Prévia do material em texto
FACULDADE ESTÁCIO MONTESSORI DE IBIÚNA PÓS EM RECURSOS HUMANOS PAULO CESAR GOMES ALVES Endomarketing na Gestão de Pessoas Ibiúna-SP 2015 FACULDADE ESTÁCIO MONTESSORI DE IBIÚNA PÓS EM RECURSOS HUMANOS PAULO CESAR GOMES ALVES Endomarketing na Gestão de Pessoas Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Estácio FMI Campus Ibiúna, como parte dos requisitos para obtenção do título de Pós em Recursos Humanos, sob orientação da Prof.ª Beatriz Acampora Ibiúna-SP 2015 AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos são a estes que não merecem apenas tornarem-se destaque deste projeto de finalização de curso, mas sim, de todo um projeto de vida. Agradeço a quem contribuiu durante esta longa jornada de muita fé, luta e conquistas. Primeiramente a Deus nosso pai, pois tenho a certeza de que ele esteve e sempre estará presente durante toda minha caminhada. Aos meus pais que sempre me apoiaram e incentivaram no caminho do conhecimento, sabendo eles que é neste caminho que podemos realizar nossos maiores sonhos. Ao meu irmão, que sempre fora meu companheiro nessa e em outras jornadas. À Faculdade Estácio Montessori de Ibiúna, instituição que nos proporciona ensino superior de qualidade e que está ao alcance de todos. Ao Coordenador Marcelo Genova da Fonseca, pessoa de caráter ilustríssimo, por sua colaboração e atenção prestadas em todos os momentos na instituição. À professora e orientadora deste trabalho, pela dedicação, amizade e companheirismo que sempre nos dedicou. Sua paciência e sensibilidade foram sentimentos definitivos para que eu pudesse enfrentar as dificuldades da elaboração do projeto. Aos meus amigos e colegas de classe por todo este tempo de convívio no qual pude compartilhar e aprender coisas muitas importantes para minha carreira profissional. Em especial eu quero agradecer: Paulo Luiz Campos de Oliveira por tua amizade, dedicação e toda força prestada ao longo do curso. E por Fim a todos que fazem a faculdade Estácio Montessori de Ibiúna, aos funcionários da instituição por estarem sempre dispostos a colaborar para atender nossos anseios. Enfim, a todos que puderam contribuir para que eu superasse mais esse desafio! A verdade é que não ha nada de digno em ser superior a outra pessoa. A única nobreza genuína é ser superior a seu antigo eu. Whitney M. Young Jr RESUMO O ambiente interno de uma organização é um tema presente e fundamental para as empresas que buscam permanecer com excelência no mercado atual. Ao longo das literaturas, observa-se a importância de trabalhar o ambiente interno, buscando cada vez mais, a satisfação dos públicos internos da organização. Essa percepção remeteu a nova ferramenta que esta surgindo o Endomarketing, mas conhecido como: marketing interno, assunto que, com frequência, tem sido objeto de estudos, apesar de ser considerada, ainda, uma área nova. Sendo assim, o presente trabalho aborda conceitos e definições sobre o Marketing Interno, com a finalidade de compreender o processo alicerçando-se nas teorias pesquisadas. Mostrando sua importância, ligação com o colaborador (comprometimento/motivação) Ao fim do estudo, contata-se que o Marketing Interno e suas ações são extremamente importantes nas organizações, trazendo benefícios mutuamente satisfatórios tanto para funcionários, como para a própria empresa. A partir dai a pesquisa bibliográfica conta com uma visão vários autores para assim o leitor ter uma percepção do assunto e o seu foco de mostrar como tais técnicas conseguiram alcançar os objetivos traçados e como chegaram os resultados as empresas abordadas neste trabalho Palavras chaves: Endomarketing. Colaboradores. Ambiente Interno. SUMARIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 06 1. O QUE É MARKETING ......................................................................................... 08 1.1 ORIGENS DO ENDOMARKETING ................................................................. 09 1.2 CONCEITOS DE ENDOMARKETING ............................................................. 11 2. A IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING .......................................................... 13 2.1 ENDORMARKETING COMPROMETIMENTO/MOTIVAÇÃO ......................... 13 2.2 NOVAS PERPECTIVAS DO ENDOARKETING .............................................. 14 2.3 O ENDOMARKETING COMO MAXIMIZADOR DO CAPITAL HUMANO ....... 15 2.4 A GESTÃO ESTRATEGICA E ENDOMARKETING ........................................ 16 2.5 GESTÃO POR COMPETENCIA E GERÊNCIA DE PESSOAS...................... 17 3. AS ATIVIDADES DO ENDOMARKETING NA ORGANIZAÇÃO ......................... 18 3.1 TREINAMENTO .............................................................................................. 18 3.2 SUPORTES DA ADMINISTRAÇÃO E DIALOGO INTERNO .......................... 19 3.3 COMUNICAÇÃO INTERNA DE MASSA E SUPORTE DA INFORMAÇÃO .... 19 3.4 GERENCIAMENTOS DE RECUROS HUMANOS .......................................... 20 3.5 COMUNICAÇÃO DE MASSA ......................................................................... 21 3.6 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS E O SUPORTE TECNOLÓGICO ....... 21 3.7 RECUPERAÇÃO INTERNA DE SERVIÇO ..................................................... 22 3.8 PESQUISA DE MERCADO E SEGMENTAÇÃO ............................................. 23 4. FERRAMENTAS DO ENDOMARKETING ............................................................ 24 5. TEORIAS MOTIVACIONAIS ................................................................................ 32 5.1 HIERARQUIA DAS NECESSIDAS DE MASLOW ........................................... 34 5.2 TEORIA ERC .................................................................................................. 35 5.3 TEORIA DOS FATORES DE HEZBERG ........................................................ 37 5.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ...................................................... 38 6. ESTADO DA ARTE ............................................................................................... 44 6.1 O ENDOMARKETING NO BANCO DO BRASIL ............................................. 42 6.2 CASE VALE DO RIO DOCE ........................................................................... 43 6.3 CASE CST ARCELOR BRASIL ...................................................................... 45 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 48 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA ....................................................................... 49 6 INTRODUÇÃO Antigamente, gerentes de empresas não pensavam na satisfação dos clientes e muito menos a satisfação dos colaboradores. O que importava para os gerentes era fabricar produtos e vendê-los. Os tempos passaram e os colaboradores e clientes começaram a ficar mais exigentes. Os clientes passaram a comprar produtos que atendessem suas necessidades, o que gerou uma maior concorrência entre as empresas para oferecerem produtos específicos para cada tipo de cliente. E os colaboradores passaram a querer mais satisfação e motivação para trabalhar nas empresas Nisso o mercado empresarial encontra-se cada dia mais acirrado, a atualização deve ser uma constante para quem quer manter-se no campo de atuação empresarial. A realidade do mercado atual perfaz um cenário marcado pela internacionalização dos mercados financeiros evidenciando a complexidade e trazendo riscos e incertezas, com isso as empresas têm buscados meios através de novas práticaspara garantir a sustentabilidade em meio à concorrência. Todos estão em busca de satisfazer as necessidades de seus clientes, procurando sempre estar cada vez mais próximos destes para poder atender a seus anseios e expectativas. Com isso, na tentativa de garantir a empresa uma boa posição no mercado, o marketing tem sido uma dessas práticas com maior evidência, esta afirmação se confirma ao assistirmos a televisão, ouvirmos o rádio, navegarmos na internet: a mensagem publicitária está lá em destaque. Nas suas subdivisões o Endomarketing é uma das mais novas áreas da administração e busca adaptar estratégias e elementos do marketing no microambiente empresarial utilizando-se dos mecanismos de abordagens ao mercado, para uso no ambiente interno das organizações. O endomarketing surge também da necessidade que as empresas e empresários tinham em trazer para perto de si seus funcionários, fazendo com que estes pudessem participar mais ativamente do processo de decisão empresarial. É a partir daí que surge a ideia de cliente interno, fazendo com que as organizações busquem antes vender seus produtos para seus funcionários para que estes possam vendê-los 7 para seu público externo com muito mais afinco. Esta proximidade para com o cliente interno fará com que este se torne muito mais íntimo do processo de gestão e decisão empresarial e, injetará nele ainda uma dose de motivação e autoestima, sentimentos que podem ser decisivos para a realização de um trabalho eficiente e eficaz. O grande desafio do Endomarketing é proporcionar aos empregados uma condição de aplicação de valores como: transparência, empatia, afetividade, comprometimento e cooperação, transformando esses valores em crescimento e desenvolvimento dos empregados, e consequentemente, em ganhos de produtividade. Um programa de endomarketing bem feito é capaz de tornar o funcionário um ser comprometido com a nova postura da empresa e com a modernidade, cada um em sua área de atuação e por meio do seu trabalho. O endomarketing deve desenvolver nos funcionários uma consciência de que todas as suas ações devem voltar-se para a satisfação das necessidades dos clientes onde, segundo Bekin (2004), reside toda a sua importância “O departamento de marketing mantém- se com sua atividade especializada e seus especialistas, mas a mentalidade do marketing, seus valores e noções orientam a empresa em todos os níveis e atividades”. O empregador precisa desesperadamente de pessoas motivadas; A partir de uma sociedade globalizada as empresas têm investido cada vez mais na valorização de seu empregado assim como seu próprio cliente, com isso, a empresa objetiva tornar o vendedor responsável pelo sucesso da organização. Através da dinâmica do mercado atual em que fatores como competição conduz a um novo modelo de gestão. Com Isso Objetivo central desta monografia é mostrar a relevância do endomarketing para a gestão de pessoas, quais benefícios que esta técnica sofistica podem trazer para as organizações de todos os tamanhos e complexidades. Já Objetivo secundário; é trazer um referencial teórico mostrando os aspectos mais cruciais do tema como: a história, benefícios, ferramentas, e como o endomarketing se enquadra no mercado contemporâneo. A pesquisa adotada para fundamentar este tema será realizada através de um estudo bibliográfico; No qual serão analisados alguns cases mostrando os benefícios que o endomarketing trouxe para as organizações. 