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MESTRADO EM DIVINDADE DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR Pr Oriovaldo Goulart Seixas Filho Psicopedagogo INTRODUÇÃO A apostila a seguir tem como finalidade apresentar um “TRABALHO ACADÊMICO”, aos alunos do Curso “MESTRADO EM DIVINDADE”, oferecido pelo “Seminário Teológico Gilgal”, com sede em Bagé-RS, e em convênio com o SEAMID, com sede em Cascavel - PR. A disciplina em apreço, que nos foi confiada a ministrarmos é “DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR”, porém achamos por bem, com o aval do Diretor do SEAMID, apresentarmos a matéria em duas partes,, em que na primeira parte iremos recapitular os conceitos básicos estudados em “DIDÁTICA GERAL” e “DIDÁTICA ESPECIAL”; e em uma segunda parte abordaremos mais especificamente o tema proposto, que é “DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR”. E na primeira parte iremos nos deter um pouco sobre “PEDAGOGIA”, porque “EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA”, estão intrinsecamente ligadas, como a prática está ligada a teoria, podemos dizer ainda que “DIDÁTICA” sem uma reflexão pedagógica e educacional, é vazia, pois são elas que dão o embasamento teórico para a Didática. E estudar “DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR”, sem antes conhecer, a “DIDÁTICA GERAL” e a “DIDÁTICA ESPECIAL”, seria construir um castelo, esquecendo-se dos alicerces de sustentação. A Pedagogia, a Educação e a Didática Muito embora o objetivo proposto pelo “SEAMID”, seja a “DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR”, julgamos necessário iniciarmos revisando alguns conceitos básicos sobre “PEDAGOGIA” e “DIDÁTICA”, sendo que essa mais focalizada na “DIDÁTICA GERAL” e “DIDÁTICA ESPECIAL”. E começaremos vendo o significado dos termos acima. 1 – A PEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO No Campo Educacional a “PEDAGOGIA” tem se tornado a Ciência mais importante, pois é através dela que todos os demais conceitos relativos a educação são trabalhados, e como a Didática é um dos temas tratados na educação, está a mesma inserida no contexto da Pedagogia. I) O QUE É PEDAGOGIA? A palavra Pedagogia vem do grego (pais, paidós = criança; agein = conduzir; logos = tratado, ciência). Na antiga Grécia, eram chamados de pedagogos os escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola. Como escravo, ele era submisso à criança, mas tinha que fazer valer sua autoridade quando necessária. Por esse motivo, esses escravos desenvolveram grande habilidade no trato com as crianças. Hoje, pedagogo é o especialista em assuntos educacionais e Pedagogia, o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos ao fenômeno educativo. Temos diversas definições de Pedagogia: - Pedagogia é a ciência da educação. - Pedagogia é a ciência e a arte de educar. - Pedagogia é a reflexão metódica sobre a educação para esclarecer e orientar a prática educativa. (Durkheim e Radice) O conceito moderno de Pedagogia é o seguinte: “Pedagogia é a Filosofia, a Ciência e a Técnica da Educação”. (Prof. C. Mattos) Esse conceito é completo porque abrange todos os aspectos fundamentais da Pedagogia. A Pedagogia, a Educação e a Didática 1 – ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA Aspecto filosófico – Esse aspecto abrange os princípios fundamentais da educação, tais como as relações da educação com a vida, os valores, os ideais e as finalidades da educação. Procura responder às seguintes questões: - O que deve ser a educação? - Para onde a educação deve conduzir as novas gerações? O aspecto filosófico procura estabelecer as diretrizes da educação de acordo com os valores de cada povo e de cada época. Aspecto científico – A Pedagogia moderna apóia-se nos dados apresentados pelas ciências, procurando estabelecer o que é a educação. Ela se apóia principalmente nos dados das ciências que estudam o comportamento humano. A Pedagogia, a Educação e a Didática O desenvolvimento científico de áreas do conhecimento como a Psicologia, a Biologia, a