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Direito das Sucessões aula 01

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Direito das Sucessões 
AULA 01 (07/02/2019)
Da sucessão em geral:
ACEPÇÃO JURÍDICO DO TERMO SUCESSÃO:
Sucessão é substituição, mantem-se o conteúdo e a forma, o objeto permanece o mesmo, porém muda o sujeito.
 
CONCEITO:
FUNDAMENTOS DO DIREITO SUCESSÓRIO:
Razão de ser, a razão útil. Fica dividido em dois pilares: direito de propriedade privada e direito de família.
A propriedade privada dar a ideia de sucessão por ser individual, absoluta e perpétua, ou seja, aquilo que é seu, será seu para sempre e no final da vida, passará para o próximo herdeiro.
ESPÉCIES DE SUCESSÕES
· QUANTO A FONTE:
- TESTAMENTÁRIA: é a sucessão que é regida pelo testamento. O testamento é a ultima vontade do falecido, no qual ele informa o desejo para onde deve ser direcionado seus bens. 
- LEGÍTIMA: Prevista no código civil. 
Os herdeiros Legítimos podem ser Necessários (Descendente, ascendente e cônjuge ou companheiro) tendo eles o direito á legítima e não podem ser excluídos imotivadamente, e os herdeiros Facultativos que são os colaterais de 4° grau, estes podem ser excluídos imotivadamente.
Havendo herdeiros necessários, o falecido só pode legitimar 50% do seu patrimônio.
· QUANTO AOS EFEITOS = 
- SINGULAR: pelo testamento, no qual você vai especificar o bem. 
- UNIVERSAL: quando não há o testamento, logo por haver diversos bens para tais herdeiros, é necessário abrir o testamento, para poder partilhar esses bens para cada herdeiro, como por exemplo, quando há três filhos, fica 1/3 pra cada, mas só sera definido após abrir o inventário. 
· Se houver dívida do falecido, o juiz vai solicitar a venda dos bens para quitar o débito.
AULA 02 (14/02/2019)
TRANSMISSÃO DE HERANÇA:
1- Abertura da Sucessão (Art. 1784,CC)
- No instante da morte, considera-se a abertura da sucessão e da transmissão da posse e propriedade de todo patrimônio. (Princípio Saisine).
- A objetos que não consegue o herdeiro ter a dominação por estar em lugares inalcançáveis e difícil de ser encontrados. 
- A partir do momento do falecimento do sucessor, começa-se a contar os prazos, aberturas e transmissão, por isso é importante informar o dia, horário e local do falecimento.
- Antes da partilha a herança é um universal indivisa.
- Comuruentes é quando os dois herdeiros morrem no mesmo momento e não tem como saber , quem faleceu primeiro.
 -A comoriência é, assim, a presunção de morte simultânea, de uma ou mais pessoas, na mesma ocasião (tempo), em razão do mesmo evento ou não, sendo essas pessoas reciprocamente herdeiras.
- Com a abertura da sucessão, portanto com a morte, a herança do “de cujus”, composta do acervo patrimonial ativo e passivo, transmite-se aos herdeiros legítimos e testamentários. Assim, para que haja transmissão da herança do falecido para seus herdeiros é preciso que esses herdeiros tenham sobrevivido ao falecido, ou seja, que no momento da morte do autor da herança os seus herdeiros estejam vivos.
- Exemplificativamente, se marido e mulher morrerem num acidente de carro sem se conseguir demonstrar quem morreu primeiro, serão os consortes considerados comorientes e, por via de conseqüência, não serão herdeiros entre si. Se os consortes deixaram descendentes, receberão estes, com base no artigo 1.829, C.C., lembrando que cada comoriente deixará sua herança sem contemplar o outro comoriente, razão pela qual não se analisa o regime de bens dos consortes.
- Esclarecendo: se os cônjuges, Joca e Julia foram considerados comorientes por não terem conseguido identificar a pré-morte de um deles, não poderão ser considerados herdeiros entre si. A herança de Joca, havendo descendentes sucessíveis, será entregue a estes sem se cogitar o eventual direito de concorrência com base no regime de bens, ou seja, ainda que os consortes fossem casados sob o regime da separação convencional de bens, regime que defere o direito de concorrência, a participação do cônjuge não se aperfeiçoaria, já que comorientes não são considerados herdeiros entre si.
Insta consignar que herança não se confunde com meação (direito que pertencente a cada um dos cônjuges ou companheiros, relacionado à sua participação nos bens adquiridos na constância da união, conforme regime de bens do casamento ou da declaração de união estável), os comorientes não serão considerados herdeiros entre si, mas terão direito para a composição da herança de cada um a meação que lhes competia em virtude do regime de bens.
