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Letícia Andréa 105 – 3O Os dentes apresentam morfologia complexa e são funcionalmente especializados Podem ser enquadrados na figura geométrica de um paralelepípedo Formados pela união da base de dois cones – um seria a coroa e o outro a raiz Os pré-molares e molares seriam a fusão de dois ou mais conjunto de cones Divide-se em coroa, colo e raiz COROA Pode ser encaixada entre duas formas geométricas: um pentaedro ou um cubo Os caninos e incisivos são os pentaédricos e possuem 5 faces Os pré-molares e molares são os cubos e apresentam 6 faces São estruturas assimétricas As assimetrias nos permitem determinar com certeza o lado ao qual o dente pertence Apresentam uma unidade de planejamento bem definida Para facilitar o estudo, divide-se em faces, bordas e ângulos Faces Não são totalmente lisas e planas, mas irregulares e geralmente convexas Recebem seu nome baseado nos termos de posição e de direção Incisivos e caninos apresentam cinco faces Vestibular Lingual Mesial Distal Cervical Pré-molares e malares apresentam seis faces Vestibular Lingual Mesial Distal Cervical Oclusal Face livre Face proximal ou de contato Face livre Face proximal ou de contato Letícia Andréa 105 – 3O Bordas Formado pelo encontro de duas faces A borda recebe o nome das faces que contribuem para sua formação Exemplo: borda mésio-vestibular Pode-se usar também apenas o nome da face adjacente àquela que se está descrevendo Exemplo: a face vestibular apresenta uma borda oclusal, cervical, mesial e distal Ângulos Formado pelo encontro de três faces O ângulo recebe o nome das faces que o formam Exemplo: ângulo mésio-ocluso- vestibular Para as bordas pode-se facilitar o nome Exemplo: a face vestibular tem os ângulos mesial e distal, no lugar de ângulo mésio-ocluso-vestibular e disto- ocluso-vestibular Divisão em Terços Para facilitar a divisão anatômica, divide-se as faces da coroa em terços Essa divisão se faz no sentido vertical e também no sentido horizontal Vertical: sentido cérvico-oclusal ou cérvico-incisal Horizontal: sentido mésio-distal ou vestíbulo-lingual Faces livres Sentido mésio-distal: mesial, médio e distal. Sentido cérvico-oclusal: cervical, médio e oclusal/incisal. Faces proximais Sentido vestíbulo-lingual: vestibular, médio e lingual. Sentido cérvico-oclusal: cervical, médio e oclusal/incisal. Letícia Andréa 105 – 3O Face oclusal Sentido mésio-distal: mesial, médio e distal. Sentido vestíbulo-lingual: vestibular, médio e lingual. Obs: como o termo “terço médio” é muito repetido, quando se descreve determinado acidente entre o terço médio e o terço medial, por exemplo, pode-se dizer que tal estrutura se localiza entre o terço medial e os dois terços distais. FACES LIVRES E PROXIMAIS Apresentam três formas geométricas básicas: trapezoidal, triangular e romboide As faces livres são trapézios com o lado maior voltado para a oclusal A face proximal dos dentes anteriores assemelha-se a um triângulo cujo a base é a cervical A face proximal dos dentes posteriores superiores é trapezoidal com o maior lado para a cervical A face proximal dos dentes posteriores inferiores é romboide com o maior lado para a cervical Dimensões Relativas Verticais Faces livres → faces vestibulares mais longas do que as faces linguais. Faces Proximais → faces mesiais mais longas do que as faces distais. Dimensões Relativas Horizontais Faces livres → faces vestibulares mais largas do que as faces linguais, exceção do primeiro molar superior (permite o formato de arco, sem muito espaço entre eles). Faces proximais → faces mesiais mais largas do que as distais. Direção Geral Vertical Faces Livres → faces vestibular e lingual convergem para a face oclusal/borda incisal. Faces Proximais → faces mesial e distal convergem para a raiz. Direção Geral Horizontal Faces Livres → faces vestibular e lingual convergem sutilmente para a distal. Faces proximais → faces mesial e distal convergem para a lingual (permite a curvatura da arcada). Letícia Andréa 105 – 3O Convexidade As coroas não apresentam faces, bordas e ângulos bem definidos, mas sempre curvos Em sua maioria, faces livres e proximais são convexas As faces linguais dos incisivos e caninos são côncavo-convexas Nas faces livres, o ponto de maior convexidade é chamado de bossa A bossa protege as gengivas que circunda o colo do dente, ou seja, sua porção