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Tecnologia do Mel I. Introdução II. Classificação Zoológica III. Ciclo Reprodutivo IV. Manejo Apícola V. Principais Predadores das Abelhas VI. Principais Doenças das Abelhas VII. Produtos das Abelhas .......................................................................... I. Introdução As abelhas não conseguem retirar todos os nutrientes que elas necessitam do néctar e da seiva das plantas. Dentro do corpo das abelhas o néctar e seiva coletados são misturados com hormônios e enzimas, formando o mel. O mel é regurgitado para dentro do favo e armazenado. Não há outro animal que conhecemos que produza mel, de acordo com a composição que conhecemos. Outros animais realizam também o processo, porém a composição do produto é bem diferente. II. Classificação Zoológica Apis mellífera – é a abelha mais especializada na produção de mel. Apis mellífera lingustica – abelha europeia (Itália) Apis mellífera mellífera – abelha europeia (Alemã) Apis mellífera scutellata – abelha africana. Brasil Abelha Europeia Abelha Africana → Perda de produtividade → Ganho de adaptabilidade III. Ciclo Reprodutivo Rainha 2n Reprodução Operária 2n Trabalho Zangão n Reprodução Rainha +/- 15-16 dias após a eclosão do ovo, ela sai da colmeia para o voo nupcial onde será fertilizada por zangões (em torno de 10). O esperma obtido é armazenado na espermoteca, e a rainha utilizará para o resto de sua vida. Os zangões que fertilizam a rainha morrem no processo. A diferença entre a rainha e a operária se encontra somente na alimentação. Desde o ovo as operárias e zangões são alimentados com mel, e quando é necessária uma nova rainha, um ovo é escolhido para receber geleia real. As operárias selecionam também somente alguns ovos de zangões para serem alimentados. Os ovos de operárias e zangões se localizam no fundo da célula e são alimentados e eclodem por cima; já os ovos de rainhas se localizam no topo e são alimentados e eclodem por baixo. Ovo Larva Pulpa Adulto Eclosão (dias) Tempo de Vida Operária 21 55 dias Zangão 24 30 dias Rainha 16 2-5 anos ( 7 anos) A rainha começa a postura com mais ou menos 20 dias de idade e põe em média 2.000 ovos/dia. IV. Manejo Apícola O apiário deve se encontrar em área rural, próximo a mata nativa ou área de cultivo. É proibido a alimentação artificial dos animais, pois pode causar alterações na composição do mel. No apiário deve haver uma distância de 5-10m entre as caixas, e de 6Km entre os apiários. Sempre utilizar roupa de proteção e evitar cheiros fortes quando for manipular as caixas. O transporte das caixas deve ser realizado somente a noite com o alvado fechado. Presença de fumaça: deixa as abelhas mais calmas e fazem com que elas retornem para as caixas. As caixas devem ser pintadas de cores claras para evitar absorção de calor e consequentemente o stress térmico. A pintura deverá ser somente do lado de fora para evitar a intoxicação das abelhas. O tempo de coleta é de 2 a 3 vezes por ano. Tampa Ninho Sobreninho Alvado = Entrada Melgueiras Nas melgueiras é produzida a cera que formará o favo onde será depositado o mel. As operárias realizam toda produção, e entre elas ocorre uma divisão; as operárias campeiras que saem a procura de pólen e néctar nos campos; e as operárias engenheiras responsáveis pela produção da cera e própolis. V. Principais Predadores das Abelhas Répteis Sapos e Rãs Aves Tamanduá Formigas Tatu Cupins HOMEM VI. Principais Doenças das Abelhas Acariose » Não tem no Brasil » Carrapato da abelha » Acarapis wood Se aloja entre a cabeça e o pescoço próximo a traqueia e quando cresce mata por asfixia. Paralisia » Afeta a rainha – a postura de ovos para » Pode matar a rainha, causa diarreia e desidratação. » Agente etiológico desconhecido – provavelmente um vírus Mal de Outono » Geralmente ocorre no outono » Intoxicação por pólen de barba timão » Sinais de intoxicação: diarreia, desidratação, vômito, ataxia, incoordenação