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PAPER EJA

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EJA: FORMAÇÃO DOCENTE E SEUS DESAFIOS NA PREPARAÇÃO DO ALUNO.
Cristina Batista¹ 
Edicléia Aparecida Weber.
 Raquel de Mello Goedert.
Tainara Marques.
Tutora Externa –Solange Nunes Silva²
RESUMO
 Este trabalho pretende analisar a contribuição do papel do professor, da evolução da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e dos diversos saberes docentes habilidades. A formação de professores para a EJA é essencial para que haja uma educação de qualidade, pois somente desta maneira o educador será capaz de elaborar didáticas que resultem bons desempenhos em sala de aula, garantindo a permanência desses alunos na escola. Mostrando-os a importância de continuar seus estudos, a fim de que se tornem cidadãos críticos e reflexivos para que possam interagir de forma participativa na sociedade. 
Palavras-chave: Educação, Jovens e Adultos, Formação, Professores.
1. INTRODUÇÃO
EJA ( Educação de Jovens e Adultos) é a parte da educação básica, destinada as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar durante a infância ou adolescência, por diferentes motivos retornam a escola , os estudantes que já haviam a frequentado e aqueles que ingressam nela pela primeira vez. Diante de alunos, os quais muitas vezes chegam na sala de aula após uma longa jornada de trabalho, o professor da EJA precisa saber empregar uma metodologia adequada, para que assim possa ter sucesso, e não só alfabetizar mas formar leitores e escritores críticos. 
Quando paramos para analisar a educação de jovens e adultos no Brasil vemos que é uma modalidade de ensino ainda muito excluída, embora respaldada por Lei. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, garante a educação como direito de todos e dever do Estado. O artigo 208, parágrafo I, assegura a educação a todos os que não tiveram acesso à mesma na idade própria. Porém, o que vemos é uma pouca seguridade desse direito. 
Seguindo essa linha argumentativa, Ribas e Soares (2012) consideram primordial a busca por uma formação docente inovadora para com o educador de jovens e adultos. Almeja-se, nesse sentido, a uma formação compromissada com a formação humana dos indivíduos, visto que os educadores de jovens e adultos lidam com pessoas que ficaram à margem dos processos de escolarização, indivíduos muitas vezes ausentes de experiências escolares de cunho humano. Obstina-se, assim, uma formação que não se limite simplesmente a transmissão de conhecimentos, mas que igualmente propicie reflexão crítica e emancipação cidadã.
A Educação de Jovens e Adultos foi historicamente concebida, como afirma Galvão e Soares (2010, p.53), como espaço do assistencialismo. Campanhas de ações emergenciais, buscando, assim, apenas baixar os índices de analfabetismo, marcado pela improvisação e voluntariado, sem apoio de recursos didáticos e pedagógicos. Esses programas não levavam em consideração a formação dos profissionais que iam atuar nessa modalidade de ensino 
Tradicionalmente, a escola tem sido marcada em sua organização por critérios seletivos que tem como base a concepção da homogeneidade do ensino, dentro da qual alguns estudantes são rotulados. Esta concepção reflete um modelo caracterizado pela uniformidade na abordagem educacional do currículo: no material didático, no planejamento, numa aula, no conteúdo curricular, na atividade para todos em sala de aula. O estudante que não se enquadra nesta abordagem permanece á margem da escolarização, fracassa na escola elevando a evasão. O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA contribui para aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las.
Sendo assim o objetivo desse Paper é caracterizar os aspectos teóricos necessários à formação inicial e continuada dos professores alfabetizadores da Educação de Jovens e Adultos, e ressaltar as possibilidades e desafios tanto do professor quanto do aluno do EJA. 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil.
 No Brasil a formação de Jovens e Adultos começou, quando se viu necessário profissionalizar a nova sociedade pós - escravidão, para a recente industrialização e urbanização do país. Deste período até os dias de hoje muito se foi feito para que a Educação de Jovens e Adultos fosse vista não apenas como uma forma de habilitação para o mercado de trabalho, mas como a formação de cidadão críticos, reflexivos e autônomos.
Nos períodos de colônia e Império, os Jesuítas dominaram a educação, com a intenção de difundir o catolicismo e dar educação á elite colonizadora, a quem se oferecia uma educação humanística.
Ao longo de sua história a Educação de Jovens e Adultos, como é hoje denominada, realizou-se como prática social através instituições formais ou não. Na história do Brasil é possível perceber as dificuldades encontradas nessa modalidade de ensino, desde a época em que os Jesuítas eram responsáveis pela educação até os dias de hoje.
