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SISTEMA DE ENSINO
LEGISLAÇÃO 
PENAL ESPECIAL
Execução Penal
Livro Eletrônico
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Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Apresentação – Aula de Execução Penal ............................................................................................ 4
Execução Penal ................................................................................................................................................5
1. Objetivos e Natureza Jurídica da Execução Penal .......................................................................5
2. Princípios Aplicáveis à Execução Penal .......................................................................................... 7
2.1. Personalidade ou da Intranscendência da Pena ...................................................................... 7
2.2. Individualização da Pena ....................................................................................................................8
2.3. Humanização ou Humanidade da Pena .......................................................................................9
2.4. Ressocialização ou Reintegração da Pessoa do Condenado ........................................... 14
2.5. Legalidade e Anterioridade ............................................................................................................. 16
3. Competência e Procedimento em Execução Penal ..................................................................17
3.1. Competência .............................................................................................................................................17
3.2. Procedimento Judicial ....................................................................................................................... 18
4. Presos com Condenação, Presos Provisórios e Execução Provisória da Pena .......... 19
5. Classificação do Condenado e do Internado ............................................................................... 21
5.1. Identificação do perfil genético ..................................................................................................... 25
6. Assistência .................................................................................................................................................27
7. Trabalho ...................................................................................................................................................... 28
7.1. Trabalho Interno ................................................................................................................................... 29
7.2. Trabalho Externo ................................................................................................................................. 29
8. Deveres e direitos ................................................................................................................................... 31
9. Disciplina .................................................................................................................................................... 34
9.1. Falta grave .............................................................................................................................................. 36
9.2. Consequências da Falta Grave e Espécies de Execução Penal...................................... 40
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Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
9.3. Sanções Disciplinares ....................................................................................................................... 43
9.4. Procedimento para Aplicação das Sanções ........................................................................... 45
9.5. Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) .....................................................................................47
10. Órgãos da Execução ............................................................................................................................ 55
11. Estabelecimentos Penais .................................................................................................................... 61
11.1. Jurisprudência sobre Falta de Vagas nos Estabelecimentos Prisionais ................... 64
11.2. Estabelecimentos Penais Femininos ........................................................................................ 65
11.3. Estabelecimentos Penais Federais ............................................................................................ 66
12. Execução das Penas em Espécie ................................................................................................... 68
12.1. Execução das Penas Privativas de Liberdade ....................................................................... 68
12.2. Execução das Penas Restritivas de Direitos ......................................................................... 93
12.3. Suspensão Condicional da Pena ................................................................................................ 96
12.5. Execução do Acordo de Não Persecução Penal ................................................................ 100
13. Execução das Medidas de Segurança ........................................................................................ 100
14. Incidentes de Execução .................................................................................................................... 102
14.1. Conversões .......................................................................................................................................... 102
14.2. Excesso ou Desvio .......................................................................................................................... 104
14.3. Anistia, Graça, Indulto e Comutação das Penas ............................................................... 104
Resumo .............................................................................................................................................................111
Questões Comentadas em Aula ..........................................................................................................122
Questões de Concurso .............................................................................................................................124
Gabarito.......................................................................................................................................................... 146
Gabarito Comentado ................................................................................................................................. 147
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 198
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Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
ApresentAção – AulA de execução penAl
Bem vindo(a) à aula de Execução Penal!
Vamos estudar a Lei n. 7.210/84 com todas as alterações recentes, incluindo o Pacote 
Anticrime, que reformulou toda a sistemática de progressão de regimes, trouxe novas regras 
para o regime disciplinar diferenciado (RDD),inseriu como falta grave a recusa a submeter-se 
à identificação do perfil genético, entre outras alterações importantes. Por isso, esta aula é 
IMPORTANTÍSSIMA!
A depender do edital, a Execução Penal pode ter maior ou menor peso. Nas provas para a 
carreira policial, geralmente é cobrada mais a letra da lei. Porém, há bastante probabilidade 
de cair jurisprudência. Isso porque a matéria de falta grave, o estado de coisas inconstitucio-
nal nos estabelecimentos prisionais, a remição de pena, o indulto são exemplos de assuntos 
muito recorrentes e foram objeto de Súmulas e teses formuladas em julgamento de recursos 
repetitivos dos Tribunais Superiores.
Você deve se ater aos temas mais importantes: natureza jurídica da execução penal, com-
petência, falta grave, progressão de regime, execução das penas privativas de liberdade.
Volto a ressaltar que esta aula é importantíssima e requer dedicação para os detalhes! 
Então, vamos procurar sistematizar todos esses aspectos para te ajudar nas revisões e exer-
cícios.
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
EXECUÇÃO PENAL
1. objetivos e nAturezA jurídicA dA execução penAl
Pelo art. 1º da Lei de Execução Penal (LEP), a execução penal tem por objetivo efetivar as 
disposições da sentença ou decisão judicial criminal e proporcionar condições para a har-
mônica integração social do condenado e do internado. Para cumprir tais desafios, a  LEP 
traz normas que se destinam à efetivação do disposto na sentença, a exemplo das normas 
de progressão de regime e de remição de pena, bem como regras que se referem à disciplina 
interna do estabelecimento prisional, tais como a apuração da fata grave e a aplicação de 
sanção disciplinar.
É recorrente em concursos públicos a cobrança sobre a natureza jurídica da execução 
penal. Na doutrina, há consenso que a execução penal tem natureza predominantemente ju-
risdicional, na medida em que seu objetivo precípuo é efetivar as disposições de sentença ou 
decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado 
ou do internado. De acordo com o art. 194 da Lei Execução Penal, o procedimento correspon-
dente às situações previstas na lei é judicial, desenvolvendo-se perante o juízo da execução. 
No decorrer do cumprimento da pena, há decisões que somente o juiz da execução pode 
tomar, a exemplo da progressão de regime, da concessão de benefícios de natureza penal, 
como a remição de pena, o livramento condicional, a conversão de pena privativa de liberdade 
em restritiva de direitos, entre outros. Há consequências gravosas à execução que também 
devem passar por decisão judicial, como a regressão de regimes, a perda dos dias remidos, 
a conversão de pena restritiva de direitos em privativa de liberdade.
Secundariamente, a execução penal tem natureza administrativa. O caráter administrativo 
da execução penal pode ser identificado nas atribuições exclusivas do diretor do estabeleci-
mento prisional, seja para aplicação de medidas disciplinares, seja para a variados assuntos 
relacionados à gestão das penitenciárias e estabelecimentos congêneres, como estabelecer 
programas de trabalho para os presos, de acordo com suas aptidões. Pelo art. 47 da LEP, 
o poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela autoridade 
administrativa conforme as disposições regulamentares.
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
A sentença penal condenatória transitada em julgado é, em regra, o pressuposto para o 
início da execução, embora haja outros fundamentos para o recolhimento de pessoa à prisão. 
A sentença absolutória imprópria, que ordena a aplicação da medida de segurança, também 
dá início à execução penal, aplicando ao inimputável ou semi-imputável a internação em Hos-
pital de Custódia e Tratamento ou o tratamento ambulatorial.
