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Processo Civil III
Aula 10/02
1. ORDEM DO PROCESSO NOS TRIBUNAIS
Processo civil tem a petição inicial - citação – audiencia mediação e conciliação – se nao houver acordo tem a resposta do reu, temos as providencias preliminares – julgamento conforme o estado do processo ou o saneamento, audiencia de instrução ( um resumo do que seria a fase de conhecimento na 1° instancia). Se as partes não recorrerem transita em julgado e acabou a fase de conhecimento. Se o cara não cumprir inicia a fase de sentença, a fase satisfativa. Mas, nem sempre vai parar aqui. O normal é nao parar aqui e sim que as partes fiquem resignadas e queiram uma segunda opinão a respeito do assunto e assim começa a segunda instancia e vai começar com o recurso.
A primeira que deve-se observar é que o recurso ele materializa um ato postulatório. Assim como a petição inicial é um ato postulatório. O recurso é como ele fosse um a petiçao inicial para a segunda instancia. O recurso tambem tem os seus requisitos como a petição incial, tambem tem as suas formalidades que precisam ser obdecidas para que se instaure aqui um procedimento na segunda instancia. É o mesmo processo não se incia um novo processo com o recurso é uma segunda fase do mesmo processo, mas ela se inaugura mediante um ato postulatório. Isso é importante que comprenda essa natureza dele. 
O recurso esta ali porque a parte tem um pedido a fazer, uma postulação a fazer para o tribunal e aí vai começar todos os tramites até chegar aqui no final que é o acordão que é uma decisão colegiada. Pode ter que em algumas situações o código autoriza as chamadas decisões monocraticas que são proferidas unilateralmente por um unico julgador na segunda instancia e aí nao seria acórdão. Acórdão pressupoe que há mais de um juiz acordando acerca de uma decisão, por isso que o nome é acórdão. Plural de pessoas acordarem uma decisão. O normal que a segunda instancia termine com um acórdão e eventualmente ela poderá acabar com uma decisão monocrática.
Nossa aula dentro desse tema: Ordem do processo nos tribunais, ela esta todinha ela dentro desses artigos: 929 a 946 do CPC. Como eu disse a vocês que é acumulativo todas essas regras se aplicam a qualquer processo que tramite no tribunal. Nem sempre o que tramita no tribunal é recurso. Recurso é apenas uma das possibilidades de tramitação dos processos do tribunal. Temos pelo menos mais duas. Além do recurso pode pensar nas ações autonomas – a mais famosa delas ação rescisória tramita tambem no tribunal e não é um recurso, ela sim é um novo processo onde se discuti a sentença proferida no processo anterior.
No tribunal nos podemos ter o recurso e pode ter ações autonomas e pode ter ainda a figura da remessa necessária para a maioria da doutrina não é recurso é uma figura propria sui generis. Então tudo que a gente vai aprender de ordem de processo dos tribunais de uma forma ou de outra vai se aplicar a processos que tramitem no tribunal. Isso pode ser recurso, isso pode ser ações autonomas, isso pode ser remessa necessária.
A primeira premissa do dia: nem tudo que tramita no tribunal é recurso. Vai tramitar também no trinual ações de impugnação especifica e remessas necessárias. Lembrem quando foi estudado competencia, vocês devem ter visto competencia funcional( competencia hierarquica) e lá um dos exemplos da competencia funcional e hierarquico era que algumas ações o juizo competente para você é ajuiza-las era o tribunal, os exemplos é a propria rescisão rescisória. 
A competencia funcional da ação rescisória é o tribunal. Já começa no tribunal, não começa na vara. Ação originária não é recurso, mas tramita no tribunal até uma questão de competencia funcional. 
ADIN- ação direta de inconstitucionalidade que já começa no STF – o supremo tem competencia originaria para julgar ação direta de inconstitucionalidade. Ou seja, ADIN é uma ação autonoma já começa no tribunal e ela não é recurso. Então nem tudo que tramita no tribunal é recurso pode ser ação originária como também pode ser remessa necessária.
Geralmente no tribunal o procedimento se divide em duas etapas, em regra: a primeira etapa ocorre perante um desambargador chamado de relator e a segunda etapa ocorre perante o órgão colegiado. Vai variar muito, por exemplo, julgar uma apelação é um recurso mais comum ao lado dos embargos.
Eu vou ter primeiro desembargador – relator e depois vai variar de cada tribunal. Tem tribunal que chama de turma, aqui a gente chama de camera que é composta geralmente pelo menos de cinco desembargadores. 
Então o primeiro passo vai para o relator distribuido aletoriamente, sorteado eletronicamente sem qualquer forma de burla aletoriamente de forma que gere uma distribuição igualitária entre os desembargadores é escolhido um desembargador/ relator ele vai ser digamos assim” o pai da criança”. Ele vai cuidar daquele recurso, daquela ação originária, ele vai cuidar daquela remessa necessária. O que significa ele cuidar? Ele vai olhar a ação, ele vai olhar se a remessa atende os requisitos necessarios. Vai verificar se tem algum vicio, vai verificar se tem alguma providencia a ser adotada administradivamente e se estiver tudo ok ele podera passar para a segunda fase dele.
Ele vai estudar o mérito do caso e vai propor uma solução para o caso. Vai fazer uma proposta de julgamento. Analisou a parte formal está toda tudo ok, não tem nada para se adotar e acha que deve modificar a sentença. O tribunal acha que deve mudara sentença para aumentar o dano moral de cinco mil para dez mil reais essa é a minha proposta de julgamento. Propõe e passa para os demais colegas dele. Uma vez passado, os colegas vão estudar quando todo mundo estiver pronto com o julgamento vai solicita que inclua o julgamento na pauta para o presidente da câmara.
O presidente da câmara vai pautar para julgamento, os advogados poderão comparecer para sustentar oralmente em regra. Nesse momento vai colher os votos dos outros. Se alguém dizer: que deve aumentar de cinco para dez, pra dezenove, eu acho que deve manter os cinco. O outro pode dizer que deve ir de cinco para cinquenta. Vai ter que fazer um debate para chegar a um consenso, se não unanimidade, mas pelo chegar de uma forma que haja uma decisão, aí sim um acórdão.
A primeira etapa é essa do relator vai quantificar todos os atos, examinar todos os vícios, todos os requisitos, todas as providencias depois que estiver tudo arrumado distribui para os colegas que já estão designados pelo regime interno de cada tribunal, pelas regras do tribunal, há um debate e o julgamento do caso. Se tudo ocorrer bem é assim que funciona. Tem a parte que o relator faz propõe o voto dele, organiza tudo. A segunda parte é perante os demais colegas do tribunal. 
Além dessas regrinhas dos artigos 929 e 946 cada tribunal tem o seu regimento interno. Além das normas gerais do CPC. Temos as normas digamos assim regionais, as normas de cada um dos tribunais brasileiros tem o seu regimento interno.
A maioria de nós mora em apartamento que tem a sua convenção de condomínio. Todos os edifícios têm o seu regimento interno do condomínio (posso jogar futebol até que horas? Posso colocar quantas pessoas na piscina? Posso trazer quantos convidados?). Enfim, as regras que vão regular aquele condomínio. A grosso modo é isso que acontece no regime interno dos tribunais, existem regras que eles vão trazer aqui. Como é que vão compor as turmas? Quantos desembargadores vão ter cada turma? Qual é a competência dos órgãos internos? O acórdão especial, o pleno. Aqui mesmo tem as câmeras civis reunidas, como vão se organizar as câmeras civis reunidas? Quem vai dizer isso é o regimento interno. Tem a câmera civil privada, tem a câmera penal. 
Então tudo isso não tem sentido se está no CPC porque cada região, cada estado tem as suas particularidades quem vai trazer essas regrinhas de regimento interno de cada tribunal são os seus regimentos internos. Tem regra que envolve competência, o funcionamento dos órgãos, quais são as regras de distribuição. Distribuir pra quem? Quem vaicompor os julgamentos? Os julgamentos têm o relator e depois vai indo por ordem de antiguidade (29:17) da casa após aquele relator tem toda uma forma de montar esse sistema. Isso está tudo no regime interno de cada um dos tribunais. 
