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. 
0 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ 
 
CURSO DE INFORMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO LUZIMAR DA SILVA PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE DOCENTE PARA O USO DA INFORMÁTICA 
EDUCATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAURITI 
2013. 
. 
1 
 
 
 
 
 
 
FRANCISCO LUZIMAR DA SILVA PINHEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE DOCENTE PARA USO DA INFORMÁTICA EDUCATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade Estadual 
do Ceará como requisito parcial à obtenção do 
grau (graduado) em Informática. 
 
 
Orientador (a): Prof. Ms. Lorenna Maia Fernandes . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAURITI 
 
2013 
 
. 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação 
Universidade Estadual do Ceará 
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho 
Bibliotecário(a) Responsável – Giordana Nascimento de Freitas CRB-3 / 1070 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P654f Pinheiro, Francisco Luzimar da Silva 
Formação de docente para o uso da informática educativa / 
Francisco Luzimar da Silva Pinheiro. — 2013. 
CD-ROM. 50 f. ; 4 ¾ pol. 
 
“CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho 
acadêmico, acondicionado em caixa de DVD Slin (19 x 14 cm x 7 
mm)”. 
Monografia (graduação) – Universidade Aberta do Brasil, 
Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, 
Curso de Licenciatura Plena em Informática, Mauriti, 2013. 
Orientação: Profa. Ms. Lorenna Maia Fernandes. 
 
1. Informática. 2. Educação. 3. Professor. 4. Currículo. I. Título. 
 
CDD: 001.6 
. 
3 
 
 
 
 
 
 
 
. 
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
A Deus, por ter me amparado em todos os momentos da minha vida, me 
ajudando, orientando e incentivando a seguir. A ele meu eterno agradecimento! 
Aos meus pais Francisco Roldão e Maria Silene, que tanto contribuiu 
com a minha formação, se fazendo presente em todos os momentos e vibrando 
pelo meu sucesso. Obrigada por tudo! 
Ao meu irmão (Edmar) e as minhas irmãs (Eveline e Izabel), que tantas 
vezes me apoiaram para seguir em frente. Muito obrigada! 
Aos meus avôs Maria Nilza e José Gentil, pelo carinho, apoio e incentivo 
para realização deste sonho. Muito obrigada! 
Aos meus primos e primas, que sempre torceram pela realização deste 
sonho. Muito obrigada! 
A minha orientadora, professora Lorena Maia, pela paciência, atenção e 
dedicação oferecidas durante a construção deste trabalho. Muito obrigada, pelo 
amparo em todos os momentos! 
A todos os colegas, pela sincera amizade nos momentos mais difíceis e 
grande contribuição para a concretização deste curso. Vocês são muito especiais! 
Ao tutor presencial Felizardo Barbosa e a todas as pessoas que 
contribuíram para a concretização desta vitória. Muito obrigada! 
A todos da coordenação na pessoa de Olrandina, pela atenção, 
compreensão e apoio que tantos nós deu. Muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
. 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Não se poderia pensar hoje numa pedagogia e uma 
didática de texto sem está consciente das 
transformações a que a informática submete as 
praticas da leitura e escrita”. 
Perrenoud. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A teoria econômica não oferece um corpo 
de conclusões estável imediatamente 
aplicável à formulação de políticas públicas. 
É um método, mais do que uma doutrina, 
um aparato da mente que ajuda seu 
possuidor a alcançar conclusões corretas”. 
 John Maynard Keynes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
7 
 
 
 
RESUMO 
 
Atualmente as novas tecnologias podem ter um significativo impacto sobre o papel 
dos docentes, pela reciclagem constante recebida com as TICs, em termos de conteúdos 
pedagógicos, métodos e uso da tecnologia, assegurando um modelo geral de ensino que 
encara os discentes como participantes ativos do processo de aprendizagem e não como 
receptores passivos de informações ou conhecimentos, incentivando os professores a 
utilizar essas novas técnicas e começarem a remodelar suas aulas e a motivarem seus 
alunos a participarem de novas experiências. 
A capacitação e a atuação de docentes para o uso da informática educativa em 
educação é um processo que inter-relaciona o domínio dos recursos tecnológicos com a 
ação pedagógica e com os conhecimentos teóricos necessários para refletir compreender, 
transmitir e transformar essa ação. Esse processo de capacitação impulsiona a articulação 
do referencial teórico com as ideia de educadores e pesquisadores que trazem 
contribuições referentes ao uso do ciclo de descrição, execução e reflexão. Para tornar 
possível essa transformação na atuação do professor é necessário que o mesmo vivencie 
situações onde possa analisar a sua prática e a de outros professores, estabelecerem 
relações entre elas e as teorias e desenvolvimento subjacente, participar de reflexões 
coletivas sobre as mesmas, debater suas perspectivas com os colegas e buscar novas 
orientações. 
O professor atua como agente transformador de conhecimento, valorizando os 
interesses e necessidades de seus alunos ao utilizar como ponto de partida de seu trabalho 
pedagógico os conhecimentos cotidianos emergentes no contexto, os quais são trabalhados 
com o uso de todos os meios tecnológicos disponíveis, entre eles os recursos da 
informática, em busca de melhor compreendê-los e de desenvolver uma educação 
independente. Ao final deste processo de formação e motivação do professor quanto ao 
uso dos computadores em suas atividades pedagógicas, espera-se que cada docente 
encontre sua própria forma quanto ao melhor uso desta ferramenta de trabalho pedagógica, 
. 
8 
 
desenvolvendo um planejamento didático e metodológico diferente com seus alunos que 
envolva decisões próprias como: 1) escolher o software mais apropriado á sua disciplina; 
2) escolher o melhor momento de usar os computadores; 3) como integrar os softwares 
educativos em suas disciplinas curriculares; 4) quais ações para integração 
homem/máquina; 5) como proporcionar um trabalho lúdico e criativo; 6) como avaliar o 
desempenho escolar, técnico, social e afetivo, deste novo recurso no contexto escolar e 
tecnológico. 
 
 Palavras-chaves: Informática. Educação. Professor. Currículo. 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Currently new technologies can have a significant impact on the role of teachers, the 
constant recycling received with ICTs in terms of educational contents, methods and use 
of technology, ensuring a general model of education which sees learners as active 
participants in the process learning and not as passive recipients of information or 
knowledge, encouraging teachers to use these new techniques and begin to reshape their 
classes and motivate their students to participate in new experiences. 
The capacity and performance of teachers in the use of educational computing in 
education is a process that relates the field of inter technological resources with 
pedagogical action and theoretical knowledge needed to understand reflect, transmit and 
transform this action. This training process drives the articulation of the theoretical with 
the ideas of educators and researchers who bring contributions for the use of cycle 
description, implementation and reflection. To make this transformation possible in 
teacher performance is necessary to experience the same situations where you can analyze 
your practice and other teachers, establish relationships between them and the underlying 
 
. 
9 
 
 
theories and development, participate in collective reflections on them, discuss their 
perspectives with colleagues and pursue new directions. 
The teacher acts as a transforming agent of knowledge, valuing the interests and needs 
of your students to use as a starting point for their work everyday emerging pedagogical 
knowledge in the context, which are analyzed using all available technological means,including computer resources, seeking to better understand them and develop an 
independent education. At the end of this process of training and motivation of teachers 
regarding the use of computers in their teaching activities, it is expected that each 
teacher finds his own way as to best use this tool work pedagogical, didactic planning and 
developing a methodology different with their students involving their own decisions as: 
1) choose the most appropriate software to its discipline, 2) choose the best time to use the 
computers, 3) how to integrate educational software into their curriculum discipline; 4) 
what actions to integrate human / machine; 5) as providing a playful and creative work; 6) 
how to evaluate school performance, technical, social and emotional, this new feature in 
the school context and technological. 
 
 Keywords: Computer. Education. Teacher. Curriculum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
10 
 
SUMARIO 
 
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 11 
1.1 História e aspecto atual............................................................................................ 12 
1.2 Objetivo Geral......................................................................................................... 14 
1.3 Objetivo Especifico................................................................................................. 14 
1.4 Metodologia.............................................................................................................. 15 
2 INFOMÁTICA EDUCATIVA.............................................................................. 16 
2.1 Novas Tecnologia na Escola.................................................................................... 17 
2.2 Computador x Educação......................................................................................... 22 
2.3 As vantagens de se ter um laboratório de informática na escola........................ 23 
3 O PROFESSOR DIANTE DAS REVOLUÇÕES TECNOLÓGICAS................ 24 
4 A CONCEPÇÃO PIAGET, VIGOTSKY, WOLLON E PAULO 
FREIRES........................................................................................................................ 
27 
4.1 Teoria do desenvolvimento Piaget.......................................................................... 28 
4.2 Teoria do desenvolvimento de Henry Wollon....................................................... 30 
4.3 Teoria do desenvolvimento de Lev’s Vigostsky.................................................... 33 
5 O INTERACIONISMO E A MEDIAÇÃO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA 
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR.................................................. 
36 
5.1 A capacitação\Formação de professores e as metodologias de informática na 
educação......................................................................................................................... 
38 
 
6. CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA........................................................................... 45 
 
