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Vida Tardia_Processo Psicossocial_2904_Noturno 3C_v1

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2
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PSICOLOGIA
ANÁLISE COMPORTAMENTAL: Análise funcional a partir do filme
 “ O Quarto de Jack”.
São Paulo, 2021
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PSICOLOGIA.
ANÁLISE COMPORTAMENTAL: Análise funcional a partir do filme 
“ O Quarto de Jack”.
	Componentes 
	RGM
	ALESSANDRA A MILANEZ ALBUQUERQUE
	2097762-0
	BEATRIZ LOTERIO DA SILVA
	2129377-5
	JULIANA ALMEIDA
	2241906-3
	KAROLINE SARTORATO DE ALMEIDA
	2115084-2
	MARCELLY TATIANI DA SILVA
	2225721-7
	MARCIA NEPOMUCENO
	2266623-3
	MAYDE CASTRO DE ABREU
	2244862-4
	
	
Atividade apresentada como requisito parcial da disciplina Análise Aplicada do Comportamento do curso de Psicologia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, sob orientação da Profa. Ms. Mara Poltronieri.
São Paulo, 2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1.	DESENVOLVIMENTO DO TEMA	5
1.1	Capítulo 1 – Desenvolvimento Psicossocial da Vida Adulta Tardia	7
1.2	Capítulo 2 – O CICLO DE VIDA: A Teoria Eriksoniana	8
1.2.1 Integridade versus Desespero	10
1.2.2 Teoria da Identidade	11
1.2.3 Otimização Seletiva	11
1.2.4 Depressão na velhice	12
1.3	Capítulo 3 – O bem-estar na vida adulta tardia	13
1.3.1 Modelo de avaliação cognitiva	13
1.3.2 Religião e espiritualidade	14
1.4	Capítulo 4 – MODELOS DE ENVELHECIMENTO	15
1.4.1 Teoria do desengajamento versus teoria da atividade	16
1.4.2 Teoria da continuidade	17
1.5	Capítulo 5 – APOSENTADORIA	17
1.6	Capítulo 6 – ESQUEMAS DE VIDA	20
1.6.1 Envelhecer em casa	21
1.6.2 Viver Sozinho	21
1.6.3 Viver Com filhos adultos	22
1.6.3 Viver em Instiuições	22
1.6.3 Outras alternativas de Moradia	23
5. ANÁLISE DE DADOS	23
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS	25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	28
7. ANEXOS	29
7.1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido	29
7.2. Perguntas utilizadas durante a entrevista	31
[...] não há razão para se ter pena de pessoas velhas. Em vez disso, as pessoas jovens deveriam invejá-las. É verdade que os velhos já não têm oportunidades nem possibilidades no futuro. Mas eles têm mais do que isso. Em vez de possibilidades no futuro, eles têm realidades no passado – as potencialidades que efetivaram, os sentidos que realizaram, os valores que viveram – e nada nem ninguém pode remover jamais seu patrimônio do passado. 
Viktor Emil Frankl (1905-1997) (FRANKL, 2006b, p.127)
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como objetivo compreender o desenvolvimento psicossocial na vida adulta tardia é um período em que as pessoas podem reavaliar suas vidas, concluir o que ficou pendente e decidir como melhor canalizar suas energias e passar os dias, meses ou anos que lhe restam. 
Alguns querem deixar um legado aos netos ou ao mundo outros, transmitir os resultados ou simplesmente dedicar-se aos seus passatempos favoritos e fazer as coisas que nunca tiveram tempo de fazer quando era mais jovens. O crescimento na velhice é possível,e muitos idosos que se sentem saudáveis,competentes e no controle de suas vidas vivenciam essa última fase da vida de modo positivo.
A partir desse trabalho é possível concluir que a perspectiva do desenvolvimento humano eriksoniano situa-se em uma vertente sócio-cultural, baseando nos conflitos do ego e contrapondo-se ao movimento do Id e pulsões inconscientes. Nesse aspecto, entende-se que os estágios psicossociais do desenvolvimento se apresentam como um arcabouço teórico que a psicologia dispõe para explicar os processos do ciclo da vida.
A partir de Erikson o conceito do ego emerge em uma posição ampliada, em que assume novas dimensões, sendo considerado um modelo criativo devido a sua versatilidade para explicar e resolver as diferenças surgidas em cada fase descritas por ele.
O oitavo estágio, chamado de velhice, apresenta como conflito a integridade e a desesperança, quando o ser humano passa a refletir sobre sua vida. Nesse estágio, sobressai-se a sabedoria, que remete ao saber acumulado ao longo dos anos, a capacidade de julgamento maduro e justo, e a compreensão abrangente dos significados, e a forma de ver, olhar e lembrar as experiências vividas.
Por integridade entende Erik Erikson a capacidade de aceitar os limites da vida, isto é, o que a vida tem dado ou não; o ganho de um sentido de pertencer a uma história mais ampla. Este crescimento permite ao indivíduo ser capaz de aceitar seu ciclo vital e daqueles que se tornaram significantes ao longo desse mesmo ciclo. Na integridade, a pessoa não receia encarar todo o caminho seu percorrido, levando-o a compreender o percurso das pessoas que acompanharam o seu ciclo de vida, “livre do desejo de que eles fossem diferentes, e uma aceitação do fato de que a vida de cada um é de sua própria responsabilidade”, sendo que o possuidor da integridade defende a dignidade do seu próprio estilo de vida contra todas as ameaças físicas e econômicas.
 
1. DESENVOLVIMENTO DO TEMA
O tema é: “Idade Adulta Tardia – O desenvolvimento Psicossocial”.
A proposta do trabalho é focar-se nas questões psicossociais da idade adulta tardia à luz da teoria do desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson. Postula-se que a consolidação da identidade é um processo que envolve tanto o indivíduo quanto a cultura. Enfrentar as perdas decorrentes da velhice com possibilidade de encarar a morte com serenidade exigirá do idoso, de acordo com essa teoria, revisão de sua vida e aceitação de falhas do passado. Assim, durante esse processo, conflitos anteriores poderão ressurgir e o desespero diante da finitude da vida possivelmente aparecerá. Entretanto, se o idoso conquistar a sabedoria e o envolvimento vital por meio do amadurecimento de forças psicos-sociais, a integridade do ego poderá ser consolidada. Para tanto, o ambiente psicossocial é de suma importância. O trabalho faz uma releitura dos textos de Erik Erikson acerca do envelhecimento, destacando seus principais conceitos. Além disso, o trabalho propõem visões dos livros Desenvolvimento Humano (Papalia e Feldman) e o Desenvolvimento da Pessoa (Berger).
As modificações na aparência, podem ter sérias consequências sociais e psicológicas. Em uma sociedade preconceituosa para com os idosos, aqueles que parecem velhos são tratados como velhos, de uma maneira estereotipada. A utilização de “linguagem de velho” com as pessoas idosas faz com estas se sintam – e eventualmente se tornem – menos competentes; cuidar delas fazendo coisas que elas podem fazer reduz o seu senso de autovalorização; criticá-las por parecerem mais jovens, dificulta sua tentativa de livrar-se do preconceito de que são vítimas. As crianças costumam ver os mais velhos como antiquados; elas podem mesmo perguntar a seus avós como era a vida antes do advento da eletrecidade e do automóvel.
