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Aula 1 - Na Sanidade Animal a informação depende de diferentes áreas da Medicina Veterinária (27/08) Clínica Objetivo: o indivíduo doente (animal ou pessoa); Local de atividade: clínica ou hospitalar; Objetivo: diagnóstico; Perguntas: que doença é? como tratar? Objetivo final: tratar/curar o indivíduo Patologia/laboratório clínico Objetivo: o indivíduo morto/tecido/órgão/amostra; Local de atividade: laboratório; Objetivo: diagnosticar, descrever a doença; Perguntas: o que é? o que causou? Objetivo final: obter informações para beneficiar indivíduos futuros Epidemiologia Objetivo: a população (saudável, doente ou morta); Local de atividade: campo (local onde a população vive); Objetivo: identificar os fatores responsáveis; Perguntas: quantos e quais indivíduos afeta? onde ocorre? quando iniciou? porque ocorre? como previnir/controlar? Objetivo final: controle e prevenção da doença • Hospedeiro que alberga e transmite um agente etiológico. Sanidade animal - Determinar a origem de uma doença cuja causa é desconhecida; - Aspectos abordados: distribuição temporal 1. quando iniciou 2. ocorrência 3. dinâmica (velocidade de disseminação) Uso da epidemiologia 1. Determinar a origem de uma doença cuja causa é conhecida; 2. Investigação e controle de doenças cuja causa é inicialmente desconhecida/já conhecidas; 3. Estudo da ecologia e história natural das doenças; 4. Planejamento e avaliação de programas e combate à doenças; 5. Determinação do impacto econômico e analise do custo-benefício de programas de combate à doença. Aspectos abordados: métodos de combate 1. métodos preventivos; 2. métodos de controle; 3. métodos de erradicação. Conclusões: - Estudo das distribuições e dos determinantes da saúde e do desempenho nas populações, com reflexão sobre prevenção, controle e erradicação das doenças, considerando as características do hospedeiro, dos agentes etiológicos e do meio ambiente. Estudo sobre os programas de sanidade animal, com a análise de estratégias para as ações de proteção, promoção da saúde, vigilância e sanidade animal; - Compreender as distribuições e determinantes da saúde e do desempenho nas populações com base científica para prevenir, controlar e erradicar doenças. - Identificar os fatores causadores de problemas sanitários e discutir normas de prevenção dos mesmos; - Reconhecer os principais Programas de Sanidade Animal que afetam os rebanhos brasileiros bem como suas formas de ação e control; - Propor método de investigação epidemiológica e desenvolvimento de estratégias para proteção da saúde e bem-estar da população; - Compreender o papel do médico veterinário na área de Sanidade Animal. Aula 2 - Coronavírus (27/08) O que é COVID-19? COVID-19 é a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China Pandemia A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. COVID-19 ✓Foram confirmados no mundo 23.311.719 casos de COVID-19 (253.963 novos em relação ao dia anterior) e 806.410 mortes (5.501 novas em relação ao dia anterior) até 24 de agosto de 2020. ✓Na Região das Américas, 6.955.966 pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus se recuperaram, conforme dados de 23 de agosto de 2020. • Sintomas - Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. - Febre; - Tosse; - Dificuldade para respirar. • Formas de contagio - Gotícula de saliva; - Espirro; - Tosse; - Catarro; - Contato pessoal próximo com toque ou aperto de mão; - Contato com objetos ou superfícies contaminadas seguindo de contato com a boca, nariz ou olhos. Marcadores coronavírus - Mortalidade 2,3 a 3% (3 pessoas a cada 100 são infectadas; - Letalidade 2,19% Letalidade por doença - Coronavírus Sars-Cov-2: média de 3,6% desde dezembro; - Mers: 34%; - Sars: 10%; - Gripe (Influenza, como H1N1 e outras gripes comuns): de 0,01% a 0,08%; - Sarampo: 1,42% em 2019 no mundo; - Ebola: de 25% a 90%; na República Democrática do Congo, 65% no último ano. * Coronavírus já existe há 293 milhões de anos!! O que é o coronavírus? - Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China; - Os primeiros coronavírus humanos foram identificados em meados da década de 1960. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1. Tipos de coronavírus conhecido até o momento: ✓Alpha coronavírus 229E e NL63. ✓Beta coronavírus OC43 e HKU1 ✓S A R S - C o V ( c a u s a d o r d a Síndrome Respiratória Aguda Grave ou SARS). ✓M E R S - C o V ( c a u s a d o r d a Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS). ✓nCoV-2019: novo tipo de vírus do agente coronavírus, chamado de novo coronavírus, que surgiu na China em 31 de dezembro de 2019. - Doença sistêmica em gatos (PIF); - Doença entérica em cães; - Doença entérica e sistêmica suínos; - Doença respiratória em aves domésticas; - Doença entérica em bovinos. Infecção: grau de afinidade por receptores (ex. Sars-CoV-2 e ACE2) Replicação: adaptabilidade as condições citoplasmáticas de cada célula e hospedeiro Disseminação pelo organismo e manifestações clinicas: resposta imune Transmissão: todas as anteriores Coronavírus felino - Coronavírus da peritonite infecciosa felina; - Coronavírus entérico felino; Coronavírus em cães e gatos (COVID-19) - O Sars-CoV-2 é agora um vírus humano; - O Sars-CoV2 tem alta afinidade pelo receptor humano ACE2; - O receptor AEC2 em outras espécies é estruturalmente diferente do AEC2 humano. • Cães e felídeos - Centenas de animais testaram negativos para Sars-CoV-2; - Raríssimos foram positivos; - Não transmitiram entre si e a seres humanos; - São maus hospedeiros para Sars-CoV-2. RT-PCR - Indica presença de RNA viral; - Não prova que o vírus esta vivo ISOLAMENTO VIRAL - Indica presença de vírus vivo SOROLOGIA - Sugere exposição/infecção; - Não necessariamente doença ** Os veterinários NÃO devem usar vacinas contra o coronavírus canino diante do surto atual, acreditando que pode haver alguma forma de proteção contra COVID-19. ** Os veterinários NÃO devem usar vacinas contra o coronavírus que causa diarréia em cães porque ela é considerada como uma vacina não recomendada, pelo grupo de diretrizes de vacinação de cães e gatos da WSAVA. • Cães e gatos podem ser infectados pelo SARS-CoV-2? - Possivelmente; - Suscetibilidade de caes é menos do que em gatos • SARS-CoV-2 pode causar doença em gatos? - Não existem evidencias até o momento de que isso aconteça; - Alguns gatos desenvolveram SARS; - Inoculação experimental (dose inoculada?) • Cães e gatos pode transmitir a doença para humanos? - Não existem evidencias de que isso aconteça. • Mesmo que cães e gatos fiquem doentes, eles podem agir como fômites? - Pouco provável; - Carga viral muito baixa. Cuidados importantes para tutores com COVID-19 - Evitar contato próximo; - Evitar circulação de animais em ambientes onde existe uma pessoa infectada; - Uso de máscara. Como se prevenir do coronavírus (COVID-19)? - evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; - realizar lavagem frequente das mãos, especialmenteapós contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente; - utilizar lenço descartável para higiene nasal; - cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; - evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; - higienizar as mãos após tossir ou espirrar; - não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; - manter os ambientes bem ventilados; - evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença; - evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações. Aula 3 - Enterites Virais (03/09) Definição: entidades mórbidas infecto-contagiosas do sistema digestivo que acometem principalmente animais neonatos, manifestando-se sob forma de variados graus de enterite, causada por vírus dos gêneros coronavírus, rotavírus, adenovírus, bredavírus e parvovírus. • Impacto em saúde pública e produção - A cada 24h: 200 milhões de pessoas com gastroenterites; - Ubiquitária em crianças < 5 anos; - A cada ano: 500.000 mortes infantis por rotavírus; - Zoonoses clássicas: rotavírus; - Zoonoses potenciais: coronavírus. • Impacto em saúde pública e exploração animal NEONATOS: retardo no crescimento e mortalidade; ADULTOS: baixa produção de leite, baixo ganho de peso, perda de condição corporal; ADULTOS/NEONATOS: infecções secundárias, custo com tratamentos. • Distribuição e formas de ocorrência - Distribuição: mundial; - Mais comum: endêmica; - Adultos: epidêmicas; - Tendência sazonal de diarréias virais: baixa temperatura; - Diminui UV, diminui umidade, estresse térmico, aumenta densidade populacional. CORONAVÍRUS -RNA -Envelopado -Não é segmentado -Enterócitos das vi losidades (intestino delgado) -Enterócitos das criptas (intestino grosso) -Epitélio respiratório ____________________________ CoV entéricos -Macrófagos, trato reprodutivo, rins, fígado ____________________________ Outros Cov - Podem realizar mutação, porém não é com tanta facilidade quanto os vírus segmentados. ROTAVÍRUS -RNA segmentado -Sentido negativo -Não envelopado (vive mais que o coronavírus) -Capsídeo duplo; -Proteína P (14 tipos) e proteína G (12 tipos) (possuem segmentos) - SOROGRUPO A -Consequências: imunidade sorotipo- específica; -Reassortmente genético: aumenta diversidade genética (como se fosse uma mistura de baralho, nunca sabemos o que irá acontecer com as suas mutações) OUTROS VÍRUS - Adenovírus; - Torovírus; - Astrovírus; - Parvovírus. Fisiopatologia! - Dobras, velocidades e microvilosidades intestinais. DOBRAS VILOSIDADES MICROVILOSIDADES Coronavírus e Rotavírus em diversas espécies • CORONAVÍRUS BOVINO (BCoV) 1. Diarréia neonatal: bezerros; 2. Processos respiratórios: bezerros; 3. Disenteria “de inverno”: bovinos adultos; 4. Ruminantes silvestres • CORONAVÍRUS BOVINO (BCoV) EM ADULTOS - Disenteria de inverno (winter dysentery); - Diarréia epizootica de bovinos adultos; - Diarréia sanguinolenta; - Bovinos adultos; - Surtos anuais (aproximadamente 10 dias); - Tendencia sazonal: inverno; - Taxa de ataque: 100%; - Baixa 90% da produção de leite • Equinos - Também podem ser acometidos!! • CORONAVÍRUS CANINO (CCoV) - Gastroenterite (vírus CCoV); - Sorotipos 1 e 2; - Infecção respiratória (coronavírus respiratório canino); - Atualmente não é mais tão agressivo como antigamente, pois fica povoando “as pontinhas” das vilosidades e acabam sendo facilmente eliminadas; - Recomenda-se que não exista mais vacinação para esse vírus!! • CORONAVÍRUS FELINO (FCoV) • CORONAVÍRUS AVIÁRIO (IBV) • CORONAVÍRUS SUÍNO PEDV (PORCINE EPIDEMIC DIARRHEA VIRUS) - Morbidade e mortalidade: 80 - 100%; - Necrose, atrofia e fusão de vilosidades, hiperplasia de criptas Cadeia Epidemiológica Diagnóstico - Fêmeas primíparas; - Falha colostral (de onde vem a imunidade dos animais); - Animais de idades diferentes em mesmo espaço; - Localização do bezerro, canil, etc; - Coleção de água; - Vetores; - Outras criações (diversas criações no mesmo espaço) • Métodos: - Microscopia eletrônica; - Isolamento viral; - ELISA; - PCR; - Eletroforese em gel de poliacrilamida (ROTAVÍRUS) > Diagnostico indireto: - Amostra: soro 1. amostra única - sem significado diagnostico; 2. amostra pareadas de soro - indica infecção recente se houver soroconversão > Diagnóstico diferencial (diarréias não virais): - Escherichi coli - Salmonella sp - Clostridium perfingens - Campylobacter sp - Cryptosporidium parvum - Esmerai sp - Giardia sp - Alterações em dieta; - Stress Prevenção e controle (medidas aplicáveis às fontes de infecção) - Diagnostico periodico; - Ambientação; - Separação entre idades; - Separação de animais com sintomas; (medidas aplicáveis às vias de transmissão) - Destino de excretas; - Higienização; - Controle de vetores; - Desinfecção (medidas aplicáveis aos susceptíveis) - Biosseguridade; - Colostro (IgA), nas primeiras horas pós nascimento; - Banco de colostro (-20 graus); - Vacinação (ruminantes): vacas prenhes, no sétimo e nono mês de gestação (aumenta IgA colossal); - Vacinação em carnívoros; - VACINAS!! Tratamento - Cuidar do animal desidratado e flora intestinal; - Infecções bacterianas secundárias; - Antibioticoterapia; - Sempre pensar em estabilizar o animal primeiro! ** Fluidoteraperapia, probioticos, reposição de eletrolitos Aula 4 - Cadeia Epidemiológica e tríade epidemiológica (10/09) ✓ Mecanismos de propagação de doenças > Interação entre agente causal x ambiente x hospedeiro ROTAVÍRUS Fenol Formol Cloro B-propiolactona Etanol 95% CORONAVÍRUS Formol Cloro Iodo Amônio quaternário Definição de saúde Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doenças (Organização Mundial da Saúde). Formas de ocorrência de doenças em populações • Formas básicas - Forma endêmica: a doença está, normalmente, presente na população de uma determinada área geográfica, mantendo-se dentro de limites considerados esperados; - Forma epidêmica: a frequência da doença na população de uma determinada área geográfica ultrapassa os limites esperados - Exemplo de epidemia na população humana Peste bubônica ou peste negra; - Agente: Yersinia pestis; - Fontes de infecção: roedores e humanos; - Vias de transmissão: pulgas e ar; - A maior epidemia ocorreu no século XIV; - Matou milhões de pessoas na Ásia e na Europa. Equilíbrio saúde: Hospedeiro x ambiente - Louis Villermé(1782 – 1863): (saúde dos trabalhadores das indústrias de algodão, lã e seda) POBREZA x SAÚDE - Mais da 1⁄2 das crianças não chegava à idade de 5 anos; - A idade média do óbito nas classes altas era de 36 anos, trabalhadores do comércio 22 anos e da indústria 16 anos. • Revolução industrial Epidemias de cólera, febre tifóide e febre amarela teoria dos miasmas X teoria dos germes. • Revolução industrial - condições de vida em uma metrópole: - Fossas no porão das casas; - Presença de grande no animais no meio da cidade (bovinos/equinos); - Carcaça de animais nas ruas (caldeirões de fervura); - Cada epidemia de cólera – 10 a 20 mil mortes Estudos Epidemiológicos Surto de cólera em Londres > A doença: - Doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do vibrio cholerae. Formas de ocorrência de doenças em populações - Exemplo de pandemia na população humana: COVID-19 - Exemplo de epidemia na população animal: peste bovina - Agente: Morbillivirus; - Fontes de infecção: ruminantes e suínos; - Via de transmissão: contágio; - A maior epidemia ocorreu no século XVIII; - Matou metade dos bovinos da França. EQUILÍBRIO SAÚDE ** Bem estar!! Definição de bem -estar: o bem-estar de um indivíduo é o seu estado em relação às suas tentativas de se adaptar ao ambiente. Definição de saúde populacional: saúde populacional é o valor médio resultante do agrupamento dos diferentes graus de saúde dos indivíduos que compõem a população.SAÚDE POPULACIONAL - Graus de saúde dos indivíduos de uma população: - Sem sinais clínicos, sem lesões, sem problemas comportamentais graves; - Sem sinais clínicos, sem lesões aparentes, sem problemas comportamentais graves, mas apresentando infecções, infestações, tumores…; - Com leves alterações de saúde; - Com sinais clínicos, com lesões aparentes, com problemas comportamentais graves. Determinantes da cadeia epidemiológica • AGENTE ✓ Infectividade: é a capacidade dos agentes de infectar e multiplicar no hospedeiro. Vírus da gripe apresentam elevada infectividade; ✓ Virulência: é a capacidade do agente em produzir casos graves ou fatais (casos graves / casos da doença); ✓ Patogenicidade: é a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo, produzir sinais clínicos em maior ou menor grau, dentre os hospedeiros infectados (casos da doença / total de infectados); ✓ Estabilidade: é o tempo que o agente infeccioso resiste fora do hospedeiro AGENTE: -dose infectante; -tempo de exposição; -local de entrada; -multiplicação; -virulência. Determinantes da cadeia epidemiológica • HOSPEDEIRO ✓Susceptibilidade: pode se restringir a uma espécie ou a várias espécies de agentes infecciosos, como no caso da febre aftosa, que acomete várias diferentes espécies de animais, resistência; ✓ Transmissibilidade: se refere a duração do período no qual o animal pode infectar e a quantidade de agentes infecciosos que o hospedeiro pode transmitir; ✓ Período de incubação. HOSPEDEIRO -fatores genéticos; -estado nutricional; -idade; -sexo; -imunologia. Determinantes da cadeia epidemiológica • AMBIENTE ✓ Manejo produtivo; ✓ Bem-estar; ✓ Contaminação do ambiente; ✓ Condições higiênico-sanitárias; ✓ Educação; ✓ Aspectos culturais; ✓ Saneamento básico. AMBIENTE -condições climáticas; -condições sócio-econômicas-culturais Questões epidemiológicas - Porque alguns adoecem e outros não? (alguns podem ter resistência, a nutrição influencia…) - Onde a doença ocorre e porque naquele lugar? Há vetores envolvidos? - Quando a doença ocorre e porque existem variações na sua ocorrência? - Qual o risco associado a esta infecção? - Análise descritiva/distribuição/indicadores; - Construção de hipótese científicas; - Busca etiológica/fatores de risco; - Aplicação do método científico para descrição da cadeia epidemiológica Cadeia epidemiológica (ou ecologia das enfermidades) - Conceito: processo de identificação dos mecanismos envolvidos no processo de propagação das doenças que envolve os hospedeiros, os agentes patogênicos, o ambiente (ecossistema) e os meios pelos quais os agentes infectam os susceptíveis. - Objetivo: racionalizar o controle; - Ecologia das enfermidades: - parasitismo: relacionamento harmônico ou desarmônico; - infecção x doença: desequilíbrio. Determinantes da cadeia epidemiológica • Conceito: - Transmissão horizontal: doença é transmitida de uma fonte de infecção para um hospedeiro; - Transmissão