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LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II TRANSTORNOS DE HUMOR HUMOR ➢ Tônus afetivo basal e difuso em que se encontra uma pessoa em determinado momento! ➢ Função psíquica ➢ Como a pessoa se apresenta no momento ➢ É mais profundo ➢ O afeto é mais longitudinal e mais variável, diferentemente do humor ➢ Consegue aferir esse humor pelo exame mental ou anamnese ou os dois juntos ➢ Hipotimico ➢ Hipertimico TRANSTORNOS DE HUMOR São normais as variações de tonalidade nos estados efetivos, que manifestam transições entre sensações de bem estar e mal estar É uma variação patológica do humor Os transtornos do humor são as variações mórbidas desses estados (características revelam alterações qualitativas e quantitativas) TRANSTORNOS DEPRESSIVOS ➢ Humor mais hipotímico e afeto mais enrijecido, o humor mais para baixo e o afeto sem variar tanto EPIDEMIOLOGIA Prevalência 12 a 20% Recorrência progressiva: 50% após 1º episódio Risco de suicídio: até 8% de mortalidade Mulheres até 2:1 homem Inicio: 20 a 50 anos em média ETIOPATOGENIA Fatores biológicos Fatores genéticos: herança poligênica Acontecimentos da vida e estresse ambiental Fatores de personalidade: trações de temperamento mais relacionados ao transtorno depressivo, como o neuroticismo (afetividade negativa, pessimismo, comprometimento da autoimagem, tendência as neuroses) e esquivo ao dano Epigenética: carga genética basal vai se sobrepondo por fatores estressores ao longo da vida QUADRO CLÍNICO Humor deprimido: alteração basal, tristeza/choro fácil, humor variado para baixo Não é o humor deprimido puro, só ele não significa depressão Anedonia: perda de interesse/prazer Angustia Ansiedade/Irritabilidade Sensação de vazio Sentimentos de desesperança/culpa Pensamentos suicidas Desânimo, falta de iniciativa: anergia Descuido da higiene e aparência Insônia ou hipersonia Alterações no apetite Redução da libido Lentificaçao ou agitação psicomotora Prejuízo nas funções congnitivas: atenção Redução das sensações Sintomas somáticos Sintomas psicóticos DIAGNÓSTICO DSM-5 5 ou mais sintomas, com duração mínima de duas semanas Sofrimento e prejuízo da funcionalidade Excluir outras causas Precisa de pelo menos humor deprimido e/ou anedonia + 4 outros sintomas para diagnosticar o transtorno depressivo → 5 critérios pelo DSM V SUBTIPOS DA DEPRESSÃO Com sintomas ansiosos: subtipo ansioso, a pessoa é mais inquieta, agitada, impaciente, hipervigilane, ansiosa Com características melancólicas: depressão com muita anedonia, com perda global do prazer, não consegue realizar as LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II atividades do dia a dia, é pior durante a manhã. Relacionado ao suicídio, insônia Com características atípicas: afeto mais reativo, anedonia nem tão presente, consegue fazer algo, mas tem sensação de fadiga e peso muito grande, hipersonia Com catatonia: grave, vem com muitas alterações psicomotoras, a pessoa vai ficando cada vez mais lentificada até parar completamente (estupor catatônico) Com sintomas psicóticos: secundário ao humor depressivo começa a ter delírios e alucinações Puerperal: pós-parto TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA) É uma depressão crônica e mais leve Humor deprimido por dois anos no mínimo Não é tão disfuncional Outros sintomas (pelo menos dois): baixa energia ou fadiga, apetite diminuído ou alimentação em excesso, insônia ou hipersonia, concentração pobre ou dificuldade em tomar decisão, autoestima baixa, sentimentos de desesperança *Distimia: humor deprimido, mas nem tão para baixo; depressão leve e crônica *Nuvem: depressão *Primeira linha: mania *Depressão: episódio único e/ou recorrente *Distimia: fica embaixo sempre, mas que não inviabiliza sua vida *Distimico crônico e por um episódio estressor ou não, pode apresentar uma depressão dentro do quadro de distimia, que seria a depressão dupla. Depressão dupla é ter a distimia e fazer um quadro depressivo maior junto Distimia é a depressão leve persistente; a depressão maior é a depressão clássica; transtorno depressivo recorrente é quando se tem dois ou mais episódios depressivos maiores com intervalos de remissão dos sintomas depressivos e volta a ter episódio depressivo maior; a depressão dupla é a distimia e faz um episódio depressivo maior junto DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Transtorno do humor devido a outra condição medica Transtorno depressivo induzido por substância ou medicamento Episódio maníaco/hipomaníaco ou misto com humor irritável Transtorno de adaptação com humor deprimido Tristeza; luto PROGNÓSTICO Recuperação começa em 3 meses a 1 ano em 80% Fatores desfavoráveis: o Gravidade dos sintomas o Episódios atual longo o Características psicóticas o Múltiplos episódios/Cronicidade o Uso de substâncias o Transtornos de personalidade LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II o Ansiedade proeminente TRATAMENTO Psicoeducação Boa aliança terapêutica Hospitalização quando necessário Visa a remissão dos sintomas Farmacológico + Psicoterapia e mudanças no estilo de vida Farmacológico: antidepressivos + potencializadores o ISRS (Inibidores seletivo da recaptação de serotonina - primeira linha): paroxetina, fluoxetina, sertralina, escitalopram o ISRSN (Inibidores seletivos de recptação de serotonina e noradrenalina - também podem ser primeira linha): venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina o ADT (antidepressivos tricíclicos): amitriptilina, nortriptilina e imipramina o Nova geração: bupropiona, mirtazapina, trazodona e vortioxetina o Todos podem ser opção para início de tratamento o IMAO: tranilcipromina (usado em transtorno depressivo mais resistente) o Estabilizadores do humor (associação para potencializar quando o paciente não responde de cara): A. Lítio e lamotrigina B. Antipsicóticos atípicos: quetiapina, risperidona, aripiprazol e olanzapina C. Hormônio tireoidiano D. Associação de ADs o Duração: A. Fase aguda: compreende os primeiros 2-3 meses, em que se espera que o paciente obtenha resposta clinica B. Fase de continuação: período de 6 a 9 meses que se segue à fase aguda. Seu objetivo é manter a melhora e prevenir recaída C. Fase de manutenção: visa evitar novos episódios. Duração depende da probabilidade de recorrência Escolha do AD de primeira linha → Sem resposta após 1 mês do tratamento → Aumento da dose se tiver 30% de resposta pelo menos → Troca para outro AD se não tiver nenhuma resposta ou se mesmo aumentando a dose não está sendo efetivo → Potencialização do AD/Combinação de AD → IMAO, ECT (eletroconvulsoterapia), EMT, Cetamina... Psicoterapia: o Terapia cognitivo-comportamental o T. interpessoal o T. de orientação psicanalítica o Gestalt Terapia o Terapia familiar Mudanças no estilo de vida: o Atividade física DEPRESSÃO E ERROS COMUNS Tristeza o Curta duração o Circunstancial o Autoestima preservada o Sem prejuízos funcionais o Sem sintomas físicos Depressão: o Dura semanas a meses o Pode ser espontânea o Prejuízos importantes o Sintomas físicos pronunciados “O esforço pessoal, por si só, pode vencer a depressão” → Não necessariamente se aplica a todo mundo Descumprimento de regras básicas da medicação: o Regularidade o Posologia o Duração do tratamento TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR (TAB) EPIDEMIO E ETIOPATOGENIA Prevalência de 1 a 2,4% Início precoce tem pior prognostico Comórbido: ansiedade e transtorno por uso de substâncias Risco de suicídio: o 10-15 vezes maior LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II o Prevalênciade 50% de tentativa de suicídio o Dobro da letalidade o Preditores: alta recente, tentativa de suicídio prévio e abuso se álcool Grande herdabilidade: familiares de 1º grau tem 10x mais chance, tem alta carga genética História de traumas Dopamina, noradrenalina e glutamato QUADRO CLÍNICO Mania/Hipomania: o Humor exaltado o Taquipsiquismo o Taquilalia o Bem-estar o Irritabilidade o Hipersexualização/Desinibição o Aumento de energia o Redução da necessidade de sono Depressão: o Humor deprimido o Perda de interesse o Insônia/Hipersonia o Fadiga/Falta de energia o Redução da libido o Perda de peso Depressão bipolar: possíveis indicadores de transtorno bipolar em pacientes deprimidos: o Historia familiar de T. Bipolar o Inicio precoce da doença: aproximadamente aos 20 anos o Muitos episódios anteriores o Histórico de internações psiquiátricas o Histórico de tentativas de suicídio o Características mistas o Depressão de difícil tratamento o Ativação com anti-depressivos DIAGNÓSTICO DSM-5 Mania: o Duração mínima de 1 semana o No mínimo 3 sintomas o Prejuízo funcional o Geralmente precisa de internação se não consegue controlar rapidamente