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RESPONSABILIDADE CIVIL 5.1. Obrigação de indenizar A teoria da causalidade alternativa é utilizada especialmente nas hipóteses de objetos caídos ou lançados de um prédio. Nessa hipótese, quando se ignora o verdadeiro autor do evento lesivo “todos os autores possíveis - isto é, os que se encontravam no grupo - serão considerados, de forma solidária, responsáveis pelo evento, em face da ofensa perpetrada à vítima” (CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 6ª edição. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 246). A teoria encontra respaldo na legislação, mais especificamente no art. 938 do Código Civil, segundo o qual: “Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”. A alternativa D não é correta, pois a responsabilidade dos objetos caídos de um prédio é objetiva, não se discutindo a culpa do morador da unidade mobiliária de onde caiu o objeto. A hipótese narrada versa sobre a responsabilidade do empregador pelos atos do empregado, cuja previsão está no art. 932, III do Código Civil. Trata-se de uma responsabilidade civil objetiva (CC, art. 933), na qual não se discute a culpa do patrão, mas apenas a culpa do causador direto do dano (no caso, a funcionária Márcia). Vale ressaltar que – uma vez satisfeita a vítima – o empregador terá direito de regresso em face da empregada, que causou o dano (CC, art. 934). A: correta, pois “se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação” (CC, art. 942); B: incorreta, pois a solução legal é a solidariedade e não a fracionariedade; C: incorreta, pois não se admite tal alegação quando houve coautoria no ato ilícito; D: incorreta, pois ambos colaboraram para a prática da ofensa, resultando num dano moral indenizável. A: incorreta, pois a lei não aponta uma ordem de preferência a respeito do réu nesses casos (CC, art. 932). Ao contrário, há solidariedade passiva e a vítima pode escolher contra quem irá pleitear sua indenização; B: correta, pois a ideia da lei ao criar a responsabilidade do empregador pelo ato do empregado é exatamente possibilitar à vítima escolher contra quem pretende demandar, estabelecendo uma solidariedade legal passiva entre eles; C: incorreta, pois Olivia poderá também demandar o empregado; D: incorreta, pois caso a transportadora pague o valor da indenização, ela terá regressiva contra o causador direto do dano, que é André (CC, art. 934). A, C e D: incorretas, pois o art. 936 do CC traz responsabilidade de ordem objetiva para esse caso, e todas as alternativas citadas fazem referência a uma responsabilidade subjetiva; B: correta; o art. 936 do CC estabelece que “o dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior”. Repare que a responsabilidade do dono é quase automática, utilizando-se o critério objetivo, sendo que o dono só conseguirá se eximir da responsabilidade se provar a ruptura do nexo causal por culpa da vítima ou força maior. A, B e D: incorretas, pois Tatiana é a única causadora e responsável por todo o ocorrido, sendo que o carro de Sandro foi mero instrumento que atingiu o carro de Ricardo, não havendo que se falar em responsabilidade de Sandro, que nada fez no caso, muito menos atuou com culpa ou dolo; C: correta, pois, ao dirigir redigindo mensagem de texto, Tatiana agiu com culpa em sentido em estrito, mais especificamente com negligência, impondo-se sua responsabilidade civil na forma do art. 186 do Código Civil. A: correta (art. 948, I e II do CC); B: incorreta, pois a lei prevê expressamente o pagamento de alimentos aos filhos levando-se em conta a duração provável da vida da vítima (art. 948, II do CC); C: incorreta, pois a responsabilidade civil é independente da criminal. A via civil apenas ficará fechada se no juízo criminal ficar provada a inexistência do fato ou a negativa de autoria (art. 935 do CC), o que não é o caso em tela. Logo, Maria possui pretensão reparatória em face de Felipe; D: incorreta, pois a lei prevê expressamente que a indenização, além desses itens não exclui outras reparações (art. 948, caput, do CC). A: incorreta, pois neste caso não haverá responsabilidade solidária, vez que a lei o isenta (art. 934 do CC); B: incorreta, pois os pais, embora tenham responsabilidade objetiva, não podem reaver de Pedro o que houverem pago, pois a lei traz impedimento para tal (art. 934 do CC); C: correta (art. 928 do CC); D: incorreta, pois trata-se de caso de responsabilidade objetiva, logo os pais de Pedro responderão independentemente da demonstração de culpa (art. 932, I, do CC). A: incorreta, pois o caso revela abuso de direito, vedado pelo art. 187 do CC; há também