A sentença que homologa a transação penal em Juizado Especial Criminal também exige 
o início da execução penal para o cumprimento das medidas alternativas ali determinadas, 
embora não faça coisa julgada material (conforme Súmula Vinculante n. 35 do STF). Mais 
recentemente foi instituído o acordo de não persecução penal (art. 28-A do CPP), que, após 
a homologação pelo juiz, deve ter sua execução promovida pelo Ministério Público perante o 
juízo da execução penal.
A Lei de Execução Penal contém disposições que se aplicam a presos provisórios, que 
devem ficar separados daqueles que cumprem sentença, mas que também devem se sub-
meter à disciplina interna do estabelecimento prisional. Para esses presos, a LEP aplica-se 
conforme a natureza provisória de sua permanência em estabelecimento prisional. Por exem-
plo, o trabalho do preso provisório é facultativo e só pode ser exercido nas atividades reali-
zadas dentro do estabelecimento prisional (LEP, art. 31, parágrafo único). Mas se trabalhar e 
depois sobrevier condenação em processo penal, ele terá direito à detração e à remição (LEP, 
art. 118).
Há ainda o tormentoso tema da execução provisória da pena, uma vez que a jurispru-
dência oscilou nos últimos anos entre admitir e recusar a constitucionalidade do início do 
cumprimento da pena antes do trânsito em julgado da sentença. Desde 2019 o Supremo fixou 
entendimento de caráter vinculante de que o início da execução da pena antes do trânsito 
em julgado viola o princípio da presunção da inocência, o que foi uma reviravolta no enten-
dimento até então aplicado, o que ocasionou a soltura de presos cujo processo penal ainda 
tramitava nas instâncias superiores. Veremos esse tema em tópico específico.
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Execução Penal
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2. princípios Aplicáveis à execução penAl
2.1. personAlidAde ou dA intrAnscendênciA dA penA
De acordo com o art. 5º, XLV, nenhuma pena passará da pessoa do condenado. A sanção 
penal não pode ser suportada por parentes do condenado ou terceiros que não tenham par-
ticipado da conduta criminosa cumpram a pena em seu lugar. Trata-se de um postulado que 
impede que sanções e restrições de ordem jurídica superem a dimensão estritamente pessoal 
do infrator.
O dispositivo constitucional ressalva, entretanto, a obrigação de reparar o dano e o perdi-
mento de bens, nos termos da lei, que pode ser executada contra os sucessores do condena-
do até o limite do patrimônio transferido com a prática do crime.
O princípio também se aplica às infrações disciplinares no curso da execução penal. Ve-
remos que a apuração das faltas disciplinares deve ser feita em procedimento administrativo 
próprio, com direito ao contraditório e à ampladefesa.
A imposição da falta grave ao executado em razão de conduta praticada por terceiro, 
quando não comprovada a autoria do reeducando, viola o princípio constitucional da 
intranscendência (art. 5º, XLV, CF). (AgRg no HC 510838/MG, Rel. Min. Laurita Vaz, 6ª T., 
j. em 20/8/2019, DJe 3/9/2019)
É importante você ter em mente que a execução penal ocorre num contexto de elevada 
conflituosidade, em especial devido ao estado de coisas inconstitucional nas penitenciárias já 
reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, o que veremos mais adiante. A prisão dos líderes 
de organizações criminosas faz com que as conexões criminosas se reproduzam no interior 
dos estabelecimentos prisionais, o que eleva a demanda por maior vigilância. Nesse cenário, 
há procedimentos na LEP para lidar com a disciplina interna dos estabelecimentos prisionais 
e a jurisprudência é bastante requisitada para solucionar os problemas e tensões elevadas.
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Apesar desse contexto conflituoso, a execução penal também serve para premiar os pre-
sos que apresentam bom comportamento e se empenham em atividades de estudo e trabalho 
interno, conforme veremos em tópico próprio.
2.2. individuAlizAção dA penA
A individualização da pena é direito fundamental assegurado pelo art. 5º, XLVI, da Cons-
tituição Federal (CF), que deve ser regulado pela lei. Tanto o Código Penal como a Lei de Exe-
cução Penal disciplinam como operar tal garantia constitucional.
O princípio da individualização deve ser observado pelo juiz na aplicação da pena na sen-
tença, assim como pelo juiz da execução penal, ou pelo diretor do estabelecimento naquilo 
que lhe couber.
No que se refere à individualização no âmbito da execução penal, a classificação da pessoa 
condenada é um dos procedimentos que visa assegurar que o cumprimento da pena obedeça 
a um programa individualizador, elaborado por Comissão Técnica de Classificação. A classifi-
cação terá como critérios os antecedentes e a personalidade da pessoa presa (art. 5º da LEP).
A individualização também deve ser observada na aplicação das sanções disciplinares, 
que deve levar em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do 
fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão (LEP, art. 57, caput).
A Lei de Execução Penal, em seu art. 45, § 3º, veda expressamente as sanções coletivas. 
Ou seja, a apuração de responsabilidade deve ser individualizada e em processo administra-
tivo disciplinar própria, assegurada a ampla defesa. Assim estabelece o art. 59 da LEP, sendo 
que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento da 
necessidade de defensor:
STJ, Súmula n. 533. Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito 
da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo 
diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por 
advogado constituído ou defensor público nomeado.
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Outra faceta da individualização da pena diz respeito à progressão de regime. Estudare-
mos as regras de progressão de acordo com a nova sistemática trazida pelo Pacote Anticrime 
em tópico próprio, mas agora quero que você atente para o seguinte fato: o Supremo Tribunal 
Federal (STF) considerou como violação do princípio da individualização da pena a manu-
tenção do preso em regime fechado quando este já cumpre os requisitos para progressão de 
regime, mas não há vagas no regime para o qual ele tem que progredir.
Cumprimento de pena em regime fechado, na hipótese de inexistir vaga em estabele-
cimento adequado a seu regime. Violação aos princípios da individualização da pena 
(art. 5º, XLVI) e da legalidade (art. 5º, XXXIX). A  falta de estabelecimento penal ade-
quado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. (...) 
Havendo deficit de vagas, deverão ser determinados: (i) a saída antecipada de senten-
ciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sen-
tenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; 
(iii) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que pro-
gride ao regime aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, 
poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. (RE 641.320, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, j. 11-5-2016, P, DJE de 1º-8-2016, Tema 423.) (grifos nossos)
O entendimento consolidado no referido acórdão serviu de referência para a Súmula Vin-
culante n. 56: a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do con-
denado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâme-
tros fixados no RE 641.320/RS.
2.3. HumAnizAção ou HumAnidAde dA penA
Um primeiro aspecto desse princípio diz respeito à definição das espécies de pena, feita 
pelo legislador ordinário. As formas de punição aceitas em nosso ordenamento são definidas 
pela Constituição no art. 5º, XLVI, que trata das espécies de pena que a lei pode instituir. O le-
gislador ordinário deve ainda respeitar as seguintes proibições estipuladas pelo constituinte:
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
XLVII – — não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
A penas devem, portanto, respeitar a dignidade da pessoa humana, não podendo subme-
ter o preso a punição corporal, ou seja, a pena não pode ter por finalidade impingir sofrimento 
ao condenado, ainda que a privação de sua liberdade venha a causar sofrimento, mas este é 
consequência da prisão, e não um fim em si mesmo.