Elucidando a questão da comoriência, se pai e filho morreram num acidente de avião, sem se conseguir, aplicando-se todas as técnicas da medicina legal, identificar qual dos mortos faleceu primeiro, serão considerados simultaneamente mortos, sem que um tenha direito a sucessão do outro. Imaginemos que o filho também tivesse deixado um descendente, esse descendente não poderia representar seu pai na sucessão do avô. Por mais injusta que essa solução pode parecer, ela se baseia no fato do comoriente não estabelecer nenhum relação sucessória com o outro comoriente, o que impossibilita a aplicação do direito de representação.
Referido raciocínio lógico é extraído do texto legal, especificamente do artigo 1.854 do Código Civil, que estabelece: “Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse”.
2- Momento da Transmissão
OBS: A condição de ser herdeiro é ter a personalidade jurídica e possuir vida, no momento que o herdeiro perde a vida, ele não possui direito a herança, logo o patrimônio da mãe ou pai da criança, vai ser transmitido para os pais dos mesmos.
3- Abertura do Inventário:
- Abertura da Sucessão x Abertura do Inventário
Se da com a morte É o processo através do qual ira realizar o levantamento dos ativos e passivos, a quitação das obrigações e caso haja bens materiais ocorre a partilha. O prazo para abrir o inventário antes era de 30 dias, mas ultimamente passou a ser de 02 meses(Art.611 CPC) (mesmo havendo no código civil o prazo anterior) Se não cumprir o prazo haverá uma majoração de a taxa de imposto de transmissão causa morte. Qualquer interessado pode requerer a abertura do inventário. Ex: O credor, Ministério Público.
3.1- Importância
- Satisfazer as obrigações 
- Interesses sociais 
- Realizar a partilha, firmando o domínio individualizado. 
3.2- Foro Competente (Art.48, CPC + 1785,CC)
- Primeiro o ultimo domicilio do decujos (autor da herança) OBS: Não confundir autor da herança (falecido) com autor do inventário 
- Se o falecido tiver mais de dois domicílio, escolhe pelo foro de eleição qual dos dois será referenciado para o foro competente. 
- Se houver domicílio incerto, escolhe-se onde tiver os bens imóveis. 
3.3 Inventariante (Art.617,CPC)
Art. 617.  O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
II - o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único.  O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função.
4- Objeto da Herança (Art. 1791 + 1792,CC)
- Conjunto patrimonial que envolve ativos e passivos. Ou seja, trata-se de uma universalidade que abrange o direito como também as obrigações.
- Fazem parte desse objeto as heranças transmissíveis, as personalíssimas não são transmissíveis.
- Se o falecido morrer no exterior, deixando bens no Brasil e no México, o juiz vai abrir o inventário e aplicar as leis do México por ser mais vantajosa do que a doBrasil.
- Caso o falecido deixe vários bens móveis, não havendo imóveis, tornam -se universalmente bens imóveis indivisa. Logo antes de haver partilha ele é condômino do todo ou seja apenas herdeiro, após definir o objeto que pertence ao herdeiro ele se torna sucessor.
AULA 03 (22/08/2019)
Capacidade Sucessória:
- É a capacidade para suceder.
Pressupostos: 
a) Morte do autor da herança 
b) Sobrevivência do sucessor com a exceção do nascituro, que possui também o direito a herança.
c) Ser humano -> Se o falecido quiser deixar a herança para pessoa jurídica, é necessário a criação de um testamento.
d) Título Jurídico (Art. 1788, CC) - o título pode ser na Lei (descendente, ascendente, cônjuge ou companheiro, colaterais); ou no Testamento (o herdeiro é considerado Legatário).
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
EXCLUSÃO DO HERDEIRO POR INDIGNIDADE:
3.1- Conceito: A indignidade é uma pena civil, tendente a excluir o herdeiro ou legatário, nos benefícios da herança. (Ele passa a ser tratado como morto fosse, antes do autor da herança)
3.2- Causas de Exclusão:
Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.
3.3- Declaração de Indignidade: Só o juiz imputa a pena de declaração de indignidade.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença.
- Tem que ser proposta a ação de indignidade e é nesta ação que é proferida a SENTENÇA.
- Os co-herdeiros e/ou o Ministério Público podem propor a ação de indignidade. Eles possuem o prazo de 04 anos para ingressar com a ação.
3.4- Efeitos:
- O indigno é tratado como se morto fosse, antes da abertura da sucessão, logo morto não herda.