violação ao art. 42, caput, do CDC, vez que a conduta da escola nada mais é que uma forma de constrangimento com vistas à cobrança de uma dívida; B: incorreta, pois o abuso de direito é um ato ilícito (art. 187 do CC), que, como tal enseja indenização (art. 927 do CC); C: correta, pois, de fato, temos um abuso de direito, tipo de ato ilícito que, diferentemente do previsto no art. 186 do CC, não requer culpa ou dolo para se configurar (art. 187 do CC); D: incorreta, pois, como se viu, o abuso de direito é um tipo de ato ilícito que, diferentemente do previsto no art. 186 do CC, não requer culpa ou dolo para se configurar (art. 187 do CC). A: correta, pois o incapaz responde de maneira subsidiária, ou seja, apenas no caso de as pessoas por ele responsáveis não tiverem a obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes (art. 928, caput, do CC); B: incorreta, pois, conforme comentário à alternativa anterior, o incapaz, no caso de as pessoas por ele responsáveis não tiverem a obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes, responderá (art. 928, caput, do CC); C: incorreta, pois havendo culpa exclusiva da vítima ou força maior, o dono do animal não responde (art. 936 do CC); D: incorreta, pois, conforme se viu, a princípio, os responsáveis pelo incapaz (no caso, os pais) é que responderão (art. 928 do CC). A: incorreta, pois a atividade desenvolvida pela empresa de pulverização implica, por natureza, risco para os direitos de outrem, de modo que se tem responsabilidade objetiva, nos termos do art. 927, parágrafo único, do CC; o caso também pode ser enquadrado no art. 51 da Lei 12.305/2010; como patrocinador do serviço de pulverização, Alfredo também responderá da mesma forma, e de modo solidário (art. 942, caput, do CC); B: correta, nos termos do comentário à alternativa “A”; C: incorreta, pois, como tomador do serviço da empresa, Alfredo responde solidariamente (art. 942, caput, do CC); D: incorreta, pois há solidariedade entre a empresa e Alfredo (art. 942, caput, do CC). A: incorreta, pois há excludente de responsabilidade consistente na culpa exclusiva da vítima; B: incorreta, pois, apesar de não configurada a responsabilidade civil, há sim conduta de João, consistente em dirigir seu veículo; porém, além da conduta e do dano, é necessário o nexo de causalidade, inexistente por conta da existência de culpa exclusiva da vítima; C: incorreta, pois há sim dano indenizável, tendo em vista os graves ferimentos; porém, conforme se viu, não basta haver conduta e dano indenizável, sendo necessário também nexo de causalidade entre a primeira e o segundo; D: correta, pois houve rompimento do nexo de causalidade em razão da culpa exclusiva da vítima, de modo a não configurar a responsabilidade civil. A: incorreta, pois é a responsabilidadepela reparação de dano de terceira pessoa, e não de um animal; um exemplo é a responsabilidade dos pais pelos atos de seus filhos menores; B: correta (art. 936, parte final, do CC); C: incorreta, pois a responsabilidade da locadora, no caso, não é subsidiária, mas solidária (Súmula STF 492); D: incorreta, pois, de acordo com a Súmula STJ 326, “na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial NÃO implica sucumbência recíproca”. A: correta; segundo o art. 927, parágrafo único, do CC, configura-se responsabilidade objetiva quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem; repare que no texto legal o nexo de causalidade é mitigado pela expressão “implicar” (menos forte que a expressão “causar”); no caso em tela tem-se uma transportadora de valores, que, como é cediço, exerce atividade de risco, sendo certo que, no caso concreto, essa atividade de risco acabou por implicar em dano a terceiro, já que atraiu roubador, que, com seus tiros de fuzil, acabou por ser fator decisivo no atropelamento de Rodrigo Cerdeira, que não tinha nada a ver com a atividade de risco da empresa de transporte de valores; assim, aplica-se a teoria do risco proveito, de modo a configurar responsabilidade objetiva da empresa proprietária do carro forte; B: incorreta, pois, conforme se viu, aplica-se o art. 927, parágrafo único, do CC, em que há mitigação do nexo de causalidade, ocorrendo responsabilidade objetiva da pessoa que desenvolve atividade de risco mesmo quando há terceiros agindo com culpa no caso; nesse sentido, vale citar o Enunciado CJF 38, que demonstra a finalidade da norma: “A responsabilidade fundada no risco da atividade, como prevista na segunda parte do parágrafo único do art. 927 do novo Código Civil, configura-se quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano causar a pessoa determinada um ônus maior do