No que se refere à execução das penas e ordens de prisão, o que se aplica aos condena-
dos e aos presos provisórios, a Constituição assegura a todos os presos o respeito à integri-
dade física e moral (CF, art. 5º, XLIX).
Vamos lembrar da nossa aula sobre a Lei de Tortura, em que estudamos a tortura de pes-
soa presa ou de pessoa submetida à medida de segurança (art. 1º, § 1º, da Lei n. 9.455/97):
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. (grifos nossos)
A lei reconhece que a execução da pena traz algum nível de sofrimento físico ou mental à 
pessoa presa, mas este só pode ser causado por decorrência da aplicação da própria lei. Se 
os agentes do Estado ultrapassam os limites da lei, poderão incorrer no crime de tortura.
Éimportante ressaltar ainda que o princípio da humanização da pena orienta o legislador 
ao definir os direitos da pessoa presa. O art. 41, V, da LEP estabelece como direito do preso a 
proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, descanso e recreação. Em outras 
palavras, o trabalho é dever do preso, que deve cumprir as tarefas que lhe são designadas, 
porém, tendo em vista que não pode haver pena de trabalhos forçados, o preso tem o direito 
ao tempo proporcional entre trabalho e descanso.
Os presos também têm deveres e o seu descumprimento caracteriza falta disciplinar e a 
aplicação de sanções, que também encontra limites no respeito à dignidade da pessoa hu-
mana. Nesse sentido, as sanções disciplinares não poderão colocar em perigo a integridade 
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
física e moral do condenado (LEP art. 45, § 1º). Ademais, a LEP veda o emprego de cela escura 
como forma de sanção (art. 45, § 2º).
Essa é a sistemática da lei: o Estado tem o direito de punir, porém deve respeitar a dig-
nidade da pessoa humana. Para isso, a lei estabelece deveres e direitos aos presos e impõe 
limites à execução penal. Inclusive, pode ser instaurado incidente de excesso ou desvio de 
execução se houver abuso do direito de punir por parte do Estado. Ocorre que na prática você 
sabe que os estabelecimentos prisionais, em maior ou menor grau, apresentam situações de 
grave violação da dignidade das pessoas presas, tendo sido reconhecido pelo Supremo Tribu-
nal Federal o estado de coisas inconstitucional. Vejamos como esse quadro foi ilustrado pelo 
STF e como a responsabilidade estatal foi reconhecida:
Informativo 798: Sistema carcerário: estado de coisas inconstitucional e violação a 
direito fundamental – 8
O Plenário anotou que no sistema prisional brasileiro ocorreria violação generalizada 
de direitos fundamentais dos presos no tocante à dignidade, higidez física e integridade 
psíquica. As penas privativas de liberdade aplicadas nos presídios converter-se-iam em 
penas cruéis e desumanas. Nesse contexto, diversos dispositivos constitucionais (arti-
gos 1º, III, 5º, III, XLVII, e, XLVIII, XLIX, LXXIV, e 6º), normas internacionais reconhecedoras 
dos direitos dos presos (o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a Convenção 
contra a Tortura e outros Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes e a 
Convenção Americana de Direitos Humanos) e normas infraconstitucionais como a LEP 
e a LC 79/1994, que criara o Funpen, teriam sido transgredidas. Em relação ao Funpen, 
os recursos estariam sendo contingenciados pela União, o que impediria a formulação 
de novas políticas públicas ou a melhoria das existentes e contribuiria para o agrava-
mento do quadro. Destacou que a forte violação dos direitos fundamentais dos presos 
repercutiria além das respectivas situações subjetivas e produziria mais violência contra 
a própria sociedade. Os cárceres brasileiros, além de não servirem à ressocialização dos 
presos, fomentariam o aumento da criminalidade, pois transformariam pequenos delin-
quentes em “monstros do crime”. A prova da ineficiência do sistema como política de 
segurança pública estaria nas altas taxas de reincidência. E o reincidente passaria a 
cometer crimes ainda mais graves. Consignou que a situação seria assustadora: dentro 
dos presídios, violações sistemáticas de direitos humanos; fora deles, aumento da cri-
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Execução Penal
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
minalidade e da insegurança social. Registrou que a responsabilidade por essa situa-
ção não poderia ser atribuída a um único e exclusivo poder, mas aos três — Legislativo, 
Executivo e Judiciário —, e não só os da União, como também os dos Estados-Membros 
e do Distrito Federal. Ponderou que haveria problemas tanto de formulação e implemen-
tação de políticas públicas, quanto de interpretação e aplicação da lei penal. Além disso, 
faltaria coordenação institucional. A ausência de medidas legislativas, administrativas 
e orçamentárias eficazes representaria falha estrutural a gerar tanto a ofensa reiterada 
dos direitos, quanto a perpetuação e o agravamento da situação. (...) A violação de direi-
tos fundamentais alcançaria a transgressão à dignidade da pessoa humana e ao pró-
prio mínimo existencial e justificaria a atuação mais assertiva do STF. Assim, caberia à 
Corte o papel de retirar os demais poderes da inércia, catalisar os debates e novas políti-
cas públicas, coordenar as ações e monitorar os resultados. A intervenção judicial seria 
reclamada ante a incapacidade demonstrada pelas instituições legislativas e adminis-
trativas. Todavia, não se autorizaria o STF a substituir-se ao Legislativo e ao Executivo 
na consecução de tarefas próprias. O Tribunal deveria superar bloqueios políticos e ins-
titucionais sem afastar esses poderes dos processos de formulação e implementação 
das soluções necessárias. (...) (ADPF 347 MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.9.2015)
Podemos observar que a constatação da gravidade do estado de coisas inconstitucional 
pelo Supremo implicou o reconhecimento da responsabilidade do Estado em todos os ní-
veis, demandando ações concretas que desafiam a forma como o sistema de separação dos 
poderes opera. O Supremo desde então busca uma atuação coordenada entre os Poderes, 
premiando a convivência harmônica entre eles, e  procurou adotar ações mais efetivas no 
que tange à competência do Poder Judiciário. O Conselho Nacional de Justiça, por exemplo, 
coordenou a implantação das audiências de custódia em todo o país. Ademais, foram feitos 
mutirões para liberação de presos com pena já extinta. O STF ordenou ainda a liberação dos 
recursos do Fundo Penitenciário para a construção de penitenciárias. Ainda assim, o quadro 
continua grave.
Dever de indenizar: a jurisprudência já reconheceu que a violação aos direitos humanos 
nos estabelecimentos prisionais pode, a depender das circunstâncias do caso concreto, acar-
retar o dever de indenizar. As pessoas presas estão sob a custódia do Estado, que tem o dever 
de garantir o mínimo existencial dentro dos presídios.