O EJA (Educação de Jovens e Adultos) se baseia no principio estabelecido pela constituição de 1988 em seu artigo 205: toda e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento de pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, o EJA vem ocupando um espaço reduzido no sistema educativo, estando marcado por apresentar um caráter estritamente compensatório e por constituir um lugar exclusivos dos desprovidos de valor social.
Segundo o jornal G1 de setembro de 2018, 
“O Brasil é um dos países com o maior número de pessoas sem diploma de ensino médio: mais da metade dos adultos 52% com idade entre 25 e 64 anos não atingiram este nível de formação, os baixos índices de formação brasileira revelam que 49% da população Brasileira com 25 anos ou mais não completou o ensino médio e, somente 15,3% dos brasileiros completaram o ensino Superior”
A média de tempo de estudo do brasileiro é de 8 anos, baixa quando comparada até mesmo com os países da América Latina e do BRICS (Brasil, Rússia, India, China, e Africa do Sul), o Brasil supera apenas a China, com 7,6 anos de estudo, e a India com 6,3 anos.
Contudo, a Educação de Jovens e Adultos ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aquelas que por algum motivo tiveram que abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando.
2.2 O Perfil do Aluno EJA.
Ao realizar um trabalho na modalidade EJA é necessário que o professor reflita sobre o perfil do aluno que irá encontrar, para que sua prática pedagógica seja acolhedora e atenda as necessidades educacionais e sociais deste aluno. O jovem que frequenta esta modalidade de ensino não tem o mesmo perfil que um jovem que frequenta a escola em tempo regular. Ele traz uma sequência de fatores que determinaram essa entrada tardia, ou mesmo, sua evasão do ambiente escolar. 
Dentre esses fatores, temos o fato de que muitos deles começaram a trabalhar enquanto crianças para ajudar a família, tendo que, se ausentar da escola. E se frequentavam a escola, só que, por apresentarem algum tipo de dificuldade, na qual a professora não identificou ou se identificou não conseguiu trabalhar de forma a superá-la, ficou taxado pelos professores como o aluno “burro”, “perturbador”, “que não quer nada com a vida”. Temos ainda, a falta de incentivo no ambiente familiar que leva a criança desvalorizar Educação Escolar.
O adulto tem um perfil parecido com o do jovem. Quando nos referimos à educação destas pessoas temos que levar em consideração uma série de fatores, o econômico, social, racial, pois eles determinam muito a situação educacional. Muitos destes adultos não tiveram a oportunidade de estudar, porque moravam em regiões rurais com difícil acesso à escola e tinham que trabalhar na roça. Pelo fato de terem constituído família, muitas vezes não sobra tempo para se dedicarem aos estudos. E assim, muitos deles sentem vergonha de voltar à escola, por se acharem “velhos” demais para estudar.
Com isso, a demanda tende a ser cada vez menor. Mas antigos problemas da Educação, como a evasão, a distorção idade-série e a baixa qualidadedo ensino continuam tornando essa etapa necessária. “Não é possível ter uma única política [para a EJA], porque os públicos e as suas demandas são muito diferentes”, explica Roberto Catelli, da ONG Ação Educativa. 
A educação é um procedimento de longo prazo e contínuo, é um conhecimento para a democracia e a cidadania entre outras práticas. Quando a escola perde essa função ela passa a representar a negação de um direito constitucional para o cidadão, decorrentes de um conjunto de dificuldade sociais. As dificuldades são muitos e não únicos da educação, pois o descompromisso é crescente na saúde, moradia, segurança, trabalhos, neste processo, constataram cada vez mais contingentes de sem-teto, sem-emprego, sem-terra, entre outros, não seria fora de propósito acrescentar que neste quadro descrevem que eles também estão ligados à esfera do não acesso à escolarização.
Tão importante quanto o direito à escola é garantir que todos aprendam com uma educação de qualidade. Neste sentido, não são os nossos sistemas educacionais que tem direito a certos tipos de alunos. É o sistema escolar de um país que tem que se ajustar para satisfazer as necessidades de todos os alunos. É necessário tornar a aprendizagem mais significativa para todos, terem propostas alternativas que estejam comprometidas com uma educação de qualidade para esses jovens e adultas. Segundo MOACIR GADOTTI
Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições de vida(moradia, saúde, alimentação transporte, emprego, etc) que estão na raiz do problema do analfabetismo. O desemprego, os baixos salários e as péssimas condições de vida comprometem os seus processos de alfabetização... O analfabetismo é a expressão de pobreza, consequência inevitável de uma estrutura social injusta.