marginal, desviando alimentos durante a mastigação, diminuindo a fricção e a mantendo rígida Se a convexidade da bossa for exagerada, o alimento não massageia a gengiva suficientemente e dificultará a higienização Se a bossa tem pouca convexidade, o alimento se impacta exageradamente na gengiva, causando inflamação e até uma bolsa periodontal Nas faces proximais, o ponto de maior convexidade é chamado de bossa proximal ou ponto de contato A bossa proximal, além da proteção gengival, entra na formação do ponto de contato Ponto de Contato: presente nas faces mesiais e distais, é o ponto que um dente contacta com seu vizinho. Área de Contato: são o resultado do atrito entre as faces proximais e distais durante os movimentos dentro do alvéolo, os pontos de contato tornam-se maiores. No sentido vertical, a bossa proximal está entre o terço oclusal e os dois terços cervicais, geralmente a bossa mesial fica mais para a oclusal do que a bossa proximal distal No sentido horizontal, a bossa proximal fica entre o terço vestibular e os dois terços linguais, onde o arco é mais convexo é mais vestibular, onde é mais reto é mais no ponto médio Linha Equatorial: chamada também de linha maior de contorno, é linha que toca todos os pontos de maior convexidade do dente. O delineador é um aparelho que marca essa linha no dente O local da linha equatorial varia conforme a face estuda Nas faces livres, principalmente na vestibular, a linha está entre o terço cervical e os dois terços oclusais – local das bossas Nas faces linguais dos pré-molares e molares a linha fica mais no terço médio Nas faces proximais, fica entre o terço oclusal e os dois terços cervicais, sendo na mesial mais para a oclusal do que na face distal FACES OCLUSAIS Estudo mais complexo e detalhado Grande variedade de acidentes anatômicos denominados de elementos descritivos das faces oclusais ou elementos arquitetônicos das faces oclusais Os elementos arquitetônicos são: cúspides, sulcos, fossetas, cristas e tubérculos Bossa Letícia Andréa 105 – 3O Cúspides Elevação de formato piramidal exclusiva de pré-molares e molares Possibilitam a engrenagem entre os dentes superiores e inferiores Permite melhor função mastigatória e uma maior estabilidade As cúspides devem possuir nomenclatura própria, principalmente quando um dente apresenta um grande número delas Nos bicuspidados, há uma cúspide vestibular mais volumosa e uma cúspide lingual menos volumosa Quando um dente tem três ou mais cúspides, é necessário localiza-la no sentido vestíbulo-lingual e mésio-distal Todas as cúspides apresentam base, quatro vertentes e quatro arestas Ápice: porção mais proeminente e de convergência das vertentes e bordas. Base: triangular e virtual pois se continua com o restante da coroa. Vertente: cada cúspide apresenta duas vertentes na face oclusal (mésio-oclusal e disto-oclusal) e duas numa face livre (mésio-lingual/vestibular e disto-lingual/vestibular). Sendo as vertentes homólogas e paralelas entre si, desenhando papeis até semelhantes. Arestas: ângulos diedros que separam as vertentes entre si. As arestas do longo eixo dental,as que separam as vertentes vestibulares/linguais das oclusais são chamadas de longitudinais. As que separam as vertentes mesiais das distais são chamadas de transversais, sendo a transversal oclusal é bem definida e chamada de crista triangular. Bicuspidados: pré-molares superiores, primeiro pré-molar inferior. Tricuspidados: segundo pré-molar inferior, segundo molar superior. Tetracuspidados: primeiro molar superior, segundo molar inferior. Pentacuspidados: primeiro molar inferior. Cristas Elevações lineares de secção triangular relativamente salientes Podem ser marginais ou oblíquas Marginais Unem entre si as cúspides vestibulares e linguais nos limites esternos da face oclusal Elemento de reforço importante no sentido vestíbulo-lingual Seu enfraquecimento, por cáries ou preparo cavitário, pode provocar a fratura da coroa Fornecem bordas elevadas na periferia da face oclusal, forçando o alimento para as fossetas e sulcos onde pode ser melhor triturado Limitada por dois sulcos secundários que se originam das fossetas mesiais e distais Oblíquas Saliências de esmalte que unem cúspides entre si dentro do limite da face oclusal Também conhecidas de pontes de esmalte Ocorre no 1º e 2º molares superiores, unindo as cúspides disto-vestibular à mésio-lingual