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STF – TEMA 365: Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, 
manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordena-
mento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, 
a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos 
detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarcera-
mento. (RE 580.252, Rel. Min. Alexandre de Moraes, Plenário, j. em 16-2-2017, DJe 11-9-
2017)
A obrigação de indenizara pessoa presa por violação ao princípio da humanidade decorre 
da responsabilidade objetiva do Estado, conforme art. 37, § 6º, que falhou na execução da po-
lítica pública de administração penitenciária. Portanto, basta a demonstração do nexo causal 
e a conduta ativa ou omissiva do Estado, para que surja a obrigação de indenizar. É importan-
te ressaltar que nesse mesmo julgamento o STF negou a possibilidade de se indenizar o preso 
com remição de pena. A indenização deve ser paga com pecúnia, quando comprovado o dano, 
ou seja, quando demonstrada a violação aos padrões mínimos de humanidade.
Preste atenção em só mais esse detalhe para liquidarmos esse assunto! Não haverá nexo 
causal, em caso de morte de detento, se o Estado comprovar que não poderia evitar o evento 
morte. A jurisprudência já reconheceu não haver nexo de causalidade em casos de suicídio de 
detentos e morte natural, por exemplo.
O dever constitucional de proteção ao detento somente se considera violado quando 
possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressu-
posto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma 
do art. 37, § 6º, da CF/1988. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em 
que não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo 
que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a 
responsabilidade do poder público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doc-
torum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. A morte do detento 
pode ocorrer por várias causas, como, v.g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natu-
ral, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as pre-
cauções exigíveis. A  responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em 
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que o poder público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, 
rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o resultado danoso. Repercussão 
geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever 
específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é responsável pela morte 
do detento. In casu, o Tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicí-
dio do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omis-
são com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade 
civil estatal. (RE 841.526, Rel Min. Luiz Fux, Plenário, j. 30-3-2016, DJE de 1º-8-2016, 
Tema 592)
Por fim, no que respeita à dignidade da pessoa presa, lembre-se de que a jurisprudência 
sumulou entendimento quanto ao uso de algemas:
Súmula Vinculante 11
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de 
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifi-
cada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e 
penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se 
refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
2.4. ressociAlizAção ou reintegrAção dA pessoA do condenAdo
A ressocialização do condenado é uma das finalidades da pena. Quando você estuda a 
Parte Geral do Direito Penal, as bases teóricas apontam para o caráter retributivo e preventi-
vo da pena (prevenção geral e especial). Nesse sentido, o caráter retributivo se faz presente 
no ônus que o agente deve suportar cumprindo a pena privativa de liberdade ou restritiva de 
direitos ou a pena de multa, bem como nos efeitos extrapenais (reparação do dano, perda 
de cargo, suspensão de direitos). E a prevenção especial, ou seja, aquela que atua sobre o 
indivíduo, a fim de evitar que ele volte a praticar crimes, ocorre por meio de ações de caráter 
ressocializador.
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Para alcançar a finalidade ressocializadora, a execução penal deve ser orientada para a 
“harmônica integração social do condenado e do internado”, conforme estatuído pelo art. 1º 
da Lei de Execução Penal. Daí a sua concepção como princípio, já que norteia o sentido de 
diversos institutos da execução penal.
A título de exemplo, vejamos o disposto no art. 10 da LEP, pelo qual a assistência ao preso 
e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convi-
vência em sociedade. Por sua vez, a saída temporária pode ser autorizada aos condenados 
que cumprem pena em regime semiaberto para permitir a sua participação em atividades que 
concorram para o seu retorno ao convívio social, entre outras finalidades (art. 122, III, da LEP).
A função ressocializadora se faz presente ainda na atribuição de trabalho ao preso, que 
deve levar em conta as necessidades futuras do preso, aliando suas habilidades e condição 
pessoal às oportunidades oferecidas pelo mercado (art. 32 da LEP). Pela remição da pena 
pelo trabalho e pelo estudo, a lei premia aquele que busca na atividade laboral e no estudo 
formas de contribuir para o seu entorno e aprimorar sua formação, esforçando-se para ter 
mais condições de obter trabalho e meios para uma convivência pacífica em sociedade. Com 
relação aos órgãos da execução penal, o Patronato deve prestar assistência aos presos al-
bergados (regime aberto) e aos egressos (liberados em definitivo ou em condicional), o que 
demonstra a preocupação da lei com as condições do retorno do preso ao convívio social 
(art. 78 da LEP).
Esse é o mundo ideal da função ressocializadora da pena. Mas como você já deve saber, 
inclusive depois do que vimos em relação ao estado de coisas inconstitucional nos estabele-
cimentos prisionais, há uma enorme dificuldade de implementação das medidas ressociali-
zadoras na prática. Vamos ver um exemplo de como a jurisprudência têm buscado soluções 
flexibilizadoras da burocracia de alguns institutos. A saída temporária deve ser autorizada 
pelo juiz da execução penal mediante o preenchimento de requisitos e o cumprimento de 
condições, conforme veremos em tópico apropriado. Tendo em vista a superlotação dos pre-
sídios e o aparato estatal insuficiente para atender a demanda, bem como a existência de 
Súmula proibindo a delegação de competência para o diretor do estabelecimento prisional 
(Súmula n. 520 do STJ), foi fixada a Tese 445 no seguinte sentido:
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Primeira tese: É recomendável que cada autorização de saída temporária do preso seja 
precedida de decisão judicial motivada. Entretanto,se a apreciação individual do pedido 
estiver, por deficiência exclusiva do aparato estatal, a  interferir no direito subjetivo do 
apenado e no escopo ressocializador da pena, deve ser reconhecida, excepcionalmente, 
a possibilidade de fixação de calendário anual de saídas temporárias por ato judicial 
único, observadas as hipóteses de revogação automática do art. 125 da LEP.
Segunda tese: O calendário prévio das saídas temporárias deverá ser fixado, obrigatoria-
mente, pelo Juízo das Execuções, não se lhe permitindo delegar à autoridade prisional a 
escolha das datas específicas nas quais o apenado irá usufruir os benefícios. Inteligên-
cia da Súmula n. 520 do STJ.
Terceira tese: Respeitado o limite anual de 35 dias, estabelecido pelo art. 124 da LEP, 
é cabível a concessão de maior número de autorizações de curta duração.
Quarta tese: As autorizações de saída temporária para visita à família e para participa-
ção em atividades que concorram para o retorno ao convívio social, se limitadas a cinco 
vezes durante o ano, deverão observar o prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre 
uma e outra. Na hipótese de maior número de saídas temporárias de curta duração, já 
intercaladas durante os doze meses do ano e muitas vezes sem pernoite, não se exige o 
intervalo previsto no art. 124, § 3º, da LEP.
