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HERCULANO PAUNDE EA. Matriz acerca das diferenças e semelhanças da Educação ambiental

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MATRIZ ACERCA DAS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL (FORMAL, INFORMAL E NÃO-FORMAL)
Herculano Paúnde (herculanopaude@gmail.com) 
Docente: Msc. Talassamo Saide Ali 
RESUMO 
	A promoção da Educação Ambiental é essencial para amenizar os impactos decorrentes pela degradação ambiental e consumismo da sociedade, a partir do momento que leva os indivíduos a informação, conhecimento, participação individual e comunitária, mudança de comportamento, adquirindo responsabilidade política, económica, social e ambiental. O presente artigo tenciona trazer uma reflexão em torno das diferenças e semelhanças da educação ambiental (formal, informal e não-formal). Este estudo esboça e tem como objectivo conhecer as diferenças e semelhanças da educação ambiental (formal, informal e não-formal). Educação para o Meio Ambiente possui como objectivo formar pessoas conscientes que lutem para a obtenção de um sistema de desenvolvimento do qual resultará em qualidade de vida para todos, ou seja, um desenvolvimento sustentável. E para que se consiga tal êxito, a Agenda 21 propõe que “tanto o ensino formal como o não formal são indispensáveis para modificar as atitudes das pessoas para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los.
Palavras-chave: educação; meio ambiente; educação ambiental formal, informal e não-formal.
ABSTRACT
	The promotion of Environmental Education is essential to mitigate the impacts resulting from the environmental degradation and consumerism of society, from the moment that it takes individuals to information, knowledge, individual and community participation, behavior change, acquiring political, economic, social and environmental. This article intends to bring a reflection around the differences and similarities of environmental education (formal, informal and non-formal). This study outlines and aims to understand the differences and similarities in environmental education (formal, informal and non-formal). Education for the Environment aims to train conscious people who strive to obtain a development system that will result in quality of life for all, that is, sustainable development. And in order to achieve such success, Agenda 21 proposes that “both formal and non-formal education are indispensable to modify people's attitudes so that they are able to assess the problems of sustainable development and address them.
	Keywords: education; environment; formal, informal and non-formal environmental education.
Introdução 
	A Educação Ambiental deve ser, um processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas passam a ser agentes transformadores, participando activamente da busca de alternativas para a redução de impactos ambientais e para o controlo social do uso dos recursos naturais. A promoção da Educação Ambiental é essencial para amenizar os impactos decorrentes pela degradação ambiental e consumismo da sociedade, a partir do momento que leva os indivíduos a informação, conhecimento, participação individual e comunitária, mudança de comportamento, adquirindo responsabilidade política, económica, social e ambiental. 
	O presente artigo tenciona trazer uma reflexão em torno das diferenças e semelhanças da educação ambiental (formal, informal e não-formal). Este estudo esboça e tem como objectivo conhecer as diferenças e semelhanças da educação ambiental (formal, informal e não-formal). Para se alcançar os objectivos propostos nesse estudo, sendo que constitui uma fase essencial para qualquer trabalho científico, recorreu-se a pesquisa bibliográfica através de livros e Cibernética. Educação para o Meio Ambiente possui como objectivo formar pessoas conscientes que lutem para a obtenção de um sistema de desenvolvimento do qual resultará em qualidade de vida para todos, ou seja, um desenvolvimento sustentável. E para que se consiga tal êxito, a Agenda 21 propõe que “tanto o ensino formal como o não formal são indispensáveis para modificar as atitudes das pessoas para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los.
Educação Ambiental 
	Proença (1994), define Educação Ambiental como um processo de reconhecimento de valores e de clarificação de conceitos que permitem ao ser humano adquirir as capacidades e os comportamentos necessários para abarcar e apreciar as relações de interdependência entre o homem, a sua cultura e o seu meio biofísico (p.11). 
De acordo com o Capítulo 36 da Agenda 21, a Educação Ambiental é definida como: 
	“o processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e preocupadacom o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Umapopulação que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca desoluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos”. 