8 1 O QUE É MARKETING O termo endomarketing vem da palavra marketing, que é uma palavra inglesa que deriva de MARKET, que significa mercado. Os estudiosos traduzem o marketing, como mercadologia, que significa estudo do mercado. Buhamra (2012) Ao definirmos sobre o termo marketing, entendemos que são estratégias utilizadas para atrair os clientes e satisfaze-los de forma que fique na mente dos clientes a marca/produto ou serviço. Pois para Levitt (1990) “Marketing é conquistar e manter clientes”. Entendendo que o marketing vai muito além de satisfazer as necessidades dos clientes, é obter um serviço/produto diferenciado, além do esperado. Podemos entender ainda, que o marketing não visa somente o mercado, o marketing atua muito, além disso, e deve ser desenvolvido em todos os departamentos, para assim poder alcançar o sucesso esperado. Pois segundo Kunsch (2006) afirma que: “O marketing é uma filosofia empresarial” que uma vez implementada em todos os níveis hierárquicos da empresa, grande ou pequena, atua como fator diferencial, tanto de sucesso mercadológico como de máxima rentabilização dos investimentos em atividades direcionadas ao mercado como: pesquisas, propaganda, promoção de vendas, relações públicas e merchandising, entre outras (Pag. 65). A partir do século XX com o aumento do consumo de bens de produção, incorrendo na procura maior do que a oferta o produtor determinava o que, quando e como o comparador iria adquirir os seus bens. Um exemplo Clássico é o caso da Ford, por não ter outra opção os compradores estavam sujeitos a adquirir carros sem escolha de variedades de cores, tamanhos ou assessórios. Nessa época a concorrência não se constituía uma ameaça, pois, havia muita procura e pouca oferta no mercado de carros. A partir da Segunda Guerra Mundial começa surgir nos Estados Unidos e Europa, grandes concorrentes, e a General Motors Company, que já possuía dois quintos do volume de negócios de automóveis, superou a Ford Motor Company, com isso, surge um panorama amplo de competitividade. Assim, para promover seus produtos, as organizações passam a focar seus investimentos em mecanismos para atrair clientes, dando inicio a uma batalha de 9 mercado consumidor. Com isso, surge também um consumidor mais exigente e conhecedor de seus direitos levando às empresas a mudarem suas formas de se relacionar com seus clientes. A partir do planejamento o marketing passa a ser uma estratégia para atingir as metas das empresas. Nesse sentido a lógica das empresas é sugerir que os colaboradores, independente da hierarquia dentro da empresa devem ter uma visão sistêmica do universo do mercado e do cliente. Marketing é a capacidade de identificar por meio de estudos científicos do mercado as necessidades e oportunidades de produtos e serviços gerados para um determinado público-alvo, trazendo benefícios financeiros e/ou administrativos aos clientes através de transações bilaterais. Ribeiro (2010. p. 10 apud JAQUES, Leonardo, 2009). Assim, o endomarketing é uma das áreas da administração que busca ajustar-se às estratégias do marketing clássico, para abordagens ao mercado com a finalidade do uso no ambiente interno das organizações. Sendo dirigido ao público interno da organização, sobretudo aos seus funcionários exercendo um importante papel na comunicação integrada das relações interpessoais, de qualidade e estratégicas. 1.1 ORIGENS DO ENDOMARKETING Ele surgiu com o objetivo de encontrar técnicas novas e revolucionárias que pudessem manter a relação empresa-funcionário mais forte e resistente assim surgiu o conceito de endomarketing, este veio a contribuir com as técnicas de gestão de pessoas e marketing criadas no Inicio da administração. Segundo Giuliani (2006) o endomarketing teve a seguinte origem: Os pioneiros no seu desenvolvimento foram os japoneses, a partir da observação do modelo ocidental de administração participativa o modelo participativo nasceu com o desenvolvimento dos modelos de gestão e consistia em uma comunicação transparente entre os integrantes da equipe. 10 Brum (2005) relata a criação do endomarketing como um esforço das empresas em se tornarem mais eficientes em comunicação ultrapassando assim os sindicatos. Antigamente a forma mais abrangente de comunicação das empresas eram os sindicatos, sendo assim alguns fatores nos levam a pensarque o endomarketing pode ter sido criado por organizações que tenham sofrido as ações dos sindicatos em massa. Estes se comunicavam com os demais operários das fábricas através de seus megafones e panfletagem, sendo assim os sindicatos conseguiam dissipar informações sobre a empresa ao seu modo. Não contentes com a maneira como tais informações eram transmitidas aos seus empregados, as empresas procuravam formas de conter a ação e o poder de influência dos sindicatos. Criavam-se assim novas formas de comunicação entre empresa-funcionário este esforço faria com que houvesse um estreitamento de relação entre as duas partes, embora não se pudesse conter a ação dos sindicatos, visto que os mesmos possuem uma rapidez muito maior quanto a disseminação de informações e nem têm comprometimento quanto a transmissão e veracidade das informações que são transmitidas. No Brasil por volta de 1975, Saul Faingaus Bekin utilizaria o conceito endomarketing pela primeira vez. Gerente de produtos da Johnson & Johnson, Bekin sentia necessidade de criar algo que fosse extremamente novo e estimulante que pudesse ajudar na comunicação interna e motivação entre empresa-funcionário da organização onde trabalhava. Bekin pôde perceber que através da utilização das técnicas de marketing poderia ele não só vender produtos e serviços aos clientes externos, poderia também encantar os seus funcionários com os produtos da organização, haveria então a necessidade da utilização das técnicas de marketing voltadas para dentro da empresa. Porém, não bastava somente utilizar-se de técnicas de marketing voltadas para dentro da empresa, muito mais que isso precisava sim de uma reorganização de toda uma cultura organizacional. A necessidade era muito maior do que a simples disseminação de informações era preciso fazer com que todas as informações chegassem a todos os funcionários de maneira uniforme e coerente, isto faria com que todos fossem capazes de inserir em si mesmos, altas doses de motivação. 11 1.2 CONCEITOS DE ENDOMARKETING O Endomarketing hoje pode ser entendido como um processo estruturado, alinhado ao planejamento estratégico empresarial, visando melhoria da comunicação, buscando a relação com os ganhos de produtividade nas organizações. Para que isso aconteça, são necessários conhecimentos de: indicadores de desempenho de recursos humanos; clima organizacional; indicadores de produtividade e apoio da alta gerência, principalmente (DIAS, 2008, pág.24). Portanto, é possível afirmar que o endomarketing surge da necessidade dos gestores buscarem para suas organizações técnicas novas que tratassem seus funcionários como aliados no processo de decisão e de gestão empresarial. Essa proximidade faria com que os funcionários pudessem tornar-se muito mais íntimos dos processos organizacionais levando a construção de uma autoestima e motivação muito mais elevada. A mobilização do público interno faz com que o gestor insira em cada um de seus subordinados o sentimento de racionalidade, este sentimento fará com que o funcionário tenha uma razão ou motivo porque e por quem trabalhar. Segundo Bekin (2004, pág.3), introdutor do endomarketing no Brasil, pode-se ter a seguinte definição sobre o tema: Endomarketing consiste em ações de marketing dirigidas para o público interno da empresa ou organização. Sua finalidade é promover entre os funcionários e os departamentos os valores destinados a servir o cliente ou, dependendo do caso, o consumidor. Essa noção de cliente, por sua vez, transfere-se para o tratamento dado aos funcionários comprometidos de modo integral com os objetivos da empresa. O comprometimento implica a adesão aos valores e objetivos da empresa por meio do endomarketing e pressupõe o trabalho em equipe, em um contexto marcado pela cooperação e pela integração dos vários setores da organização. Já Analisa de Medeiros Brum, autora do livro “Um olhar sobre o marketing interno” (2000), passeia