vertical: é aquela transmitida de uma geração para a próxima; - Fontes de infecção: hospedeiro que alberga o agente etimológico com potencial de transmissão; - Hospedeiro: põe ser uma planta, animal ou artrópode que pode se infectar permitir a manutenção (replicação e desenvolvimento), dos agentes infecciosos. - hospedeiro doente: típico, atípico ou em fase prodômica; - hospedeiro portador: não manifesta sinal clínico da doença; portador sadio (sem sinal clínico e não esta na fase de incubação); em incubação (mas ja eliminam o agente); em convalescência (em recuperação, porém ainda eliminando); - hospedeiro primário mantém o R0>1; hospedeiro secundário mantém R0<1 e acidental não transmite. - Reservatório: os animais vertebrados capazes de atuar como fontes de infecção no processo de disseminação da doença, podem manifestar sinais clínicos; - Vetores: transmissores vivos dos agentes infecciosos’ - Vetor mecânico: um animal que carreia fisicamente um agente infeccioso para os hospedeiros primários ou secundários. O agente infeccioso não se desenvolve e nem se multiplica no vetor mecânico; - Vetor biológico - Transmissão por desenvolvimento: o agente etiológico cresce e muda, porem não se multiplica, ex: Dirofilaria immitis , causadora da dirofilariose, em mosquitos culex; - Transmissão propagativa: apenas se multiplica, não muda de forma ou tipo, ex: encefalomielite ovina, que é transmitida ao ser humano via picada de carrapato da família Ixodidae - Transmissão ciclo propagativa: além das mudanças, se multiplicam no vetor, ex: Plasmodium e Anopheles (malária). - Fomites: veículos inanimados de doença. FONTE DE INFECÇÃO (FI) VIAS DE ELIMINAÇÃO Porque é importante saber as vias de Eliminação? - A VIA DE EXCREÇÃO DETERMINA O MECANISMO DE TRANSMISSÃO!! Mecanismos/Vias ou Formas de Transmissão VIAS DE TRANSMISSÃO (VT) - Etapa crítica na sobrevivência do agente; - Pode ser imediata ou demorar meses/anos; - Resistência do agente é muito importante; - Etapa de eleição para interromper a cadeia - Forma vertical: da mãe para o feto; - Forma horizontal: de animal para animal (contato direto, vetores, fômites, hídrica,…) • Definição das rotas de transmissão: - Aerógena: partículas são passadas através do ar de um animal a outro (aerossóis ou poeira); - Oral: consumir agentes causadores de doença em alimentos contaminados, água (hídrica), lambendo ou mastigando objetos contaminados; - Contato direto: um animal susceptível fica exposto quando o agente da doença atinge diretamente feridas abertas, membranas mucosas ou pele, através do sangue, saliva, nariz para nariz contato, fricção, ou mordedura; - Reprodutiva: um subtipo de contato direto que inclui doenças propagadas através do acasalamento ou ao feto durante a gravidez; - Fômite: um objeto inanimado portador de um agente patológico de um animal susceptível a outro; - Veículo animado: um subtipo de transmissão de fômites em que um animal ou humano distribui material orgânico para outro local; - Vetores: um invertebrado adquire um agente da doença de um animal e transmite-o a outro animal; vetor mecânico; vetor biológico - A contaminação ambiental sempre deve ser levada em consideração!! PORTAS DE ENTRADA Susceptível - Novo Hospedeiro - Susceptibilidade x resistência; - Susceptibilidade natural x experimental; - Resistência natural x adquirida; - Refratariedade; - Infecção x infestação; - Relação infecção - doença. ** O conhecimento da cadeia epidemiológica da enfermidade é passo fundamental para que sejam aplicadas as medidas de profilaxia e controle adequados e eficazes. Fases do processo infeccioso - Doença - Período de incubação (definição, duração, importância); - Período pré-patente; - Período de transmissibilidade; - Período prodrômico; - Fase de convalescência. A - PERÍODO DE INCUBAÇÃO - é o período decorrente entre a penetração do agente etiológico e o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos B - PERÍODO PRODRÔMICO - apresenta sinais e sintomas inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico nesse período (exemplo de tosse, febre, mal estar); tem curta duração, geralmente alguns dias, e alta transmissibilidade; praticamente ausência de sinais patognomônicos C - PERÍODO PRÉ-PATENTE - período decorrido entre a invasão (penetração) do agente etiológico no organismo até o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente (formas jovens iniciais como ovos, larvas, oócitos) D - PERÍODO DE LATÊNCIA - período no qual os sintomas de uma doença desaparecem, apesar do hospedeiro estar infectado, e ser capaz de transmitir doença E - PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE - é o intervalo de tempo em que há eliminação do agente etiológico, pelo hospedeiro, para o ambiente ou por meio de um vetor; pode ser detectado por critérios clínicos ou por exames laboratoriais, sendo que o animal ou homen infectado pode ou não tersintomas Infecções localizadas - Respiratórias (Flu, rinovírus, pasteurela); - GI (rota, corona, protozoários, helmintos salmonela, coli); - Derme (papiloma, sarna, micoses); - Conjuntiva (moxarela, adeno); - Genitais (vibriose, tricomonose) Infecções disseminadas ou sistêmicas - Retrovírus em geral (AIEV, CAEV); - BVDV (infecção persistente); - Cinomose (pode ser disseminada); - Dengue, febre amarela; - Malaria; - Babesiose, anaplasmose. Mecanismo de propagação de doenças 1. Quem hospeda e elimina o agente etiológico? fonte de infecção 2. Como o agente etiológico deixa o hospedeiro? via de eliminação 3. Que recurso o agente utiliza para alcançar um novo hospedeiro susceptível? via de transmissão 4. Como o agente etimológico penetra no novo hospedeiro? porta de entrada 5. Quem pode adquirir a doença? hospedeiro susceptível Aula 5 - Indicadores de saúde Indicadores epidemiológicos > Indicadores epidemiológicos ou indicadores de saúde - Representam a expressão numérica de diversos EVENTOS que podem ocorrer numa POPULAÇÃO e dentre eles destacam-se como principais os Coeficientes de Natalidade, Morbidade, Letalidade e Mortalidade. - O termo distribuição pode ser observado em qualquer definição de epidemiologia. Distribuição, neste sentido, é entendida como “o estudo da variabilidade da freqüência das doenças de ocorrência em massa, em função de variáveis ambientais e populacionais ligadas ao tempo e ao espaço. - Dessa forma, um primeiro passo em um estudo epidemiológico é analisar o padrão de ocorrência de doenças segundo três vertentes: pessoas, tempo e espaço, método este também conhecido como “epidemiologia descritiva”e que responde as perguntas: quem? quando? onde? Indicadores epidemiológicos ou indicadores de saúde * Todo indicador está relacionado a um: - Local: município, estado, país, continente; - Espaço de tempo: horas, dias, semanas, mês, ano, década; - Determinada população: espécie, gênero (macho ou fêmea), idade e raça. - Porque utilizar? - analisar a situação atual de saúde; - fazer comparações; - avaliar mudanças ao longo do tempo. Freqüência relativa • Coeficientes (ou taxas) - Expressa o risco, a probabilidade, que um indivíduo do denominador tem que apresentar o atributo ou evento que consta no numerador: número de óbitos por tuberculose na cidade “x” no ano “y" = 0,035 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ número de casos de tuberculose naquela cidade naquele ano • Morbidade - Freqüência de doente, ou infectados, numa população; - Avalia a probabilidade de um indivíduo estar doente, ou infectado, numa dada população; - Incidência (“I" ou coeficiente de incidência); - Avalia a freqüência com que surgem os casos novos numa população I = casos novos de determinada doença na localidade “x" no período “y" ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ população susceptível à doença na mesma localidade e período Exemplo: Incidência Situação 1 semestre de 2006 População 200 bovinos # total de casos: 8 # total de novos casos: 4 população 200 ——— 100% casos novos 4 ——— I 200 x I = 4 x 100% I = 400% ——————————————— 200 = 2% - Prevalência (“P" ou coeficiente de morbidade prevalente) - mede a freqüência de casos de doenças existentes numa população em um determinado momento ou intervalo de tempo restrito, sem distinguir os outros casos novos dos casos antigos número de casos de terminada doença num dado período e local ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ população existente naquele período e local Exemplo: Prevalência Situação 1 semestre de 2006 População 200 bovinos # total de casos: 8 # total de novos casos: 4 população 200 —— 100% total de casos 8 —— P 200 x P = 8 x 100% P = 800% _____________________ 200 = 4% • Letalidade (ou fatalidade) - Expressa o risco de morre, por determinada doença, a que não expostos os indivíduos por ela acometidos e oferece elementos para o prognóstico