Os perfis do aluno da EJA da rede pública são na sua maioria trabalhadores proletariados, desempregados, dona de casa, jovens, idosos, Portadores de deficiências especiais. São alunos com suas diferenças culturais, etnia, religião, crenças.
O aspecto do aluno trabalhador que chega às vezes tarde na escola, cansado e com sono e querem sair mais cedo, isso quando eles vêm para a aula. Eles acham que não são capazes de acompanhar os programas ou que o programa não traz a realidade para o seu cotidiano, são vários os motivos para evadirem. O aluno trabalhar defende o prazer de aprender, e lamento faltarem, eles desistem porque precisam trabalhar. O trabalho é mais importante, é uma necessidade para o que precisam, há uma questão difícil de resolver, ou consistir em combinar escola e trabalho. Essa combinação também é problema do ponto de vista do docente, da grade curricular, da própria gestão da escola, causando desconforto para esses jovens e adultos que estudam no horário da noite. 
O não reconhecimento da heterogeneidade no aluno da EJA contribui para aprofundar as desigualdades educacionais ao invés de combatê-las. Os alunos jovens ás vezes, ultrapassam a idade estabelecida para estudar diurno, Nas suas trajetórias escolares interrompidas com sucessivas reprovações e que este não parece fazer muita questão de "passar de ano" (alguns alunos), eles já foram negados na da escola básica, muitos deles são repetentes desde sua vida infantil, e são levados a estudar a noite por ser problemático no diurno, sente-se fracassados por ter sua permanência na escola com evasão com tanta frequência. Não há como deixar de pontuar a questão da exclusão Social da Juventude pobre e limitada fica evidente que a escola vive uma crise, o que é mais preocupante é ver que essa crise torne habitual, um descaso social, mas não é impossível de encontrar algumas alternativas e colocar em prática.
É preciso buscar a reflexão sobre o papel da escola, do professor, dos educando de frente as suas práticas o qual a finalidade real que este pretende atingir, posto que o professor precise antes de qualquer coisa entender sua tarefa social dentro da sala de aula, para poder trabalhar um modelo educacional comprometido de fato com as transformações sociais, que a escola assuma seu papel, é necessário ter a realidade deste aluno, é impossível continuar a caminhada sem rever a prática Curricular.
Sendo assim, na Educação de Jovens e Adultos deve ser considerado a história de vida dos alunos, pois eles já trazem uma bagagem, um conhecimento de mundo que deve ser levado em consideração na hora do ensino como um fator contribuinte.
2.3 Possibilidades na Educação de Jovens e Adultos.
A educação é um instrumento que permite possibilidades e transformação na vida de todas as pessoas, independentemente da idade ou classe social. “Os Jovens e Adultos que voltam ao estudo carregam expectativas e incertezas à flor da pele” Soares (2011, p. 42). Estudar pode não resolver todos os problemas sociais, nem acabar com a injustiça social, mas é o meio pelo qual a pessoa pode reescrever sua própria história e em contato com outras pessoas. Nesta lógica, o estudo abre um leque de oportunidades, uma forma de conquistar objetivos e sonhos. 
Os jovens, adultos e idosos trazem vontades individuais de adquirir novos conhecimentos para que possam sentir-se inseridos no mundo globalizado, tem perspectivas de ascensão social, é uma maneira de tentar dominar novas tecnologias. São tantas vontades e desejos de jovens e adultos que é preciso um olhar especial, é nesses desejos, anseios que devemos trazer propostas pedagógicas dinâmicas, flexíveis que deem respostas imediatas aos educandos, principalmente incentivo e motivação. “É extremamente significativo que seja nos movimentos sociais em suas ações coletivas que encontraremos propostas mais corajosas de EJA” (SOARES, 2011, p.29).
 A EJA é uma modalidade que se constitui em uma gama de possibilidades, partindo da perspectiva pessoal em cursar uma faculdade, a modalidade é o primeiro passo para essa compreendemos que não é um caso isolado, os jovens que frequentam a EJA, tem sonhos, almejam conquistar um emprego, ter uma profissão e ser bem sucedidos na vida. Pinto (2007) ressalta que homem que adquire saber, passa a ver o mundo e a si mesmo deste outro ponto de vista. Por isso, se torna um elemento transformador de seu mundo, esta é a finalidade essencial da educação.