Apesar disso, as pessoas idosas consideraram sua personalidade, seus valores e suas atitudes bastante estáveis e, exceto pelo reconhecimento, de que podem estar um pouco mais lentas, não acham que muita coisa mudou nelas (Troll & Skaff, 1997). As pessoas idosas, quando veêm uma fotografia recente delas mesmas, ou dão uma olhada rápida no espelho, ou apenas observam como as outras as tratam, ficam surpresas mesmo na idadade adulta avançada. 
Se as pessoas mais idosas associarem a sua aparência com sua identidade, ou se dependerem das reações dos outros para validarem seu autoconceito (como fazemos as vezes), a percepeção de que parecem idosas, se movimentam ou são tratadas como pessoas idosas, pode fazê-las agir e pensar de acordo com o estereótipo preconceituoso em relação à velhice – com consequências prejudiciais para elas mesmas.
Desta forma, além de utilizarmos como base teórica, três grandes livros sobre o tema, realizamos uma entrevista, buscando identificar características apontadas por esses autores em nossa entrevistada.
1.1 Capítulo 1 – Desenvolvimento Psicossocial da Vida Adulta Tardia
No início da década de 80, quando uma importante feminista, Betty Friedan se pronunciou a respeito do “Crescimento na velhice”, muitos pensadores comoB. F Skinner contestaram. Skinner chegou a dizer que “Velhice e crescimento, são uma contradição de termos” (Friedan, 1993, p.23).
Com o tempo, reconheceu-se que o crescimento na vida adulta tardia é potencial. Muitos idosos sentem-se saudáveis, competentes e no controle de suas vidas e vivenciam esta ultima fase da vida de modo positivo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE.
À medida que o tempo passa, o envelhecimento primário faz com que todos pareçam mais velhos. Os adultos de meia-idade tendem protelar o inevitável vestindo roupas da moda, usando cremes hidratantes para a pele e pintando os cabelos, mas o envelhicimento primário não pode ser ocultado por todo o tempo. A pele, muitas vezes é o primeiro sinal: torna-se mais seca, mais fina e menos elástica: rugas e vasos sangüíneos são visíveis e bolsas de gordura aparecem (Whithbourne, 1996). Além disso, manchas escuras, conhecidas como “manchas senis”, são observadas na pele de cerca de 25% dos adultos por volta dos 60 anos, em aproximadamente 70% aos 80 anos, e em quase todos por volta dos 100 anos.
Os cabelos tambem sofrem mudanças evidentes, tornando-se mais finos e mais grisalhos e, em muitas pessoas, ocasionalmente ficando brancos completamente. Curiosamente, a perda do pigmento capilar é a mudança física que mais se relaciona com a idade cronológica. É um sinal mais evidente da idade de uma pessoa do que as modificações da pele, da acuidade auditiva, da pressão sangüínia, do tamanho do coração ou da capacidade vital (Balin, 1994). Embora indique a idade, o cabelo grisalho não apresenta correlãções com deficiência.
Contemplando o desenvolvimento dos 65 anos em diante, observamos um amplo leque de possibilidades e resultados. Algumas pessoas na casa dos 70 ou até mesmo na dos 80 anos ainda participam de maratonas; outras mal conseguem se movimentar. Umas passam o tempo escrevendo intermináveis poemas; outras sequer conseguem raciocinar.
Também no desenvolvimento psicossocial, é menos provável que a velhice consiga igualar as diferenças indivíduais do que aumentá-las, expandindo a diversidade da experiência humana mais ainda do que nas décadas precedentes. Quando tentamos compreender o desenvolvimento humano em seu todo, a diversidade leva à complexidade.
1.2 Capítulo 2 – O CICLO DE VIDA: A Teoria Eriksoniana
Erik Homburger Erikson, psicanalista de origem alemã, mudou-se para os Estados Unidos aos 31 anos fugindo do nazismo, permanecendo lá até a sua morte, aos 91 anos. Conviveu com Freud, o pai da psicanálise, quando ainda vivia em Viena. Sua larga experiência profissional favoreceu o desenvolvimento de uma teoria que incluiu as ações da sociedade no desenvolvimento do eu (chamado de ego), considerando este desenvolvimento ao longo de todo o ciclo vital. Isso contrariou as propostas freudianas, que entendiam as experiências iniciais da infância como determinantes da personalidade de maneira irreversível (PAPALIA; OLDS, 2000). Sua teoria abriu portas para o desenvolvimento dos atuais estudos sobre o envelhecimento humano. 
Diante disso, se faz uma pergunta, a personalidade sofre mudança na terceira idade? A resposta depende em parte do modo como a estabilidade e a mudança são medidos. Segundo COSTA e McCrae (2002, p.416) a estabilidade ocorre nos níveis médios de vários traços. Segundo o modelo dos cinco fatores e, as pesquisas que lhe dão suporte, é improvável que pessoas hostis, em média, tornem-se amigáveis com a idade, a não ser que se submetam a tratamento terapêutico; e as pessoas otimistas permanecerão esperançosas. Entretando, os estudos demonstram uma versão modificada deste modelo e constataram uma mudança contínua na vida adulta tardia: com o tempo, uma diminuição no neuroticismo (Allemand, 2007); aumentos em autoconfiança, acolhimento caloroso e estabilidade emocional (Roberts e Mzocek, 2008); e aumento em conscienciosidade acompanhado por declinios em vitalidade social e abertura para o novo (Roberts e Mzocek, 2008).
Erik Erikson elaborou um diagrama com oito e, posteriormente, nove etapas do ciclo de vida, abrangendo desde o nascimento até a velhice avançada. Cada fase seria caracterizada por uma crise, ou, como o autor postulou anos depois, por um balanço dinâmico entre um componente sintônico e um distônico. O elemento sintônico implica uma tendência à harmonia e à busca pelo equilíbrio interno. Contrariamente, o distônico tenderá à desarmonia e ao desarranjo (1980. p. 191). 
As fases do desenvolvimento propostas por Erikson (1980. p. 191), seguidas pelas virtudes ou forças psicossociais a serem adquiridas, são apresentadas a seguir:
1ª) Confiança básica versus desconfiança básica: esperança;
2ª) Autonomia versus vergonha e dúvida: força de vontade;
3ª) Iniciativa versus culpa: propósito;
4ª) Diligência, realização versus inferioridade: competência;
5ª) Identidade versus confusão de identidade: fidelidade;
6ª) Intimidade versus isolamento: amor;
7ª) Geratividade (generativity) versus estagnação: cuidado;
8ª) Integridade do ego versus desespero, desgosto: sabedoria.
Erikson desenvolveu sua teoria sob a premissa de que cada estágio ou etapa contribui para a consolidação da "integridade do ego". Dessa forma, o elemento sintônico "integridade do ego", que surge de forma mais evidente na oitava etapa, envolve os esforços em equilibrar o sentido de coerência e plenitude pessoal com o "desespero" perante a finitude e a proximidade da morte, além da aceitação e adaptação aos triunfos e falhas do passado (1986. p. 352). Entretanto, esse elemento é construído a partir do processo dinâmico do desenvolvimento da personalidade que ocorreu durante toda a vida e se consolida na velhice. Portanto, a formação do ego se dá por meio de sucessivas reatualizações após cada crise, quando o sujeito necessita gerar novas formas de estabilidade emocional e de relações interpessoais (2003. p. 691). Cada estágio traz consigo tarefas desenvolvimentais a serem cumpridas, novos desafios a serem enfrentados e a necessidade de reavaliar relações e comportamentos estabelecidos.