pelos conceitos que formam o Marketing interno, e o define: “é dar ao funcionário educação, carinho e atenção, tornando-o bem preparado e bem informado para que possa tornar-se também uma pessoa criativa e feliz, capaz de surpreender, encantar e entusiasmar o cliente”. Acrescenta, ainda, que “é um esforço feito por uma empresa para melhorar o nível de informação e, com isso, estabelecer uma maior aproximação com o seu 12 funcionário”. Segundo a autora, o marketing interno está mais voltado para um processo de comunicação interna. Com base nesses conceitos, constata-se que o conceito de marketing interno ou endomarketing envolve temas como: motivação dos funcionários, comunicação, comprometimento, valores, instrumentos de marketing e satisfação do consumidor. O endomarketing tem como principal objetivo fortalecer as relações internas da empresa com a função de integrar a noção de cliente e fornecedor interno, fazer com que todos os funcionários tenham uma visão compartilhada sobre o negócio da empresa, incluindo itens como gestão, metas, resultados, produtos, serviços e mercados nos quais atua. O que propicia melhorias tanto na qualidade dos produtos como na produtividade pessoal e na qualidade de vida no trabalho. Apesar do nome Endomarketing ainda ser novo diante das demais técnicas e teorias administrativas pode-se perceber o seu esforço quanto a junção e adequação de técnicas anteriores para sua prática. Modificar ou melhorar a comunicação dos funcionários de uma empresa vem a ser um dos objetivos fundamentais do endomarketing. A utilização destas ferramentas pelas empresas contribuirá para a conquista de novos clientes externos e para a conquista de relação intimista e duradoura com seus clientes internos. Praticar o endomarketing nada mais é do que voltar as estratégias do marketing externo para dentro da empresa, os funcionários serão os clientes e seus cargos o produto caberá a empresa encantar os funcionários (clientes internos) da mesma maneira que encantam seu público externo e isso poderá ser conquistado através da oferta de cargos e salários (produtos) atrativos. Não há, portanto, novidade alguma quanto ao conceito, o desafio será somente unificar todas as estratégias para utilizá-las a fim de conquistar um objetivo comum. 13 2. A IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING As empresas buscam diferenciais no mercado por meio da valorização das pessoas, apostando na comunicação de seus objetivos para a força de trabalho, através de um sistema de trocas, visando construir relacionamentos com o público interno, harmonizando as relações pessoais. Cerqueira (2005) define endomarketing como um conjunto de ações consolidadas de comportamentos culturais dos funcionários com os desenvolvimentos das suas diversas tecnologias. As ações do endomarketing utilizam técnicas de marketing a conceitos de recursos humanos. As aplicações de endomarketing possibilitam resultados diferenciados em termos qualitativos e quantitativos no relacionamento com os clientes externos, sendo importante para o crescimento dos negócios nesse cenário. O endomarketing procura habilitar os funcionários de uma empresa dos diversos setores, distribuindo responsabilidades e seguindo um processo democrático. 2.1 ENDOMARKETING NO COMPROMETIMENTO/MOTIVAÇÃO Em um mercado competitivo, as organizações necessitam de talentos que adotem ideias e comportamentos inovadores e criativos. Para isso, a empresa deve promover o envolvimento, a motivação e a satisfação de seus colaboradores internos. O fator motivacional deve estar sempre em conjunto com o endomarketing. O comprometimento da equipe é fundamental para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade e para isso os colaboradores devem estar motivados. Dessa forma, as empresas devem atender algumas necessidades básicas dos colaboradores, oferecendo uma estrutura a qual desenvolvaa motivação e o comprometimento da equipe. “O comprometimento do funcionário na ótica do endomarketing precisa ser algo que integre ao cotidiano da empresa e para tal requer sempre reforço e renovação” BEKIN (2004), p. 69. 14 O endomarketing possibilita o desenvolvimento e o relacionamento entre empresa e os clientes, fortalecendo o comprometimento entre colaboradores e a empresa, envolvendo a equipe nas tomadas de decisões, demonstrando sua importância e a sua responsabilidade na empresa, adequando o desafio ao prazer de trabalhar. A organização não pode exigir motivação se ela própria não oferece nenhum incentivo para que seus colaboradores sintam-se motivados a exercer sua função. A organização deve se preparar para atender as necessidades e desejos dos clientes internos, para que se sintam satisfeitos e motivados e assim desenvolverem melhor e com maior produtividade seus serviços; Por isso motivação no endomarketing busca a realização e satisfação interna do individuo, criando um ambiente de sinergia e produtividade tanto para a organização, quanto para o colaborador. Sendo assim o endomarketing não foca apenas em recompensas monetárias, mas sim no crescimento e na excelência do ser humano. 2.2 NOVAS PERSPECTIVAS DO ENDOMARKETING Com o objetivo de transformar empregados em promotores, a partir da década de 1980 o endomarketing passou a ser concebido nas organizações como o marketing do interno. Atualmente o endomarketing é uma ferramenta essencial da gestão estratégica de pessoas que auxilia essas estratégias deste o recrutamento e admissão até o desenvolvimento de competências, levando- os a motivação a partir de seus interesses. Segundo CARVALHO (2013.p.27) O endomarketing é mais do que comunicação entre empregados, é o conjunto de atividades vitais no bom desenvolvimento das empresas. É a ideia que nasce a partir das necessidades para se chegar a um objetivo antes proposto. Assim, dentro de uma empresa o objetivo é o seu desenvolvimento e a necessidade é vender. Portanto, o endomarketing é o meio através do qual o vendedor faz chegar o produto ao consumidor através da indução que sinalizam os caminhos que conduz até a concretização do objetivo. Com isso, entende se que nos dias atuais o endomarketing não pode ser confundido com o marketing tradicional. 15 É necessário avaliar o resultado das Ações de endomarketing. A nova cena empresarial, com margens de lucro decrescentes, não Admite mais investimentos na mobilização do público interno que não tragam consigo o retorno mínimo esperado. A maioria dos profissionais de recursos humanos insiste em confundir endomarketing com comunicação interna, limitando sua atuação aos House Organs e murais. Essa concepção já não serve mais ao contexto atual dos negócios. No contexto atual pontuam- se três desafios para o novo endomarketing: o primeiro dos desafios se configura na ampliação de sua importância nos níveis estratégicos das organizações, precisa conquistar mais espaços nas discussões estratégicas de curto, médio e longo prazo; o segundo desafio, parte da ampliação da maneira de novas abordagens dos diferentes públicos internos; o terceiro desafio, passa pelo desenvolvimento de métodos para medir os resultados a partir de sua aplicação. 2.3 O ENDOMARKETING COMO MAXIMIZADOR DO CAPITAL HUMANO A dinâmica do mercado atual força a transformação das pessoas de meros consumidores para clientes, com isso, surge à necessidade de serem tratados como indivíduos que são, e que seus anseios sejam atendidos. Para isso, são necessários inovação, qualidade e transparência no atendimento, ferramentas importantes para diferenciar as organizações em meio ao mercado competitivo. Com a necessidade de atingir seus objetivos as organizações precisam investir cada vez mais em uma nova postura de abordagem ao cliente que se apresenta com desejos diferentes. Com isso, GUTIERREZ; COELHO (2008, p. 1), afirmam que: “O elemento humano é peça fundamental na prestação dos serviços, por isso é necessário qualificá-lo e motivá-lo para que desempenhe suas funções da forma esperada”. Entendendo que o mundo não caminha mais na mesma velocidade, influenciado pelas inovações tecnológicas o individuo sofreu nas últimas décadas mudanças consideráveis no seu comportamento, com isso, novas necessidades surgiram e, para suprir essas novas necessidades se fez necessário a oferta de novos produtos e serviços com maior qualidade e valor extra. A propósito, cada tipo de consumidor está relacionado aos seus próprios 16 pensamentos, pensamentos e ações. Ele reconhece suas necessidades, com isso, busca informações, avalia as alternativas existentes, decide pela compra e avalia o pós-compra. As novas tecnologias oferecem informações para melhor atender o cliente. Assim, o profissional de marketing deve está atento a tipologia do cliente, sobretudo ao diálogo, respondendo em tempo real aos questionamentos do cliente e o que ele realmente busca. O consumidor não dá preferência ao produto, vendedor ou estabelecimento, ele escolhe o que lhe oferece menor risco ou alguma vantagem ou benefício, ou seja, o atendimento, a indicação e o conhecimento pelo produto podem levá-lo à escolha. LEVITT (1990), p.135. Pode-se perceber que segundo LEVITT (1990), o cliente é atraído por benefícios agregados ao serviço ou produto, como também produtos confiáveis, mas tendo sempre a convicção que o atendimento é fator decisivo para o consumidor decidir sobre a compra. 