Sociologia, a Antropologia, as Ciências políticas e a Economia trouxe uma contribuição muito importante para o estudo do comportamento. O comportamento humano é resultante de fatores psicológicos, biológicos, antropológicos, sociológicos, econômicos e políticos. A Pedagogia, a Educação e a Didática A Pedagogia, a Educação e a Didática 2 – DIVISÃO DA PEDAGOGIA A Pedagogia, pelo conceito que vimos, apresenta disciplinas filosóficas, científicas e técnicas. Disciplinas filosóficas: - História da Educação - Filosofia da Educação - Educação Comparada - Política Educacional Disciplinas Científicas: - Biologia Educacional - Psicologia Educacional - Sociologia Educacional Disciplinas Técnicas: - Administração Escolar - Higiene Escolar - Organização Escolar - Organização Educacional - Didática Geral e Especial (Podendo haver uma certa variação no conteúdo acima, dependendo do curso a que se propõe a Universidade). A Pedagogia, A Educação e a Didática A Pedagogia, a Educação e a Didática 3) A PEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO - Não podemos entender “Pedagogia”, sem compreendermos o significado de “Educação”. 3.1 – CONCEITOS BÁSICOS SOBRE EDUCAÇÃO Só se consegue entender o real significado do termo EDUCAÇÃO, quando se conhece sua origem. A palavra educação é de origem latina, vinda de dois verbos: “EDUCARE”, que significa alimentar, transmitir informação a alguém – esta educação é a que vem de fora; e “EDUCARE”, significando extrair, desabrochar, desenvolver algo que está no indivíduo, sendo esta uma educação que vem de dentro. Partindo destes dois conceitos, é que se começa a entender porque razões precisaram conhecer os avanços e retrocessos pelos quais tem a educação passado através dos séculos, desde as eras mais remotas até os dias atuais. A Pedagogia, a Educação e a Didática 3.2 – FASES EM QUE SE DIVIDE A EDUCAÇÃO A educação divide-se em fases, períodos ou regiões, tendo algumas maior peso sobre as outras, vejamos então: Dez fases distintas marcam o desenvolvimento educacional: 3.2.1- A Educação Primitiva: A Educação Primitiva era uma educação espontânea e direta, que predominava sobre a intencional. 3.2.2 – Educação Oriental: Compreendeu os séculos XXX a X a.C e se caracterizava por ser autocrática religiosa e erudita; abrangeu o Egito, a Índia, a Arábia, a China e os Hebreus. 3.2.3 – Educação Clássica: procurava desenvolver o caráter humano e cívico, valorizando a vida cultural e autônoma; compreendeu a educação da Grécia e da Roma antiga. 3.2.4 – Educação Medieval: A educação da Idade Média, quando do avanço do Cristianismo, partia de formas bem remotas e teve, para a civilização ocidental, significado muito grande; seus reflexos se fazem sentir ainda hoje, pois a chamada educação cristã, passada ao brasileiro, pelos jesuítas, nos primeiros séculos de colonização, é marcante em muitas escolas da atualidade. Essa educação visava a formação do homem de fé. A Pedagogia, a Educação e a Didática 3.2.5 – Educação Humanista: Com o renascimento, surge uma nova forma de cultura, voltada novamente à cultura clássica e empenhada em descobrir uma nova forma de vida. Abandonando a cultura cristã, os humanistas deixam de pensar em um mundo centrado em Deus (teocêntrico), para pensar em um mundo centrado no homem (antropocêntrico). 3.2.6 – Educação Cristã Reformada: Compreende o período pós-reforma e contra-reforma; de um lado o avanço do protestantismo, trazendo uma nova filosofia de vida e, por outro, o catolicismo, procurando esmagar as idéias reformistas através da Contra-Reforma. Esta educação divergia; de acordo com o postulado de seus educadores, estava mais voltada à compreensão religiosa do que pedagógica. 3.2.7 – Educação Realista: O realismo surge com uma nova proposta, visando o aprimoramento da ciência, a valorização do conhecimento científico. 3.2.8 – Educação Racionalista e Naturalista: O racionalismo, ao invés de supervalorizar a fé, supervaloriza o conhecimento racional, através do qual o mundo é explicado. Este movimento surgiu como um movimento cultural, logo no início da Renascença, conhecido também como Movimento da Pedagogia. 