da doença. número de óbitos por determinada doença na localidade “X"e período “X” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ número de casos da doença na mesma localidade e período Exemplo: Letalidade Situação 1 semestre de 2006 # total de casos: 8 # total de novos casos: 4 # total de óbitos: 4 Doentes 8 ——- 100% Risco 4 ——- L 8 x L = 4 x 100% L = 400% ___________________________ 8 = 50% • Mortalidade -O coeficiente geral de mortalidade reflete o risco que um indivíduo de determinada população morrer por qualquer causa, durante o período considerado; -Expressa de maneira muito genérica a qualidade de vida da população. número de óbitos por todas as causas na localidade “X” e período “X" _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ população da localidade no período Exemplo: Mortalidade Situação 1 semestre de 2006 População 200 bovinos # total de casos: 8 # total de novos casos: 4 # total de óbitos: 4 População 200 ——— 100% Óbitos 4 ——— M M x 200 = 4 x 100% M = 400% ___________________________ 200 = 2% ✓ Natimortalidade: número de nascidos mortos na localidade “X" e período “Y” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ número total de nascimentos ocorridos na localidade e período ✓ Fecundidade número de concepções efetivas na localidade “X" e período "Y" _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ número de fêmeas efetivamente cobertas na localidade e período • Natalidade -O coeficiente geral de natalidade avalia a intensidade do crescimento populacional; -Mede a velocidade relativa com que os nascimentos estão ocorrendo numa população número de nascidos vivos numa localidade de “X" e período “Y” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ população da localidade no período considerado Aula 6 - O uso do PCR e da imunologia em doenças infecciosas e parasitárias (24/09) -Existem testes que melhor se aplicam a uma determinada situação do que outras; - Vantagens (aplicações) x Desvantagens (limitações). Sensibilidade x Especificidade >> Relacionado aos resultados do método: *Qual o objetivo do método? -Confirmar a presença de uma doença em um animal; -Destino do animal: tratamento? eutanásia? -Confirmar a ausência de uma doença em um animal; -Finalidade: introdução de um animal em uma população? acompanhamento após o tratamento? emissão de guia de trânsito animal (GTA). -Qual objetivo do método? -Estimar prevalência, manter az vigilância de uma doença em uma população e fazer analise de fator de risco. Utilizada de testes imunológicos e/ou testes moleculares >> Importante!! 1. O que o método diagnostico pesquisa e qual informação pode nos oferecer; 2. Conhecimento sobre a enfermidade:características do agente, patogenia, sintomas; 3. Eventuais interferências que poderiam ocorrer; 4. Exame clínico, histórico do animal, epidemiologia, presença ou ausência de manifestações clínicas, resultados de outros exames auxiliares; 5. Características dos métodos diagnóstico; 6. Qual o melhor método a ser utilizado para cada enfermidade. Testes imunológicos O que o método diagnostico pesquisa? - Os testes imunológicos ou imunoensaios são técnicas para a detecção e a quantificação de antígenos ou anticorpos; -Antígenos: substância química ou orgânica capaz de produzir anticorpos - agentes infecto-parasitários, drogas, hormônios, citrinas, receptores de células. Objetivos: - Detectar antígenos ou anticorpos a partir de uma reação imunológica. Qual informação pode nos oferecer? - Presença ou ausência do antígeno na amostra; - Presença ou ausência do anticorpo na amostra. Imunocromatografia ELISA Imunofluorescência indireta Hemaglutinação PCR O que o método diagnostico pesquisa? - A técnica da PCR, permite uma amostra especifica de um paciente que contenha ácidos nucleicos DNA ou RNA, de doenças infecciosas e parasitarias, sejam amplificados milhares de vezes em curto espaço de tempo. Objetivo: - Multiplicar trechos específicos de ácidos nucleicos, DNA ou RNA, resultando na presença ou ausência do agente na amostra analisada; Qual informação pode nos oferecer? -Dependendo do tipo de PCR não é necessário que o agente esteja em replicação ativa. Conhecimento sobre a enfermidade: características do agente, patogenia, sintomas: * Conhecimento do agente e patogenia da enfermidade. Eventuais interferências que poderiam ocorrer: * Fatores que poderiam levar a resultados falso negativos ou falso positivo -Pesquisa de anticorpos: - presença de anticorpos maternais? - animal vacinado? - tempo pós infecção x produção de Ac; - resposta individual: humoral x celular -Pesquisa antígenos (agente) - sorologia; -Pesquisa DNA ou RNA molecular: - animal vacinado? - fase da doença x presença do agente nas amostras; - amostra adequada Exame clínico, histórico do animal, epidemiologia, presença ou ausência de manifestações clínicas, resultados de outros exames auxiliares: - O exame SEMPRE deve ser interpretado com as demais informações do paciente como histórico, manifestações clínicas, contactantes, espécies, outros resultados diagnóstico. Erlichiose (pesquisa de anticorpos) - ELISA (dot-blot-ELISA - Biogal); - E = 98% Características do método diagnóstico: -Métodos imunológicos com aumento de sensibilidade baixa especificidade Ou seja: ↑↑↑ Sensibilidade; ↓ falsos negativo. Utilização de testes com maior SENSIBILIDADE: -Utilizado em emergências clínicas para avaliação rápida de doenças potencialmente graves; -Método de triagem; -Populações em que a doença possui alta prevalência. Métodos imunológicos com ↑↑↑ especificidade e ↓ sensibilidade: Sensibilidade x especificidade -Relacionado aos resultados do método: Ou seja ↑↑↑ especificidade; ↓ falsos positivos. Utilização de testes com maior ESPECIFICIDADE: -Utilização como teste confirmatório, quando o animal é positivo o teste de triagem: apenas animais positivos nos dois testes são considerados infectados; -Muito utilizado em programas de erradicação, quando se pratica a eutanásia de animais (necessário ter certeza de resultados positivos); -Em situações de baixa prevalencia. ERLICHIOSE •Doença clínica: -Período de incubação: 8 a 20 dias; -Fase aguda: - 2 a 4 semana p.i; - multiplicação e disseminação do parasita / sintomas inespecíficos -Fase portador assintomático: - persistência da bactéria e altos níveis de anticorpos; - todos os parâmetros tendem a normalidade -Fase crônica: - sintomas exacerbados; - hipoplasia de medula. •Amostra -Persistência de Ac por até 34 meses após a cura; -Pesquisa de anticorpos + contagem de plaquetas + PCR •Pesquisa de anticorpos -Imunofluorescencia indireta (gold standard); -IgG > 1:40 -ELISA (dot-blot-ELISA - Biogal) - E = 98% -Snap IDEXX E = 100% •Diagnostico molecular (PCR) -Amostra - Sensível e precoce (4 dias p.i); -Falso positivo: padronização inadequada; contaminação presente; amplificação não específica; -Falso negativo: amostra - fígado > medula óssea > sangue total. > Hemoparasitose - diagnostico molecular -Amostra: - Painéis que combinam agentes etimológicos de acordo com as alterações clínicas e epidemiológica da região; - Ex: Rangelia vitalli, Babesia canis LEISHMANIA • Sorodiagnóstico - Amostra: - Triagem: pesquisa AC; - Falso negativo: resposta individual, fase da doença; - Falso positivo: reação cruzada (erliquiose, tripanossomose); - Confirmatório: PCR, imunocitoquímica, imunoistoquímica; - RIFI (S = de 83% a 100% e E = +- 80%); - ELISA - Antígeno rK39 (S = 97,1% e E = 90 a 98,8%); - Em cães assintomáticos - Imunocromatografia: - rK39 (S = 72 a 94% e E = 61 a 96%) - O MS - 01/2011 -DPP (Bio-Manguinhos) como teste de triagem e o ELISA como teste confimatório - Cães sintomáticos (98%); - Cães assintomáticos (47%) * Utilizar kits registrados no ministério - Imunocromatográficos; - ELISA; - Imunofluorescência. • PCR - Amostra: - PCR: ↑↑↑ aspirado de medula óssea, linfonodo; ↓ sangue CINOMOSE - Amostra: - IgG - Ac séricos; - Falso negativo: os resultados são variáveis e dependem do estágio da doença (fase aguda: títulos baixos ou não detectáveis); - Falso positivo: animais vacinados. - Pesquisa de antígeno: muitos cães irão eliminar o vírus por semanas após a recuperação e alguns podem eliminar por até 4 meses. - RT-PCR (reverse transcription polymerase chain reaction): pode detectar o material genético viral dependendo da localização do vírus) - Valor diagnóstico: falso positivos são possíveis dente de 1 a 4 semanas após a vacinação; - A quantificação relativa permite diferenciar cães vacinados de infecção natural, com exceções (ex: inicio de infecção). PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) - Pesquisa de anticorpos; - Amostra: - Immunocomb FCoC Antibody; - (S = 95% e E = 83%) - Somente o vírus mutado se replica em macrófagos e causa doença; - O complexo imuno vírus + anticorpos + complemento = vasculite; - Comum