Contudo, a definição que é actualmente aceite a nível mundial, é a que foi proposta em 1970 pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), posteriormente trabalhada pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciências e Cultura (UNESCO) em colaboração com Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), no qual: 
	A Educação Ambiental é o processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos de modo a desenvolver habilidades e atitudes necessárias para compreender e apreciar as inter-relações entre o homem, a sua cultura e o seu meio biofísico circundante (Fernandes, 1983, p.22).
	Desta forma, a Educação Ambiental deve ser, um processo de formação dinâmico, permanente e participativo, no qual as pessoas envolvidas passam a ser agentes transformadores, participando activamente da busca de alternativas para a redução de impactos ambientais e para o controlo social do uso dos recursos naturais.
Formas de Actuação da Educação Ambiental
De acordo com Micoa (2009, p.3), os tipos de Educação Ambiental são:
Educação Ambiental Formal
	O princípio básico que deverá nortear as actividades de educação formal é o de estimular a abordagem interdisciplinar dos conteúdos ambientais, trabalhando os mesmos de forma transversal ao currículo básico dentro das diferentes disciplinas já existentes. A Educação Ambiental formal tem como principal instrumento a escola, mas para que o tema Meio Ambiente seja incorporado ao quotidiano escolar, por intermédio das áreas do conhecimento, e não apenas se mantenha como um tema excepcional em semanas ou actividades comemorativas, é necessário uma proposta de acção contínua (Micoa, 2009, p.3).
	Para contribuir efectivamente na ampliação e no enriquecimento da questão ambiental na escola, propondo acções não específicas por disciplina, mas abrangendo as diferentes áreas do conhecimento e servindo como meio estimulador de algumas acções de Educação Ambiental, é fundamental que a escola desenvolva um programa ou projecto de Educação Ambiental. As acções devem ocorrer dentro do sistema formal de ensino, junto a rede escolar pública (estadual e municipal) e privada, com produção de materiais técnicos específicos, treinamento de professores e estímulo aos diferentes atores envolvidos na execução do Programa, a partir de uma abordagem interdisciplinar (Fernandes, 1983, p.22).
Salienta-se, que os cursos formais de Educação Ambiental devem abranger matérias básicas como: Biologia Geral, Biologia Sanitária, Ecologia, Ecologia Vegetal, Epidemiologia, Saúde Pública, Nutrição, Direito Ambiental, Etnologia Indígena, Geografia, Geologia, Engenharia Sanitária, Qualidade do Ar e do Solo, Estatística, Energia, Transportes, Urbanismo e outras matérias úteis à compreensão do tema, e cada curso terá o seu currículo em função das necessidades locais.
Educação Ambiental Não-Formal 
	A Educação Ambiental não-formal é direccionada à comunidade, onde cabe uma grande diversidade de propostas, como por exemplo, a acção num bairro ou um conjunto de actividades junto aos trabalhadores, ou ainda uma proposta educativa para os moradores ou visitantes deuma área de protecção ambiental. Os objectivos maiores são melhorar a qualidade de vida da comunidade e fortalecer a cidadania (Micoa, 2009, p.3). 
	A implantação de acções de Educação Ambiental junto à comunidade é fundamental, pois promove a disseminação do conhecimento sobre o ambiente, e é essencial para a inserção política, social e económica da população. Deve ser incorporada como parte do aprendizado, contribuindo decisivamente para ampliar a consciência ambiental e éticas consoantes com o desenvolvimento em bases sustentáveis, favorecendo inclusive, a participação popular nas tomadas de decisões. Economia de energia e de água, combate ao desperdício de matérias-primas, redução da poluição do ar e sonora, colecta selectiva e reciclagem do lixo são acções simples que podem se tornar hábitos por meio de Educação Ambiental Não- Formal. 
Vantagens da Educação Ambiental Não-Formal 
· É útil para pesquisa de dados sobre um dado facto; 
· Permite trabalhar com diferentes extractos sociais (técnicos, estudantes, académicos, camponeses, decisores); 
· Permite colher diferentes sensibilidades sobre questões ambientais devido a capacidade de juntar diferentes grupos sociais; 
· É útil para casos de sondagem de opinião e para pesquisas; 
· Acarreta menos custos comparado a Educação Ambiental formal. 
Educação Ambiental Informal 
	Parafraseando Micoa (2009), constitui os processos destinados a ampliar a conscientização pública sobre as questões ambientais através dos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádios, e televisão) e sistemas de informatização (Internet), bancos de dados ambientais, além de bibliotecas, videotecas e filmotecas especializadas (p.3). 
	Incluem-se ainda peças gráficas utilizadas com finalidade didática ou informativa, como livretos, cartazes, folders, boletins e informativos destinados a informação e sensibilização da sociedade sobre as questões ambientais. 
Matriz acerca das diferenças e semelhanças da educação ambiental (formal, informal e não-formal)
	Formas de Actuação da Educação Ambiental
	Diferenças
	Semelhanças
	