6.1 Paradigma antigo..................................................................................................... 45 
 
6.2 Paradigma novo...................................................................................................... 47 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 48 
 
 REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................... 49 
 
. 
11 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A sociedade passa por grandes transformações neste período do século 
XXI, tanto aspectos econômicos, financeiros, culturais e sociais como também 
educacionais. Um sistema educacional exigente se faz cada vez mais necessário. 
Ao longo de muitos anos apresenta uma deficiência, a qual assume hoje uma 
gravidade maior, não só porque a evolução da sociedade já não aceita mais esse 
tipo de restrição ao exercício pleno da cidadania, mas também, porque a dinâmica 
atual do mercado de trabalho requer uma qualificação para o desenvolvimento de 
qualquer atividade e ou qualquer ramo de trabalho. Para Almeida (1987), a 
introdução da informática na educação deve ser percebida, levando em 
consideração o quadro de desenvolvimento e crise mundial. Na visão do autor, 
faz-se necessária uma nova reorganização das forças produtivas, sendo a 
informática mais uma etapa neste processo de divisão da força de trabalho a nível 
mundial. Quando se fala na inserção da informática na educação, em paralelo, 
levam-se em conta questões mundiais de produção, onde a educação tem um papel 
importante no desenvolvimento do capitalismo. No contexto educacional a 
tecnologia deverá ser tratada como processo de desenvolvimento, mas acreditada 
como resultado de muitas lutas para essa realização. No Brasil, a questão da 
informática relacionada com a educação já tem sua história (Moraes, 1995), 
apesar de poder ser ainda considerada como recente, já vem demonstrando sua 
presença tanto em nível de política pública como de uma prática pedagógica 
relacionada ao cotidiano de várias escolas. 
Embora muitos considerem o computador em si mesmo, como ferramentas 
análogas ao lápis e ao livro, a grande maioria da população não sabe usá-los V. 5 
Nº 1, Julho, 2007 3 
O computador se tornou um excelente aliado do professor, não apenas no 
que se refere ao acesso à informação, mas também, no que diz respeito ao 
. 
12 
 
desenvolvimento da autonomia, da e da autoestima do aluno. O aluno deixa de ser 
um mero receptor de informações e passa a ser responsável pela aquisição de seu 
conhecimento quando começa a usar o computador para buscar, selecionar e inter-
relacionar informações significativas e, também, no momento em que passa a 
compor suas próprias idéias a partir do resultado de sua busca. Contudo, para que 
de fato a utilização desta ferramenta como recurso didático pedagógico se dê de 
forma adequada, mobilizadora, questionadora e desafiante é preciso preparar e 
sensibilizar o professor para que ele tire o melhor proveito desta tecnologia. 
Envolver os professores nesse contexto é um grande desafio porque não se 
trata de ensiná-los somente a manusear a tecnologia, mas sim de indicar o 
caminho para um novo tipo de produção que pode ser gerada a partir da utilização 
da mesma no contexto educacional, (Cysneiros 1997) alerta sobre o processo de 
adaptação da escola para o uso da tecnologia na educação. Este relato apresenta 
uma experiência de capacitação de professores para o uso da informática como 
ferramenta de apoio à educação. O mesmo está dividido em três subcapítulos, que 
no conjunto, tratam da apresentação, descrição, conteúdo e feedback dos alunos. 
O relato segue com indicação de execução de um projeto e servira como 
referencia para implantação de praticas futuras voltadas para a estrutura 
tecnológica educacional com uma ótica para o mercado de trabalho e para um 
currículo escolar transformador. 
 
1.1 História e Aspecto Atual 
 
A História da Informática na Educação no Brasil iniciou a mais de 20 
anos. 
Nasceu no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na UFRJ, 
UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades 
que permitiram que essa área hoje tivesse uma identidade própria, raízes sólidas e 
relativa maturidade. Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes 
ao computador, a sua disseminação nas escolas está hoje muito aquém do que se 
. 
13 
 
anunciava e se desejava. A Informática na Educação ainda não impregnou as 
idéias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema 
educacional. 
Em plena era da Informação, caracterizada pelas tecnologias que surgem a 
cada dia e pela competitividade. Fatores limitadores são identificados, tal como. A 
maioria dos professores teme o uso da informática na sala deaula, muitas vezes 
por medo do novo, ou simplesmente por ver o computador como algo difícil para 
trabalhar, ou simplesmente porque os alunos conhecem mais o computador do que 
o próprio professor. 
Porém o que se sabe é que o computador não veio para dificultar a vida 
das pessoas, mas sim para ajudar e facilitar muitas atividades que seriam difíceis 
de serem realizadas sem a informática, como organização de notas dos alunos em 
planilha eletrônica, produção e correção de trabalho, educação à distância, acessar 
sua conta bancária, envio arquivos digitais instantâneos, apuração de urnas 
eletrônicas, utilização de cartão de crédito entre outros. 
Modernos softwares que são desenvolvidos aumentam as possibilidades 
que o professor dispõe para o uso do computador na construção mais 
conhecimento, eles também demandam um discernimento maior por parte do 
professor e, consequentemente, uma formação mais consistente e mais extensa. 
Isso deve acontecer tanto no domínio dos aspectos computacionais quanto do 
conteúdo curricular. Sem esses conhecimentos é muito difícil o educador saber 
agregar e saber extrair proveito do computador no desenvolvimento dos 
conteúdos. 
Esses recursos tecnológicos criam certos problemas, mas facilitam outros. 
Por exemplo, através da ligação desses computadores na rede mundial de Internet 
o docente na escola pode estar em permanente contato com os centros de 
formação. Por meio desses contatos os professores e os pesquisadores dos centros 
de informática no ensino podem interagir e trocar opiniões, contestar dúvidas, 
participar de debates via rede, receber e enviar idéias a respeito do andamento de 
tarefas. Esse contato poderá colaborar tanto para a formação do professor quanto 
. 
14 
 
para auxiliá-lo na resolução de problemas que encontrará na implantação da 
informática nos exercícios que serão desenvolvidos em sala de aula. 
 
1.2 Objetivo Geral 
 
Contribuir para melhoria da qualidade do ensino da rede pública, através 
da formação continuada dos professores, com foco na utilização dos recursos 
tecnológicos para a educação na prática pedagógica e nos processos de ensino 
aprendizagem do educando. 
É preciso que o professor nesse mundo em constantes transformações 
saiba aprender e transmitir. Onde o papel do docente na sociedade atual é preparar 
o aluno para o futuro, que já se faz presente, promovendo e adquirindo novos 
conhecimentos e agilidades necessárias para enfrentar diversas situações, o que 
vai determinar transferência e absorção de informações. 
 
1.3 Objetivos Específicos 
 
 Mostrar a informática educativa como meio para a implementação de um 
currículo flexível, contextualizado e prazeroso no processo de ensino-
aprendizagem. 
 Sensibilizar os professores sobre a importância do uso da informática 
educativa, para a melhoria da sua prática pedagógica de sala de aula e 
consequentemente, a melhoria da qualidade da educação; 
 Apresentar algumas estratégias que possibilitem o uso do computador à 
prática pedagógica do professor em sala de aula, para que esse funcione como um 
catalisador para a criação de um ambiente de aprendizagem interdisciplinar, cujos, 
elementos principais desse processo sejam os professores, alunos e os técnicos. 
. 
15 
 
 Identificar alguns critérios a serem tomados, alguns princípios a serem 
respeitados e alguns caminhos a serem evitados quanto à utilização da informática 
educativa. 
 
1.4 Metodologia 
 
A formação foi realizada com dez professores do fundamental I do 
primeiro ao quinto ano, com regência no laboratório de informática da Escola de 
Ensino Fundamental José Wilson Barbosa do Sitio Pitombeira Mauriti - CE, com 
utilização dos recursos que se disponibilizava no laboratório. 
Neste contexto abordamos os estudos da informática como Objetos de 
Aprendizagem, apresentando as diversas formas de trabalhar a informática 
educativa inserida na educação, embora tenha se planejado uma forma prática foi 
necessário um aprofundamento do conteúdo antes da pratica, apresentado alguns 
software, jogos que se adéqua ao conteúdo que são ministrados nas disciplinas, 
professores possuem pouco conhecimento, embora a escola possua laboratório de 
informática, mas nem todos os professores têm a oportunidade de se utilizar deste 
recurso, pois os mesmo não têm conhecimento e nem a instituição disponibiliza 
de profissional com conhecimento na área. 
Em segundo momento consiste no manuseio da máquina, sua área de 
trabalho ou desktop, os ícones e a apresentação de botões nas barras de ferramenta 
que dão acesso as janelas de produção de trabalho. 
Em terceiro é mostrar sua funcionalidade como realizadora de tarefas 
automáticas, que economizam tempo e esforço, e estimula os usuários ao uso 
didático e pessoal. 
Depois destes momentos realizados o quarto será explorado a digitação e 
formatação de textos no Word, digitação e criação de tabelas no Excel e 
realização de desenho e pintura no Power Poit. 
No quinto será a de pesquisa na internet onde conhecerá tarefas como 
gravar, reproduzir músicas, pesquisar conteúdos e software educativos. 
. 
16 
 
Quanto ao procedimento adotou-se o pressuposto de uma pesquisa de 
campo, desenvolvida com recursos tecnológicos disponíveis no laboratório de 
informática. 
 