a infecção de gatos com 6 a 8 semanas; - Histopatológico e imunohistoquímica; - Localizado em macrófagos, neutrófilos, linfócito e plasmócito. IMUNODEFICIÊNCIA VIRAL FELINA (FIV) - Transmissão: mordidas (brigas); em raras ocasiões na hora do nascimento e durante a amamentação; - ELISA: pesquisa de Ac - falso positivo: com menos de 5 meses de idade (Ac colostrais) - detestar a cada 60 dias até completar 6 meses); - falso negativo - infecção recente: os gatos devem ser testados 1-3 meses após a sua ultima exposição conhecida. - PCR positivo: infecção provável; - PCR negativo: não exclui infecção. LEUCEMIA INFECCIOSA FELINA (FELV) - Transmissão: saliva, diretamente ou através de objetos contaminados; urina ou fezes (raro; transplacentária. - ELISA Ag - se o sangue total foi utilizado para o teste inicial, deve ser repetida em soro (entre 30 dias) e /ou realização da prova de RIFI quando positivos; - ELISA > sensível a RIFI. - Falso negativo: fase inicial da infecção; - Os gatos devem ser testados 1-3 meses após a sua ultima exposição conhecida. - Em casos negativos: tumor imunohistoquímica; - PCR negativo: infecção improvável (maior sensibilidade). AIE - Sorologia: - IDGA: falso negativo durante as 2 a 3 semanas p.i; - ELISA: ↑ sensível e ↑ falsos positivos; - Confirmar com IDGA, PCR; - Biologia molecular: - RT-PCT: teste confirmatorio; - Animais de até 6 a 8 meses de idade (diferenciação de anticorpos colostrais) BRUCELOSE BOVINA I) Teste antígeno; II) Os animais que reagirem ao teste de triagem poderão ser submetidos a um teste confirmatório, o 2-Mercaptoetanol, que é mais específico, e é executado por laboratórios credenciadosou por laboratórios oficiais credenciados; TUBERCULOSE BOVINA - Diagnostico alérgico-cutâneo - O diagnostico alérgico-cutâneo com tuberculina é o instrumento básico para programas de controle e erradicação da tuberculose bovina em todo o mundo; - Pode revelar infecções incipientes a partir de 3 a 8 semanas da exposição ao Mycobacterium, alcançando boa sensibilidade e especificidade. PARVOVIROSE • Parvovirose canina 1) Replicação: tecidos linfóides da faringe, placas de Peyer, linfonodos mesentéricos; 2) Viremia: tecido em multiplicação ativa e contínua; • Parvovírus - Órgãos infectados: - Medula óssea imunossupressão (leucopenia e trombocitopenia); - Timo e baço; - Intestino - A destruição dos tecidos linfóides da mucosa intestinal e a dos linfonodos mesentéricbs contribuem para a imunossupressão. - Diagnostico: - Laboratorial: imunodiagnóstico - pesquisa de Ag ou Ac (kits para pervivirás canino comercialmente disponíveis podem ser usados para detecção de Ag do vírus da panleucopenia felina). Aula 7 - Vacinas e vacinação (01/10) - A vacinação consiste na administração de um antígeno ao animal, de maneira que responda eficazmente frente a este e desenvolva uma memória imunitária específica. A exposição posterior ao mesmo Ag ocasionará uma segunda resposta mais rápida de maior intensidade e duração. Imunidade Passiva - Imunidade pode ser adquirida sem que o sistema imune seja estimulado por um antígeno. Isso é feito pela transferência de soro ou gamaglobulinas (Ac) de um doador imune para um indivíduo não imune (receptor). - Imunidade passiva natural: é transferida da mãe para o feto através da transferência placentária de IgG ou transferência pelo colostro de IgA. - Imunidade passiva artificial: é frequentemente transferida artificialmente pela injeção com gamaglobuliunas (Ac) de outros indivíduos ou gamaglobulinas (Ac) de um animal imunizado. A transferência passiva de Ac é praticada em numerosas situações agudas ou infecções (tétano) ou envenenamento (insetos, répteis, botulismo). Enquanto esta forma de imunização tem vantagem de prover proteção imediata, gamaglobulina heterológicas são eficientes durante apenas por uma curta duração. Imunidade Ativa - Esta se refere à imunidade produzida pelo corpo após exposição a antígenos. Produção de memória imunológica. - Imunidade ativa natural: exposição a diferentes patógenos resulta em uma resposta imune protetiva contra esses patógenos. Ex. infecção natural a vírus, bactérias, entre outros. - Imunidade ativa artificial: imunização pode ser conseguida ao administrar patógenos vivos ou mortos ou seus componentes. Vacinas usadas para imunização ativa consistem em organismos vivos (atenuados), organismos completos mortos, componentes microbianos ou toxinas secretadas (que tenha sido detoxificadas). Ex. vacinação. O que faz uma vacina? - Estimula resposta imunológicas protetoras do hospedeiro para combater o patógeno invasor; Que conhecimento é necessário para produzir uma vacina? 1. entender o ciclo de vida do patógeno - encontrar o melhor estágio para servir de alvo 2. entender os mecanismos imunológicos estimulados pelos patógenos - resposta imune celular/humoral. Tipos de imunização - Tornar imune; - Imunização passiva (RECEBER anticorpos - ex: soro antiofídico, leite materno); - Imunização ativa (GERAR anticorpos - ex: doença infecciosa, vacinas). Resposta imune - Vacina Mecanismo de ação - Coloco um antígeno, que entra em contato com o indivíduos e os macrófagos f o r m a m p l a s m o c i t o s , destruindo o patógeno!! Sistema vacinal Defina, descreva a técnica para confecção (abreviada) e cite vantagens e desvantagens, das seguintes tecnologias vacinais: 1. vacina morta ou inativada; 2. vacina atenuada; 3. vacina de subunidade; 4. vacina de DNA; 5. vacina comestível; 6. outras tecnologias Vacinas mortas ou inativadas - São formadas pelos microorganismos completo, mas inativos por algum método físico ou químico, sem que alterem suas propriedades imunológicas. Também são consideradas vacinas mortas as produzidas a partir de endotoxinas bacterianas inativadas, denominadas de TOXOIDES (ex. toxoide tetânico). Vacinas atenuadas - São constituídas por agentes infecciosos vivos não virulentos. A atenuação é geralmente de forma natural (como a adaptação de um hospedeiro diferente), por métodos de laboratório clássicos (ex: mediante passagens ou subjuntivos, adaptação a outra temperatura), ou mediante manipulação genética. Estas vacinas podem proporcional um bom nível de proteção, mas são menos seguras que as inativadas (possível reversão à virulência). Organismo atenuado - Febre amarela, Polio (Sabin), reubéola, sarampo, caxumba, catapora, tuberculose; - Rubeola: células embrionarias de pato; - Sabin: células de macaco Vacinas genéticas - Baseiam-se na utilização de técnicas de engenharia genética para clonar, em diferentes vetores os genes codificam proteínas imunogênicas de um agente infeccioso, ou para eliminar os genes que codificam proteínas relacionadas com a virulência de um patógeno. Vacina genética ou de DNA - Vantagens: imunogenicidade, segurança, facilidade de manipulação, baixo custo, fácil escalonamento, termoestáveis; - Desvantagens: baixa expressão, o DNA pode se incorporar ao DNA genômico do hospedeiro ou ao genoma de células da linhagem germinativa, aparecimento de anticorpos anti-DNA. Acelulares Subunidade - As vacinas de organismos inativados, as vacinas sintéticas e de subunidade atuam como antígenos exógenos induzindo uma resposta do tipo humoral (produção de Ac e geração de linfócitos B de memória). Neste caso pode-se incorporar diferentes tipos de adjuvantes, que melhoram a resposta imunitária. Exemplos de vacinas comestíveis em estudo: -Ba ta ta t ransgên ica que p roduz subunidade B da toxina colera (CTB); -Batata transgênica para o antígeno de superficie da hepatite B (HbsAg); -Proteína de fusão do vírus sincicial respiratório (RSV-F) foi expressa em tomates transgênicos; -Alface transgênica que expressa HbsAg; -Batata transgênica contendo vacina c o m e s t í v e l c o n t r a a E . c o l i enterotoxigênica; -Expressão do vírus da raiva em folhas de espinafre. O que são adjuvantes? Quando devem ser empregados? Quais os tipos e as diferenças entre eles? Adjuvantes - Definição: qualquer substancia que quando adicionada a uma formula vacina, aumenta sua imunogenicidade. - Tipos de adjuvantes: - imunoestimulatórios; - particulados (sais minerais, partículas lipidicas, micropartículas); - mucosa Vetores recombinantes - Nas vacinas atenuadas os microorganismos vivos se replica, no hospedeiro. As vacinas de vetor recombinantes e as vacinas de DNA não são replicadas no animal, mas dão lugar à síntese das proteínas antigenicas. Em todos estes casos a síntese destes agentes endógenos estimula uma resposta celular (TH1) e a geração de linfócito de memória. - Composição: gene de interesse inserido em vírus (adenovírus, febre amarela); - Vantagens: imunogenicidade; - Desvantagens: instabilidade de reparação (sensível a temperatura), mutação, reversão da virulência, não deve ser dada a indivíduos imunocomprometidos. Novas tecnologias para o