Educação Ambiental Formal
	A educação formal é representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma directriz educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores do Ministério da Educação. Se desenvolve de forma estruturada e dentro do sistema formal de ensino, através da inclusão de termos, conceitos e noções sobre ambiente nos planos curriculares. Englobada educação básica (educação infantil; ensino básico e ensino médio), ensino superior, especial, profissional e a educação de jovens e adultos). Necessidade de reformular a educação, problematizando objectivos, estruturas curriculares e estratégias didácticas.
Educação Ambiental Formal é contínua, pois repassa toda a educação formal; permanente, não pode ser interrompida; e integrada, não sendo trabalhada em separado, mas em um sistema integrado no processo educacional.
	As três formas de educação ambiental estão voltadas ao desenvolvimento sustentável. Pretendendo formar indivíduo ou a colectividade a constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente. 
Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos e dos valores de como proteger e melhorar o meio ambiente.
Os três tipos de educação ambiental assemelham-se na medida em que os seus objectivos objectivo é a disseminação do conhecimento sobre o meio ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e utilização sustentável dos seus recursos;
Desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados, de modo a garantir o uso mais racional dos recursos naturais, preservando-os e contribuindo para a sustentabilidade económica, social e ambiental.
	
Educação Ambiental Não-Formal
	A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente seguir um sistema sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem.
Objectiva a sensibilização da colectividade através do envolvimento de diversos segmentos da sociedade, como organizações não-governamentais, associações de bairros, sindicatos, instituições religiosas, associações empresariais, grupos políticos, centros de desporto, lazer e cultura. 
	
	Educação Ambiental Informal
	É exercida em diversos espaços da vida social, mas não necessariamente possui compromisso com a sua continuidade. ou seja, os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados. Constitui os processos destinados a ampliar a conscientização pública sobre as questões ambientais através dos meios de comunicação de massa, como jornais, revistas, rádio e televisão; e sistemas de informatização com a utilização de recursos da multimídia, redes como a internet e de bancos de dados ambientais, além de videotecas e filmotecas especializadas. 
	
Considerações finais 
	Percebe-se que a educação ambiental para ser efectiva se faz necessária sua complementação tanto no ambiente formal e informal, estes estão intrinsecamente interligados. Sabemos que a educação transpassa os muros do ambiente escolar, quando acontece, existe a integração dos conhecimentos entre escola e comunidade, todos os envolvidos tendem a melhorar a compreensão e visão de mundo, que passa a ser sistémico integrando os aspectos: sociais, ambientais, económicos e culturais, para entender sua realidade como todo indissociável. Toas as formas de educação objectivam a formação de cidadãos críticos, que desenvolvam suas acções por meio da participação activa em prol das melhorias da qualidade ambiental, não sendo restringido à dimensão naturalista de ambiente. Neste sentido, defendemos que tanto os processos de educação formal e de educação não formal de ensino ocorram concomitantes, contribuindo na construção do indivíduo reflexivo, consciente de suas acções ambientais.
Por fim, importa frisar que foi muito importante estudar esses conteúdos e entrar-se na profundidade do mesmo, a partir do momento em que o conhecimento que adquirido com esse estudo, pode auxiliar a modificar a o meio em que estamos inseridos através de iniciativas pequenas, que tenham um grande impacto no futuro.
Referências bibliográficas 
Fernandes, M. (1983). A formação de educadores ambientais. Campinas, SP: Papirus (Colecção 	Papirus Educação) p.22.
Micoa. (2009). Manual do educador ambiental. Maputo: Direcção Nacional de Promoção 	Ambiental.
Proença Luiz Carlos Lima dos et al. (1994). Conscientização Ambiental: da Educação Formal a 	Não Formal. Revista Fluminense de Extensão Universitária, Vassouras, v. 2

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