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DOENÇAS OCUPACIONAIS Prof. Enf. João Gabriel Rossi de Oliveira A partir de agora iremos enfatizar os aspectos práticos, visando relacionar a doença com o risco ambiental e agente nocivo etiológico ocupacional. Atendendo às premissas de sua destinação, obviamente não são indicados conceitos apurados de tratamento ou de procedimentos médicos-especializados cuja ambientação médica assim o exigiria O estudo das doenças impõe também, à luz de uma análise técnica e didática, conhecimento prévio de alguns conceitos básicos, critério indispensável à compreensão do conjunto de informações em solução de continuidade no contexto de raciocínio lógico. Assim, teremos que revisar alguns termos poucos usuais no dia a dia e que podem, por desconhecimento, prejudicar a compreensão de textos e/ou sua interpretação. Anamnese Conjunto de informações que permitem a análise da evolução de uma doença. É uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. Absenteísmo Estatística a cerca da ausência no trabalho. O absenteísmo nas empresas designa a tendência dos membros de empresas para se defenderem contra certas deficiências nas relações laborais faltando ao trabalho (faltar por doença, por exemplo). O absenteísmo aumenta os custos para a empresa, e dificulta a concretização dos seus objetivos, afetando a sua eficácia e eficiência. Patologia Estudo da doença. É um ramo da ciência médica primariamente dedicado à análise de órgãos, tecidos e fluidos corporais, com a finalidade de fazer um diagnóstico das doenças. Fisiologia Ramo da biologia que estuda o mecanismo de desenvolvimento de organismos vivos. É o estudo das múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos. Em síntese, a fisiologia estuda o funcionamento do organismo. Patogenia Estudo do mecanismo de desenvolvimento das doenças. Refere-se ao modo como os agentes agridem o nosso organismo e os sistemas naturais de defesa reagem, surgindo mesmo assim, lesões e disfunções das células e tecidos agredidos, produzindo-se a doença. Síndrome Conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença. Etiologia É o estudo ou ciência das causas. No ramo da biologia, a etiologia preocupa-se com as causas das doenças. Patognomônico Sinal e/ou sintoma que caracteriza especificamente uma doença. EX: As manchas de Koplick são patognomônicas de sarampo. Diagnóstico Conjunto de dados, sinais e sintomas em que se baseia a determinação de uma doença. É o processo analítico de que se vale o especialista ao exame de uma doença ou de um quadro clínico, para chegar a uma conclusão. É também o nome e dado à conclusão em si mesma. Sintoma Fenômeno ou mudança provocada no organismo por uma doença, descrita pelo doente. É qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um início de doença. Sinal Marca, evidência objetiva de estado mórbido. As alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde. **A diferença entre sintoma e sinal é que o sinal é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente e o sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Profilaxia Conjunto de medidas ou método que visa evitar a instalação de doenças. São medidas para prevenir ou atenuar doenças. Um grande exemplo de profilaxia foi a criação da vacina, que faz com que o sistema imune reconheça os elementos externos que podem atingi-lo e assim desencadeiam uma reação de defesa. Quadro clínico Descrição das condições gerais do doente ou doença. O Estudo das Doenças Ocupacionais O tratamento das doenças e dos agravos à saúde pode ser dividido em dois grandes grupos, que são os preventivos e os curativos. Os tratamentos curativos são aqueles indicados quando a doença encontra-se já instalada, produzindo efeitos que determinam a intervenção por meios médicos para sua remissão. Os tratamentos curativos podem variar de acordo com a gravidade e o tempo da instalação dessa doença, do agente etiológico, do comprometimento funcional e da intensidade dos sintomas. Os tratamentos medicamentosos, cirúrgicos, analíticos, ocupacionais e aqueles ditos alternativos constituem exemplos dos procedimentos curativos, sendo bastante comum (e aconselhável) a associação desses tratamentos no combate às enfermidades. O tratamento preventivo é basicamente norteado pelo conceito de que a melhor maneira de se tratar uma doença é evitá-la, trazendo a tona o dito popular: é melhor prevenir do que remediar. O conjunto de métodos preventivos é composto por ações de natureza prática e teórica. A vacinação ou imunização é um exemplo de método preventivo, porém o elemento principal do arsenal preventivo é a conscientização pelo entendimento e informação. Se comparados entre si, evidenciaremos inúmeras vantagens na adoção do tratamento preventivo como estratégia administrativa no ambiente de trabalho. A adoção da profilaxia é sem dúvida nenhuma menos onerosa, sob vários aspectos, que a determinação de procedimentos curativos. O controle do absenteísmo e a manutenção dos níveis de produção respectivos são somente alguns exemplos práticos de sua aplicação, isto para não citar os prejuízos de imagem, litígios trabalhistas, pagamento de indenizações, entre outros. O conhecimento e a educação são as bases primordiais do tratamento preventivo e é exatamente por esse contexto que o Técnico em Segurança do Trabalho deve nortear suas ações, promovendo a análise do ambiente laboral, identificando previamente seus possíveis riscos e situações inseguras, atuando de maneira efetiva no combate à instalação das doenças através de suas sugestões, orientações, fiscalizações, análises e, fundamentalmente, na divulgação de seu conhecimento. É importante que o profissional, conscientize-se que os distintos níveis intelectuais e sociais que compõem o universo dos trabalhadores em uma empresa, determine que suas explanações sejam por vezes diferenciadas para cada qual, permitindo que todos alcancem a devida compreensão sobre o assunto em pauta, e dessa maneira angarie aliados ao seu intento. O convencimento do trabalhador e (muito importante) do empregador, pode muitas vezes impor a utilização de diferentes argumentos, e, como dever de ofício, o técnico terá que se habituar a empregá-los de maneira clara, objetiva e acima de tudo fundamentado em bases científicas. O estudo das doenças ocupacionais constitui, portanto, elemento comprobatório da necessidade da interação social do profissional como vetor de divulgação e propagador da promoção da saúde, no objetivo da defesa dos interesses da empresa e dos trabalhadores.
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