2.4 GESTÃO ESTRATÉGICA E ENDOMARKETING A prática do endomarketing consiste em satisfazer o cliente externo e interno das instituições, o seu trabalho consiste em identificar e tentar compreender as necessidades e desejos dos colaboradores das organizações. A competitividade faz com que as organizações busquem melhores posicionamentos no mercado, assim, procuram formas de se adequarem a realidade do novo modelo de gestão. Dentre as mudanças desse novo modelo de gerir as organizações pontua-se a satisfação dos clientes. Por isso, o maior Investimento do endomarketing se destaca cada vez mais. Sabe-se que não há clientes externos satisfeitos se os colaboradores estão insatisfeitos. Assim, o endomarketing pode ser implementado com a finalidade de criar uma maior interação entre colaboradores e colaboradores, colaboradores de clientes. Para BRUM (2003. Apud. SHCOLNIK) a implantação do endomarketing parte da integração, comunicação e autoestima dos colaboradores. A integração precisa acontecer em quatro níveis: integração entre as pessoas, integração da pessoa com a empresa, integração das pessoas com os gestores e integração entre setores. 17 A integração entre as pessoas pode acontecer de diversas formas, ou seja, durante o processo de admissão, treinamento e desenvolvimento, reuniões, comemorações etc. Em concordância com o autor acima citado, é notável a relevância para a organização de se desenvolver essa interação entre todos os departamentos, pois através dela pode-se ampliar a comunicação, a qual Trabalhada com qualidade proporciona a elevação da autoestima dos colaboradores. E trabalhar com funcionários motivados acaba refletindo no exercício de suas atividades, e consequentemente sendo percebido pelos clientes. 2.5 GESTÃO POR COMPETÊNCIA E GERÊNCIA DE PESSOAS Na gestão de competências das organizações as ameaças passam a se mais flexível quando busca novas oportunidades, aumento da competitividade e gerenciam seus riscos. Para a gestão de competências as empresas necessitam adotar modelos mais complexos de estrutura organizacionais por meio de matrizes, times de trabalho, auto gerenciadores e estrutura virtuais provocando forte Impacto nas relações funcionais. A Gestão por competência é por sua vez, uma forma avançada de administração de pessoas, pois sua base de sustentação está no conhecimentorequerido pela organização para que seus objetivos de negócios sejam alcançados e na maioria com esses conhecimentos são disseminados entre os profissionais da organização. Santos (2011, apud BOOG, 2002), ressalta que: Antes o importante era o cargo que o profissional ocupava agora a organização tem que desdobrar suas estratégias, criar estrutura flexível, atuar por meio de processos com profissionais multidisciplinares e a necessidade de ser mais ágil às mudanças antes não havia flexibilidade hoje há visão ampla. Ao gerir pessoas e desenvolver competências as organizações precisam segundo SANTOS (2011) implementar estratégias organizacionais flexíveis e obter uma visão ampla do seu negocio e do mercado, pois só assim as empresas poderão se sobressair diante das mudanças que ocorrem no macro ambiente, sendo mais competitiva. 18 3- AS ATIVIDADES DO ENDOMARKETING NA ORGANIZAÇÃO Conforme Aborda OSÓRIO (1980) para realizar e utilizar ferramentas que busquem alcançar oque se pretende o endomarketing de primar por desenvolver talentos e propriamente, atrair bons profissionais. Ao atrair bons recursos humanos e gerenciar seu desempenho, visando à conquista e fidelização de clientes. O endomarketing alcança objetivos fundamentais Muitas atividades podem ser características de um programa de Endomarketing, desde que tenham como ferramenta principal o desenvolvimento de relacionamentos entre pessoas na empresa e que seja direcionado ao cliente. De acordo Com GRONROS (2003) existem atividades que são típicas de endomarketing nas organizações. 3.1 TREINAMENTO É imperceptível treinar o corpo de funcionários, dando-lhes informações acerca de objetivos, pretensões e estratégias por parte da empresa. E preciso estender a gestão da empresa para todos que trabalham nela, de forma a convergir cada ganho individual a resultados consideráveis e estimuladores. Desenvolver uma visão holística, promover e aprimorar capacidades de comunicações entre os funcionários e orientar as atitudes para atender os anseios e desejos do cliente. O treinamento deve ser um processo continuo na organização. Deve ser planejado, direcionado de forma sistematizada e que agregue melhorias de curto, médio e longo prazo para a empresa como um todo. De acordo LOVELOCK ( 2006 p 272 ) “ Treinamento deve resultar não apenas em ficar mais esperto , mas sim uma mudança de comportamento e aprimoramento na tomada de decisão” Muitos veem ainda hoje a ocorrência de treinamentos como despesas para a empresa. No entanto, treinar um funcionário é desenvolver seu negócio, pois a medida que haja treinamento a responsabilidade de aprimoramento no ambiente de trabalho e mudança de atitude passa a ser distribuída, não somente torna-se papel da organização. 19 3.2 SUPORTE DA ADMINISTRAÇÃO E DIALOGO INTERNO Mesmo diante de uma série de ações direcionadas aos funcionários, o suporte da administração, gerencia e supervisores é fundamental. Esses profissionais tem o papel de facilitadores e de liderança no desenvolvimento de ações de endomarketing. Diálogos informais, incentivos profissionais, envolvimento do funcionário no planejamento e na tomada de decisões, feedbacks constantes e um clima favorável e satisfatório de trabalho, são basilares para a obtenção dos resultados pretendidos, com relação ao gerenciamento do endomarketing. É de suma importância que a organização dialogue com seus funcionários, escute suas opiniões, propostas, dê e receba feedbacks. Afinal de contas é o funcionário que esta diretamente lhe dando com o cliente, e ele mais do que ninguém conhece as reais necessidades e desejos do seu publico. Existe uma serie de recursos tecnológicos, principalmente, que facilitam e contribuem para que haja um dialogo eficaz e de mão de dupla no cotidiano das empresas. No entanto, mesmo dispondo dos melhores e mais eficientes recursos, se não houver comprometimento entre as partes envolvidas os resultados pretendidos não serão alcançados. E cabe a empresa fomentar, dar exemplos e suporte sempre, valorizando a comunicação e dando oportunidades para que junto com o funcionário ela possa ser uma organização mais participativa, bem vista internamente, e consequentemente, fora também. 3.3 COMUNICAÇÃO INTERNA DE MASSA E SUPORTE DA INFORMAÇÃO A comunicação interna na empresa deve perceber a filosofia adotada por ela. A multiplicação da informação é essencial para uma boa realização do trabalho. É interessante promover e utilizar ferramentas para fornecer informações e tornando-as acessíveis a todos, a Intranet, Vídeos institucionais, reuniões setoriais, cartazes motivacionais, palestras, jornais internos são alguns dos recursos que podem ser usados no endomarketing e assim, estimular e desenvolver a comunicação e a transmissão da informação entre todos na empresa. 20 Para Brum (2005), é Importante que a empresa se mostre aberta para ouvir seu funcionário, é necessário criar um ambiente transparente e desconfiança. A opinião do público interno tem grande influencia nas opiniões e perspectivas do publico externo, do consumidor, em geral. Partindo desse principio, as empresas cada vez mais tem investido no endomarketing, mesmo de forma inconsciente ou não sistematizada, como estratégia no gerenciamento de seus recursos humanos. Logo, a Comunicação interna torna-se fundamentalmente importante, pois através desse canal, a empresa transmite e compartilha a responsabilidade com seus funcionários, de modo a fazer com que eles contribuam através da troca de informações com a solução de problemas, melhor desenvolvimento do negócio, aprimoramento da qualidade do serviço prestado, todas essas contribuições são oriundas de quem de fato estabelece contato e relacionamento com o cliente, visando satisfazer suas necessidades e obter ganhos para a empresa. 3.4- GERENCIAMENTO DE RECURSOS HUMANOS Um Endomarketing bem sucedido começa no recrutamento e na seleção de pessoal. Segundo LOVELOCK e WIRTZ (2006 p.368) “Não existe um funcionamento perfeito, universal” Nota-se que o funcionário ideal é aquele que apresenta as especificações para o cargo, que tenha o perfil ideal para que a organização precisa; Além da importância de recrutar, selecionar bem um individuo é importante que a empresa possua um programa estruturado de gerenciamento de recursos humanos. O Empowerment, por exemplo, dar autoridade ao funcionário para que ele possa encontrar soluções para problemas do serviço e tomar decisões que respondam as necessidades dos clientes sem necessariamente ter a aprovação do supervisor, é favorável e serve de motivo para o bem estar do funcionário. LOVELOCK e WIRTZ (2006) afirmam, ainda, que a capacidade deve ser constante na rotina da empresa. É dotar o funcionário de habilidades, ferramentas e recursos que necessita para utilizar seu próprio arbitro com confiança e eficácia. A preocupação em desenvolver o funcionário vai beneficia-lo e contribuir para que seu envolvimento com a empresa seja elevado e proporcione ganhos para ela. 21 Descrições de cargos e salários, planejamento de carreiras, promoções, sistemas de bonificação e programas de incentivo, recompensar funcionários por bons serviços, além de outras ferramentas devem ser utilizadas para perseguir metas de endomarketing. Entretanto, essas ações devem ser desenvolvidas de forma sistematizada e incentivadora a fim de promover a satisfação e realização dos funcionários, em detrimento de um maior envolvimento com a organização. 