 
2. INFORMÁTICA EDUCATIVA 
 
Várias pesquisas mostram que a Informática Educativa apresenta um 
potencial inesgotável, no que gradualmente vai sendo desvendado por 
pesquisadores, professores e alunos. Cada vez mais, o computador faz parte de 
nossas vidas, qualquer que seja nossa atividade profissional, onde quer que 
estejamos. 
No entanto, algumas escolas ainda não conseguem ver com clareza como 
utilizar o computador e a internet de modo a assegurar um melhor desempenho 
dos alunos. Embora reconheça que nada pode ser feito sem uma qualificação 
adequada do corpo docente. Portanto, a escola vive em torno dos dilemas que é a 
inclusão das novas tecnologias da informação e comunicação que tem colocado 
para os profissionais da educação. 
Apesar de inúmeras pesquisas mostrarem que a informática educativa tem 
um potencial enorme para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem, na 
medida em que o computador for empregado adequadamente (Vidal, 2012: p.27): 
 Desmistifica o erro; 
 Elimina o conceito de “burrice”; 
 Valoriza a autonomia e os conhecimentos informais do aluno; 
 Desloca a ênfase do ensinar para aprender; 
 Cede espaço a aprendizagem por livre descoberta, à aprendizagem 
colaborativa e construtiva; 
 Realimenta e redimensiona a prática do professor; 
. 
17 
 
 Permite que a escola extrapole seus limites físicos, interagindo 
efetivamente com o que se passa fora dela. 
2.1 Novas Tecnologias na Escola 
 
Segundo Valente, o computador pode ser usado na educação como 
máquina de ensinar ou como ferramenta para ensinar. O uso do computador como 
máquina de ensinar consiste na informatização dos métodos de ensino 
tradicionais. Do ponto de vista pedagógico esse é o método que auxilia na 
transmissão de informação. 1Alguém programa no computador uma série de 
informações, que devem ser passadas ao aluno na forma de um tutorial, exercício 
e prática ou jogo. 
“Entretanto, é muito comum encontrarmos essa abordagem sendo usada como 
construtivista, ou seja, para propiciar a construção do conhecimento na 
"cabeça" do aluno. Como se os conhecimentos fossem tijolos que devem ser 
justapostos e sobrepostos na construção de uma parede. Nesse caso, o 
computador tem a finalidade de facilitar a construção dessa "parede", 
fornecendo "tijolos" do tamanho mais adequado, em pequenas doses e de 
acordo com a capacidade individual de cada aluno”. (Valente, 1999) 
Na verdade o construtivismo pensado dessa forma é regredir ao ensino 
tradicional de forma tecnológica, já que a construção do conhecimento do 
individuo não está sendo autônoma e sim programada, e a formaçãodo cidadão se 
tornará obsoleta, atrofiada. O computador deve ser usado como recurso 
importante para auxiliar o processo de mudança na escola: a criação de ambientes 
de aprendizagem que enfatizam a construção do conhecimento e não a instrução. 
 
1
 Não podemos negar, que nos últimos anos tem havido um grande esforço por parte das 
autoridades educacionais do país, que tem refletido em políticas educacionais dos governos federal, estadual 
e municipal, entre tantos, podemos citar o que consideramos mais importante - a CF/88, LDB/96, os 
PCN/1998, PNE/2000 (novo PNE- 2011/2020), as resoluções que fundamentam e regulam o sistema 
educacional brasileiro (Resolução Nº 07/2010 – nove anos do EF) e programas voltados para essa área, 
como o PROINFO, entre outros. 
 
 
. 
18 
 
Isso implica entender o computador como uma nova maneira de representar o 
conhecimento, provocando um redimensionamento dos conceitos básicos já 
conhecidos e possibilitando a busca e compreensão de novas idéias e valores. 
 Usar o computador com essa finalidade requer a análise cuidadosa do que 
significa ensinar e aprender, demanda rever a prática e a formação do professor 
para esse novo contexto, bem como mudanças no currículo e na própria estrutura 
da escola. (José A. Valente NIED-UNICAMP e CED-PUCSP). 
“O papel do computador como mediador, interfere de forma complexa 
e ambivalente em nossos processos mentais por apresentar características ao 
mesmo tempo semelhantes e diferentes das nossas: transformação da 
representação e do raciocínio em objetos manipuláveis através do seu poder em 
registrá-los numa memória ilimitada e inalterada; rapidez de execução dos 
comandos e efeitos recursivos, ou seja, a volta sistemática da informação sobre 
si mesma. Tudo isso produz formas de interatividade e ritmos novos, que 
levam os efeitos diversos, positivos e negativos, não só no plano cognitivo da 
aprendizagem, como também no plano psico-afetivo e social”. (LINARD, 
1990, p.86). 
Temos que partir do princípio de que o computador é apenas uma 
ferramenta, sozinho, não é capaz de trazer avanços educacionais. Uma escola que 
resolve utilizá-lo como recurso didático necessita de bons professores, os quais 
estejam preparados e capacitados, para utilizar os recursos oferecidos por este 
sistema tecnológico de forma significativa. Mas, para que essas mudanças 
intelectuais sejam alcançadas, é necessário que o computador seja adequado à 
atividade. A simples presença deste recurso na escola não assegura uma melhoria 
do processo ensino aprendizagem, pois o fundamental é como ele será utilizado 
por professores e alunos. 
Essas novas ferramentas dão forma, de certa maneira, ao pensar a 
possibilidade de interação com o computador criando novas maneiras de organizar 
o pensar, especialmente no ambiente educacional. 
O acesso às redes de computadores interconectadas à distância permite que 
a aprendizagem ocorra freqüentemente no espaço virtual, que precisa ser inserido 
às práticas pedagógicas. A escola é um espaço privilegiado de interação social, 
. 
19 
 
mas este deve interligar-se e integrar-se aos demais espaços de informação hoje 
existente e incorporar os recursos tecnológicos e a comunicação via redes, 
permitindo fazer as pontes entre conhecimentos se tornando um novo elemento de 
cooperação e transformação. . 
O professor é fundamental no processo de transformação da escola, sem o 
seu envolvimento, pouco se pode realizar. Por ser tão importante, o trabalho do 
educador não pode ser improvisado. É imprescindível que o planejamento das 
aulas de informática seja feito em conjunto com os professores de outras 
disciplinas, de modo a estabelecer a conexão entre o conteúdo que se aprende na 
sala de aula e aquele que é trabalhado na sala informatizada. 
O objetivo de inserir as novas tecnologias na escola é na educação é para 
inovar as aulas e pedagogicamente importante que não se pode realizar de outras 
maneiras. O aprendiz, utilizando metodologias adequadas, poderá utilizar estas 
tecnologias na integração de matérias estagnadas. A escola passa a ser um lugar 
mais interessante que prepararia o aluno para o seu futuro. A aprendizagem 
centra-se nas diferenças individuais e na capacitação do aluno para torná-lo um 
usuário independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de 
informação e meios de comunicação eletrônica. 
Cabe a escola introduzir as tecnologias e conduzir o processo de mudança 
da atuação do professor, que é o principal ator destas mudanças, habilitarem os 
discentes a buscar corretamente as informação e comunicação em fontes diversas. 
É preciso conscientizar todos os profissionais da educação, especialmente os 
alunos, da importância da tecnologia para o desenvolvimento social e cultural de 
cada um. 
O avanço da qualidade utilizando novas tecnologias poderá acontecer na 
forma de trabalhar o currículo e através da ação do professor, além de incentivar, 
apoiar a utilização de novos recursos de ensino, estimulando a pesquisas 
interdisciplinares adaptadas à realidade brasileira. Os avanços tecnológicos 
poderão ser empregados para criar, experiência e avaliar produtos educacionais, 
cujo alvo é avançar em mais um paradigma na Educação, adequando à sociedade 
escolar informação para redimensionar os valores humanos, aprofundar as 
. 
20 
 
habilidades de pensamento e tornar o trabalho entre docentes e alunos mais 
participativo e motivador. 
Com os recursos tecnológicos disponíveis, novas formas de aprender, 
novas competências são exigidas, outras maneiras de se realizar trabalho 
pedagógico são necessárias e fundamentalmente, é necessário formar professores 
para atuar neste ambiente telemático, em que a tecnologia serve como mediador 
do processo ensino-aprendizagem. 
Com esses recursos telemáticos os professores devem desenvolver cada 
vez mais sua capacidade como: 
a - Localizar e obter informações confiáveis. 
b – Saber diferenciar as boas informações e as más; 
c - Discriminar entre informação relevante e informação irrelevante, entre 
o que é e o que não é pertinente: 
d - Reter informações críticas; 
e - Processar ou operar mentalmente por meio de escritos, esquemas, 
gráficos, diagramas; 
f - O professor deve participar ativamente, com as informações de que 
dispõe de grupos nos quais são analisados problemas e tomadas decisões, sem o 
risco de ser vítima de doutrinação ou manipulação, ostensiva ou velada; 
g - Criar novas informações, através da invenção, da composição, da 
análise e da síntese, das múltiplas vias, enfim, que possibilitam a ampliação do 
bem estar comum e o enriquecimento do conhecimento. 
“Existe hoje uma infinidade de jogos implementados com a 
informática: simulação de guerras aventura em busca de tesouros, técnicas 
entre mestre de artes marciais, prova de automobilismo e muitos outros. A 
grande maioria se distancia completamente dos propósitos da escola, e são 
censurados por ela. No entanto podemos contar com inúmeros jogos e 
softwares, que cultivam no ambiente educacional uma prazerosa aliança entre 
diversão e aprendizado”. (COX, 2003) 
. 
21 
 