(REsp 1544036/RJ, Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, 3ª S., j. em 14/9/2016, DJe 
19/9/2016) (grifos nossos)
2.5. legAlidAde e AnterioridAde
Um dos temas mais importantes na execução penal diz respeito à disciplina interna dos 
estabelecimentos prisionais. O princípio da legalidade também se faz presente na aplicação 
das sanções pela prática de faltas disciplinares. De acordo com o art. art. 45, caput, da LEP, 
não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamen-
tar.
A LEP determina que as faltas disciplinares devem ser classificadas em leves, médias e 
graves. E você deve ficar atento para a seguinte peculiaridade: a LEP define apenas as faltas 
graves, cujas condutas são descritas no art. 50, I a VIII, ao passo que as faltas leves e médias 
devem ser especificadas pela legislação local, bem como as respectivas sanções (art. 49).
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3. competênciA e procedimento em execução penAl
3.1. competênciA
As leis de organização judiciária de cada Estado determinam como será distribuída a 
competência para processar a execução penal, sendo que, onde não houver vara especializa-
da, a competência será exercida pelo juiz da sentença (art. 65 da LEP).
A questão que você deve estar preparado(a) para enfrentar diz respeito aos crimes jul-
gados pela Justiça Federal (comum) ou pela Justiça Militar ou Eleitoral (especial). Qual juiz 
exercerá a competência para a execução penal nesses casos?
A resposta é simples. Estando o condenado preso em estabelecimento prisional estadual, 
a competência sempre será do juízo da execução penal estadual. Em regra, todos os presos 
são recolhidos a estabelecimentos penais estaduais, mesmo aqueles condenados pela Justi-
ça Federal, Militar ou Eleitoral. Mas existem os estabelecimentos penais federais destinados 
exclusivamente aos casos que demandam segurança máxima. São estabelecimentos espe-
cializados na execução penal de presos pertencentes a organizações criminosas e considera-
dos de alta periculosidade, que devem ser submetidos a uma disciplina interna mais rigorosa, 
com maior vigilância. A Justiça Federal só tem competência para realizar a execução penal no 
âmbito dos estabelecimentos prisionais federais.
Resumindo, mesmo aqueles presos que cumprem pena por sentença criminal prolatada 
pela Justiça Federal ou especial, Militar ou Eleitoral, serão encaminhados a estabelecimentos 
prisionais estaduais, ficando a respectiva execução penal sujeita ao juízo da execução penal 
estadual. A jurisprudência já consolidou entendimento nesse sentido.
STJ, Súmula n. 192. Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a execução das 
penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhi-
dos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual.
Quanto aos estabelecimentos penais federais, vale ressaltar que o Pacote Anticrime alte-
rou a Lei n. 11.671/2008, corroborando a competência da Justiça Federal para o julgamento 
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das questões atinentes à execução penal nos presídios federais (art. 2º, caput). Além disso, 
determinou expressamente a competência do juízo federal de execução penal para julgar a 
ação penal em relação aos fatos que constituam incidentes em execução penal ou os tipi-
ficados como crime ocorridos dentro do sistema prisional federal (art. 2º, parágrafo único). 
Ou seja, infração penal ocorrida dentro de estabelecimento penal federal é competência da 
justiça federal.
Art. 2º A atividade jurisdicional de execução penal nos estabelecimentos penais federais será de-
senvolvida pelo juízo federal da seção ou subseção judiciária em que estiver localizado o estabele-
cimento penal federal de segurança máxima ao qual for recolhido o preso.
Parágrafo único. O  juízo federal de execução penal será competente para as ações de natureza 
penal que tenham por objeto fatos ou incidentes relacionados à execução da pena ou infrações 
penais ocorridas no estabelecimento penal federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (grifos 
nosso)
3.2. procedimento judiciAl
As atividades de execução penal de natureza jurisdicional devem seguir o procedimento 
judicial dos arts. 194 a 197 da Lei de Execução Penal, desenvolvendo-se perante o juízo da 
execução penal.
Iniciativa: pode se dar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do interessado, 
de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conse-
lho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa (art. 195).
Instrução: a portaria ou a petição que dá início ao procedimento deve ser autuada e em 
3 dias deve se proceder à oitiva do condenado e do Ministério Público, quando não sejam os 
requerentes (art. 196).
Se não for necessária a produção de prova, o juiz decidirá de plano, em igual prazo (art. 196, 
§ 1º). Do contrário, deverá o juiz ordenar a prova pericial ou oral, decidindo logo após ou na 
mesma audiência em que foi produzida (art. 196, § 2º).
Recurso cabível: é o agravo em execução, que não tem efeito suspensivo por expressa 
disposição legal (art. 197). Mas você deve ficar atento, pois há jurisprudência consolidada 
que aplica o efeito suspensivo no caso de decisão que determina a desinternação ou libera-
ção de quem cumpre medida de segurança.
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O agravo em execução, recurso previsto no art. 197 da Lei de Execução Penal, não tem 
efeito suspensivo, salvo no caso de decisão que determina a desinternação ou liberação 
de quem cumpre medida de segurança, e tem o seu processamento segundo as normas 
que regem o recurso em sentido estrito. (Precedentes: STJ, RMS 51459-SP, HC 344698-
SP, HC 268427-SP, AgRg no HC 148623-SP)
4. presos com condenAção, presos provisórios e execução provisóriA 
dA penA
A Lei de Execução Penal traz disposições sobre o cumprimento da pena por sentença 
definitiva, assim como aos presos sob a custódia provisória do Estado (prisão preventiva ou 
temporária, por exemplo). Precisamos ainda pontuar a aplicação da execução penal a réus 
que possuem contra si uma condenação que ainda não transitou em julgado, ou seja, ainda 
pendente de recurso nas instâncias superiores. Estamos aqui nos referindo à execução provi-
sória da pena, assunto para o qual você deve prestar bastante atenção porque a jurisprudên-
cia alterou o entendimento por mais de uma vez nos últimos anos.
Tomaremos como marco temporal o ano de 2016, quando o Supremo Tribunal Federal 
uniformizou entendimento no sentido de que é constitucional a execução provisória da pena, 
ou seja, o início do cumprimento da pena depois da condenação em grau de apelação. Isso 
porque os recursos em grau especial ou extraordinário não têm por objeto matéria probatória, 
o que faria transitar em julgado o reconhecimento da responsabilidade penal do réu. Inclusive, 
muitos recursos não são conhecidos e muitos habeas corpus são constantemente rejeitados 
pela impossibilidade de revolvimento do conjunto probatório já suficientemente decidido e 
submetido à revisão por Tribunal competente. Logo, a execução provisória não violaria o prin-
cípio da presunção da inocência, ou da não culpabilidade.
Tese 925: A execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em grau recur-
sal, ainda que sujeito a recurso especial ou extraordinário, não compromete o princípio 
constitucional da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII, da Consti-
tuição Federal. (ARE 964246 RG/SP – REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDI-
NÁRIO COM AGRAVO, Rel. Min. Teori Zavascki, j. em 10/11/2016, Tribunal Pleno)
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Em virtude da possibilidade de início de cumprimento da pena antes do trânsito em julga-
do da condenação, a jurisprudência firmou posicionamento no sentido de admitir a progres-
são de regime para quem estivesse cumprindo pena provisoriamente.
