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Davillanne Valentim – Medicina Veterinária Toxoplasma gondii– Toxoplasmose - “Doença do Gato” Toxo: meia lua - Plasma: forma - Gondii: Devido ao roedor que levou a descoberta ❖ Classificação taxonômica ✓ Sub-reino: Protozoa ✓ Filo: Apicomplexa [atentar que todos do Filo Apicomplexa não possuem estrutura de locomoção – utilizam-se de enzimas para penetrar a célula] ✓ Sub-Classe: Coccidia ✓ Família: Sarcocistidae ✓ Gênero: Toxoplasma ✓ Espécie: Toxoplasma gondii o Parasita intracelular obrigatório o Ciclo evolutivo inclui uma fase sistêmica facultativa o O gato é o principal transmissor da doença o Ciclo heteróxeno o Parasita Eurixeno – afeta todos os animais homeotérmicos (mamíferos e aves) ❖ Morfologia ✓ Estrutura isosporóide, podendo ser encontradas em três formas principais: ✓ Taquizoítos o Caracteriza a infecção aguda o Apresenta multiplicação rápida o Forma sensível encontrado nos fluidos corpóreos (lágrima, saliva, sangue, leite materno, semêm...) o Infecta todas as células exceto as hemácias [pois, estas não apresentam receptores específicos] o Mede cerca de 2 a 6 µm de comprimento o Tem formato de meia-lua ou arco o Apresenta região anterior afilada e a posterior recurvada o São as menos resistentes às condições ambientais adversas, suco gástrico, desidratação ou variações osmóticas o Forma livre, Davillanne Valentim – Medicina Veterinária Responsável pelo reconhecimento: Anel polar, conoide. Penetração da célula: micronemas, roptrias. Responsáveis pela sobrevivência dentro da célula: grânulos densos, apicoplasto ✓ Bradizoítos (contidos em cistos teciduais) o Caracteriza a fase crônica o Apresenta multiplicação lenta o Alojado em um cisto localizado nos tecidos (musculares, nervosos..) o Cistos de aproximadamente 20 a 200 µm o Encontradas dentro do vacúolo parasitóforo dos tecidos muscular esquelético, cardíaco, nervoso e retiniano o Fase crônica o Permanecem viáveis por vários anos ✓ Esporozoítos (contidos em oocistos) o Estrutura de resistência o Produzidos nas células intestinais dos felídeos não imunes o Após esporulação no ambiente , apresentam dois esporocistos com 4 esporozoítos cada o Cada oocistos apresenta 2 esporocistos com 4 esporozoítos o Ao ser expelido pelo felino o oocisto imaturo no ambiente, possui o período de 5 dias para esporular o Oocisto é a membrana mais externa, as bolsas membrana interna são os esporocistos. ✓ Ciclo biológico o Ciclo biológico heteroxeno : ▪ Hospedeiro definitivo: felídeos silvestres e domésticos 1. Os esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos ao penetrarem nas células do epitélio intestinal sofreram um processo de multiplicação por esquizogonia, originado vários merozoítos. 2. Os merozoítos transformam-se em gametócitos e diferenciam-se em microgametas e macrogametas. 3. A fusão do microgameta e macrogameta forma o zigoto. 4. Após formação de uma parede externa dupla, o zigoto formará o oocisto. 5. O oocisto imaturo será liberado juntamente com as fezes e no meio exterior formará o oocisto maduro contendo 4 esporozoítos. ▪ Hospedeiros intermediários: mamíferos e aves 1. Taquizoítos penetram ativamente nas células hospedeiras formando um vacúolo parasitóforo. 2. Os taquizoítos multiplicam-se por endodiogenia até romperem a célula Davillanne Valentim – Medicina Veterinária hospedeira ganhando a corrente sanguínea e invadindo novas células (fase aguda) 3. Alguns desses taquizoítos iniciam uma segunda fase de desenvolvimento como bradizoítos formando o cisto tecidual (forma crônica). Endodiogenia: tipo de reprodução assexuada., a célula filha fica dentro da célula mãe ▪ Multiplica-se por Esquizogonia ▪ Origem aos gametócitos: microgametócito( masculino) e o macrogametócito (feminino) ✓ Transmissão o A principal forma de transmissão é a ingestão de oocisto o Ingestão de oocistos presentes em alimentos ou águas contaminadas, jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminados mecanicamente por moscas, baratas, etc. o Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, especialmente do porco e carneiro. o Congênita ou transplacentária o Ingestão de taquizoítos em leite contaminado ou saliva, acidente de laboratório, etc. ✓ Patogenia ✓ Imunidade o Imunidade humoral: produção inicial de anticorpos IgM sendo substituídos posteriormente por anticorpos IgG. o Diagnóstico em recém-nascidos: detecção de IgM. o Imunidade celular: TCD4+ e TCD8+. ✓ Epidemiologia o Toxoplasmose é uma zoonose que apresenta distribuição mundial e acomete animais de sangue quente. o Em geral, a infecção por Toxoplasma tem uma prevalência mais alta nas regiões tropicais ou subtropicais de clima úmido, que favorece a sobrevivência dos oocistos no meio ambiente. O índice de infecção é mais alto em comunidades onde os gatos domésticos são abundantes e defecam próximo ou dentro das moradias, assim como em locais onde os Davillanne Valentim – Medicina Veterinária hábitos alimentares incluem o consumo de carne crua ou mal passada ✓ Manifestações clínicas o Sintomas inespecíficos: o Anorexia o Depressão o Febre o Gatos: pulmões e olhos o Cães: sintomas neurológicos o Enterite, pneumonia, encefalite, uveíte Em humanos (ESTUDOS NÃO COMPROVADOS) - Pode alterar comportamento, em alguns estudos a doença foi ligada a casos de depressão, esquizofrenia, tendem ao sadomasoquismo Rato infectado perde o medo da morte, a urina torna-se mais atraente ao rato que tem o oocisto no cérebro No gato causa diarreia e vomito principalmente na fase de multiplicação nas células intestinais Se o oocisto se instalar no pulmão pode desenvolver pneumonia Cerebro altera o comportamento ✓ Diagnóstico o Diagnóstico laboratorial ▪ Visualização dos parasitos: ▪ Fase aguda ▪ Sangue ▪ Esfregaço do material centrifugado e corado pelo Giemsa ▪ Fase crônica ▪ Biópsia de vários tecidos para a pesquisa de cistos o Testes sorológicos ▪ Detecção de anticorpos IgM, IgG e IgA ✓ Tratamento o Pirimetamina o Sulfadiazina – humanos o Trimetoprima-sulfametoxazol – humanos o Clindamicina – tem risco de aborto – uso veterinário – gatos o Tratamento deve ser realizado na fase aguda, devido a fase a fase crônica não apresentar cisto, logo não tendo eficácia. ✓ Profilaxia o Evitar alimentação a base de leite cru ,carne crua ou mal cozida de qualquer animal o Controle da população de gatos vadios o Incineração das fezes de gatos o Alimentação dos gatos com ração e carne cozida o Cobertura dos tanques de areia quando não estiverem em uso. o Exame e acompanhamento sorológico da gestante
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