Entre os softwares úteis à educação escolar podemos destacar o Sherlock, 
por sua proximidade com a realidade e a qualidade atribuída a ele em várias 
experiências em sala de aula. Trata-se de um software desenvolvido por David 
Carraher, professor doutor e sociólogo da UFPE onde o detetive Sherlock Holmes 
das historias policiais é desafiado a desvendar palavras que completam o texto. O 
Sherlock é apenas um exemplo de inúmeros outros existentes. 
“Programas de processamento de texto, planilhas, manipulação de 
banco de dados, construção e transformação de gráficos, sistemas de autoria, 
calculadores numéricos, são aplicativos extremamente úteis tanto ao aluno 
quanto ao professor. Talvez estas ferramentas constituam uma dasmaiores 
fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação. As 
modalidades de softwares educativos descritas acima podem ser caracterizadas 
como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional”. (VALENTE, 
1999) 
Os programas que estão disponíveis nos computadores são de suma 
importância na formação de cidadão para a vida, onde essas ferramentas auxiliam 
o professor e facilita na compreensão de conteúdos para o aluno. 
“Como afirma Wissmann a internet consiste em um sistema de 
comunicação, onde podemos encontrar informações sobre qualquer assunto e 
em qualquer língua, onde podemos nos comunicar com pessoas de qualquer 
parte do mundo e em qualquer língua. E ao contrario do que muitas pessoas 
pensam não é necessário fazer um curso de informática para que possa acessar 
a rede, basta ter tempo e curiosidade. A riqueza de imagens e sons nos ajudará 
e guiará neste processo de descobrimento”. (WISSMANN, 2002). 
Vivemos em uma sociedade de informação e ensinar utilizando a internet 
pressupõe um professor diferente, sobrecarregado de informações advindas tanto 
da sua própria experiência pessoal como dos seus alunos, tendo um perfil 
animador e coordenador de atividades e integrador. 
A utilização da internet também é um caso importante. De nada adianta 
pedir para um aluno fazer uma pesquisa na Internet sem as devidas orientações. 
Cabe ao docente ensinar aos discentes para que estes não façam simples cópias de 
textos encontrados em sites. Apenas copiando, os alunos não vão aprender. As 
. 
22 
 
orientações devem ser no sentido de como elaborar uma pesquisa, como encontrar 
sites confiáveis, como gerar conhecimentos com o material pesquisado, etc. 
 
2.2 Computador X Educação 
 
O computador é, sem dúvida alguma, uma ferramenta que veio para ficar. 
Não importa o tipo de atividade, quando o computador entra em cena nela sua 
produtividade/eficiência tende a melhorar significativamente. Entretanto, para que 
essa melhora ocorra é necessário haver pessoas que dominem o uso do 
computador e atividades envolvidas em sua implementação, pois caso contrário, o 
investimento feito para adquirir as máquinas não terá valido de nada. 
 Desde que o Ministério da Educação (MEC) anunciou sua intenção de levar 
milhares de computadores a escolas públicas, urbanas e rurais, via seu programa 
de inclusão digital denominado Proinfo que é uma ação da Secretaria de Educação 
a Distância (SEED) lançado oficialmente em 1997, com o objetivo de instalar 
laboratórios de computadores nas escolas urbanas e rurais do ensino básico 
brasileiro. Tal método de ensino e aprendizagem, vem fomentando a incorporação 
das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação à 
distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o 
desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas 
escolas públicas brasileiras. É, portanto, um programa educacional com o fim de 
promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica, 
levando às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em 
contrapartida os estados, o Distrito Federal e os municípios devem garantir a 
estrutura adequada, segundo orientação do MEC, para receber os laboratórios e 
capacitar os educadores para o uso das máquinas e tecnologias. 
Entender o binômio "Computador e Educação", é ter em vista o fato de 
que o computador se tornou um instrumento, um ferramenta para aprendizagem, 
desenvolvendo habilidades intelectuais e cognitivas, levando o indivíduo ao 
desabrochar das suas potencialidades, de sua criatividade, de sua inventividade. O 
produto final desse processo é a formação de indivíduos autônomos, que 
. 
23 
 
aprendem por si mesmo, porque aprenderam a aprender, através da busca, da 
investigação, da descoberta e da invenção. 
O computador é um recurso tecnológico que disponibiliza de ferramentas 
didática. De fato, ele proporciona facilidade para simular fenômenos e animações. 
No entanto, esse aspecto leva a uma nova utilização como uma ferramenta de 
aprendizagem. Deste modo, a informática na educação pode ser vista como um 
instrumento a mais de aprendizagem que contribui para o desenvolvimento da 
educação escolar como um todo, e que deve estar contextualizado com a 
finalidade definidas no plano pedagógico escolar. Ela deve ter em vista e propiciar 
aos educando e educadores um ambiente no qual a aprendizagem pode ser 
estimulada pela união dos recursos da informática, visando o desenvolvimento de 
projetos interdisciplinares e cooperativos ou mesmo através de objetivos 
reservados de cada disciplina. 
 
2.3 As vantagens de se ter um laboratório de informática na escola 
 
 Hoje, muitas pessoas ainda não sabem digitar rapidamente, acessar sites na 
Internet, usar editores de texto (como o Word), montar planilhas no Excel e criar 
apresentações no PowerPoint. Tais pessoas têm uma dificuldade enorme em se 
qualificar em uma entrevista de emprego que exija tais requisitos. 
 Mudar essa situação (na teoria) é simples, basta seguir a seguinte 
“fórmula”: escolas com laboratórios de informática abertas à comunidade + 
pessoas dispostas a ensinar gratuitamente o que sabem = qualificação solidárias de 
mão-de-obra. 
A escola ao introduzir o computador como um meio de aprendizagem não 
deve deixar que este se torne um artigo de luxo, criando assim adultos egoístas e 
anti-sociais. Ela deve buscar neste, um meio de desenvolver cidadãos mais 
críticos, sociais e independentes, repensando assim o seu papel frente a novas 
tecnologias. 
. 
24 
 
 Os alunos do ensino fundamental e do ensino médio, ao utilizarem o 
computador entram em um ambiente multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, ao 
invés de apenas receberem informações, os alunos também constroem 
conhecimentos, formando assim um processo onde o professor educa o aluno e ao 
educar é transformado através do diálogo com os alunos. Cada geração inventa, 
cria, inova e a educação tem seu processo também de criação, invenção e 
inovação, principalmente no campo do conhecimento. É preciso evoluir para se 
progredir, e aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia 
alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então 
dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de faci1itador, 
mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o 
"aliado" do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente 
de aprender e questionando as formas de ensinar. 
 Se a educação se esgotar no processo de transmissão dos conhecimentos 
e dos valores criados por gerações passadas sem a elaboração de conhecimentos 
novos, sem questionamento de valores, sem inventividade e inovação, não 
teremos evolução cultural, social, tecnológica e educacional. Deixará de haver 
progresso e estaremos estagnando ou retrocedendo. 
 Portanto, a informática quando adotada nas escolas deve se integrar ao 
ambiente e à realidade dos alunos, não só como ferramenta, mas como recurso 
interdisciplinar, constituindo-se também em alguma coisa a mais com que o 
professor possa contar para bem realizar o seu trabalho, desenvolvendo com os 
alunos atividades, projetos e questionamento. 
 
3. O PROFESSOR DIANTE DAS REVOLUÇÕES 
TECNOLÓGICAS 
 
Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade 
da informação, com novo formato de receber e transmitir informação, e de uma 
busca de conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as suas 
. 
25 
 
tradições culturais, com muita mais eficácia e rapidez que ontem. Com a explosão 
da computação e, consequentemente da Internet, passou-se a considerar que 
disponibilizar informação em uma página da Internet seria um processo educativo 
contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estariasendo realmente 
transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens 
e desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da 
Educação nos dizem que, educar não é adestrar, nem governar informações para 
um indivíduo e sim servir como mediador desse processo. 
A Educação um processo composto de detalhes que se utiliza de algum 
meio de comunicação como instrumento ou suporte visando alcançar a qualidade 
no processo de ensino/aprendizagem e objetivando o melhor desempenho na ação 
do professor, na interação pessoal e direta com seu público. 
“A educação é um processo complexo que utiliza algum tipo de meio 
de comunicação como complemento ou apoio à ação do professor em sua 
interação pessoal e direta com os estudantes”. (BELLONI,1999.p.54). 
 As ferramentas tecnológicas vêm provocando visíveis transformações nos 
métodos de ensinar e na própria forma do discurso escrito que apresentam 
considerável adaptação ás novas tecnologias. A resistência à aquisição de novos 
conhecimentos é um fator negativo no processo de formação cultural intelectual 
do individuo na relação ensino-aprendizagem. Assim, como enfrentar os novos 
desafios? Como mostrar para seus alunos os caminhos da inclusão e participação 
social? 
“Ensinar com a internet será uma revolução, se mudamos 
simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente 
como um verniz, um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o 
nosso ensino é mordeno e cobra preços mais caros nas já salgadas 
mensalidade”. (MORAN,2008.p.8). 
 
