Buscar

Antimicrobianos na Veterinária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Origem 
Os antibióticos são produzidos por microrganismos 
visando garantir sua proteção, o seu desenvolvimento 
e a perpetuação da espécie; o homem usa com fins 
terapêuticos esta capacidade que alguns 
microrganismos têm de produzir antibióticos. 
 
conceitos 
Os antimicrobianos ou anti-infecciosos são substâncias 
químicas usadas para combater os microrganismos. 
• Estes agentes podem ser inespecíficos ou 
específicos. 
Os antimicrobianos inespecíficos atuam nos 
microrganismos em geral, quer sejam patogênicos, ou 
não; pertencem a este grupo os antissépticos e os 
desinfetantes. 
Os antimicrobianos específicos atuam em 
microrganismos responsáveis pelas doenças 
infecciosas que acometem os animais; são os 
quimioterápicos e os antibióticos. 
 
• Atualmente, o uso do termo quimioterápico foi 
ampliado, sendo empregado também com 
outra conotação, referindo-se a medicamentos 
que não são usados para o tratamento de 
processos infecciosos. Por exemplo, no 
tratamento das neoplasias, é comum se referir 
ao uso de quimioterápicos, indicando o 
emprego de substâncias químicas que vão 
atuar no tumor, para diferir do uso de um 
agente físico, a radioterapia. Por isso, nos dias 
de hoje, há uma tendência de se abandonar o 
emprego do termo quimioterápico quando se 
tratar do combate a agentes infecciosos. 
O termo antibiótico (do grego anti, contra; e bio, vida) 
foi introduzido por Selman Abraham Waksman, para 
definir substâncias químicas produzidas por 
microrganismos que têm a capacidade de, em 
pequenas doses, inibir o crescimento ou destruir 
microrganismos causadores de doenças. 
Posteriormente, houve necessidade de ampliar este 
conceito, pois tornou-se possível obtê-los por síntese 
laboratorial parcial ou total. 
Conceitos 
• Antibióticos 
Substâncias químicas (medicamentos) produzidas por 
microrganismos, ou os seus equivalentes sintéticos, 
que têm a capacidade de, em pequenas doses, inibir o 
crescimento (bacteriostático, fungistático etc.) ou 
destruir (bactericida, fungicida etc.) microrganismos 
causadores de doenças. 
• Antibióticos biossintéticos 
São aqueles que são obtidos a partir de cultura de 
microrganismos, à qual acrescentam-se substâncias 
químicas capazes de alterar a estrutura molecular do 
antibiótico que está sendo produzido; como exemplo, 
tem-se a penicilina V (fenoximetilpenicilina). 
• Antibióticos semissintéticos 
São obtidos em laboratório acrescentando-se radicais 
químicos ao núcleo ativo de um antibiótico isolado de 
um meio de cultura, no qual cresce um microrganismo; 
são exemplos as penicilinas semissintéticas oxacilina, 
ampicilina, amoxicilina etc. 
• Sintobióticos 
Antibióticos obtidos exclusivamente por síntese 
laboratorial, tanto parcial como total, porém a partir 
do estudo dos precursores obtidos de 
microrganismos; por exemplo, o cloranfenicol que 
atualmente tornou-se mais barato produzi-lo 
exclusivamente por síntese laboratorial. É um termo 
em desuso nos dias de hoje. 
 