Para você advogar bem nos tribunais você tem que conhecer o regime interno dele pra você pedir, por exemplo, eu quero pedi direito de sustentar oralmente de falar no julgamento. Isso não está no CPC fala genericamente. Aqui eu tenho que saiu a pauta eu tenho que entrar com petição dizendo: eu tenho interesse que o julgamento seja presencial senão é feito eletronicamente e gostaria de ter o direito de fazer a sustentação oral. Eu posso fazer isso até minutos antes da cessão de julgamento, mas eu não vou ficar esperando isso. Saiu a pauta sexta-feira tem um julgamento que eu vou sustentar. Já pede logo o direito de sustentar oralmente de falar que o julgamento não seja eletrônico que hoje em dia o sistema é tudo rápido se você não pediu ele julga eletronicamente porque um passa o voto para o outro. Se não tiver divergência julga por unanimidade e já foi. O regime interno vai trazer normas complementares as normas gerias do CPC.
Artigo 929 do CPC:
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
A primeira observação de hoje no sentindo que o recurso é o ato postulatório. Ação nem se fala, ação é uma postulação normal em vez de ser na primeira instancia é na segunda instancia ou até mesmo no STF. Então nesse ponto é muito parecido quando a gente entra com ação aqui na petição inicial – primeiro ato é registro se só houver uma vara na comarca ou distribuição se houver mais de uma vara na comarca. A mesma coisa aqui no tribunal protocolei um recurso, protocolei uma ação automaticamente a secretaria vai determinar a sua distribuição.
Então a gente tem dezenas de desembargadores vai ser feito o sorteio pra ver qual desembargador vai ser relator daquele caso que está tramitando no tribunal. Essa distribuição ela é feita de modo randômico de acordo com o regimento interno do tribunal. Observando a alternatividade do sorteio eletrônico e a publicidade é feito de uma forma de sistema/ computador, garante a lisura do procedimento. Mas, também garante que não vai ter um desembargador com 80 casos e um com 2.
Essa distribuição de acordo com o artigo 285 que trata de petição inicial ela é igualitária de alternada. E esse sorteio ele de certa forma ele vem garantir um juiz natural – princípio do juiz natural. Eu já sei previamente quem é o órgão que vai julgar o meu recurso. Eu já sei provavelmente quem vai julgar as minhas ações originarias, mas eu não sei quem é o desembargador. Eu sei que é o TJ, TRF, mas eu não sei se é a primeira, a segunda. Eu não sei se é desembargador a, b ou c. Eu sei qual é o órgão e o sorteio vai trazer essa lisura e essa ideia de imparcialidade. O sorteio garante que esse princípio do juiz natural. E em relação a publicidade é a garantia que visa o controle e a fiscalização de todo o sistema.
Como funciona a conexão e a prevenção? Está no parágrafo único do artigo 930:
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Dois exemplos pra entender esse parágrafo do artigo 930:
Vamos supor que o réu foi citado e na sua preliminar da contestação ele pediu assistência judiciaria gratuita (justiça gratuita). O juiz negou e disse: que não vai ter justiça gratuita e que pode pagar as custas.
Contestação – justiça gratuita – indeferido (se tiver justiça gratuita indeferida o recurso cabível é agravo de instrumento). Afinal de contas quando o juiz diz: você não tem direito a justiça gratuita, o processo não acaba é apenas uma decisão interlocutória. Então a parte insatisfeita com a decisão entra com o recurso chamado agravo de instrumento. Esse recurso não tem efeito suspensivo. 
Esse agravo de instrumento caiu com a desembargadora Silvia pouco importa o que ela vai dizer ai se ela vai manter ou não vai manter a justiça gratuita. O que importa dizer o processo aqui em baixo está seguindo o seu rumo naturalmente. Chegou na sentença e o réu ganhou o processo, agora é uma sentença. Extingue atividade do juiz na primeira instancia, não há mais nada fazer na primeira instancia entregou a prestação ao jurisdicional na fase de conhecimento.
O que resta ao autor que foi sucumbente que perdeu esse processo? Entrar com recurso, esse recurso é de apelação. Esse tempo todo foi de cinco anos depois saiu a sentença. O autor vai entrar com apelação.
Sentença – improcedente – autor entrou com apelação 
Quem vai ser o desembargador que vai julgar essa apelação? O relator? Primeiro recurso protocolado no tribunal tornara prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Estamos falando de cinco anos poderia ser dez, vinte. Quem vai ser o relator? Primeiro desembargador que julgou o recurso naquele processo mesmo que seja na fase de execução. Um exemplo clássico de prevenção. Se fosse uma decisão sobre custas a esse momento a sentença já teria confirmado a decisão anterior negando as custas. Mas, nesse momento o agravo teria perdido o objeto e agora a sentença confirmou e teria que atacar isso por apelação, então perderia o objeto. Mas, se fosse o caso de julgar junto tem que ver o regime interno pra ver quem vai ser julgado primeiro, cada caso vai ser um caso. Esse é o primeiro caso de prevenção.
Vamos ver o caso de conexão: eu tive lima ação no meu escritório em que meu cliente entrou com uma ação de despejo. Não foi despejo por falta de pagamento. Comprou um imóvel que tinha um inquilino dentro do imóvel. O contrato que esse inquilino tinha com o vendedor não garantia a ele o direito de permanecer no imóvel caso alguém comprasse é a chamada clausula de vigência. Como não tem clausula de vigência você pode comprar dá 90 dias e ele tem que sair. Assim fizemos, a gente comprou externou que não tinha interesse na locação e deu 90 dias para o cara sair, ele saiu com ação de despejo. 
Quando o réu foi contestar ação de despejo ele disse que tinha entrado seis meses antes com uma ação renovatória de aluguel e que não poderia haver despejo. O que o juiz de ação de despejo fez? Quando tomou conhecimento de uma ação renovatória, disse: opa! Temos aqui uma conexão, foi incompetente remeto os autos para a vara da ação renovatória e assim foi. O processo seguiu todos os tramites legais. Quando veio a sentença e a conexão um dos principais objetivos é evitar versões contraditórias, quando veio a sentença nós ganhamos ação de despejo e o cara perdeu a renovatória. Só que na hora de fixar o valor da causa da ação de despejo o juiz errou, fixou o valor da causa errado.
Isso gerou: o réu apelou da ação renovatória de imediato juntou com embargos de declaração para o juiz corrigir os erros de cálculo que tinha na ação de despejo. Esse recurso de apelação subiu e foi para o desembargador Mauricio logo de imediato. E na ação de desejo como é embargo de declaração vai primeiro para o juiz não subiu depois de quase um ano, corrigiu o erro que só matemático. Mas, ainda assim ele continuava perdendo ação de despejo e ele entrou com uma segunda apelação. E essa apelação foi para a desembargadora Ruth. Pode isso? Pode, porque primeiro recurso protocolado no tribunal tornara prevento o relator para eventual recurso subsequente, não é o caso. São dois processos aqui diferente apesar de conexos ou um processo conexo é o caso a renovatória era conexa com ação de despejo. 
Como já há o desembargador Mauricio na apelação na renovatória apelação de despejo não pode ir para outro desembargador tem que ir para o mesmo desembargador que já está julgando o recurso da ação renovatória. O que foi feito: a desembargadora Ruth mandou o processo também para o desembargador Mauricio e o desembargador que já era prevento julgou os dois recursos. 
Seguindoexatamente a literalidade do 930 O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo, não é o caso aqui o processo é um agravo de instrumento e uma apelação ou no processo conexo, possível no caso. Eu entrei com apelação primeiro na renovatória por uma questão de atraso entre o julgamento e os atrasos. Entrei com a segunda apelação no despejo como já tinha uma ação anteriormente distribuído para o desembargador Mauricio o segundo também tem que ir para o desembargador Mauricio.