STF, Súmula n. 716. Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a 
aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em jul-
gado da sentença condenatória.
Ocorre que, em 2019, esse entendimento foi novamente revisto pelo STF em controle con-
centrado, de modo que a jurisprudência atualmente aplicada com efeito erga omnes declarou 
que a execução da pena antes do trânsito em julgado é inconstitucional, por ofensa ao princí-
pio da presunção da inocência.
Decisão: O Tribunal, por maioria, nos termos e limites dos votos proferidos, julgou pro-
cedente a ação para assentar a constitucionalidade do art. 283 do Código de Processo 
Penal, na redação dada pela Lei n. 12.403, de 4 de maio de 2011, vencidos o Ministro 
Edson Fachin, que julgava improcedente a ação, e os Ministros Alexandre de Moraes, 
Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia, que a julgavam parcialmente procedente para 
dar interpretação conforme. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 7/11/2019. 
(ADC 43, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, j. em 7/11/2019, DJe 11/11/2019, apensados: 
ADC 44, ADC 54) (grifos nossos)
4. A execução da pena antes do trânsito em julgado da decisão condenatória é incom-
patível com o artigo 283 do Código de Processo Penal, resguardada a competência de 
as instâncias ordinárias reconhecerem a necessidade de constrição cautelar da liber-
dade do condenado e determinar a prisão provisória, nos termos do artigo 312 do 
Código de Processo Penal. Precedente: ADC 43, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, 
j. em 7/11/2019. (HC 174335 AgR-ED/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª T., j. em 6/3/2020, DJe 
13/4/2020) (grifos nossos)
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Portanto, a  jurisprudência atualmente prevalente, com efeito erga omnes, considera in-
constitucional a execução provisória da pena. É necessário o trânsito em julgado da sentença 
para que se possa iniciar a execução, respeitando-se a literalidade do art. 5º, LVII, da CF.
A questão não está completamente solucionada, uma vez que ainda está por ser concluí-
do o julgamento pelo STF de recursos com repercussão geral reconhecida quanto à execução 
provisória da pena no Tribunal do Júri (Tema 1068). A tese defendida pela acusação é de que 
no Júri, em razão da soberania dos veredictos, que também é garantia constitucional (CF, 
art. 5º, XXXVIII, c), deve-se admitir a imediata execução da pena imposta pelo Conselho de 
Sentença. Porém, a tese oposta sustenta que não há fundamento legal para se admitir o início 
da execução antes do trânsito em julgado, não havendo fundamento para se excepcionar a 
presunção da inocência do art. 5º, VII, da CF no âmbito do Júri. O julgamento ainda está pen-
dente. Fique atento(a) e mantenha-se atualizado(a)!
5. clAssificAção do condenAdo e do internAdo
Já vimos que a individualização da pena se opera de diferentes formas, entre as quais a 
classificação do condenado ou do internado, procedimento que tem por critérios os antece-
dentes e a personalidade da pessoa presa (art. 5º da LEP).
A Comissão Técnica de Classificação tem a atribuição de elaborar o programa individu-
alizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado. Na prática, os presos são 
classificados em grupos de acordo com as características sociais e de sua personalidade, 
objetivando organizar a sua distribuição nos estabelecimentos prisionais de modo a evitar 
conflitos. Exemplo: evangélicos, LGBT etc. A Comissão fará um parecer sobre o histórico do 
indivíduo e suas relações com a comunidade, identificando aspectos como: grau de escolari-
dade, família, trabalho.
É importante salientar que os presos por condenação definitiva serão organizados de 
acordo com os critérios do art. 84, § 3º, da LEP, que levam em conta a natureza da infração 
penal cometida.
O preso provisório também deve ser classificado e sua permanência em estabelecimento 
prisional também deve seguir um programa individualizador (LEP, art. 6º). Lembrando que os 
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Execução Penal
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presos provisórios nãopodem ser colocados junto àqueles que cumprem sentença transitada 
em julgado (LEP, art. 84, caput). A Lei de Execução Penal também estabelece critérios de acor-
do com a natureza da acusação para agrupar os presos provisórios (art. 84, § 1º).
A seguir destacamos a estrutura mínima da Comissão Técnica de Classificação, nos ter-
mos do art. 7º da LEP:
Exame criminológico: é espécie de perícia, necessária e obrigatória quando se tratar de 
regime inicial fechado. É destinada à obtenção dos elementos necessários a uma adequada 
classificação, com vistas à individualização da execução (art. 8º da LEP). Mas, diferentemen-
te, do exame para a classificação do condenado ou internado, o exame criminológico busca 
traçar um perfil psicológico do preso, averiguando as características de sua personalidade. 
Em especial, busca-se aferir o grau de periculosidade do agente.
O exame criminológico é obrigatório para a definição do regime inicial de cumprimento de 
pena fechado. Mas pode ser utilizado para avaliação dos requisitos subjetivos para a conces-
são de benefícios, como a progressão de regime, mas nesses casos é facultativo.
O STF entende que o deferimento de benefícios prisionais está vinculado ao preenchi-
mento, pelo condenado, de requisitos objetivo e subjetivo. Sendo certo que, na aferição 
do pressuposto subjetivo, pode o juiz da execução usar o exame criminológico como um 
dos elementos de formação de sua convicção. Noutro falar: a ideia-força que orienta os 
julgados desta Corte é a de que o exame criminológico pode subsidiar as decisões do 
juiz das execuções criminais. Juiz, é bom que se diga, que não estará adstrito ao laudo 
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técnico, podendo valorá-lo, a  partir dos demais elementos que instruem os autos de 
execução criminal. (HC 94.208, Rel. Min. Ayres Britto, j. 10-11-2009, 1ª T, DJE de 18-12-
2009) (grifos nossos)
Vale lembrar que o Superior Tribunal de Justiça, na Súmula n. 439, consolidou entendi-
mento de que o exame criminológico pode ser solicitado pelo juiz nos casos em que não é 
obrigatória a sua realização, mas exige-se decisão fundamentada, devidamente motivada. Eis 
um dos precedentes que deram origem à Súmula para você ver na prática:
De acordo com as alterações trazidas pela Lei 10.792/03, o exame criminológico deixa 
de ser requisito obrigatório para a progressão de regime, podendo, todavia, ser determi-
nado de maneira fundamentada pelo juiz da execução de acordo com as peculiaridades 
do caso. Assim, mesmo que não tenho sido realizado em primeira instância, o exame 
criminológico pode ser determinado pelo tribunal a quo, desde que este se funde em 
elementos concretos (relativos sempre a fatos ocorridos no curso da execução penal) 
a apontar para a sua necessidade. No caso sob exame, considerando o histórico de 
fugas e participação em rebeliões apresentado pelo paciente, que apenas foi recaptu-
rado quando do cometimento de outro delito, é de se reconhecer a conveniência da rea-
lização do exame. (HC 94577 SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., j. em 
15/5/2008, DJe 2/6/2008) (grifos nossos)
Por fim, a LEP traz rol exemplificativo dos meios que a Comissão Técnica pode empregar 
para obter os dados de personalidade do agente e que servirão de base para a elaboração do 
programa individualizador.