desenvolvimento de vacinas - A vacina ideal: única dose, 100% eficaz, 100% segura, proteção de longo prazo, baixo custo; - A realidade: múltiplas doses, efetividade variável, segurança variável, geralmente proteção a curto prazo ]. A administração das vacinas - A administração das vacinas em cães e gatos pode ser por via subcutânea ou intramuscular. Algumas vacinas vivas são aplicadas também por via intranasal, como no caso da vacina conta a “tosse dos canis” ou a vacina termosensível contra a PIF. Em geral as vacinas inativadas, sintéticas e de subunidade, podem necessitar de várias doses para proporcionar uma boa proteção. • Intramuscular • Subcutânea • Intradérmica • Intravenosa• Oral • Transdérmica Efeitos ou reações secundárias - As vacinas comerciais são seguras e raramente provocam efeitos ou reações secundárias como consequência de sua aplicação. Algumas vezes podem ser observados efeitos secundários leves no ponto de inoculação, como dor, alopecia localizada, formação de abcessos ou, mais raramente, sarcomas (em felinos). Reações adversas - Em algumas ocasiões após a aplicação de uma vacina aparecem reações adversas sistêmicas, como febre ou mal-estar. Menos frequentemente podem aparecer outros problemas mais sérios como abortamento, reações de hipersensibilidade, doenças auto-imunes ou imunossupressão. Falhas vacinais - As vacinas não conferem uma proteção imediatas após sua aplicação, já que é necessário que se ative o sistema imune e se desenvolva a memória. A efetividade e duração da memória imunitária depende de diversos fatores relacionados com a vacina, sua administração e as condições do animal vacinado. As vezes ocorrem falhas vacinais (o animal não fica protegido) por distintos motivos relacionados com esses fatores. A janela de susceptibilidade - A janela de susceptibilidade é o período de tempo em que o nível de imunoglobulinas maternais adquiridas por meio do colostro é demasiado baixo para proporcionar proteção frente a patógenos, mas demasiado alto para que se desenvolva uma resposta eficaz à vacinação. Sua duração varia entre indivíduos, inclusive da mesma ninhada e depende da quantidade de Ig no colostro, assim como da quantidade de colostro ingerido e absorvido pelo neonato. Porque é tão limitado o sucesso para o desenvolvimento de vacinas contra parasitas? - Parasitas evitam, confundem e escapam do sistema imune do hospedeiro; - Ciclos de vida complexos e dificuldade de identificar bons antígenos alvo; - Dificuldade de se identifica correlatos de proteção; - Dez alvos patogênicos; - Somente 2 induzem anticorpos protetores; - Quatro estágios evolutivos; - Muitos alvos potenciais em cada estágio; - Mai de 500 alvos antigênicos potenciais; - Grande adaptação imune; Recomendações para a vacinação de indivíduos - Os programas devem ser delineados em função de diversos fatores do animal e seu entorno. De especial são: - idade e raça; - estado imunitário e fisiológico; - hábitos, atividade, convivencia e atitude; - área geográfica; - os calendários de vacinação devem ser flexíveis e prescrito por veterinário. Objetivos do programa de vacinação - Os objetivos principais do programa de vacinação devem digerir-se a: - diminuir ao mínimo o risco de exposição, a transmissão de agente patogênicos e a gravidade e incidência de doenças; - conseguir um estado sanitário ótimo dos animais. Recomendações para vacinação de cães e gatos - A vacinação é uma ferramenta a mais nos programas sanitários aplicareis tanto em indivíduos quanto em coletividade; - Em gatos a combinação desta medida com outras a reduzir o estresse no manejo é especialmente importante nos gatos. Estes fatores condicionarão: - Frente a que doenças se desejar prevenir. Em função de sua categoria patogênica e incidência na área geográfica onde vive o animal; - A eleição do tipo de vacina (inativada, subunidade ou atenuada). Segundo se adeque às características do indivíduo a proteger; - O número de doses e o intervalo da administração. Em função do tipo de vacina, da idade e dos estados fisiológicos e sanitário do indivíduo; - O emprego de vacina monovalentes ou polivalentes. Em função da idade e estados fisiológicos e sanitários do indivíduo ; - O emprego do produto com a cepa mais adequada ao lugar onde reside o anima, já que existem diferenças importantes entre as cepas que circulam nas diferentes áreas geográficas; - A eleição do produto comercial específico, uma vez analisadas as diferenças entre vacinas equivalentes, associadas ao título ou concentração do microorganismo ou ao tipo de adjuvante. Características de uma vacina ideal - Vacinas contém antígenos que são alvos do sistema imunológico; - A vacinação deveria geral uma imunidade efetiva (anticorpos e células T); - Vacinas devem produzir imunidade protetora; - Bom nível de proteção sem a necessidade de uma dose de reforço; - Segura: uma vacina não pode causar doença ou morte; - Considerações práticas: baixo custo por dose. Fácil de administrar. Estável biologicamente. Pouco ou nenhum efeito colateral. VACINAÇÃO - Vacinação é um procedimento médico, e o clínico tem por obrigação avaliar o estado de saúde do paciente, sua idade, o meio ambiente em que vive e o risco de exposição e desenvolvimento da infecção, antes de determinar o protocolo a ser instituído; • Objetivo da vacinação: - Vacinar o maior número possível de animais na população de risco; - Não vacinar nenhum indivíduo mais do que o necessário; - Vacinar apenas contra agentes infecciosos a que o individuo realmente tem; - Risco de se expor com subsequente desenvolvimento da doença. Imunidade de rebanho - Vacinação é importante não só para proteger o indivíduo mas para reduzir o número de animais susceptíveis na população e, dessa forma a prevalência da doença; - Imunidade de rebanho depende da % de animais vacinados e não do número das vacinações que cada animal recebe; - Reduzir “carga de vacinas” nos animais para minimizar o potencial de reações adversas e reduzir o ônus financeiro dos donos. CHECK-UP VACINAÇÃO - Verificar estado nutricional/dieta; - Controle de ecto/ endoparasitas; - Avaliação hematológica e bioquímica; - Fundação renal de idosos; - Monitoramento de doenças crônicas; - Avaliação dentária; - Vacinação esse ano? Verificar necessidades. - Mudança de mentalidade do veterinário. Vacinação é segura? - Nenhuma vacina produz imunidade na totalidade dos animais vacinados; - Qualquer vacina pode causar uma reação adversa; - Sabemos muito pouco sobre reações pós-vacinação; - falta de notificação; - dificuldade de identificar eventos que ocorrem após dias ou semanas. Aula 7 - Doenças Respiratórias (08/10) Canine Respiratory Infections in Animal Shelters - Infecções respiratórias contagiosas são a causa mais comum de doença em cães em abrigos; - Essas infecções representam uma drenagem significativa e frequente dos recursos do abrigo, incluindo custos de tratamento; - Manter cães para tratamento e recuperação aumenta o número de dias de cuidado com os animais até a adoção; - O que, por sua vez, afeta a capacidade de espera do abrigo e contribui para o potencial de aglomeração; - Muitos abrigos não possuem áreas de isolamento adequadas para abrigar cães com infecções respiratórias contagiosas; - Por isso são frequentemente mantidos na população em geral, garantindo a transmissão e a perpetuação do patógeno, para que ele se torne um problema “endêmico” aceito; - Em outras palavras, as infecções respiratórias são geralmente aceitas como um "fato da vida" nos abrigos. Agentes - Parainfluenza virus (CPiV) - Adenovirus type 2 (CAV2) - Distemper virus (CDV) - Herpes virus (CHV) - Influenza virus H3N8 (H3N8 CIV) - Influenza virus H3N2 (H3N2 CIV) - Respiratory coronavirus (CRCoV) - Pneumovirus (CnPnV) - Bordetella bronchiseptica bacteria (Bordetella) - Streptococcus zooepidemicus bacteria (Strep zoo) - Mycoplasma cynos bacteria (Mycoplasma) > Infecção por: - Parainfluenza caninos - Adenovirus caninos - Bordetella bronchiseptica - Mycoplasma Etiologia • Virus Parainfluenza caninos Pertence à família Paramyxoviridae (vírus RNA com envoltório), gênero Paramyxovirus. • Adenovirus canino tipo 2 Da família Adenoviridae (vírus DNA sem envoltório), gênero Mastadenovirus. • Bordetella bronchiseptica É um cocobacilo, gram negativo, móvel por flagelos, possui fimbrias e produz toxinas. É um parasita obrigatório de trato respiratório superior de cães, gatos, coelho, cervos e roedores, e é capaz de produzir doenças respiratórias nos mesmos. • Mycoplasma São bactérias de pequeno tamanho, sem parede celularpertencentes à Classe Mollicutes. - Bordetella, CAV2 e CPiV causam infecções transitórias na maioria dos cães; - No entanto, Bordetella pode causar pneumonia grave com risco de vida em filhotes, se não for reconhecida e tratada com antibióticos