 Portanto, são vários os fatores motivam jovens e adultos a buscarem na escola novos conhecimentos, devido aos avanços sociais, políticos, tecnológicos, culturais, éticos dentre outros, sentem-se inferiorizados e excluídos de forma silenciosa no desenvolvimento dos setores da sociedade, e veem na EJA um leque de possibilidades e perspectivas para continuar os estudos e conquistar espaço na sociedade, com um bom emprego, entrar no mundo letrado com habilidades de leitura e escrita, concluir o ensino fundamental, fazer o ensino médio e principalmente cursar uma faculdade.
2.4 Os desafios na Educação de Jovens e Adultos.
 
Passar anos sem frequentar uma escola significa perder uma gama de conhecimentos sistemáticos que podem determinar o futuro de uma vida em sociedade, os jovens e adultos que estão frequentando a sala de aula tiveram que enfrentar muitos desafios internos e externos ao ambiente escolar, é uma decisão que envolve múltiplos fatores e não é nada fácil se ver numa sala de aula depois de anos de ausência. Salientamos que a força de vontade e determinação dessas pessoas, apesar de uma vida corrida, difícil e de famílias humildes apostam na educação, procuram na escola respostas que atendam suas necessidades com soluções e medidas práticas para a vida cotidiana. Silva (2001, p. 106) faz um comentário esclarecedor:
 A identidade é sempre uma relação: o que eu sou só se define pelo que não sou; a definição de minha identidade é sempre dependente da identidade do Outro. Além disso, a identidade não é coisa da natureza; ela é definida num processo de significação; é preciso que socialmente lhe seja atribuído um significado, não existe identidade sem significação.
Nesta ótica, entendemos que os educandos da EJAbuscam na educação ressignificar sua identidade midiatizados por novos conhecimentos e ainda na parceria com os colegas buscam aprender em conjunto. Enfatizamos também que existem inúmeros fatores sociais, econômicos e familiares que influenciam diretamente no processo. Pensar a educação, sobremaneira no campo da Educação de Jovens e Adultos significa voltar um olhar especial para discuti-la na perspectiva da realidade dos sujeitos, pois apesar de virem de uma realidade sobrecarregada de dificuldades, tanto nas questões financeiras, familiares, de transporte para chegar à escola, estão sempre dispostos a aprender. Mediante sua condição social, política, econômica e cultural, observamos concepções diversas dadas pela sociedade, como marginais, incapazes e excluídos.
 De acordo com Soares (2011) essa modalidade de ensino se dá em cenário de desafios que pedem uma concepção de educação que extrapole a escolarização formal e exija novas fronteiras para a construção do conhecimento através de uma educação permanente e voltada para a vida. 
Compreendemos dessa maneira, que a EJA é mais que uma escolarização, assumiu os contornos, sendo vista como modalidade educativa que transborda os limites do processo de escolarização formal, que abarca aprendizagens realizadas em diversos âmbitos e ao longo de toda a vida. Freire (1997) fala que o importante nesses sujeitos é promover primeiramente a leitura do mundo e depois a leitura da palavra, para conquistar o que ele chama de palavra mundo, ou seja, uma leitura crítica que esteja vinculada à cultura, ao mundo que o cerca. 
Portanto, os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos são pessoas que mesmo enfrentando várias adversidades, buscam por meio de sua formação galgar novos horizontes, ter novas compreensões da realidade em que vivem almejando melhores condições de vida no futuro. 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi elaborado por meio de pesquisa bibliográfica, e uma pesquisa com um questionário on line (devido a pandemia não tivemos como realizar a pesquisa de campo), para duas pessoas que foram alunos do EJA, com questões que foram desenvolvidas pelas acadêmica deste artigo, questões que achamos importante sobre o assunto . 
Entrevistamos duas pessoas que realizaram o ensino no modelo EJA. A primeira pessoa que respondeu nosso questionário foi com a Dona Leonor de Q. Weber, com 61 anos de idade, abaixo vamos relatar as respostar das perguntas que enviamos para ela. A segunda pessoa que enviamos o questionário foi com um jovem de 35 anos Jefferson Leandro Maliuk, que finalizou seus estudos no EJA no ano de 2019 foram feitas mesmas perguntas, e ele nos retornou via e-mail.