3.5 COMUNICAÇÃO EXTREMA DE MASSA Segundo LOVELOCK e WIRTZ, ferramentas de comunicação de marketing externo são especialmente importantes em um ambiente de serviços que ajudam a criar imagens poderosas e um sentido de credibilidade, confiança e tranquilidade. De uma forma ou de outra as comunicações externas são essências para o sucesso de uma empresa.Esse tipo de ações são frequentemente utilizadas por empresas para lançar novos produtos/serviços, melhorar sua imagem, etc.... No entanto, essa politica publicitaria na maioria das vezes não é apresentada á organização antes de ser lançada no mercado. É Importante que o funcionário conheça as pretensões comerciais da organização. Esse tipo de ação gera o compromisso do funcionário com o cumprimento de promessas feitas em comunicações planejadas de marketing externo. 3.6 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS E O SUPORTE TECNOLÓGICO Uma importante ferramenta que a gestão do endomarketing deve utilizar é o desenvolvimento de um banco de dados com informações de clientes. O suporte tecnológico deve ser eficientemente utilizado de forma a conectar informações a funcionários e a processos internos de maneira rápida e confiável. Para ROSSINI (2203), as empresas precisam dispor de sistemas de informações que facilitem o trabalho do funcionário. Administrar hoje exige uma gama muito mais abrangente e diversificada de que atividades do que no passado. A ênfase da gestão vem da necessidade de aperfeiçoar continuamente os processos de negocio. Na administração dá-se ênfase ao 22 talento dos indivíduos e a capacidade do trabalho em equipe. E difícil no ritmo atual do ambiente de negócios, abrir um espaço para repensar a gestão. Ainda Conforme ROSSINI (2003), a tecnologia é requisito vital e sues recursos devem estar disponíveis para serem utilizados pela empresa a fim de que ela concretize resultados estratégicos em tempo hábil e de forma competitiva, considerando sua cultura organizacional. 3.7 RECUPERAÇÃO INTERNA DE SERVIÇO Refere-se à preocupação da empresa em recuperar a autoestima e a disposição de sue funcionário, após algum desconforto entre ele e outro colaborador ou cliente. Apoio da administração é essencial na gestão desse risco para a empresa. No dia a dia de trabalho as pessoas lidam umas com as outras a todo o momento. São colegas de trabalho, lideres, fornecedores e clientes. Por trás desses relacionamentos existem personalidades e comportamentos diferentes. Sendo assim, é natural que choques e atritos ocorram por divergências de opinião, falhas no serviço, ou simplesmente incompatibilidade de personalidades. Esses desentendimentos ocorridos na empresa devem ter atenção especial da empresa, visto que esse tipo de desconforto pode causar prejuízos. A recuperação do serviço desempenha papel decisivo na obtenção ou restabelecimento da satisfação do cliente. Em todas as organizações existem coisas que afetam negativamente as relações com os clientes. Segundo LOVELOCK Wright (2006) O verdadeiro teste do compromisso de uma empresa com a satisfação e qualidade do serviço não reside nas propagandas e decoração de ambientes, mas no modo como ela reage quando as coisas saem errado com o cliente. Ainda conforme LOVELOCK e WIRTZ (2006) “A recuperação efetiva de um serviço requer procedimentos meticulosos para a solução de problemas e trato com clientes desapontados. É crucial que haja estratégias dispostas a recuperação de atrito, porque até um problema isolado do serviço, pode destruir a confiança do cliente com a empresa.” 23 Com isso a recuperação do serviço deve ser proativa, ou seja, precisa ser iniciada imediatamente e de preferencia antes de o cliente reclamar. O pessoal do contato com o cliente deve estar preparado para identificar sinais de desconforto e insatisfação pelo cliente e perguntar a ele se existe alguma coisa de errado. E partir dessa ação ele, se bem treinado, tomara responsabilidade da situação, exercendo ações que minimizem a problema sem maiores prejuízos ao relacionamento com o cliente. 3.8- PESQUISA DE MERCADO E SEGMENTAÇÃO Pesquisas internas e externas devem ser constantemente aplicadas como forma de ouvir anseios e necessidades de seus públicos. Conforme (Gromrroos, 2003, p.421), um processo de endomarketing pode ser resumido em três estágios: 1. Analise da natureza de uma estratégia de serviço e das atitudes entre funcionários e cliente. 2. Fazer com que as pessoas entendam o conceito de consciência quanto ao cliente e um processo de marketing interativo; 3. Conseguir cultivar o desempenho contínuo orientado para o cliente e para o serviço. Sendo assim, o resultado dessas pesquisas irá fornecer valiosas que contribuirão para uma tomada de decisões sobre a percepção do que se deseja avaliar, bem como identificar como segmento de mercado trabalho pela empresa responde a suas demandas e questionamentos (Lovelock, Wirtz, 2006). 24 4 – FERRAMENTAS DE ENDOMARKETING Ao abordar este tópico sobre os instrumentos de Marketing Interno, é importante resgatar a ideia da autora e especialista nesse assunto onde, Brum (2010, p. 42) apresenta o Marketing Interno da seguinte maneira: “é quando a empresa repassa a mesma informação, mas se utiliza de técnicas e estratégias de Marketing para que seja absorvida de forma mais rápida e com maior intensidade”. Quando a autora refere-se à transmissão de informações, esse processo pode ocorrer por meio das ações de Marketing Interno, que utilizam de instrumentos para que as essas ações sejam desempenhadas, voltadas para dentro da organização, contribuindo para a informação e integração do público interno. Os instrumentos que compõem o Marketing Interno são variados, mas tem em comum o importante foco voltado para as necessidades da empresa para que as ações possam ser executadas de acordo com realidade na qual se encontra a organização. Conforme Bohnenberger (2001, p. 15), “[...] as estratégias de implantação e o seu desenvolvimento devem originar-se a partir da missão, da visão e dos objetivos gerais da empresa”. Desta forma, visa contribuir para o atendimento dos objetivos da organização, através das práticas adotadas internamente. Segundo PIERCY e MORGAN (apud HEMAIS; SILVA, 2005), na implantação das ações de Marketing Externo, ocorrem modificações dentro da empresa que podem ser desde modificações estruturais quanto culturais. No entanto, recomenda-se que ocorram ajustes nas técnicas utilizadas externamente para serem utilizadas internamente. A respeito disto, GRÔNROOS (2003, P 416) apresenta a ideia de não haver atividades que devem pertencer a um único processo de Endomarketing, onde Quase qualquer função ou atividade que causar um impacto sobre relacionamentos internos e sobre a mentalidade de serviço e consciência quanto ao cliente por parte dos empregados pode ser incluída. Isso, é claro, decorre da noção de que Endomarketing é, antes de qualquer coisa, uma filosofia para gerenciar relacionamentos internos em uma organização ou em uma rede de organizações inter-relacionadas e uma maneira sistemática de desenvolver e favorecer uma orientação para serviço. Pode-se considerar, então, que as atividades de Marketing Interno são ações que visam interagir de maneira dinâmica com o público interno, através de instrumentos criados 25 para trabalhar a comunicação, bem como a disseminação da informação da empresa para com o seu público interno. BRUM (2010) também reforça essa ideia das ações de Endomarketing visarem à informação e integração das pessoas da organização. Em relação aos instrumentos de Marketing Interno estarem alinhados de maneira mais adequada aos interesses da empresa, Cavagnolli e Maino (2010, p. 10) enfatizam que: Muitos são os instrumentos e atividades que podem ser desenvolvidos em um programa de Marketing Interno, basta identificar quais são os que melhor se enquadram à realidade da empresa. Percebe-se que não existe uma regra específica para desenvolver um programa de Marketing Interno, é necessário conhecer a fundo a empresa e as necessidades do público interno, trabalhando sempre com a informação, a comunicação interna e a disseminação da cultura organizacional. Através destesinstrumentos, busca-se trabalhar com o intuito de satisfazer as necessidades do público interno, fazendo com que as pessoas da empresa se sintam realmente envolvidas no processo. Desta forma, os empregados se sentem importantes no seu papel dentro da empresa onde estão inseridos, contribuindo, assim, para um ambiente harmonioso para ambas as partes. O quadro 1, apresenta os instrumentos de Endomarketing trabalhados pela autora Brum (2005). Instrumentos de Endomarketing Objetivos a) Manual técnico Apresentar de forma educativa os produtos, serviços e possíveis lançamentos. b) Vídeo institucional Apresentar ao público interno o produto/serviço (negócio) que a empresa trabalha aproximar os colaboradores com o que a empresa oferece ao mercado. c) Revistas de histórias em quadrinhos Utilizar essa ferramenta como forma ‘descontraída’ de estar levando informações aos colaboradores. 26 d) Jornal interno Trazer informações internas relevantes aos colaboradores. e) Cartazes motivacionais e informativos Passar informações ao público interno e sempre estar atualizando este material, como algo que seja proveitoso para quem estiver lendo. f) Datas festivas e aniversários de colaboradores. Oferecer aos funcionários este momento como forma de comemorar datas significativas e importantes. g) Canais diretos Propiciar momentos de conversa com a pessoa superior do colaborador. h) Reuniões relâmpagos Realizar reuniões sempre que for necessário passar informações na qual os colaboradores devem ser informados rapidamente. i) Reuniões de liderança compartilhada Envolver os colaboradores com as coordenações e demais níveis hierárquicos para discussão de assuntos pertinentes a empresa. j) Vídeos informativos e motivacionais Expandir a ideia da empresa e apoio a treinamentos ao público interno. l) Palestras internas Apresentar ao público interno as novidades da empresa. m) Grife Interna Utilizar acessórios, roupas com a logomarca da empresa. n) Mensagens virtuais Utilizar mensagens para passar no monitor do computador. o) Valorização dos funcionários Desenvolver atividades que envolvam os colaboradores de forma a valorizá-los como profissionais p) Memória da empresa Apresentar a história, bem como a evolução da empresa. 