apropriados; - De fato, Bordetella estabelece infecção crônica em cães não tratados, resultando em recaídas intermitentes e via de eliminação de bactérias por até 3 meses. - Na doenças respiratórias canina, também conhecida por traqueobronquites infecciosa canina ou “tosse dos canis”, podem intervir outros vírus respiratórios, como o da Cinomose, Herpesvírus tipo 1, vírus Influenza e cepas respiratórias de Coronavírus caninos. - Além destes, diversas bactérias podem atuar como agentes secundários. Epidemiologia Excreção: os agentes produtores desta doença estão presentes na secreções respiratórias dos animais infectados Transmissão: Via aerógenas. Apresentação: A doença respiratórias canina apresentam-se de forma brusca e estende- se rapidamente entre cães alojados em aglomerações, podendo chegar a afetar a todos os animais do grupo. - A doença é mais grave em animais jovens e com maior numero de agentes implicados; Principais Fatores de risco nas coletividades. - Temperaturas extremas e ventilação reduzida; - Elevada densidade animal; - Carga microbiológica ambiental alta; - Deficiência nas medidas de higiene e desinfecção; - O aparecimento da doenças pode ser sazonal, coincidindo com temperaturas baixas e grandes variações de temperaturas, ou também pode coincidir com um histórico recente de vacinação, principalmente em animais jovens. Fatores que influenciam a epidemiologia da doença - Fatores hospedeiros - Fatores patógenos - Filhote x adulto - Virulência - Aglomeração - Período de incubação - Combinação aleatória - Estresse - Infecção subclínica - Ventilação - Estado portador (infecção persistente) - Umidade - Proteção incompleta pelas vacinas - Equipe não treinada - Estratégias de vacinação inadequada - Em geral os filhotes são mais suscetíveis a infecções do que os cães adultos Características clínicas e epidemiológicas - Todos os patógenos respiratórios virais e bacterianos caninos conhecidos causam sinais clínicos semelhantes: início agudo de tosse, espirros, secreção nasal e ocular ("tosse do canil"); - Todos os patógenos também têm a propensão de colonizar o trato respiratório inferior para causar pneumonia; - A maioria dos patógenos respiratórios tem baixas taxas de mortalidade e a maioria dos cães se recupera em 1-2 semanas sem complicações. Patogenia - Os vírus Parainfluenza caninos geralmente colonizam somente trato respiratórios superiores de forma transitória e autolimitante; - O Adenovírus canino tipo 2 replica-se geralmente das vias respiratórias superiores até o epitélio bronquiolar e é capaz de originar pneumonia; - O Mycoplasma desencadeiam um processo inflamatório das vias respiratórias e, em algumas ocasiões, são capazes de causar pneumonia; - Os vírus só podem ser isolados nos primeiros dias ou semanas pós-infecção, enquanto que a excreção da B. bronchiseptica e Mycoplama pode durar até 3 meses; - Bordetella bronchiseptica adere-se, por meios de suas fimbrias, aos cílios da traqueia e brônquios e se multiplica rapidamente, aumentando seu número nas duas primeiras semanas pós-infecção para logo depois diminuir. Mecanismos de patogenicidade: - Produção de toxinas (dermonecrótica e traqueal); - Inibição da fagocitose; - Paralização do movimento ciliar: favorece a colonização de outras bactérias, que não tem a capacidade de aderir-se aos cílios da traqueia e dos brônquios dos cães. - Os vírus só podem ser isolados nos primeiros dias ou semanas pós-infecção, enquanto que a excreção da B. bronchiseptica e Mycoplama pode durar até 3 meses. Sinais clínicos e lesões - A doença cursa com o aparecimento brusco de corrimento nasal, tosse paroxística e febre, podendo cursar de forma leve ou grave; • Forma leve: - Caracteriza-se por tosse rouca e seca, além de emissão de sons laríngeos característicos, conhecidos como “tosse de cachorro”; - Em algumas ocasiões a tosse pode induzir vômito por esforço; - Os sinais clínicos geralmente não se prolongam por mais de duas ou três semanas. • Forma grave: - Apresenta-se em animais muitos jovens ou com má nutrição; - Os sinais clínicos são tosse dolorosa e seca ou mucoide e progressiva, acompanhada de descargas nasais, oculares e broncopneumonia; - A destruição do epitélio respiratório ciliado favorece o aparecimento de infecções bacterianas secundarias. Neste caso pode cursar com mortalidade em uma pequena porcentagem de cães, devido a uma desidratação grave e de sinais clínicos multissistêmicos. Diagnóstico • Diagnóstico clínico: - Apesar do fato de que outros processos de diversas etiologias podem cursar com sinais clínicos respiratórios, a apresentação brusca, a rápida difusão, a alta morbidade e o contexto epidemiológico nos permita suspeita da doença respiratória canina; - A possível participação de múltiplos agentes dificulta o diagnostico etiológico. • Diagnóstico laboratorial: - Para identificar os diversos agentes virais associados a esta doença pode-se utilizar diversas técnicas; - PCR e qPCR; - Sorologia; - Imunocromatografia IC; - Imunofluorescência Indireta IF; - ELISA Tratamento - Em caso leves: melhorar as condições higiênicas-sanitárias e de meio ambiente no entorno dos animais, proporcionando um local seco, limpo e tranquilo; - Antitussígenos, se os acesso de tosse persistirem; - Monolíticos e expectorantes se a tosse persiste e for produtiva, para evitar acumulo de exsudato nas vias respiratórias inferiores; - Broncodilatadores e anti-inflamatório, para melhorar os sinais respiratórios; - Antibióticos para tratar as infecções por B.brochiseptica; - Vacinas…. Gestão de doenças - A remoção imediata de cães clinicamente afetados é a estratégia mais eficaz para controlar a disseminação de infecções respiratórias; - Isso reduz a dose infecciosa no ambiente e a ameaça de transbordamento da infecção para cães mais suscetíveis; - Esses animais devem ser alojados em uma sala de isolamento fisicamente fechada, pendente de testes de diagnóstico; - Se os abrigos tiverem espaço e equipe suficientes, os cães doentes poderão ser mantidos em isolamento… - Quarentena… Aula 8 - CDV-CPV (08/10) CINOMOSE - A Cinomose canina é uma doença infectocontagiosa que afeta cães, principalmente os filhotes, causada por um vírus da família Paramyxovirus, do gênero Morbilivírus. Agente - Família Paramyxoviridae; - Gênero: Morbillivirus; - Filamento único de RNA envolto em um nucleocapsídio de simetria helicoidal e circundado por envelope de lipoproteína derivada da membrana celular > Diferenças entre cepas circulantes 1. Genética e antigênica; 2. Patogenicidade; 3. Infecção de diferentes tecidos e células 1. Epiteliais; 2. Mesenquimais;; 3. Neuroendócrinas;; 4. Hematopoiéticos. Resistência - Suscetível à luz ultravioleta; - Sensível ao calor e ao ressecamento; - Em climas quentes não persiste em canis após a retirada dos cães infectados; - Viabilidade maior em temperaturas frias; > Por ser um vírus com envelope é susceptível: - Solução diluída de formol (menos de 0,5%); - Fenol (a 0,75%); - Desinfetantes à base de amônio quaternário (a 0,3%). > Carnívoros terrestres susceptíveis à cinomose Epidemiologia - A apresentação clínica depende: - idade - virulência - tropismo - cepa infectante - Ocorrência de 50% das infecções inaparentes. - Cadelas prenhes infectadas estão aptas a transmitir o vírus por via transplacentária, gerando abortos, fetos natimortos ou o nascimento de filhotes fracos e imunossuprimidos. Manifestações clínicas - - Febre; - Anorexia; - Depressão; - Leucopenia; - Quadro respiratório que pode se complicar; - Sinais digestorios e catarrais e coloração das fezes •Sinais cutâneos: - Impetigo; - Hiperqueratose nasal e em coxins; - Infecções neonatais (perda de esmalte dentário) > Neurológico - Meninges: rigidez nucal e hiperestsia - Cerebelo e lóbulo temporal: diminuição sensorial, mioclonia e convulsão - Medula espinhal: paresia mioclonia, propriocepção anormal Diagnóstico – pesquisa de antígeno - Pesquisa de antígeno; - Vias de eliminação: sangue, urina, fezes,secreções nasais, secreção conjuntiva; - Muitos cães irão eliminar o vírus por semanas após a recuperação e alguns podem eliminar por até 4 meses; - Imunocromatografia: - sangue - (S = 89,7% e E = 94,6%) - nasal - (S = 85.7% e E = 100%) - RT-PCR (reverse transcription polymerase chain reaction) - pode detectar o material genético viral dependendo da localização do vírus; - falsos positivos são possíveis dentro de 1 a 4 semanas após a vacinação. Tratamento - Antibiótico (infecções bacterianas secundárias); - Fluidoterapia; - Complexo vitamínico B (adequada regulação e metabolismo de neurotransmissores); - Vitamina A (proteção e regeneração de epitélios); - Antiinflamatórios e anticonvulsivantes; - Soro hiperimune; - Ribavirina (inibidor da replicação de RNA) – 30mg/kg VO – 15 dias Profilaxia - Vacinas com antígeno não