No fundo isso é uma regra de competência funcional isso é, portanto é uma regra absoluta não pode. Se a desembargadora Ruth julgasse essa apelação o julgamento seria nulo, ela não é competente para isso. O competente para isso é o desembargador Mauricio pode ser inclusive ser reconhecida de oficio pelo juiz relator.
Como vai ser o critério para saber qual foi o primeiro juiz? O primeiro recurso que eu protocolar e que for distribuído para o desembargador tal é o que fixara. Autor e réu podem entrar com recurso ao mesmo tempo, no mesmo dia por exemplo, minutos antes. O que vai valer é a primeira data do protocolo que gerou a distribuição é que vaio ser o juiz prevento.
Então se a conexão entre as causas nas primeiras instancias é preciso que há conexão nos recursos também. Se objetivo é evitar versões contraditórias manter a unidade do sistema, o sistema tem que ser único também na segunda instancia. Então se há conexão na primeira vai haver conexão também na segunda instancia.
Última observação- o primeiro relator permanece prevento mesmo que o primeiro recurso já tenha sido julgado ou até mesmo não tenha sido admitido. Mesmo que eu não julgue o mérito eu fico prevento, mesmo que eu não admita eu fico prevento? Sim. Mesmo que eu já tenho julgado o recurso, eu fico prevento? Sim. Mesmo que eu não tenha julgado eu fico prevento? Também, mesmo que tenha passado anos? Sim. Mesmo que seja na execução? Sim. Sorteou eu vou morrer abraçado aquela causa até o final
Processo Civil III 
Aula 17/02
A gente começou a bater um papo sobre a ordem dos processos no tribunal, na semana passada e vamos ver se a gente consegue finalizar.
Esse primeiro tópico do plano de ensino é mais como um glossário. A gente vai ver trabalhar os conceitos que vamos usar durante esse semestre. Já vimos na aula passada, prevenção, conexão no tribunal. Hoje vamos ver algumas situações que iremos usar muito como voto, julgamento, ementa, acórdão.
Então como fala no julgamento, aqui no tribunal em regra os julgamentos eles são, no tribunal são colegiados. No caso do tribunal daqui da Bahia, tem as câmeras civis, tem as câmeras penais pra gente o que interessa são as câmeras civis. São cinco câmeras, os principais recursos que são apelação e agravo, mais comuns. Embargos e declaração geralmente são três julgadores, cinco compõem o quórum, mas geralmente três que julgam. Se não houver consenso algumas vezes esse número de três sob pra cinco, não havendo unanimidade. Então esses julgamentos em regra são colegiados. Ao contrário da primeira instancia que os julgamentos são monocráticos, são unipessoais, apenas o juiz daquela vara da primeira instancia que julga. Já no tribunal são três pelo menos três desembargadoras que vão fazer esse julgamento.
· FUNCIONAMENTO :
Então como funciona isso: a gente viu na aula passada que o relator, que o julgamento se dar em duas etapas. Uma etapa perante o relator que vai fazer a preparação do processo, vai verificar se tem algum vicio, ficou algum entrave e vai também propor a sua sugestão de voto. Geralmente nós vamos ter esse relator que vai propor o quórum e temos o segundo julgador e o terceiro julgador. 
Esse segundo julgador durante muito tempo ele recebeu o nome de desembargador revisor, tinha o relator e o revisor. Hoje em dia não se usa mais isso, se usa mesmo juiz relator, segundo julgador e terceiro julgador. Todos eles vão receber (03:27) no seu sistema, vão examinar e vão propor o seu voto. Vão dizer: como eu julgaria isso aqui se eu fosse um juiz individual, se fosse um juiz monocrático, se fosse um juiz unilateral? Mas, a proposição do voto é do relator, os outros julgadores, eles vão verificar se concordam com aquele voto proposto ou se eles vão divergir desse voto. E propor uma solução de julgamento diferente daquela que o relator estaria propondo.
Passado esse momento de leitura e de exame, eles vão marcar o julgamento, no julgamento cada um vai ter a sua oportunidade de falar, declarar o seu voto e ao final se proclama o resultado do julgamento. Mas, pra frente a gente vai ver todo esse procedimento de julgamento. 
O importante aqui é que a gente compreenda é que esse julgamento vai ser em regra colegiado, cada um vai ter a oportunidade de declarar o seu voto e até certo ponto cada um vai oportunidade de convencer o outro a mudar o seu voto, que o seu voto prevaleça e depois que todo mundo vota, vai depender das técnicas de soma de votos. Tem a técnica de super votação, tem a técnica de exclusão. A gente vai aprender como tudo isso vai funcionar. Depois que passa por todo esse procedimento, aí sim esses três votos, eles vão virar uma decisão única que é o acórdão que nada mais é como tivesse esses três “acordado”, por isso que é acórdão, julgadores da segunda câmera acórdão por unanimidade, por maioria de votos dá provimento ao recurso, negar provimento ao recurso.
Então esse acórdão que vai materializar os julgamentos nos tribunais, isso está no artigo 204 do CPC, lá quando a gente estudou decisão processo civil II, vocês devem ter visto que sentença e o ato pelo qual o juiz extingue atividade de conhecimento, a sua atividade jurisdicional, na fase de conhecimento ou de execução.
Decisão interlocutória é o pronunciamento decisório, não põe fim a fase decisória, na fase de conhecimento ou execução. E acórdão artigo 204 é o julgamento proferido pelos tribunais é justamente a figura que a gente vai estudar o tempo inteiro nesse semestre, o acórdão é nosso objeto, é a nossa decisão aqui na segunda instancia.
Esse acórdão, reparem que no caso de sentença em decisão interlocutória o que diferenciava uma da outra era o fato dela pôr fim ao procedimento na primeira instancia ou não, não era o conteúdo, não era a matéria era simplesmente de pôr fim ao procedimento ou não.
No caso do acórdão esse critério por fim ou não o procedimento em segunda instancia não é um critério que vai diferenciar, não existe um acórdão pra cada tipo de opção, de pôr fim ou não ao procedimento. Tanto os acórdãos que apenas impulsionam quanto os acórdãos que decidem o mérito ou a questão em si são acórdãos porque aqui está se tratando de um julgamento colegiado. Julgamento formado por mais de um juiz.
Então esse critério adotado na primeira instancia não é tão relevante pra gente definir o que é acórdão. Acórdão é o julgamento proferido pelos tribunais seja pra pôr fim ao procedimento seja pra não por fim o procedimento.
O acórdão é uma espécie de decisão. Quais são os pronunciamentos decisórios/ conteúdos decisórios? Sentença é o típico da primeira instancia; decisões interlocutórias que podem acontecer tanto na primeira instancia como na segunda instancia; os despachos que nem deveria ter conteúdo decisório, mas eventualmente acaba tendo, mas em regra o despacho nem deveria ter conteúdo decisório; e acórdão que é um tipo de pronunciamento de cunho decisório; e temos ainda uma figura que a gente vai estudar muito esse semestre também que é a chamada decisões monocráticas que são as decisões promovidas isoladamente pelo juiz relator, pelo desembargador relator. 
Então o acórdão é assim pronunciamento decisório tem conteúdo de decisão, decide uma questão. O juiz exercita a cognição e decide uma questão, seja de fato, seja de direito, seja de mérito, seja admissibilidade, seja pra pôr fim ao procedimento, seja pra não pôr fim ao procedimento. Exemplo: eu posso ter um acórdão que decida que aquela ação rescisória não cumpriu um requisitode admissibilidade, por exemplo, não junto uma procuração. Eu dou um prazo para o cara juntar a procuração, o cara não junta a procuração mesmo depois do prazo. O que a turma vai fazer? Acórdão por unanimidade em negar seguimento a ação rescisória.
