Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ARQUITETURA NEOCLÁSSICA NO BRASIL Teve início mais ou menos no ano de 1808, com a vinda da família real ao Brasil. O Rio de Janeiro, naquela época, não estava preparado para receber a grande quantidade de nobres, então, a partir de então edifícios públicos e privados começaram a ser construídos, seguindo o estilo neoclássico. A origem do neoclássico do Brasil geralmente é atribuída à Missão Francesa, contratada para fundar e dirigir no RJ à Escola de Artes e Ofícios, conhecida mais tarde como Imperial Academia de Belas Artes. A Missão Artística Francesa era formada por neoclássicos convictos que almejavam civilizar e modernizar o panorama artístico nacional que rejeitavam tudo o que fosse barroco que para elas, significava mau gosto e atraso. Por sua iniciativa foi fundada a Escola Real de Ciências, Artes e ofícios, antecessora da Academia Imperial de Belas Artes, a principal responsável pela reorganização de todo o sistema das artes visuais e arquitetura brasileiras, modernizando a metodologia de ensino e impondo os padrões neoclássicos como um modelo ideal, inspirados nas academias europeias, particularmente a Academia de Belas Artes de Paris. ➔ Principais artistas: Jean-Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas e Grandjean de Montigny. ➔ A arquitetura da época firmou-se em duas versões: 1. O neoclássico oficial, da Corte, quase todo feito de importações; 2. A versão provinciana, simplificada, feita por escravos, exteriorizando nos detalhes as ligações dos proprietários com o poder central. O neoclássico oficial se desenvolveu nos centros maiores do litoral, como Rio de Janeiro, Belém e Recife, que tinham contato direto com a Europa, e que desenvolveram um nível mais complexo de arte e arquitetura e se integraram nos moldes internacionais da sua época. ❖ CARACTERÍSTICAS: - Clareza Construtiva. - Simplicidade Formal com uso de cornijas, frontões e platibandas. - As paredes, de pedra ou tijolo, eram revestidas e pintadas de cores suaves, como o branco, rosa,amarelo e azul-pastel, apresentavam corpos de entrada salientes, com escadarias, colunas e frontões. - Em geral as linhas básicas da composição eram marcadas por pilastras, sobre as quais, nas platibandas, dispunham-se objetos de louça do Porto, como compoteiras ou figuras representando as quatro estações do ano, os continentes, as virtudes, etc. - Janelas e portas se destacavam enquadradas em pedra aparelhada e arrematadas em arco pleno, com vidros coloridos. - Valorização da decoração dos interiores com revestimentos e pinturas. ❖ EDIFÍCIOS PÚBLICOS A partir da independência do Brasil, quando o RJ se tornou capital do novo império, precisou de edifícios públicos de grande porte para abrigar os serviços administrativos. 1. Antiga Alfandega – 1817 - Rio de Janeiro 2. Alfândega - Praça do Comércio – hoje Centro Cultural Casa França Brasil. 3. Praça do Comércio da cidade, projetada por Grandjean de Montigny por encomenda de João VI de Portugal em 1817. 4. Casa França Brasil 5. Arquivo Nacional – Casa da Moeda. 6. Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro: projeto de José Domingos Monteiro. 7. Palácio do Catete, no RJ, em 1894: A edificação foi erguida como residência da família do Barão de Nova Friburgo, na então capital. Era denominado Palacete do Largo do Valdetaro, foi projeto do arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt. Hoje conhecido como Palácio do Catete localiza-se no bairro do Catete, e foi a sede do poder executivo brasileiro de 1897 a 1960. 8. Palácio do Itamaraty (1851-1855): O Palácio do Itamaraty foi construído por Francisco José da Rocha Leão, conde de Itamaraty, filho do primeiro barão de Itamarati. 9. Palácio Imperial – Petrópolis RJ (1845-1862): Edificação neoclássica construída a mando de D. Pedro para ser sua casa de verão, onde funciona atualmente o Museu Imperial. 10. Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1808) - Durante o período de reformas no Rio de Janeiro para a sua adaptação como capital do império, foi implantada uma fábrica de pólvora na sede do antigo "Engenho da Lagoa", de propriedade de Rodrigo de Freitas, cujas ruínas dos muros atualmente integram os limites do Jardim Botânico. - Por decreto real de 13 de junho de 1808, Dom João VI, "Manda tomar posse do engenho e terras denominadas da Lagoa Rodrigo de Freitas", para criar naquele espaço o “Jardim de Aclimação, com a finalidade de aclimatar as plantas de especiarias oriundas das Índias Orientais: noz-moscada, canela e pimenta-do-reino”. - Em 11 de outubro de 1808, recebeu o nome de Real Horto. - Ainda no mesmo ano, em decorrência da fundação do Império do Brasil (1822), passou a se chamar Imperial Jardim Botânico. ❖ ARQUITETURA RESIDENCIAL NEOCLÁSSICA: - As residências urbanas utilizavam-se ainda das mesmas soluções de implantação dos tempos coloniais: sobre o alinhamento das ruas e sobre os limites laterais dos lotes. - A parte da frente das residências destinava-se aos salões e a área social da casa, para dentro ficam as alcovas, quartos e salas de jantar, e aos fundos, o serviço. - Os porões altos, que aparecem sob o térreo, marcados pela fileira de óculos alinhados sob as janelas dos salões, são utilizados ora como locais de serviço. - As plantas são simplificadas como no período anterior, paredes grossas, com alcovas e corredores, telhados elementares e balcões de ferro fundido. - Introdução do uso da platibanda, uso de vidro simples ou colorido principalmente nas bandeiras de portas e janelas. - Valorização dos elementos interiores como a escada torneada. - Utilização de azulejos coloridos (iniciada no período colonial). - Uso de estátuas sobre as edificações como elementos de decoração. - As casas eram todas construídas com um porão alto, que era obrigatório no período neoclássico. - As coberturas, diferente do período colonial, começaram a ficar mais complicadas já com quatro águas. - O eixo central da edificação ganha destaque e ornamentos marcando a simetria e proporção do prédio.
Compartilhar