3.2.9 – Educação Nacional: Visando formar a consciência nacional patriótica, deixandode lado a ênfase no coletivismo fraternal da cristandade, administrado através da Igreja, a Educação Nacionalista procurava mostrar que o homem deveria ser livre, conhecendo as diferenças nacionais e incentivando a Escola Primária, universal, gratuita e obrigatória. 3.2.10 – Educação Democrática: Educação para um maior número de indivíduos, dando liberdade e possibilidades de exercerem suas atividades independentes da posição econômica que exerça, constituindo-se em direito de todos. Este pensamento Pedagógico perdura ainda hoje. A Pedagogia, A educação e a Didática – A PEDAGOGIA DO SÉCULO XVIII – A EDUCAÇÃO E OS EDUCADORES DO SÉCULO XIX – A PEDAGOGIA DO SÉCULO XX – A DIDÁTICA DIDÁTICA GERAL E DIDÁTICA ESPECIAL DIDÁTICA E METODOLOGIA DE QUE TRATA A DIDÁTICA? - A MAIOR PREOCUPAÇÃO DA DIDÁTICA DEVE SER CM O ENSINO E APRENDIZAGEM A Pedagogia e a Educação - O CONCEITO DE DIDÁTICA PARA COMÊNIO - - O BINÔMIO PROFESSOR-ALUNO DENTRO DA DIDÁTICA - - O PROFESSOR a.1) O professor como Comunicador a.2) O professor e a formulação dos objetivos a.3) A classificação do objetivo a.3.1) Quanto à especificação: a.3.2) Quanto aos domínios a.3.3) Porque o professor deve formular objetivos A Pedagogia e a Educação Tipos de Planejamento b.1) Planejamento Educacional: b.2) Planejamento Curricular: b.3) Planejamento de Ensino: Plano de Unidade Disciplina: Introdução à Filosofia Professor Titular: Varlei Machado Perez Conteúdos programáticos: INTRODUÇÃO À PROBLEMÁTICA FILOSÓFICA 1.1 – A Filosofia: conceito e sua necessidade. Divisão. 1.2 – A Filosofia e as Ciências Particulares. 1.3 – Os métodos da Filosofia. O CONHECIMENTO HUMANO 2.1 – As fontes do saber humano. 2.2 – A descrição fenomenológica do conhecimento. 2.3 – Possibilidade, Origem e Essência do conhecimento. NOÇÕES DE FILOSOFIA 3.1 – Princípios correntes filosóficas: Ilusionismo; Empirismo; Idealismo; Racionalismo; Positivismo. 3.2 – Crítica. 3.3 – Ontologia. 3.4 – Categorias ônticas e ontológicas. Plano de Aula Etimologicamente, a palavra aula vem do grego aulé, através do latim aula, pátio. O equivalente sala em que se leciona denota a acepção Greco-latina, pátio ou “grande saguão no interior de algumas casas”. Se analisarmos o equivalente sala em que se leciona, verificaremos que lecionar é ministrar lições, ou seja, prestar uma informação sob a forma de preleção. Nesse sentido, então, a sala de aula é o lugar onde o professor desempenha o papel de maior relevância. Entretanto, sabemos que a sala de aula não deve ser o lugar onde o professor fala e os alunos ouvem passivamente. A interação professor-aluno na sala de aula ressalta papel do professor não mais como ministrador de lições, mas como antecipador dos comportamentos esperados do aluno, que se tornam reais pelas condições de aprendizagem que são oferecidas, a partir de uma previsão inteligente, deliberadamente organizada e registrada sob a forma de um “PLANO DE AULA”. O Plano de Aula é, pois, um instrumento de trabalho que especifica os comportamentos esperados do aluno e os meios – conteúdos, procedimentos e recursos – que serão utilizados para a sua realização, buscando sistematizar todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem. Segundo Nervi (1969), o plano de aula é uma previsão de atividades convenientemente estruturadas e distribuídas que se devem desenvolver em etapas sucessivas e interligadas, em função dos objetivos previstos e do tempo disponível. Plano de Aula MODELO DE UM PLANO DE AULA INSTITUIÇÃO DE ENSINO – SEMINÁRIO TEOLÓGICO GILGAL CURSO: Bacharelato em Teologia DISCIPLINA: Introdução à Ética Cristã PROFESSOR: Pr Oriovaldo Goulart Seixas Filho LOCAL E DATA: Bagé – RS --------/-------/-------- AULA: 1ª Aula ASSUNTO: Apresentação da disciplina, estabelecendo a diferença entre Ética Ministerial, Secular e Cristã. OBJETIVO: proporcionar aos alunos condições de estabelecer a diferença entre Ética Ministerial, Secular e Cristã. RECURSOS: - Quadros de giz; - Transparência; - Envelope com técnica. DESENVOLVIMENTO Apresentação da técnica conhecida como “Técnica de Sondagem”. Acompanhamento das transparências e polígrafo. Apresentação da disciplina (Plano de Unidade) AVALIAÇÃO Será feita através de perguntas diretas e da observação do desempenho e participação de cada aluno em classe. O Professor e a Avaliação O PROFESSOR E A AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO PERCENTUAL DE DIFICULDADES 20% Difíceis 60% Médias 20% Fáceis 100% MODELO DE PROVA DISCIPLINA – PSICOLOGIA ALUNO: ______________________________________ DATA:________ 1) COMPLETE CORRETAMENTE AS FRASES A SEGUIR: a) No passado a Psicologia fazia parte da Filosofia e da Teologia. b) Para a Sabedoria popular a Psicologia é representados através de máximas ou ditados. c) Willen Wund abriu um laboratório de Psicologia formal na Alemanha. d) A Psicologia de linha Americana é representada pelo Behaviorismo e a de linha Européia pela Psicanálise de Freud. e) Chamamos de violência, toda a força que abusivamente se emprega contra o direito humano. MODELO DE PROVA 2) CITE: a) Os três estados em que são divididos a mente humana: Consciente, Subconsciente e Inconsciente. b) Divisão da mente humana, segundo Freud: Ego, Superego e ID. c) Autor da publicação “Elementos Psychophysics”: Gustav Fechner. 3) MARQUE COM UM “X” A ÚNICA ALTERNATIVA CORRETA: a) É o conjunto de regras que determina o comportamento do individuo na sociedade: ( ) Desemprego; ( x ) Moral; ( ) Violência. b) Quando as normas não são aceitas pela sociedade, pode caracterizar um ato de: ( x ) Violência; ( ) Moral; ( ) Ato Público MODELO DE PROVA c) Quando a violência é praticada por aventureiros ousados, chama-se: ( ) Violência Coletiva; ( ) Violência Múltipla; (x ) Violência Individual. d) Quando um Crime é cometido em nome do amor ou da paixão, chama-se: ( ) Crime Elegante; ( ) Crime Hediondo ( x ) Crime Passional; ( ) Crime Coletivo. RESPONDA: a) O que é Personalidade? É o conjunto de atributos e qualidades físicas intelectuais e morais que caracterizam o individuo. b) O que você entende por Caráter? É o aspecto psíquico da personalidade. c) Quais os dois mais importantes aspectos ou componentes da Personalidade? Temperamento e caráter. MODELO DE PROVA 5) NUMERE A 2ª COLUNA DE ACORDO COM A 1ª: (1) Psiquiatria (3) Estuda fenômenos Paranormais; (2) Psicanálise (5) Psicologia de linha Européia; (3) Parapsicologia (4) Ciência que estuda o Homem; (4) Psicologia (1) Especialidade da Medicina; (5) Bahavirismo (- ) Publicou “Elementos Psychophysics”; (2) Técnica de tratamento Psicológico. 6) NAS QUESTÕES ABAIXO ASSINALE “V” PARA VERDADEIRO E “F” PARA FALSO: (F) A criança herda o caráter; (V) O “eu” é a pessoa consciente de si mesmo; (F) O caráter não interfere na personalidade. DESCREVA COM SUAS PALAVRAS UMA CENA QUE CARACTERIZE UM ATO DE CIÚME DOENTIO: Verificar a resposta individual. OBSERVAÇÃO: Este é apenas um pequeno exemplo de como elaborar uma prova, porém o professor tem não somente a flexibilidade de formular novas questões, como também de dar valor mais alto a questões do tipo: Responda, Complete as Lacunas ou descreva com suas palavras, por serem consideradas mais difíceis e exigirem a criatividade do aluno. O que se tem procurado é evitar tornar o aluno um mero decorador, que não precise raciocinar. O QUE SOMOS CAPAZES DE REFLETIR “O homem é uma cidade que tem cinco portas”, diz um antigo provérbio Indu, referindo-se, evidentemente, aos cinco sentidos através dos quais o homem toma conhecimento do mundo exterior. Pode-se assim, afirmar que desde tempos remotos houve preocupação com o uso dos sentidos na comunicação. Uma curiosa pesquisa do Socondy-Vacuum Oil Co. Studies apresenta os seguintes dados relacionados à retenção da aprendizagem. Aprendemos: - 1% através do gosto; - 1,5% através do tato; - 3,5% através do olfato; - 11% através doouvido; -83% através da vista. Retemos: -10% do que lemos; -20% do que escutamos; -30% do que vemos; -50% do que vemos e escutamos; - 70% do que