
ocorrência e seu efeito são de difícil mensuração e identificação.
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Funções do Comitê de Gestão de Risco
• Desenvolvimento de estratégias de acompanhamento e gerenciamento 
dos possíveis riscos.
• Análise da posição da empresa, exposição e relatórios de performance 
financeira.
• Discussão e aprovação de operações de proteção.
• Estabelecimento de limites para transações com bancos, países, clientes 
e fornecedores.
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Comitê de Gestão de Riscos
• O Comitê de Gestão de Riscos é formado pelo Gerente de Controladoria, 
pelo Gerente Financeiro e pelo Gerente de Auditoria.
• Nas pequenas e médias empresas essa função cabe às áreas Financeira.
• No campo da governança corporativa, há a implantação da função do 
Compliance Audit, que tem como missão primordial, verificar e atestar 
se os dirigentes e demais empregados estão cumprindo fielmente as 
normas estabelecidas (manuais, procedimentos, código de ética e 
conduta, etc.)
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Mercado Eficiente
• Nenhum participante tem a capacidade de influenciar o
preço das negociações.
• O mercado é constituído de investidores racionais.
• As informações são instantâneas e gratuitas aos participantes do 
mercado
• O mercado trabalha com inexistência de racionamento de capital
• Os ativos são divisíveis e negociados sem restrições
• As expectativas dos investidores são homogêneas
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Imperfeição do Mercado
As expectativas dos investidores são homogêneas:
• As informações muitas vezes não estão igualmente disponíveis para 
todos os investidores
• Há um grande número de participantes com menor qualificação para 
interpretar as informações relevantes
• O mercado sofre influência de políticas adotadas pelo governo
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Tirando proveito do cenário existente
• Há preocupação em avaliar se os modelos financeiros produzem 
resultados significativos
• Os investidores tentam tirar proveito econômico dos desvios 
temporários dos preços de certos ativos
• O ajuste de preços às novas informações depende da capacidade de 
interpretação dos participantes
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Quantificação dos riscos 
Probabilidade:
O conceito básico de probabilidade refere-se à possibilidade de 
ocorrência de determinado evento.
Variáveis aleatórias: conjunto de eventos incertos representado pelos 
resultados possíveis de ser gerados
Distribuição de probabilidades: divisão dos resultados esperados pelos 
valores possíveis de se verificar uma probabilidade de ocorrência
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Quantificação dos riscos 
Probabilidade objetiva
Quando se adquire uma experiência passada sobre a qual há uma 
expectativa de que se repetirá no futuro
Probabilidade subjetiva
Decorre de eventos novos, sobre os quais não se tem nenhuma 
experiência prévia relevante
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Risco e Retorno
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Quantificação dos riscos e retorno
VALOR ESPERADO
Representa uma média dos vários resultados esperados 
ponderada pela probabilidade atribuída a cada valor
n
E(R) = R =PKRK
K=1
Onde:
E(R) = R = retorno (valor) esperado
PK = probabilidade de ocorrência de cada evento
RK = valor de cada resultado considerado
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Exemplo:
Uma empresa está avaliando o risco de dois investimentos A e B:
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Risco e Retorno
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Medidas estatísticas de risco e retorno
Substituindo a expressão de cálculo para os investimentos 
anteriores, tem-se:
Valor Esperado do Investimento AE(RA) = (0,10 x $ 600) + (0,15 x $ 650) + (0,50 x $ 700)
+ (0,15 x $ 750) + (0,10 x $ 800)
E(RA) = $ 700,00
Valor Esperado do Investimento B
E(RB) = (0,10 x $ 300) + (0,20 x $ 500) + (0,40 x $ 700)
+ (0,20 x $ 900) + (0,10 x $ 1.100)
E(RB) = $ 700,00
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Risco e Retorno
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Investimento A
Investimento B
300 600700 800 1.100
Resultados
Esperados ($)
P
r
o
b
a
b
i
l
i
d
a
d
e
Medidas estatísticas de risco e retorno
Distribuições de probabilidades das alternativas de investimentos A e B.