Antimicrobianos na veterinária 
• Usados mais amplamente na medicina 
veterinária do que na humana. 
Os antimicrobianos inespecíficos, por exemplo, os 
desinfetantes, são usados para: 
• auxiliar na limpeza e na desinfecção das 
instalações zootécnicas a fim de garantir a 
sanidade dos animais alojados, 
• na desinfecção de equipamentos e materiais 
que entram em contato com produtos de 
origem animal na indústria de alimentos e em 
equipamentos cirúrgicos, entre outros usos. 
Os antimicrobianos específicos, além de usados com 
finalidade terapêutica e profilaticamente, são ainda (na 
veterinária) usados na metafilaxia e como aditivo 
zootécnico melhorador do desempenho (antigamente 
chamado de promotor do crescimento). 
• O uso terapêutico é aquele no qual o 
antimicrobiano é administrado ao animal ou 
rebanho que apresenta uma doença 
infecciosa, visando controlar a infecção 
existente. 
• Na profilaxia, o uso do antimicrobiano é 
somente uma medida preventiva, na qual o 
médico veterinário quer garantir a proteção 
contra uma possível infecção. Exemplo: o 
animal é submetido a uma cirurgia 
empregando medidas assépticas e se deseja 
proteger o animal contra agentes infecciosos; 
O emprego profilático de antimicrobianos 
pode ser feito para um único animal ou para 
um grupo de animais e é largamente aceito 
para a profilaxia cirúrgica em animais. 
• O uso metafilático de antimicrobiano é feito 
quando em um rebanho há alguns animais com 
determinada 
doença infecciosa e o antimicrobiano é 
empregado visando prevenir a instalação da 
doença clínica em todos os animais do grupo. 
É uma situação em que se usam doses e 
duração de tratamento idênticas àquelas do 
uso terapêutico. O uso metafilático de 
antimicrobianos é também chamado de 
tratamento de animais em risco ou ainda 
tratamento de animais em contato. Nessa 
situação o antimicrobiano pode ser 
administrado ao rebanho em ração, comida ou 
água, por facilidade de manejo. 
• Como aditivo zootécnico melhorador do 
desempenho, os antimicrobianos visam 
diminuir a mortalidade, melhorar o 
crescimento e a conversão alimentar. 
Atualmente, tem se questionado bastante esse 
uso dos antimicrobianos, pois seu uso 
prolongado na ração favorece o 
desenvolvimento da resistência bacteriana. 
Para esse uso geralmente a administração do 
antimicrobiano é feita na ração, em dose em 
geral 5 a 10% daquela que seria usada 
terapeuticamente, caso fosse permitido seu 
uso com essa finalidade (os antimicrobianos 
de uso terapêutico não devem ser usados 
como aditivos e vice versa). 
 
Classificação: Ação biológica 
Podem ser classificados em bactericida ou 
bacteriostático. 
Quando o antimicrobiano inibe a multiplicação da 
bactéria, mas não a destrói, é chamado de 
bacteriostático; com a suspensão da exposição ao 
antimicrobiano a bactéria volta a crescer. Já o 
antimicrobiano bactericida exerce efeito letal sobre a 
bactéria, sendo esse efeito irreversível. 
Da mesma forma são empregados os termos 
fungistático, fungicida, virustático e virucida. 
 
 
Atualmente, há uma tendência em usar o termo 
antimicrobiano referindo-se ao uso substâncias 
químicas que atuam sobre microrganismos 
patogênicos, causando, portanto, doenças 
infecciosas, independentemente se são obtidas por 
síntese laboratorial ou produzidas por seres vivos. 
Bactericida 
• Independe da atuação do sistema 
imunológico, sendo útil para pacientes 
imunossuprimidos. 
• Exemplos: penicilina; aminoglicosídeos; 
cefalosporina; quinolonas 
Bacteriostático 
• Depende da atuação do sistema imunológico, 
portanto só podem ser usados em pacientes 
com o sistema imunocompetente. 
• Exemplos: tetracilinas; sulfonamidas; 
macrolídeos. 
As atividades bacteriostática e bactericida do 
antimicrobiano dependem de sua concentração no 
local. Alguns antimicrobianos inibem o crescimento 
bacteriano em determinada concentração: 
• A concentração inibitória mínima (CIM ou MIC, 
minimum inhibitory concentration), e 
necessitam de uma concentração maior para 
matar o microrganismo. E a concentração 
bactericida mínima (CBM ou MBC, minimum 
bactericidal concentration). 
Quanto maior a distância entre esses valores, diz-se 
que o antimicrobiano tem atividade bacteriostática; 
por outro lado, quanto mais próximos forem esses 
valores, diz-se que o antimicrobiano tem atividade 
bactericida. 
Alguns antimicrobianos são considerados bactericidas, 
e outros são considerados bacteriostáticos, mas a 
atividade sobre a bactéria depende da concentração 
no local da infecção e do microrganismo envolvido. 
Exemplo: A penicilina G, em concentrações 
terapêuticas, tem atividade bactericida, porém em 
baixa concentração tem atividade bacteriostática. 
Classificação: Espectro de ação 
Antibióticos podem variar com respeito a faixa de 
microrganismos que eles matam ou inibem: 
• Fármacos de curto espectro:atuam somente 
em uma faixa limitada de agentes. 
• Fármacos de largo espectro: atuam em uma 
faixa de microrganismos ampla. 
 