1- Questionários de Lenor Q. Weber.
1- Por qual motivo você precisou parar de estudar? Em qual série você parou?
“Parei na 4ª série, porque naquela época onde morava não tinha muito estudo.”
2- O que fez você retornar a escola?
“Sempre tive vontade, e ai surgiu uma oportunidade, ai fiz o ensino fundamental.”
3- O que você esperava desse curso antes de estar inserido nele? Suas expectativas se confirmaram?
“minha expectativa era aprender mais coisas novas, apreprendi pouco acho, mas o estudo é a melhor herança que temos , ninguém pode nos tirar.”
4.Você achava adequado o material usado em sala daula?
“Sim bem bom, pois era em módulos ai estudava e depois fazia as provas.”
5. Pensou em desistir, em parar? Por quê?
“Sim várias vezes, por motivo de saúde, muito trabalho casa e família para cuidar.”
6- Quais são as dificuldades para se manter em sala de aula?
“ Minha dificuldade foi associar as tarefas, as aulas com os afazeres de casa.”
7- Você já finalizou até que série? Ou cursa ainda?
“Sim fiz o ensino fundamental, mas depois fiz um curso pela empresa no Sesi.
 Podemos ver como o EJA, ajudou bastante Dona Leonor, até mesmo podendo fazer um curso de aperfeiçoamento para auxiliar no trabalho.
2- Questionário de Jefferson Leandro Maliuk
1- Por qual motivo você precisou parar de estudar? Em qual série você parou?
“Por questões familiares. Parei de estudar no 1º ano do ensino médio” 
2- Em sua opinião o tempo perdido de não ter estudado te prejudicou? De qual maneira?
“Foi prejudicial principalmente na questão de novas oportunidades de trabalho.”
3- O que fez você retornar a escola?
“A necessidade de finalizar esse ciclo e comprovar a conclusão do ensino médio”
4- O que você esperava desse curso antes de estar inserido nele? Suas expectativas se confirmaram?
“Não tinha muita expectativa, apenas queria finalizar os estudos, porém, foi um ambiente agradável, construção de amizades, bons professores, e acima de tudo o aprendizado de forma leve e focado.”
5- Você acha adequado o material usado em sala de aula?
“Tínhamos materiais impressos em apenas algumas aulas, como sociologia, português e história, as demais aulas eram apenas expositivas. Contudo os materiais utilizados pelos professores eram excelentes para o aprendizado.”
6- Pensou em desistir, em parar? Por quê?
“Não, pois foi uma experiência agradável e cursei aproximadamente 1 anos e antecipei a conclusão com a Prova do Encceja.”
7- Quais são as dificuldades para se manter em sala de aula? 
“A principal “dificuldade” foi o cansaço do dia a dia de trabalho e estender por mais algumas horas de concentração e atividades, como também o fato de deixar seus familiares e afazeres domésticos em terceiro plano.”
8- Você já finalizou até que série? Ou cursa ainda?
“Eu já tinha algumas disciplinas concluídas e outras em andamento quando fiz o Enceja - Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, que é uma prova gratuita e voluntária servindo para certificação de conclusão de ensino fundamental e médio para quem não teve oportunidade de concluir os estudos na idade escolar adequada. Assim, conclui as disciplinas que faltavam, finalizando o ensino médio.”
Vimos que os estudos em si são declarados importantes para o desenvolvimento individual e econômico de ambos alunos, pois muitas vezes, o reingresso à escola se dá por motivos relacionados ao trabalho – falta deste ou busca de melhores colocações.
A EJA é apontada como uma escola de melhor qualidade de ensino se comparada às escolas regulares, pois atende às expectativas e necessidades dos alunos que a procuram como apontado na pesquisa acima.
Contudo, a Educação para Jovens e Adultos (EJA), possuidora de suas especificidades como as demais modalidades de ensino do nosso país, necessita de políticas publicas efetivas que assegure boas condições para a formação e o trabalho do professor, fornecendo ao seu alunado uma Educação de qualidade. 
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Espera-se que esse trabalho traga o aprendizado de que a EJA, além de ser um modelo pedagógico indispensável para vencer o desafio do analfabetismo brasileiro de uma vez por todas, também pode ser considerada uma metodologia base para a formação de alunos e professores para os níveis elementar e médio.