27 q) Correio eletrônico Desenvolver canal direto para comunicação da empresa com os colaboradores. r) Rádio interna Utilizar esse mecanismo como forma de divulgar as notícias. s) Intranet Utilizar a ferramenta para os colaboradores terem acesso a diferentes tipos de informações, desde datas de aniversariantes, como acesso a manuais internos entre outros... t) Convenções internas Envolver o público interno na apresentação de atividade u) Manuais de integração Utilizar como base para passar informações da organização a novos colaboradores. Quadro 1 - Instrumentos de Endomarketing Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de Brum (2005). Nota-se, que BRUM (2005) ilustra uma série de instrumentos de Endomarketing, instrumentos esses que buscam de certa forma trabalhar com a informação, ou seja, repassar aos colaboradores de maneira rápida o que a empresa deseja comunicar ao seu público interno, e para que isso ocorra com excelência à empresa adota os instrumentos que compõe o Marketing Interno. 28 Para complementar os instrumentos apresentados anteriormente o autor GRÔNROOS (2003), trás algumas atividades de Endomarketing para serem trabalhadas internamente na organização e com isso gerenciar relacionamentos internos, visando desenvolver uma orientação para o serviço. O quadro 2 apresenta então as atividades abordadas pelo autor. Atividades de Endomarketing Objetivos a) Treinamento Melhorar o conhecimento dos funcionários e desenvolvimento de atitudes. b) Suporte da administração e diálogo interno Intermediar a continuação das ações de Endomarketing, incentivando e envolvendo os funcionários para o estabelecimento de um clima interno agradável. c) Comunicação interna de massa e suporte de informação Fornecer aos funcionários informações pertinentes ao meio inserido, para que as informações sejam transmitidas pode-se fazer uso de folhetos, memorandos internos e revistas d) Gerenciamento de Recursos Humanos Fornecer aos colaboradores recompensas pelos bons serviços desempenhados, onde o colaborador percebe que o bom trabalho é reconhecido pela empresa. e) Comunicação externa de massa Consultar os funcionários sobre ações de comunicação externa, para que o funcionário possa interagir, dando o seu parecer de algo que sairá no mercado, desta forma passando ao funcionário o compromisso de se ter a opinião do público interno 29 f) Desenvolvimento de sistemas e o suporte tecnológico Utilizar recursos tecnológicos como, por exemplo: a intranet, uma ferramenta que poderá dar apoio aos processos internos. g) Recuperação interna de serviço Disponibilizar auxílio ao colaborador em alguma situação que possa gerar conflito. h) Pesquisa de mercado e segmentação de mercado Utilizar da segmentação de mercado para conhecer a pessoa com perfil mais adequado para se recrutar para algum cargo da empresa. Quadro 2 - Atividades de Endomarketing Fonte: Adaptado pelo autor , a partir de Grönroos (2003) Observando o quadro 5 anteriormente em relação as atividades trazidas por GRONROOS (2003) pode-se analisar que algumas “atividades de Endomarketing” abordadas pelo autor, também são adotadas por BRUM (2005), conforme foi descrito no quadro 4, porém, a autora trabalha como sendo “instrumentos de Endomarketing”, ou seja, é possível dizer que ambos ou atividades ou instrumentos visam dar apoio e sustentação aos processos internos da empresa, objetivando em relacionamentos positivos entre as pessoas da organização. Já percepção de CERQUEIRA (1994), as ações de Endomarketing podem ser subdivididas em projetos, conforme apresenta-se no quadro a seguir Projetos de Endomarketing Objetivos a) Projetos básicos de difusão cultural Buscar efetivamente dar início a prática de Endomarketing na empresa visando o clima organizacional e relacionamento interpessoal. As tarefas utilizadas para concretizar esta etapa podem ser: grupos de melhoria contínua, 30 Bom Dia, empresa! Slogans, etc. b) Projetos de Desenvolvimento Cultural Auxiliar na consolidação da base já estabelecida, buscando reconhecer e valorizar as pessoas da organização. Exemplo de atividades: Olha o resultado do nosso esforço. Aqui você pode crescer. Traga sua família, ela é importante para nós. c) Projetos de Segurança Cultural Contribuir para que os projetos base sejam efetivamente desenvolvidos. Exemplo: reuniões informais - ‘Vai quem quer’. d) Projetos suplementares de RH Desenvolver projetos de forma mais flexível, pois não são tidos como essenciais, podem ser quaisquer projetos que visa contribuir para a melhoria do comprometimento interno. Exemplo: jornal interno, competições esportivas, prêmios por tempo de empresa, etc. e) Projetos avançados Desafiar os colaboradores tanto de forma individualizada como em grupo, oferecendo recompensas pelos resultados atingidos. Exemplos: Concursos coletivos de comprometimento com a qualidade, a produtividade, etc. Quadro 3 – Projetos de Endomarketing Fonte: Adaptado pelo autor, a partir de Cerqueira (1994). Na percepção de CERQUEIRA (1994) ele trabalha os projetos de Endomarketing partindo pelos básicos que buscam efetivamente dar início a esse processo na empresa, posteriormente os projetos de desenvolvimento que visam dar apoio ao trabalho já iniciado, para depois tratar dos projetos de segurança que auxiliam a dar continuidade aos demais projetos. Omesmo trabalha ainda com os projetos suplementares, que tendem a desenvolver 31 melhorias que comprometam o público interno e por último o autor trabalha os projetos avançados que busca oferecer recompensas aos colaboradores que contribuem para um resultado positivo. Levando em consideração os diversos instrumentos de Endomarketing trazidos pelos autores até aqui, é importante observar a ideia de BEKIN (1995), onde é preciso haver o engajamento e o comprometimento por parte dos envolvidos nessas práticas de Endomarketing para que, efetivamente, essas ações atendam o resultado esperado. Sendo possível, através disso, à melhoria do relacionamento interno da organização. 32 5- TEORIAS MOTIVACIONAIS Segundo CHIAVENATO (2003, PAG 118) O endomarketing como estratégia de Gestão deverá estar focado em inserir nos funcionários da instituição sentimentos como a motivação, motivação esta que fará com que os colaboradores trabalhem muito mais por resultados melhores. A esse respeito Chiavenato relata que: “A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam”. [...] “a motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades”. O autor relata ainda que, o que direciona o ser humano é as suas vontades e necessidades, com isso ele conseguirá estar em constante motivação, pois, depois de satisfeita uma necessidade logo surgirá outras. Para Chiavenato “o homem evolui por três níveis ou estágios de motivação“ [...] ”os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades fisiológicas, psicológicas e de auto realização”. Quadro 4: Chiavenato (2003) reza sobre tais estágios de motivação: Necessidades fisiológicas: São as necessidades, vitais ou vegetais, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. São inativas e instintivas. [...] As principais necessidades fisiológicas são as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos. [...] As necessidades fisiológicas Necessidades psicológicas: São necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. Raramente são satisfeitas em sua plenitude. A pessoa procura indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se Necessidades de auto realização: São as necessidades mais elevadas e decorrem da educação e da cultura da pessoa. São raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o ser humano procura maiores satisfações e estabelece metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto realização é o corolário de todas as necessidades humanas. É o impulso de realizar o próprio potencial e de estar 33 podem ser satisfeitas por antecipação, sem mesmo atuarem sobre o comportamento humano. sofisticando gradativamente. As principais necessidades psicológicas são Necessidade de segurança íntima; Necessidade de participação; Necessidade de autoconfiança e a Necessidade de afeição. em contínuo autodesenvolvimento. Fonte: CHIAVENATO, 2003, pág. 118 Um dos preceitos do endomarketing é tornar a relação funcionário- empresa participativa, porém se não houver comunicação esta definição será de pouca utilidade. Não é preciso somente interagir com os funcionários, é preciso principalmente injetar nesse funcionário a necessidade de participação diante dos objetivos organizacionais, a necessidade quando presente transformar-se-á em motivação. Para Robbins “a motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de determinada meta” (ROBBINS, 2005, pág.132). Diante de tal afirmação, realiza-se uma comparação citando as palavras de Brum sobre a definição de endomarketing “[...] pode se chamar assim todo e qualquer esforço da empresa no sentido de estabelecer com os seus empregados um relacionamento produtivo, saudável e duradouro” (BRUM, 2005, pág.31). Entende-se