motora. Nosemose » Protozoário – Nosema apis » Infeccioso e Contagiosa – afeta o sistema gastrointestinal » Atinge rainha – paralisa postura de ovos » Causa: desidratação, diarreia Podridão Europeia da Cria » Agentes etiológicos: Streptococcus plutum Bacterium euridice » Doença que mais afeta o Brasil! » Infecciosa e altamente contagiosa » Geralmente ocorre próximo a agosto. » Também pode causar diarreia Não tem como diferenciar, com certeza, as doenças quando acometem a caixa, mas a época do ano pode ajudar a diferenciar, o fato de afetar somente a rainha ou a colmeia inteira. O ideal quando se ocorre alguma doença, o correto é descartar o produto porque não se conhece o agente etiológico e não se pode diferenciar entre as doenças. Geralmente o produtor não percebe por conta de erro de manejo, geralmente monta-se o apiário e o produtor retorna somente em seis meses para a retirada do mel, porém nesse meio tempo podem ocorrer doenças, algum animal pode derrubar as caixas. Deve-se colocar cerca ao redor do apiário por proteção. VII. Produtos das Abelhas Mel Máximo 20% de umidade » Abelhas sem ferrão – 25% de umidade 6% de sacarose 0,6% de minerais Mínimo de 65% de açucares redutores » A sacarose é o único açúcar não redutor. » Mel tem que cristalizar pois é uma mistura supersaturada. pH 3,3 – 3,6 Não favorece a proliferação de microorganismos. Somente o Clostridium botulinum pode se apresentar, portanto não se deve oferecer mel a crianças com menos de 2 anos de idade. Mel industrializado é obrigatoriamente pasteurizado. Mel de Abelha com Favo Favo utilizado tem que ser de primeiro uso 30% do volume deve ser favo Geleia Real Mínimo 10% de proteína Manter sob abrigo do sol para não oxidar Manter refrigerado Não pode ser pasteurizado Mel com Geleia Real Mínimo de 0,2% de geleia real Adição da geleia real ocorre depois da pasteurização do mel Pólen Mel com Pólen Mínimo de 5% de pólen Própolis Não pode ser comercializado com apelo terapêutico. Diluído em solução alcoólica. Hidromel 14% alcoólico Cera de Abelha Cera de depilação Vinagre de Mel Hidromel → Vinagre Composto/Xarope de Açucares Inspeção de Mel I. Introdução II. Métodos de Conservação do Mel III. Extração e Beneficiamento do Mel IV. Inspeção de Mel e Derivados V. Fraudes em Mel e Derivados ............................................................................ I. Introdução Produção Mundial 1,9 mil Ton 80 milhões de colmeias Maior Produtor Mundial China 600 mil Ton/ano Produção de Mel Brasil 40 mil Ton/ano Argentina 80 mil Ton/ano Maior Consumidor Alemanha Importa 50% Consumo Per Capita/Ano Brasil 60g Suíça 1500g Problemas – Brasil Pouca utilização de recursos tecnológicos Descuido no manejo Melhoramento genético Produção Brasileira (IBGE 2012) 1974 – 4.129 toneladas 2012 – 41.604 toneladas Receita gerada em 2012 R$ 238,72 milhões Produtividade Produção Unidade Produtiva Brasil Produção Produtividade 15Kg/colmeia/ano 1,7 milhões de colmeias Argentina 30 - 35Kg/colmeia/ano China 50-100Kg/colmeia/ano Austrália 120Kg/colmeia/ano México 31Kg/colmeia/ano Estados Unidos 32Kg/colmeia/ano Canadá 52Kg/colmeia/ano Exportação brasileira (ABEMEL, 2014) 2009 – 25.987 toneladas 2013 – 16.180 toneladas Principais Importadores Alemanha Estados Unidos Japão França Reino Unido II. Métodos de Conservação do Mel Pasteurização Binômio tempo/temperatura de pasteurização do mel. °C Intervalo de Tempo 52,0 470 minutos 54,5 170 minutos 57,0 60 minutos 59,5 22 minutos62,5 7,5 minutos 65,5 2,8 minutos 68,0 1 minutos 71,1 24 segundos 71,5 15 segundos Elimina 100% dos microorganismos patogênicos e 99% dos microorganismos degradantes. Proibido! Repasteurização: altera o valor nutritivo e sensorial. Superpasteurização: aumenta o tempo ou a temperatura na pasteurização. Subpasteurização: diminui o tempo ou a temperatura na pasteurização. III. Extração e Beneficiamento do Mel Fluxograma do Processamento do Mel 1 Melgueiras ou ninhos com favos para extração Ár ea S uj a 