1.2.1 Integridade versus Desespero
A teoria de Erik Erikson avalia este tema quando o adulto na idade tardia buscam integrar e unificar suas experiências pessoais exclusivas com a visão que tem da comunidade. Muitos desenvolvem orgulho e contentamento por sua vida passada e presente, bem como um sentido compartilhado de “nós” dentro de uma mutualidade comunal (Erikson et al., 1986). Outros, experenciam o desespero um sentindo de que “o tempo agora esta curto, curto demais para se iniciar uma outra vida e procurar caminhos alternativos para um recomeço” (Erikson, 1993).
...a vida apresenta muitos motivos bastante realistas para se experienciar o desespero: aspectos do presente que causam sofrimento constante; aspectos de um futuro incerto e assustador. E, naturalmente lá esta a morte – inevitável, um apecto do futuro absolutamente certo e totalmente desconhecido. Assim, um certo desespero deve ser reconhecido e, incorporado como um componente da velhice. [Erikson et al., 1986]
Em termos ideiais, a perspectiva da morte traz uma nova visão da sobrevivência por meio dos filhos, dos netos e da comunidade humana como um todo que permitem um “envolvimento de afirmação da vida” no presente. 
Diante do exposto, díficil não se fazer um adendo a respeito do momento atual em que todos estamos vivendo, enfrentando uma crise mundial (pandemia) onde, além dos idosos enfrentarem o isolamento social, são alvos de discriminação com criações dos chamados “memes” procurando ridiculariza-los muitas vezes, não tendo consciência de que está cometendo um crime, ao ferir a lei 10.741/2003, que estabelece o Estatuto do Idoso.
1.2.2 Teoria da Identidade
Uma segunda versão da teoria do self origina-se, na verdade, do quintoestágio descrito por Erikson, identidade versus confusão de papéis. O próprio Erikson reconhecia que a procura de uma identidade durava toda vida, e que cada nova experiência, cada ganho ou perda, exige que as pessoas reavaliem ou reafirmem sua identidade pessoal. A identidade é especialmente desafiada na idade adulta tardia: os habituais pilares do autoconhecimento, começam a desmoronar, especificamente a aparência física, a saúde e o emprego (Kraus, 1999; Whitbourne, 1996).”Eu sei quem eu era mas, quem sou eu agora?” (citado em Kroger, 2000). Na assimilação da identidade, a identidade permanece como sempre foi, e novas experiências são incorporadas ou assimiladas nela. Assim, a pessoa mantém a autoestima distorcendo a realidade e negando que qualquer coisa tenha de fato mudado, negando inclusive que isso possa tê-lo afetado. Um indivíduo idoso assimilador, pode recusar-se a reconhecer suas fragilidades.
A ideia básica da teoria da identidade é que as pessoas de todas as idades tenham senso de quem são, mas a identidade pessoal é posta à prova pelas inevitáveis consequências do envelhecimento. Em virtude disso, uma pessoa pode assimilar (tornando-se muito rígidas, insistindo em valores morais egocêntricos e estreitos) ou se acomodar (cedendo em face das circuntâncias que a transformam). O modo ideal, seria a pessoa manter uma identidade firme porém flexível, não tendendo em demasia, em qualquer direção, apesar dos desafios do envelhecimento.
1.2.3 Otimização Seletiva
Exemplos mais comuns são oferecidos pelos idosos que estruturam sua vida de modo a poderem fazer o que querem e bem. Através de um estudo de algumas das estratégias adotadas pelas pessoas de mais de 80 anos, Johnson e Barer (1993) citam uma mulher que comprava alimentos em uma loja distante porque ficava perto do ponto final do ônibus, com isso, garantindo lugares disponíveis para ela e, suas compras, no caminho de viagem de volta. A disposição de executar essas mudanças seletivas, é por si só uma medida de capacidade do eu, as pessoas que apresentam um senso de autoeficácia acreditam que podem controlar qualquer situação que a vida lhe apresente e, portanto podem entrentar os diversos eventos do envelhecimento (Berger, 2001, p.438).
1.2.4 Depressão na velhice
Alguns autores tendem a considerar que uma velhice bem-sucedida depende, em grande parte, das crenças dos idosos nas capacidades para administrar a própria vida e os eventos do mundo externo. Para Neri (1995. p.41-71), o senso de auto-eficácia e um estilo de vida ativo contribuem para um bom desempenho físico e mental na velhice. Por outro lado, a perda de força e a mudança de foco das crenças de auto-eficácia aumentam a vulnerabilidade ao estresse e à depressão do idoso, dificultando o seu acesso ao suporte social que necessita.
A atividade física, quando regular e bem planejada, contribui para a minimização do sofrimento psíquico do idoso deprimido, além de oferecer oportunidade de envolvimento psicossocial, elevação da auto-estima, implementação das funções cognitivas, com saída do quadro depressivo e menores taxas de recaída. Uma das vantagens do exercício físico é o efeito positivo também na prevenção e tratamento de outros agravos comuns nas pessoas idosas. Propõe-se que as administrações municipais organizem programas de atividade física, além da inclusão exercícios físicos nas programações dos Grupos de Terceira Idade. As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto e abandono, e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar que a depressão no idoso freqüentemente surge em um contexto de perda da qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves. Ações desenvolvidas pelo poder público, aos Grupos de Terceira Idade têm se multiplicado pelo Brasil no intuito de apoiar no desenvolvimento psicossocial da terceira idade. Outra medida importante que pode ser desenvolvida pelos municípios, é o estímulo e apoio à atividade física nas atividades cotidianas da população, através de um conjunto de ações destinadas a promover o deslocamento a pé (arborização e conservação das vias públicas, faixa de pedestre, eliminação de barreiras arquitetônicas, etc.) e o uso da bicicleta (construção de ciclovias, implantação de ciclofaixas, etc.), além de oferecer infra-estrutura adequada e suporte técnico para as pessoas que, espontaneamente, vêm desenvolvendo o hábito de fazer caminhadas.
1.3 Capítulo 3 – O bem-estar na vida adulta tardia
Um estudo recente de 340 mil adultos, mostrou que a felicidade esta em alta aos 18 anos, declina até a pessoa chegar aos 50 anos e depois tende a subir novamente até os 85 anos – neste ponto alcançando níveis ainda mais altos do que na adolescência (Stone et al., 2010). 
A felicidade na velhice pode em parte refletir o valor de uma perspectiva madura mas, tambem pode refletir a sobrevivência seletiva dos mais felizes. Diante disso, o que contribui para uma saúde mental positiva na velhice?
De acordo com três estudos prospectivos abrangendo mais de 60 anos, um importante fator de previsão é o uso de defesas adaptativas maduras no enfrentamento de problemas em fases anteriores da vida.
Aqueles que, na velhice, apresentaram melhor adaptação psicossocial foram os mesmos que, quando adultos jovens, haviam usado defesas adaptativas maduras como altruísmo, humor, persistência (no sentido de não desanimar), antecipação (de planos para o futuro) e sublimação (redirecionando emoções negativas para atividades produtivas) Vaillant (2000).
1.3.1 Modelo de avaliação cognitiva
No modelo de avaliação cognitiva (Lazarus e Folkman, 1894), as pessoas escolhem conscientemente estratégias de enfrentamento com base no modo como percebem e analisam uma situação. O enfrentamento inclui qualquer coisa que um indivíduo pense ou faça para se adaptar ao estresse, independentemente de como isso funcione. A escolha da estratégia mais adequada exige uma contínua reavaliação da relação entre a pessoa e o ambiente.