que aos demais membros da coletividade”; C: incorreta, por conta da aplicação do art. 927, parágrafo único, do CC, que não requer o elemento culpa para a configuração da responsabilidade; D: incorreta, pois a teoria que decorre do art. 927, parágrafo único, do CC é a teoria do risco proveito, e não a teoria do empreendimento. O art. 938 do CC dispõe que “aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido”. Repare que o dispositivo não requer o elemento culpa ou dolo para a configuração da responsabilidade. Assim, Mirtes, mesmo que demonstre que não agiu com intenção ou com culpa em sentido estrito responderá pelos danos causados. A alegação de força maior não calha, pois era possível evitar o dano, bastando que Mirtes tivesse retirado os vasos, conforme, inclusive, recomendação feita pela síndica. Danos causados por força maior são aqueles que não se consegue evitar (ex: um terremoto), o que efetivamente não foi o que aconteceu no caso em tela, em que se tinha um dano evitável. Assim, a alternativa “A” é falsa, pois não há que se falar em força maior. As alternativas “B” e “C” são falsas, pois não é necessário dolo (intenção) para a configuração da responsabilidade civil prevista no art. 938 do CC. E a alternativa “D” é verdadeira, pois essa responsabilidade está configurada nos termos do art. 938 do CC. A: incorreta, pois o depositante (Jonas) é obrigado a pagar ao depositário (Silas) as despesas feitas com a coisa (art. 643 do CC); B: correta, pois as despesas de restituição correm por conta do depositante (Jonas); C: incorreta, pois não existe tal direito em favor do depositante (vide arts. 627 a 646); D: incorreta, de acordo com o gabarito oficial, porém, entendemos que está correta, pois Jonas, como proprietário do veículo danificado culposamente por Francisco, tem legitimidade para a ação indenizatória respectiva. Ricardo agiu em estado de necessidade, pois, diante dos dois bens jurídicos em perigo (a vida de alguém e a integridade de um muro), resolveu sacrificar a integridade do muro. Assim, incide no caso a hipótese prevista no art. 188, II, do CC, pelo qual não é ato ilícito a deterioração ou a destruição de coisa alheia, a fim de remover perigo iminente. Apesar de sua conduta não ser considerada ilícita, Ricardo deverá reparar o dano causado ao proprietário do muro. Esse é o comando previsto no art. 929 do CC. A: incorreta. Assinala Senise Lisboa que: “O dano deve ser certo, isto é, fundado em um fato determinado. É inviável a responsabilidade civil do agente por mero dano hipotético ou eventual, pois não há como se reparar algo que pode sequer vir acontecer. Contudo, a partir do desenvolvimento dado à matéria pela jurisprudência francesa, assentou-se o entendimento de que há a possibilidade de se proceder à reparação pela chance perdida, isto é, daquilo que a vítima poderia, dentro de um critério de probabilidade, vir a obter para si, caso tivesse sido influenciada pelo agente a se conduzir de forma diversa. É a teoria da perda de uma chance, que considera que excepcionalmente torna-se possível a indenização por dano eventual” (Roberto Senise Lisboa. Manual de direito civil. V. 2: obrigações e responsabilidade civil. 4 ed., São Paulo: Saraiva, 2009, p. 235); B: correta. Assevera Senise Lisboa que: “A responsabilidade subjetiva contratual pressupõe a existência de um negócio jurídico efetivamente celebrado entre as partes. (...), Assim, na responsabilidade subjetiva contratual, podem as partes fixar a assunção da obrigação, mesmo nos casos de força maior e de caso fortuito, desde que a lei não coíba a sua previsão” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 279); C: incorreta. Afirma Senise Lisboa que: “As excludentes da responsabilidade objetiva não correspondem às da responsabilidade subjetiva. Nem poderia ser assim entendido, uma vez que a construção da teoria objetiva desprezou o pressuposto culpa, historicamente forjado como o elemento subjetivo do tipo civil. (...) São excludentes da responsabilidade civil objetiva: a) a culpa exclusiva da vítima; b) a culpa exclusiva de terceiros; c) a força maior; e d) o caso fortuito” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 334-5); D: incorreta. Assevera Senise Lisboa que: “Pouco importando se o caso é, na esfera cível, de responsabilidade subjetiva ou objetiva, cumpre observar que a sentença judicial proferida em processo criminal pode gerar efeitos, ou não, sobre o processo civil. Vigora, entre nós, o princípio da independência entre a responsabilidade civil e criminal, segundo o qual a responsabilidade civil pode ser apurada em processo próprio e distinto daquele em que se