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Princípios de PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO Preparação pré-operatória do paciente • O que é? o É a convergência da arte com a ciência da disciplina cirúrgica. Abrange desde o atendimento no consultório até no serviço de emergência. • Preparação para cirurgia o Determinando a necessidade de cirurgia o Confirmação de achados físicos relevantes o Revisão do histórico clínico o Revisão dos testes laboratoriais o Outras investigações que sustentem o diagnóstico o Opções terapêuticas podem adiar a intervenção cirúrgica no primeiro encontro • Decisões Perioperatórias Perioperatório é o termo usado em Medicina para o período que vai desde que o cirurgião decide indicar a operação e comunica ao paciente até que este último retorne, depois da alta hospitalar, às atividades normais. o Momento e local da cirurgia o Tipo de anestesia o Preparos pré-operatórios necessários • Avaliação pré-operatória o Objetivo Identificar comorbidade que pode afetar o resultado cirúrgico Orientar-se pela história clínica e exames físicos o NOTA: Se a avaliação pré-operatória descobrir comorbidades significativas ou evidência de controle insatisfatório de uma doença preexistente, pode ser necessária a consulta com um clínico ou médico especialista para facilitar o trabalho e direcionar a conduta. o Classificação da American Society of Anesthesiologist's (ASA) Risco Estado Físico I Paciente normal e saudável II Paciente com doença sistêmica leve III Paciente com doença sistêmica grave que limita a atividade, mas não o deixa incapacitado IV Paciente que apresenta doença incapacitante que é uma ameaça constante à vida V Paciente terminal, que não se espera sobreviver 24 horas com ou sem operação A letra “E” é adicionada a qualquer um destes para uma operação de emergência. Sistemas de Abordagem para avaliação pré-operatória • Sistema Cardiovascular o Critério de Goldman de risco cardíaco para cirurgia não cardíaca Índice de Risco Cardíaco de Goldman, 1977 Pontos Taxa de complicação Terceira bulha ou turgência jugular 11 0-5 pontos = 1% Infarto do miocárdio recente 10 6-12 ponto = 7% Ritmo não sinusal ou extrassístole atrial no ECG 7 13-25 pontos = 14% > 5 extrassístoles ventriculares 7 > 26 pontos = 78% > 70 anos 5 Operação de emergência 4 Estado clínico geral ruim 3 Operação intraperitoneal, intratorácica ou aórtica 3 Estenose aórtica valvar importante 3 PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog o Comissão do American College of Cardiology (ACC) e American Heart Association (AHA) Abordagem passo a passo para avaliação cardiológica pré-operatória para cirurgia não cardíaca. Figura 1 - FC, Frequência cardíaca; MET, equivalente metabólico. • Sistema Pulmonar o Cirurgias com pouco efeito no Sist. Pulm. Procedimentos neurocirúrgicos do inferior do abdome Extremidades do corpo o Cirurgias com muito efeito no Sist. Pulm. Procedimentos torácicos Procedimentos no andar superior do abdome o Considerar avaliar riscos quando há Ressecção dos pulmões Procedimentos torácicos que requerem ventilação monopulmonar Operações abdominais e torácicas de maior porte em pacientes com 60+ anos Comorbidades Fumantes Sintomatologia evidente o Intervenções pré-operatórias Suspensão do cigarro (>2meses) Terapia bronco dilatadora Terapia com antibióticos Esteroides Outras estratégias Peri operatórias • Anestesia peridural • Toalete brônquica vigorosa • Reabilitação pulmonar • Terapia contínua com bronco dilatadores PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog • Sistema renal o Paciente com insuficiência renal conhecida Verificar • histórico de infarto do miocárdio • Isquemias do coração • Sobrecarga hídrica • Eletrocardiograma (ECG) o Paciente com insuficiência renal avançada Verificar • Eletrólitos sanguíneos • Gasometria arterial o Paciente com doença renal terminal Realizar • Manejo farmacológico da hipercalemia (diminuir K) • Reposição de cálcio • Antiácidos espoliadores de fosfato o Paciente com doença renal crônica terminal Realizar • Hemodiálise (pré e pós operatório) • Sistema Hepatobiliar o Abordagem ao paciente com doença hepática Figura 2 - PFC, plasma fresco congelado; GI Gastrointestinal; SC, subcutâneo; PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog • Sistema Endócrino o Avaliar Paciente apresenta uma ou mais das seguintes condições • Diabetes Melito • Hipertireoidismo • Hipotireoidismo • Insuficiência adrenal o Avaliação pré-operatória Identificar o tipo e o grau da deficiência endócrina Monitoração cuidados para identificar estresse metabólico o Tratamento Perioperatório do Diabetes Verificar • Controle de glicemia • Complicações diabéticas • Doenças cardíacas • Anormalidades circulatórias • Retinopatia • Neuropatia • Nefropatia • Sistema Imunológico o Objetivo Melhorar função imunológica antes da cirurgia Avaliação pré-operatória Histórico completo da doença sujacente do paciente Estado funcional atual Histórico de mudanças de peso o Exame físico Verificar • Sinais de disfunção de órgãos o Paciente com HIV Imunosupressores não tem efeito significativo na cicatrização de ferida • Sistema Hematológico o Objetivo / Sinalizar Anemia Coagulopatia herdada ou adquirida Hipercoagulabilidade o Pós-operatório Anemia é frequente Realizar hemograma Considerações pré-operatórias adicionais • Idade • Estado nutricional • Obesidade PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog Checklist pré-operatório • Profilaxia antibiótica o O antibiótico apropriado deve ser escolhido anteriormente à operação e administrado antes que seja feita a incisão na pele • Revisão das Medicações o Objetivo é minimizar o risco de interação medicamentosa com os anestésicos o Suspender drogas que aumentam o risco de sangramento • Jejum pré-operatório o Dieta zero após meia-noite CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS TAXA DE INFECÇÃO (%) Limpas (Classe I) Não traumática; Sem inflamação; Sem quebra na técnica; Trato respiratório, digestório ou geniturinário não abordados 2,1 Limpa-contaminadas (Classe II) Trato gastrointestinal ou respiratório abordado sem danos significativo 3,3 Contaminadas (classe III) Grande quebra da técnica; Grande dano do trato gastrointestinal; Ferida traumática, fresca; Entrada dos tratos geniturinário ou biliar na presença de urina ou bile infectada 6,4 Sujas e infectadas (Classe IV) Inflamação bacteriana aguda, sem pus Secção de tecido “limpo” a fim de ter acesso cirúrgico para a coleta de pus Ferida traumática com tecido desvitalizado retido, corpos estranhos, contaminação fecal ou tratamento tardio, ou todos estes, ou de uma fonte suja 7,1 Causas potenciais de instabilidade intraoperatória • Infarto do Miocárdio • Embolia Pulmonar • Pneumotórax • Anafilaxia e Alergia a Látex • Hipertermia Maligna A sala de operação • Manutenção da Normotermia o Temperatura ambiente da sala (20° C- 23,8° C) o Objetivo é evitar hipotermia • Preparo Pré-operatório da Pele o Evitar infecção local • Hemostasia o pode-se conduzir a uma dissecção mais precisa e encurtar o tempo de operação e recuperação para o paciente. • Fechamento da Ferida o Fatores críticos para se tomar essa decisão são a condição do paciente, o quadro clínico, a parte do corpo envolvida, a condição da lesão e o processo da doença ou lesão que levou à intervenção cirúrgica. PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog Figura 3 - Exemplo do processo Peri operatório de verificação de segurança. PRÉ-OPERATÓRIO E TRANSOPERATÓRIO @ohnestern MedicalStudent.blog
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