Diferenças de idade na escolha de estilos de enfrentamento Adultos mais velhos tendem a usar mais o enfrentamento focalizado na emoção do que as pessoas mais jovens (Blanchard-Fields,2007); isso é verdadeiro especialmente quando se observa o idoso mais velho (Martin et al.,2008). Geralmente, o enfrentamento focalizado na emoção é menos adaptativo do que o enfrentamento focalizado no problema, mas isso é verdadeiro somente quando, realisticamente, algo pode ser feito em relação ao problema. Quando não há solução disponível, talvez seja mais adaptativo controlar as emoções negativas ou desagradáveis. Além do mais, quando ambos os enfrentamentos são usados conjuntamente, isso permite uma variedade mais ampla e mais flexível de respostas a eventos estressantes.
1.3.2 Religião e espiritualidade
Os idosos estão mais vulneráveis a sofrerem perdas. A quantidade de anos vividos lhe permitiu experenciar diversos fatos e, especialmente na velhice, a soma de perdas pode acarretar conseqüências negativas em sua saúde. A perda financeira, da situação econômica decorrente da aposentadoria; a perda da beleza, do vigor da juventude; a perda de um corpo saudável para dar lugar à convivência com doenças crônicas; a perda de independência e/ou autonomia; a perda de familiares, amigos e, finalmente, a proximidade da perda da própria vida. A religião e a espiritualidade podem auxiliar no enfrentamento destes eventos, considerados frequentemente como estressores.
Na velhice existe psiquismo, alma e oferecer uma escuta empática aos aspectos espirituais, pode fazer a diferença entre a manutenção da saúde ou o desenvolvimento de doenças. A espiritualidade faz parte do comportamento do indivíduo durante todo o ciclo existencial, uma vez que envolve, entre outras atividades, o perceber, o pensar, o conceber e o sentir, a fé e o acreditar. Desde a Antiguidade, a espiritualidade sempre foi de grande importância na benéfica evolução dos indivíduos e dos grupos humanos,principalmente para encontrar respostas que abrandassem as ansiedades, os medos e as ameaças a que todos estão sujeitos, entre eles a finitude e a morte.
Desde a Antiguidade, a espiritualidade tem sido representada através das crenças, dos mitos e das religiões, e sempre foi de grande importância na benéfica evolução dos indivíduos e dos grupos humanos, principalmente para encontrar respostas diante do desconhecido e oportunizar continência das ansiedades que a sobrevivência impõe, dos medos inerentes ao ser humano, como a morte e o desconhecido, quanto à própria origem e à finitude.
A espiritualidade, espontaneamente surgida de uma necessidade em comum, tem possibilitado aos seres humanos se encontrar, se juntar, se ligar e se integrar em busca de poderes para administrar o que é impossível dominar e vencer, como os enigmas que envolvem o princípio e o final das coisas.
1.4 Capítulo 4 – MODELOS DE ENVELHECIMENTO
A velhice não é o fim da vida mas sim, uma das etapas do desenvolvimento. Por que temos que lutar pelos velhos? Porque são a fonte de onde jorra a essência da cultura, ponto onde o passado se conserva e o presente se prepara pois, só se perde o sentido aquilo que o presente não é percebido como visado pelo passado (Bossi, p.18, 2003). O que foi, não é uma coisa revista por nosso olhar, nem é uma ideia inspecionada por nosso espírito – é alargamento das fronteiras do presente, lembranças de promessas não cumpridas. O que é ser velho? Pergunta você? Em nossa sociedade, ser velho é lutar para continuar sendo Homem.
Num certo momento de nossa existência, com pequenas variáveis numa ou noutra pessoa, surgem os avisos anunciadores de que ja estamos sendo selecionados, pela natureza, para fazermor parte da minoria social classificada como “velhos”. Despontam cabelos brancos, as incômodas rugas denunciando nossa idade. A saúde sinalizam as primeiras perturbações do stress, causados pelo inconformismos das mudanças. Se neste momento de incertezas, não estivermos informados sobre como nos conduzir diante dessas inevitáveis transformações e suas consequências, corremos o risco de terminarmos nossos dias melancolicamente, no abandono e hostilidade do mundo paralelo onde começamos a entrar. Nesta viagem, é como se fossemos nos desligando pouco a pouco de um mundo anterior a que pertenciamos. Hipócrates dizia que para curar o corpo humano é preciso conhecer as coisas como um todo.Cinco séculos antes de Cristo, o “pai da medicina” ja ensinava que o corpo não é apenas um conjunto de órgãos mas, uma unidade íntegra, regulada e harmonizada pela natureza de cada um.
Um ramo da medicina vem atuando constantemente para tentar inibir ao máximo o envelhecimento e o surgimento das doenças degenerativas, medicina ortomolecular. O envelhecimento bem-sucedido, ou ideal, em grande parte substituiu a ideia de que o envelhecimento resulta de processos inevitáveis e intrínsecos de perda e declínio. Considerando que fatores modificáveis influenciam o envelhecimento. Vários estudos identificaram três componentes principais do envelhecimento bem-sucedido: (1) anulação da doença ou de incapacidade relacionada à doença, (2) manutenção elevada das funções psicológica e cognitiva e (3) engajamento constante e ativo em atividades sociais e produtivas (atividades, pagas ou não, criadoras de valor social). Os idosos bem-sucedidos tendem a ter apoio social, emocional e material, o que contribui para a saúde mental; e enquanto permanecem ativos e produtivos não se consideram velhos (Rowe e Kahn, 1997).
1.4.1 Teoria do desengajamento versus teoria da atividade
A teoria do desengajamento foi uma das primeiras teorias influentes da gerontologia. Seus proponentes (Cumming e Henry, 1961) entendiam o desengajamento como uma condição universal do envelhecimento. Eles defendiam que a decadência do funcionamento físico e a consciência da proximidade da morte resultam numa gradual e inevitável suspensão dos papéis sociais (trabalhador, cônjuge, pai ou mãe); e, como a sociedade deixa de providenciar papéis úteis para os adultos da terceira idade, o desengajamento é mútuo. Acredita-se que o desengajamento deve ser acompanhado pela introspecção e apaziguamento das emoções. No entanto, depois de mais de cinco décadas, a teoria do desengajamento tem recebido pouco apoio da pesquisa independente e “quase desapareceu da literatura empírica” (Achenbaum e Bengtson, 1994, p. 756). Parece que o desenvolvimento dessa perspectiva teórica tinha mais a ver com a atmosfera social e intelectual geral da época em que foi formulada do que com qualquer processo normativo do envelhecimento (Moody, 2009).
A teoria da atividade, em oposição à teoria do desengajamento, associa a atividade com a satisfação de viver. De acordo com essa teoria, nós somos o que fazemos (Moody, 2009). Como as atividades tendem a ser vinculadas a papéis e a conexões sociais, quanto mais ativos permanecermos nesses papéis, mais satisfeitos provavelmente estaremos. As pessoas que envelhecem bem mantêm o máximo possível de atividades e encontram substitutos para os papéis perdidos (Neugarten, Havighurst e Tobin, 1968). De fato, a pesquisa detectou que a retenção das principais identificações com papéis sociais é um fator de proteção para o bem-estar e a saúde mental (Greenfield e Marks, 2004).