Foi uma decisão que pôs fim ao procedimento e acórdão porque foi tomada colegiadamente. Mas, poderia ser também que o relator identificando alguma hipótese de prescrição que ele pudesse propor um julgamento liminar do mérito, porque já está prescrito aquele pedido, aquele meio e isso pode ser também um voto do colegiado. O colegiado também pode decidir nesse caso, põe fim ao julgamento da segunda instancia dessa feita, com julgamento do mérito e também acórdão porque foi um julgamento colegiado. Mas, eu também posso (a gente fecha as possibilidades praticamente), ter um pleito de justiça gratuita aqui na primeira instancia que foi indeferido. O cara pediu justiça gratuita e o juiz indeferiu. O cara entrou com agravo de instrumento é o recurso que caberia aqui foi agravo para o tribunal e a turma três desembargadores decidiram que era caso de rever aquela decisão e conceder a justiça gratuita. Ao decidir que era concessão da justiça gratuita não se extinguiu o procedimento apenas discutiu uma questão incidental ao procedimento. Vai ter justiça gratuita ou não vai ter justiça gratuita? Isso também é acórdão.
Então por isso eu disse a vocês aqui na segunda instancia pouco importa se a decisão, o acórdão ele põe fim ao procedimento ou não, se ele julga ou não o mérito, pra você identificar esse pronunciamento jurisdicional, o conteúdo decisório como acórdão é o fato dele ser proferido no tribunal de modo colegiado. Porque a gente já viu aqui na lista que existe pronunciamento jurisdicional, conteúdo decisório no tribunal monocrático, por um juiz só, aí não é acórdão. Porque acórdão precisa mais de um juiz para acordar.
Os despachos são unipessoais, não tem despacho da turma. Que pode ser pelo relator ou pelo julgador. Vamos supor que o relator propunha um voto e no meio do julgamento o segundo julgador, peça vista do processo, ele vai um período com o preço na mão. Ele ficou com alguma dúvida ele vai dizer: - olha intima-se a parte para juntar documentos (não é normal isso, é muito raro), mas ele pode eventualmente dar despacho. Agora não existe, dificilmente vai ter despacho, acórdão desembargadores, não vai ter porque como o relator é que conduz os atos procedimentais da segunda instancia, do seu recurso, que está sobre seu julgamento geralmente ele que vai tocar os atos de impulsionamento
Decisão monocrática tem conteúdo decisório, os despachos não têm conteúdo decisório, mas são proferidos pelo juiz. O que vai diferenciar se tem ou não conteúdo decisório
· VOTO VENCEDOR E VOTO VENCIDO:
É importante como eu disse a vocês, cada um vai dar o seu voto, vai ter a oportunidade de acompanhar uma decisão de julgamento, a gente vai ver isso na prática. Tem situações que há debates, tem situações que há realmente não só debates como embate, como todo mundo vai junto não tem muito sentido, apesar de ser importante que cada um anexe o seu voto. Mas, é o normal que cada um dê o seu voto e todos os votos componham o acórdão. Se vocês pegarem o site do STJ e botar o recurso especial, recurso do STJ, vocês vão ver que tem lá voto do relator, voto do segundo julgador, voto do terceiro julgador e depois vem o resumo do julgamento, o voto prevalecente. Mas, no acórdão deve ser juntado todos os votos, tanto os votos vencedores digamos assim, mas também os votos vencidos, isso é uma importância fundamental. É muito importante que em um julgamento que tenha voto vencido que não seja julgamento por unanimidade, que essa opinião divergente componha o acórdão (15:51) porque vamos pensar que isso não acabe aqui, pode ir para o STJ, pode ir para o STF é importante ter esse diálogo, ter essa dialética de que existiu opiniões divergentes com relação aquele tema e que de repente na próxima instancia pode prevalecer o voto justamente, divergente
Então é importante que se anexe ao acórdão tanto os votos vencedores, como os votos vencidos sob pena de nulidade, por ausência de fundamentação. Tem que lembrar que hoje o artigo 489 do CPC parágrafo primeiro, ele exige um rigor muito alto com relação a fundamentação. É preciso ter ali lendo aquele acórdão é preciso saber todo o tipo de debate que foi travado naquele julgamento. E mais um motivo importantíssimo, sobre em tempo de precedentes judiciais tão prestigiados no nosso código. A existência de um voto vencido pode ser muito importante no futuro para os casos de precedentes. Precedentes a gente vai estudar bem isso na segunda unidade, no finalzinho. O precedente tem basicamente dois caminhos, sendo que um caminho você desemboca em dois, então acaba virando três, basicamente ele tem dois ou o juiz diante de um precedente acata o precedente e aplica nesse caso ele tem que justificar, fundamentar porque aplicou aquele precedente, esse é o caminho, acatei o precedente apliquei, fundamentei. 
O segundo caminho, não vou aplicar esse precedente, não concordo com ele, mas aí vai ter que fundamentar e aí que divide em dois. Não aplica, ele vai deixar de aplicar ou porque entende que o precedente é distinto da situação. Vai dizer: seu caso aqui tava pra tanto de remuneração de policial militar do estado da Bahia, aqui o benefício é da polícia civil, tem algo no regulamento da polícia civil que é diferente. Então não vou aplicar porque aqui é distinta a situação vou separar isso aqui. Ele pode acolher, aplicar fundamentando ou ele pode não acolher e fundamentar distinguindo. 
E por fim ele pode não acolher e fundamentar superando. Dizer: esse precedente valia até final de 2019, 2020 já foi superado já tem outro precedente mais atualizado que substituiu o precedente anterior. E quem é fundamentar com esse tipo de superação? Justamente os votos vencidos. Daquele juiz que está ali sempre dizendo: olhem, juízes a gente não está enxergando esse precedente precisa ser modificado, tem esses julgamentos que a gente não está observando. E, ás vezes, esses votos vencidos passam a ser tão constantes que muitas vezes acaba modificando o entendimento da turma. Por isso, dentre outros motivos é muito importante é haver a juntada ser anexada ao acórdão também os votos vencidos para que haja um diálogo com a tese vencedora
Se por acaso vocês estiverem em um julgamento daqui a um tempo e eventualmente um voto de um desembargador que é seu interesse e você perdeu por maioria você tem o direito de pedi para que seja julgado o voto vencido. Caso você veja (19:41) lá o acórdão não tem o acordo vencido, embargo de declaração pra dizer que está faltando o voto vencido por falta de fundamentação é difícil de acontecer porque o próprio desembargador geralmente pede pra juntar o vencido porque como eu posso dizer, as pessoas também não gostam de perder, eles mesmo gostam de pedi, mas caso tenha uma falha você pode pedi.
Então já vimos o que é voto vencedor, já vimos o que é voto vencido e tem ainda uma figura que se chama voto concorrente.
· VOTO CONCORRENTE/ VOTO CONDUTOR:
Voto concorrente é quando o desembargador chega a mesma conclusão de outro desembargador. O voto condutor é o voto do relator que conduz a proposição do julgamento. Então eu posso ter a mesma conclusão do juiz relator, mas eu uso fundamentos diferentes é justamente voto concorrente e vai na mesma direção da conclusão, mas se baseia em fundamentos diferentes
Isso aconteceu muito no julgamento que ocorreu no STF a respeito da mudança do nome/ do gênero. Maioria na época da discussão era no sentido de autorização essa mudança de nome, mas tinha vários fundamentos. Tinha gente que fundamentava na liberdade/ tinha gente que fundamentava na intimidade cada um ia baseando o seu voto em um fundamento, mas a conclusão toda poderia mudar ou não. Isso são votos concorrentes a pessoa concorda com a conclusão apenas diverge do julgamento
Uma coisa que acontece muito também é nas ações de despejos, muitas vezes nasações de despejo tem mais de uma causa de pedir, tem inquilino que já não quer mais nada e começa a manguear, começa a ter várias inadimplências digamos assim. Então o cara alega despejo porque o cara está devendo e alega também o despejo porque além de tudo ele sublocou o imóvel.