- A representação só ocorre na linhas descendente, logo esses levarão o quinhão e a representação;
- Se seus filhos herdam, eles não poderão administrar e nem usufruir da herança;
- Caso um dos filhos faleça, a herança não retorna para o pai (herdeiro indigno), ela vai automaticamente para a linha ascendente, caso não haja descendente.
- a sentença tem efeito EX TUNC, ela retroage no tempo. 
3.5- Reabilitação:
Existe o instituto da reabilitação do indigno pelo ofendido (art. 1818, CC), onde este, expressamente, através de testamento ou outro ato autêntico perdoa o herdeiro indigno. Cabe reforçar que o perdão deve ser expresso e é irretratável, além do mais o perdão é inequívoco, e, portanto, não poderá ser impugnado por nenhum outro herdeiro. Cabe ainda ressaltar que caso o autor da herança contemple o indigno em testamento após a ofensa, o indigno receberá apenas o montante expresso no testamento.
Principais diferenças entre indignidade e deserdação
Não se deve confundir Indignidade e deserdação, embora os dois institutos tenham grandes semelhanças e a mesma função.
A primeira diferença diz respeito a vontade, enquanto na indignidade temos a vontade presumida do autor da herança, na deserdação essa vontade deve ser expressa.
A segundo diferença se dá na fonte de cada um, a indignidade decorre da lei enquanto a deserdação é uma pena aplicada pelo autor da herança em testamento ao sucessor que tenha praticado qualquer ato dos artigos 1.962 e 963 do código civil.
Devemos também levar em conta, o campo de atuação de ambos os institutos, enquanto a deserdação é aplicada apenas para a sucessão testamentária, por depender de testamento, a indignidade trabalha na sucessão legítima e na sucessão testamentária.
Por fim, é importante lembrar que a indignidade é obtida por ação própria mediante sentença judicial, enquanto a deserdação se dá por testamento.
4-Diferença entre Indignidade e Incapacidade Sucessória:
5- Deserdação:
Art. 1961 – Os Herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.
Art. 1962 Além das causas mencionadas no art. 1814, autorizam a deserdação dos descendentes por ascendentes:
- Ofensa física;
- Injúria grave;
- Relações ilícitas com a madrasta ou o padrasto.
- Desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art.1964 Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento.
Art.1.965 Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
Parágrafo Único: O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento. 
OBS: A deserdação o titular do patrimônio manifesta a vontade de excluir, na Indignidade cabe a pena civil. 
ACEITAÇÃO DA HERANÇA
1- Conceito: Art. 1804 – Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro desde a abertura da sucessão. P.U= A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia á herança. 
A transmissão se torna perfeita com a aceitação. Possui natureza jurídica de ,ato!
A aceitação da herança, Quando expressa, faz-se por declaração escrita.
2- Espécies:
- Quanto a forma: 
Expressa = pode ser manifestada nos autos ou pelo ministério público.
Tácita = onde as atitudes do herdeiro mostre interesse aceitação da herança, exceto quanto aos atos oficiosos (que você faria por qualquer pessoa) como o funeral do finado, atos de administração e guarda provisória.
Presumida = Se o herdeiro contado 20 dias após a abertura da sucessão, o interessado não tendo se manifestado, a outra parte pode pedir para o juiz mandar um mandado de manifestação não superior de 30 dias. Caso o herdeiro se mantenha omisso nesse prazo, após a citação, entende-se que ele aceitou a herança. (Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.)
- Quanto á pessoa:
Direta = quando o próprio herdeiro legatário manifesta expressamente
Indireta = praticado por outras pessoas (terceiros). Pelos sucessores; Tutor ou curador; Mandatário ou gestor; Por credores.
Situação hipotética: O herdeiro faleceu antes de manifestar a aceitação.
Nesse caso a herança será transmitido ao herdeiro dele (filho). Sendo assim, este aceita do pai ou ele renúncia a do mesmo, aceitando do pai ele pode receber a herança do avó ou renunciar a mesma, mas quando ele renuncia a herança do pai, automaticamente ele renuncia do avó.
3- Conteúdo – Art. 1808
4- Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
5- § 1o O herdeiro, a quem se testarem legados, pode aceitá-los, renunciando a herança; ou, aceitando-a, repudiá-los.
6- § 2o O herdeiro, chamado, na mesma sucessão, a mais de um quinhão hereditário, sob títulos sucessórios diversos, pode livremente deliberar quanto aos quinhões que aceita e aos que renuncia
7- Irretratabilidade – Art. 1817 e 1813
Art. 1.813. Quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§ 1o A habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato.