A Comissão Técnica e os meios para
obtenção de dados de personalidade
A Comissão poderá (art. 9º):
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.
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Questão 1 (2019/FUNDEP/DPE-MG/DEFENSOR PÚBLICO) Analise as seguintes afirmati-
vas e a relação proposta entre elas.
I – A classificação dos condenados será feita administrativamente pela Comissão Téc-
nica de Classificação – CTC – que elaborará o programa individualizador e acompa-
nhará a execução das penas, devendo propor ao magistrado, sem caráter vinculativo, 
as progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões.
ISTO REFORÇA A TESE DE QUE
II – é mista ou complexa a natureza jurídica da execução penal, por envolver atividade ju-
risdicional e administrativa, prevalecendo a primeira, conforme sustenta parte da dou-
trina.
A respeito dessas afirmativas, assinale a alternativa certa.
a) As afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
b) As afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
d) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.
Letra d.
A assertiva I está errada porque, pela redação do art. 6º, vigente desde 2003, a Comissão 
Técnica elabora o programa individualizador da pena (antes dessa redação, a Comissão tinha 
a atribuição de propor a progressão de regime, bem como as regressões e conversões, à au-
toridade competente). A assertiva II está de acordo com o que a doutrina majoritária concebe 
sobre a natureza jurídica da execução penal.
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5.1. identificAção do perfil genético
A identificação criminal é admitida pela Constituição Federal, art. 5º, LVIII, porém, em ca-
ráter excepcional e nas hipóteses previstas em lei. A Lei n. 12.037/2009 veio disciplinar as hi-
póteses em que será adotado procedimento para a identificação criminal, que inclui processo 
datiloscópico e fotográfico. A referida lei admite ainda a possibilidade de coleta de material 
biológico quando necessário para as investigações policiais (v. art. 5º, parágrafo único), bem 
como a sua inclusão em banco de dados sigiloso (arts. 5-A e 7º-A).
O art. 9º-A da Lei de Execução Penal foi incluído em 2012 para disciplinar o procedimento 
de identificação do perfil genético de presos condenados por crime hediondo ou por qualquer 
crime doloso com violência ou grave ameaça, para fins de inclusão em banco de dados sigi-
loso.
A obtenção de material genético de réu ou pessoa condenada mediante método indolor 
sempre foi objeto de críticas na sociedade e questionamentos nos Tribunais no que se refere 
à possível violação do direito à não autoincriminação. A extensão do direito fundamental à 
não autoincriminação acirra debates quanto aos limites de intervenção do Estado no corpo da 
pessoa, ainda que por método indolor, frente à preservação da dignidade da pessoa humana. 
Ademais, o uso das informações e a gestão do banco de dados também acende muitas dis-
cussões em diversos sistemas jurídicos.
O Supremo Tribunal Federal há de enfrentar futuramente a constitucionalidade do proce-
dimento de identificação do perfil genético, tema este quejá teve repercussão geral reconhe-
cida (Tema 905). No entanto, há forte tendência a admitir-se a sua constitucionalidade, desde 
que se adote procedimento indolor, ou seja, sem violência moral ou física exercida contra a 
pessoa. Essa tendência pode ser constatada em decisão monocrática do Ministro Alexandre 
de Moraes:
“A propósito da temática, a doutrina e jurisprudência alienígenas, tais como a alemã, 
a estadunidense, a portuguesa, a italiana, e a espanhola, vem sustentando, com funda-
mento nas respectivas legislações, a admissibilidade de se compelir o acusado a coo-
perar, passivamente, com a coleta da prova, sem que haja qualquer ofensa à garantia 
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contra a autoincriminação. […] Nesse sentido, legitimam-se, verbi gratia: as intervenções 
corporais coercitivas realizadas para a coleta de material genético como sangue, tecido 
ou urina, para ulterior perícia; a exigência de que o acusado permaneça em determinada 
posição, para fins de reconhecimento pessoal; as inspeções, buscas e registros pesso-
ais, dentre outras condutas que configuram um não fazer ou um mero suportar do sujeito 
passivo. (In MARTELETO FILHO, Wagner. O direito à não autoincriminação no processo 
penal contemporâneo: investigação genética, interceptações telefônicas e ambientais, 
agentes infiltrados e outros problemas. Ed. Del Rey. Belo Horizonte. 2012. p. 86-87.)” (HC 
155364/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. em 5/2/2019, DJe 11-2-2019)
Apenas para ilustrar, há casos em que o material é colhido a partir da saliva da pessoa, 
quando ela descarta copos, colheres ou materiais correlatos, o  que refuta por completo a 
hipótese de invasão da intimidade da pessoa ou de constrangimento ilegal. O procedimento, 
portanto, faz parte da atividade investigativa, devendo ser utilizado de forma criteriosa, ou 
seja, nos crimes graves e garantido o sigilo sobre as informações.
Cabe ressaltar que o Pacote Anticrime trouxe novas disposições à LEP, no que se refere à 
identificação criminal, entre as quais ressaltamos que constitui falta grave a recusa do con-
denado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético, nos termos do 
§ 8º do art. 9º-A.
O Pacote Anticrime estabeleceu expressamente o direito da defesa e do próprio titular do 
dado de perfil genético o acesso às informações pessoais constantes do banco de dados, 
bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que produziram seus dados de perfil 
genético (art. 9º-A, § 3º, da LEP).
Por fim, outra inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime: o prazo-limite para a manu-
tenção dos dados de perfil genético de uma pessoa no banco de dados é de 20 anos, decorri-
dos a partir do término do cumprimento da pena (art. 7º-A da Lei n. 12.037/2009). A exclusão 
do banco de dados depende de requerimento de interessado.
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6. AssistênciA
O objetivo da assistência é prevenir o crime e orientar o retorno do preso ao convívio so-
cial. Há regras específicas referentes à assistência ao egresso, que é o condenado liberado 
em definitivo, bem como o liberado condicional (art. 26 da LEP).
Pontuaremos os principais aspectos aqui, salientando que este tema não é dos que mais 
caem em concurso, mas pode cair. Então, não deixe de estudar a lei, atentando a quem se 
aplica, às modalidades de assistência (material, saúde, jurídica, educacional social, religiosa 
e ao egresso), bem como a eventuais exceções e prazos. Você perceberá grandes diferenças 
entre o disposto na lei e o diagnóstico de estado de coisas inconstitucional, conforme já tra-
tamos ao analisar o princípio da humanidade da pena.
