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Interação do epitélio oral com o ectomesênquima subjacente originará a banda epitelial primária que originará a lâmina dentária Banda epitelial Lâmina vestibular Degeneração Celular Fundo de saco de sulco vestibular Lâmina dentária Proliferação Celular Germes dentários (8ª semana de V.I.U) ODONTOGÊNESE A Odontogênese corresponde ao período em que os elementos dentários são formados. Constituído por alguns processos: Após isso, os germes dentários passarão pelas fases de botão, capuz, câmpanula, câmpanula avançada, coroa e raiz. Durante 27º dia de V.I.U, ocorre o rompimento da membrana bucofaríngea, nessa fase, a cavidade oral primitiva é revestida por um epitélio de apenas duas ou três camadas de células, que recobre um tecido que está sendo invadido por uma população de células de origem ectodérmica geradas nas cristas neurais (ectomesênquima). O ectomesênquima funcionará como um fator indutor de diferenciação, fazendo com que ocorra uma diferenciação na região do epitélio oral primitivo, formando um abaulamento denominado de banda epitelial primária. A banda epitelial situada do lado externo, ao continuar sua proliferação, e aumentar, com isso, o número de suas células, tem as centrais degeneradas, dando lugar a uma fenda que constituirá o futuro fundo de saco do sulco vestibular, localizada entre a bochecha/lábios e os futuros arcos dentários. Por essa razão, essa subdivisão externa da banda epitelial primária denomina-se lâmina vestibular. Entre a 6ª e a 7ª semana, pouco tempo depois da subdivisão da banda epitelial primária, observa-se apenas a lâmina dentária, em razão do rápido estabelecimento do sulco vestibular. Assim sendo, a lâmina dentária permanece como uma proliferação epitelial em forma de ferradura, seguindo uma orientação perpendicular à superfície do epitélio oral, como a banda epitelial primária, porém aprofundando-se mais no ectomesênquima. A lâmina dentária posteriormente se classificará em 3, sendo elas, a lâmina dentária propriamente dita, que irá formar a dentição decídua, é formada durante a 6ª a 10ª de V.I.U. A lâmina dentária sucessora, que formará parte dos dentes permanentes (4C, 8I e 8PM), sendo formada entre o 5º mês de V.I.U e o 10º mês de vida. E por último, a lâmina dentária acessória, que formará os molares permanentes, a mesma é formada entre o 4º mês de V.I.U e 5º ano de vida). → Fase de Botão A partir da 8ª semana V.I.U, em cada arco originam-se pequenas esférulas que invadem o ectomesênquima, representando o início da formação dos germes dos dentes decíduos. Costumam-se observar numerosas mitoses, fato que reflete sua alta atividade proliferativa. Por sua vez, o ectomesênquima subjacente apresenta nesta fase, uma discreta condensação de suas células em torno da parte mais profunda da esférula epitelial. A partir dessa condensação de ectomesênquima, será originada a papila dentária. → Fase de Capuz Com a continuação da proliferação epitelial, o botão não continua a crescer uniformemente, apresentando, portanto, um crescimento desigual que o leva a adotar uma forma que se assemelha a um boné, razão pela qual esta fase é chamada de “capuz”. Na parte mais profunda central, o capuz apresenta uma concavidade onde está localizada uma concentração significativa de células ectomesenquimais. Uma vez estabelecida a fase de capuz, observam-se vários componentes no germe dentário. A porção epitelial, apresenta várias regiões distintas, denomina-se “órgão do esmalte”, pois é responsável pela formação do esmalte. Ao observar essa porção epitelial, distingue-se uma camada única e contínua de células que constitui a periferia do órgão do esmalte. As células localizadas na concavidade adjacente à condensação ectomesenquimal constituem o epitélio interno do órgão do esmalte e as células localizadas na convexidade externa do capuz epitelial constituem o epitélio externo do órgão do esmalte. Desse modo, essas células adotam uma forma estrelada, com vários prolongamentos que estabelecem contatos entre si. Em razão da forma das células, essa porção central do órgão do esmalte é chamada de “retículo estrelado”. Obs.: A papila dentária é a estrutura primitiva que dará origem a polpa e a dentina. São formadas em conjunto e por isso, denomina-se de “complexo dentinho-pulpar”. Ainda na fase de capuz, o ectomesênquima rodeia completamente o órgão do esmalte e a papila dentária, de modo que irão se condensar de modo que suas linhas torno do germe em desenvolvimento, formando uma cápsula que o separa do restante do ectomesênquima da maxila e da mandíbula. Essa condensação se chama de “folículo do saco dentário”, ele é responsável pela formação do periodonto de inserção do dente, isto é, do cemento, do ligamento periodontal e do osso alveolar. → Fase de Campânula Após a fase de capuz, a proliferação das células epiteliais e o crescimento do órgão do esmalte vão diminuindo. Nessa fase, a parte epitelial do germe dentário (órgão do esmalte) apresenta uma concavidade mais acentuada e com margens mais fundas. A parte correspondente ao retículo estrelado continua a crescer em volume por causa do aumento da distância entre as células e seus prolongamentos. Por outro lado, na região em que os epitélios externo e interno do órgão do esmalte se encontram, no nível da borda do sino, formasse um ângulo agudo. Essa região, chamada de alça cervical. A alça de Henle é o local em que, por volta do final da fase de coroa, tanto as células do epitélio externo quanto as do interno, irão proliferar para constituir a bainha radicular de Hertwing, que induzirá na formação da raiz do dente (Rizogênese). O folículo dentário torna-se mais evidente, pois passa a envolver o germe dentário por completo, inclusive na extremidade oclusal. Nesta fase, a porção da lâmina dentária, entre o órgão do esmalte e o epitélio bucal, desintegra-se. Além