O papel da produtividade é um ponto essencial para viver bem, as pessoas podem continuar a serem produtivas e até mesmo ser mais produtivas ainda. As atividades como ler um livro ou trabalhos manuais, não trazem benefícios físicos porem proporciona um senso de desenvolvimento com a vida.
1.4.2 Teoria da continuidade
Para a Teoria da Continuidade, o último estádio da vida é um prolongamento dos períodos antecedentes, apesar de existir um reconhecimento em relação à descontinuidade das situações sociais. Segundo esta teoria, os diferentes estados do ciclo da vida são caracterizados por um elevado grau de continuidade, sendo a adaptação dos indivíduos à velhice influenciada pela personalidade e estilo de vida anterior. Com o passar dos anos, à medida que se verifica um crescimento em relação ao indivíduo e à sua maturidade e que o indivíduo transita para o estado de maturidade tardia e posteriormente para a velhice, a Teoria da Continuidade reconhece que o indivíduo desenvolve diversos valores, atitudes, normas e hábitos estáveis, que se transformam numa parte concreta da sua personalidade, desta forma a adaptação e o estilo de vida são determinados basicamente pelos estilos de vida, hábitos e comportamentos alcançados ao longo da existência.
Os indivíduos que durante a sua vida ativa foram pouco sociáveis e que se dedicaram unicamente ao seu trabalho, possuem poucas condições para se tornarem mais ativos nesta fase, em contrapartida os indivíduos que tiveram uma vida mais ativa e mais envolvimento social, gozam de maior capacidade para reorganizar a sua vida, envolvendo-se em atividades idênticas às praticadas nas etapas anteriores. Aponta-se desta forma para uma relação concisa entre as atividades atuais e as anteriores. Acontece que, por vezes, ocorrem situações de incompatibilidade com a situação em que o idoso se encontra, devido ao pouco salário, à pouca frequente interação social e estado de saúde mental.
Alguns pesquisadores concentram-se na atividade produtiva, quer seja remunerada ou não, como a chave para envelhecer bem. Em um estudo de mais de 1.200 adultos idosos, tanto o número de atividades produtivas quanto o tempo despendido nessas atividades estavam relacionados ao bem-estar subjetivo e a sentimentos de felicidade (Baker et al., 2005).
1.5 Capítulo 5 – APOSENTADORIA
A aposentadoria começou a ser introduzida no final do século XIX em países industrializados como uma forma de assegurar o sustento de vida de trabalhadores velhos nos seus últimos anos de vida, tirando-os da mendicidade, situação que muitos deles enfrentaram quando não tinham mais condições de trabalhar. De fato, eram poucos os que chegaram à idade mínima exigida, de 70 anos. Desde então, a situação mudou em vários aspectose transformou o antigo caráter da aposentadoria, que representava uma esmola do Estado, em um direito dos trabalhadores. Desta forma, a luta dos sindicatos incluiu também o direito e as condições de aposentadoria, melhorando a situação financeira dos aposentados e diminuindo a idade mínima para se aposentar. Outro aspecto relevante foi o aumento da expectativa de vida, de forma que hoje a grande maioria da população chega na idade da aposentadoria com saúde e disposição e ainda consegue usufruir dessa etapa de vida. Assim sendo, a antiga imagem do aposentado como um sujeito velho, acabado e doente, perto da morte, não se sustenta mais. E, com a mudança das condições da aposentadoria, também se muda a imagem da aposentadoria: agora vista como um tempo liberado das obrigações laborais, que deve ser aproveitado.
As mudanças no campo da aposentadoria tiveram um profundo impacto na imagem da velhice em geral. Como Guita Debert (1999) destaca no seu livro A Reinvenção da Velhice, a forma como esta etapa da vida é tratada pela sociedade, ao dar uma idade inicial legalmente marcada (60 anos), atribuindo direitos específicos (passagem livre) e buscando uma nova nomenclatura para escapar das conotações negativas da determinação anterior (Terceira Idade em vez de Velhice), tem uma forte relação com a instituição da aposentadoria.
Mas a aposentadoria não é só um direito do trabalhador individual, também se transformou em uma medida de gerenciamento do mercado de trabalho. Em um contexto laboral em que não há emprego para todos, a discussão sobre a aposentadoria e o envelhecimento se faz ainda mais evidente. Segundo Barreto e Ferreira (2011), o paradigma da produtividade no mundo organizacional se alia, em certa medida, a valores como juventude e dinamismo, fazendo com que os funcionários que possuem idade mais avançada deixem de ser interessantes para as empresas.
Observa-se, portanto, que o discurso nesse posicionamento empresarial é o de que não há lugar - no ambiente empresarial - para o velho e para a inatividade e que este só interessa enquanto rende (Beauvoir, 1990). Entretanto, esses mesmos indivíduos mais velhos são reconhecidos como parte de um mercado consumidor potencial (Barreto; Ferreira, 2011). Aqui fica evidente o potencial ambíguo de aposentadoria. No discurso empresarial, trabalhadores velhos são considerados um fardo para a empresa, do qual se deve livrar e, a aposentadoria, mais cedo possível, é uma forma de realizar isso. Aqui se apela à imagem negativa da velhice, vinculando a idade avançada à improdutividade, à falta de atualização e ao obsoleto. Por outro lado, o discurso gerontológico - e cada vez mais também o midiático - aponta para as potencialidades da velhice. Termos como a velhice ativa e a velhice produtiva dominam hoje os discursos sobre o envelhecimento, ambos fortemente inspirados na Teoria da Atividade.
As contradições que envolvem a aposentadoria ficam mais fortes ainda em um país que é repleto de desigualdades sociais, como o Brasil. A forma como o sujeito aposentando e aposentado vive a aposentadoria irá depender de seu envolvimento com o seu trabalho e do significado que lhe atribui, da sua história de vida e de como deseja viver seus próximos anos, suas expectativas e suas limitações (França, 2002). Aliás, as contradições da aposentadoria resultam dos diferentes significados que a mesma já recebeu durante sua história2. O que era pensado como medida para tirar os velhos trabalhadores da mendicidade na Alemanha de Bismarck, tornou-se um prêmio e um ponto importante nas solicitações dos sindicatos. Mesmo assim, não perdeu sua outra conotação, advinda do meio rural, em que a retirada aos aposentos significava a passagem e, com isso, a perda do controle e do poder sobre decisões importantes na vida profissional e, muitas vezes, também na organização familiar.
Mesmo sendo um fenômeno recente - assim como a intensificação do envelhecimento da população que confere ainda maior importância ao tema - o conceito traz em si uma série de ambiguidades. Usa-se o termo aposentadoria para referir-se a dois processos distintos: 1) a aposentadoria legal, ou seja, como direito adquirido à pensão, após determinado período de contribuição previdenciária, independentemente da saída do mercado de trabalho; 2) aposentadoria concreta, ou seja, o rompimento com determinada carreira laboral e/ou a saída do mundo do trabalho remunerado, geralmente depois de adquirida aquela de base legal. Ambos os momentos podem ou não coincidir na trajetória laboral.
Além disso, a aposentadoria via Seguridade Social não mais representa necessariamente o desligamento da esfera do trabalho, pois como as pessoas estão vivendo mais tempo e com saúde há maiores chances de que não queiram sair do mundo produtivo por não conseguirem se desvincular do trabalho, ainda que a aposentadoria lhe conceda uma boa renda. Ademais, para uma parte considerável de trabalhadores, é o valor recebido de aposentadoria que faz com que o indivíduo siga trabalhando formal ou informalmente (Soares; Costa, 2011).