vivo - As vacinas com vírus total da cinomose inativado não proporciona imunidade suficiente para evitar a infecção após desafio por exposição; - Vacinas com vírus vivo modificado - A vacinação com vacinas contendo VVM proporciona forte proteção contra a infecção pelo vírus da cinomose. - Monitoramento e duração da imunidade do anticorpo sérico. PARVOVIROSE Parvo (pqnos) vírus - Vírus DNA de fita simples; - Não envelopado; - Simetria icosaédrica; - Replica-se no núcleo, formando corpúsculos de inclusão intranucleares; - Excretados em grandes quantidades nas fezes (106 a 109 partículas/g de fezes); - Requer células de rápida divisão celular para replicar-se; - Muitos tem atividade aglutinante; - Portanto, estes vírus têm preferência por tecidos com intensa proliferação celular, ou seja, sistema linfático, medula óssea, intestino e tecidos fetais Parvovirose canina 1. Replicação: tecidos linfóides da faringe, placas de peyer, linfonodos mesentéricos; 2. Viremia: tecidos em multiplicação ativa e contínua > Órgãos afetados: - Medula Óssea Imunossupressão (leucopênia e trombocitopênia); - Timo e baço; - Intestino; - A destruição dos tecidos linfoides da mucosa intestinal e a dos linfonodos mesentéricos contribuem para a imunossupressão; - Proliferação de bactérias Gram negativas, com invasão secundaria dos tecidos intestinais lesados; - Pode ocorrer endotoxemia conduzindo ao choque endotóxico; - Maior susceptibilidade de algumas raças: Rottweiler, Husky e Doberman Resistência - Estáveis no ambiente - Resistentes ao aquecimento, a solventes, a desinfetantes e a variações de pH (3 a 9); - Podem resistir por seis meses em condições normais de temperatura e umidade, em ambientes frios este período sobe para mais de um ano; - Sensível à formalina 1%, hipoclorito de sódio 5,25% diluído em água em 1:30 Diagnóstico • Laboratorial: - PCR; - Hemograma para detecção de leucopenia; - Exame histopatológico de porções afectadas de intestino e de miocárdio; - Imunodiagnóstico: pesquisa de Ag ou Ac. Controle – avaliação de risco RISCO MUITO BAIXO - Cães adultos vacinados BAIXO RISCO - Cães adultos e filhotes acima de 5 meses de idade, vacinados pelo menos 7 dias antes da exposição; RISCO MODERADO - Filhotes, menores de 5 meses de idade, vacinados ALTO RISCO - Cães adultos e filhotes não vacinados, ou vacinados a menos de 7 dias RISCO ALTÍSSIMO - Ninhadas de animais afetados Transmissão e eliminação de vírus Vacinação de cães Aula 9 - Controle de carrapatos em equinos (15/10) Amblyomma sculptum Amblyomma cajennense Hospedeiro primário * Larva-Ninfa-Adulto - Capivara; - Equinos Hospedeiro secundário * Larva-Ninfa-Adulto - Bovinos; - Cães; - Aves; - Roedores; - Gambás; - Humanos… Controle - Pulverização Tratamento - Primeiro ano: banho a cada 7 dias (abril / outubro) - Segundo ano: banho a cada 7 dias (maio / agosto) - Terceiro ano: banho a cada 7 dias (abril / julho) Amblyomma cajennense >> principal carrapato que infesta os humanos no Brasil. Dermacentor nitens – ciclo evolutivo Controle - Banhos a cada 24 dias; - 4 meses / ano >> primavera / verão Rhipicephalus (Boophilus) microplus • Ciclo biológico - Fase de vida livre (na pastagem): 30 a 90 dias; - Fase parasitária (no animal): 14 a 21 dias; - Tempo total do ciclo: 120 dias em média; - Cada fêmea suga 2 a 3 mL de sangue; - 100 fêmeas podem sugar até 250mL de sangue; - 100 fêmeas podem causar perda de 20kg pv/ano Prejuízos - Irritação intensa dos animais e estresse; - Diminuição da produção de leite e/ou carne; - Transmissão de doenças; - Danos ao couro; - Favorece o surgimento de bicheiras Vetor - Tristeza parasitária bovina / piroplasmos; - Babesia bovis; - Babesia bigemina Ovipostura >> Intervalo entre aplicações e o número de banhos depende do período residual do produto!! Tratamentos racionais • Controle estratégico de carrapatos - Objetivo: - Tratamento do animal com base no ciclo do parasita visando diminuição da contaminação ambiental; - Manutenção de níveis de infestações aceitáveis Formas de aplicação - Injetável: Doramectinas, Ivermectina, Abamectina; - Pour on: Abamectina, Eprimectina, Piretróide, Fluazuron, Fipronil; - Pulverização: Piretróide, Organofosforado, Amitraz. Pontos fundamentais: - Infraestrutura mínima na propriedade; - Calda - 5 litros por animal (mínimo); - Aplicação de baixo para cima; - Ajuste do aspersor; - Escolha do produto (biocarrapaticidograma) A Mosca-dos-Chifres 1) A infestação por Haematobia irritans traz prejuízos sobre a produção e o desempenho do gado, cite estes prejuízos: R: H. irritans traz prejuízos sobre a produção e o desempenho do gado, pois nos casos de altas infestações o animal diminui seu tempo de pastejo tentando se livrar das picadas das moscas, não se alimentando em quantidade suficiente, tendo como consequência a diminuição do ganho de peso, da produção de leite, do apetite e da conversão alimentar, além de diminuir a eficiência reprodutiva em touros. 2) Descreva o ciclo biológico da Haematobia irritans: Uma fêmea de H. irritans é capaz de produzir de 370 até 400 ovos durante sua vida. Quando o bovino defeca, as fêmeas voam rapidamente e depositam seus ovos, na borda da massa fecal. As fêmeas colocam os ovos em até 15 minutos após o animal ter defecado. Passado este período, as fezes perdem atratividade para a mosca-dos- chifres. Quando ocorre a oviposição, os primeiros ovos têm coloração branca ou amarelada e em seguida, são colocados ovos de coloração marrom-avermelhada, considerados maduros para a incubação. Os ovos de coloração marromavermelhada medem de 1,3 a 1,5 mm de comprimento, e na maioria das vezes são depositados em grupos de quatro a seis ovos sobre as bordas das massas fecais. Após a eclosão, as larvas penetram na massa fecal, onde se desenvolvem por quatro a oito dias, quando migram para áreas mais secas, ocorrendo formação do pupário. No interior das pupas há o desenvolvimento por seis a oito dias, advindo a emergência dos adultos que irão voar até os animais para reiniciar o ciclo. O ciclo biológico de H. irritans tende a ser rápido quando em condições propícias de temperatura e umidade. O clima tropical, com temperatura e umidade elevadas, facilita a realização do ciclo desta espécie. As populações atingem seu pico no início do verão, depois diminuem conforme o tempo vai se tornando quente e seco. Quando em época de menor fotoperíodo, os ínstares larvais têm um desenvolvimento mais lento, podendo permanecer com seu metabolismo quase estacionário por um longo período, fenômeno conhecido como diapausa. Geralmente, as moscas-dos-chifres diapausam como pupasdurante o inverno em áreas subtropicais e temperadas. 3) Sobre o controle da Haematobia irritans que fatores devemos levar em conta, quais métodos são utilizados para o controle do parasita e qual seria melhor estratégia para seu controle? O controle biológico se dá através de besouros predadores, os coleópteros, como também por vespas parasitas, interferindo o desenvolvimento dos estágios imaturos da moscados-chifres no esterco dos bovinos. Organofosforados, inibidores de crescimento de inseto, piretroides e lactonas macrocíclicas são classes compostas por princípios ativos utilizados no controle químico da mosca-doschifres. Segundo alguns pesquisadores, para fazer um controle estratégico, o tratamento deve ser realizado após o início e no final do período das chuvas. Este manejo pode ser realizado junto aos períodos de vacinação contra febre aftosa, pois coincide com a época de maiores infestações pelas moscas-dos-chifres. Quando se tem altos níveis de infestação, faz-se necessário o uso do controle tático para que haja ação imediata sobre as moscas, sendo realizado entre os tratamentos estratégicos de novembro e maio. 4) Descreva por que, o uso indevido de compostos químicos tem comprometido a eficiência do tratamento? Seu uso inadequado tem favorecido o aparecimento de populações resistentes aos distintos fármacos existentes no mercado. Com o uso excessivo e incorreto do controle químico no combate à mosca-dos-chifres, logo surgiu resistência aos produtos inseticidas, principalmente aos piretroides, devido à seleção de moscas mais resistentes. Aplicações inadequadas dos inseticidas reduzem o período de eficácia do produto, comprometendo a eficiência do tratamento e contribuindo para o desenvolvimento da resistência. Consequentemente se tem o aumento nos custos de produção, encarecido pelo manejo menos eficiente contra o controle de ectoparasitas, além do aumento dos riscos de contaminação humana, ambiental e alimentar e de levar à resistência de outros parasitas como o carrapato que acomete os bovinos, Rhipicephalus microplus. É importante que a resistência seja detectada antes que ocorra a falha no manejo a campo.
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