O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores 
precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das 
tecnologias digitais que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de 
aulas. Os professores precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar 
. 
26 
 
os alunos a, e eles também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem 
serem manipulados por elas. Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber 
de sua existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se 
de suas potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes 
e novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar 
seus alunos a “lerem” e “escreverem” com elas. Os professores não devem 
simplesmente substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas tecnologias”, devem, 
antes de tudo, se apoderar das novas para aquilo que elas são únicas e resgatar os 
usos das velhas em organização com as novas, isto é, usar cada uma naquilo que 
ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra. O uso e influência das 
novas tecnologias devem servir ao docente não só em relação à sua atividade de 
ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a pesquisa com as 
novas tecnologias tem características diferentes que estão diretamente ligadas à 
procura de constante informação. 
A educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus 
docentes tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e 
comunicação quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. 
Os Cursos de Educação à Distancia são exemplos desta iniciativa. Também o 
Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação à Distância - SEED, 
estão apoiando com seus vários “sistemas de formação de professores” que 
envolve o ensino a distância por seus diversos programas por essas novas 
tecnologias digitais, tais como o Pró-infantil, Pró-formação, Pró-licenciatura, Pró-
letramento, Atendimento Educacional Especializado e tantos outros. 
Até o inicio do século passado à escola apresentava-se com prática 
pedagógica hegemônica e para poucos, ligada ao poder religioso e dos 
governantes, cujo papel do professor, era o de transmitir um conhecimento já 
pronto e voltado aos interesses do estado e da igreja, quase sempre revestida de 
caráter autoritário e dogmático, mas a escola visava atender a demanda de mão-
de-obra da emergente Revolução Industrial, caracterizava-se pela concepção da 
qual a ciência como o “objeto de conhecimento” e dogmática segundo Ripper 
(1994, p. 60). O professor tinha a missão de transmitir esse saber enciclopédico a 
um ideal de aluno padronizado. Neste cenário há um círculo vicioso, pois o 
. 
27 
 
professor é também submetido ao mesmo tratamento do de seu aluno, recebendo 
esse conhecimento já pronto. 
 
4. A CONCEPÇÃO PIAGET, VIGOTSKY , WALLON E PAULO 
FREIRE 
Para Paulo freire em um diálogo com Papert, cujo o tema foi o futuro da 
escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola atual, 
Paulo Freire faz a seguinte constatação: a minha questão não é acabar com escola, 
é mudá-la completamente, é radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão 
atual quanto a tecnologia. Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura 
do seu tempo. E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la. 
(FREIRE & PAPERT, 1996) . 
“No processo de ensino e aprendizagem, a curiosidade é fator 
fundamental para que o docente possa buscar novas formas de fundir as 
tecnologias de informação e comunicação em sua prática adotando sustentada 
por ambientes virtuais colaborativos, “faço questão de ir me tornando um 
homem do meu tempo. Como indivíduo recuso o computador porque acredito 
muito na minha mão. Mas como educador, acho que o computador, o vídeo, 
tudo isso é muito importante” 
 (FREIRE, 2001b, p. 198). 
 
 
Para Paulo Freire a tecnologia pó si só não provoca mudança no processo 
de ensino e preciso que responda os questionamentos para que aja conquista ao 
logo da história. A tecnologia, por si só, não responde aos questionamentos que 
fazem parte do processo, tanto da sociedade quanto da escola, geradas e 
impulsionadas por seres humanos em suas manifestações, propostas, 
reivindicações, lutas e conquistas ao longo da história. A história tem uma 
horizontalidade que não significa repetição, nem perpetuação, mas continuidade. 
Ou seja, há uma relação de continuidade no processo histórico que não pode 
. 
28 
 
sofrer uma ruptura que signifique o advento de algo absolutamente inédito 
(FREIRE, 2001b, p. 213). 
Com os novos recursos de comunicação que a cada dia estão sendo mais 
explorados, sistematizarei alguns pressupostos básicos das teorias do 
desenvolvimento de Piaget, Wallon e Vygotsky. Após, farei algumas reflexões 
sobre a integração de computadores nas escolas e as contribuições da teoria do 
desenvolvimento de Vygotsky, a qual explica a interatividade e a construção 
coletiva do conhecimento em um meio sócio-histórico cultural, propiciada pela 
mediação aluno/aluno; aluno/professor; aluno/computador; enfim, 
aluno/conhecimento. 
 
4.1. Teoria do Desenvolvimento de Piaget 
 
Formado em Biologia, Piaget especializou-se nos estudos do 
conhecimento humano, concluindo que, assim como os organismos vivos podem 
adaptar-se geneticamente a um novo meio, existe também uma relação evolutiva 
entre o sujeito e o seu meio, ou seja, a criança reconstrói suas ações e ideias 
quando se relaciona com novas experiências ambientais. Para ele, a criança 
constrói sua realidade como um ser humano singular situação em que o cognitivo 
está em supremacia em relação ao social e o afetivo. 
 Na perspectiva construtivista de Piaget, o começo do conhecimento é a 
ação do sujeito sobre o objeto, ou seja, o conhecimento humano se constrói na 
interação homem-meio, sujeito-objeto. Conhecer consiste em operar sobre o real e 
transformá-lo a fim de compreendê-lo, é algo que se dá a partir da ação do sujeito 
sobre o objeto de conhecimento. As formas de conhecer são construídas nas trocas 
com os objetos, tendo uma melhor organização em momentos sucessivos de 
adaptação ao objeto. A adaptação ocorre através da organização, sendo que o 
organismo discrimina entre estímulose sensações, selecionando aqueles que irá 
organizar em alguma forma de estrutura. A adaptação possui dois mecanismos 
opostos, mas complementares, que garantem o processo de desenvolvimento: a 
http://coral.ufsm.br/lec/02_00/Cintia-L&C4.htm
. 
29 
 
assimilação e a acomodação. Segundo Piaget, o conhecimento é a 
equilibração/reequilibração entre assimilação e acomodação, ou seja, entre os 
indivíduos e os objetos do mundo. 
 A assimilação é a incorporação dos dados da realidade nos esquemas 
disponíveis no sujeito, é o processo pelo qual as idéias, pessoas, costumes são 
incorporadas à atividade do sujeito. A criança aprende a língua e assimila tudo o 
que ouve, transformando isso em conhecimento seu. A acomodação é a 
modificação dos esquemas para assimilar os elementos novos, ou seja, a criança 
que ouve e começa a balbuciar em resposta à conversa ao seu redor gradualmente 
acomoda os sons que emite àqueles que ouvem, passando a falar de forma 
compreensível. 
 
 “Segundo FARIA (1998), os esquemas são uma necessidade interna 
do indivíduo. Os esquemas afetivos levam à construção do caráter, são modos 
de sentir que se adquire juntamente às ações exercidas pelo sujeito sobre 
pessoas ou objetos. Os esquemas cognitivos conduzem à formação da 
inteligência, tendo a necessidade de serem repetidos (a criança pega várias 
vezes o mesmo objeto). Outra propriedade do esquema é a ampliação do 
campo de aplicação, também chamada de assimilação generalizada (a criança 
não pega apenas um objeto, pega outros que estão por perto). Através da 
discriminação progressiva dos objetos, da capacidade chamada de assimilação 
recognitiva ou reconhecedora, a criança identifica os objetos que pode ou não 
pegar, que podem ou não dar algum prazer à ela”. 
 