Então eu posso ter voto dizendo pra mim tem que dar o despejo porque ficou comprovada a ausência de pagamento outro pode dizer você pode dar o despejo porque ficou comprovada a sublocação. Quer seja pela falta de pagamento, quer seja pela sublocação a conclusão é despejo. São votos concorrentes chega a mesma conclusão, mas tem fundamentos diferentes
Geralmente pra eu chegar ao ponto de alegar superação é porque já houve perante os tribunais superiores um procedimento extensivo que a gente vai estudar mais pra frente. Declarando que aquela sumula 300...já foi superada pela sumula 600...e assim chega a uma decisão a julgar algo posterior a essa decisão. O próprio juiz tem a própria obrigação em dizer, olhe está deixando de aplicar a sumula tal e vou aplicar a sumula nova. Mas, não é simplesmente porque um julgou diferente porque está superado, não. Tem que passar por todo procedimento de superação, bem complexo por sinal, audiência pública, participação de amicus curiae, intimação de interessados, sustentação oral de todos que podem ter sido parte decisão. Tem todo um procedimento próprio pra que ocorra a superação do precedente. 
· EMENTA/ ACÓRDÃO:
O acórdão como a gente viu é o julgamento proferido nos tribunais. Aqui gente é muito parecido com estrutura de uma sentença ele também vai ter um relatório aquela parte introdutória do resumo do processo. Fulaninho ajuizou ação de despejo no dia tal alegando despejo de sublocação, o réu contestou dizendo que pagou e que houve contrato verbal autorizando a sublocação, foram introduzidas as provas testemunhais e contábeis. Razoes finais foram reiterativas por ambas as partes, a sentença julgou procedente o pedido determinando o despejo com base na sublocação irregular, por aí vai. A parte inconformada entrou com apelação, pagou as custas foi intempestiva.
O cara fez o relatório todo direitinho ele vai começar agora, a julgar, a fazer a fundamentação. Na fundamentação vai constar o voto do relator e também todos os outros votos, sejam eles concorrentes, convergentes, ou sejam eles divergentes. Vão ter todos os votos porque está na fundamentação de forma ampla de acordo com o artigo 489 parágrafo primeiro com todas aquelas regrinhas de fundamentação. Uma vez fundamentado vem com a conclusão ou o dispositivo do acórdão.
Então vai estar lá acórdão dos desembargadores da segunda câmera, da terceira câmera por julgador provida apelação, aí nesse sentindo é bem parecido com a estrutura de uma sentença. Os três elementos básicos relatório, fundamentação e conclusão.
A diferença que além de ter relatório, ter fundamentação e a conclusão. O acórdão tem um pedaço que também se chama ementa.
A ementa é como se fosse um resumo das questões que serão tratadas naquele acórdão de modo que a pessoa plena que alimenta ela já consiga entender exatamente do que se tratou aquele recurso. Isso é também muito importante para divulgação de precedentes e para a jurisprudência do tribunal na medida que eu vou olhando ali, que eu vou anexando pelas ementas a minha pesquisa eu já consigo avaliar a existência de uma tendência de que haja, uma tendência ser julgada daquela forma.
A ementa é importante, por exemplo, nesse caso que eu trouxe pra vocês, do aluguel. O provimento vai está dizendo, ementa, apelação, apelação civil, ação de despejo, falta de pagamento, sublocação irregular, ausência de prova de contrato escrito autorizando a sublocação, apelação improvida. Dá pra vê mais ou menos trata-se de despejo por falta de pagamento, trata-se de despejo por falta de autorização por sublocação e já dá o resultado que apelação foi provida. Então o resumo do que foi feito naquele julgamento. Isso ajuda a gente a divulgar precedentes, isso ajuda a gente atualizar a jurisprudência e também como se fosse um spoiler do que vai vim depois, por ali você já sabe se você se deu bem ou você tomou uma porradinha de leve. É um resumo do que está acontecendo e é muito importante, apesar de ser algo, dizemos assim, simplório, o código no artigo 943, parágrafo primeiro diz: todo acórdão conterá ementa, acabou sendo do acórdão, da decisão dos tribunais. Já o parágrafo segundo diz: lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias. Publiquei proferi o julgamento, dez dias depois a gente publica o acórdão no diário oficial. Tem uma dúvida que sempre surge que é o resultado do julgamento e a lavratura do acórdão pelo relator ou pelo voto vencedor.
QUAL A DIFERENÇA DE RESULTADO DO JULGAMENTO E A LAVRATURA?
O resultado do julgamento é dado na sessão de julgamento. Quando a gente for no julgamento vocês vão ver que depois de toda situação eles acórdão, define o julgamento o resultado. O presidente da sessão, não necessariamente vai ser o relator, vai dizer: fica proclamado o resultado do julgamento por unanimidade deu provimento a apelação. Isso é o resultado vai dizer isso na sessão. Seu prazo para impugnar já começou? Não, apenas proclamei o resultado, depois de algum tempo esse resultado. O relator geralmente (quem ganha a condução do julgamento), ele vai lavrar esse acórdão, transformar tudo que foi feito com a decisão ele vai publicar. A partir da publicação começa a contar o prazo.
Então a proclamação do resultado é no dia da sessão, ali se adianta qual será o resultado do julgamento, depois o relator em regra lavra o acórdão é instrumentalizar por escrito tudo que foi discutido no julgamento, formaliza uma decisão conjunta anexa os votos divergentes, anexa os votos convergentes ou até mesmo os votos concorrentes e publica, está contando o prazo.
Ocorre que pode ocorrer uma situação interessante, no exemplo que eu estou dando, o relator ganhou. Então vamos dizer que o relator tenha dito, eu acho que tem que dar provimento apelação. Só que vem o outro julgador e diz, não eu acho que não deveria dar provimento apelação e dá os motivos dele. O terceiro julgador diz, o relator está dizendo pra dar provimento, você está dizendo pra não dar provimento, vou pedi vista, vou examinar melhor o processo. Ele leva passa quinze dias estudando quando vem a outra sessão, o terceiro julgador diz, não eu vou com o segundo julgador. Fica 2x1. Por se tratar de apelação, a gente vai aprender isso hoje ou na próxima aula. Tem que ampliar o quórum porque não pode ficar 2x1, amplia o quórum, vou simplificar aqui. E no final das contas prevaleceu o voto do segundo julgador e não do relator. O presidente da sessão vai dizer acórdão por maioria nos termos do voto do segundo julgador em julgar improvida apelação. Ou seja, o voto do relator não prevaleceu propôs uma solução, mas a outra solução foi que ganhou.
Nesse caso que o voto do relator não prevalece, já foi dado o resultado prevaleceu o voto do segundo julgador, seria muito estranho que o relator fosse obrigado a relatar algo que ele não concorda, não concordei com isso, inclusive eu quero que o meu voto seja anexado ao processo. Toda vez que o voto do relator não prevalece, o voto do juiz que prevaleceu, esse juiz vira não o relator porque o relator é fixo ele virá o redator, ele que vai redigir o acórdão e obviamente vai juntar nesse acórdão redigido por ele o voto vencido do relator.
Então quando o relator ganha, é simples, o resultado do julgamento é proferido e o relator lavra o acórdão. Quando o relator perde, o seu voto não é o prevalente quem propôs o voto prevalente vira o redator, ele que vai lavrar o acórdão e mandar para a publicação. Provavelmente e obrigatoriamente com voto vencido do relator anexado. Não confunda relator e redator, na maioria esmagadora das vezes, o relator também é redator. Por que na maioria esmagadora das vezes o voto do relator prevalece. Mas, quando o voto do relator não prevalecer outro desembargador será o redator quevai lavrar o acórdão mandar para a publicação.
Aqui na Bahia em regra eu sorteio aletoriamente o relator, o segundo e o terceiro julgador são os dois mais antigos depois dele. Tem uma câmera aqui que a dra. Rosita quando ela é relatora geralmente o segundo julgador é o dr. Cicero e o terceiro julgador é o dr. Moacir Montenegro porque são os dois depois dela de ordem de antiguidade dela no tribunal.