Pode ocorrer nos pré-molares inferiores, unindo a cúspide vestibular à lingual Interrompe o sulco mésio-distal Letícia Andréa 105 – 3O Sulcos Depressões lineares de variável profundidade São áreas extremamente retentivas e de difícil higienização Mais susceptíveis as cáries Existem os sulcos principais e os secundários Principais Separam as cúspides Existem os mésio-distais que separam as cúspides vestibulares das linguais As vestíbulo-linguais separam as cúspides mesiais e distais Os mésio-distais terminam em fossetas próximas as cristas marginais Os mésio-distais podem ser retilíneos (pré-molares superiores e molares inferiores), curvilíneos (pré-molares inferiores) ou retilíneos interrompidos pela crista oblíqua (molares superiores) Os vestíbulo-linguais invadem o terço oclusal das faces vestibulares e/ou linguais, sendo mais suaves e podendo terminar em forames cegos Secundários Percorrem as cúspides, cristas e outros elementos da face oclusal Existem dois tipos principais: sulcos secundários da crista marginal e da crista triangular Os da crista marginal são dois, com configuração em v, sendo a vértice nas fossetas e suas “pernas” na crista marginal Os da crista triangular são dois, sendo um iniciado na fosseta marginal e outro na fosseta distal e ambos se dirigem para o ápice da cúspide Entre cada sulco ocorre a elevação da aresta oclusal e forma a crista triangular Fossetas Depressões ovalares, circulares ou triangulares, de profundidade variável Localizadas na face oclusal dos dentes posteriores, de onde se originam uma série de sulcos Pré-molares apresentam duas fossetas: mesial e distal – localizam-se próximas as cristas marginais Os molares possuem três fossetas: mesial, central e distal – entre os sulcos principais mésio-distal e vestíbulo- lingual Podem existir fossetas acessório no trajeto do sulco principal mésio-distal, principalmente quando este é mais sinuoso Letícia Andréa 105 – 3O Tubérculos e Cíngulos Tubérculos são elevações menores que as cúspides, surgindo com frequência em incisivos, caninos e molares Nos incisivos e caninos, estão no terço cervical das faces linguais e recebem o nome de cíngulo Nos molares, podem ocorrer na face lingual dos molares superiores e vestibular dos inferiores Principalmente no primeiro molar superior, é muito comum na face lingual da cúspide mésio-lingual e recebe o nome de Tubérculo de Carabelli Nos molares inferiores são mais raros, mas podem ocorrer no primeiro molar na porção mesial da face vestibular e recebe o nome de Tubérculo de Zuckerkandl Face Oclusal Anatômica: constituída apenas pelas vertentes oclusais das cúspides, sendo limitada pelas arestas longitudinais e pelas cristas marginais. Face Oclusal Funcional: é maior e engloba as vertentes vestibulares e/ou linguais das cúspides, já que essas também participam da mastigação. COLO Parte do dente entre a coroa e a raiz Representado por um estrangulamento entre a coroa e a raiz Perfeitamente visível no dente isolado Marcado por uma linha sinuosa chamada de linha cervical Anatomicamente, é representado como o encontro do esmalte e cemento Topograficamente, é uma pequena faixa que margeia, tanto na coroa como na raiz, a linha cervical Colo anatômico vs Colo clínico Anatômico: região do dente que bordeja a linha cervical, é fixa e imutável. Clínico: também chamado de cirúrgico, parte do dente que bordeia a gengiva, linha gengival, variável ao decorrer da vida, localizando-se na coroa em jovens e na raiz nos idosos. Letícia Andréa 105 – 3O Características Incisivos e caninos → apresentam diferenças entre as faces livres e proximais. Nas faces livres, a linha cervical é curva, com a concavidade voltada para a coroa, e nas faces proximais, a linha cervical tem formato de “v”, mais fechado nos incisivos e mais abertos nos caninos, com a abertura voltada para a raiz. Pré-molares → há sinuosidades, porém menos pronunciada que nos incisivos e caninos e a linha cervical uma curva suave, côncava para a coroa nas faces livres e côncava para a raiz nas faces proximais. Molares → a linha cervical é quase retilínea, com nuances de sinuosidades. Há ainda, sobretudo nas faces livres, um prolongamento do colo em direção a raiz, representado por uma ponta de esmalte que se dirige para o ponto de separação das raízes. Assimetria Auxilia na determinação do lado a que pertence determinado dente Quase todos os dentes