 FARIA (op.cit.) salienta que os fatores responsáveis pelo 
desenvolvimento, segundo Piaget, são: maturação; experiência física e lógica-
matemática; transmissão ou experiência social; equilibração; motivação; 
interesses e valores; valores e sentimentos. A aprendizagem é sempre provocada 
por situações externas ao sujeito, supondo a atuação do sujeito sobre o meio, 
mediante experiências. A aprendizagem será a aquisição que ocorre em função da 
experiência e que terá caráter imediato. Ela poderá ser: experiência física - 
comporta ações diferentes em função dos objetos e consiste no desenvolvimento 
de ações sobre esses objetos para descobrir as propriedades que são abstraídas 
. 
30 
 
deles próprio é o produto das ações do sujeito sobre o objeto; e experiência lógica-
matemática – o sujeito age sobre os objetos de modo a descobrir propriedades e 
relações que são abstraídas de suas próprias ações, ou seja, resulta da coordenação 
das ações que o sujeito exerce sobre os objetos e da tomada de consciência dessa 
coordenação. Essas duas experiências estão inter-relacionadas, uma é condição 
para o surgimento da outra. 
 Para que ocorra uma adaptação ao seu ambiente, o indivíduo deverá 
equilibrar uma descoberta, uma ação com outras ações. A base do processo de 
equilibração está na assimilação e na acomodação, isto é, promove a 
reversibilidade do pensamento, é um processo ativo de auto-regulação. Piaget 
afirma que, para a criança adquirir pensamento e linguagem, deve passar por 
várias fases de desenvolvimento psicológico, partindo do individual para o social. 
Segundo ele, o falante passa por pensamento autístico, fala egocêntrica para 
atingir o pensamento lógico, sendo o egocentrismo o elo das operações lógicas da 
criança. No processo de egocentrismo, a criança vê o mundo a partir da 
perspectiva pessoal, assimilando tudo para si e ao seu próprio ponto de vista, 
estando o pensamento e a linguagem centrados na criança. 
 Para Piaget, o desenvolvimento mental dá-se espontaneamente a partir de 
suas potencialidades e da sua interação com o meio. O processo de 
desenvolvimento mental é lento, ocorrendo por meio de graduações sucessivas 
através de estágios: período da inteligência sensório-motora; período da 
inteligência pré-operatória; período da inteligência operatória-concreta; e período 
da inteligência operatório-formal. 
 
4.2. Teoria do Desenvolvimento de Henry Wallon 
 
A criança, para Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai 
constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O autor estudou a criança 
contextualizada, como uma realidade viva e total no conjunto de seus 
comportamentos, suas condições de existência. 
. 
31 
 
 “Segundo GALVÃO (2000), Wallon argumenta que as trocas 
relacionais da criança com os outros são fundamentais para o desenvolvimento 
da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo cultural e simbólico, no 
qual ficarão envolvidas em um "sincretismo subjetivo", por pelo menos três 
anos. Durante esse período, de completa indiferenciação entre a criança e o 
ambiente humano, sua compreensão das coisas dependerá dos outros, que 
darão às suas ações e movimentos formato e expressão”. 
 
 Antes do surgimento da linguagem falada, as crianças comunicam-se e 
constituem-se como sujeitos com significado, através da ação e interpretação do 
meio entre humanos, construindo suas próprias emoções, que é seu primeiro 
sistema de comunicação expressiva. Estes processos comunicativos-expressivos 
acontecem em trocas sociais como a imitação. Imitando, a criança desdobra, 
lentamente, a nova capacidade que está a construir (pela participação do outro ela 
se diferenciará dos outros) formando sua subjetividade. Pela imitação, a criança 
expressa seus desejos de participar e se diferenciar dos outros se constituindo em 
sujeito próprio. 
 Wallon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget, porém, 
ele não é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira linear. O 
desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma criança ou um 
adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança se desenvolve 
com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio estabelece uma forma 
específica de interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso. 
 No início do desenvolvimento existe uma preponderância do biológico e 
após o social adquire maior força. Assim como Vygotsky, Wallon acredita que o 
social é imprescindível. A cultura e a linguagem fornecem ao pensamento os 
elementos para evoluir, sofisticar. A parte cognitiva social é muito flexível, não 
existindo linearidade no desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso, 
sofre crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao 
crescimento. 
De acordo com GALVÃO (op.cit.), no primeiro ano de vida, a criança 
interage com o meio regida pela afetividade, isto é, o estágio impulsivo-
. 
32 
 
emocional, definido pela simbiose afetiva da criança em seu meio social. A 
criança começa a negociar, com seu mundo sócio-afetivo, os significados 
próprios, via expressões tônicas. As emoções intermédia sua relação com o 
mundo. 
 Do estágio sensório-motor ao projetivo (1 a 3 anos), predominam as 
atividades de investigação, exploração e conhecimento do mundo social e físico. 
No estágio sensório-motor, permanece a subordinação a um sincretismo subjetivo 
(a lógica da criança ainda não está presente). Neste estágio predominam as 
relações cognitivas da criança com o meio. Wallon identifica o sincretismo como 
sendo a principal característica do pensamento infantil. Os fenômenos típicos do 
pensamento sincrético são: fabulação, contradição, tautologia e elisão. 
 Na gênese da representação, que emerge da imitação motora-gestual ou 
motricidade emocional, as ações da criança não mais precisarão ter origem na 
ação do outro, ela vai “desprender-se” do outro, podendo voltar-se para a imitação 
de cenas e acontecimentos, tornando-se habilitada à representação da realidade. 
Este salto qualitativo da passagem do ato imitativo concreto e a representação é 
chamado de simulacro. No simulacro, que é a imitação em ato,forma-se uma 
ponte entre formas concretas de significar e representar e níveis semióticos de 
representação. Essa é a forma pela qual a criança se desloca da inteligência 
prática ou das situações para a inteligência verbal ou representativa. 
Dos 3 aos 6 anos, no estágio personalístico, aparece a imitação inteligente, 
a qual constrói os significados diferenciados que a criança dá para a própria ação. 
Nessa fase, a criança está voltada novamente para si própria. Para isso, a criança 
coloca-se em oposição ao outro num mecanismo de diferenciar-se. A criança, 
mediada pela fala e pelo domínio do “meu/minha”, faz com que as idéias atinjam 
o sentimento de propriedade das coisas. A tarefa central é o processo de formação 
da personalidade. Aos 6 anos a criança passa ao estágio categorial trazendo 
avanços na inteligência. No estágio da adolescência, a criança volta-se a questões 
pessoais, morais, predominando a afetividade. Ainda conforme GALVÃO, é nesse 
estágio que se intensifica a realização das diferenciações necessárias à redução do 
. 
33 
 
sincretismo do pensamento. Esta redução do sincretismo e o estabelecimento da 
função categorial dependem do meio cultural no qual está inserida a criança. 
 
4.3. Teoria do Desenvolvimento de Lev’s Vigotsky 
 
Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e 
é nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os 
outros. Nas interações cotidianas, a mediação (necessária intervenção de outro 
entre duas coisas para que uma relação se estabeleça) com o adulto acontece 
espontaneamente no processo de utilização da linguagem, no contexto das 
situações imediatas. 
 Essa teoria apóia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora 
seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro. O 
conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na 
intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas. 
Segundo Vygotsky, o homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na 
interação com outros sujeitos que formas de pensar são construídas por meio da 
apropriação do saber da comunidade em que está inserido o sujeito. A relação 
entre homem e mundo é uma relação mediada, na qual, entre o homem e o mundo 
existem elementos que auxiliam a atividade humana. Estes elementos de mediação 
são os signos e os instrumentos. O trabalho humano, que une a natureza ao 
homem e cria, então, a cultura e a história do homem, desenvolve a atividade 
coletiva, as relações sociais e a utilização de instrumentos. Os instrumentos são 
utilizados pelo trabalhador, ampliando as possibilidades de transformar a natureza, 
sendo assim, um objeto social. 
 Os signos também auxiliam nas ações concretas e nos processos 
psicológicos, assim como os instrumentos. A capacidade humana para a 
linguagem faz com que as crianças providenciem instrumentos que auxiliem na 
solução de tarefas difíceis, planejem uma solução para um problema e controlem 
seu comportamento. Signos e palavras são para as crianças um meio de contato 
. 
34 
 
social com outras pessoas. Para Vygotsky, signos são meios que 
auxiliam/facilitam uma função psicológica superior (atenção voluntária, memória 
lógica, formação de conceitos, etc.), sendo capazes de transformar o 
funcionamento mental. Desta maneira, as formas de mediação permitem ao sujeito 
realizar operações cada vez mais complexas sobre os objetos. 
 Segundo Vygotsky, ocorrem duas mudanças qualitativas no uso dos 
signos: o processo de internalizarão e a utilização de sistemas simbólicos. A 
internalizarão é relacionada ao recurso da repetição onde a criança apropria-se da 
fala do outro, tornando-a sua. Os sistemas simbólicos organizam os signos em 
estruturas, estas são complexas e articuladas. Essas duas mudanças são essenciais 
e evidenciam o quanto são importantes as relações sociais entre os sujeitos na 
construção de processos psicológicos e no desenvolvimento dos processos 
mentais superiores. Os signos internalizados são compartilhados pelo grupo 
social, permitindo o aprimoramento da interação social e a comunicação entre os 
sujeitos. As funções psicológicas superiores aparecem, no desenvolvimento da 
criança, duas vezes: primeiro, no nível social (entre pessoas, no nível 
interpsicológico) e, depois, no nível individual (no interior da criança, no nível 
intrapsicológico). Sendo assim, o desenvolvimento caminha do nível social para o 
individual. 
 Como visto, exige-se a utilização de instrumentos para transformar a 
natureza e, da mesma forma, exige-se o planejamento, a ação coletiva, a 
comunicação social. Pensamento e linguagem associam-se devido à necessidade 
de intercâmbio durante a realização do trabalho. Porém, antes dessa associação, a 
criança tem a capacidade de resolver problemas práticos (inteligência prática), de 
fazer uso de determinados instrumentos para alcançar determinados objetivos. 
Vygotsky chama isto de fase pré-verbal do desenvolvimento do pensamento e 
uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem. 
 Por volta dos 2 anos de idade, a fala da criança torna-se intelectual, 
generalizante, com função simbólica, e o pensamento torna-se verbal, sempre 
mediado por significados fornecidos pela linguagem. Esse impulso é dado pela 
inserção da criança no meio cultural, ou seja, na interação com adultos mais 
. 
35 
 