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Risco e Retorno
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Medidas estatísticas de risco e retorno
Análise dos resultados obtidos
As duas alternativas apresentam o mesmo valor esperado
($ 700), sendo indiferentes em termos de retorno
A alternativa b possui um desvio-padrão maior, sendo
classificada como a de maior risco
A alternativa a apresenta o mesmo retorno 
esperado e um nível mais baixo de risco, 
sendo considerada a mais atraente
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Risco e Retorno
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Componentes do RISCO:
RISCO SISTEMÁTICO
É inerente a todos os ativos e 
determinado por eventos externos à
empresa e não pode ser eliminado ou reduzido
RISCO NÃO SISTEMÁTICO (Diversificável)
Identificado nas características do próprio ativo 
(intríseco) e pode ser total ou parcialmente diluído pela 
diversificação da carteira
Risco e Retorno Esperados
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Risco e Retorno
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Relação risco, retorno e investidor
O objetivo do investidor é selecionar um ativo
que lhe proporcione maior nível de satisfação
em sua combinação de risco e retorno
TEORIA DA PREFERÊNCIA
Revela o posicionamento de um investidor diante 
de investimentos com diferentes riscos e retornos
ESCALA DE PREFERÊNCIA
Possibilidades de investimento igualmente
atraentes em relação ao risco/retorno esperados
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Risco e Retorno
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Risco na Estrutura de uma Carteira de Ativos
OBJETIVO DO ESTUDO DE CARTEIRAS NA TEORIA DO 
PORTFÓLIO
selecionar a carteira que oferece o maior retorno possível 
para determinado grau de risco;
selecionar a carteira que produza o
menor risco possível para determinado
nível de retorno esperado.
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Risco e Retorno
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Diversificação do risco
Conforme se amplia a diversificação da carteira por meio 
da inclusão de mais títulos, seu risco total decresce em 
função da eliminação do risco não sistemático
A partir de certo número de títulos, o risco da carteira 
se mantém praticamente estável, correspondendo 
unicamente a sua parte não diversificável
a diversificação pode ser adotada em carteiras de diferentes 
naturezas, como ações, projetos de investimentos, etc
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Risco e Retorno
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Diversificação do risco
Exemplo ilustrativo
ESTADO DE
NATUREZA
PROBABILIDADE
DE OCORRER
RETORNO
DO ATIVO A
RETORNO
DO ATIVO B
Crescimento
Estabilidade
Recessão
30% 28% 8%
40% 14% 12%
30% – 4% 7%
Os retornos esperados de cada título são:
E (RA) = (28% x 30%) + (14% x 40%) + (– 4% x 30%)
E (RA) = 12,8%
E (RB) = (8% x 30%) + (12% x 40%) + (7% x 30%)
E (RB) = 9,3%
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Supondo que cada ativo receba 50% do investimento, temos:
E (Rp) = (12,8% x 50%) + (9,3% x 50%)
E (Rp) = 11,05%
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– Tamanho da empresa
– Grau de alavancagem financeira
• Ações internacionais
– Países desenvolvidos/emergentes
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AÇÕES
Ações locais
– Setor de atividade
TÍTULOS DE RENDA FIXA PRIVADOS
Títulos locais
Títulos internacionais
Rating do título
Títulos de alto risco e retorno
TÍTULOS DE RENDA FIXA PÚBLICOS
Títulos do Banco Central
BENS IMÓVEIS
Imóveis comerciais 
Imóveis residenciais
Gestão de Portfólio e Classes de Ativos
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Risco e Retorno
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Gestão de Portfólio e Classes de Ativos
Relação de conflito entre risco e retorno de ativos (Farell):
Onde: CML = Capital Market Line
Rf = taxa de juros de ativos livres de risco
Retorno
esper ad o E(R )
R
F
Títulos 
públicos 
renda 
fixa
Títulos 
privados 
renda
fixa
C ML
Risco
Bens 
imóveis
Ações 
inte rna-
cionais
Ações 
locais
Capital 
de risco
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Risco e Retorno
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Bibliografia
DAMODARAN, Aswath. Corporate finance. 2. Ed. New York: 
John Wiley, 2001.
FARRELL JR., James L. Portfolio management. 2. Ed. New York: 
McGraw-Hill, 1997.
GRINBLATT, Mark; TITMAN, Sheridan. Financial markets and 
cosporate strategy. New York: MacGraw-Hill, 1998
SÁ, Geraldo Tosta de. Administração de investimentos: teoria 
de carteiras e gerenciamento de risco. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 1999.
SHARPE, Willian F.; ALEXANDER, Gordon J.: BAILEY, Jeffrey V. 
Investments, 6. Ed. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1999.
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