ouvimos e logo discutimos; - 90% do que ouvimos e logo realizamos. O QUE SOMOS CAPAZES DE REFLETIR Método de Ensino Dados retidos depois de 3 horas Dados retidos depois de 3 dias Somente Oral 70% 10% Somente Visual 72% 20% Visual e Oral Simultaneamente 85% 65% “Diga-me e eu esquecerei; Mostre-me, talvez eu lembrarei; Mas faça-me participar E eu compreenderei!” (Provérbio Chinês) Cone de Experiência de Edgar Dale O QUE SOMOS CAPAZES DE REFLETIR OBSERVAÇÃO: Esse cone nos faz entender o que o aluno é capaz de reter. A obra considerada clássica sobre audiovisuais foi escrita por Edgar Dale, 1954. O autor propôs o “Cone de experiências”, no qual hierarquiza os vários meios em função do grau de abstração. Parte do imediatamente vivencial e, através de instâncias, chega ao simbólico abstrato. O processo de aprendizagem é tanto mais eficaz quanto mais se possa realizar uma experiência direta. O emprego de recursos pode proporcionar aos alunos experiências para desenvolver a compreensão e a reflexão. O ALUNO - Como vimos o binômio “Professor-aluno”, são as figuras mestras em Educação, e não poderíamos deixar de falar sobre “o aluno”, sem o qual não existiria a figura do professor. O aluno deve ser respeitado não apenas como um ser humano a mais, mas sim como uma das peças fundamentais no processo “Ensino-Aprendizagem”, o professor que não valoriza o aluno, não tem razão de estar a frente de uma classe. Existem, pelo menos, 10 leis do ensino em relação ao aluno: O aluno aprende quando é motivado, estimulado psicologicamente; O aluno aprende quando gosta do assunto ensinado; O aluno aprende quando necessita aprender; O aluno aprende quando vê o professor fazer (At 1.1); O aluno aprende quando é levado pelo professor a fazer; O aluno aprende quando o professor usa métodos apropriados para ensinar; O aluno aprende quando é levado a pesquisar mais sobre o assunto que o professor ensina; O aluno aprende quando tem confiança em si mesmo, na escola e no professor; O aluno aprende quando recebe atenção especial por parte do professor; O aluno aprende quando é orientado pelo professor a ter uma vida de dedicação. SEGUNDA PARTE DIDATICA DO ENSINO SUPERIOR A didática do Ensino Superior, que é realmente a disciplina proposta pelo Seminário, tem como principal objetivo apresentar as normas que regem o funcionamento do “Ensino Superior”. De acordo com um dos livros-cabeceira que deveria ser referência de qualquer educador de Israel Scheffler, a linguagem educacional tem dupla dimensão filosófica: da tradição, por um lado, e da transformação, por outro, relacionando a análise filosófica da linguagem educacional à prática pedagógica, à ideologia política e à ética. Neste cenário ou paisagem educacional, situa as ideias fundamentais de “conhecer”, “aprender”, “pensar”, “compreender” e “explicar” termos consagrados na Literatura Filosófica, mas, também Psicológica sobre a Educação. Outros termos especificamente educacionais a estes relacionados são “disciplina mental”, rendimento, currículo, desenvolvimento do caráter e maturidade. Podemos, assim, num sentido amplo, definir “ensinar”, por exemplo, como um verbo que denota uma atividade voltada para determinado fim. Trata-se, antes de tudo, de uma tentativa e um esforço por realizar o aprendizado. Mas, o cumprimento do ato de ensinar não é suficiente para completar ou realizar o ensino. Para se ter garantido o ensino, é preciso que se tenha alcançado um aprendizado adequado (certo aprendizado sob certas condições). Por outro lado, a exibição de provas não é suficiente para comprovar a aprendizagem, como não se pode reduzir o ensino a uma estrutura de movimentos previamente determinados. Sempre que se empreendem esforços para ensinar, por mais que possamos prever o procedimento mais favorável à aprendizagem, temos que nos expor, correndo o risco e contando com a possibilidade do fracasso. Nesse sentido, a Didática pode maximizar a eficácia do ato de ensinar, mas não impede totalmente o fracasso. Nesse sentido, a arte do ensino é comparável à da culinária que depende do