os sintomas porque fica muito grave o Pode ter delírio de humor congruentes a ser internados Hipomania: o Mínimo de 4 dias o Mudança na funcionalidade o Não é tão impactante quanto na mania o O prejuízo é menor, não tem a característica psicótica, não delira. Mas é muito prolixo, pegajoso, as pessoas percebem a disfuncionalidade, entretanto ele produz o Hipomania é o humor mais para cima o Mania leve Episódio com características mistas TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I Depressão e pelo menos um episódio maníaco O episódio maníaco é suficiente para o diagnostico *É comum na pratica apresentar todos episódios TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II Depressão e pelo menos um episódio hipomaníaco. Para diagnostico é obrigatório ter a depressão associada LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II TRANSTORNO CICLOTÍMICO Varia entre leves episódios hipomaníacos e distimicos ao longo da vida Vários períodos de sintomas hipomaníacos e vários períodos de sintomas depressivos, durante 2 anos, com intervalos menores que 2 meses Sintomas não satisfazem episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco Prejuízo significativo social, profissional ou em oura área importante Cronicidade, oscilação do humor Temperamental, mal-humorado, imprevisível É quase um transtorno de personalidade Não chega a fazer mania e depressão, oscila entre hipomania, eutimia e distimia ESPECTRO BIPOLAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos Transtorno esquizoafetivo Transtorno depressivo maior Transtorno por uso de substâncias Transtorno de pânico e outros de ansiedade Transtornos da personalidade TDAH CURSO E PROGNÓSTICOS Media de inicio 18 anos, mas pode ser até 70 anos Episodio maníaco: 60% seguido de depressivo maior; mais de 90% de transtornos recorrentes do humor Com características psicóticas: maior gravidade 30% com prejuízo profissional, até entre episódios Pior prognósticos: vulnerabilidade socioeconômica e pior desempenho cognitivo TRATAMENTO MEDICAMENTOSO Mania aguda: o C. de lítio* o Valproato de sódio* o Carmabazepina o Quetiapina o Risperidona o Aripiprazol o Olanzapina o Estabilizador + Antipsicótico Depressão: o C. de lítio* o Quetiapina o Lamotrigina* o Lurasidona o Estabilizador + Antidepressivo Manutenção: o C. de lítio* o Quetiapina o Valproato de sódio* o Lamotrigina o Olanzapina o Risperidona o Carbamazepina* o Associações OBS: Evitar usar antidepressivo ou não usa sozinho, porque pode fazer uma virada maníaca LARISSA MENEZES – SAÚDE MENTAL II (sair da depressão direto para mania). Sempre precisa de um estabilizador de humor *Estabilizadores do humor: sempre precisa nesses pacientes! TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO Hospitalização: pode ser necessária em quadro agudo de mania ou depressão Eletroconvulsoterapia (ECT) TRATAMENTO PSICOTERÁPICO Psicoeducação: explica os sintomas ao paciente bipolar para que ele identifique o quadro de mania e hipomania e procure ajuda TCC Terapia familiar Terapia interpessoal TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL SINTOMAS 1º GRUPO Labilidade afetiva acentuada Instabilidade ou raiva acentuadas ou aumento nos conflitos interpessoais Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos Ansiedade acentuada, tensão e/ou sentimentos de estar nervosa ou no limite SINTOMAS 2º GRUPO (ADICIONAIS) Interesse diminuído pelas afetividades habituais Sentimento subjetivo de dificuldade na concentração Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada Comer em demasia ou avidez por certos alimentos Hipersonia ou insônia Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle Sintomas físicos TRATAMENTO Medicamento: o Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): fluoxetina o Inibidores seletivos de recaptação de norepinefrina (ISRN): venlafaxina o Geralmente só durante o período do transtorno (os 5/10 dias antes da menstruação, depois para) Psicoterápico VIDA ACADÊMICA E TRANSTORNOS MENTAIS NOVOS DESAFIOS Morar longe dos pais Mudar de cidade Fazer novos amigos Assumir responsabilidades Novas exigências acadêmicas Estresse X Adaptação COMO EVITAR Organização da rotina Higiene do sono Pratica de exercícios físicos Alimentação saudável Apoio social COMO AJUDAR Escuta atenciosa Afastar estressores Contatar responsável Providenciar tratamento precoce Estar presente