Em resumo: Até agora vimos que os antimicrobianos 
específicos podem ser subdivididos em três categorias, 
considerando sua atividade sobre bactérias 
(antibacterianos), sobre fungos (antifúngicos) ou sobre 
vírus (antivirais). 
Os primeiros, por sua vez, podem ser classificados 
segundo vários critérios como: 
• estrutura química, ação biológica (bactericida, 
bacteriostático), 
• espectro de ação bacteriano (largo espectro, 
curto espectro, atuação sobre bactérias gram-
positivas ou gram negativas) 
• mecanismo de ação (terapêutico, profilático 
etc.). 
Agora veremos a classificação quanto a estrutura 
química e o mecanismo de ação, que são os critérios 
empregados para apresentação dos diferentes grupos 
farmacológicos dos antibacterianos usados em 
Medicina Veterinária: 
Classificação: Estrutura química 
Sulfonamidas e drogas relacionadas - aminas de ácido 
sulfônicos. 
• Ex: Sulfametoxazol 
Quinolonas: derivadas do ácido Nalidixico 
• Ex: Norfloxacino, Ciprofloxacino (ANTRAX 2001 
e 2002) 
Beta lactâmicos – anel 
• Ex: Penicilinas, Cefalosporina 
Tetraciclinas - 4 anéis fundidos 
• Ex: Doxiciclina 
Derivados do nitrobenzeno - apresenta um cloro 
• cloranfenicol 
Aminoglicosídeo – grupo amino associado glicosídeo 
• gentamicina e Neomicina 
Macrolídeos - um anel de lactona 
• Ex: Eritromicina e Azitromicina 
Polipeptídicos – proteínas / polímero linear de dois 
ou mais aminoácidos 
• Ex: Polimixina B e Bacitracina 
Glicopeptídeos – peptídeos ligado a carboidratos 
• Ex: Vancomicina 
Classificação: Mecanismo de ação 
 
Os antimicrobianos possuem 4 tipos de mecanismo de 
ação, agindo em diferentes lugares das bactérias. São 
esses: 
1. Inibição da síntese da parede celular das gram+: 
Perda de equilíbrio hidroeletrolítico dentro e fora. 
2. Inibição da síntese de proteína (tradução do 
RNAm): Maiorias dos antibióticos com esse 
mecanismo de ação tem ação biológica bacteriostática, 
assim a bactéria sobrevive, porém, não se replica. 
3. Inibição da transcrição (RNAm) e replicação (DNA): 
Inibe síntese de ácidos nucleicos. 
4. Injúria na membrana plasmática 
 
 
Associação de antimicrobianos 
O uso de associações de antimicrobianos no passado já 
mostrou que pode ocorrer tanto antagonismo como 
sinergismo ou efeito aditivo. 
• O antagonismo é observado quando o efeito 
da combinação de antimicrobianos é 
significativamente inferior aos efeitos 
independentes de cada um deles. 
• O sinergismo é observado quando o efeito da 
associação é significativamente maior do que 
aquele de cada um isoladamente. 
• E uma associação antimicrobiana é aditiva ou 
indiferente quando os efeitos da combinação 
de uma associação de antimicrobianos é igual 
à soma de suas atividades independentes. 
O sinergismo e o antagonismo entre antimicrobianos 
não é uma característica absoluta. Essas interações são 
frequentemente difíceis de serem previstas. O 
conhecimento do mecanismo de ação dos 
antimicrobianos pode auxiliar na presunção do tipo de 
interação que pode ocorrer quando da associação de 
antimicrobianos. 
SINERGISMO 
As associações de antimicrobianos com efeito sinérgico 
comprovado são: 
Inibição sequencial de etapas sucessivas do 
metabolismo da bactéria. 
• Exemplo: Sulfa + Trimetoprima. 
Inibição sequencial da síntese da parede celular. 
• Exemplo: mecilinam + ampicilina. 
1. Facilitação da entrada na célula bacteriana de um 
antimicrobiano por outro (um permite a entrada do 
outro) 
• Exemplo: antibiótico betalactâmico + 
aminoglicosídeo. 
2. Inibição de enzimas inativadoras. 
• Exemplo: ampicilina + ácido clavulânico. 
3. Prevenção do surgimento de resistência bacteriana. 
• Exemplo: eritromicina + rifampicina. 
 