talento do mestre- cuca, mas também de um preparo técnico. Por isso, não basta passar receitas. A formação dos professores depende, por um lado, do progresso da ciência, mas por outro, de sua aplicação ao campo educacional. Entretanto é preciso considerar os objetivos distintos e diferentes distanciamentos em relação à prática do ensino em comparação à pesquisa. Essa distinção legítima e reconhecida é até fundamental para a aplicação dos resultados da pesquisa na prática pedagógica. I – MÉTODOS E TÉCNICAS Procuramos a seguir traçar algumas fronteiras para a compreensão da Didática, tais como métodos e técnicas de ensino. De acordo com KAPLAN. Métodos são técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa parte delas. Para MARCONI e LAKATOS (...) a técnica identifica-se com a parte prática da pesquisa. Técnica é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática. Toda ciência utiliza inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos. No nível superior, os métodos de ensino e estudo tendem cada vez mais a limitar-se a técnicas, e podem ser analisados de acordo com diversos critérios. Quanto à natureza pode ser teórica (dedicada a estudar teorias), metodológica (que se ocupa dos modos de fazer ciência), empírica (dedicada a codificar a face mensurável da realidade social) ou prática (ou pesquisa-ação, voltada para intervir na realidade social). SEGUNDA PARTE DIDATICA DO ENSINO SUPERIOR Quanto aos objetivos, os métodos científicos podem ser exploratórios, descritivos ou explicativos. Quanto ao objeto, podem ser bibliográficos, de laboratório e de campo. Quanto à abordagem lógica, podem ser dedutivos, indutivos ou experimentais (por observação, hipótese, experimentação, comparação abstração e generalização), hipotético-dedutivos (lógico) ou dialéticos (histórico-sociais). Quanto à fundamentação teórica ou estilo de procedimento, pode ser histórico, comparativo, monográfico, estatístico, funcionalista ou estruturalista. Devemos acrescentar que, do ponto-de-vista puramente didático é possível citar, sem maiores detalhes, os seguintes métodos de ensino. Liberal 1 – Tradicional: Centraliza a ação no professor e no ideal do magister dixit. A relação professor-aluno baseia-se na dominação do sabedor sobre a tabula-rasa, que é o educando (incl. Rousseau, Locke, Herbart, Decrolv, Montessory, Pestallozzi, etc). 2- Escola-Novista: Centra-se no aluno e na sua ação. O enfoque da educação passa do ensino para a aprendizagem. A qualidade de todo o processo depende do planejamento mais apropriado, de acordo com objetivos adequados ao nível e fase do aluno (incl Piaget, Dewey e todas as metodologias construtivistas). 3 – Tecnicista: Baseada na idéia de que a técnica poderá substituir a competência do professor, garantindo por si mesma a aprendizagem. Inclui-se aqui o behaviorismo (Skinner), as “máquinas de ensinar”, moderno “ensino à distância”. SEGUNDA PARTE DIDATICA DO ENSINO SUPERIOR Didática do Ensino Superior Progressistas 1 – Não-diretivo: Funda-se na liberdade e poder auto-organizador do aluno. O professor é mero auxiliador da criança (Neil, Makarenko, Illich, etc). 2 – Institucional: O professor é o conselheiro do grupo, que tem uma capacidade auto- organizadora e terapêutica (incl. Lobrot, Lapassade, Lebfebvre, Snyders, etc). 3 – Crítico dos conteúdos: A escola é vista como reprodutora da ideologia dominante, mas isto não a isenta de seu compromisso de administração dos conteúdos que são patrimônio comum da humanidade, com a conscientização crítica e libertação do aluno (incl Gramsci, Marx, Paulo Freire, Saviani, etc). Acrescentaríamos ainda os seguintes métodos,uns mais “populares” do que outros. Método Maiêutico: caracteriza-se pelo diálogo com o aluno, desafiando-o ao questionamento e busca da verdade. Método Escolástico: caracteriza-se pelo equilíbrio entre as ideias e as ações, entre a teoria e a prática, a escuta e a palavra, o insight e a sabedoria. Método Clínico: seu principal aspecto é o da reconstrução do raciocínio construído pelo aluno, com vistas à determinação do