Dessa forma, esses docentes poderão entender melhor e vencer as barreiras de aprendizagem de seus alunos. Afinal, o que se deseja é que as pessoas aprendam a aprender. Só assim o conhecimento poderá ser multiplicado e plenamente utilizado. Isso vem diretamente ao encontro do interesse nacional em aumentar a produtividade e a competitividade do país ao nível internacional. 
5. CONCLUSÃO
O que pudemos observar com esse paper é que a Educação de Jovens e Adultos, no Brasil, surge de iniciativas involuntárias, mas mesmo assim o que se observou que ela foi muito mais popular do que as demais iniciativas educacionais no Brasil. Uma proposta de educação ética como nos diz Paulo Freire:
A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar (FREIRE, 2005, p. 16).
Partindo desses pressupostos, entendemos que nós enquanto seres humanos, estamos predispostos a enfrentar problemas e dificuldadesno decorrer de toda vida, e que conforme constatamos neste trababalho, os sujeitos da EJA, trazem para o ambiente escolar inúmeros problemas que de certa forma dificultam seu aprendizado, esta é uma dificuldade recorrente para quem está iniciando os estudos, mas observamos que os educadores trabalham com atividades diferenciadas de acordo com o nível de cada um, e dão o suporte necessário para que essa dificuldade seja superada a seu tem tempo.
REFERÊNCIAS 
BATISTA, Maria José Guedes. - FILHO, Mateus de Souza Coelho. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NO SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO-SESC, UNIDADE DE PARINTINS-AM. Disponível em:>> http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20925_9259.pdf .acesso em: 25 fev.2020
BBC. Mais da metade dos brasileiros não tem diploma do ensino médio, aponta OCDE. Disponível em:>>https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/09/11/mais-da-metade-dos-brasileiros-nao-tem-diploma-do-ensino-medio-aponta-ocde.ghtml >> acesso em 05 fev.2020
COSTA. Aline, Formação de professores para a educação de jovens e adultos -EJA. Disponível em.>>https://alinecosta3348390.jusbrasil.com.br/artigos/118200815/formacao-de-professores-para-a-educacao-de-jovens-e-adultos-eja >>acesso em: 14 fev. 2020
CRUZ, Antonio Carlos dos Santos. EJA: A Formação Docente e seus Desafios na Preparação do Aluno para o Mundo Moderno. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 03, Vol. 01, pp 5-17, Março 2018. 
DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. Educação & Sociedade, v. 26, n. 92, p. 1.115-1.139, 2005. 
FARIAS. Maria jaidete, O PERFIL DO ALUNO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
Disponível em.>>https://www.webartigos.com/artigos/o-perfil-do-aluno-da-educacao-de-jovens-e-adultos/34725/ acesso em>> 14 jan.2020
QUEIROS, Lucinete Ribeiro de Oliveira; SILVA, Regina da; ROSÁRIO, Eliane Maria do;OLIVEIRA, Antonise Maria de Barros. Perfil dos jovens e adultos que frequentam o EJA. Dísponivel em:http://instituto-inovar.blogspot.com/2012/11/perfil-dos-jovens-e-adultos-que.html. Acesso 15-jan. 2020.
SILVA, Márcio fernando. DESAFIOS DA FORMAÇÃO DOCENTE DE EDUCADORES/ASDE
JOVENS E ADULTOS – UM ESTUDO DE CASO. Disponível
em:>>https://www.researchgate.net/publication/329968963,>> acesso em: 29-jan. 2020 
SILVA, Valdecy Margarida da. Alfabetização e Letramento: contribuições à formação de professores alfabetizadores da Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro, RJ. 2012. Disponível em:< http://proped.pro.br/teses/teses_pdf/2008_2-506-DO.pdf > Acesso: 05 fev. 2020.
SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro; GOMES, Nilma Lino. Diálogos na educação de jovens e adultos. 2 ed., 1 reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. 
SOUZA, Maria Antônia de. Educação de Jovens e Adultos.Curitiba: Ibopex, 2007 
VARGAS, S. M; FANTINATO, M. C. C. B. Formação de professores da educação de jovens e adultos: diversidade, diálogo, autonomia. Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 11, n. 34, p. 915- 931, set./dez. 2011. Disponível em: < https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/viewFile/4519/4453 > Acesso: 05 fev. 2020 
1Acadêmicas: Cristina Batista.Edicléia Aparecida Weber. Raquel de Mello Goedert.Tainara Marques.
2Tutora Externa: Solange Nunes Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (PED1953) – Prática do Módulo I – 08/06/2020

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