§ 2o Pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
Se aceitar a renúncia é irretratável ou seja, não pode voltar atrás.
8- Anulação 
A aceitação pode ser anulada ou revogada, se apóssua ocorrência for apurado que o aceitante não é o herdeiro ou se o testamento absorvia a totalidade da herança, havendo herdeiro necessário.
Com a declaração da ineficácia da aceitação, a herança passa ao herdeiro a quem regularmente se defere, como se aquela aceitação nunca tivesse havido. Porém, caso já tenha ocorrido a homologação da partilha, o interessado só poderá reivindicar o que lhe compete por ação de petição de herança.
9- CESSÃO DE DIREITO
O art. 1.793, do Código Civil (CC), dispõe que: "O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública".
O herdeiro, então, pode vender seu direito hereditário sobre uma coisa indivisível.
Ex: 3 herdeiros, cada um tem 1/3 da herança - o herdeiro poderá vender seu quinhão.
Importante é perceber que o herdeiro não poderá individualizar o que está vendendo.
Pode ocorrer que o de cujus tenha deixado três casas iguais para cada um dos três filhos, então cada filho receberá uma casa. Mas o herdeiro não pode dizer que vende a casa, pois seu direito não é sobre a casa, ainda é sobre 1/3 da herança.
Lembre-se que o herdeiro é o cedente. Quem compra é o cessionário.
Art. 1.793, §1°, do CC, dispõe que o herdeiro não pode individualizar os direitos hereditários que cede, a herança deve ser considerada singularmente.
"Art. 1.793. (...)
§1° Os direitos, conferidos ao herdeiro em conseqüência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente".
Art 1.793, §3°, do CC: é ineficaz essa disposição sem prévia autorização do juiz do inventário.
"Art. 1.793. (...)
§3° Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade".
Por estarmos tratando de indivisibilidade, observa-se que há um condomínio entre os herdeiros. Se o cessionário adquirir todos os direitos hereditários, ele requererá o inventário sozinho; se for cessionário de parte ideal, normalmente ele não requererá o inventário e esperará que os outros herdeiros a requeiram.
Requerido o inventário, o cessionário se habilita nele como cessionário de direitos hereditários, e sua parte será reservada. Na partilha ela será individualizada.
Na herança, os herdeiros são condôminos de partes ideais de uma coisa indivisível, até final partilha.
Os condôminos em coisa indivisível podem vender a parte ideal, mas devem dar preferência aos outros condôminos (art. 504).
Por analogia, para os herdeiros venderem sua parte ideal devem dar preferência aos outros herdeiros. Se não for dada essa preferência, qualquer um dos herdeiros poderá anular a cessão em 180 dias e haver para si o quinhão hereditário que foi cedido para um estranho.
Art. 1.794 do CC diz que: "O co-herdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro co-herdeiro a quiser, tanto por tanto".
Ao co-herdeiro a que não se der conhecimento da cessão caberá a possibilidade de depositar o preço e pegar para si o quinhão, se o requerer até 180 dias após a cessão (art. 1.795 do CC).
"Art. 1.795. O co-herdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
TEMA: RENÚNCIA DA HERANÇA
1- Conceito: 
Constitui ato jurídico unilateral pelo qual o herdeiro, declara expressamente a recusa da herança que possui prerrogativa e direito, despojando-se de sua titularidade.
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial.
Possui efeito "ex tunc", retroagindo à data da abertura da sucessão.
O herdeiro não é obrigado a receber a herança.
Destarte, o ato de recusa extingui qualquer direito do renunciante, de maneira que efetivada a renúncia, o herdeiro passa a ser considerado como se nunca tivesse sido chamado à tomar posse do quinhão hereditário. 
Requisitos:
- Capacidade jurídica do denunciante 
- Forma prescrita em lei: Art. 1806
- Inadmissibilidade de condição ou termo: Art. 1808
- Não realização de ato de aceitação tácita
- Impossibilidade de renúncia parcial
- Objeto Lícito: Art. 1813
- Abertura da Sucessão 
2- Efeitos:
- É tratado como se nunca tivesse sido chamado a herdar.
- Seus descendentes não herdam por representação
- O quinhão é redistribuído entre os co-herdeiros
- Torna caduca a disposição testamentária
- Não impede o renunciante de aceitar legado
- Não perde o direito de administração e usufruir dos bens.
3- Irrevogabilidade (Art.1812)
A renúncia é irretratável.