estágio em que ele se encontra e superação do mesmo. Método Comportamentalista: Baseia-se no princípio do estímulo e da resposta e na visão evolucionista do conhecimento. Pedagogia Problematizadora: Fundamenta-se no desvelamento de pretensas “tramas ocultas” que ameaçam manter aluno na ignorância e alienação, por meio da crítica negativa (até de si mesmo). Pedagogia dos amthal: baseiam-se no potencial educacional milenar dos exemplos, contos populares e provérbios, parábolas, etc. e na sabedoria dos antigos. Principais Métodos de Ensino Aula expositiva Método Montessory Aulas expositivas Dinâmicas de grupo MESA REDONDA COMUNICAÇÃO COORDENADA PROJETO DE PESQUISA RESENHAS BIBLIOGRÁFICAS História da Universidade De acordo com Charle e Verger, a universidade surgiu a partir da instituição das chamadas Artes Liberais (Trivium – Gramática, Retórica, Lógica, Quadrivium – Aritmética, Música, Astronomia, Geometria) e a teologia, que é a ciência sagrada, o coroamento da universidade. Segundo eles, as primeiras universidades, organizadas a partir de contrato autônomo, foram de Direito e Medicina em Bolonha e datam do século XI. No século XII a idéia alastrou-se para outros países e o latim era o veículo da cultura clássica redescoberta e traduzida (como o corpusjuris civilis de Justiniano – século VI). Tratava-se de pequenas sociedades agrupadas em torno de um mestre, reunindo estudantes de várias “nações”. Todo ano era eleito um reitor. A licentia docendi era outorgada pelo arcediago e o magistério é extensivo a toda cristandade. A partir de 1200 organizam-se a Universidade de Paris e Oxford, com grande autonomia concedida pelo Papa (nos limites da cristandade). Cambrigde nasce de um grupo migrado de Oxford, Pádua é fundada em 1222 pelos doutores de Bolonha. No mediterrâneo surgem associações de estudantes e, no Norte da Europa, de mestres. Estabelecem- se estatutos com caráter democrático e cooperativo. = > Fatores geradores novos empregos e necessidades sociais, necessidade de tradução dos clássicos gregos e latinos e necessidade de profissionais do ensino. = > Evolução quantitativa. = > 1300 – Universidades ativas na Europa. = > 20 fundações – só metade consegue reconhecimento. = > 1400 – 4000 alunos em Paris (3/4 estudantes de artes). = > 2000 a 3000 em Bolonha e 1,5 em Oxford e Praga. = > 1500 – 62 fundações. 1300 alunos em Cambridge; 1700 em Oxford; entre 5000 e 6500 em Paris. A principal corrente migratória estendia-se de Paris e Bolonha. Uma Universidade Temporã Cunha destaca a primeira Faculdade americana que foi criada na Ilha de São Domingos (1538 onde Colombo teria desembarcado pela primeira vez na história). A segunda foi fundada no México (1553). Depois vieram o Peru, o Chile, a Argentina e mais 27 universidades latino-americanas, que incluíam as tradicionais faculdades de Filosofia, Direito e Teologia menos brasileiras. Outros pontos de destaque do autor são: = > Entre as hipóteses explicativas deste fenômeno, Cunha cita o vínculo entre educação e controle político da coroa que sempre foi forte. Mas não é, segundo o autor, a necessidade de estudar em Portugal a única razão para o atraso da fundação das universidades no Brasil, mesmo porque já havia desde cedo as faculdades e cursos de Filosofia e Teologia oferecidos pelas escolas jesuítas e seminários. = > Outras razões são a maior cultura dos países colonizados pelos espanhóis, fato da Espanha ter maior população e oito universidades e não apenas uma, como Portugal, na época da colônia. Mas a datação das universidades não pode limitar-se à questão de nomenclatura. = > O autor considera universidade ou ensino superior “aquele que visa ministrar um saber superior”. As classes dominantes do império tinham no saber jurídico (com sua filosofia implícita, é claro) o núcleo do saber superior, em torno do qual se posicionavam a Engenharia e a Medicina. = > Baseado nesse conceito, o autor divide a história da universidade brasileira nos períodos: = > Da Colônia (1572 – 1808), em que predominavam os cursos de artes e Teologia oferecidos nos colégios