Um exemplo de ementa: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Aqui eu já sei que o tema é de processo civil, já sei que é de direito administrativo e já sei que o recurso julgado foi um agravo de instrumento. Segue: AÇÃO INCIDENTAL DE IMPENHORABILIDADE. Então está discutindo alguma coisa relacionada da impenhorabilidade de algum bem. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. Envolveu por tanto alguma tutela provisória. IMÓVEL FAMILIAR. OBJETO DE LOCAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Já está um resumo das matérias que foram tratadas. Depois vem o resumo da própria fundamentação: É possível estender-se a proteção ao bem de família ao imóvel objeto de locação, quando comprovado que o valor de seu aluguel é utilizado para a subsistência e moradia da entidade familiar. - Hipótese na qual não restou presente, neste momento processual, a verossimilhança da alegação no sentido da imprescindibilidade do valor do aluguel para a subsistência e moradia familiar, requisito necessário à extensão excepcional da impenhorabilidade em casos de imóvel objeto de locação, inclusive porque o bem foi dado em locação três anos após sua penhora. Deu um resumo dizendo que aqui não era o caso de proteger o imóvel de uma penhora porque, de uma expropriação porque inclusive o imóvel foi dado três anos após a penhora em locação. Significa dizer que ele não era tão valioso assim para subsistência. Aqui tem tudo direitinho aqui tem a matéria se é processo civil ou se é processo penal, se é direito administrativo, se é direito civil, se é direito de família, se é agravo, se é apelação, que tipo de ação é. Então está todo resumo aqui. 
· RELATOR:
O relator como a gente vem falando desde a aula passada ele é um membro do tribunal, o desembargador, integrante de um órgão colegiado. Ele que vai examinar inicialmente os processos, os pontos controvertidos e também já vai fazer a sua proposta de voto fixando o seu entendimento. Elabora o relatório, o processo todo esse historio do processo e pede que seja pautado o processo para julgamento. E no julgamento ele vai expor qual é o seu entendimento para os demais julgadores, isso é um resumo do que ele faz até chegar o dia do julgamento. Mas, até lá é ele que vai, por exemplo, determinar deligências, ele viu lá que o cara não recolheu as custas, “intima-se a parte recorrente para recolher as custas sob pena de detenção”, ele vai identificar que faltou a procuração vai dizer, “intima-se a parte para juntar procuração”. Ele pode identificar a necessidade de eventual instrução, a gente tem que lembrar que nem sempre será um recurso no tribunal, pode ser uma ação originaria e se for uma ação originaria pode ser que tenha prova, uma ação rescisória possa ser que tenha que fazer prova, ele vai examinar se é caso de fazer prova coletar provas, testemunhar, documentar ou perícia.
Também ele vai examinar em principio se tem alguma tutela provisória, ele pode examinar e ver que tem um fumus boni iuris que tem o periculum in mora, ele pode antecipar a tutela no recurso, sem problema nenhum. Ele pode atribuir efeito suspensivo a um recurso que não tenha, ele pode tirar efeito suspensivo de outro recurso em decorrência de uma tutela provisória de urgência. Ele vai analisar admissibilidade de petições iniciais, as ações originarias, ele vai ver se a petição inicial tem procuração, tem o valor da causa, se direcionou para o juízo correto, se tem partes, tem pedido, tem causa de pedir como se fosse a petição inicial normal da primeira instancia. Vai determinar citação, vai expedir cartas de ordem para o juiz de primeira instancia etc.
O juiz realmente, o relator ele vai fazer toda gestão do processo no tribunal. É como ele fosse o juiz de primeira instancia conduz o processo até a sentença, ele também vai ser o juiz que vai conduzir o processo até o dia do julgamento. Tanto que qualquer pedido que você vai fazer quando processo estiver na segunda instancia, você bota: excelentíssimo senhor doutor relator, você direciona pra ele, ele que vai tomar as providencias, intimar, citar, produzir prova, marcar julgamento etc.
Ele é tão importante essa figura que tem um artigo que é o 932 que traz os poderes do relator, muita atribuição pra ele, é pouco de poder e dever também, mas ele tem toda essa autoridade aqui. Vamos pelos incisos pra gente ter uma noção das atividades do relator:
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; então ele vai dirigir, vai mandar conduzir provas, se tiver acordo é ele que vai homologar o acordo. Já saiu da primeira instancia, está com ele. Eu apelei e a parte me contraria diz: - Dr. Eu vi que você apelou por que o juiz fixou a condenação em R$:15.000,00 por danos morais. Meu cliente aceita R$:12.000,00 se você topar a gente faz um acordo. Estou tirando R$:3.000,00 você topa? 20% tá eu topo. A gente faz o acordo e manda para o relator. O relator que vai examinar se está tudo certo, se pode fazer acordo ou não pode e vai homologar o acordo. Nem precisa nesse caso mandar para a turma.
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; Se vai cair pra ele o processo, ele vai gerir o processo todo. Se tiver tutela de urgência, tutela de evidencia é o relator que vai examinar em primeiro plano. É claro que a gente vai ver que depois as decisões do relator podem ser recorridas.
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; Então se o relator pega um recurso que não tenha, por exemplo, pagado as custas processuais. Ele vai intimar a parte, pague as custas processuais, se ele não pagar ele sozinho. Ele vai dizer: não conheço o seu recurso. Ou por exemplo, a parte recorreu, mas ainda não tinha subido o processo e no dia seguinte eles fizeram o acordo ainda na primeira instancia, avisando o prazo recursal. O cara recorreu no primeiro prazo do recurso, no décimo dia eles fazem acordo. Por acaso por desorganização, esse recurso acaba subindo, sendo que já tinha feito um acordo aqui embaixo. Aí vai olhar nos autos, aqui no sistema que não houve acordo. Então esse recurso é prejudicado, então ele vai sozinho que está prejudicado não vai julgar o recurso. E ainda que não tenha impugnado os fundamentos da edição recorrida, isso é um princípio que a gente vai estudar mais pra frente. Mas, todo recurso tem que impugnar a decisão eu não posso pegar, por exemplo, a minha petição inicial eu perdi, eu copio e colo a petição inicial e peço pra revisão, isso não é recorrível, você tem que impugnar a decisão recorrível. Mas, isso depois a gente estuda é a regra da dialeticidade. Por enquanto você precisa saber que ele pode não conhecer de recursos sozinho.
Prestar atenção nesses dois incisos, são novidades importantes:
Art. 932.
Incumbe ao relator: Esse artigo gente ele está autorizando que o relator examine o mérito de um recurso, o mérito do recurso sozinho sem precisar levar para o colegiado. Mas, não é qualquer hora que ele poderá fazer isso. É muito bem definido aqui as hipóteses.
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: O código está autorizando que ele negue provimento ao recurso, ou seja, o cara recorreu ele pode dizer, não você não tem razão, ele pode dizer sozinho quando: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; que o cara estiver dizendo no recurso for contrário a sumula do STF, do STJ ou do próprio tribunal. Então se eu entro com o pedido de prisão civilde um depositário infiel. O juiz do TJ sozinho pode dizer nego provimento pra recurso em atenção a sumula 25 proibi prisão civil de depositário infiel, sozinho. A mesma coisa vai acontecer se for uma sumula do STJ ou até mesmo do próprio tribunal. Tem muitas sumulas internas do TJ/BA que julgam causas regionais geralmente ligadas ao estado tem muitos casos de policial civil, policial militar, professores estaduais. Já é comum revisão de plano de aposentadoria, são essas coisas. Se já tiver sumula daquele tribunal também pode sozinho julgar o mérito do recurso. Acabou o processo? Não, vai ter outros recursos pra isso. Mas, esse recurso inicial eu posso julgar sozinho. 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; Segunda hipótese, também pode negar provimento se for contrário acórdão proferido pelo STF e pelo STJ em julgamento de casos repetitivos. A gente vai ver no final do semestre que o julgamento nos casos repetitivos ele ocorre em duas situações: ou o chamado IRDR (incidente de resolução de demandas repetitivas) ou no caso de recursos especiais ou extraordinários repetitivos. São técnicas, essas duas IRDR e recursos repetitivos são técnicas de formação precedentes obrigatórios. Ou seja, depois de julgado vale para ou região inteira ou até para o Brasil inteiro. Então se eu tenho um acórdão proferido no STF e do STJ em casos repetitivos isso gera precedente obrigatório todo mundo tem que seguir, o Brasil inteiro tem que seguir. Então uma vez eu entro com recurso, esse recurso vai de encontro a um precedente obrigatório formado em caso repetitivo o juiz relator pode sozinho dizer, nego provimento, nem vou colocar pra turma. Já tem entendimento precedente obrigatório formado pelas cortes superiores.