assim que, para que haja uma produção satisfatória e constante é preciso além de motivação, aplicação da ideia do endomarketing, a teoria motivacional será pontapé inicial para aplicação de tais técnicas que irão estar apoiadas em suas definições. Se não há aplicação de técnicas de motivação pouco funcionarão os esforços do endomarketing quanto a interação empresa-funcionário, as ideias dos líderes poderão ser disseminadas, mas a sua aplicação ainda dependerá dos esforços dos demais funcionários da organização. A frustração é uma reação a uma necessidade não atendida, cada um reage de maneira diferente quanto a frustração. Chiavenato cita que “o bloqueio de certas necessidades pode resultar em um desempenho indesejável devido à frustração (CHIAVENATO, 2005, 34 pág.263)”. Sendo assim a relação empresa-funcionário é aqui mais uma vez evidenciada no momento em que é preciso haver certa percepção e sintonia por parte do gestor quanto às necessidades de seus funcionários. Sobre este tema vários autores rezam sobre teorias que visam entender que realmente vem a motivar ou o que é essencial para que haja a motivação dentro ,Necessidades Impulsos Incentivos do ambiente de trabalho. Segundo Chiavenato as teorias motivacionais podem ser elencadas da seguinte maneira: “Hierarquia das Necessidades de Maslow; Teoria ERC; Teoria dos dois fatores de Hezberg; Teoria das Necessidades adquiridas de McClealland; Teoria da equidade; Teoria da definição de objetivos; Teoria da expectância; Teoria do reforço. (CHIAVENATO, 2005, págs. 247 a 262)”. Neste capítulo, como forma de exemplificação este estudo irá tratar dos três primeiros exemplos citados: Hierarquia das necessidades de Maslow; Teoria de ERC e a Teoria dos dois fatores de Hezberg. 5.1 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES DE MASLOW A Teoria das necessidades de Maslow é disposta de maneira que os indivíduos possam elencar suas necessidades, partindo da mais importante a menos importante. Sendo assim, Maslow definiu cinco tipos de necessidades: fisiológicas (básicas), de segurança, de amor (sociais), de estima e de auto realização. Figura 01: Teoria das Necessidades de Maslow FONTE: CHIAVENATO, 2004. Em análise ao gráfico e remontando a teoria, Maslow coloca em seu primeiro nível as necessidades fisiológicas, como a sede e a fome. Estas seriam as primeiras necessidades de todo ser humano, uma vez atendidas elas não mais seriam fonte de motivação. Logo após 35 estas se tem então a necessidade de segurança, estas têm haver com a relação de posse do indivíduo, com o que ele pode possuir ou deixar de possuir dentro do ambiente de trabalho, o funcionário para manter-se motivado precisará então ter em mente que seu trabalho lhe assegurará algum benefício protetor, seja ele momentâneo, seja ele futuro. Se as necessidades anteriores estiverem sanadas passamos ao próximo nível que será o amor, este estará ligado ao contato com as outras pessoas da organização. A afeição, necessidade de estar em contato com família, amigos e colega de trabalho. Na quarta posição ver-se-ão então as necessidades de estima, esta pode estar relacionada a um fator externo ou a um fator interno. A estima poderá então ser em relação aos outros indivíduos, como atenção e reconhecimento. A autoestima diz respeito à relação do indivíduo com ele mesmo, sobre o que é suficientemente essencial para si. E assim em última instância no topo da hierarquia estarão inseridas as necessidades de auto realização, Wagner III e Hollenbeck relatam sobre tal necessidade fazendo a seguinte relação “Maslow achava que, se fossem atendidas todas as necessidades abaixo das de auto realização, uma pessoa poderiase considerar basicamente satisfeita” [...] “nas palavras de Maslow, a auto realização poderia ser formulada como o desejo de sermos cada vez mais o que somos, de virmos a ser tudo o que somos capazes de ser”. (WAGNER III, HOLLENBECK, 2004, pág. 94). 5.2 TEORIA ERC Ressalta-se também a Teoria ERC como o próprio nome diz esta vem a tratar sobre existência, relacionamento e crescimento, tendo como expoente desta Alderfer. Diferentemente da teoria de Maslow esta teoria apresenta apenas três necessidades que não estão alinhadas uma abaixo da outra elas foram agrupadas em continuidade, isso dará a ideia de que não há uma ordem correta de como devem ser satisfeitas as necessidades do ser humano, ao invés disso o ser humano poderá fazer o caminho inverso para chegar à necessidade que lhe couber no momento. As três necessidades estarão demonstradas na figura 2. 36 Figura 02: Teoria ERC de Alderfer Esta teoria vem a remontar a teoria das necessidades de Maslow, o seu autor teria a intencionalidade de uma reconstrução da teoria anterior corrigindo possíveis deslizes cometidos. As necessidades de existência que estão dispostas no início do quadro 6 como o próprio nome diz, vêm a ser as necessidades básicas de todo ser humano serão as necessidades imprescindíveis à existências de qualquer pessoa. Em paradoxo com a teoria anterior poderíamos correlacionar esta necessidade às necessidades fisiologias e de segurança. Por conseguinte, averígua-se as necessidades de relacionamento, estas dizem respeito ao imprescindível desejo e necessidade de manter relacionamentos que sejam importantes ao nosso convívio e bem-estar social. Esta necessidade, Existência Relacionamento, Crescimento estará em sintonia com a necessidade social de Maslow e aos componentes externos de sua classificação de estima. O crescimento do ser humano como pessoa e como profissional poderá estar inserido na última das necessidades de Alderfer, as necessidades de crescimento tratarão do desenvolvimento do ser humano quanto à execução de suas atividades e quanto ao desejo de executá-las e desenvolver-se perante aos demais. A vinculação com a teoria de Maslow apresentar-se-á em sua necessidade de auto realização e aos componentes intrínsecos da necessidade de estima. 37 5.3 TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG A teoria dos dois fatores de Herzberg ou Teoria da Higiene-motivação como é chamada por alguns pesquisadores e ao contrário das demais aqui citadas foi proposta por um psicólogo, Frederick Herzberg. Este afirma que a motivação não deriva de necessidades externas ao trabalho, deriva do próprio trabalho em si, estando assim totalmente desprendida da ideia de que para o funcionário estar motivado ele precise de recompensas externas ou de condições de trabalho mais elaboradas. Dentro dessa perspectiva, Spector traz em sua teoria a seguinte definição sobre fatores de higiene e fatores de motivação: Os aspectos do trabalho relevantes às necessidades de natureza animal são chamados fatores de higiene e incluem salário, supervisão, companheiros de trabalho e políticas organizacionais. Os aspectos do trabalho importantes para as necessidades de crescimento são chamados fatores de motivação e incluem realização, reconhecimento, responsabilidade e a natureza do trabalho em si. (SPECTOR, 2005, pág. 202 a 203). Assim, Herzberg acreditava que deveriam ser oferecidos aos funcionários níveis relevantes de fatores de motivação, pois, fatores de higiene não promovem satisfação. Sinaliza também este autor que o que vem a promover a insatisfação nem sempre é o que vem a promover a satisfação, estes servirão como apaziguadores dos funcionários e não como motivação. 5.4 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL O comportamento organizacional vem a tratar das relações comportamentais entre os indivíduos dentro das organizações bem como visando também o estudo da dinamicidade dentro das mesmas. Dependerá do perfeito alinhamento do sistema cooperativo organizacional o alcance dos objetivos e metas das organizações, as pessoas e como elas se comportam refletem o sucesso ou o fracasso das mesmas. A disposição de cada funcionário à 38 cooperação está atrelada ao nível de satisfação que este sentirá ao estar alcançando seus objetivos pessoais. Wagner III e Hollenbeck trazem a seguinte definição sobre este tema: “Comportamento organizacional (CO) é um campo de estudo voltado a prever, explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas” [...] “O comportamento organizacional enfoca comportamentos observáveis, tais como conversar com colegas de trabalho, utilizar equipamentos ou preparar um relatório. Porém, também lida com as ações internas, como pensar, perceber e decidir, as quais acompanham as ações externas” [...] “O comportamento organizacional estuda o comportamento das pessoas tanto como indivíduos quanto como membros de unidades sociais maiores” [...] ”O comportamento organizacional também analisa “comportamento” dessas unidades sociais maiores-grupos e organizações-por si”. (WAGNER III, HOLLENBECK, 2004, pág.6) Diante de tais constatações é perceptível o quão é importante o olhar dos gestores organizacionais quanto ao comportamento de seus funcionários perante a organização, este comportamento poderá sinalizar o nível de desempenho bem como o nível de comprometimento. A comunicação é fator imprescindível para o bom desempenho organizacional, nem sempre falar significa entendimento da mensagem por todos. A comunicação trata-se ainda de um processo de difícil aceitação pelo fato de não depender de máquinas ou equipamentos, ela dependerá principalmente das pessoas. Destarte, segundo Chiavenato (2005), a comunicação é o processo de “transmissão de informação e compreensão mediante uso de símbolos comuns. Os símbolos comuns podem ser verbais ou não verbais” [...] “é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra”. (CHIAVENATO, 2005, pág.316) Conforme Dias (2008) pode-se ter a seguinte definição sobre a comunicação A comunicação gera motivação, quando os empregados estão esclarecidos sobre o que deve ser feito para melhorar o desempenho no trabalho. Eles têm motivos para tomada de ações eficazes, inclusive de empatia, colocando-se no lugar do outro, ao solicitar uma tarefa, por exemplo. É através dessa interação entre os membros dos grupos de trabalho que se consegue a liberação da expressão emocional dos sentimentos para satisfação das necessidades sociais (DIAS, 2008, pág.26). 