 
ANTAGONISMO 
As associações de antimicrobianos que mostraram 
antagonismo são: 
1. Competição pelo mesmo sítio de ação 
• Exemplo: macrolídeos e cloranfenicol); 
2. Inibição de mecanismos de permeabilidade celular 
• Exemplo: aminoglicosídeos e cloranfenicol) 
3. Indução de betalactamases por antibióticos 
betalactâmicos 
• Exemplo: imipeném e cefoxitina associados 
aos betalactâmicos mais antigos instáveis à 
betalactamases 
Período de carência 
Os animais de produção que são tratados com 
antimicrobianos devem receber atenção especial, 
visando impedir que os resíduos presentes nos 
produtos de origem animal venham a atingir a espécie 
humana, causando danos a sua saúde. Deve-se, 
portanto, obedecer ao período de carência. 
Período de carência, de retirada, de depleção ou de 
depuração é o tempo necessário para que o resíduo de 
preocupação toxicológica atinja concentrações 
seguras. Ou, ainda, é o intervalo de tempo entre a 
suspensão da medicação do animal até o momento 
permitido para abate, coleta de ovos ou mel. 
Vários fatores contribuem para a determinação do 
período de carência, dentre eles os constituintes da 
fórmula farmacêutica, a dose administrada, a via de 
administração e a espécie animal. 
Antimicrobiano ideal 
• Seletivo e bactericida 
• Alcançar rapidamente o alvo, com boa 
distribuição no local de infecção. 
• Espectro estreito (para não afetar a flora 
saprófita) 
• Baixo nível tóxico e elevados níveis 
terapêuticos. 
• Poucas reações adversas (seja de toxicidade ou 
alergia). 
• Várias vias de administração (oral, IV, IM) 
• Boa absorção 
• Não deve induzir resistências 
• Boa relação custo/eficácia (bom e barato). 
Toxicidade dos antibióticos 
Alguns fármacos que causam toxicidade local são: 
tetraciclina, cloranfenicol e cefalosporina. 
Podem causar irritação gástrica, quando administrados 
por via oral; dor e abscesso quando administrados por 
via intramuscular e tromboflebite quando 
administrados por via intravenosa. 
A toxicidade sistêmica é baseada de acordo com o 
índice de toxicidade (IT) . 
• RAROS 
 