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; Aqui já junta os dois julgamento de recurso repetitivos e aqui incidente de resolução de demandas repetitivas, além desses dois casos, temos também assunção de competência que a gente vai estudar depois por enquanto só sabe que existe também essa possibilidade.
Quando o juiz relator sozinho vai poder alegar provimento ao recurso? Quando ele for contrário a precedentes. Que precedentes são esses? Sumula do STF, STJ e do tribunal, IRDR, recurso repetitivo e incidente de assunção de competência. Nessas hipóteses ele pode julgar sozinho, negando o provimento.
Um dos poderes do relator é negar provimento ao recurso que seja contrário a sumula do STF, STJ, do tribunal e também contraria ao julgamento em casos repetitivos e incidente de assunção de competência.
O inciso V é bem parecido, mas tem que ter muita atenção. O inciso V diz o seguinte:
Art. 932. Incumbe ao relator: 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
Então eu quero que a gente compreenda o que é exatamente cada uma das situações aqui. Na primeira hipótese eu tenho aqui a sentença. A parte entra com recurso contrário, a sumula do STF, STJ ou até mesmo do TJ, TRF ele entra com recurso contrário a IRDR ou recurso repetitivo e entra contrário a IAC (incidente de assunção de competência). Isso aqui é no inciso IV. Nesse caso o que está contrário ao precedente é o recurso, isso quer dizer que a sentença esta consentânea com a jurisprudência dos órgãos superiores. Nesse caso em que o recurso está contrário, o relator pode negar provimento diretamente.
Raciocine comigo: nesse caso aqui quando o relator nega provimento ao recurso no fundo o relator está confirmando a sentença. É como se tivesse aqui duas decisões contrarias a pretensão do recorrente. Por isso, que neste caso do inciso IV ele autoriza que o relator sozinho sem qualquer outra providencia preliminar possa negar provimento. Sem nenhum tipo de cautela, já tem a sentença eu já estou confirmando a sentença. Quem está contrário é o cara que está insistindo.
No inciso V não, vamos para o inciso V, depois de facultada a apresentação de contrarrazões. Eu primeiro vou apresentar a contrarrazão, a impugnação do recurso é como se fosse a contestação do recurso é a contrarrazão. Ele pode dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contraria aos precedentes. Aqui eu tenho uma sentença, a sentença que é contrário a sumula do STF, STJ, TJ ou contrário a IRDR, recursos repetitivos ou contrário a IAC, nessa sentença contraria além dessas hipóteses a parte entra com recurso e nesses casos o relator pode depois da contrarrazão, ele pode dar provimento ao recurso. Nesse caso aqui a sentença que está contraria aos precedentes. Nesse caso aqui a sentença que esta contraria ao precedente, as cortes superiores.
Veja comigo nesse caso aqui quem recorre está tentando recorrer de algo que está contra as cortes superiores. Nesse caso aqui antes de dar provimento eu preciso dar direito ao contraditório porque pode ser quando eu dê direito ao contraditório, aqui nas contrarrazões. Essa parte aqui recorrida possa trazer alguma distinção ou alguma superação pra justificar a modificação.
Então quando eu vou manter a sentença eu não preciso ouvir a parte recorrente porque eu já estou mantendo o entendimento da sentença, não vou mudar o status. Aqui eu vou mudar, aqui a sentença estava dando favorável a alguém e vai passar jogar contra mim. Se eu vou dar a decisão contra uma das partes porque eu tenho que ouvir ela anteriormente, isso é consagração do princípio do contraditório no artigo 9º que é claro e evidente nesse sentido: Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Então aqui eu não estou mudando quem estava perdendo vai continuar perdendo. Aqui não quem estava ganhando vai passar a perder, eu vou modificar a decisão, eu vou ter que alterar o conteúdo da decisão está valendo. Aqui não eu vou manter. 
Se a sentença fosse improcedência, ela vai continuar sendo de improcedência. Se a sentença fosse de improcedência ela vai continuar sendo de improcedência. Nesse caso não, se a sentença fosse de procedência ela vai passar a ser de improcedência, se ela fosse de improcedência ela vai passar a ser de procedência eu estou alterando o comando do dispositivo. Nesse caso eu tenho que ter uma cautela a mais e ouvir a parte contraria antes. Então isso é de fundamental importância é de entender que para negar provimento o recurso e manter o status co eu posso negar direto, não absolvi ninguém. Mas, para mudar o status co, mudar a situação que antes estava valendo eu preciso ouvir a parte contraria antes. Nos dois casos o relator vai está decidindo sozinho ele não estava levando isso para turma. Pelo menos não nesse primeiro momento a parte que se sentir prejudicada vai entrar com agravo interno e levar isso pra turma para que no primeiro momento para ele não decidir sozinho porque no primeiro caso ele não ouviu a parte contraria porque manteve o status co. No segundo caso foi modificado eu estou ouvindo a parte contraria.
Quando o relator nega o provimento ao recurso ele está mantendo o conteúdo da sentença. Com tivesse duas pessoas dizendo isto está certo. Aqui não a decisão está dizendo A e o relator está dizendo B.
Outras obrigações que tem nesse artigo:
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; em processo I vocês devem ter estudado as intervenções de terceiro, uma das hipóteses de intervenção de terceiro é: desconsideração da personalidade jurídica. Ela pode ser incidental ou pode ser parte da própria petição inicial. E ela pode ser instaurada a qualquer tempo na fase de conhecimento, nafase recursal, na fase de execução. A única dúvida era se ela poderia ser instaurada na fase de recurso especial extraordinário diante das restrições que esses recursos têm, mas em geral ela pode. A qualquer momento ser instaurada. Então se eu pego uma apelação incidentalmente eu peço para o tribunal discutir isso o relator sozinho pode decidir se é caso ou não de desconsideração. Repare que ele fala quando o incidente for originalmente instaurado perante o tribunal porque se ele tiver no meio de outro recurso não posso porque vai ser como se fosse um pleito do recurso. Mas, se for discutir isso originalmente no tribunal ele pode decidir sozinho. Decidir sozinho não significa que ele vai dar a palavra final a parte poderá recorrer para turma confirmar ou não o entendimento dele.
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; é um poder mais de ordenação vamos supor que seja matéria que envolva direito de menor ele vai intimar o ministério público, a matéria que envolve a questão ambiental ele vai intimar o ministério público, normal como se fosse o juiz de primeira instancia que tem que chamar toda vez que o ministério público tiver que falar no caso, diferença que aqui não vai ser um promotor vai ser um procurador de justiça.
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. 
Esse parágrafo único ele traz não é nenhum poder aqui é um dever. Que é um dever antigo todos nós conhecemos, aqui é a primazia do mérito. Antes de extinguir o processo sem julgar o mérito deve-se se dar a oportunidade de a parte consertar o seu erro.
Então isso é valido também para a segunda instancia a gente está acostumado a ouvir isso, se eu perguntar aqui todo mundo vai dizer, se eu tenho a petição inicial que está incompleta, o juiz deve mandar editar. A mesma é o recurso, lembrem da aula passada, recurso é ato postulatório só que promovido perante a segunda instancia. Assim, como petição é um ato postulatório. Então o recurso tem também os seus requisitos como a petição inicial tem os seus requisitos. Então se o juiz perceber que está faltando algum requisito sanável, por exemplo, intempestividade é sanável eu tinha 15 dias pra recorrer eu recorri com 30, eu recorri com 17, aí é insanável não tem como entrar no carro de volta para o futuro e resolver, não posso. Mas, se o vício for sanável eu tenho que intimar a parte antes,5 dias para ele corrigir o vício, se ela não corrigir eu vou desconsiderar o recurso.
Então até aqui a gente viu muitos poderes e deveres, mas aqui é um dever. Ele tem o dever de intimar a parte para sanar o vício para ser corrigido. Se não fizer essa intimação nula o processo.