disso, em geral, o osso do processo alveolar em formação acaba rodeando completamente o folículo dentário, constituindo a cripta óssea. Na fase de campânula, verificam-se alguns fenômenos morfogenéticos que levam à determinação da forma da coroa do futuro dente. Isso se deve à formação de dobras no epitélio interno do órgão do esmalte nos locais em que as primeiras células cessam sua atividade mitótica, antes da diferenciação em ameloblastos, e também ao fato de que a alça cervical permanece fixa. Como o restante das células do epitélio interno continua se dividindo por mais algum tempo, o aparecimento de novas células resultantes das sucessivas mitoses ocasiona uma força no epitélio interno em direção aos pontos nos quais não há mais divisão. Mais tarde, quando a atividade mitótica das células vai terminando sequencialmente a partir dos vértices das cúspides, em direção à alça cervical, as vertentes das cúspides vão se delineando, estabelecendo, assim, a forma da futura coroa do dente. → Fase de Coroa (Câmpanula Avançada) Essa fase corresponde à deposição de dentina e esmalte da coroa do futuro dente. Essa fase percorre desde os locais correspondentes às cúspides para a região cervical. A fase de coroa caracteriza-se pela deposição de dentina, de fora para dentro do germe dentário, e de esmalte, de dentro para fora. Portanto, nesta fase ocorrem os eventos de diferenciação, isso significa que, em um mesmo germe dentário, poderão ser observadas, na região próxima à alça cervical, zonas nas quais células do epitélio interno do órgão do esmalte se mantêm como tais, ou seja, não sofreram ainda inversão da sua polaridade. Todavia, se for examinada uma região adjacente na mesma vertente, porém mais próxima da cúspide, observam-se pré-ameloblastos; já na papila, os pré-odontoblastos começam sua diferenciação para se tornarem odontoblastos. Examinando, ainda, regiões adjacentes na mesma direção, odontoblastos secretam os constituintes da matriz orgânica da primeira camada de dentina, representando, portanto, um estágio posterior. Assim, observam-se estágios cada vez mais avançados, quanto mais próxima da cúspide. → Fase de Raiz (Rizogênese) Durante a formação da porção coronária do dente, é necessário que células epiteliais (do epitélio interno do órgão do esmalte) induzam as células ectomesenquimais (da papila dentária) a se diferenciarem em odontoblastos. Uma vez que a porção radicular do dente também é constituída por dentina, é preciso que células de origem epitelial deem início ao processo de diferenciação dos odontoblastos. Ao final da fase de coroa, quando os eventos de diferenciação alcançam a região da alça cervical, os epitélios interno e externo do órgão do esmalte que constituem a alça proliferam em sentido apical para induzir a formação da raiz do dente. As células resultantes da proliferação não se aprofundam verticalmente, talvez em razão do folículo dentário e do folículo do osso da base da cripta que rodeiam a base do germe dentário. Por esse motivo, o epitélio resultante da proliferação das duas camadas da alça cervical sofre uma dobra, constituindo o diafragma epitelial. Como não há aprofundamento no sentido vertical, a região proliferativa fica restrita à dobra que se continua com o diafragma epitelial. A partir desse momento, as células epiteliais continuam a proliferar, originando outra estrutura: a bainha epitelial radicular de Hertwig. A fase de raiz e, portanto, o processo de odontogênese propriamente dito, é concluída com a formação da dentina radicular, até o fechamento do ápice. Os tecidos que compõem o periodonto de inserção são também formados durante a fase de raiz. Cemento, ligamento periodontal e osso alveolar são formados simultaneamente, fragmentação da bainha radicular epitelial torna possível o contato do folículo dentário com a dentina radicular em formação. Assim, após entrar em contato com a dentina, as células ectomesenquimais do folículo diferenciam-se em cementoblastos, secretando a matriz orgânica do cemento. Simultaneamente, as células do lado externo do folículo diferenciam-se em osteoblastos, formando o osso alveolar, enquanto as da região central tornam-se principalmente fibroblastos e formam o ligamento periodontal. Dessa maneira, as fibras colágenas principais do ligamento são formadas ao mesmo tempo que o colágeno que constitui a matriz do cemento e do osso alveolar, possibilitando que as extremidades das fibras do ligamento, denominadas fibras de Sharpey, fiquem inseridas quando o cemento e o osso se mineralizam. O epitélio reduzido recobre o esmalte até a erupção se completar Enquanto ocorre a fase de raiz e o dente erupciona, na coroa, aumenta o teor de mineral do esmalte durante sua maturação pré-eruptiva. Então, o órgão do esmalte colapsa completamente, constituindo o epitélio reduzido do esmalte, recobrindo esse tecido até o aparecimento da coroa na cavidade oral. Após a completa erupção do dente, o epitélio reduzido contribui para a formação do epitélio juncional da gengiva. Os dentes permanentes que têm predecessor decíduo desenvolvem-se a partir do broto do permanente A sequência do desenvolvimento dos tecidos dentários anteriormente descrita é idêntica para os dentes decíduos e permanentes. Os dentes permanentes que têm predecessor decíduo desenvolvem-se a partir de uma proliferação epitelial em relação à face palatina ou lingual do germe do decíduo, denominada broto do permanente, cuja formação ocorre durante a fase de capuz do dente decíduo. Os molares permanentes, entretanto, desenvolvem-se diretamente da lâmina dentária original, que se estende posteriormente. REFERÊNCIA: KATCHBURIAN, Eduardo. Histologia e embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas / Eduardo Katchburian, Victor Arana. – 4. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
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