jesuítas da Bahia. = > Do Império (1808 – 1889), com a criação da Cadeira de Anatomia e Cirurgia (1818), de Engenharia da Academia Real militar (1810) e do Positivismo. = > Da República Oligárquica (1889 – 1930), com a fundação do Estatuto das Universidades Brasileiras. = > Da Era Vargas (1930 – 1945), com a fundação da UNE e do SBPC. Fases da Evolução da Universidade Brasileira Maria Manuela Alves Garcia pesquisou a Universidade Brasileira, baseando-se em depoimentos orais de antigos professores de didática e prática se envolvendo diretamente com pesquisador e pesquisados, com sujeitos sociais mediados pela memória viva, para produção deste estudo acadêmico. Após uma análise individual, os depoimentos são comparados numa categorização temática, com dados da história, dos quais se destacam os seguintes eventos. 1924 – Conferência Nacional da Educação organizada pela Associação Brasileira de Educação (ABE). 1934 – Fundação da Faculdade de Filosofia da USP, 1935 – Fundação da Faculdade de Filosofia da UDF. 1939 – Instauração do curso de Pedagogia, que atendia a um monopólio dos egressos dos cursos normais. Nessa época, a faculdade filia-se ao Colégio Caetano de Campos. 1946 – Uma lei obriga a criação de Ginásios de aplicação acoplados às Faculdades de Filosofia. Década de 60 – Vinda de professores franceses ao Brasil, menos para o curso de Pedagogia. 1968 – Reforma do Ensino Superior (Francisco Campos), realizada em resposta ao aumento da demanda por ensino superior e secundário (Capanema e as Leis Orgânicas da Educação Técnica). Há uma padronização do ensino superior e da formação profissionalizante, abarcando o nível técnico, normal e de pesquisa. 1970 a 1980 – Consolidação da especialização em educação. Longe de preocupar-se com a forma de discussão e, ao que parece, sequer com a busca da verdade, as universidades atuais concentram-se antes, em atender as crescentes demandas por “novas descobertas” e tecnologias baratas para satisfazer os interesses do capital. Ocupam-se tanto com meios que ignoram os fins. São precisamente os fins que preocupam o filósofo. O autêntico filosofar nunca esquece que o método, por exemplo, (methodos vem do grego e quer dizer: caminho para) de cada ciência só é válido e devido, quando se deixa determinar pelo objeto. Ora, então, a Filosofia, única ciência absolutamente livre, que não pode ser determinada, não pode ter um “método” propriamente dito. O filosofar deve voltar-se para as experiências e os atos dessa experiência que se acumulam nas instituições, como a ciência. Mas não somente para estes. Deve igualmente considerar saberes que não são ditados por objetos ou pela razão, e que não podem ser empírica ou racionalmente demonstrados, uma vez que pertencem a campos mais conhecidos como “fé”, “revelação”, “tradição”, ou “Teologia”. Mas Afinal, o que é mesmo uma Universidade Bibliografia ANDRADE, Claudionor Corrêa de – “DICIONÁRIO TEOLÓGICO” – 11ª Ed, 2002 – Editora CPAD – RJ; APOSTILA “DIDÁTICA” Equipe de professores do CIE, 1990 – Editora LIVROSUL Ltda., DF; APOSTILA – “DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR” – Curso Mestrado em Divindade – Cascavel - PR; CANEN, Ana – “Avaliação Diagnóstica: Rumo à Escola Democrática” Ensino Fundamental V. 1 e 2 – Série Estudo, Educação à Distância – 1999 – MEC - DF; GUIMARÃES, Décio Gonçalves Ribeiro – “Moderna Enciclopédia de Pesquisas, Consultar e Aprender”, 1982 – Novo Brasil Editora Ltda. - SP; HOFFMANN, Jussara – “Avaliação Medidora”, 1993 – “Educação &Realidade” - RS; LUCKESI, Cipriano Carlos – “Avaliação da Aprendizagem Escolar”, 2ª Ed., 1995, Editora Cortez - SP; RIBEIRO, Lair – “Educando com Amor e Responsabilidade”, 2007, Editora Leitura - MG; RIBEIRO, Lair – “Magia da Comunicação”, 2002, Editora Leitura - MG; SANT’ANNA, Flavia Maria, ENRICONE, Délcia; ANDRÉ, Lenir Cancella et al “Planejamento de Ensino e Avaliação”, 1996, Sagra/DC/ Luzzato Editores – RS; SEIXAS FILHO, Oriovaldo Goulart – “Manual do Professor”, Apostila Gilgal – Bagé – RS;
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