A gente viu o 932 que é propriamente para o relator, mas se a gente for olhar o artigo 139 do código ele dar poderes também para o juiz e o relator é um juiz. Quando a gente diz os poderes do relator, a gente tem que pensar tanto no 932 como também o 139, aí são coisas mais que a gente já estudou. Por exemplo, cabe ao juiz relator:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; tratar todo mundo igual nos seus direitos, deveres, sanções, faculdade, ônus, artigo 7º.
II - velar pela duração razoável do processo; relator também artigo 4º do código. 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias; existi a litigância de má-fé
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; aí são os poderes de efetivação eu posso aplicar uma multa diária, eu posso aplicar uma multa de apreensão, eu posso determinar o despejo. O relator também pode. 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais; inclusive a gente viu aqui que cabe o relator promover a autocomposição. Então aqui são poderes que são do juiz, mas que na verdade se estende também ao relator (18:10). 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; ele pode dilatar os prazos processuais, tem muito documento para a parte se manifestar, ele pode dizer: seu prazo não vai ser de 15 dias, vai ser de 20, de 30. 
 VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais; recentemente uma juíza se excedeu mandou prender um advogado, o relator ela está errada. Mas, ela tem o poder de polícia assim como o relator também tem. 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais; acabamos de ver que ele tem o poder e dever em determinar correção de vício. 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados (...) para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Vamos fazer aqui um resumo do que a gente viu aqui do poder do juiz. Isso é interessante porque a gente consegue enxergar categoria de poderes deles, dos relatores. A gente fala de:
Ordinatórios, Instrutórios e Decisórios (tudo que está aqui já vimos, vamos organizar a nossa mente)
Então a gente fala de poderes ordinatórios aqui o juiz/ relator vai ordenar o processo, organizar o processo. Por isso, que é ordinatório vem de ordenação. Então ele vai mandar citar uma parte, ele vai mandar juntar umas custas que não foram pagas, vai mandar anexar uma petição que não foi juntada, vai mandar intimar o ministério público. Ele vai ordenar o processo. Tudo aquilo que a gente viu podemos separar em atividade de organização como é essa que eu falei agora. Podemos separar em instrutórios que quando o relator vai determinar a oitiva de uma testemunha, vai determinar a realização de uma perícia. Toda vez que o juiz determinar condição de prova no tribunal a gente vai dizer que está exercendo poderes instrutórios, tudo que estiver organizando o processo, direcionando o processo, a gente vai dizer que ele está exercendo poderes ordinatórios. E também o principal os poderes decisórios que é o que ele vai realmente dirigir a instrução do processo e julgar. Quando ele está homologando acordo é uma decisão artigo 485 inciso 3, decisão que homologa a autocomposição, a decisão que extingue o processo com o exame do mérito pode ser no tribunal. O tribunal pode decidir homologando uma conciliação, uma autocomposição;
Ele pode decidir sobre tutela provisória como a gente viu aqui sozinho;
Ele pode decidir sobre concessão ou revogação de justiça gratuita, sozinho;
Ele pode proceder com juízo de admissibilidade e de mérito dos recursos, lembra que eu falei que ele pode intimar partes e se a parte não fizer a correção, ele pode nem conhecer o recurso. E podemos ver dois casos de julgamento de mérito. Ele pode negar provimento, ele pode dar provimento ao recurso, sozinho também;
Ele pode proferir decisão final no processo de competência originaria e 
Ele pode ainda proferir decisões interlocutórias, ele pode decidir por incidente de consideração, desconsideração de pessoa jurídica, ele pode decidir por justiça gratuita, pode decidir sobre provas a serem produzidas. Por isso, decisões interlocutórias. 
Tudo que está aqui nada é novo apenas categorizei em três tipos de poderes: poderes ordinatórios ordenando o regime do processo, poderes instrutórios produção de prova no tribunal, poderes decisórios conteúdo decisório na sua manifestação.
Além de ter o dever de correçãode vícios, o relator tem também o dever de não proferir decisões surpresas, proibição de decisões surpresa, tem haver também com princípio do contraditório. A consagração do princípio do contraditório em âmbito recursal, em âmbito tribunal.
O artigo 10 deixa muito claro isso: Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Então pouco importa qual é a matéria, pouco importa tenha sido arguido por outra parte, pouco importa tenha sido reconhecido por ele sozinho de oficio. Se eu vou decidir contra uma parte mesmo no tribunal eu tenho que ouvi-la antes. Isso é o artigo 10 no capítulo das normas fundamentais do CPC. Mas, no capitule do recurso de ordem dos tribunais ele repete. No artigo 933: Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. Isso aqui é a consagração do princípio da proibição da decisão surpresa, do princípio do contraditório. Se eu estou tendente a colher uma prescrição, se eu estou tendente a colher uma incompetência absoluta, se eu estou tendente a julgar contra uma das partes eu vou ouvi-la com base nisso. 
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. Ele pode no meio julgamento perceber tem um vício, estou percebendo esse vício estou suspendendo o julgamento para que você se manifeste. 
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. Então, por exemplo, eu posso ter começado o julgamento o desembargador pediu vista, identificou que tem um vício, vai dizer: relator intime aí para possível o vício, o relator determina a intimação e o processo segue.
Como é que fica o sistema recursal em razão dos poderes conferidos ao relator? Artigo 1.021 Não se preocupe em saber as regras a gente vai ter uma aula só sobre agravo interno, por enquanto, só que vocês saibam qual recurso eu vou utilizar, não precisa se preocupar com as regras, com os prazos e os requisitos.
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. Repare que ele fale, contra a decisão proferida pelo relator, pode ser relator do tribunal de justiça, pode ser relator do tribunal federal, pode ser relator do STJ, relator do STF pouco importa se for decisão monocrática de relator o recurso cabível é agravo interno que vai para o órgão colegiado que julgaria aquele recurso em última análise. O relator faz a primeira análise, mas quem vai julgar em última análise? É a câmera, é plenário, é o órgão especial. Esse recurso de agravo interno vai para o órgão que julgaria vai para câmera, plenário, órgão especial.
O importante é a gente saber disso a questão do relator é acatada por agravo interno e que esse agravo interno vai para órgão colegiado que julgaria o recurso originalmente interposto que foi julgado praticamente pelo relator.
Agravaram isso aí, tem que gravar mesmo não tem jeito.
É outro dever do relator e é o dever geral de correção de defeitos pelo relator, isso está no artigo 938.
Art. 938. (...) A § 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.
Então ele identificou algum vicio ele tem obrigação de determinar a correção. Se a parte ainda assim não corrigir, ai que ele vai adotar as penalidades.
§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso.
Se não for possível, se o cara não cumpriu ele vai ter que extingui o processo, extinguir o recurso melhor dizendo. Isso baseado em princípio da primazia de mérito baseado em princípio da cooperação porque as partes e juízes devem cooperar entre si para se chegar ao julgamento. Então se ele está percebendo que tem um entrave, ele tem o deve de sinalizar esse entrave para que parte corrija e que o processo tenha realmente o julgamento tenha o seu direito material.
Como havia antecipado, por exemplo, intempestividade é um vício insanável não tem como eu corrigir porque passou o prazo não tem como voltar atrás. Outro vicio insanável falta de interesse de agir, aqui pode dar o exemplo em que a parte não impugna os termos da decisão ele repete contestação, ele repete a petição inicial. Isso é um recurso externo porque se eu não estou impugnando a decisão não tem como ela ser modificada. Se você fala mão quero ir para o show e ela não deixou, no outro dia você acorda e fala: - mãe quero ir para o show. Você não mudou nada, falou a mesma coisa. Não tem interesse de agir. Agora se você diz assim: mãe já estou passado nessa matéria. Você traz argumentos, isso é um recurso que você pode ter resultado.
Se eu só repito a minha petição inicial ou a minha contestação, não tem interesse porque não vai ter resultado prático dessa minha urgência porque eu não trouxe argumentos novos. 
O juiz tem dever de correção de vicio sanável. O que é vicio sanável? Uma falta de procuração, uma falta de custas, o nome do dano errado.

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