capazes da cultura que já dispõe da linguagem estruturada. Vygotsky destaca a 
importância da cultura; para ele, o grupo cultural fornece ao indivíduo um 
ambiente estruturado onde os elementos são carregados de significado cultural. 
Os significados das palavras fornecem a mediação simbólica entre o 
indivíduo e o mundo, ou seja, como diz VYGOTSKY (1987), é no significado da 
palavra que a fala e o pensamento se unem em pensamento verbal. Para ele, o 
pensamento e a linguagem iniciam-se pela fala social, passando pela fala 
egocêntrica, atingindo a fala interior que é pensamento reflexivo. 
 A fala egocêntrica emerge quando a criança transfere formas sociais e 
cooperativas de comportamento para a esfera das funções psíquicas interiores e 
pessoais. No início do desenvolvimento, a fala do outro dirige a ação e a atenção 
da criança. Esta vai usando a fala de forma a afetar a ação do outro. Durante esse 
processo, ao mesmo tempo que a criança passa a entender a fala do outro e a usar 
essa fala para regulação do outro, ela começa a falar para si mesma. A fala para si 
mesma assume a função auto-reguladora e, assim, a criança torna-se capaz de 
atuar sobre suas próprias ações por meio da fala. Para Vygotsky, o surgimento da 
fala egocêntrica indica a trajetória da criança: o pensamento vai dos processos 
socializados para os processos internos. 
 A fala interior, ou discurso interior, é a forma de linguagem interna, que 
é dirigida ao sujeito e não a um interlocutor externo. Esta fala interior, se 
desenvolve mediante um lento acúmulo de mudanças estruturais, fazendo com que 
as estruturas de fala que a criança já domina, tornem-se estruturas básicas de seu 
próprio pensamento. A fala interior não tem a finalidade de comunicação com 
outros, portanto, constitui-se como uma espécie de “dialeto pessoal”, sendo 
fragmentada, abreviada. 
 A relação entre pensamento e palavra acontece em forma de processo, 
constituindo-se em um movimento contínuo de vaivém do pensamento para a 
palavra e vice-versa. Esse processo passa por transformações que, em si mesmas, 
podem ser consideradas um desenvolvimento no sentido funcional. VYGOTSKY 
(op.cit.) diz que o pensamento nasce através das palavras. É apenas pela relação 
da criança com a fala do outro em situações de interlocução, que a criança se 
. 
36 
 
apropria das palavras, que, no início, são sempre palavras do outro. Por isso, é 
fundamental que as práticas pedagógicas trabalhem no sentido de esclarecer a 
importância da fala no processode interação com o outro. 
“Segundo VYGOTSKY (1989), a aprendizagem tem um papel 
fundamental para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e 
qualquer processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele 
que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Ele explica esta conexão 
entre desenvolvimento e aprendizagem através da zona de desenvolvimento 
proximal (distância entre os níveis de desenvolvimento potencial e nível de 
desenvolvimento real), um “espaço dinâmico” entre os problemas que uma 
criança pode resolver sozinha (nível de desenvolvimento real) e os que deverá 
resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no momento, para em 
seguida, chegar a dominá-los por si mesma (nível de desenvolvimento 
potencial)”. 
 
5. O INTERACIONISMO E A MEDIAÇÃO DAS NOVAS 
TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR 
 
A integração dos recursos tecnológico nas escolas precisa dar ênfase na 
seriedade do contexto sócio-histórico-cultural em que os dicentes vivem e a 
aspectos afetivos que suas linguagens imaginam. O uso de computadores como 
um meio de interação, onde o conflito cognitivo, os riscos e desafios e o apoio 
recíproco entre pares está presente, é um meio de aumentar culturalmente a 
linguagem e propiciar que a criança construa sua próprio informação. Segundo 
RICHTER (2000), as crianças precisam correr riscos e desafios para serem bem 
sucedidas em seu processo de ensino-aprendizagem, produzindo e interpretando a 
linguagem que está além das certezas que já tem sobre a língua. 
 Vygotsky avalia o trabalho grupal, cooperativo, ao contrário de 
Piaget, que considera a criança como construtora de sua informação de forma 
particular. O ambiente computacional proporciona transformações qualitativas na 
zona de desenvolvimento proximal do aluno, os quais não acontecem com muita 
freqüência em salas de aula “tradicionais”. A cooperação entre crianças pressupõe 
. 
37 
 
um trabalho de parceria unida para produzir algo que não poderiam brotar 
individualmente. 
 Na zona de desenvolvimento proximal, possibilita a intercâmbio 
entre sujeitos, permeada pela linguagem humana e pela linguagem da máquina, 
força o atuação intelectual porque faz os sujeitos reconhecerem e coordenarem os 
conflitos provocados por uma situação problema, construindo um conhecimento 
novo a partir de seu nível de capacidade que se desenvolve sob a influência de um 
determinado contexto sócio-histórico-cultural. Wallon acredita que o processo de 
construção do conhecimento passa por conflitos, momentos de crises e rupturas. 
 Os novos recursos tecnológicos não substituem o professor, mas 
transformam algumas de suas funções. O docente transforma-se agora no 
estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer, por pesquisar, por 
buscar as informações. Ele coordena o método de apresentação dos resultados 
adquirido pelos alunos, interrogando os dados apresentados, contextualizando os 
resultados, adaptando-os para a realidade dos alunos. O professor pode estar mais 
próximo dos alunos, receber mensagens via e-mail com dúvidas, passar 
informações complementares para os alunos, adaptar a aula para o ritmo de cada 
um. Assim sendo, o processo de ensino-aprendizagem ganha um dinamismo, 
inovação e poder de comunicação até agora pouco usados. 
 Os alunos também podem aproveitar o E-mail para trocar 
informações, dúvidas com seus colegas e docentes, tornando o aprendizado mais 
cooperativo. A utilização do correio eletrônico proporciona uma rica estratégia 
para acrescentar as habilidades de comunicação, fornecendo ao aluno 
oportunidades de acesso a diversas culturas, aperfeiçoando o aprendizado em 
várias áreas do conhecimento. 
 A utilização da Internet, é caracterizado como uma forma de 
comunicação que proporciona a formação de um contexto coletivizado, resultado 
da interação entre participantes. Conectar-se é sinônimo de interagir e 
compartilhar no coletivo. A navegação em sites transforma-se num jogo 
discursivo em que significados, comportamentos e conhecimentos são criticados, 
. 
38 
 
negociados e redefinidos. Este jogo comunicativo tende a reverter o “monopólio” 
da fala do professor em sala de aula. 
 
5.1 A CAPACITAÇÃO/FORMAÇÃO DE PROFESSORES E AS 
METODOLOGIAS DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO 
 
A capacitação em informática em educação proporciona certas 
peculiaridades que devem estar atualizado nos cursos cujo objetivo é formar 
pessoas neste campo. Inicialmente, a utilização da informática em educação não 
significa a somatória de informática e educação, mas a integração dessas duas 
áreas de conhecimento. Para que aja integração é preciso haver domínio dos 
conteúdos que estão sendo agregados. E a informática, para muitos professores 
cuja formação é ciências humanas, pode se tornar problemática. Além disto, o 
domínio da informática implica, entre outras coisas, no domínio do computador. 
Por outro lado, os aspectos educacionais, psicológicos e sociais para o 
profissionais que conhecem apenas informática também ocasiona uma serie de 
problemas. Os participante dos cursos deve vivenciar situações onde a informática 
é utilizada como recurso educacional, a fim de poder compreender o que expressa 
o aprendizado através da informática, qual a sua função como docente nessa 
situação, e que metodologia é mais apropriada a sua maneira de trabalho. Somente 
com essas experiências o profissional terá condições de assumir uma nova postura 
como educador que utiliza a informática em educação. 
Devido á velocidade de renovação do saber e do fazer, baseados em 
tecnologia, Oliveira (2002) e Dotta (2002) descrevem que a maior parte dos 
conhecimentos adquiridos por uma pessoa no inicio de sua formação profissional 
será obsoleta ao iniciar a sua carreira. A nova sociedade baseada na informação 
insere na educação o desafio de formar continuamente indivíduos capazes de 
interagir com as tecnologias e de apropriar-se delas. Belloni (2001) afirma que 
promover a formação contínua dos professores é um dever da sociedade e do 
estado, tanto para atender às necessidades do sistema econômico, quanto para 
. 
39 
 