2 Recepção da melgueiras na unidade de extração 3 Desoperculação (manual ou mecânica) 4 Centrífuga (separação do mel e favos) 5 Tanque de decantação (retirada de impurezas grandes) 6 Descristalização & Pasteurização Ár ea L im pa 7 Tanque de filtração (retirada impurezas menores) 8 Adição de extratos (opcional) 9 Envase (plástico/vidro) 10 Rotulagem 11 Armazenamento 12 Expedição As etapas em laranja são pontos críticos de controle, que apresentam risco físico ou microbiológico. A inspeção e controle de qualidade do mel serão realizados nas etapas em azul. Os funcionários que trabalham na unidade de beneficiamento não devem transitar entre as áreas limpa e suja para evitar a contaminação. É permitido a extração do mel pelo próprio produtor. (Art. 22 e 267 – RIISPOA, 2017) IV. Inspeção de Mel e Derivados RIISPOA, 2020 Outras Legislações Art. 264-268 Portaria 006 25/07/1985 Art. 22 IN 11 20/10/2000 (RTIQ do Mel) IN 03 19/01/2001 (RTIQ Outros Produtos) IN - Instrução Normativa RTIQ - Regulamento Teste de Identidade e Qualidade Testes Laboratoriais de Rotina Portaria 006 – 1985 → Inspeção Periódica Obrigatória Existem testes complementares. I. Umidade Até 20% de umidade Metodologia padrão. Estufa a 105°C a vácuo Diferença de peso – mostra a porcentagem de água e sólidos totais. II. Acidez Titulação com NaOH 0,1 normal. Consiste em adicionar NaOH no mel e quantificar quanto de solução alcalina será necessário para neutralizar a solução. 50meq/Kg – se acima disso pode estar contaminada pH máximo = 4,6 III. Prova de Fiehe Utilizado para detectar: Mel velho Adição de açúcar Superpasteurização Hidroximetilfurfural (HMF) Mel Éter Etílico Resorcina HCl » Vermelho alaranjado – negativo » Vermelho Cereja – positivo para adição de açúcar » Salmão – positivo para aquecimento excessivo ou muito tempo armazenado *Se positivo necessita a realização do teste quantitativo. HMF Quantitativo >40mg/Kg → mel de mesa – consumidor/indústria 40<60mg/Kg → mel industrial – indústria para fabricação de outros produtos (pão de mel) >60mg/Kg → não poderá ir para o consumo humano – fabricação de cosméticos. IV. Prova de Lund Adição de água Mel + Reagentes → tubo de ensaio Deverá formar um precitado de 0,6<3,0 mL de altura. Análises Complementares Classificação da coloração Índice de Formól » Teste que detecta o teor de proteínas no mel → alimentação artificial Análise da Atividade Diastásica » Diastase – enzima (proteína) que somente as abelhas produzem » Essa proteína deve estar ativa no mel, caso contrário significa aquecimento excessivo. Reação de Lugol (iodo 30%) » Utilizado para detecção a presença de amido » Amarelo → não ocorreu reação – produto não adulterado » Azul Marinho → reação com amido – adulteração com adição de açúcar (glicose de milho) Critérios Microbiológicos Para Geleia Real MOS Critério de Aceitação Coliformes termotolerantes a 45ºC/g n=5; c=0 m=0 Salmonella spp. Shigella spp./25g n=5; c=0 m=0 Fungos e Leveduras UFC/g n=5; c=2 m=10; M=100 2 amostras podem que estar entre m e M. No mínimo 3 amostras tem que estar abaixo de m. n→ número de amostras do lote (pode variar) c→ número de amostras que podem apresentar resultados entre m e M. m e M→ resultado da análise. m→ mínimo M→ máximo Os parâmetros para Salmonella spp. e Shigella spp. são os mesmos para Listeria spp. e Staphylococcus aureus. Não há critérios estabelecidos para o mel! V. Fraude em Mel e Derivados → Utilização de alimentadores artificiais teor de sacarose e proteína no mel Alteração do resultado em Fiehe e Formol → Adição de xarope/melado/ glicose de milho volume Alteração do resultado de Fiehe e Lugol → Emprego de aditivos adição de conservantes Cada conservantes tem seu teste específico → Adição de água volume Alteração do resultado do teste de Umidade e Lund. → Aquecimento excessivo Quando a qualidade microbiológica do mel é duvidosa Alteração do resultado de Fiehe e Atividade Diastásica.
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