• MÉDIO 
 
• FREQUENTE 
 
Na administração de antimicrobianos dependentes de 
função renal, haverá necessidade de reduzir a dose 
(concentração) em pacientes debilitados desta função. 
• Animais com IR (insuficiência renal) leve: 
indicados - AMG; vancomicina e cefalosporina. 
• Animais com IR moderada a grave: indicados – 
fluorquinolonas e cloritromazol 
Fármacos para evitar: cefalotina, ácidos Nalidixico e 
tetraciclinas (exceto doxiciclina). 
Na administração de antimicrobianos dependentes de 
função hepática, haverá necessidade de reduzir a dose 
(concentração) em pacientes debilitados desta função. 
Fármacos para evitar: tetraciclinas, ácido Naxilíco e 
estolato de eritromicina. 
Toxicidade na gestação 
• Trazem risco para feto : aminoglicosídeos 
(surdez), tetraciclina(ossos e dentes). 
• Trazem risco para gestante : tetraciclina 
(pancreatite, lesão renal) 
• SEGURO: penicilina, cefalosporina e 
eritromicina 
Ação dos antimicrobianos 
A ação ou não dos antimicrobianos também pode ser 
influenciada por fatores locais externos e internos. 
Exemplos: 
• Pus e secreções: são repletos de fagócitos, 
células e proteínas que podem se ligar ao 
fármaco e criar condições desfavoráveis a sua 
ação. 
• Hematomas: neles, há a presença de 
hemoglobinas que podem também se ligar 
com os fármacos (penicilina, cefalosporina e 
tetraciclina). 
• Queda do pH no local (acidez): isso reduz a 
atividade de macrolídeos e aminoglicosídeos. 
• Abscesso: compromete penetração do 
fármaco. 
• Presença de material necrosado e corpo 
estranho. 
Resistência bacteriana 
A resistência bacteriana pode ser natural ou adquirida. 
A resistência natural não perturba a terapêutica 
porque o médico veterinário já sabe que um 
determinado microrganismo é naturalmente 
resistente ao antimicrobiano. Por outro lado, a 
resistência adquirida é uma propriedade nova 
adquirida por determinada cepa de microrganismo,tornando-o resistente ao antimicrobiano; esta sim traz 
grandes transtornos na clínica médica. 
A resistência bacteriana adquirida pode ser por 
mutação (ocorre por acaso) ou transferência de genes 
de resistência. A transferência de genes pode ser tanto 
cromossômica (o gene de resistência é incorporado ao 
cromossomo da bactéria receptora), como extra 
cromossômica (através do plasmídio ou fator de 
resistência, que representa 1% do material genético do 
cromossomo) e pode ocorrer por: transformação, 
transdução, conjugação e transposição. 
Deve ser ressaltado que, quando ocorre a resistência 
bacteriana, o antimicrobiano atua como agente 
seletor, isto é, age sobre as bactérias sensíveis e 
observa-se, consequentemente, a proliferação das 
resistentes. 
A resistência adquirida pode ser a um único 
antimicrobiano, a alguns agentes dentro de uma 
mesma classe de antimicrobiano ou até mesmo aos 
agentes de diferentes classes. 
Mecanismo de resistência 
Vários mecanismos de resistência aos antimicrobianos 
foram identificados nas bactérias e classificados em 
quatro categorias: 
1. Redução da permeabilidade da célula bacteriana ao 
antimicrobiano: observada em Enterobacter 
aerogenes e Klebsiella spp. resistentes a imipeném 
(antibiótico betalactâmico) devido à redução da 
formação de porina (proteína transmembrana que 
permite a passagem de substâncias para o interior da 
bactéria). 
2. Inativação do antimicrobiano antes ou após sua 
penetração no microrganismo: observada em 
Enterobacteriaceae que promovem a acetilação do 
cloranfenicol ou a produção de betalactamases que 
inativam os antibióticos betalactâmicos; e ainda, 
bactérias gram negativas e gram positivas que 
promovem fosforilação, adenilação e acetilação dos 
aminoglicosídeos. 
3. Modificação do alvo no qual age o antimicrobiano 
ou aquisição de uma via alternativa: observada em 
bactérias gram positivas que protegem o ribossomo da 
ligação com tetraciclina; em Staphylococcus aureus 
que alteram as proteínas de ligação das penicilinas 
impedindo a ação de oxacilina e meticilina; e de 
Mycobacterium spp. que modificam as proteínas 
ribossômicos levando à perda da atividade da 
estreptomicina. Tem - se ainda como exemplo as 
bactérias gram negativas que podem usar uma via 
alternativa para contornar o bloqueio da enzima 
dihidropteroato sintetase inibida pelas sulfas ou 
ainda da dihidrofolato redutase inibida pela 
Trimetoprima. 
4. Bomba de efluxo que lança para fora da célula 
bacteriana o antimicrobiano: observada em 
Escherichia coli e outras Enterobacteriaceae, 
promovendo o efluxo de tetraciclina e cloranfenicol; e 
em Staphylococcus spp. levando ao efluxo de 
macrolídios e estreptograminas 
 
 
 
 
 
Antibióticos e suas doses, indicações, contra- 
indicações e etc estão no slide.

Outros materiais