4- Renúncia Abdicativa x Renúncia Translativa:
Renúncia abdicativa: é pura e simples
Renúncia translativa: aceitação + doação. 
renúncia abdicativa ou propriamente dita aquela manifestada no início do inventário ou antes dele e que tem o condão de excluir o herdeiro renunciante da herança. Nesse mesmo sentido a cessão realizada de forma pura, simples e gratuita em benefício de todos os demais coerdeiros é tido como renúncia (artigo 1.805, § 2º do Código Civil).
A renúncia deve ser realizada por instrumento público ou termo judicial, independentemente de homologação.
Nesse caso, há a incidência do imposto causa mortis.
Contudo, a doutrina ainda trata da renúncia translativa, cessão ou desistência. Na verdade, não se trata, tecnicamente de renúncia, pois consiste em aceitação da herança seguida de uma doação em favor de pessoa determinada. É chamada de renúncia em favor de terceiro
Pode ocorrer, também, a renúncia translativa sem designação de beneficiário, quando manifestada pelo herdeiro depois de praticar atos que impliquem aceitação tácita.
Por se tratar, no fundo, de aceitação, incidirão duas espécies de impostos: causa mortis e inter vivos.
Repise-se, a cessão pura e simples da herança ao monte não implica em aceitação, na medida em que, por determinação legal, equivale a renúncia.
.Vale mencionar que não é admitida a promessa de renúncia, pois resultaria em “pacto sucessório” (pacta corvina).
AV2:
HERANÇA JACENTE E VACANTE:
1. Conceito:
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância.
A massa patrimonial vai ser gerida por um curador, nomeado pelo estado juiz.
VACANTE: Quando não se possui o herdeiro para assumir a herança.
JACÊNCIA: é o período que procura ou aguarda os herdeiro para a posse da herança.
OBS: Antes a herança vacante era destinada ao Estado, mas após a reforma de 2002, passou a ser destinado ao município.
Se todos os herdeiros renunciarem, considera-se a herança vacante.
2. Natureza Jurídica
A jacente é uma massa patrimonial despersonalizada ou seja, ela não possui personalidade jurídica, no entanto ela pode atuar em juízo. Como por exemplo: A massa falida, que não detém personalidade jurídica, mas possui a personalidade JUDICIÁRIA.
Se o de cujos possui alguma dívida para pagar, pode abrir um processo para cobrar tal valor, sendo o mesmo representado como Herança Jacente, que será representado judicialmente pelo curador que será quitado através da massa patrimonial, assim como pode o Jacente cobrar o devedor.
3. Condições da Jacência Art.1819
- O titular da herança deve estar morto.
- Não deixar testamento ou não aparecer no início.
- Não deixar herdeiro notoriamente conhecido.
4. Arrecadação da Herança Jacente
Após a morte do titular, o juiz, por meio de ofício fará a arrecadação (atos praticados: identificação dos bens, guarda, conservação dos mesmos e nomeação do curador), logo após irá publicar o primeiro edital para a convocação dos herdeiros, após isso irá publicar o segundo edital (mais 30 dias), dessa forma, ultrapassando os 06 meses, será publicado o 3° edital, o juiz irá declarar através da sentença a declaratória da vacância.
Caso apareça o herdeiro, habilita-se o mesmo ou testamenteiro, convertendo o processoem inventário. Mas se encerrar o prazo de manifestação da herança, o mesmo terá que ação autônoma de petição de herança para poder tomar posse do bem, no prazo de cinco anos contado a abertura da sucessão. 
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a administração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1º Incumbe ao curador:
I - representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Ministério Público;
II - ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a arrecadação de outros porventura existentes;
III - executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV - apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V - prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 .
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escrivão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em auto circunstanciado.
§ 1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas) testemunhas, que assistirão às diligências.
§ 2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de compromissado.
§ 3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os moradores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto de inquirição e informação.
§ 4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará empacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§ 6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública.
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês, para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis) meses contado da primeira publicação.
§ 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar certo, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à autoridade consular.
§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testamenteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação converter-se-á em inventário.
§ 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou propor a ação de cobrança.
Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I - de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II - de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma indústria;
III - de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV - de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dispuser a herança de dinheiro para o pagamento;
V - de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro para o pagamento.
§ 1º Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o habilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2º Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal, livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da herança.
5. Declaração de Vacância (Art. 1820 e 1823)
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desde logo declarada vacante.
6. Efeitos da Declaração de Vacância:
- Cessão das obrigações do curador
- Devolução da herança a municipalidade
- Propriedade resolúvel pelo prazo de 05 anos
- Possibilidade das herdeiras reclamarem a abertura da herança pelo prazo de 05 anos contados da abertura da sucessão, com exceção dos herdeiros facultativos.

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