A saída do mundo do trabalho é uma marca relevante na vida das pessoas, com fortes implicações não só para sua organização temporal da vida, mas também para sua autoimagem e suas relações sociais. Reorganizar a vida, após a saída do mundo do trabalho, envolve questionamentos, enfrentamentos, exige processos de aprendizagem, de adaptação a um novo estilo de vida e enseja certa contradição: por um lado desejada, por outro, temida.
Com o aumento da expectativa de vida, os indivíduos têm possibilidade de viver de 20 a 30 anos após a aposentadoria via Seguridade Social, o que pode representar um terço da vida (Soares; Costa, 2011). Sendo assim, a aposentadoria pode funcionar como um momento de diferenciação e de adoção de novos papéis sociais. Não seria apenas um momento de adaptação, mas de desenvolvimento, pois tem chegado para as pessoas ainda saudáveis e, portanto, em condições de continuar trabalhando e buscar outras atividades profissionais (Tavares; Neri; Cupertino, 2004; França; Soares, 2009). Esta ideia vai de encontro a um discurso que ainda é forte em nossos dias, o da aposentadoria como momento de afastamento e desligamento do trabalho com consequente rompimento com uma série de vínculos sociais.
1.6 Capítulo 6 – ESQUEMAS DE VIDA
Nos países em desenvolvimento os adultos idosos vivem normalmente com os filhos adultos e os netos em domicílios multigeracionais, embora esse costume esteja declinando. Nos países desenvolvidos, a maioria dos idosos vive sozinha ou com um companheiro ou cônjuge (Kinsella e Phillips, 2005).
Os esquemas de vida em si não nos dizem muito a respeito do bem-estar dos idosos. Por exemplo, viver sozinho não implica necessariamente uma falta de coesão familiar e de apoio; em vez disso, pode refletir a boa saúde de um idoso, sua autossuficiência econômica e desejo de independência.
Pela mesma razão, o fato de morar com filhos adultos não nos diz nada a respeito da qualidade dos relacionamentos no domicílio (Kinsella e Velkoff, 2001).
A velhice apenas nos acena pequenos traços, pequenas matizes que não formam nunca um quadro tangível; não percebemos o silêncio pelo qual ela marca suas trilhas em nossa imagem, mesmo que as percebamos no “Outro”. As diferentes marcas deixadas no real do corpo, as contruções possíveis de cada um a partir da atualização do que se foi, o trabalho de luto necessário e constante, enfim, as maneiras como cada um conduz o real, tudo isso não deixa dúvida: cada um envelhece do seu próprio modo. Como um quadro, a velhice depende das mãos do seu pintor, da escolha das tintas, do desenho a ser delineado por um olhar que escapa [...]. (Mucida, 2004, p.16)
1.6.1 Envelhecer em casa
A opção de envelhecer em casa, faz sentido para aqueles que conseguem cuidar de si mesmos ou necessitam de ajuda mínima, têm uma renda adequada ou uma hipoteca quitada, podem lidar com a sua manutenção, são felizes no bairro e querem ser independentes, ter privacidade e estar próximos de amigos, dos filhos adultosou dos netos. Para adultos com deficiências, para os quais é difícil se manterem sozinhos, qualquer tipo de apoio secundário – como refeições, transporte e amparo à saúde em domicílio – pode ajudá-los a permanecer em seu lar.
1.6.2 Viver Sozinho
Como as mulheres vivem mais do que os homens e estão mais propensas a ficarem viúvas, as idosas têm o dobro de probabilidade de viverem sozinhas, e essa tendência aumenta com a idade. Os idosos que moram sozinhos estão mais propensos do que os idosos que vivem com o cônjuge a ser pobres (Administration on Aging, 2009) e a ir para casas de repouso (Kaspar, Pezzin e Rice, 2010).
O quadro é semelhante na maioria dos países mais desenvolvidos: as mulheres idosas são mais propensas a viver sozinhas do que os homens. O crescimento de domicílios com idosos solteiros tem sido estimulado pela maior longevidade, aumento dos benefícios e das pensões, aumento de propriedade de imóveis, casas mais adequadas para idosos, maior disponibilidade de apoio da comunidade e redução dos custos da assistência em domicílio (Kinsella e Phillips, 2005).
1.6.3 Viver Com filhos adultos
Historicamente, as pessoas idosas em muitas sociedades africanas, asiáticas e latino-americanas podiam esperar viver e serem cuidadas nos lares de seus filhos ou netos, mas esse padrão está mudando rapidamente. A maioria dos idosos em países desenvolvidos, mesmo em circunstâncias difíceis, prefere não viver com os filhos (Kinsella e Phillips, 2005). Eles relutam em sobrecarregar a família e abrir mão de sua liberdade. Pode ser inconveniente absorver uma pessoa a mais num domicílio; a privacidade de todos e as relações podem sofrer com isso. O pai, ou a mãe, pode se sentir inútil, entediado e isolado dos amigos. Se o filho adulto for casado, e o cônjuge e a mãe, ou pai, não se derem bem, ou se a demanda de cuidados se tornar onerosa, o casamento pode fica ameaçado (Shapiro e Cooney, 2007).
1.6.3 Viver em Instiuições
O número de residentes em casas de repouso aumentou consideravelmente desde os anos 1970 por causa do crescimento da população de idosos, mas sua proporção entre a população de idosos declinou de 5,1% em 1990 para 4,1% em 2008 (Administration on Aging, 2009). Esse declínio pode ser atribuído, em parte, à redução da proporção de idosos com deficiências. Soma-se a isso a liberação da cobertura de longo prazo do Medicare e o surgimento amplamente difundido do seguro privado com cobertura de longo prazo, que estimulou a mudança da internação para opções de vida alternativas e menos dispendiosas (analisadas na próxima seção) e para o atendimento à saúde em domicílio (Ness, Ahmed e Aronow, 2004). No entanto, como a geração do pós-guerra está ficando mais velha, se as taxas atuais de utilização das casas de repouso continuarem aumentando, estima-se que o número de residentes aumentará significativamente (Seblega et al., 2010). Tal crescimento sobrecarregaria o Medicaid, o programa de assistência médica para pessoas de baixa renda e a maior fonte de recursos para a utilização de casas de repouso (Ness et al., 2004).
A lei federal estabelece requisitos rigorosos para as casas de repouso e dá aos residentes o direito de escolha de seus próprios médicos, de serem totalmente informados acerca de sua assistência e tratamento e de estarem a salvo de abuso físico ou mental, punição corporal, reclusão involuntária e restrições físicas ou químicas. Alguns estados treinam ombudsmen voluntários para atuar como defensores de residentes de casas de repouso, explicar-lhes seus direitos e solucionar suas queixas acerca de questões como privacidade, tratamento, alimentação e assuntos financeiros.
1.6.3 Outras alternativas de Moradia
Alguns idosos que não podem ou não querem manter uma casa, não precisam de cuidados especiais, não têm família próxima, preferem um local ou clima diferentes, ou querem viajar, mudam-se para casas geminadas com manutenção gratuita ou de baixo custo, condomínios, apartamentos cooperativos ou de aluguel, ou casas móveis. Um segmento relativamente novo, mas em franco crescimento no mercado imobiliário, são as comunidades de adultos ativos restritas por idade. Nessas comunidades, para pessoas de 55 anos ou mais, os residentes podem sair de casa e, caminhando, encontrar uma variedade de opções de lazer, como academias, quadras de tênis e campos de golfe, todos próximos.