procedeu à análise da responsabilidade penal. (...). Observam-se as seguintes regras, acerca do princípio da independência de instâncias: (...) e) a extinção da punibilidade criminal não obsta a ação civil” (Roberto Senise Lisboa. Op. cit., p. 339-40). A: incorreta, pois a locadora, por ser proprietária do veículo, também é responsável pelos danos causados pelo locatário (Súmula STF 492); B: correta, pois o art. 932, III, do CC impõe a responsabilidade do patrão por atos do empregado “no exercício do trabalho que lhe competir” ou “em razão dele”, de maneira que, mesmo que o empregado haja em situação de desvio de função, desde que atue “em razão” do trabalho, o patrão responderá; enfim, o desvio de atribuição, trata-se de questão interna do empregador, que continua responsável pelos danos causados pelo empregado; C: incorreta, pois o afastamento dos filhos menores não pode servir como elemento descaracterizadorda responsabilidade dos pais; aliás, mesmo quando os pais emancipam um filho menor, os primeiros continuam responsáveis pelos atos destes, enquanto estes não completarem 18 anos, conforme jurisprudência pacífica do STJ; D: incorreta, pois a responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos é objetiva (art. 933 do CC). A: incorreta (art. 932, III, c.c. art. 933, ambos do CC); B: correta (art. 931 do CC); C: incorreta (art. 937 do CC); D: incorreta (art. 949 do CC). A e B: incorretas (arts. 186 e 187, ambos do CC), C: correta (art. 398 do CC), D: incorreta (art. 927, parágrafo único, do CC). Arts. 932, I, c.c. 933, ambos do CC. A: incorreta (art. 188, I, do CC), somente refere como não sendo atos ilícitos a legítima defesa; B: incorreta (art. 936 do CC); C: incorreta, pois dano emergente equivale a perda efetivamente sofrida, o que deixou de ganhar equivale a lucros cessantes; D: correta. De fato, na obrigação subsidiária deve ser respeitada a ordem de preferência e o devedor subsidiário somente será atingido se o principal não tiver bens para garantir a dívida. A: correta (art. 927, parágrafo único, do CC); B: incorreta (art. 945 do CC); C: incorreta (art. 942, parágrafo único, do CC); D: incorreta (art. 188, I e II, do CC). A: incorreta, pois, apesar de se tratar de ato lícito, é devida indenização em favor do terceiro lesado que não seja culpado pelo perigo (art. 929 do CC); B: incorreta, pois o art. 931 do CC, que estabelece responsabilidade objetiva, diz respeito ao “fato do produto” (que se traduz num acidente) e não a mero “vício do produto” (problema de qualidade ou quantidade); C: incorreta, pois não há tal requisito no art. 187 do CC; D: correta (art. 186 do CC). A: incorreta (arts. 928 e 932, I, do CC); B: incorreta. A responsabilidade objetiva é aquela que independe de conduta culposa do agente; C: correta (art. 734 do CC); D: incorreta (art. 939 do CC). A: incorreta, pois ainda deverão ser indenizadas despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família, além de outras reparações (art. 948 “caput”, I do CC); B: correta (art. 949 do CC); C: incorreta, pois se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização (art. 944, parágrafo único do CC); D: incorreta, pois se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano (art. 945 do CC); E: incorreta, pois o prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez (art. 950, parágrafo único do CC). I: correta, pois o incapaz só responde se os seus responsáveis não tiverem a obrigação de responder ou não dispuserem de meios suficientes (responsabilidade subsidiária), e, mesmo assim, a indenização deverá ser equitativa (responsabilidade equitativa), não tendo lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem (art. 928, caput e parágrafo único, do CC); II: incorreta, pois a responsabilidade indireta já existia no Código Civil anterior; são casos de responsabilidade indireta a responsabilidade pelo fato de terceiros, como a responsabilidade dos pais pelos atos de seus filhos menores que estiverem em sua companhia; III: correta, pois a regra geral, ainda, é a responsabilidade subjetiva, fundamentada na culpa, nos termos do art. 186 do CC; porém, é bom lembrar que o atual Código Civil trouxe uma série de novas hipóteses em que a responsabilidade é objetiva, afastando-se a regra do art. 186 do CC. A: incorreta, pois, segundo o art. 188, II, do CC, não constitui ato ilícito a lesão à pessoa, a fim de remover perigo iminente, tratando-se do conhecido “estado de necessidade”; apesar de não se constituir ato ilícito esse tipo de conduta, a pessoa prejudicada, caso não tenha sido culpada pela situação de perigo, tem direito de ser indenizada pelos prejuízos sofridos (art. 929 do CC); B: correta (art. 186 do CC); C: incorreta, pois o abuso de direito é considerado ato ilícito (art. 187 do CC); D: incorreta, pois quando se excede os limites do indispensável para a remoção do perigo, o ato deixa de ser legítimo (lícito) e passa a ser ilícito; E: incorreta, pois a legítima defesa constitui ato lícito (art. 188, I, do CC), não havendo, aqui, a regra do estado de necessidade, que impõe indenização pelo dano sofrido pela vítima do ato praticado nessa condição; isso ocorre, pois a legítima defesa é autorizada em caso de injusta agressão, não sendo razoável que o agressor tenha direito à indenização a ser paga por quem age em legítima defesa. I: incorreta (art. 932, III, do CC); II: incorreta (art. 928, caput, do CC); III: correta (art. 929 do CC). A: incorreta (não caberá o direito a regresso no caso de o causador do dano ser descendente absoluta ou relativamente incapaz – art. 934 do CC); B: incorreta, pois a teoria adotada nesse caso foi subjetiva, em que há necessidade da comprovação da culpa do agente; C: incorreta (art. 187 do CC); D: incorreta (art. 935 do CC); E: correta (art. 944 do CC). A: incorreta. Lúcia tem o direito de ser indenizada, com base no art. 929 CC, pois não foi culpada pela situação de perigo; B: incorreta, pois sendo obrigada a indenizar Lúcia, Márcia terá direito de regresso contra o terceiro causador do dano, no caso, Janaína (art. 930, caput CC); C: incorreta, pois Lúcia não tem nenhuma relação jurídica com Ricardo, mas sim com Márcia, afinal o empréstimo da bicicleta foi para ela. Logo, apenas dela poderá ser cobrada indenização (art. 929 CC); D: correta, pois considerando que houve uma relação de empréstimo entre Lúcia e Márcia e houve um dano ao bem causado por Márcia, Lúcia terá o direito de ser indenizada e Márcia poderá buscar ação de regresso contra o culpado pela lesão, isto é, Janaína (art. 929 e 930 CC). 5.2. Dano A: incorreta, pois a indenização por dano moral é devida em favor dos parentes próximos da vítima fatal de um atropelamento de responsabilidade de alguém; B: incorreta, pois se a culpa for exclusiva de Maria, a empresa não responderá; e se a culpa da empresa for concorrente com a culpa de Maria a empresa pagará indenização em valor reduzido (art. 945 do CC); C: incorreta, pois a lei é clara no sentido de que todos os dependentes da vítima de um homicídio (art. 948 do CC); D: correta, nos termos do art. 948 do CC. O STJ é pacífico no sentido de que é plenamente possível cumular indenização por danos materiais, danos morais e danos estéticos. A Súmula 37 do STJ dispõe que é possível cumular indenização por dano material com indenização por dano moral. E a Súmula 387, do mesmo STJ, dispõe que é possível cumular indenização por dano moral com indenização por dano estético. No caso, houve danos materiais (impossibilidade de trabalhar), danos morais (sofrimento) e danos estéticos (cicatrizes no corpo), de maneira que a alternativa “C” é a única correta. I: correta (Súmula 37 do STJ); II: correta (art. 200 do CC); III: correta (art. 206, § 3.º, V, do CC); IV: incorreta (art. 192 do CC). A: correta, vale salientar que a culpa contratual é presumida, ao passo que a culpa decorrente do dever genérico de não causar dano a alguém deve ser provada como regra; B: incorreta, pois dano moral direto é o dano causado à própria vítima da agressão (por exemplo, àquele que é atropelado), ao passo que dano moral indireto é aquele causado às pessoas próximas da vítima de uma agressão, como familiares, amigos e outros; C: incorreta, pois dano moral consiste na lesão a interessesimateriais não patrimoniais, tais como à honra, à imagem, à autoestima etc.; D: incorreta, pois não se deve confundir a imputabilidade com o nexo causal, pois a primeira diz respeito aos elementos subjetivos necessários à responsabilização, ao passo que o segundo, aos elementos objetivos, sendo perfeitamente possível a imputabilidade (culpa) sem o nexo causal. A: incorreta, pois há uma série de outros critérios que informam a fixação do valor do dano moral, tais como reflexos sociais e pessoais da ação, possibilidade de superação física ou psicológica, extensão e duração dos efeitos da ofensa, situação social dos envolvidos, grau de culpa ou dolo, dentre outros; B: incorreta, pois a jurisprudência tem entendido o contrário, ou seja, que é perfeitamente cumulável o dano moral com o dano estético (Súmula 387 do STJ); C: correta (arts. 949 a 951 do CC); D: incorreta, pois, nesse caso, a responsabilidade permanece, havendo reflexos apenas quanto ao valor indenizatório (art. 945 do CC).
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