oferecer ao indivíduo oportunidades de desenvolver suas competências como 
trabalhador e cidadão, capaz de viver na sociedade. 
 Sendo assim, transformar a formação inicial em formação ao longo da 
vida seria o único caminho para alcançar ou manter-se em condições de 
competitividade em nível individual ou nacional, numa economia globalizada 
altamente tecnológica. Valente (1993) ensina que poderíamos dividir em duas 
partes a informática educacional: uma em que o microcomputador assume o papel 
de ensinar e a abordagem educacional consiste na instrução auxiliada pelo 
microcomputador, substituindo-se o papel ou livro pelo mesmo, dotado de 
programas que podem ser tutoriais ou exercícios/prática com base na simulação 
ou jogos educacionais, e outra, em que o professor utiliza-se de ferramentas 
computacionais para auxiliar o processo pedagógico de ensino-aprendizagem. 
Os cursos de formação continuada em tecnologia, segundo Moraes (2002), 
devem levar os professores a vivenciar situações nas quais a informática deva ser 
utilizada como recurso educacional, entendendo o significado da tecnologia, o seu 
papel como educador e determinando qual metodologia melhor se aplica ao seu 
trabalho. Complementa que o fator mais importante na formação do profissional é 
a aquisição de conhecimentos e, neste momento, o professor deve estar preparado 
para: usar a informática com seu(s) aluno(s), observar as dificuldades do aluno 
frente a máquina, intervir e auxiliar o aluno a superar dificuldades, diagnosticar 
potencias e problemas do aluno afim de promover os potenciais e superar os 
problemas. (p. 201) 
Almeida (2000) ensina que o instrucionismo utilizou o microcomputador 
para desenvolver a instrução programada; oconteúdo ensinado seria subdividido 
em módulos, estruturados de forma lógica, de acordo com a perspectiva 
pedagógica de quem planejou a elaboração do material instrucional. No final de 
cada módulo, o aluno deveria efetuar uma pergunta ou uma avaliação que o 
levaria ao módulo seguinte caso as respostas estivessem corretas; em caso 
contrário ele deveria retornar ao mesmo módulo até que obtivesse sucesso. 
Complementando, o mesmo autor descreve que a atuação do professor no 
ensino instrucionista não exigiria muito preparo, pois ele teria apenas de 
. 
40 
 
selecionar o software de acordo com o conteúdo previsto, propondo as atividades 
para os alunos e acompanhando-os durante a exploração do mesmo. O 
microcomputador funcionaria como uma máquina de ensinar otimizada, e o 
software como um produto acabado, ensinado conforme a estrutura do 
pensamento de quem o elaborou. 
 Uma outra aplicação pedagógica é o construcionismo, que, segundo 
Gómez (2004), diz que o papel do educador se representa em função da 
necessidade de estimular processos cognitivos dos estudantes, os quais por sua 
vez, assumem o papel ativo em virtude desse desenvolvimento. Cabe aos 
educadores experimentar novas formas conscientes e reflexionistas sobre as 
diversas formas de aprender de seus alunos, muito particularmente dos 
mecanismos. 
Uma das formas dos professores utilizarem o ambiente construcionista, 
segundo Rocha (2003), seria desenvolver, construir, aplicar, refletir e depurar o 
conhecimento utilizando o microcomputador na escola. 
Almeida (2000) sugere que as formas de emprego do microcomputador 
como ferramenta educacional propiciam ao aluno a construção de conhecimentos 
a partir de suas próprias ações (físicas e mentais); isto pode ocorrer através do uso 
de aplicativos como o processador de texto, a planilha eletrônica, o gerenciador de 
banco de dados, ou mesmo através de uma linguagem de programação que 
favoreça a aprendizagem ativa; ou quando o aluno interage com o 
microcomputador desenvolvendo atividades de pesquisa. 
Weiss (2004) complementa que, no construcionismo, o professor é um 
facilitador, com o objetivo de enriquecer o ambiente, provocando situações para 
que o aprendiz possa se desenvolver de forma ativa, realizando também suas 
próprias descobertas, ao invés de somente assimilar conhecimentos prontos, 
baseados na memorização. 
“Paralelamente, há uma confusão na forma de aplicar os métodos 
construcionistas. Em muitos casos, os professores utilizam os métodos 
tradicionais, trabalhando com o microcomputador com software organizado 
para seguir de acordo com a capacidade do aluno. Esses programas, do modo 
seqüenciado de perguntas e respostas, que avançam em níveis e retornam 
. 
41 
 
quando há erro, não podem ser tratados como construcionistas, pois somente 
ocorre a interação com o aluno, sem instigá-lo a refletir e a desenvolver o seu 
processo mental”. (VALENTE, 1993). 
 
 Oliveira (1997) questiona qual seria a melhor maneira de dotar o 
professor dos conhecimentos necessários ao uso frente à tecnologia. Segundo o 
autor, um modelo ideal de capacitação a ser seguido consiste naquele, 
promovendo as atitudes de desmistificação do uso do microcomputador, diminui a 
resistência à informática e quebra o ceticismo em relação às contribuições do 
microcomputador na educação, o que pode ser conseguido através de debates 
seminários. Também é recomendável que cada país, a exemplo do 
Brasil, pesquise formas próprias de formação dos professores ao invés de 
simplesmente importar soluções encontradas em outras culturas. 
 
“Os cursos de formação e capacitação docentes podem levar a 
mudanças substanciais no meio educacional desde que desenvolvidos em 
conjunto com a prática pedagógica realizada na escola. Adiciona-se a essas 
mudanças o desenvolvimento de trabalhos coletivos a fim de contribuir para a 
profissionalização dos professores”. (BEHRENS,1996). 
 
Jonassen (1996), descreve em seu estudo que seria necessário separar os 
tipos de aprendizagem relacionada ao uso da tecnologia em quatro classes : 
1. Aprender a partir da tecnologia (learning from), em que a tecnologia 
apresenta o conhecimento e o papel do aluno é receber esse conhecimento, como 
se ele fosse apresentado pelo próprio professor; 
2. Aprender acerca da tecnologia (learning about), em que a própria 
tecnologia é objeto de aprendizagem; 
3. Aprender através da tecnologia (learnin by), em que o aluno aprende 
ensinando o microcomputador (programando o microcomputador através de 
linguagens como BASIC ou o LOGO); 
. 
42 
 
4. Aprender com a tecnologia (learning with), em que o aluno aprende 
usando as tecnologias como ferramentas que o apóiam no processo de reflexão e 
de construção do conhecimento (ferramentas cognitivas). Nesse caso, a questão 
determinante não é a tecnologia em si mesma, mas a forma de encarar essa mesma 
tecnologia, usando-a, sobretudo, como estratégia cognitiva de aprendizagem. 
Essas classes de aprendizagens em tecnologias podem ser adotadas aos 
cursos de capacitação como referências para que os cursos de capacitação, 
direcionando a metodologia a ser empregada. 
Valente (2003) destaca que os alunos somente devem acessar a internet se 
dispuserem um projeto pedagógico, pois teriam assim o acompanhamento do 
professor e seriam orientados sobre a maneira correta de utilizar a informação. 
Estas preocupações somam-se ao fato de os alunos acessarem as informações 
sobre algo que o professor solicitou e simplesmente imprimirem, sem critério ou 
seleção, deixando para ler mais tarde aquilo que foi impresso/obtido, até mesmo 
após a devolução do professor. 
Litwin (1997) destaca que os materiais escritos tem um papel fundamental, 
seja através das clássicas propostas dos impressos (papéis), ou através das 
produções mais sofisticadas que permitem integração em programas, sendo que 
professores e alunos não podem se ater exclusivamente apenas ao virtual. Uma 
pesquisa de um trabalho não deve se ater somente ao conteúdo proposto na 
disciplina e para que essas informações possam ser compreendidas e explicadas, 
devem identificar a construção de conhecimentos, desenvolvendo atividades e 
projetos sob a orientação dos professores. 
“É necessário realizar uma correta seleção bibliográfica... e assegurar 
que os materiais de leitura selecionados para um curso respeitem certos 
critérios básicos; por exemplo, que sejam centrais à relação e conteúdos da 
disciplina referida; que sejam acessíveis e legíveis em termos das 
possibilidades de compreensão dos alunos”...(LITWIN,1997 p 77). 
 
Capacitar professores apenas quanto ao uso de aplicativos, ou preparar 
para trabalhar com a máquina, sem qualquer envolvimento pedagógico, pode 
. 
43 
 
gerar a insatisfação de ambas as partes (professores e alunos) e um sentimento de 
impossibilidade de uso da tecnologia. 
Para não correr riscos, um curso de capacitação, segundo Valente (2003), 
deveria seguir os seguintes pontos fundamentais: 
 Propiciar ao professor condições para entender o microcomputador como 
uma nova maneira de representar o conhecimento, provocando um 
redimensionamento dos conceitos já conhecidos e possibilitando a busca e 
compreensão de novas idéias e valores; 
 Propiciar ao professor a vivência de uma experiência que contextualiza o 
conhecimento que ele constrói; 
 Prover condições para o professor construir conhecimento sobre as 
técnicas computacionais, entender por que e como integrar o microcomputador em 
sua prática pedagógica e ser capaz de superar as barreiras de ordem 
administrativas e pedagógicas; 
 Criar condições para que o professor saiba recontextualizar o que foi 
aprendido e a experiências vivida durante a formação para a sua realidade de sala 
de aula, compatibilizando o que se dispõe a atingir (p 3) 
 Com isso, o autor expressa a sua concordância de que a formação não 
pode

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