5. ANÁLISE DE DADOS
Papalia e Olds (2000) afirmam que mudanças significativas na vida do idoso, como perda do papel profissional e perda de convivência com os amigos do trabalho, o casamento ou a vida independente dos filhos e as limitações para assumir novos papéis sociais podem acarretar sentimento de inutilidade, fracasso, de ter que ceder seu lugar para ao mais jovens e esperar a morte.
Mucida (2006) analisa o papel social do idoso e observa a existência de três tipos de idosos: o idoso, que ainda está inserido no mercado como consumidor de bens, é aquele que, geralmente, é absorvido pela indústria farmacêutica e cosmética e luta de todas as formas para apagar as marcas do tempo e preservar uma imagem imutável; os aposentados, que estão fora do mercado, e que nutrem sentimento de vazio e se sentem um fardo social e alijados da vida, e outros que, de alguma forma, estão inseridos no mercado e participam de clubes ou universidades da Terceira Idade, buscando laços sociais e projetos de vida.
Berger (2003) relaciona a atividade do idoso e suas relações interpessoais. Este autor cita duas teorias importantes a respeito das relações interpessoais na velhice: a teoria do desencargo, criada por Cumming e Henry em 1961, que relaciona a perda do papel profissional com o empobrecimento das relações sociais e considera esse fato inevitável e universal, e a teoria da atividade, criada por Harlow e Cantor em 1996, que relaciona a atividade do idoso a uma maior longevidade. Esta última teoria revela que o estar em atividade traz benefícios tanto físicos como psicossociais. 
Para Neri (2001), as relações sociais na velhice, especialmente com colegas da mesma geração, promovem o bem-estar dos idosos, tendo em vista que atendem de forma mais direta às necessidades afetivas dos envolvidos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	O desenvolvimento do presente estudo possibilitou realizar uma analogia entre as teorias estudadas e as características identificadas na entrevistada Sra M, realizada em em 28 de março de 2020.
	A entrevista foi realizada utilizando-se de meios de comunicação digital, uma vez que, no momento em que agendamos a data para a devida entrevista, havia sido decretado pelo Senado Federal no Brasil, estado de calamidade pública diante da pandemia de coronavírus. A oportunidade de falarmos com a Sra M. através de um meio eletrônico, possibilitou ao grupo vivenciar esta experiência e, poder opinar sobre as mudanças de paradigmas em relação a maneira de se fazer psicologia no Brasil onde, apesar da Resolução CFP Nº 011/2012 ja estar aprovada desde 2012 o atendimento on-line, ainda é considerado um paradigma tanto para alguns profissionais como para pacientes.
Apenas 3 componentes do grupo participaram desta entrevista, sendo que apenas 1 deles a conduziu. Tão logo ocorreu o término, o grupo se reuniu novamente para uma conversa afim de que fosse dividida a visão dos observadores.
Diante das respostas da Sra M, 74 anos, observamos que ela se enquadra no que o autor Mucida (2006) salienta em vários de seus artigos, “Quem envelhece é o corpo, e, não o sujeito”. Sra M. apresentou uma vontade de viver, um sentimento de satisfação com seu legado e, principalmente que, ainda acredita que pode fazer mais todos os dias. Reconhece, que algumas limitações do corpo podem ocorrer na vida,   impondo mudanças e adaptações mas, isto não implica em doenças. O desejo e a libido não envelhecem, continuam presentes, mesmo com a passagem do tempo, porém, exigem novas maneiras de se inscrever na vida. Por isso, o essencial no envelhecimento é saber enfrentar o luto, um trabalho que se abre à vida. É preciso suportar as limitações físicas,mesmo porque estamos sempre passando por modificações e perdas inevitáveis. 
Contudo, a entrevistada faz parte de uma pequena parcela da população brasileira que consegue viver de maneira confortável, sem grandes luxos mas, que permite a ela fazer pequenas viagens com a família, desfrutar de momentos de descontração entre amigos, realizar atividades físicas ou até participar de bingos que a torna um sujeito participativo na sociedade e com sentimento de protagonista.
Permanecer em casa, cuidando dos netos para que os filhos possam trabalhar, não é a realidade da entrevistada. Sra M, mora sozinha e, procura ocupar seu tempo mantendo bons relacionamentos sociais, pessoalmente ou através do facebook e whatsapp. Apesar de sua pouca instrução, tem o hábito de buscar informações em jornais eletrônicos e assiste suas séries favoritas através da plataforma de streaming NetFlix sem nenhuma dificuldade.
A oportunidade de troca que tivemos com a Sra M. foi bastante proveitosa, observamos uma senhora bem cuidada fisicamente e emocionalmente, possui boa relação com os membros da família, consegue curtir os netos, amigos na hidroginastica (academia) e em momentos em que joga bingo.
Contudo, para que o grupo fosse capaz de chegar a uma conclusão definitiva a respeito das opiniões dos autores em relação ao desenvolvimento psicossocial de idosos, seria necessária uma massa de dados maior onde, avaliariamos uma diversidade de respostas das quais envolvem tal desenvolvimento de acordo com a classe social, grau de instrução ou modelo de família. Provavelmente, identificaríamos cenários de idosos com depressão por ausência de uma relação familiar afetiva ou por questões financeiras das quais o impede de realizar atividades fisícas ou adquirir momentos de diversão tão necessárias para uma velhice considerada saudável e fluida.
Bons cuidados requer recursos, coisa que não observamos na imensa maioria de idosos no Brasil. O que podemos concluir deste trabalho e, das pesquisas realizadas a respeito desta fase de desenvolvimento, é muito parecido com uma história que tivemos a oportunidade de ler no livro de Berger (2003, p.253) onde um jovem adulto de nome Rob conta que sua bisavó de 98 anos, “começou a dar sinais de desgaste. Não tinhamos ideia dos motivos e pensamos que ela estivesse ficando velha”. A família decidiu relutantemente que era hora de transferi-la da casa do subúrbio, onde ela vivera durante décadas, para uma casa geriátrica. Por sorte, a casa estimulava a independência e não considerava que declínios no funcionamento eram sempre sinais de “falhas definitivas”. Na verdade, os médicos descobriram que o marca-passo da mulher nao estava funcionando corretamente e então Rob explica:
“Estavámos muito preocupados com o fato de ela sofrer uma cirurgia em sua idade, mas por fim concordamos [...]. Logo, ela voltou a ser ela mesma, uma mulher forte, animada, cheia de energia e independente. Era o marca-passo que estava gasto, não a bisavó [citado em Adler, 1996].”
Esta história contém uma lição para todos nós. Uma história que serve de base a muitas das lições aprendidas. Sempre que uma pessoa idosa parece estar falhando, ou que um pré-escolar é inusitadamente agressivo, ou que um adolescente esta deprimido, ou um adulto sobrecarregado com um trabalho e família, a tendência é achar que esses problemas sejam característicos de uma determinada idade. Existe um tanto de verdade nisso, uma vez que esses possíveis problemas são mais comuns nos períodos mencionados. Contudo, o tema geral da perspectiva do desenvolvimento por toda a vida é que, em qualquer idade as pessoas podem ser “fortes, animadas e cheias de energia”. Somos todos capazes de viver a vida ao máximo, não importando o quanto somos jovens ou idosos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGER, Kathleen S. O Desenvolvimento da Pessoa da Infância a Terceira Idade - 5a Edição São Paulo: AMGH EDITORA LTDA, 2013. 