39 O endomarketing visa à manutenção da comunicação organizacional não somente através da relação entre as pessoas, para esta teoria a comunicação poderá ser exercida através de mecanismos internos criados pelos próprios agentes organizacionais. O sucesso da comunicação dentro do ambiente de trabalho dependerá da organização de alguns aspectos. Todos os funcionários da organização deverão estar atentos quanto a todos os aspectos e acontecimentos existentes na organização, gerenciar sua atenção é um dos passos mais importantes. A atenção poderá ser melhor gerenciada se durante o processo de comunicação houver a preocupação por parte do gestor quanto a facilidade de compreensão das informações que a organização está querendo passar. O relacionamento interno dentre a organização e seus demais funcionários também poderá influenciar durante o processo de comunicação, uma das bases deste processo poderá estar atrelada à confiança existente entre organização e funcionário. Confiança esta que poderá ser fator primordial para a boa convivência entre empresa-funcionário e os demais funcionários entre si. Diante da pretensão de várias organizações em recrutar, contratar e desenvolver cada vez mais processos e pessoas há uma necessidade de buscar entre a diversidade de pessoas que cercam uma organização, representantesque possam fazer o link entre empresa- funcionário. Os representantes ou responsáveis por cuidar de tais links são os chamados líderes. O líder deve ser o responsável por delegar tarefas comandar e chefiar pessoas, é característica destes ainda influenciar uma gama de sentimentos comuns a todos os funcionários que os cercam. A liderança segundo Chiavenato “poderá se apresentar de maneira formal ou informal”. Como o próprio nome diz a liderança informal é adquirida durante o convívio com os demais colegas, o nível de liderança é exercido através da percepção desta qualidade por uma ou mais pessoas, a liderança formal por sua vez é aquela em que a patente “líder” é atribuída aos indivíduos que possuem maior influencia na visão dos executivos ou chefes da organização. Cada líder vem a ser responsável pela sua organização visando a melhoria da mesma, a cultura organizacional é particular de cada organização e esta vem a influenciar o comportamento das pessoas que a compõem. As atitudes e fenômenos que acontecem dentro da organização são decorrentes de sua cultura. 40 Robbins (2005) define como cultura organizacional “um sistema de valores compartilhado pelos membros que diferencia uma organização das demais” [...] “Esse sistema é, em última análise, um conjunto de características–chave que a organização valoriza”. (ROBBINS, 2005, pág.375). Pesquisas realizadas sobre cultura organizacional visam buscar a percepção que o funcionário tem da organização. Wagner III e Hollenbeck têm a seguinte definição sobre cultura organizacional. Essa cultura é um padrão de suposições básicas - inventadas, descobertas ou desenvolvidas (pelos membros de uma empresa) para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna – que funcionaram com eficácia suficiente para serem consideradas válidas e, em seguida, ensinadas aos novos membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir esses problemas (WAGNER III E HOLLENBECK, 2004, pág.367) A cultura organizacional, portanto é a maneira como a organização consegue colocar “regras” nas ações e atitudes dos funcionários, todas essas “regras” são informais, pois elas não são vistas em forma de cartilha ou mandamentos. A cultura organizacional, portanto vem a ser adquirida pelo convívio diário entre os funcionários e os gestores da organização, através do experimento de práticas e atitudes é que se revela a identidade da organização e o que é esperado dos seus funcionários diante da mesma. Normalmente a cultura é cultivada ou criada pelos fundadores da organização, estes têm o poder de causar maior impacto diante da resolução de conflitos ou situações diárias da organização. Os fundadores da organização funcionam como referenciais para seus funcionários. A cultura organizacional é muito difícil de ser modificada, normalmente seus funcionários passam a ser indiferentes quanto a mudanças das mesmas e haverá grande dificuldade de mudança se estas se mostrarem relativamente fortes. Por fim, constata-se aqui a relação de comportamento organizacional e endomarketing. Para consequente aplicação das técnicas do endomarketing o gestor deverá estar totalmente alinhado á sua equipe para que possa elaborar junto com a sua equipe de gestão as melhores técnicas a abordagens procurando sempre alinhá-las ao perfil da sua organização e dos seus colaboradores. Perceber como a sua organização se comporta, saber apontar os melhores líderes para que possam transmitir as informações da maneira correta e manter uma cultura organizacional 41 resistente são os fatores que podem e causam grande impacto diante da aplicação das técnicas do endomarketing. 42 6 ESTADO DA ARTE Diante da eventual pesquisa é perceptível o quão é recente a aplicação e conhecimento das técnicas do endomarketing nas organizações. Há ainda entre as organizações certo receio quanto a sua aplicação, este fato pode ser percebido quando da aplicação destas técnicas por organizações de grande porte. A pesquisa quanto ao tema ainda torna-se difícil, pode-se enfatizar o tema buscando- se em Instituições de grande porte, talvez pelo alto investimento e pelo avantajado número de funcionários que as mesmas empregam seja imprescindível a aplicação de programas que visem a propagação de informações sobre a organização dentre os vários setores e unidades de forma segura e homogênea. Para averiguação da aplicação do tema foram escolhidos três trabalhos sobre a aplicação do endomarketing, foram escolhidas e coletadas apenas empresas do setor privado para pesquisa, visando as melhores práticas em empresas de grande porte. 6.1 O ENDOMARKETING NO BANCO DO BRASIL: ATÉ QUE PONTO A EMPRESA ACREDITA NO SEU MARKETING INTERNO? Souza et al (2005) iniciam sua viagem através do tema enfatizando suas definições perante as demais bibliografias. O presente artigo tem por objetivo apresentar o endomarketing de forma clara e concisa através da aplicação de questionários para avaliação dos programas aplicados dentro da instituição do Banco do Brasil. A agência escolhida para realização da pesquisa em amostra está localizada no estado do Mato Grosso, foram coletadas informações dos funcionários alocados nos mais diversos cargos da instituição. Quando questionados sobre seus conceitos apenas 48% dos entrevistados responderam ter conhecimento amplo sobre o assunto, ou seja, a maioria dos funcionários diz estar familiarizados com o assunto. Durante questionamentos feitos sobre uma das campanhas feitas pelo banco cujo principal objetivo seria a implementação de uma estratégia de 43 endomarketing para sua disseminação entre seu público interno, a maioria dos funcionários diz estar satisfeita com a publicação antecipada da campanha internamente. Porém, durante uma segunda campanha os funcionários sentiram falta de elaboração por parte dos organizadores, os funcionários sugeriram uma maior utilização dos canais internos de comunicação. Os autores constataram com esta pesquisa que a instituição Banco do Brasil desenvolve o marketing e comunicação nas diversas áreas da empresa, porém as atividades de endomarketing poderiam ser melhores desenvolvidas em conjunto com todos os funcionários da instituição. Para manutenção do engajamento e comprometimento dos funcionários a solução poderia estar na utilização de treinamento e sistemas de comunicação eficientes e eficazes. 6.2 CASE VALE DO RIO DOCE BRUM (2005) cita em seu livro “Face a face com o endomarketing” um caso de sucesso de aplicação do endomarketing, este caso é relatado em uma das maiores organizações do país, a companhia Vale do Rio Doce. A ideia inicial da companhia era implantar um sistema novo de comunicação interna que pudesse contemplar seis canais para atuação tanto em nível corporativo como local. Segundo a autora a companhia havia acordado para a necessidade de utilização de um processo único de comunicação interna, este processo haveria de abranger os processos locais e corporativos em busca de melhores resultados. Para tanto haveria a necessidade de apurar quantos e quais eram os meios de comunicação que estavam sendo utilizado naquele momento na organização, além de perceber, junto aos funcionários qual era o sentimento deles quanto à comunicação da empresa para com eles. Diante da pesquisa que fora realizada a empresa ressaltou o sentimento dos empregados, estes viam os esforços da empresa quanto a comunicação como isolados e de pouco impacto. Sendo a companhia uma empresa de grande porte e possuidora de várias unidades em várias partes do país, seria necessário que fosse elaborado um programa de endomarketing 44 que fizesse com que todos os funcionários de todas as unidades da companhia recebessem as informações sobre a empresa com o mesmo nível de forma e conteúdo, independente do seu regime de trabalho e distância entre as