apresentam uma angulação entre os longos eixos da coroa e raiz – inclinação radicular A inclinação radicular se faz em direção distal e na região do colo se forma uma reentrância bem definida e mais evidente na distal RAIZ Parte do dente que fica implantada no osso na região dos alvéolos Fisiologicamente, não é visível na cavidade oral Revestida de cemento, o que lhe confere cor amarelada e textura mais rugosa Parte mais passiva do órgão dental Suporta a coroa e transmite seus esforços para a maxila e mandíbula Tem o dobro do comprimento da coroa Apresenta uma forma cônico-piramidal Pode apresentar uma série de modificações como achatamentos e curvaturas Divide-se em: base, corpo e ápice Base Parte da raiz pela qual ela se fixa à coroa Nos dentes multirradiculares, é comum existir uma base comum de implantação das raízes, de onde partem as raízes individualizadas Na base comum, observa-se uma depressão larga e profunda que é a região de separação das raízes, denominada de seio inter-radicular Corpo Compõe a maior parte da raiz Está entre a base e o ápice É comum que existam sulcos nessa região Esses sulcos geralmente são mesiais e/ou distais Os sulcos alteram a secção radicular de ovalada para halteres Base Corpo Ápice Letícia Andréa 105 – 3O Ápice Extremidade livre da raiz É onde se localiza o forame apical, local de chegada do feixe vásculo-nervoso dental O forame possui formatos variados e normalmente copiam o formato da secção radicular O forame apical pode ser duplo e/ou apresentar foraminas apicais (pequenos orifícios) O ápice pode ser afilado, truncado ou espessado Afilado: a raiz vai afinando paulatinamente até seu ápice Truncado: afinamento brusco da raiz Espessado: surge um novo alargamento na região apical (comum na hipercementose) FACES: vestibular, lingual,mesial e distal. BORDAS: recebem o nome das faces entre a quais se situam, são pouco sitadas. Número de Raízes: Unirradiculares → incisivos, caninos, pré-molares inferiores e segundo pré-molar superior. Birradiculares → primeiro pré-molar superior e molares inferiores. Trirradicular → molares superiores. Inclinação Radicular Deslocamento do longo eixo da raiz em relação a coroa Toda a raiz se inclina É uma inclinação discreta e suave Evidente em quase todos os dentes Faz-se mais em sentido distal Provoca uma reentrância na região distal do colo Pode haver inclinação em outros sentidos Curvatura Radicular Curvatura suave que ocorre apenas na raiz Modifica o longo eixo da raiz Comum em quase todas as raízes e muito variável Angulação Radicular Curvatura radicular muito intensa Forma ângulos mais definidos e agudos ao longo do eixo da raiz Também chamado de dilaceração radicular Mais frequente no terço apical Base Corpo Ápice Letícia Andréa 105 – 3O Ramificações O dente apresenta um número maior que o normal de raízes Pode-se ter uma bifurcação, trifurcação, etc Podem ser parciais ou totais A ramificação parcial ocorre apenas em parte da raiz, geralmente o terço apical A ramificação total ocorre em toda a raiz Ramificações parciais são muito frequentes As parciais apresentam um sulco profundo que chega a separa-las na região apical, comum em incisivos e caninos inferiores Ramificações totais são pouco frequentes As totais causam separação do canal radicular e é mais comum nos terceiros molares Fusões É o inverso das ramificações Representa a diminuição do número de raízes Pode ser parcial ou total Fusões parciais ocorrem apenas através do cemento, sendo uma lâmina delgada que vai de uma raiz para outra (ponte de cemento) A fusão parcial ocorre geralmente na região do corpo das raízes Fusões parciais são mais frequentes, principalmente em segundos e terceiros molares A fusão total ocorre com toda a raiz As fusões totais são pouco frequentes Fusões totais ocorrem mais no primeiro pré-molar superior e nos terceiros molares Divisão em Terços Para facilitar a divisão anatômica, divide-se as faces da raiz em terços Essa divisão se faz no sentido vertical e também no sentido horizontal Vertical: sentido cérvico-apical Horizontal: sentido mésio-distal ou vestíbulo-lingual Faces livres Sentido mésio-distal: mesial, médio e distal. Sentido cérvico-oclusal: cervical, médio e apical. Faces proximais Sentido vestíbulo-lingual: vestibular, médio e lingual. Sentido cérvico-oclusal: cervical, médio e apical
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