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade – Lembranças de Velhos - 10a Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
COSTA, J. L. R. Em Busca da (C)Idade Perdida; Tese de Doutorado- Saúde Coletiva / FCM-UNICAMP Campinas, SP, 2002.
Duarte, Flávia Menezes, Religião e espiritualidade de idosos internados em uma enfermaria geriátrica. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722011000100007 Consulta realizada em 12/04/2020 as 20:00horas
MUCIDA, Ângela. O sujeito não envelhece-Psicanálise e velhice. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
NERI, Al. Palavras-chave em gerontologia. 2. Ed. Campinas: Alínea, 2005.
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano - 12a Edição. São Paulo: AMGH Editora, 2013.
SCHWARZ, LIDIA R. EnvelheSer – A Busca do Sentido da Vida na Terceira Idade.
Uma Proposta de Psicoterapia Grupal Breve de Orientação Junguiana, SÃO PAULO, 2008.
TUCHLLINSKI, Camila. Idosos e Coronavírus: Quando a idade e a ameaça viral causam ansiedade e sofrimento. https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,idosos-e-coronavirus-quando-a-idade-e-a-ameaca-viral-causam-ansiedade-e-sofrimento,70003238207. Consulta realizada em 12/04/2020 as 20:00horas
7. ANEXOS
7.1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
	Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
A Sra Cleusa Ferreira Saugui_________ RG nº 8.490 592-7_______, nascido em Guarantã em 05/01/1946________, do sexo Feminino_____, residente à Rua São Quintino, 447 Vila Marieta _______ na cidade de São Paulo - SP____, está sendo convidado a participar das atividades formativas da Disciplina Psicologia do Desenvolvimento II e Práticas Integrativas cujo objetivo é conhecer as etapas do desenvolvimento humano e cotejar com relatos dede histórias de vida. Para tanto, o grupo de trabalho realizará uma entrevista com o Sr.(a), com duração máxima de duas horas. 
Qualquer dúvida ou esclarecimento poderá ser dado pelo professor responsável, Dr. Eric Passone, que pode ser encontrado por meio de e-mail eletrônico: eric.passone@yahoo.com.br O Sr (a). tem garantia de sigilo de todas as informações coletadas e pode retirar seu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de benefício. 
Declaro ter sido informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos deste estudo, sobre as técnicas e procedimentos a que estarei sendo submetido e sobre os riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi garantias de total sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou perda de qualquer benefício (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição onde a pesquisa está sendo realizada). 
 Data: 28/03/2020 
 _____________________________________________ 
Assinatura do sujeito da pesquisa 
Eu, Prof. Dr. Eric Passone, Responsável pela pesquisa Psicologia do Desenvolvimento II declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este estudo. 
 
Data: __/__/___ 
 __________________________________________ 
Assinatura do Pesquisador Responsável 
7.2. Perguntas utilizadas durante a entrevista
Criado um formulário no google drive para facilitar a comunicação do grupo em tempos de pândemia da COVID-19. https://docs.google.com/forms/d/1OZRWFiOPwq9lACxRpwYFm6COen_5b3pbunUJ-nHlGAI/edit
1) Qual a sua idade?
Resposta: 74 anos brincou dizendo que tinha 47 anos
2) Qual seu estado cívil?
Resposta: divorciada a 13 anos
3) Caso seja divorciado , separado ou viúvo, ainda sente necessidade de se relacionar amorosamente com alguém?
Resposta: Disse de primeira que sabia , mas que acha que no momento não, mas brincou dizendo, se aparecer estou disposta mas quem eu quero não me quer.
4) Caso seja divorciado ou separado, quais os impactos que mais observa desta decisão nesta fase da vida?
Resposta: Teve um impacto forte, eles se davam muito bem mas pegou uma traição e quem mais sentiu a separação segundo a visão dela foram as filhas.5) Você teve filhos?
Resposta: Sim, 2 filhas
6) Se sim, quantos filhos?
Resposta: 2 filhas
7) Qual sua formação?
Resposta: Primeiro grau completo
8) Com relação a vida social, o senhor(a) constituiu uma amizade que perdura ao longo da vida?
Resposta: Por incrível que pareça possui uma amizade grande com a ex-cunhada
9) Como é sua relação com filhos, netos e agregados?
Resposta: Maravilhosa disse que as filhas se preocupam muito com ela
10) Você cuida dos netos para que os filhos possam trabalhar?
Resposta: Sim, cuida dos netos para que a filha possa trabalhar
11) Você possui alguma religião?
Resposta: Sim. Budista mas não ando indo muito nos cultos ultimamente mas tenho meu cantinho em casa para minhas orações.
12) Possui irmãos? Se sim, considera a relação de troca, amizade e cooperação importantes para a manutenção de sua saúde mental?
Resposta: Tinha 4 irmão mas agora só tem uma irmã viva de 82 anos, 2 irmãos faleceram e 1 sumiu. Disse que é muito importante ter relação com a irmã mas não vê ela a muito tempo pois a irmã mora em São Roque, mas tem contato pelo telefone.
13) Com a velhice, percebeu algum tipo de discriminação?
Resposta: Nenhuma não se acha velha e disse que tem 74 anos bem vividos
14) Como você avalia a modificação natural da aparência pelo envelhecimento?
Resposta: Sempre me cuidei, faço tratamento facial e sempre me preocupei com minha pele. Ninguém acha que ela tenho 74 anos sempre me dão menos idade.
15) Quando observa o comportamento de filhos e netos sente que conseguiu deixar seu legado?
Resposta: Sim, a educação foi muito boa e que mesmo separada eu e meu marido mantemos excelente relação sendo ele um ótimo pai.
16) Com relação a questão financeira, sente-se confortável? Atende as necessidades que vieram com a idade?
Resposta: Sim atende com a necessidade.
17) O senhor (a) permanece exercendo atividades remuneradas?
Resposta: não
18) Executa alguma atividade física?
Resposta: Sim, natação, hidroginástica e musculação
19) Na sua opinião, quais as medidas que poderiam ser adotadas para reduzir os maus tratos com idosos?
Resposta: Ter mais amor
20) Qual a sua percepção em relação a evolução tecnológica? Sente-se parte?
Resposta: Acho muito boa e faço uso de netflix, whatsapp e facebook
21) Caso sinta-se envolvido na tecnologia, quais ferramentas mais utiliza?	
Resposta: netflix, whatsapp e facebook
22) Com relação a sua personalidade e princípios constituídos ao longo da vida, acredita que houveram mudanças com tempo?
Resposta: Pra mim personalidade não muda, ja nascemos com ela
23) Quais valores são considerados mais importantes pra você com a chegada da velhice?
Resposta: Minha familia e meus netos
24) Costuma se sentir triste e sozinho?
Resposta: não
25) Existem alguns sonhos que ainda pretende realizar?
Resposta: Meu sonho é que meus filhos sejam felizes e sintam-se bem
26) Explique em uma palavra qual o sentido da vida para você?
Resposta: Felicidade, paz e harmonia.
27) Existe alguém com o qual o senhor(a) se sente confortável em se confidenciar?
Resposta: Sim, sua ex-cunhada. Inclusive sempre viajamos juntas. Apesar do divórcio, ainda mantenho relação com a família e nos divertimos sempre muito juntos

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