Assistência material (arts. 12 e 13)
Alimentação, vestuário, e instalações higiênicas
Atendimento a necessidades pessoais ou dispor de 
locais de venda de produtos e objetos permitidos
Assistência educacional (arts. 17 a 21-A)
Instrução escolar e formação profissional
Ensino do 1º grau obrigatório
Universalização do ensino médio
Censo penitenciário deve incluir dados educa-
cionais (incisos I a V do art. 21-A)
Assistência à saúde (art. 14)
Compreende atendimento médico, farmacêutico e 
odontológico. Pré-natal e atendimento pós-parto à 
mulher, extensivo ao recém-nascido
Assistência social (arts. 22 e 23)
Preparação para o retorno à liberdade
Abrange orientações à família
Ações descritas nos incisos I a VII do art. 23
Assistência jurídica (art. 15)
Destinada aos presos que não puderem constituir 
advogado
Exercida pela Defensoria Pública
Assistência religiosa (art. 24)
Liberdade de culto
Local apropriado dentro do estabelecimento
Obs.: são direitos do preso e do internado
Obs.: quanto à assistência educacional, lembre-se 
de que há remição da pena pelo estudo
A assistência ao egresso 
compreende:
• na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
• na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo 
de 2 meses (podendo este prazo ser prorrogado uma única vez por declaração de assistente social, conside-
rado o empenho do egresso na obtenção de emprego).
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Será considerado egresso:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 ano a contar da saída do estabelecimento prisional;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
O egresso contará com assistência social para obtenção de trabalho
Além dessas modalidades de assistência, a LEP traz regras específicas para a assistência 
ao egresso, que consiste:
7. trAbAlHo
As regras sobre o trabalho da pessoa presa são recorrentes em concursos públicos! Mas 
aqui é jogo rápido, você deverá memorizar pequenas particularidades que peço que você 
preste atenção.
Em primeiro lugar, o trabalho é considerado pela LEP como dever social e condição de dig-
nidade humana (art. 28 da LEP). Ele possui tanto as vertentes de constituir dever e direito da 
pessoa presa, sendo, portanto, dever do Estado, que deve oportunizar as condições para que 
o preso possa trabalhar. Tendo em vista que o trabalho é uma das formas de remição da pena, 
muitos presos reivindicam esse direito, e os estabelecimentos prisionais têm muita dificulda-
de em atender a demanda. Veremos no capítulo da remição jurisprudência no sentido de que 
a falta de oferta de trabalho ao preso pela falha na prestação do serviço de administração pe-
nitenciária não dá direito à remição, já que esta depende de trabalho efetivamente prestado.
Fique atento para esses detalhes:
• O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho 
(art. 28, § 2º, da LEP).
• A remuneração não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo.• A prestação de serviços à comunidade não é remunerada.
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7.1. trAbAlHo interno
Quem pode trabalhar? De acordo com o art. 31 da LEP, o trabalho é obrigatório ao conde-
nado à pena privativa de liberdade e facultativo aos presos provisórios. E quanto a estes, só 
podem executar trabalho interno (art. 31, parágrafo único), não podem fazer trabalho externo.
Veremos adiante em mais detalhes, mas já quero adiantar que quanto ao trabalho do 
preso em regime fechado e semiaberto será possível a remição da pena. No caso de preso 
que cumpre pena em regime aberto, o trabalho ou a capacidade para exercer atividade laboral 
são requisitos para ingresso no regime, mas não há remição pelo trabalho nesse regime (no 
regime aberto só há remição pelo estudo).
A atribuição do trabalho deve considerar as aptidões e a capacidade do preso. A lei desta-
ca ao idoso (maior de 60 anos) o direito de solicitar ocupação adequada à sua idade. Os pre-
sos doentes ou com deficiência exercerão atividades apropriadas à sua condição. Lembrando 
que no caso da pessoa com deficiência, o respectivo Estatuto assegura o direito ao trabalho, 
com as devidas adaptações do meio e uso de tecnologia assistiva, a fim de criar condições 
adequadas de trabalho.
A jornada de trabalho não será inferior a 6, nem superior a 8 horas, com descanso aos 
domingos e feriados (LEP, art. 33). Pode haver horário especial no caso de atividades de ma-
nutenção do próprio estabelecimento prisional.
Fundação ou empresa pública poderá gerenciar o trabalho, tendo por objetivo a formação 
profissional do condenado. A entidade gerenciadora deve promover e supervisionar o traba-
lho dos presos, bem como comercializar os produtos e providenciar o pagamento da remune-
ração por esse trabalho.
7.2. trAbAlHo externo
No caso de presos em regime fechado, deve ser realizado em serviço ou obras públicas, 
por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as 
cautelas contra a fuga (art. 36 da LEP).
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Os seguintes detalhes costumam ser cobrados em provas:
• Será admissível apenas em serviços e obras públicas para os presos em regime fecha-
do;
• A prestação de trabalho a entidade privada depende de consentimento expresso do 
preso;
• É autorizado pelo diretor do estabelecimento prisional;
• Requisitos: aptidão, disciplina e responsabilidade (subjetivos) e o cumprimento de 1/6 
da pena (objetivo).
• Revogação: em caso de prática de fato definido como crime ou de falta grave ou se o 
comportamento do preso for contrário aos requisitos subjetivos.
Observe que o trabalho externo do preso em regime fechado depende do preenchimento 
de requisitos, que serão submetidos à análise do diretor do estabelecimento prisional. Assim 
como a concessão de benefícios, exigirá como requisito subjetivo o comportamento adequa-
do, ou seja, responsabilidade, indicando que o preso não aproveitará para planejar fuga ou 
praticar condutas que ameacem o devido cumprimento da pena. Além disso, o tipo de tra-
balho deve levar em conta as aptidões dos presos. Ademais, há o requisito objetivo de cum-
primento de 1/6 da pena. Neste ponto, salientamos a existência de entendimento sumulado 
do STJ no sentido de que o dispositivo em questão se refere ao tempo de pena cumprida em 
regime fechado:
STJ, Súmula n. 40. Para obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, 
considera-se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado.
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O preso em regime semiaberto pode trabalhar extramuros? O art.  36 da LEP não trata do 
preso em regime semiaberto, mas isso não significa que ele não possa realizar trabalho fora 
do estabelecimento prisional. O Código Penal, em seu art. 35, § 2º, estabelece que o trabalho 
externo é admissível aos presos que cumprem pena em regime semiaberto, assim como a 
frequência a cursos de ensino regular e profissionalizante. Inclusive, terá direito à remição, 
como veremos em tópico apropriado. A questão é que o trabalho do preso em regime fechado 
requer maios controle e vigilância, razão por que a LEP trouxe disposições específicas nesses 
casos.
8. deveres e direitos
A Lei de Execução Penal trata dos deveres e direitos dos presos:
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Deveres (art. 39)
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da 
sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pes-
soa com quem deva relacionar-se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais 
condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou 
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução do trabalho, tarefas e ordens recebidas;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vítima ou a seus sucessores;
VIII – indenização do Estado, quando possível, por 
despesas realizadas com sua manutenção, mediante des-
conto proporcional da remuneração do trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal.
Direitos (art. 41)
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o tra-
balho, o descanso e a recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, ar-
tísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a 
execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, 
social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado; 
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e ami-
gos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências 
da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em 
defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de corres-
pondência escrita, da leitura e de outros meios de informação 
que não comprometam a moral e os bons costumes;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob 
pena

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